do Recurso

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CAMPANHA DO ADVENTO – ANO B
SEREMOS LUZ
Diocese de Coimbra
Departamento Espiritualidade/Liturgia
PRÓLOGO
Mais um ano, o SDEC faz uma proposta de vivência do Tempo do Advento para as
crianças e adolescentes das nossas catequeses, assim como para a restante comunidade.
Trata-se duma forma de sintonizar com a grande «Catequese da Igreja» que é o Ano
Litúrgico, com o seu ritmo e o enfase da celebração dos mistérios e tempos mais
significativos. Não deixa de ser também uma forma de purificar o Natal de tudo aquilo
que o degenera do seu sentido e significado mais profundos e que é evidente aos olhos
de todos. Ao afirmar a centralidade do Nascimento de Jesus, no meio de tantas outras
imagens e histórias que o pretendem substituir em outros «natais», pretende-se
recuperar este acontecimento central da fé cristã e viver toda a esperança que ele
consigo traz.
Não será difícil seguir as indicações que se propõem nesta «campanha» nem
executar ou concretizar as actividades que lhe dão forma prática. As reflexões às leituras
que acompanham cada semana, são um contributo para ajudar os catequistas e outros a
aprofundarem a mensagem que é proposta. Elas foram inspiradas em alguns autores
como P. Juan Jáuregui, P. Luis Betés e P. Amaro Gonçalo. O restante foi fruto da
criatividade de quem a construiu e da proposta espanhola da CCS, para o presente ano.
Entretanto, se assim for conveniente para as comunidades, pode-se optar só por fazer a
«coroa do advento», devendo ser as crianças a construírem as velas progressivamente
ao longo deste tempo; ou optar pela «constelação das estrelas», com a mesma
preocupação. Era importante também que algo da «campanha» fosse sinalizado na
celebração dominical de cada comunidade, ou nos «Ritos iniciais» ou após a «homilia»,
ou ainda no momento de «acção de graças».
No entanto, o SDEC sabe das dificuldades que muitas comunidades possuem de
pôr em prática este tipo de «campanhas», umas vezes por falta de condições a vários
níveis, outras vezes por não haver quem faça! Contudo, não deixa de exortar todas e
cada uma das Paróquias, a partir do grupo de catequistas, que dinamize este tempo,
tendo em conta a proposta feita, adequando-a à realidade concreta. Mais do que
uniformidade, interessa que este seja mais um sinal de unidade e vitalidade, promovido
pelas Catequeses paroquiais, numa perspectiva sempre nova de evangelização.
Por fim, resta agradecer à Helena Barreiros e à Maria Celeste Castelhano que
reflectiram e forjaram esta ideia, orientando-a para que fosse acessível e disponibilizada
para todos os que a queiram aproveitar. No final deste guião, estão indicados os seus emails para o esclarecimento de possíveis dúvidas. Os serviços do SDEC estão também
sempre disponíveis para auxiliar em qualquer circunstância, desde que contactados
previamente.
Marcado este ano pastoral pelo ritmo da «Caridade», recordemos a reflexão dum
Padre da Igreja, afirmando que «o cristão, pelo seu testemunho e estilo de vida, deveria
ser capaz de fazer brilhar a «luz» da caridade, pois como aconteceu com os Magos, os
outros segui-los-ão até Jesus. Com efeito, no meio de tantas «estrelas» cadentes que nos
levam a lado nenhum que, neste Natal e no tempo que o prepara, brilhemos para que
muitos, dos que nos rodeiam, possam viver esse encontro com o Salvador do mundo, o
Deus Menino nascido em Belém.
P. Rodolfo Leite
1. INTRODUÇÃO REFLEXIVA
Estamos a pouco tempo de comemorarmos a data que celebra um importantíssimo
acontecimento dos tempos: o nascimento de Jesus.
Neste tempo de Advento, há sentimentos misturados pairando no ar. Pessoas que vão e
vêm pelas ruas, preocupadas apenas com os presentes que irão oferecer aos filhos, pais,
parentes ou amigos.
Outros, porém, sofrem nesse dia a perda irreparável de entes queridos que não irão
estar presentes nas comemorações, esquecendo-se de que a vida é eterna e que só
morremos realmente, quando deixamos de acreditar nos nossos sonhos.
Alguns sofrem por estarem longe de seus filhos, pais ou irmãos que estão distantes.
Há aqueles que sofrem por não terem condições financeiras para oferecer aos filhos o
tão esperado presente de Natal, e talvez nem mesmo possuam dinheiro para comprar
um alimento para ser servido à mesa no dia de Natal.
E o verdadeiro sentido desta data, onde entra? Onde fica a lado caritativo do Natal?
Jesus não veio ao mundo para que seu nascimento fosse comemorado com bens
materiais. Jesus veio ao mundo para que nossa visão de vida ganhasse um novo sentido
de esperança. Veio ensinar-nos a deixar de lado nosso egoísmo; veio ensinar-nos o amor
ao próximo, mas não aquele amor que só ama os que realmente estão próximos a nós.
Isso é fácil!
Jesus veio ensinar-nos que devemos estender a nossa visão para além daquilo que
conseguimos enxergar. E existe muito, muito mesmo o que se vê.
Há pessoas que se preocupam demais com coisas que vistas pelo lado espiritual, perdem
a sua importância. Jesus veio pregar o amor, a compreensão, o desapego, a caridade e a
solidariedade.
Amor que se deve estender a todos os seres vivos.
Desapego aos bens materiais, porque ao nascer não trazemos nada nas mãos, a não ser o
desejo de aprender e crescer espiritualmente. E ao partir levamos apenas as nossas
experiências de vida.
Solidariedade e caridade para com o irmão necessitado do pão para seu corpo sim, mas
muito mais do pão para sua alma.
E essa solidariedade e caridade, não devem ser praticadas apenas no decorrer das
festividades de Natal e Ano Novo. Devem ser postas em prática a vida inteira, assim
como Jesus nos ensinou.
