título do resumo - EAIC | UEPG - Universidade Estadual de Ponta

Propaganda
MÉTODOS DE SEMEADURA NA PRODUÇÃO DE RABANETE
Adriane Novakowski de Aguiar (PIBIC/Fundação Araucária/UEPG), Amanda Regina
Godoy Baptistão (Orientadora), e-mail: [email protected]. Universidade Estadual
de Ponta Grossa/Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade.
Ciências Agrárias; Fitotecnia; Fitossanidade
Palavras-chave: Raphanus sativus; semeadura direta; transplantio.
Resumo:
O rabanete é considerado uma espécie intolerante ao transplante de mudas, sendo sua
implantação realizada por meio de semeadura direta em canteiros. Atualmente, alguns
produtores de mudas estão comercializando mudas de rabanete, porém, não há base
científica para dizer se nesse caso a utilização de mudas é vantajosa em relação a
semeadura direta. O objetivo do trabalho foi avaliar diferentes métodos de semeadura
na produção de rabanete na região dos Campos Gerais. O experimento foi conduzido
na área experimental da Fazenda Escola Capão Da Onça (FESCON), pertencente à
Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR. O delineamento experimental utilizado foi
de blocos ao acaso (DBC), com seis repetições e quatro tratamentos, sendo esses:
semeadura direta, transplante de mudas aos sete dias, transplante de mudas aos
quatorze dias e transplante de mudas aos vinte e um dias após a germinação. A
semeadura foi realizada no dia 28/06/16, tanto a semeadura direta como a semeadura
em bandejas de poliestireno expandido (isopor) de 200 células, sendo estas mantidas
em estufa até a data do transplante de acordo com os tratamentos. A colheita foi
realizada no dia 06/08/16 e as características avaliadas foram: altura de planta, número
de folhas, diâmetro e comprimento de raiz, massa total da planta e massa de raízes.
Os resultados mostraram que as plantas obtidas a partir do tratamento semeadura
direta no canteiro apresentaram o melhor desempenho em todas as variáveis avaliadas
e os tratamentos transplantio aos 14 dias e transplantio aos 21 dias produziram plantas
que não atingiram padrão comercial.
Introdução
O rabanete (Raphanus sativus) pertence à família Brassicaceae, possui porte pequeno
e, uma raiz esférica carnuda que é a sua parte comercial explorada, pode ter um
formato ovóide ou alongado (Filgueira, 2003).
Apesar de sua reduzida área plantada, o rabanete é utilizado como uma estratégia
financeira, uma vez que, pode ser plantada entre duas culturas de ciclo mais longo, já
que, apresenta um ciclo muito curto com retorno rápido (Minami et al., 1998).
A colheita do rabanete começa a ser realizada aos 23 dias podendo estender-se por
um período de 10 dias, após o plantio direto (Filgueira, 2003). O rabanete é
considerado uma espécie intolerante ao transplante de mudas, sendo sua implantação
realizada por meio de semeadura direta em canteiros. Atualmente, alguns produtores
de mudas estão comercializando mudas de rabanete, porém, não há base científica
para dizer se a produção de mudas é melhor ou pior que a semeadura direta para a
cultura do rabanete.
A produção e transplante de mudas permite maior controle do espaçamento, garante a
população desejada, plantas uniformes e facilita o controle de plantas daninhas
(FONTES, 2005).
A beterraba, tradicionalmente, tem sido estabelecida por semeadura direta ou por
transplante de mudas, sendo uma hortaliça tuberosa que se adaptou bem ao
transplante (GUIMARÃES et al., 2002).
Estudos comparando a semeadura direta e a produção de mudas em bandejas de 128,
200 e 288 células em beterraba, mostraram que os métodos de produção de mudas
avaliados não influenciaram de forma significativa na produção da beterraba, porém
aumentaram o ciclo, quando comparado à semeadura direta no campo (GUIMARÃES,
et al., 2002).
