Slides da apresentação. - IFPR

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Sumário
2
Editorial
Palavra, Narrativa
Histórica e Discurso
Político
Alair Duarte
3
Hérodoto e sua Obra
Katsuzo Koike
4
Entrevista
Antiguidade na Argentina
e a questão rural na
Hélade
Julian Alejandro Gallego
6
Da Filosofia Antiga: os
Pré-Socráticos
José Provetti Junior
7
Panegírico de Trajano
Alex Aparecido da Costa
8
Eventos
Damos destaque à obra de Plínio, o Jovem,
especificamente ao seu Panegírico de Trajano.
Discurso de agradecimento pronunciado por
Plínio em 100 d. C. ao então imperador
Trajano na ocasião da ascensão do autor ao
consulado. A obra oferece-nos informações
importantes
para
entendermos
as
ambiguidades do regime vigente durante o
Alto Império.
Conselho Editorial
Prof. Dr. Fábio Lessa - UFRJ
Prof. Dr. Alexandre Carneiro - UFF
Profª. Drª. Claudia Beltrão – UNIRIO
Prof. Doutorando Deivid Valério Gaia UFPel
Expediente
Coordenação e Direção
Profª. Drª. Maria Regina Candido
Coordenação de Publicações
Prof Mestrando Carlos E. Campos
Edição
Prof Mestrando Carlos E. Campos
Editoração Gráfica
Profª Mestre Tricia Carnevale
Revisora
Profª. Msª. Alessandra Serra Viegas
Desde 1998 - Edições Trimestrais Indexações: Sumarios.org | AWOL.
Pág. 7
"Plínio, o Jovem”. Estátua, na fachada da Catedral de Santa Maria Maggiore, Como, Itália. Foto: Wolfgang
Sauber. Enciclopedia Britânica (http://www.britannica.com/EBchecked/media/129207/Pliny-the-Youngerstatue-on-the-facade-of-the-Cathedral)
Ao estudante de Filosofia ou
simpatizantes que almejam ser
historiadores
da
Filosofia
interessados em Filosofia, em
especial, a Filosofia Antiga, fazse necessário um preparo
metodológico que assegure a
apropriação das fontes e a
clareza de pensamento.
Pág. 6
Detalhe dos pré-socráticos no afresco “Escola de Atenas” (1509), de Sanzio Raphael (1483-1520). Da esquerda
para a direita: Zeno de Eleia, Parmênides de Eleia, Pitágoras de Samos, Tales de Mileto, Anaxagoras de
Clazômenas,
Arquealo
de
Messênia.
Fonte:
http://mv.vatican.va/3_EN/pages/xSchede/SDRs/SDRs_03_02_020.html
2 - Informativo de História Antiga – Jul, Ago, Set
de 2012 – Núcleo de Estudos da Antiguidade – UERJ
Prof. Ms. Alair Figueiredo Duarte
Para as sociedades antigas como as poleis gregas, a
um debate acerca das metodologias a serem adotadas no
palavra era um instrumento sagrado e tinha a finalidade
discurso filosófico. Destaca- se nessa conjuntura, “os
deixar um ensinamento às gerações posteriores. Através da
pensadores que consolidaram a razão a partir do século VII a.
palavra memorizavam-se os atos dos ancestrais, dos deuses e
C., buscando ressaltar-lhes a originalidade e, sobretudo, as
as glórias do passado heroico dos gregos; refletia-se sobre o
implicações de suas teses”. Portanto, é necessário repensar a
presente e as possibilidades futuras.
teoria de que no corte temporal citado, a racionalidade toma
Como nos apresenta Marcel Detienne (Os mestres da
verdade na Grécia Arcaica, 1988: 13-23), a palavra obtém
eficácia pelo fato de ser inspirada pelas musas e evitar o
lether
menor importância, na qual a mentalidade desenvolvida fica
incipiente para a compreensão da Filosofia.