Pessoas existem que se confraternizam nesta época do ano, se perdoam mutuamente
das ofensas trocadas, apertam as mãos, abraçam-se, cantam, bebem e riem juntos. Mas
no dia seguinte, quando a vida volta ao normal, todas as promessas são esquecidas e
cada qual retoma sua vida e os seus propósitos dissolvem-se no ar como o fumo. O
mesmo egoísmo volta a dominar suas vidas.
O Natal é uma data bonita que deve ser comemorada com a alma, com alegria, com amor.
Jesus nasceu com o objectivo claro e único de dar a vida por nós, para nos salvar.
Vamos procurar mostrar-Lhe que o seu sacrifício não foi em vão. Vamos procurar fazer
deste Natal não apenas mais uma data em que trocaremos presentes, abriremos
champanhe e brindaremos junto dos nossos mas, sim, uma data de renovação dos
nossos propósitos de vida e de renascimento interior.
É o que se propõe em mais esta caminhada do Advento, onde, em cada Domingo vamos
abrir o nosso coração para uma atitude de ajuda e compreensão dos nossos irmãos em
Cristo, da nossa família, dos nossos colegas de escola ou de trabalho.
Com este propósito conseguido, poderemos então dizer que anunciamos a verdadeira
alegria da vinda de Jesus, o Verbo Divino que se fez Carne para nos salvar com o Seu
amor gratuito, incondicional e dirigido a todos e a cada um de nós.
A PROPOSTA DESTA CAMPANHA TEM COMO OBJECTIVOS:
 Reflectir sobre o mistério da encarnação de Jesus e levar a todos a alegria da Sua
vinda, neste tempo tão necessitado de amor e solidariedade.
 Iniciar a construção da constelação da alegria com uma estrela de esperança em
cada um dos domingos do Advento. A iluminação do céu será coadjuvada pela
colocação de velas (uma em cada domingo) que representarão o compromisso
caritativo e de oração comunitária.
 Celebrar o Natal do Senhor Jesus na perspectiva da sua essência de fraternidade e
luz.
 Proporcionar aos Gaiatos mais um momento de partilha, de alegria e de vivência
cristã concreta.
 Anunciar ao “mundo” a Boa Nova da vinda de Jesus, enquanto oportunidade de
renovação espiritual e pessoal, com ênfase especial no domingo da Epifania.
CONCRETIZAÇÃO PRÁTICA:
 A Ursa Maior, constelação mais conhecida por todos, “oferecerá” a sua
configuração para estabelecermos a caminhada.
 Na sala de catequese será feita, semanalmente, a reflexão do Evangelho, com
orientação disponível no guião.
 O grupo com a responsabilidade da preparação das leituras da Eucaristia das 11
horas, dispõe também da sugestão para a introdução e para a oração de acção de
graças. Construirão ainda uma vela (nos anexos deste guião), que acompanhará a
mensagem de cada domingo, a ser apresentada no momento da Admonição.
 Em cada semana, na catequese, será entregue uma estrela a cada criança, onde
constará o propósito semanal. Esta estrela deve ser trazida para a Eucaristia de
cada domingo e colocada num “céu a iluminar”, no painel alusivo à campanha e
que ficará visível na igreja.

Conjuntamente, será feita a partilha de bens alimentares e produtos de higiene,
cujo alvo é a população da Casa dos Gaiatos (opção da Paróquia de S. José, Coimbra).

Para casa, cada criança levará, ainda, logo no início do Advento, “um poster” com
o desenho da constelação e deverá colorir uma estrela por semana. No Natal,
colorirá o presépio e fará uma mensagem ao Menino Jesus.

Na primeira catequese de 2012, a criança deverá trazer o seu “poster” colorido
para que com todos possa ser feita uma “exposição” no salão polivalente, no dia
da Festa da Epifania, dia em que se acolhem os Gaiatos e se faz a entrega dos bens
partilhados.
Este “poster” está disponível em formato A4 de modo a ser compatível com o
espaço disponível, face ao potencial número de “posters” a expor.
Que seja uma caminhada de renovação espiritual
cheia de esperança em Jesus
a LUZ da LUZ
2. MEDITAÇÕES E SUGESTÕES PARA A OPERACIONALIZAÇÃO
Inspiradas em Juan Jáuregui; Luis Betés, Amaro Gonçalo
PRIMEIRA SEMANA – LUZ DA PAZ
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não
sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar
a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e
mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono
da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o
caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a
todos: Vigiai!»
1. É o desejo ardente de quem espera uma luz! É a ânsia do coração inquieto, na
noite escura. É um grito de alerta na alma da sentinela que aguarda, vigilante, a surpresa
de uma chegada! Isaías, o profeta do Advento, vem despertar-nos o coração adormecido
para o desejo mais profundo de Deus, na certeza inabalável de que Ele virá e descerá
sobre nós! Como é elevado este anseio! Como é tamanha esta esperança! É o desejo de
Deus, como único Redentor, que brota do nosso pobre coração caído na lama, como folha
seca. É o anseio de contemplar o rosto de Deus Pai num coração desfeito. É a esperança
de que o Senhor volte para nós o Seu olhar, de que volte à nossa companhia, de que Ele
venha até nós! Sem este verdadeiro anseio, sem este forte desejo da vinda do Senhor, o
Advento é uma oportunidade perdida. Será «outra vez Advento», mas não «Advento de
novo».
2. Mas o mesmo profeta antevia já a realização do que esperava: «vós já descestes,
Senhor, e perante a vossa face estremeceram os montes. Nunca os ouvidos escutaram, nem
os olhos viram que um Deus, além de vós, fizesse tanto em favor dos que praticam a
justiça». Sim. Ele já veio. Já mostrou a sua face. Veio há dois mil anos, na humildade da
natureza humana. Com Cristo, Deus mostrou o seu rosto, fez-se ver e ouvir. Entrou no
nosso mundo, tomou-o como sua casa. E com a sua vinda, foram-nos fiados e confiados
todos os bens! São Paulo pôde mesmo dizer aos coríntios: «já não vos falta nenhum dom
da graça, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo» (I Cor.1,7)!
