AVALIAÇÃO DE DANOS POR PERCEVEJO EM SEMENTES DE SOJA POR MEIO DO TESTE DE TETRAZÓLIO DA LUZ, Mauricio Brondani1; BONETTI, Luiz Pedro2; CATTANEO, Roberta3; UHDE, Shirlei4 PALAVRAS CHAVES: Dano por percevejo. Sementes. Qualidade. Introdução Os percevejos (Hemiptera: Heteroptera) são insetos sugadores,isto é, alimentam-se introduzindo o aparelho bucal (estiletes) na fonte nutricional. Os danos que os percevejos podem causar na agricultura especificamente na lavoura de soja, são de três tipos, quebra de produção quando o ataque dos percevejos pode produzir grãos atrofiados, enrugados, de tamanho pequeno e peso baixo. Podem também causar aborto de grãos e vagens, e reduzir o poder germinativo da semente, outro é a transmissão de doenças os percevejos podem transmitir doenças às sementes de soja e retenção foliar de soja ou soja louca acontece quando as vagens estão maduras, mas as folhas ficam verdes e não caem. Com isso os danos podem afetar seriamente na qualidade da semente de soja. Dentre as diversas espécies desse insento, o percevejo verde Nezara viridula (L.) tem ocorrência generalizada na maioria das regiões produtoras de soja. Outras espécies, como Piezodorus guildini (Westwood) e Euschistus heros (Fabricius), podem também causar sérios danos ás sementes. Ao se alimentar das sementes de soja, o percevejo as inocula com a levedura Nematospora coryli Peglion que irá então, colonizar os tecidos das sementes, deteriorando-os, o que resulta em severas reduções de vigor e viabilidade (VILLAS BÔAS et al., 1982). Os tecidos lesionados são mortos e flácidos, apresentando a coloração típica esbranquiçada, às vezes esverdeadas, amarelada ou acinzenada. Um anel de coloração vermelho intenso separa, na maioria dos casos, os tecidos mortos dos vigorosos. Material e Métodos A pesquisa foi conduzida no Laboratório de Análise de Sementes da Dimicron Química do Brasil Ltda., em Cruz Alta, RS. 1 Acadêmico-Curso de Agronomia-Universidade de Cruz Alta [email protected] Eng. Agr. MSc. – Professor Curso de Agronomia Unicruz [email protected] 3 Farmacêutica Bioquímica MSc. – Professora Curso de Farmácia Unicruz [email protected] 4 Especialista em produção e tecnologia de semente [email protected] 2 Foram utilizadas 106 amostras fiscalizadas da classe S1 e S2, conferindo- lhes diferentes comportamentos quanto à resistência aos danos por umidade e vigor, de acordo com a classificação de ALAVREZ (1994). As sementes foram produzidas em produtores credenciados pelo Ministério Agricultura e Renasem, na safra 2009/2010. Para a determinação da qualidade inicial, as sementes forma submetidas ao teste de tetrazólio, cuja concentração da solução do sal foi de 0,075%, através do qual as sementes foram avaliadas individualmente, segundo procedimentos descritos por FRANÇA NETO et al. (1998). Após o seccionamento longitudinal das sementes entre os cotilédones (com o cuidado para que o eixo embrionário fosse dividido ao meio nessa secção longitudinal), com o auxílio de um bisturi. Após o corte das sementes, as duas metades foram separadas e o tegumento removido para a exposição da superfície externa dos cotilédones, observando-se a ocorrência dos danos causados por percevejo nas partes externas e internas dos cotilédones; dando-se atenção especial ao eixo embrionário. Durante a leitura e a interpretação foi observado, com detalhes, se a ocorrência de determinado dano no eixo embrionário era superficial, atingindo apenas o córtex ou se afetava o cilindro central. Para a informação dos resultados do referido teste, cada semente