Por fim, Alex A. da Costa aborda o valor do elogia solene
(esquecimento), tornando-se alétheia (verdade),
dirigido a uma personalidade. Através de suas abordagens
fenômeno que mantém viva a memória humana. A inspiração
pode-se verificar como Plínio, o Jovem, no período do
divina das musas dá palavra dos poetas, um ritmo sonoro
Principado Romano, se utiliza do discurso como recurso
sedutor; são cânticos que embalam e
necessário a se obter a harmonia entre as
fascinam, trazendo a revelação dos
inovações políticas e as antigas tradições
deuses aos homens. Esses cânticos
republicanas.
concomitantemente
os
dessas qualidades louvadas na obra de
divindades,
Plínio resume o ideal de vida pública,
desejos
humanos
conduzem
às
Assim:
“O agrupamento
que
trata-se do respeito às tradições e leis da
mantém o elo antropos / théos
República, o que significava de forma
(homens / deuses), mantendo a
pragmática a promoção dos interesses e o
ordem social.
respeito à vida dos senadores por parte
proporcionando
Na
a
edição
trimestre,
o
do
dialética
Philía
pesquisador
daquele que, antes de tudo, era um
neste
dentre eles apesar de ser o melhor, o
Katsuzo
princeps”.
Koike trás a figura de Heródoto como
um inegável marco da historiografia
ocidental. Destacamos que Heródoto
Marcel Detienne.
Fonte: http://classics.jhu.edu/directory/detiennemarcel
As
perspectivas
abordadas
pelos
eminentes pesquisadores nessa edição do
encontrava-se em num período de transição entre verdade
Philía destacam como a palavra parte da esfera do divino se
mítica e logos iconoclasta, na qual a poesia - inspiração das
transforma em uma excelência das aptidões e atividades
musas cantada por aedos e rapsodos - mantinha eficácia, mas
políticas. Tal fenômeno nos possibilita destacar a importância
sofria questionamentos. Daí se origina seu estilo em conduzir
da História em suas diversas perspectivas e interseções entre
uma investigação (história) com escrita agradável e capaz de
saberes. Desejamos uma boa leitura a todos! Ω
seduzir seu interlocutor, tal qual faziam os poetas, vejamos o
que diz Koike a este propósito: “Não podemos negar que
Heródoto tornou a história uma atividade interessante, não
para quem a conta, mas para quem a escuta ou lê. Ao
recolher tradições populares, ao descrever monumentos e
narrar os feitos grandiosos de uma grande guerra, ele sabia
como agradar o público” (Philia,Jul, Ago, Set, 2012: 3).
A respeito da análise historiográfica sobre os pensadores
da História da Filosofia na Hélade, José Provetti Júnior abre
PHILÍA - ISSN 1519-6917
Alair Figueiredo Duarte
Mestre em História Comparada, pela
Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
Licenciatura e bacharelado em
Filosofia pela Universidade do Estado
do Rio de Janeiro.
Pesquisador do Núcleo de Estudos da
Antiguidade (NEA/UERJ).
3
 - Informativo de História Antiga – Jul, Ago, Set de 2012 – Núcleo de Estudos da Antiguidade – UERJ
Katsuzo Koike
Resumo: Neste artigo pretendemos apontar a relevância da
obra de Heródoto para um conhecimento sobre o mundo
clássico, um inegável marco da historiografia ocidental.
para o estudante que pretende conhecer o mundo clássico
em sua amplitude, a leitura da obra herodoteana, desde que
ela representa um inegável marco da historiografia ocidental.
Palavras-chave: Heródoto, Histórias, historiografia.
Apesar de tudo o que foi escrito sobre Heródoto, da
antiguidade até os nossos dias, seja em termos favoráveis ou
desfavoráveis, sua obra inegavelmente continua a fascinar
gerações. Conhecido geralmente como “pai da história”,
Heródoto também já foi visto como mentiroso, foi comparado
a um turista, ou ainda tido como um dos gênios da literatura
universal. As pesquisas que seguramente ele realizou em
muitas partes do mundo conhecido, legadas nos nove livros
das suas Histórias, têm servido de base para lançarmos
olhares multifacetados sobre o mundo antigo.