3. Mas o Senhor vem continuamente. Atravessa-se, no nosso caminho, entra na
nossa vida, quantas vezes surpreendentemente, a qualquer hora da noite ou do dia, com
notícias e acontecimentos, que ora nos arrasam ora nos acordam, ora nos chamam a Ele
e para ele. Esta intensa Luz – que Ele é –, que dissipa as trevas, põe a claro a cegueira dos
nossos falsos desejos, das nossas necessidades artificiais, das nossas luzes intermitentes.
De algum modo, a luz intensa e permanente, que é Cristo e que só Ele nos traz, presta-se
a alertar-nos para o aparato inútil de tantas coisas que nos encandeiam! Só com esta «luz
de vigia», podemos descortinar os sinais de Deus, encontrar o essencial da vida! Que ao
chegar esta Luz, Ele nos encontre na própria casa e em Paz.
4. É a casa do mundo, é a casa da Igreja, é a casa de cada um, o lugar onde
esperamos activos na construção da Paz. Esperamo-lo, não preocupados com o dia e a
hora, mas ocupados na tarefa que o Senhor a todos e a cada confiou: sermos luz de Paz
para todos os que nos rodeiam!
Vamos viver este Advento de maneira simples, a partir da nossa casa, onde tudo
começa. O tempo de crise que se vive é propício a acautelar o essencial, a vigiar pela
fidelidade! Que o Senhor desperte em nós este desejo, este anseio e esta vontade firme
de irmos ao encontro de Cristo, nossa Luz, pelos caminhos da Paz. O desejo do coração é
a nossa luz de vigia, no tempo da espera, pacificados! Por isso clamamos: Vinde, Senhor
Jesus! Sede a nossa Luz. Entrai e alumiai todos os que estão em casa (Mt.5,16)!
2.1 NA SALA DE CATEQUESE (REFLEXÃO COM AS CRIANÇAS)
Reflectir sobre o Evangelho, com as crianças, e tendo em conta a sua idade, sensibilizar
para a atitude esperada, neste caminho do Advento, também através da história das
velas, que inicia nesta primeira semana.
VIGIAR: Significa estar atento para cuidar de alguém, como quando fazem connosco
quando estamos doentes.
Significa também preparar-se para o que vai acontecer, a fim de não sermos
surpreendidos.
Quando Jesus diz: «Acautelai-vos, vigiai…» quer que o nosso coração esteja em paz e que
seja capaz de alargar essa paz àqueles que nos rodeiam. Assim, estaremos preparados para
O receber.
COMPROMISSO PARA A SEMANA
1. Pensar em palavras de paz e escrevê-las, ou desenhar, na estrela, algo que
signifique a paz.
2. REZAR, TODAS AS NOITES ANTES DE DORMIR, por todas as crianças que não conhecem
Jesus e, portanto não O esperam.
3. TRAZER A ESTRELA PARA A EUCARISTIA DO DOMINGO. VAMOS ILUMINAR O CÉU!
4. Partilhar algum LEITE para que todas as crianças da CASA DO GAIATO possam estar
paz, sem terem fome.
Para o grupo que prepara a Eucaristia Dominical, PREPARAR A ADMONIÇÃO com a leitura do
seguinte texto, que acompanha a apresentação da VELA DA PAZ:
Para ajudar a compreender a mensagem de Natal, em cada semana do Advento, vamos
descobrir a história de quatro velas que vão ajudar a iluminar o nosso céu e nos segredam:
Eram uma vez quatro velas que ardiam lentamente… a noite era tão silenciosa que se
podia ouvir o que diziam entre si. A primeira vela disse: «Eu sou a luz da paz, porém sintome muito débil, pois cada vez há menos paz no mundo. Creio que me vou apagar». A chama
foi enfraquecendo e apagou-se.
Hoje, Jesus adverte-nos, no Evangelho, para estarmos alerta e vigiarmos. Cada um de nós
deve eleger a paz e ser seu mensageiro. A paz que Jesus vem trazer ao mundo, depende
também de cada um de nós.
PREPARAR A ORAÇÃO DE ACÇÃO DE GRAÇAS para ser rezada em conjunto, na Eucaristia:
Senhor, estás a preparar para nós o presente maravilhoso da Tua vinda!
Para receber-Te bem, vou tentar ser menos revoltado e conflituoso, esforçar-me por
permanecer tranquilo e ser paciente com os que me rodeiam, desde os familiares aos
colegas. Apaziguarei os mais chateados e não andarei de má cara para ninguém… porque
desejo que o meu coração esteja preparado para celebrar um Natal em paz.
Vem, Jesus, eu estou à Tua espera! Ámen.
SEGUNDA SEMANA – LUZ DO AMOR
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías:
«Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama
no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». Apareceu João
Baptista no deserto a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados.
Acorria a ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém e eram
baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. João vestia-se de pêlos de
camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel
silvestre. E, na sua pregação, dizia: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu,
diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias.
Eu baptizo-vos na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo».
1. Tão bela como oportuna, esta mensagem de Advento: “Consolai, consolai o
meu Povo. Falai ao coração de Jerusalém” (Is. 40, 1-2)! É um imperativo, que soa e
ressoa, como verdadeira «boa nova» (Mc. 1, 1), no vasto deserto da solidão que hoje se
vive, seja no isolamento de quatro paredes sem calor humano, seja na confusão anónima
das ruas e centros da cidade, em que nos tocamos e cruzamos sem nos vermos, sem
chegarmos a sentir nada uns pelos outros! Mas há outras tantas formas de solidão, dos
que lutam sozinhos, dos que combatem sem apoios, dos que falam sem ser ouvidos, dos
que caminham pelo mundo sem estrelas nem companhia!
2. A ferida da solidão conduz hoje muitas pessoas a uma ansiedade incontrolada e
a um desejo imenso de encontrar algo com que se entreter ou alguém com quem falar.
Nós próprios recorremos muitas vezes, a homens e mulheres bons, para lhes expor os
nossos problemas, na secreta esperança de que eles partilhem o nosso fardo, e nos
libertem da nossa solidão. Criamos, por vezes, expectativas devastadoras, pois ninguém
é capaz de nos responder cabalmente às nossas perguntas; nada e ninguém pode
satisfazer completamente os nossos desejos e preencher inteiramente o coração! Muitos
casamentos chegaram ao fim, sem que nenhum dos esposos fosse capaz de satisfazer a
expectativa, muitas vezes escondida e inconfessada, de que o outro afastasse
definitivamente a sua solidão. Depois, para enganarmos a solidão, inventamos vários
anestésicos como a pornografia, o álcool e a diversão tonta ou irresponsável. Mas – bem
o sabemos - o alívio é temporário e, por fim, voltamos a estar sós, de novo por nossa
conta e risco! Só Deus, em última instância, nos pode consolar!