O objetivo do trabalho foi avaliar diferentes métodos de semeadura na produção de
rabanete na região dos Campos Gerais.
Materiais e métodos
O experimento foi conduzido na área experimental da Fazenda Escola Capão Da Onça
(FESCON), pertencente à Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR, localizada a
25° 05’ 37” de latitude sul, 50° 03’ 33” de longitude a oeste de Greenwich e altitude de
990 m, em canteiro contendo solo tipo Cambissolo Háplico Tb Distrófico e textura
argilosa.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso (DBC), com seis
repetições e quatro tratamentos, sendo esses: semeadura direta, transplante de mudas
aos sete dias, transplante de mudas aos quatorze dias e transplante de mudas aos
vinte e um dias após a germinação.
O preparo do solo foi feito por meio de arações e gradagens e a semeadura foi
realizada no dia 28/06/16, tanto a semeadura direta como a semeadura em bandejas
de poliestireno expandido (isopor) de 200 células, sendo estas mantidas em estufa até
a data do transplante de acordo com os tratamentos.
O espaçamento utilizado foi de 0,20 x 0,10 metros. A cultivar utilizada foi o híbrido Nº19
da SAKATA, que tem como características: polpa branca, coloração externa vermelha
brilhante e formato globoso.
O manejo de plantas daninhas foi executado, por meio de capinas manuais. A
irrigação foi realizada por aspersão. A colheita foi realizada no dia 06/08/16 para todos
os tratamentos. As características avaliadas foram:
- Altura de planta: por meio de régua milimetrada.
- Número de folhas: por meio da contagem do número de folhas no dia da colheita.
- Diâmetro e comprimento de raiz: por meio de régua milimetrada.
- Massa total da planta e massa de raízes: por meio da pesagem das raízes em
balança analítica, marca Gehaka® erro de 0.01G.
Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo Teste
de Tukey a 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
Para todas as características avaliadas houve diferenças significativas quando
comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para altura de planta houve
diferença significativa entre os quatro tratamentos testados, sendo a semeadura direta
estatisticamente superior às mudas transplantadas aos sete, quatorze e vinte e um dias
(Tabela 1).
Tabela 1: Comparação entre os tratamentos semeadura direta, transplante aos 7
dias, transplante aos 14 dias e transplante aos 21 dias em relação as variáveis
avaliadas: altura de planta (cm) , número de folhas, diâmetro de raiz (cm),
comprimento de raiz (cm) , massa total da planta (g) e massa das raizes (g).
Caracteristicas avaliadas
Diâmetro de Comprimento Massa total Massa de raiz
raiz (cm)
de raiz (cm)
(g)
(g)
Tipo de plantio
Altura de
planta (cm)
Número de
folhas
Semeadura direta
18,8 a
7,3 a
5,0 a
5,0 a
64,2 a
49,4 a
Transplante aos 7 dias
15,9 b
6,4 b
3,3 b
3,4 b
25,7 b
19,1 b
Transplante aos 14 dias
7,2 c
6,2 b
2,4 c
2,6 c
11,0 c
8,4 c
Transplante aos 21 dias
5,6 d
6,5 b
2,0 d
2,1 d
6,0 d
4,8 d
CV (%)
10.65
12.25
14.82
15.17
20.63
22.77
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
De acordo com Bunt (1976) citado por Minami (1995), quando as plantas estão
crescendo em recipientes, as raízes estão restritas a um volume pequeno de substrato,
assim, a necessidade por água, ar e nutrientes é maior do que nas plantas que se
desenvolvem em volume de substrato não restritivo ou, nesse caso, o solo do canteiro.
Além disso, os nutrientes presentes no substrato são mais facilmente lixiviados, em
virtude da drenagem em excesso de água de irrigação e, se não há nutriente em
quantidade suficiente, o crescimento das mudas pode ser comprometido.