Não podemos negar que Heródoto tornou a história uma
atividade interessante, não para quem a conta, mas para
quem a escuta ou lê. Ao recolher tradições populares, ao
descrever monumentos e narrar os feitos grandiosos de uma
grande guerra, ele sabia como agradar o público. Um homem
erudito como ele, educado na tradição aristocrática do século
V a.C., que escrevia prosa em dialeto jônico, que conhecia a
maioria das tradições gregas dos velhos poetas e logógrafos
mais antigos, não se limitou a falar em guerras. Em seu
projeto historiográfico, Heródoto se interessou também por
tradições
e
costumes
dos
diversos
povos,
pelas
características geográficas das regiões conhecidas da Europa,
Ásia e África (então chamada Líbia).
Heródoto comporá sua obra pelo menos uma geração
após
o
grande
embate
entre
ocidente
e
oriente,
provavelmente no intervalo entre 450 e 425 a.C. A noção de
“helenos” já estava bem estabelecida, e os bárbaros eram
muito mais conhecidos, naquela altura. Porém, o processo
dolorido da guerra que uniu o mundo grego, também
Busto de Heródoto. Fonte:
http://ebooks.adelaide.edu.au/h/herodotus/index.html
Referências Bibliográficas:
HARTOG, F. O Espelho de Heródoto. Trad. Jacyntho L.
Brandão. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
JACOB, C. Geógraphie et Etnographie em Gréce Ancienne.
Paris : Armand Colin, 1991.
Herodotus in Context: Ethnography, Science
promoveu a criação de uma identidade helênica muito forte.
THOMAS, R.
No confronto ou na convivência com o “outro”, os gregos se
and the Art of Persuasion.
deram conta deles mesmos, de seus próprios defeitos e
Press, 2000.
qualidades, de sua força e fraqueza. Mas se Heródoto não
WATERS, K.H. Heródoto, el historiador : sus problemas,
escondeu sua preferência pelos gregos, ele também não se
métodos y originalidad. Trad. Eduardo G. Tapia. México: FCE,
eximiu de ressaltar muitas qualidades do mundo exterior, dos
1996.
Cambridge: Cambridge Univ.
povos que descreveu, como egípcios, lídios, babilônios,
fenícios, etc.
Por fim, as Histórias continuam servindo de motivo para
instigar muitos trabalhos modernos que versam acerca de
confronto entre culturas e civilizações, exploração e viagens,
antropologia histórica, geografia e política na Antiguidade,
dentre muitas outras temáticas. É imprescindível, portanto,
Katsuzo Koike
Doutorando em Estudos Clássicos na
Universidade de Coimbra. Mestre em
História Antiga pela UFRJ. Bacharel
em História pela UFPE.
PHILÍA - ISSN 1519-6917
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de 2012 – Núcleo de Estudos da Antiguidade – UERJ
Entrevista concedida aos Pesquisadores Carlos Eduardo da Costa Campos e Luis Felipe Bantim – NEA/UERJ
Philía: Estimado Prof.
Julian Gallego, gostaria de
agradecer-lhe pela sua
contribuição para com o
nosso periódico, e tendo
em vista a presente
ocasião, o senhor poderia
comentar acerca da sua
carreira acadêmica?
Gallego: Actualmente, me desempeño como Profesor
Asociado (a cargo de cátedra) del Departamento de Historia
de la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de
Buenos Aires, donde dicto la asignatura: “Historia Antigua
Clásica”. He realizado mi cursus honorum en dicho marco
institucional ocupando previamente posiciones como
Ayudante de Trabajos Prácticos (1988-2000), Jefe de
Trabajos Prácticos (2000-2006) y Profesor Adjunto (20062010).
