Atrito Ensino Médio Atrito. ROTEIRO DE EXPERIMENTAÇÃO: Atrito estático e atrito cinético Nessa atividade não será necessário nenhum material além daqueles que já estão disponíveis na sala de aula. A atividade experimental visa tratar conceitualmente do atrito estático e do atrito cinético. Procedimento: Para realizar a atividade o aluno precisará de cadeiras ou carteiras que não sejam fixadas ao chão ou, alternativamente, uma mesa. Atrito estático e cinético: Nessa atividade vamos estudar o comportamento do atrito estático (corpo em repouso). 1. Peça aos alunos que, individualmente, puxem uma carteira ou cadeira (ou mesa) vazia, fazendo pouca força, de forma que o móvel não se mova. Peça que comecem puxando com bem pouca força e que aumentem gradativamente essa força até que o móvel entre em movimento. [O professor pode iniciar com uma “demonstração” usando a mesa dele, para que os alunos compreendam o que deve ser feito. Mostre que a força feita no móvel deve ser na horizontal, paralela à superfície onde o móvel se apoia] 2. Peça que os alunos, em duplas, respondam às questões formuladas abaixo: A. Será que há algum atrito atuando no móvel quando nenhuma força é feita tentando movê-lo? Por quê? [Se nenhuma força atua tentando mover o corpo, então não há nenhuma tendência ao movimento e, portanto, nenhum atrito - essa não é uma conclusão “intuitiva” e pode ser trabalhada do ponto de vista do conceito de força resultante] B. Quando começamos a aplicar uma forma no móvel, paralela ao piso, o móvel não entra em movimento de imediato. Mas, se há uma força atualndo nele, de acordo com a segunda lei de Idealização e Edição Final NET EDUCAÇÃO/Zilda Kessel | Roteiro de Experimentação Atrito. Prof. José Carlos Antonio. 1 Atrito Newton ( ) deveria haver também uma aceleração, isto é, o móvel deveria entrar em movimento. Porque isso não ocorre? [A interpretação correta da segunda lei de Newton diz que a aceleração do móvel é devida à “resultante” das forças e, portanto, deve haver uma outra força cancelando o efeito da força que o aluno faz no móvel: é justamente essa força que chamamos de “atrito estático”!] C. No instante em que o móvel entra em movimento temos a impressão de que ele “descolou” do chão e deu um “tranco”, iniciando rapidamente seu movimento. Formule uma hipótese para explicar isso. [Aqui o que ocorre é justamente o “descolamento” do móvel. Ao iniciar o movimento as ligações eletroquímicas que haviam entre o móvel e o piso se desfazem e a força aplicada torna-se maior do que a necessária para mantê-lo em movimento, logo, o móvel “salta” do repouso para o movimento] 3. Peça que cada aluno realize essa etapa da atividade várias vezes, até ter certeza de que percebeu o que ocorre quando o móvel inicia seu movimento; 4. Debata com os alunos os resultados a que chegaram nas questões A, B e C e procure fazer um fechamento onde fique claro as características do atrito estático; 5. Peça agora que cada aluno puxe o móvel devagar, mas mantendo-o em movimento (os alunos adoram arrastar coisas pela sala!), e que procurem perceber se a força necessária para manter o móvel em movimento é maior, menor ou igual àquela necessária para iniciar o movimento; [Espera-se que percebam que a força necessária para manter o movimento é menor do que a que foi necessária para iniciá-lo. Colete várias respostas e procure fazer com que os alunos cheguem consensualmente na resposta correta] 6. Peça que movam o móvel com velocidades diferentes e procurem notar se a força necessária é maior, menor ou igual, em cada caso, comparando aos demais; [Espera-se que percebam que a força para manter o móvel em movimento com velocidade constante é igual, independentemente da velocidade] 7. Por fim, pergunte à classe o que esperam que aconteça caso tenham que puxar novamente a cadeira, mas com um colega sentado nela (não é necessário que façam a experiencia, mas podem fazê-la se quiserem); [Espera-se que concluam que será necessário fazer uma força maior, tanto para iniciar quanto para manter a cadeira em movimento] 8. Peça agora que respondam as questões propostas abaixo: A. A força necessária para manter o móvel em movimento uniforme é maior, menor ou igual a força necessária para iniciar o movimento? [Menor] Idealização e Edição Final NET EDUCAÇÃO/Zilda Kessel | Roteiro de Experimentação Atrito. Prof. José Carlos Antonio. 