3. Então o que podemos fazer, com a nossa solidão, que tantas vezes assalta a
nossa consciência, como uma sensação desesperada de isolamento? Não resolveríamos o
problema, com uma nova compra, uma nova diversão, uma nova aventura, na amizade,
no amor, no casamento? São questões difíceis, que brotam dos corações feridos.
Escutando o coração, podemos começar a sentir que, ali, no meio da nossa tristeza, há
alegria; que no meio dos nossos medos, corre um rio de paz. Se nos escutarmos aí,
veremos então que Deus nos fala ao coração. De facto, «quem crê nunca está só»! (Bento
XVI).
4. Esta estrada exigente é o nosso caminho da conversão. Em vez de fugirmos da
nossa solidão e de tentarmos esquecê-la ou negá-la, havemos de protegê-la, de modo
que dê frutos. Havemos de aprender a chorar, a estar de vigília, a esperar a madrugada.
É algo muito duro! Precisamos de muita coragem, para entrar nesse deserto da nossa
solidão, e transformá-lo num jardim de recolhimento. Acreditar que a nossa solidão
esconde uma beleza desconhecida é um desafio à própria fé: o Amor. Mas só assim
podemos iniciar uma vida espiritual séria. Isto é o que se chama preparar, “no deserto”
(Is.40, 3), o caminho do Senhor! Trata-se de passar dos sentidos inquietos para o
espírito sereno de quem ama e de quem é amado por Ele; ultrapassar os desejos de
exteriorização, por uma verdadeira busca interior: «onde tu estás?». Depois sim, depois
de saborearmos esse recolhimento, tornar-se-á possível uma vida nova. Ela nos libertará
de falsos laços, para nos ligar a Deus e aos outros, de uma forma nova e surpreendente!
Esta é a verdade que nos libertará…!
5. É nesse recolhimento profundo, que se pode descobrir a brandura e a ternura,
com que se pode amar verdadeiramente os outros. Deixemos, por isso, que nos fale ao
coração: Consolai. Consolai o meu Povo. Procurai mais consolar, que serdes consolados.
Estai com aqueles que estão sós, no seu sofrimento, e tomai-o como vosso. Abri as portas
do coração e da vida aos mais sós. Partilhai com o próximo a sua dor de solidão. Nesse
sofrimento compartilhado, fazei entrar, com toda a suavidade, a luz terna do Amor.
Consolai, consolai o meu Povo! Fazei da solidão, própria ou do outro, um espaço aberto à
comunhão. Consolai. Acendei, assim, no coração dos outros, uma luz de presença, que
brilhe já como estrela da nossa esperança!
2.2 NA SALA DE CATEQUESE (REFLEXÃO COM AS CRIANÇAS)
MENSAGEIRO: Aquele que é enviado para levar e anunciar uma notícia.
João Batista diz: «Endireitai as veredas…» o que significa suprimir todos os obstáculos
que nos impedem de avançar e nos fazem tropeçar. Converter-se é mudar de vida com o
desejo de ser melhor.
COMPROMISSO PARA A SEMANA
1. Pedir perdão a Deus, na Eucaristia dominical, pelas más palavras e acções, que
são os obstáculos que nos impedem de estar bem com Ele.
2. Rezar, todas as noites antes de dormir, o Acto de Contrição após o exame de
consciência.
3. Trazer a estrela para a Eucaristia do Domingo. Nela deve estar escrito o nome de
um amigo ou familiar, a quem amas muito.
4. Partilhar algum do nosso ARROZ para que as crianças da CASA DO GAIATO sintam
que também são amadas.
Para o grupo que prepara a Eucaristia Dominical, PREPARAR A ADMONIÇÃO com a leitura do
seguinte texto, que acompanha a apresentação da VELA DO AMOR:
A segunda vela, estava muito triste por tudo o que acabara de ouvir, e expressou-se deste
modo: «Eu sou a luz do amor, mas também não tenho força para permanecer acesa, pois
cada vez há menos amor no mundo». E dizendo estas palavras, a vela apagou-se…
Imaginas o que sucederia se o amor deixasse de existir no mundo?
João Batista adverte-nos: «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas».
Também tu podes preparar a vinda de Jesus, mudando a tua maneira de viver!
Escolhe amar como ama Jesus e sê o seu mensageiro.
O amor que Jesus vem trazer ao mundo, também depende de ti.
PREPARAR A ORAÇÃO DE ACÇÃO DE GRAÇAS para ser rezada em conjunto, na Eucaristia:
Jesus:
Tu és o Filho muito amado de Deus. Tenho a sorte de Te ter como amigo.
Posso confiar-Te o que me faz feliz e dizer-Te o que me entristece. Sei que me atendes
porque me amas.
Vou escutar os conselhos de João Batista, procurando tempo para brincar com os meus
amigos ou com o meu irmão ou minha irmã.
Animarei os meus amigos tristes… porque desejo ter o coração preparado para celebrar o
Natal com amor.
Vem Jesus, eu Te espero! Ámen.
TERCEIRA SEMANA – LUZ DA CONFIANÇA
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha,
para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a
luz, mas veio para dar testemunho da luz. Foi este o testemunho de João, quando os judeus
lhe enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: «Quem és tu?» Ele
confessou a verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Messias». Eles
perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?». «Não sou», respondeu ele. «És o
Profeta?». Ele respondeu: «Não». Disseram-lhe então: «Quem és tu? Para podermos dar
uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?» Ele declarou: «Eu sou a
voz do que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta
Isaías». Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram: «Então, porque baptizas, se
não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?» João respondeu-lhes: «Eu baptizo em água,
mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem
eu não sou digno de desatar a correia das sandálias». Tudo isto se passou em Betânia, além
Jordão, onde João estava a baptizar.
