Diário Corumbaense - Corumbá - MS - Sexta-feira, 28 de março de 2014 - ANO: VIII - Edição: 1696 Coluna 9 Dicas Dica de Filme Meu Pé Esquerdo Elenco: Daniel Day-Lewis, Cyril Cusack, Brenda Fricker, Alison Whelan, Kirsten Sheridan País: Inglaterra, Irlanda Gênero: Drama Duração: 103 minutos HÁ, HÃO, HOUVE, HOUVERAM... QUE CONFUSÃO!!! Toda língua viva tem sua própria estrutura. Uma estrutura possível de ser apresentada pela Linguística Descritiva a partir de seu menor elemento e cujas regras de uso são prescritas pela Gramática Geral. A descrição de uma língua abrange todos os seus elementos, quer sejam aqueles utilizados na fala ou na escrita. Lembrando que, na fala, a menor unidade de uma língua são os fonemas que compõem os sons dessa fala; e, na escrita, a menor unidade é a letra. Assim sendo, toda e qualquer palavra se constitui de partes menores e, por outro lado, faz parte de unidades maiores da língua, tais como a frase e o texto. Entretanto, é a Gramática Normativa que determina a função e o emprego padrão das palavras de uma língua. Porém, na contramão da Gramática tradicional, há o uso real da língua na fala das pessoas, que sempre encontram uma maneira mais fácil de comunicarem-se estabelecendo regras próprias para a linguagem falada. Em se tratando de verbos, enquanto a Gramática prescreve significados rígidos e regras para sua aplicação na escrita, por outro lado, o uso coletivo na fala consagra aquilo a que chamamos Norma Linguística. Em relação à substituição do verbo Haver, pelo verbo ter, registra-se um comportamento ao qual podemos nomear de pan brasileiro por ser largamente praticado em todo o país. Nota-se que, por ser considerado um verbo de difícil flexão, seu emprego é cada vez mais substituído pelo verbo ter. Ambos são verbos impessoais, isto é, essencialmente utilizados em orações sem sujeito. Observa-se que o verbo haver é utilizado predominantemente na linguagem formal, enquanto o verbo ter é de uso recorrente na linguagem coloquial. Em muitos casos, as pessoas costumam flexionar inadvertidamente o verbo haver, com sentido de existir, em frases tais como: houveram épocas em que o português era mais fácil; haverão lugares para todos no auditório? Alertamos que, em casos como esses, quando o verbo haver for usado no sentido de existir, ele não deve ser flexionado, permanecendo sua forma no singular do presente do indicativo em: houve épocas em que o português era mais fácil; e no singular do futuro do presente do indicativo, tal como em, haverá lugares para todos no auditório? Não devemos esquecer que, no sentido de existir /acontecer, o verbo haver é impessoal, isto é, não tem sujeito; consequentemente, não flexiona. E mais: se estiver combinando com um ou mais verbos auxiliares, toda a expressão verbal permanece no singular. Por haver tantas dúvidas em relação ao emprego do verbo haver, sugerimos revisitar a gramática da língua portuguesa para que você tenha um desempenho satisfatório no uso da língua. Então, ao trabalho! Bom fim de semana. Este texto contou com a colaboração da Professora Eva de Mercedes Martins Gomes, mestre em Estudos de Linguagens pela UFMS. Rosangela Villa é Dra. em Linguística da língua portuguesa, com atuação em Sociolinguística. É professora do Mestrado em Estudos de Linguagens, Mestrado em Estudos Fronteiriços e do Curso de Letras da UFMS. Contato para sugestões: [email protected]. Sinopse Direção: Jim Sheridan Ano: 1989 Baseado na história real do escritor e artista plástico Christy Brown, deficiente físico que enfren- tou vários obstáculos até alcançar o reconhecimento da família, do público e da crítica. Christy Brown (Daniel Day-Lewis), filho de uma humilde família irlandesa, nasce com uma paralisia cerebral que lhe tira todos os movimentos do corpo, com a exceção do pé esquerdo. Com o controle deste único membro ele torna-se escritor e pintor. Dica de Livro Fim Sinopse Autor: Fernanda Montenegro Páginas: 208 Lançamento: 2013 Editora: Companhia das Letras Português O livro focaliza a história de um grupo de cinco amigos cariocas. Eles rememoram as passagens marcantes de suas vidas: festas, casamentos, separações, manias, inibições, arrependimentos. Álvaro vive sozinho, passa o tempo de médico em médico e não suporta a ex-mulher. Sílvio é um junkie que não larga os excessos de droga e sexo nem na velhice. Ribeiro é um rato de praia atlético que ganhou sobrevida sexual com o Viagra. Neto é o careta da turma, marido fiel até os últimos dias. E Ciro, o Don Juan invejado por todos — mas o primeiro a morrer, abatido por um câncer. São figuras muito diferentes, mas que partilham não apenas o fato de estar no extremo da vida, como também a limitação de horizontes.