2 Atrito B. Uma vez que o móvel já esteja em movimento, a força necessária para mantê-lo se movendo com diferentes velocidades depende dessa velocidade? De que que forma? [A força não depende da velocidade - pelo menos para baixas velocidades] C. Como você justificaria o resultado da questão anterior? [Resposta livre: a verificação disso é experimental e não há uma teoria bem fundamentada que explique isso, mesmo porque esse resultado não é verdadeiro em todas as situações e outros fatores passam a interferir quando a velocidade aumenta - o professor pode utilizar esse mote para estimular os alunos a pesquisarem mais sobre o assunto] D. O que muda no atrito quando a força normal entre o corpo e a superfície aumenta (como no caso de um colega sentado sobre uma cadeira): ele aumenta, permanece o mesmo ou diminui? [Aumenta] E. O que ocorreria com o atrito se o móvel fosse arrastado sobre uma superfície “mais áspera”? [Aumentaria - aqui o professor pode falar sobre o significado do coeficiente de atrito estático e cinético] Experimento: Dissipação da energia Nessa atividade vamos estudar a dissipação da energia pelo atrito causando aquecimento e produção de som. 9. Peça aos alunos que, individualmente, esfreguem as palmas de suas mãos, sem apertar muito uma na outra, e observem o que ocorre com o passar do tempo; 10. Peça que repitam esse procedimento apertando mais as mãos; 11. Peça que respondam as questões abaixo: A. Por que apertando mais as mãos fica mais difícil esfregá-las? [Porque aumenta a força de contato e, portanto, a Normal, aumentando assim o atrito] B. Você notou que as mãos se aquecem ao serem esfregadas? Por que isso acontece? [Porque o atrito produz, geralmente, calor] C. De onde veio o calor produzido nas mãos? [Da energia mecânica - cinética - devida ao movimento relativo das mãos] D. Qual a relação entre o calor recebido pelas mãos e a temperatura delas? [O calor recebido pelas mãos aumenta o movimento vibratório das moléculas da mão, aumentando sua temperatura e, portanto, sua energia térmica] E. Você notou também que esfregar as mãos provoca sons? Por que você acha que isso acontece? Idealização e Edição Final NET EDUCAÇÃO/Zilda Kessel | Roteiro de Experimentação Atrito. Prof. José Carlos Antonio. 3 Atrito [O som é produzido por vibrações. Quando as moléculas da pele recebem mais energia de movimento - cinética - elas passam a vibrar em conjunto e essa vibração é transferida também para o ar, criando o som] F. Você já deve saber que o som é uma forma de propagação da energia. De onde veio a energia transportada pelo som produzido ao se esfregar as mãos? [Da energia mecânica devido ao movimento relativo delas] G. De que forma, então, o atrito dissipa a energia mecânica do movimento relativo entre o corpo e a superfície? [Na forma de calor e som] Obs.: No nível microscópico o atrito causa a vibração das superfícies em contado e o aumento da energia cinética das moléculas e aglomerados de moléculas. Assim, além do aumento da temperatura dos corpos há também a produção de som. Tanto a produção do som quanto o aumento da temperatura são formas de dissipação da energia mecânica do movimento relativo entre os corpos. Em nível microscópico e nanoscópico o fenômeno do atrito é bem mais complexo do que a forma como estudamos o atrito de escorregamento no Ensino Médio. As pesquisas mais recentes nesse campo datam por volta da década de 1960 e continuam até hoje, devido à necessidade de compreender esses fenômenos em escala nanoscópica e atômica a fim de dar conta dos desenvolvimentos da nanotecnologia. Roteiro de Experimentação: prof José Carlos Antônio Idealização e Edição Final NET EDUCAÇÃO/Zilda Kessel | Roteiro de Experimentação Atrito. Prof. José Carlos Antonio. 4