708 tentativa de auto-extermínio em um hospital da região

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TENTATIVA DE AUTO-EXTERMÍNIO EM UM HOSPITAL DA REGIÃO LESTE DE
MINAS GERAIS
ATTEMPTD OF SELF-EXTERMINATION IN A HOSPITAL OF THE REGION EAST
OF MINAS GERAIS
Christiani Rodrigues da Fonseca Souza
Enfermeira. Graduada pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UnilesteMG.
[email protected]
Dayane Camila de Souza Inocêncio Ribeiro
Enfermeira. Graduada pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UnilesteMG.
[email protected]
Márcia Seixas Vieira
Enfermeira. Especialista em Docência do Ensino Superior. Docente do Centro Universitário do Leste
de Minas Gerais – UnilesteMG. [email protected]
Lúcia Maria de Lima Erthal
Enfermeira. Especialista em Administração Hospitalar e Formação Pedagógica Hospitalar. Docente
do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UnilesteMG
RESUMO
O auto-extermínio tem sido um problema freqüente nos hospitais de urgência em todo Brasil,
necessitando de avaliações e cuidados clínicos que visam à redução dos danos auto-infligidos, além
dos transtornos para os familiares, gastos elevados no setor público, procedimentos invasivos dentre
outras complicações. O estudo tem como objetivo geral realizar levantamento de dados dos pacientes
atendidos em um hospital do Leste de Minas Gerais que tentaram auto-extermínio. Tem como
objetivo específico levantar as variáveis relacionadas ao sexo, faixa etária, substância ingerida na
tentativa de auto-extermínio, e identificar a existência do encaminhamento ao serviço de saúde
mental. Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo de abordagem quantitativa. As informações
foram coletadas no banco de dados de um hospital do Leste de Minas Gerais e do Departamento de
Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referente ao segundo semestre de 2008. Os
resultados apontaram que as substâncias mais utilizadas na tentativa de auto-extermínio foram o
álcool, seguido dos anticonvulsivantes. A faixa etária predominante foi a de indivíduos com idade
entre 20-29 anos. Observou-se uma incidência maior no sexo feminino. A divulgação dos dados
obtidos é de fundamental importância para que o profissional de enfermagem conheça o perfil do
usuário que tenta auto-extermínio e o tipo de substância mais utilizada podendo assim prestar um
atendimento específico a esse tipo de paciente.
PALAVRAS-CHAVE: Tentativa de suicídio. Emergências.
ABSTRACT
The self-extermination has been a frequent problem in all Brazil’s emergency hospitals, requiring
assessment and clinical care aimed at reducing the self-inflicted damages, besides the inconvenience
to the family, higher expenditures in the public sector, among other invasive procedures complications.
The study aims to carry out general data collection of patients treated at a hospital in Minas Gerais
east who have tried self-extermination. The specific aim is to get the variables related to gender, age
and ingested substance, and identify the existence of routing with the mental health service. This is a
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retrospective study, descriptive of quantitative approach. The information was collected from the
database of a hospital in Minas Gerais east and the Department of the Unified Health System, in the
second half of 2008. The results showed that the substances most commonly used in an attempt to
self-extermination it is alcohol, followed by anticonvulsants. And the age groups with the most cases
were in people aged between 20 and 29. There was a higher incidence in females. The divulgation
data is of fundamental importance for the nursing staff know the user Profile who tries to selfannihilation and the type most commonly used substance being possible to provide a specific service
for this kind of patient.
KEY WORDS: Suicide, Attempted. Emergencies.
INTRODUÇÃO
A tentativa de auto-extermínio refere-se a atos potencialmente letais que não
resultam em morte, porém há conseqüências como, transtornos para os familiares,
gastos elevados no setor público, procedimentos invasivos e ocasiona
conseqüências graves na saúde do paciente. As tentativas de auto-extermínio tem
sido um problema freqüente nos serviços hospitalares de urgência em todo Brasil,
necessitando de avaliação e cuidados clínicos que visam à redução dos danos autoinfligidos (PORTO, 2007; TIMBY; SMITH, 2005).