Asimismo, en las mismas Facultad y Universidad, dicto
seminarios de grado y de doctorado sobre temas de mi
especialidad y estoy a cargo desde 2008 del dictado de los
seminarios de posgrado: “Economía y sociedad en la
Antigüedad”, y “Problemáticas sociales en los textos
griegos”, en el marco de la Maestría de Estudios Clásicos.
Complementariamente, soy Investigador Independiente del
Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
(CONICET), con lugar de trabajo en el Instituto de Historia
Antigua y Medieval de la Universidad de Buenos Aires.
Ingresé a esta institución en 2002 como Investigador
Asistente; en 2007 fui promocionado a Investigador Adjunto;
y en 2011 obtengo mi actual categoría.
He realizado mi formación académica en el marco de la
mencionada Universidad, gracias a su sistema de becas de
investigación, tanto en mi etapa final de estudiante de grado
como durante el posgrado, gozando de tres ayudas que me
han permitido realizar, primero, mi Tesina de Licenciatura:
Las comunidades de periecos en el sistema social espartano
(siglos VI-IV a.C.) (1990), y, posteriormente, mi Tesis de
Doctorado: La asamblea y los discursos de la democracia.
La conformación de un sujeto político en la Atenas de la
segunda mitad del siglo V a.C. (1999), dirigida por el Prof.
Dr. Domingo Plácido Suárez de la Universidad Complutense
de Madrid. También he gozado de una beca externa de la
Universidad de Buenos Aires para llevar cabo un trabajo
posdoctoral en la Universidad Complutense de Madrid
PHILÍA - ISSN 1519-6917
(2002), centro de estudios con el que mantengo una
vinculación permanente.
Integro actualmente un equipo de trabajo con investigadoras
de la Universidad de Zaragoza y de la Universidad del País
Vasco, ambas de España, y formo parte regularmente de los
eventos del Groupe International de Recherches sur
l’Esclavage dans l’Antiquité (GIREA, http://ista.univfcomte.fr/girea/index.html) con sede en la Université de
Franche-Comté (Besançon).
He dictado conferencias y seminarios en diversas
universidades españolas.
Philía: Atualmente, notamos uma ampliação dos estudos de
História Antiga nos centros acadêmicos do Brasil. Na
Argentina o estudo de Antiguidade Clássica é amplamente
difundido, ou o senhor ainda lida com alguns entraves para o
desenvolvimento do mesmo?
Gallego: Sin hallarnos en una situación óptima, la
conformación de equipos de trabajo y el desarrollo de
investigaciones doctorales sobre la Antigüedad Clásica,
desde un punto de vista estrictamente histórico, ha permitido
visibilizar en Argentina este campo de estudios. No podría
decirse que su estudio está ampliamente difundido, pero se
han desarrollo algunos centros que están operando como
referentes de la investigación, con la posibilidad de realizar
eventos con invitados internacionales. Entre estos centros y
eventos, cabe destacar el Programa de Estudios sobre las
Formas de Sociedad y las Configuraciones Estatales de la
Antigüedad (PEFSCEA, www.pefscea.con.nr) que ha
realizado tres coloquios internacionales, el último de ellos en
colaboración con el GIREA. Asimismo, es de destacar los
esfuerzos desde el Centro de Estudios Avanzados de la
Universidad Nacional de Córdoba-CONICET, cuyos
especialistas en Historia Antigua han realizado IV Jornadas
Nacionales de Historia Antigua, que desde su segunda
edición funciona también como Jornadas Internacionales a
las que asisten colegas de Brasil, Chile y Europa. A partir de
la obtención de becas para el desarrollo de investigaciones
doctorales, distintas formas de inserción en Universidades o
instituciones de investigación como el CONICET y subsidios
para proyectos de trabajo en equipo, la situación de la
Historia Antigua Clásica, sin ser un eje central dentro de los
intereses institucionales, está adquiriendo un lugar que debe
reforzarse a través de las acciones que a futuro tomemos los
propios interesados.