1. O mercado organiza-se, a todo o vapor, para nos vender, no meio da crise, a
poção mágica da alegria. Movimento, boas palavras, promoções antecipadas, sorrisos
artificiais, em todo o tipo de «natais». Mas um passeio atento, pelo coração da «cidade»
real, faz-nos ver o outro lado da rua. A rua da melancolia, de um certo desencanto e
cansaço vencido. O que sobra, por aí, em prazer empacotado, vendido e comprado, faltanos em graça e alegria!
2. Espanta-nos, por isso, o tom solene e imperativo de São Paulo: «Vivei sempre
alegres»! Se já nos parece tão difícil desfrutar a graça de alguns momentos de alegria,
este desafio a viver sempre alegres, parece-nos uma ousadia insensata! Todavia, o
Apóstolo sabia bem o que estava a dizer! Ele trazia e conhecia, no próprio corpo, as
marcas de Jesus, sabia das agruras da tribulação, das dores e perigos de uma vida tão
sofrida! Por certo, São Paulo estará a desafiar-nos então para uma outra alegria. Não
uma alegria exterior e banal, não uma alegria superficial e divertida, a reboque dos
copos da vitória ou da derrota, da sorte ou do azar, da morte ou da vida, da saúde ou da
doença, da boa ou da má disposição, do sucesso ou do fracasso. Não. Tamanha alegria,
que dura e perdura, para lá dos nossos humores, só pode brotar como milagre da graça,
na nossa alma vazia que apenas sabe confiar!
3. Significativamente, na primeira leitura, aparece este hino de louvor: «Exulto de
alegria por causa do Senhor, minha alma rejubila, por causa do meu Deus» (Is.61.10).
Numa palavra: “a verdadeira fonte da alegria é a certeza de sermos amados por Deus, com
um amor apaixonado e fiel, um amor maior que as nossas infidelidades e pecados, um
amor que perdoa” (Bento XVI). Sim, é Deus a causa única da nossa alegria. Toda a alegria
que se dá fora dele ou sem Ele, não satisfaz. Pelo contrário, arrasta a pessoa para um
redemoinho no qual não pode estar verdadeiramente contente. Nenhuma alegria resiste
sempre, se vier a apoiar-se em coisas que, de repente, nos podem ser tiradas ou
destruídas. Ao dizer «vivei sempre alegres», Paulo diz-nos: «Alegra-te sempre, porque
Deus te ama sempre! A grande alegria vem do facto de existir este grande Amor de Deus,
por ti. Tu és alguém que és indefectivelmente amado (a), criado e redimido por Ele. E isto
está estabelecido para sempre!» Esta é realmente «a Boa Nova», que nos enche da
perfeita alegria! É uma alegria que existirá e subsistirá, mesmo nas circunstâncias de
uma vida difícil. Aliás, só este fio de alegria torna possível atravessarmos com
serenidade, coragem, grandeza e confiança, os momentos mais obscuros do coração e da
vida. Precisamos desta alegria de viver, que só a fé nos pode dar!
4. Se a fé nos introduz nesta Confiança do amor de Deus, que permanece e
prevalece, sobre todas as coisas, então é urgente revestir de alegria a nossa fé! Sente-se,
hoje, entre os cristãos, um bafo de tristeza, uma triste monotonia, sintomas de um certo
cansaço da fé e de pouca confiança n’Ele. Ora a fé que se vive na confiança só pode gerar
alegria de vida! Uma fé sem alegria, é como uma vela apagada, uma vida sem confiar.
Sem a alegria, não há luz, no teu olhar! Ora “a candeia do teu corpo são os teus olhos. Se os
teus olhos estiverem sãos, todo o teu corpo estará iluminado. Examina, pois, se a luz que há
em ti não é escuridão. Se todo o teu corpo está iluminado, todo ele será luminoso, como
quando a candeia te ilumina com o seu fulgor” (Lc.11,34-36).
5. A Madre Teresa afirmava: “Não há melhor maneira de manifestar a nossa
gratidão a Deus e aos homens do que aceitar tudo com alegria. Um coração ardente de
amor, é necessariamente um coração alegre”. Por isso, não deixemos nunca que a tristeza
se apodere de nós, ao ponto de te fazer esquecer a alegria de Cristo, que nasceu e deu a
vida por nós. Continuemos a confiar em Jesus e darmo-nos aos outros, pelo amor que
nos une a Ele. Que a nossa força não seja outra, que a alegre confiança em Jesus. Vivemos
felizes e em paz. Aceitemos tudo o que Ele dá, e demos-Lhe tudo o que ele toma de nós!
2.3 NA SALA DE CATEQUESE (REFLEXÃO COM AS CRIANÇAS)
TESTEMUNHA: Diz-se daquele que assistiu a um acontecimento ou que ouviu alguma coisa
e o comunica a outras pessoas. Em grego, testemunha diz-se “martirios”, donde vem a
palavra mártir.
No Evangelho, Jesus compara-Se à luz e o Seu nome MESSIAS, que em aramaico (idioma
de Jesus) se aplica a Jesus Cristo para indicar que é o Filho, bendito por Deus, o Salvador
esperado. Essa mesma palavra, em grego, significa “Cristo” o mesmo que dizer “ungido
com o santo óleo”.
COMPROMISSO PARA A SEMANA
1. Apoiar alguém que não tenha amigos para que possa ter confiança na tua
aceitação para com essa pessoa.
2. Rezar, todas as noites antes de dormir, pelos que vivem sós e sem o apoio de
ninguém.
3. Trazer a estrela para a Eucaristia do Domingo. Escreve nela o teu compromisso
de dizeres a verdade.
4. Partilhar MASSAS OU ENLATADOS para que as crianças da CASA
sintam que as apoiam e podem confiar no futuro.
DO
GAIATO
Para o grupo que prepara a Eucaristia Dominical, PREPARAR A ADMONIÇÃO com a leitura do
seguinte texto, que acompanha a apresentação da VELA DA CONFIANÇA:
A terceira vela, disse: «Eu sou a confiança. Mas agora já não sou indispensável, já não sirvo
para nada! Não conheço muita gente que creia em Deus… Portanto, não faz sentido que eu
continue a iluminar por mais tempo». E, ao terminar de falar, apagou-se com um suspiro.