Segundo Townsend (2002) o auto-extermínio é a terceira principal causa de
morte entre indivíduos jovens, tendo como principais fatores de risco religião, pais
portadores de doenças psiquiátricas, história de auto-extermínio na família,
desemprego, ausência do pai ou da mãe, situação socioeconômica e etnia.
Produtos sanitários e medicamentos devem ser armazenados em locais
seguros, não devem ser utilizadas garrafas pet para acondicionamento de
substâncias químicas. É importante ainda armazenar quantidades mínimas de
medicamentos estocados (ROMÃO; VIEIRA, 2004).
De acordo com Rios et al. (2005) as tentativas de auto-extermínio, com
ingestão consciente de medicamentos é freqüente, podendo ser mais grave de
acordo com a escolha do tóxico mais potente ou ingestão de maior quantidade do
veneno, tornando um desafio para os profissionais de saúde, devido à confiabilidade
das informações como, substâncias utilizadas, quantidades e tempo decorrido. Os
índices de fatalidade desses medicamentos são baixos, porém a incidência é alta,
exigindo assim um cuidado e atenção constante.
A equipe de saúde que atende esses indivíduos tem uma atuação importante
no tratamento das intoxicações, por suas intervenções e manobras, sendo assim
capacitada para atuar de forma precisa. A aliança terapêutica com o paciente é
fundamental (AVANCI; PEDRÃO; COSTA, 2005).
O auto-extermínio pode produzir um sentimento de culpa na família da pessoa
que cometeu a ação, sendo necessário o apoio aos familiares. Deve-se manter uma
reavaliação contínua do indivíduo, uma vez resolvida a crise imediata poderá ser
indicado um acompanhamento especializado para evitar reincidência (SOUZA;
GUIMARÃES; BALLONE, 2004).
O indivíduo vítima de tentativa de auto-extermínio deve ser tratado de maneira
holística para sua recuperação clínica e psíquica, a equipe de enfermagem deve
saber como lidar com estes indivíduos, diminuindo assim, a recidiva desses casos
no atendimento de urgência com o mesmo diagnóstico, cabe também ao enfermeiro
estabelecer medidas que amenizem o preconceito em relação aos pacientes que
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tentaram tirar a própria vida e viabilizar o convívio social dos mesmos (TIMBY;
SMITH, 2005).
Gondolfi e Andrade (2006) afirmam que o individuo que age contra a própria
vida, além do risco de morte para si, poderá colocar em risco outras vidas, se
envolvendo em acidentes ou até mesmo fazendo algo diretamente para outra
pessoa.
Este estudo é de fundamental importância para os profissionais de
enfermagem, pois após conhecer o perfil destes pacientes e o tipo de substância
mais utilizada, o mesmo prestará um atendimento específico a este paciente. Para a
sociedade torna-se necessário o levantamento desses dados a fim de verificar a
existência do serviço de referência, fornecendo assim um atendimento de melhor
qualidade, visto que as tentativas de auto-extermínio, mais especificamente através
das intoxicações intencionais são importantes causas de doenças.
O estudo teve como objetivo realizar levantamento de dados dos pacientes
atendidos em um hospital do Leste de Minas Gerais que tentaram auto-extermínio.
Teve como objetivo específico levantar as variáveis relacionadas ao sexo, faixa
etária, substâncias ingeridas na tentativa de auto-extermínio, e identificar a
existência do encaminhamento ao serviço de saúde mental.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa documental, quantitativa e descritiva. Para
realização da pesquisa, os dados referentes ao tema foram coletados no banco de
dados da instituição em estudo e no Departamento de Informática do Sistema Único
de Saúde (DATASUS).