Philía: Seria correto afirmar, tal como ocorre com a
historiografia tradicional, que os grupos sociais hegemônicos
da Hélade se organizaram em função dos seus servos e
escravos?
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 - Informativo de História Antiga – Jul, Ago, Set de 2012 – Núcleo de Estudos da Antiguidade – UERJ
Gallego: Es un problema debatido y la respuesta no es
sencilla ni unívoca. La explotación de los esclavos ocupa un
lugar destacado en la organización económica. En buena
medida, la clase terrateniente basa su modo de vida en
dichas relaciones de explotación. Si las circunstancias lo
permiten, los grupos hegemónicas intentan, y en ciertos
casos logran, extender la explotación a grupos sociales que
forman parte de la ciudadanía, como los pobres sin tierras o
campesinos con escasas recursos. Pero, en el contexto
sociopolítico de una gran mayoría de póleis griegas, los
labradores campesinos adquieren, como ya dijimos, una
relevancia insoslayable. Esto se percibe tanto en el control
de una parte relevante de la tierra de la ciudad como en la
participación política y en el ejército hoplita. El modelo de la
“pólis normal” planteado por Eberhard Ruschenbusch y
desarrollado de manera más amplia por el arqueólogo John
Bintliff da cuenta de este protagonismo de los agricultores
autónomos en una parte sustancial de las ciudades de la
Grecia egea.
Philía: No caso da sociedade de Esparta, em particular,
como o senhor entenderia a relação entre esparciatas e
periecos no V século a.C.?
Los recientes trabajos de Jean Ducat (“Le statut des
périèques lacédémoniens” [2008]; “The ghost of the
Lakedaimonian state” [2010]) han puesto otra vez en
discusión precisamente el carácter de esta relación que
había recibido varios estudios en los últimos años (1). Si bien
debería tomar en cuenta de manera detallada sus aportes y
algún otro publicados después de 2005, mi perspectiva no ha
cambiado sustancialmente según lo publicado en mis
trabajos recientes (“The Lakedaimonian Perioikoi: Military
Subordination and Cultural Dependence” [2005]; “Períoikoi
lacedemonios: ¿ciudadanos pasivos?” en Campesinos en la
ciudad [2005]). El vínculo daría lugar a una relación de
dependencia que, si bien podía expresarse a través de
mecanismos de explotación económica, se construiría sobre
todo en el plano militar, en la medida en que Esparta
concentraba todo el poder de reclutar y movilizar los
ejércitos. Asimismo había ciertas formas de dominación
cultural que se manifestaban en la apropiación espartana de
Lacedemon, la ciudad de Lacedemon, aun cuando es
probable que en los orígenes étnicos no hubiera diferencias
entre espartanos y periecos; sin embargo, el ejército
lacedemonio incluía siempre a espartanos y periecos. De
manera que entre una identidad más restringida como la de
ciudad de Lacedemon y otra más abarcadora como la de
ejército lacedemonio se concretaba la dominación cultural y
política de Esparta, en el marco de un mismo étnico, sobre
los periecos, que quedaban plenamente subordinados a
aquello en el terreno militar.
Philía: Como podemos verificar, sobretudo pelos estudos
realizados por Graham Shipley e do Laconian Rural Sites
Project, que os indícios arqueológicos muito nos auxiliaram
no processo de historicização dos periecos lacedemônios.
Nesse contexto, como
assentamentos periecos?
poderíamos
denominar
os
Gallego: Las comunidades de los periecos generalmente
denominadas póleis en las fuentes, aunque también kômai,
pueden ser entendidas como estados en cuanto a su
funcionamiento interno, esto es, en tanto que comunidades
políticamente organizadas aunque carentes de autonomía.