Imaginas o que sucederia se não existisse a confiança no mundo?
Deus tem confiança em João Batista. Ele enviou-o para preparar a vinda de Jesus.
Como João Batista, podes vir a ser um mensageiro da confiança. A confiança que deve
existir no mundo, também depende de ti.
PREPARAR A ORAÇÃO DE ACÇÃO DE GRAÇAS para ser rezada em conjunto, na Eucaristia:
Senhor Deus, Pai de Jesus:
Estou impaciente para celebrar o Natal. Tu escolheste alguns profetas, como Isaías e João
Batista, para preparar o caminho de Jesus. Tinhas uma grande confiança neles e
protegeste-os com todo o Teu amor. Também eu desejo ouvir os outros e mostrar-lhes que
podem contar comigo…
Senhor Deus, Pai de Jesus, ajuda-me a continuar a tua cadeia de amor e de confiança.
Ámen.
QUARTA SEMANA – LUZ DA ESPERANÇA
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia
chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José. O nome da
Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o
Senhor está contigo; bendita és tu entre as mulheres». Ela ficou perturbada com estas
palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria,
porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás
o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe
dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado
não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?» O Anjo
respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua
sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel
concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam
estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra».
1. David sonhou construir um grande palácio, uma digna moradia, para nela
guardar, com toda a segurança, a arca da aliança, a arca de Deus! Mas o Senhor falou ao
profeta Natã e trocou as voltas a David! Pelo que se vê, o coração de David e o coração de
Deus andavam «de candeias às avessas»! Na verdade, David imagina que a glória de Deus
se há-de manifestar na exuberância das riquezas! E Deus escolherá sempre o caminho da
simplicidade e da pobreza! O Rei pensa já na madeira de cedro para o Templo. Deus
espera ainda encontrar um lugar, no coração da débil carne humana! David procura
pedras preciosas para uma bela moradia. E Deus prefere construir uma morada de
pedras escolhidas. David tem pressa em «guardar» Deus na própria casa, como relíquia
preciosa. E Deus há-de armar a sua tenda e viver entre os homens. David tem pressa de
realizar a sua obra, antes ainda de morrer! Deus tem todo o tempo do mundo e sabe que
os frutos da vida virão para lá da sua morte.
David é assim figura do Homem, apostado e apressado em cumprir o seu
programa! Ao contrário, Deus realizará, no silêncio paciente dos séculos, o seu desígnio
de amor! Há, sem dúvida, entre David e Deus, um conflito de interesses! O programa dos
homens, nem sempre anda afinado com o projecto de Deus! Deus e David, Deus e
Homem, de candeias às avessas!
2. Bem diferente é a sinfonia e a sintonia entre Deus e a criatura humana, naquele
belíssimo quadro evangélico da Anunciação a Maria! Deus vem ao encontro desta pobre
filha de Israel, pedir humildemente o consentimento livre da criatura humana. Deus
quer entrar nela, como em sua própria casa, “como a luz do sol pela vidraça”. E quando
vem, Maria lá está. Habitada por Deus, porque está sempre onde Deus está. Há entre
Deus e Maria, uma plena sintonia, de pensamentos, de palavras e de desejos, como se em
Maria transluzisse, em toda a sua transparência, a luz e a beleza de Deus. Maria só pensa
numa coisa, só diz uma palavra, só conhece um desejo: cumprir a vontade de Deus!
Diante deste Deus, que se propõe assim encarnar no seu seio, a Virgem Maria não impõe,
nem negoceia um programa já definido. O seu programa é mesmo o de não ter programa
nenhum, é simplesmente o de cumprir a vontade de Deus, estar disponível inteiramente
para as surpresas do Seu mistério. Maria sabe que Deus não a chama para realizar o que
tem na cabeça! Deus chama-a para realizar, o que pede o coração de Deus! E ambos
querem o mesmo. Nessa sintonia do coração, faz-se Luz. E Maria, a digna morada do
Altíssimo, dará à luz a Luz de Deus! Este é o berço da esperança cristã.
3. Talvez fosse, para nós, mais fácil aceitar este Jesus e reconhecê-lO como Filho
de Deus, se a Sua manifestação fosse estrondosamente potente ou prepotente. Mas Deus
quis vencer a soberba da nossa inteligência, fazendo-se homem, sendo menino. Na
debilidade de um Menino, Deus não se impõe; a sua vinda apela mais ao nosso coração,
interpela, como a Maria, a nossa decisão livre de aceitar o Seu amor! Por isso, o mistério
de Deus feito homem continuará a ser um desafio para a fé e para a esperança, a partir
do que Deus quer e não dos apetites que possuímos.
4. Estamos às portas do Natal, porventura com alguns projectos ainda em mente,
ou em carteira, dos quais provavelmente Deus não tomará parte! Que Maria nos leve a
uma íntima e sincera busca da vontade de Deus, mesmo quando esta põe em crise os
nossos projectos pessoais, porque perdemos a esperança! Que Maria nos prepare, no
silêncio do coração, para sonharmos ao ritmo da esperança, como ela viveu! Que Ela nos
ensine a arrumar cuidadosamente a casa, a preparar um lugar, a adornar o coração, para
aí Deus poder nascer e habitar!
2.4 NA SALA DE CATEQUESE (REFLEXÃO COM AS CRIANÇAS)
ANJO GABRIEL: Mensageiro de Deus para revelar os seus projectos ao ser humano. Gabriel
significa em hebraico “Deus é a minha fortaleza”.
DAVID: Significa “amado por Deus”.
JOSÉ: Quer dizer “Deus faz crescer a minha descendência”.
JESUS: Significa “Deus salva”. Com este nome descobres que Deus O enviou para salvar
todos os homens.
No Evangelho, Lucas narra o acontecimento da Anunciação. Maria, fica sobressaltada e
receosa, mas tem uma grande confiança em Deus. Se a vontade de Deus é que ela traga
Jesus ao mundo, então está de acordo, por isso responde com um sim.
Maria aceita o projecto de Deus.
