PSICOLOGIA SOCIAL A área mais utilizada como base de trabalho dos psicólogos sociais é a psicologia sóciohistórica, que fundamenta-se nos estudos do psicólogo russo Lev Vigotsky, autor do livro “a formação social da mente”. A sócio-histórica, também chamada de sócio-cultural, parte de uma concepção diferente de homem e de mundo. A psicologia sócio-histórica compreende que o comportamento do homem e sua personalidade são amplamente influenciados pelo contexto social e histórico que o indivíduo está inserido. Área de conhecimento – Estudo do comportamento do sujeito no contexto social, relacionando-se com as outras pessoas. Para Silvia Lane a Psicologia Social é um conhecimento, uma área da psicologia que estuda a dimensão subjetiva dos fenômenos sociais: preconceitos, violência, relações de gênero, exclusão/inclusão, comportamento político, comunicação. A Antropologia Social faz referência às Patologias Sociais, incluindo os problemas sociais relacionados ao tráfico de drogas, prostituição, mendicância, gravidez precoce, população em situação de rua, além dos racismos, preconceitos e injustiças. De todo modo, todas essas situações são fenômenos sociais, são objetos de estudo e atuação da Psicologia Social, especialmente no enfoque da Psicologia Social contemporânea que dedica-se ao estudo da dimensão subjetiva e psicológica dos fenômenos sociais. A “exclusão” por exemplo, para que ela possa existir na sociedade, ela primeiramente existe como um registro dos sujeitos, de alguma forma. É a isto que chamamos dimensão subjetiva, compondo o fenômeno social. Área de Atuação – É a aplicação desse conhecimento, e os psicólogos atuam em todos os lugares onde existam coletivos, como instituições, comunidades, movimentos sociais, sociedade em geral, aplicando a compreensão da dimensão subjetiva dos fenômenos sociais. São interesses da Psicologia Social: - Relações de Gênero, - Escolha de parceiros, - Relações Familiares, Relações Comunitárias, - Instituições, etc. O que diferencia o psicólogo social dos demais psicólogos é o foco, é a perspectiva com que ele vai olhar a realidade, sempre interessado na dimensão subjetiva dos fenômenos coletivos. Observemos que o psicólogo social pode ter qualquer abordagem teórica, mas geralmente se interessam pelo trabalho com grupos. Grupos focais, por exemplo. INTERVENÇÃO SOCIAL, O TRABALHO COM GRUPOS Trabalhar com comunidades demanda do psicólogo social competência específicas, como a capacidade de conhecer a realidade social e cultural da população, compreender as necessidades reais e assimilar os modos de expressão do coletivo. Reunir, participar e abrir canais eficazes de comunicação fazem parte do início do processo de intervenção. Grupo Focal - O principal objeto do Grupo Focal consiste na interação entre os participantes e o pesquisador e a coleta de dados a partir da discussão com foco em tópicos específicos. É ideal para explorar as experiências das pessoas, opiniões, desejos e preocupações. Análise de dados - Após determinado tempo coletando dados nos deparamos com um material na maioria das vezes bem farto e é preciso uma estratégia definida de análise de dados para transformar tantas informações em reflexões conclusivas. Análise de conteúdo – Refere-se a uma decomposição do discurso e identificação das unidades de análises e/ou grupos de representações para uma categorização dos fenômenos. Após isto, realizar a reconstrução de significados que apresentem uma compreensão mais aprofundada da interpretação de realidade do grupo estudado. É também um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens. As três etapas fundamentais dessa análise: pré-análise (organização dos materiais que serão utilizados na coleta de dados, sendo consolidado o esquema de trabalho); descrição analítica (nessa etapa o material é mais aprofundado, sendo embasado pelas hipóteses e referencial teórico, ocorrendo a efetivação das decisões tomadas anteriormente); interpretação referencial (fase de análise, firmam-se relações com a realidade embrenhando as conexões da ideia, buscando tornar os resultados brutos significativos e válidos). A análise de conteúdo habitualmente é realizada pelo método da dedução frequencial (que consiste em enumerar a ocorrência de um mesmo signo linguístico (palavra) que se repete com frequência, visando constatar a pura existência de tal ou tal material linguístico, não preocupando-se com o sentido contido no texto, nem à diferença de sentido entre um texto e outro, culminando em descrições numéricas e no tratamento estatístico). Distinguem-se três grandes categorias de métodos que incidem principalmente sobre certos elementos do discurso, sobre a sua forma ou sobre as relações entre os seus elementos constitutivos. São as análises temáticas que revelam as representações sociais a partir de um exame de certos elementos constitutivos; as análises formais que incidem principalmente sobre as formas e encadeamento de discurso; e as análises estruturais, que põem a tônica sobre a forma como elementos de mensagem estão dispostos e tentam revelar aspectos subjacentes e implícitos de mensagem. Análise do discurso do sujeito coletivo - Conhecido como DSC, é um método quantiqualitativo muito utilizado em questionários que englobam questões abertas como aqueles que solicitam que o pesquisado justifique suas respostas e então a pessoa produz um discurso, um depoimento. No caso da análise de discursos de grupos focais o que se faz geralmente é analisar as discussões do grupo e trabalhar por temas ou assuntos, dos quais são retiradas as expressõeschave e as ideias centrais a serem categorizadas para que se possa destacar os discursos.