A coleta de dados se deu de forma retrospectiva, abrangendo dados referentes
ao 2º semestre de 2008 (01 de agosto a 31 de dezembro de 2008). As informações
coletadas nos banco de dados foram referentes aos pacientes atendidos nesta
instituição na condição de terem tentado auto-extermínio com idade superior a 10
anos, pois segundo Werneck e Hasselmann (2005) a partir desta idade que são
consideradas tentativas de auto-extermínio. Foram excluídas da pesquisa pacientes
com idade até 09 anos 11 meses e 29 dias. A coleta de dados foi realizada pelas
próprias pesquisadoras, no mês de setembro de 2009.
Antes de iniciar a coleta no banco de dados e no DATASUS foi solicitado que
um profissional da área da saúde especialista em doenças mentais listasse a
Classificação Estatística Internacional de Doença e Problema Relacionado à Saúde
(CID) referente ao diagnóstico de tentativa de auto-extermínio por ingestão de
substâncias alcoólicas ou medicamentosas. Os CID’s listados foram: X60 (autointoxicação por e exposição, intencional, a analgésicos, antipiréticos e antireumáticos, não-opiáceos), X61 (auto-intoxicação por e exposição, intencional, a
drogas anticonvulsivantes [antiepiléticos] sedativos, hipnóticos, antiparkinsonianos e
psicotrópicos não classificados em outra parte), X62 (auto-intoxicação por e
exposição, intencional, a narcóticos e psicodislépticos [alucinógenos] não
classificados em outra parte), X63 (auto-intoxicação por e exposição, intencional, a
outras substâncias farmacológicas de ação sobre o sistema nervoso autônomo), X64
(auto-intoxicação por e exposição, intencional, a outras drogas, medicamentos e
substâncias biológicas e às não especificadas), X65 (auto-intoxicação voluntária por
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álcool), X68 (auto-intoxicação por e exposição, intencional, a pesticidas). Após a lista
dos CID’s iniciou-se a coleta de dados cujas variáveis pesquisadas se relacionam ao
sexo, faixa etária, substância ingerida na tentativa de auto-extermínio e identificação
de encaminhamento ao serviço de saúde mental.
Utilizou-se um roteiro para a coleta de dados o qual foi preenchido todos os
dados referentes aos pacientes que foram atendidos no hospital pesquisado. Foi
realizada análise estatística para tratamento dos dados e relacionados os fatos sem
alteração dos resultados e comparado com a literatura pesquisada. Também foi
utilizado um roteiro de entrevista direcionado ao medico especialista e a
coordenadora da instituição, elaborado pelas próprias pesquisadoras contendo
questões abertas relacionadas ao conteúdo. Os dois participantes assinaram o
Termo de consentimento livre e esclarecido.
A pesquisa foi realizada respaldando-se na Resolução nº 196/1996 do
Conselho Nacional de Saúde por se tratar de pesquisa envolvendo seres humanos
mesmo que de forma indireta. Foi solicitada a diretora da instituição em estudo a
assinatura do termo de autorização para a realização da pesquisa.
.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo Werneck e Hasselmann (2005), as intoxicações por drogas e
substâncias biológicas, possuem uma incidência que pode ser considerada alta,
portanto deve ser identificado como um problema de saúde pública. Estes eventos
podem acontecer de forma intencional ou não, quando intencionais é denominado
auto-extermínio.
A TAB. 1 mostra a distribuição dos casos de tentativa de auto-extermínio
atendidos no hospital em estudo, considerando a substância que foi ingerida.
TABELA 1 - Distribuição dos casos de tentativa de auto-extermínio em um hospital do Leste de Minas
Gerais de agosto a dezembro de 2008, considerando-se a substância ingerida.
CID
Substância
Mês
Total de casos
Ago. Set. Out. Nov. Dez.