COMPROMISSO PARA A SEMANA
1. Escrever uma mensagem de esperança para alguém que esteja triste ou doente.
2. Rezar, antes de dormir, uma Avé Maria por aqueles que não fazem a vontade de
Deus.
3. Trazer a estrela para a Eucaristia do Domingo. Escreve nela o teu compromisso
de fazeres a vontade de Deus.
4. Partilhar PRODUTOS DE HIGIENE para que as crianças da CASA DO GAIATO sejam
voluntariosas a cumprir as orientações de quem as cuida.
Para o grupo que prepara a Eucaristia Dominical, PREPARAR A ADMONIÇÃO com a leitura do
seguinte texto, que acompanha a apresentação da VELA DA ESPERANÇA:
Subitamente entra um menino e viu as três velas apagadas… Porque estão apagadas? Têm
que estar acesas!» E dizendo isto, o menino começou a chorar. Então a quarta vela disse:
«Não chores pequeno; enquanto arde a minha chama, poderemos dar vida às minhas três
irmãs, porque eu sou a esperança… mas preciso de ti para que brilhe de novo a paz, o amor
e a confiança».
Cheio de alegria, o menino pegou na vela da esperança e com a sua chama acendeu as
outras três velas.
PREPARAR A ORAÇÃO DE ACÇÃO DE GRAÇAS para ser rezada em conjunto, na Eucaristia:
Senhor, escolheste Maria para ser a mãe de Jesus, e confiaste os dois a José.
Como Maria e José, eu Te digo SIM, porque sei que também sou um teu filho amado. Quero
fazer parte do Teu projecto e crescer na paz, no amor e na esperança. Senhor, estou
preparado e cheio de esperança. Vem, eu Te espero. Ámen.
NATAL DE JESUS – LUZ DA LUZ
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas
Quando os Anjos se afastaram dos pastores em direcção ao Céu, começaram estes a dizer
uns aos outros: «Vamos a Belém, para vermos o que aconteceu e que o Senhor nos deu a
conhecer». Para lá se dirigiram apressadamente e encontraram Maria e José e o Menino
deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham
anunciado sobre aquele Menino. E todos os que os ouviam admiravam-se do que os
pastores diziam. Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração. Os
pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e
visto, como lhes tinha sido anunciado.
1. Num dos anúncios dos anos anteriores, em época natalícia, acerca dum
produto de bebé, lia-se “O Natal é a maior festa do mundo”. Com efeito, para além do
produto que se queria vender, é verdadeira a afirmação. Pelo clima que o caracteriza, o
Natal é uma festa universal! Mesmo sem o olhar da fé, como não sentir, nesta celebração
cristã anual, algo de tão extraordinário e transcendente, algo de tão íntimo e tão
comovente, que fala ao coração de todos os homens e mulheres de boa vontade? Basta
pensar que o Natal é a festa que canta o dom da vida! Ora, o abraço de um recém-nascido
suscita normalmente sentimentos de atenção e de prontidão, de comoção e de ternura,
ou não fosse um bebé a expressão mais tocante da «dependência» total: nove meses de
escuridão no seio materno, as fraldas, a higiene diária repetida, a chupeta, a alimentação,
os cuidados médicos, o frio, o gatinhar, o soletrar e a aprendizagem gradual das palavras.
Só o amor é capaz de sustentar a sua carência radical!
2. Estamos, diante de um acontecimento histórico, que São Lucas situa num
contexto muito preciso: nos dias em que saiu o decreto do primeiro censo de César
Augusto, quando Quirino já era governador da Síria (cf. Lc. 2, 1-7). Esta é uma noite,
datada historicamente, na qual se verificou um acontecimento de salvação, que Israel
esperava há séculos. Na escuridão da noite de Belém, há um «anúncio» e acendeu-se
realmente uma grande luz: o Criador do universo fez-se Carne, fez-se pessoa, unindo-se
indissoluvelmente à natureza humana, até ser realmente «Deus de Deus, luz da luz» e ao
mesmo tempo homem, «verdadeiro homem»!
3. Um recém-nascido, que chora numa gruta miserável! Pensai: Deus sujeito a isto!
Será digno de Deus tornar-se assim uma criança indefesa? Numa cultura orgulhosa de si
própria, quase achamos normal que Deus se faça Homem. Mas não assim, ao tempo do
nascimento de Jesus. A simples hipótese de Deus se revestir da carne humana, era muito
mal vista, quer pela cultura grega, que desprezava o corpo como miserável, quer pelos
judeus, para quem a ideia do Deus Altíssimo habitar no meio de nós, era um escândalo
de todo insuportável. Todavia, na gruta de Belém, Deus revela-se, como humilde
«infante», vencendo assim a nossa presunção intelectual. Talvez nos tivéssemos rendido
mais facilmente, frente ao poder ou frente à sabedoria deste mundo! Mas Deus não quer
a nossa rendição; ele não nos esmaga com a potência ou prepotência de uma falsa
divindade; antes apela ao nosso coração e à nossa decisão livre de aceitar o seu amor por
nós.
2.5 NA SALA DE CATEQUESE (REFLEXÃO COM AS CRIANÇAS)
MANJEDOURA: Recipiente, normalmente de pedra, que contem a comida para os animais.
PASTORES: Cuidavam das ovelhas no campo para depois as venderem na cidade. Eram
pobres e analfabetos. As pessoas da cidade não os aceitavam e não se abeiravam deles.
Jesus nasceu em Belém, muito longe de Nazaré, aldeia onde viviam Maria e José. Não
teve um berço, mas sim um manjedoura cheia de palha. Jesus vem também para os mais
pobres, os que vivem distantes de suas casas, os que são rejeitados como os pastores do
seu tempo.
Hoje não há muitos pastores, porém há muitas pessoas que são rejeitadas…
Durante quatro semanas, as velas mostraram o caminho da paz, do amor, da confiança e
da esperança. Foi como que a preparação de um presépio para acolher Jesus.