Los periecos formaban parte de alguna de las numerosas
póleis diseminadas por los territorios de Laconia y Mesenia,
pero a la vez se encontraban integrados en una única pólis,
Lacedemonia. Los periecos tenían sus propias identidades
específicas, pero se integraban como partes constitutivas de un
estado lacedemonio. Así, en su vínculo con Esparta estas
póleis remodelarían su carácter asumiendo en la práctica
funciones propias de las subdivisiones cívicas, aun cuando
su vida política no estuviera ligada institucionalmente a la de
Esparta. Este funcionamiento de las comunidades periecas
como subdivisiones cívicas no significa que sus integrantes
deban verse necesariamente como ciudadanos de pleno
derecho en relación con la pólis lacedemonia en su conjunto.
En este sentido, las comunidades periecas bien podrían
definirse en sí mismas como estados-póleis con arreglo a las
disquisiciones aportadas por el Copenhagen Polis Centre.
Pero en sus relaciones sociales con la pólis dominante
(políticas, militares, religiosas, etc.) operaban en la posición
relativa de aldeas integradas en un estado que, al colocar a
tales entidades en una situación de dependencia o
subordinación, las redefinía como organizaciones que se
comportaban como si fueran subdivisiones cívicas. Así pues,
desde el punto de vista “interno” se las puede interpretar
como estados-póleis, mientras que desde uno “externo” cabe
pensarlas como distritos del estado que las incluye, de allí
que a veces se las viera no sólo como póleis sino también
como kômai.
(1) G. Shipley, “‘The Other Lakedaimonians’: The Dependent
Perioikic Poleis of Laconia and Messenia” (1997); J.M. Hall, “Sparta,
Lakedaimon and the Nature of Perioikic Dependency” (2000); N.
Mertens, “οὐκ ὁμοῖοι, ἀγαθοὶ δέ. The Perioikoi in the Classical
Lakedaimonian Polis” (2002); A. Eremin, “Settlements of Spartan
Perioikoi: poleis or komai?” (2002); M.H. Hansen, “The Perioikic
Poleis of Lakedaimon” (2004); B. Wallner, Die Perioiken im Staat
Lakedaimon (2008).
Julian Alejandro Gallego
Doutor em História.
Professor no Instituto de Historia
Antigua y Medieval "PRF.J.L.ROMERO", da
Universidad de Buenos Aires.
Membro do CONICET - Consejo
Nacional de Investigaciones
Científicas y Técnicas.
PHILÍA - ISSN 1519-6917
6 - Informativo de História Antiga – Jul, Ago, Set
de 2012 – Núcleo de Estudos da Antiguidade – UERJ
José Provetti Junior
Resumo: Pretende-se através desse artigo uma análise
historiográfica sobre pensadores da História da Filosofia na Hélade,
intencionando proporcionar apresentação contextualizada de suas
ilações, iniciando essa série pela apresentação da metodologia a ser
adotada.
Palavras-chave: Filosofia Helênica, História Helênica Antiga e
Metodologia.
Nas graduações de Filosofia se discute sobre as origens
do pensamento racional. Os mais puristas se esforçam por
destacar o pensamento helênico das correntes de
pensamento oriental, enquanto os mais flexíveis buscam suas
pertinências.
Nesse artigo se verá os pensadores que consolidaram a
razão a partir do século VII a. C., buscando ressaltar-lhes a
originalidade e, sobretudo as implicações de suas teses.
Procurar-se-á combater a prática pedagógica de passar por
eles ou como pensadores menores, pois estão extremamente
incipientes enquanto usuários da razão ou como pensadoreschave para compreensão da Filosofia.
Tal ocorre, pois os que a ministram as aulas ou os
ignoram parcial/ totalmente, fazendo-os como se um tipo de
ícones inatingíveis aos não falantes dos idiomas Grego e
Alemão ou como personagens literários, verdadeiros
modeláveis para deixarem fluir as teses dos filósofos
contemporâneos que adotam em seus cursos, soterrando-os
em
“leituras
próprias”,
porém
descontextualizadas,
desconexas com as preocupações que lhes ocasionaram as
teses numa vã esperança de serem cultos por falarem dos
pré-socráticos.