Entre as mudas, observou-se que aquelas que permaneceram por 21 dias nas
bandejas apresentaram desempenho inferior para altura de planta provavelmente,
devido à exaustão mais rápida dos nutrientes.
O número de folhas foi significativamente superior para o tratamento semeadura
direta, não havendo diferença entre as mudas produzidas em bandejas e
transplantadas em diferentes épocas (Tabela 1). O número médio de folhas para as
plantas oriundas da semeadura direta foi de sete, enquanto que as plantas oriundas do
transplante de mudas apresentaram em média seis folhas, provavelmente, devido ao
tamanho das células da bandeja que limitaram o enraizamento das plantas, por falta de
espaço afetando assim o crescimento da parte aérea (LESKOVAR, 1998).
Observou-se também que as folhas das plantas do tratamento semeadura direta
estavam mais desenvolvidas, apresentando tamanho maior quando comparadas as
plantas originadas do transplante de mudas, que se desenvolveram pouco gerando
menor área fotossintética e influenciando também na altura das plantas e no
desenvolvimento das raízes.
Para comprimento e diâmetro de raiz houve diferença significativa entre os
quatro tratamentos testados, sendo a semeadura direta estatisticamente superior às
mudas transplantadas aos sete, quatorze e vinte e um dias (Tabela 1).
As raízes produzidas por meio de semeadura direta atingiram o ponto comercial,
enquanto as raízes produzidas por transplante de mudas não conseguiram atingir o
ponto comercial, já que todas foram colhidas no mesmo dia. A colheita das raízes de
rabanete é realizada em média aos 30 dias após a semeadura (FILGUEIRA, 2003),
significa que as plantas oriundas do transplante aos 21 dias passaram 70% do seu
ciclo limitadas ao espaço da célula, causando assim uma restrição física por um
período muito longo de seu desenvolvimento.
Houve diferença significativa entre os quatro tratamentos testados para as
características massa total da planta (peso de raiz e folhas) e massa de raiz (peso da
raiz), sendo a semeadura direta estatisticamente superior às mudas transplantadas aos
sete, quatorze e vinte e um dias (Tabela 1).
As raízes produzidas por semeadura direta apresentam em média 64,2g por
planta, enquanto que, as raízes do transplante aos 21 dias, apresentaram 6,0g por
planta, sendo um peso médio inferior em 91% em relação a semeadura direta.
Verificou-se um maior desenvolvimento das plantas obtidas por semeadura
direta em relação as obtidas por meio de transplante, concordando com os dados
obtidos para a cultura da beterraba cultivar Tall Top Early Wonder (GUIMARÃES et al.,
2002)
Conclusões
As plantas de rabanete obtidas por meio de semeadura direta apresentaram
o melhor desempenho para todas as características avaliadas.
Agradecimentos
Agradeço á Fundação Araucária pelo financiamento da bolsa a mim concedida que
possibilitou o desenvolvimento desse projeto e ao PIBIC (Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação Científica).
Referências
FILGUEIRA, F.A.R. 2003. Novo manual de olericultura; Agrotecnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. 2 ed. Viçosa: UFV. 412p.
FONTES, P.C.R. Olericultura: teoria e prática. Viçosa, MG: UFV, 2005. 486p.
GUIMARÃES, V.F.; ECHER, M.M.; MINAMI, K. Métodos de produção de mudas,
distribuição de matéria seca e produtividade de plantas. Horticultura Brasileira, v.20,
n.3, p.505-509, 2002.
LESKOVAR, D.I. Root and shoot modification by irrigation. Horttechnology, v. 8, p. 510514, 1998.
MINAMI, K.; CARDOSO, A. I. I.; COSTA, F.; DUARTE, R. Efeito do espaçamento sobre
a produção em rabanete. Bragantia, Campinas, 57 (1), p 169–173, 1998.
MINAMI, K. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. São Paulo:
T.A.Queiroz, p. 27-37. 1995.
Download