COMPROMISSO PARA A SEMANA
1. Contar, em família, a história do nascimento de Jesus e a história das quatro velas.
2. Rezar, antes de dormir, a oração de boas vindas a Jesus.
O seguinte texto, que pode ser lido na Eucaristia do dia de Natal, se planeado
atempadamente (este ano o Natal é num Domingo):
Todos nós, maiores ou mais pequenos, somos algo parecidos com as velas que fomos
apresentando nas Eucaristias do Advento. Muitas vezes, temos necessidade de alguém que
nos ajude a conservar acesa a nossa chama. Na noite de Natal, fazemos muitas vezes o
propósito de sermos melhores, de pensarmos mais naqueles que precisam de amor, de pão
para comer, de brinquedos, de casa para morar, de saúde, etc…
Podemos fazer com que o Natal não dure só um dia, mas sim que se prolongue por todo o
ano, acolhendo e ajudando os que precisam do nosso gesto de ajuda, de escuta, de carinho,
de orientação… que hoje simbolizamos com a luz verdadeira de uma vela.
ORAÇÃO DE ACÇÃO DE GRAÇAS para ser rezada em conjunto, na Eucaristia:
Que magnífico dia! Feliz aniversário, para Ti, Jesus!
Porque me preparei, este Natal será diferente. Vou lembrar-me do significado das velas
apresentadas, em especial da vela do amor, que hoje me trouxeste de modo mais carinhoso,
através do Teu nascimento. O meu coração está cheio de alegria, de paz e de esperança.
Este é o meu presente para Ti!
DOMINGO DA EPIFANIA – LUZ DO ANÚNCIO
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus
Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a
Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus
que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal
notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos
os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o
Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta:
‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de
Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes
mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo
em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide
informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me,
para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela
que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o
Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com
Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus
tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para
não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
1. Voltemos então ao princípio: «O Natal é a maior festa do mundo. Dê-lhe uma
estrela”! E que «Estrela» poderíamos oferecer ao Natal, para que seja de Cristo? Podia
ser a «Estrela do Anúncio», que luz e produz a alegria de passarmos a ser amados, para
vencermos as correntes frias do nosso tempo e da nossa vida?! Podia até ser a «Estrela
do Anúncio» ousado e corajoso, que luz, mas não deixa de se inclinar, na humildade,
silenciosamente, no serviço aos mais pequenos do mundo e da sociedade! Uma Estrela
assim irá reencaminhar, com sentido novo, a mensagem já por todos sabida e recebida:
Deus habita no meio de nós…!
2. Mas isto tudo ou por si só, não basta para assimilar plenamente o valor da festa
do Natal e de outro «Anúncio» que ele comporta. Nós celebramos um acontecimento
central da nossa história: Deus fez-se Homem. Este recém-nascido é o Filho de Deus! Não
nos limitamos a comemorar o nascimento de um grande personagem; não celebramos,
em abstracto, o mistério do nascimento do Homem ou, em geral, o nascimento da vida;
muito menos celebramos o princípio de uma grande estação! No Natal, recordamos algo
de essencial para a fé cristã, uma verdade.
1.1 NA SALA DE CATEQUESE (REFLEXÃO COM AS CRIANÇAS)
MAGOS: Investigadores astrólogos muito respeitados nos seus países.
PASTOR DE ISRAEL: Jesus, que com a sua humildade revestida de um cuidado extremo, iria
apresentar-Se como a salvação do povo de Israel, dando vida à aliança com Deus.
ADORAR: Gostar muito, ser apaixonado.
PROSTRAR: Inclinar-se até ao chão, em sinal de adoração e respeito.
PRESENTES: Jesus recebeu dos Magos: ouro que se oferecia aos reis; incenso com que se
honravam os deuses e mirra uma substância que se usava para embalsamar os defuntos,
representando o anúncio da Paixão de Cristo. Os Magos perceberam todas estas
condições existentes em Jesus: um rei; um Deus e um homem comum.
COMPROMISSO PARA A SEMANA
1. Anunciar a alegria de conhecerem Jesus.
2. Vir à Festa da Epifania e trazer o cartaz que pintaram durante o Advento para a
exposição no Salão Polivalente.
NA SALA DE CATEQUESE
(na 1ª catequese após as férias)
Reflectir com as crianças e tendo em conta a sua idade, sobre o Evangelho e a vivência
do Natal, em família, realçando a mensagem de amor e de esperança que Jesus traz ao
mundo, em cada ano que se comemora o seu nascimento. Falar também sobre a
necessidade de anunciar essa alegria a todos.
Para o grupo que prepara a Eucaristia Dominical, PREPARAR A ADMONIÇÃO com a leitura do
seguinte texto, que acompanha a apresentação da VELA DO ANÚNCIO:
Os pastores foram os primeiros a receber a Boa Nova do nascimento do Salvador. Porém,
essa notícia não chegou ao palácio de Herodes, que era rei. A palavra de um pastor não era
tida em conta. Por isso, uns ilustres e misteriosos personagens seguiram uma estrela que
anuncia o nascimento de um novo rei. Os Magos prostram-se diante de um recém-nascido,
tornando-se mais pequenos que Jesus. Mudaram totalmente o seu estatuto e sentiram-se
felizes. É esse o convite feito também a cada um de nós: Sermos anunciadores de Jesus.
PREPARAR A ORAÇÃO DE ACÇÃO DE GRAÇAS para ser rezada em conjunto, na Eucaristia:
Jesus, que eu seja sempre o teu presente, através das minhas boas acções. Que sempre Te
considere como o rei e o Deus do meu coração, que tão bem entendes como ser humano,
que por vezes tem falhas. Quero ser capaz de não Te desiludir nas mais pequenas coisas
através das quais possa anunciar-Te!
UMA BOA CAMINHADA
ANEXOS
CONTRIBUTOS PARA:
1. A construção das velas da coroa de Natal
2. Poster da caminhada na constelação da alegria
3. Estrela modelo, na última página da Introdução, se
desejarem construir o céu estrelado (constelação da
alegria)
VELA DA PAZ – 1º Domingo
VELA DO AMOR – 2º Domingo
VELA DA CONFIANÇA – 3º Domingo
VELA DA ESPERANÇA – 4º Domingo
VELA DO ANÚNCIO – Epifania
ADVENTO DE 2011
SEREMOS LUZ
NOME ________________________________
ANO DE CATEQUESE _____________________
CATEQUISTA(S) ________________________
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