X65
Álcool
9
18
15
17
20
79
X61 - 63
Anticonvulsivantes
1
2
2
1
0
6
X60 – X64
Outras drogas medicinais
0
0
0
1
1
2
X68
X61 – X62
Substâncias não medicinais
Narcóticos e psicóticos
0
0
10
0
0
20
1
1
19
0
0
19
0
0
21
1
1
89
FONTE: dados da pesquisa
De acordo com os dados da TAB. 1 a substância ingerida em maior incidência
foi o álcool com 79 casos sendo (n= 89), em segundo temos os anticonvulsivantes
com seis casos, o terceiro abrange outras drogas medicinais com dois casos.
O resultado acima difere com o estudo de Rios et al. (2005) que declara que a
substância mais utilizada são os medicamentos da classe dos benzodiazepínicos,
antigripais, antidepressivos, antiinflamatórios, anticonvulsivantes e analgésicos.
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A TAB. 2 mostra o número dos casos, em relação ao sexo dos indivíduos que
tentaram auto-extermínio.
TABELA 2 - Distribuição dos casos de tentativa de auto-extermínio em um hospital do Leste de Minas
Gerais, no período de agosto a dezembro de 2008 considerando o sexo dos indivíduos.
Sexo
Mês
Ago.
Total
Set.
Out.
Nov.
Dez.
4
5
9
7
8
15
7
8
15
2
3
5
Masculino
6
Feminino
6
Total
12
FONTE: dados da pesquisa
26
30
56
Os dados apresentados na TAB. 2 evidenciam que a incidência é maior no
sexo feminino (30), sendo assim, o resultado condiz com o estudo de Romão e
Vieira (2004) que relata que a incidência da tentativa de auto-extermínio em
mulheres é maior em relação ao homem, mas que em contrapartida na maioria das
vezes os homens têm maior sucesso em seu ato.
Para Cassorla (1993 apud ZAMBOLIM et al. 2008) os homens são mais
susceptíveis ao suicídio, tentam com menos freqüência, porém com métodos mais
eficazes, em contrapartida as mulheres tentam com mais freqüência, porém a
substância utilizada é menos tóxica. O que segundo Hesket e Castro (2007 apud
ZAMBOLIM et al., 2008) justifica-se devido à maior incidência de quadro psicótico e
orgânico entre o sexo masculino em relação ao feminino.
Já em relação à faixa etária, os dados são exibidos pela TAB. 3:
TABELA 3 - Distribuição dos casos de tentativa de auto-extermínio em um hospital do Leste de Minas
Gerais, no período de agosto a dezembro de 2008 considerando a faixa etária dos indivíduos.
Mês
Faixa etária (em anos)
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
20 a 29
5
1
3
6
1
16
30 a 39
0
3
3
4
1
11
40 a 49
3
2
2
1
2
10
15 a 19
1
0
2
2
0
5
50 a 59
1
1
1
0
1
4
10 a 14
1
1
1
0
0
3
60 a 69
0
1
0
2
0
3
70 a 79
1
0
1
0
0
2
Total
FONTE: dados da pesquisa
12
9
15
15
5
56
Total
De acordo com os dados da TAB. 3 observou-se que a faixa etária que mais
apresentou casos, são os indivíduos com idade entre 20 a 29 anos de vida com 16
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casos (n= 56), a seguir os indivíduos de 30 a 39 anos com 11 casos, posteriormente
os de 40 a 49 anos com 10 casos.
A pesquisa realizada pelo Grupo de Estudo Epidemiológico em Toxicologia
(apud ZAMBOLIM et al., 2008) também evidenciaram que a faixa etária entre 21 a
35 anos foram as que apresentaram maior número de casos de intoxicações.