foi analisada e classificada em classes de viabilidade de 1 a 8 (FRANÇA NETO et al., 1998). Resultados e Discussão Nas 106 amostras de semente de soja analisadas, totalizaram em 694 sementes que apresentaram picadas por percevejo, sendo que destas 52 sementes perderam a sua viabilidade. PRESENÇA DE PICADA X Série1 PERCENTUAL RELAÇÃO PICADA x PICADA/ MORTE com picada com picada/morte 9,50% 8% 5,20% 3,00% 0,25% 92% 0--5 6--10 11--15 16--20 1,00% 21--25 Das 694 sementes 92% apresentaram picada e 52 sementes apresentaram picada causando morte. Quanto à percentagem de picada de percevejo, a análise foi separada por faixas de numero de picadas: na faixa de 0-5, 6 amostras tiveram picadas; 6-10, 5 amostras; 11-15, 4 amostras; 16-20, 4 amostras; 21-25, 3 amostras. FREQUÊNCIA DE CAUSA MORTIS 66,90% 21,80% sem morte 1 morte 7,50% 3,80% 2 morte 3 morte Em 106 amostras, 71 amostras não apresentaram morte por picada de percevejo, 23 amostras apresentam uma picada causando a morte, 8 amostras apresentaram 2 picadas e 4 amostra apresentaram três sementes sem viabilidade pela picada de percevejo. Segundo FRANÇA NETO et al.,(1998) as porcetagens de danos por percevejo nos níveis 6 a 8, indicam a porcentagem de perda de viabilidade ocasionada pelos referidos danos, sendo consideradas com relação à qualidade de semente como: sem restrição: inferior a 6%; problema sério: entre 7% e 10%; problema muito sério: superior a 10%. Então, com isso se um problema sério ou muito sério é diagnosticado pelo analista de sementes através do teste de tetrazólio, por exemplo, um alto nível de ocorrência de danos por percevejos, uma ação corretiva pode ser adotada, para melhorar qualidade das sementes produzidas na próxima safra. Com o fornecimento desse diagnóstico tem sido grande responsável pó apontar os problemas de redução de qualidade das sementes, o teste, quando aplicado nas diversas etapas do sistema de produção, pode identificar os pontos de origem desses problemas, permitindo que ações corretivas sejam adotadas, resultando na produção de sementes de alta qualidade. A utilização do teste de tetrazólio em nosso país repercute não apenas com relação aos aspectos quantitativos, conforme ilustram os números acima, mas principalmente, quanto aos qualitativos, pois quando realizando em conjunto com outros testes, tem propiciado a comercialização dos lotes que efetivamente apresentem bons padrões de qualidade. Isso resulta num sistema de controle de qualidade de alta confiabilidade, assegurando maiores lucros aos produtores de sementes, através da produção de sementes de alta qualidade a menor custo. Referências Bibliográficas FRANÇA NETO, J.B.; KRZYZANOWSKI, F.C.; COSTA, N.P. da. O teste de tetrazólio em sementes de soja. Londrina: EMBRAPA – CNPSo, 1998. 72p. (EMBRAPA-CNPSo. Documentos, 116). VILLAS BÔAS, G.L.; GAZZONI, D.L.; FRANÇA NETO, J.B.; COSTA, N.P.; HE NNING, A.A.; ROESSING, A.C. Efeito de cinco populações de percevejos sobre diversas características da soja cv. UFV-1. Londrina: EMBRAPA-CNPs, 1982.13p. (EMBRAPACNPSo. Pesquisa em Andamento, 3). DELOUCHE, J.C.; STILL, T.W.; RASPET,M.;LIENHARD,M. O teste de tetrazólio para viabilidade da semente. Trad. de Flávio Rocha. Brasília, AGIPLAN, 1976.103p. KRZYZANOWSK, F.C.; FRANÇA-NETO, J.B.; HENNING, A.A.; CATELLAN, A.J.; OSTA, N.P. Cuidados na aquisição e na utilização de sementes de soja. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1996. 9p. (EMBRAPA–CNPSo. Comunicado Técnico, 55) Danos mecânico o maior agravante na semente de soja O vigor relacionado com a umidade