Ao analisar os resultados da entrevista pode-se entender a importância do
serviço de referência para os pacientes atendidos no hospital em estudo que
tentaram auto-extermínio. Quando questionados sobre a existência do serviço de
referência e o destino do paciente após alta hospitalar, obteve-se a seguinte
resposta:
P1 – Como não existe um protocolo estabelecido corre o risco de a grande
maioria dos pacientes após alta do serviço de urgência não procurarem o
serviço de referencia, talvez por medo de se arrependerem ou outras
causas, a falta do protocolo abre esse precedente, ficando a critério de cada
profissional que atende, uns encaminham outros internam e outros nem um
nem outro, mostrando na prática clínica diária a grande reincidência destes
pacientes com várias tentativas de auto-extermínio sem avaliação da equipe
especializada. Lembramos que há um serviço de urgência para crise, que é
a clinica psicossocial de Ipatinga – CAPS II, que funciona acolhendo casos
de crise e manutenção e/ou orientação terapêutica, porém como não há
suporte adequado, o local onde esses pacientes devem procurar são os
serviços de urgência clínica e só após cessarem o risco de vida que
deveriam ser avaliados pela equipe de saúde mental. Sugiro haver uma
equipe clínica de saúde mental no hospital com médico psiquiatra e
psicólogo, além de que toda a equipe que atende seja treinada e capacitada
para acolher tais vitimas diminuindo a sua sensação de desamparo.
P2 – É feito orientações para os familiares e alguns profissionais médicos
fazem encaminhamentos para psicólogos e psiquiatras. Não existe serviço
de referencia especifico. O CLIPS faz atendimento psiquiátrico em geral.
Foi verificado através dos relatos que não existe um serviço de referência
específico para casos de tentativa de auto-extermínio, fica a critério do profissional
encaminhar o paciente para o serviço de saúde mental do município. Percebe-se
que os profissionais priorizam no atendimento orientações de forma verbal aos
pacientes e seus acompanhantes, alguns ficam internados, outros em observação e
depois de estabilizados recebem alta hospitalar.
De acordo com Smeltzer e Bare (2006), depois de estabilizado o paciente e a
alta iminente deve ser dado ao mesmo tempo um relatório por escrito mencionando
os sinais e sintomas dos problemas potenciais relacionados com o tóxico ingerido.
Deve ser solicitada uma consulta psiquiátrica antes da alta, e fazer orientações aos
familiares relativos a alguns cuidados quanto à prevenção.
Algumas medidas podem ser tomadas para evitar altos números de
atendimentos de auto-extermínio, como: traçar um plano de manutenção da
segurança no futuro, pois, quando este plano é elaborado, existe a possibilidade de
o paciente vir a efetuá-lo; incentivar outros tipos de ações que não seja o suicídio,
para enfrentar os obstáculos futuros; estimular a esperança, experiências prévias e
resultados positivos, reforçando que o paciente será capaz de superar as
dificuldades atuais baseando-se em sucessos passados. Desta forma espera-se que
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os desejos suicidas do paciente desapareçam, instituindo novas estratégias para
administrar os problemas emocionais (TIMBY; SMITH, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tentativa de auto-extermínio faz parte da rotina dos centros de emergência
clínica, sendo assim toda equipe deve ser capacitada para que haja um atendimento
qualificado e humanizado. Após o levantamento epidemiológico verificou-se que a
substância ingerida em maior incidência foi o álcool, com prevalência no sexo
feminino em indivíduos com idade entre 20 e 29 anos de vida, com isso espera-se
que este estudo possa ser utilizado na elaboração de políticas públicas de saúde em
favor dos indivíduos que cometem este tipo de agravo à saúde, como
encaminhamento aos serviços especializados, ou grupos de apoio como alcoólicos
anônimos (AA), clínica psicossocial (CLIPS), com o objetivo de reduzir os desejos
suicidas, para que desta forma diminua o número de internações provenientes dessa
causa e para que os atendimentos que persistirem possam ser realizados da forma
mais humana e holística possível.
Acredita-se que a redução dos índices das intoxicações pode ser alcançada
por ações de encaminhamento aos serviços especializados, caracterizando assim o
perfil destas intoxicações e subsidiar a implantação de programação de prevenção e
acompanhamento específico obrigatório a estes casos.
Faz-se necessário sensibilizar e conscientizar a família e o paciente com
informações que envolvam aspectos preventivos e terapêuticos das intoxicações,
reduzindo o índice de mortalidade.
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