Do que se depreende lança-se uma nuvem de poeira aos
olhos dos iniciantes em Filosofia que almejam acessar os
textos originários da razão, passando da mesma maneira
sobre o pensamento Medieval e adentrando os umbrais das
Filosofias Moderna e Contemporânea como um porto seguro
aos atormentados
professores não especialistas que
ministram as disciplinas de História da Filosofia Antiga e
Medieval.
No entanto, alguns podem objetar: - “Mas pouco resta de
original desses pensadores e, em verdade, em Português
pouco se encontra, o que vem a dificultar a acessibilidade e
compreensão do que expressam os pré-socráticos, em
especial, o problema da anacronia sepulta qualquer
esperança de apropriação original!”
De fato, ainda pouco se encontra em Português textos
confiáveis sobre o pensamento pré-socrático e o ideal seria
conhecer a língua grega, porém, isso não faz parte da
realidade educacional brasileira! Tem um longo caminho a
percorrer enquanto professores e cidadãos para se
estabelecer uma instrução pública, gratuita e de qualidade
que proporcione tal formação. No entanto, isso não pode ser
desculpa aos universitários que prestaram vestibular com ao
menos um idioma estrangeiro para deixar de consultar a
internet e outras mídias que hoje possibilitam acessar livros
em todos os idiomas gratuitamente.
A questão de serem poucos os resquícios textuais
originais e quanto à confiabilidade historiográfica deles,
acredita-se que após a popularização do análise do discurso
e de o mínimo de preocupação histórica quanto à
metodologia, tanto a fidelidade textual quanto o problema da
anacronia são dirimidos.
PHILÍA - ISSN 1519-6917
Ora, o último bastião de resistência aos estudos dos présocráticos se baseia na problemática historiográfica da
Filosofia com sua origem em Aristóteles que em diversas de
suas obras antes de dar-se a exposição de suas teses
procedia a uma revisão do campo e com isso, a sua maneira
realizou História da Filosofia e, posteriormente, a abordagem
filosófica romântica alemã no século XIX, em especial a
realizada por Hegel que elaborou a História da Filosofia tal
qual se conhece.
Ao estudante de Filosofia ou simpatizantes que almejam
ser historiadores da Filosofia interessados em Filosofia, em
especial, a Filosofia Antiga, faz-se necessário um preparo
metodológico que assegure a apropriação das fontes e a
clareza de pensamento que aprenda a desenvolver a
sensibilidade historiográfica para discernir e apreender o que
é produto das forças contextuais de seu ambiente
contemporâneo ou do historiador anterior a ele, bem como a
tentativa de uma leitura contextualizada do autor estudado
na cultura dele.
Enquanto pesquisador, o estudante é fruto de seu tempo,
provido dos recursos conceituais que lhe são próprios,
podendo utilizar-se das experiências interpretativas de seus
antecessores, no entanto, deve-se ater aos cuidados
metodológicos propostos por Provetti Junior em seu artigo
Sobre a História das Mentalidades na Revista Fato&Versões
(2009) que é uma síntese do método adotado no caso do
estudo do conceito de alma (psyché) do período Minóico ao
helênico e seu papel no desenvolvimento da Filosofia présocrática no livro A alma na Hélade: a origem da
subjetividade Ocidental (2011).
Baseado no método compreensivo iniciado pelo sociólogo
Max Weber (2004) e nas práticas historiográficas da História
Psicológica depreendidas de Cardoso & Vainfas (1997),
prioriza-se uma reconstrução ideal provável, tendo como
base a margem de concepção mental linguística e conceitual
que era própria à cultura à época, captadas da análise do
discurso dos textos do autor em questão e de seus
contemporâneos, delimitando-se assim, a margem de
manobra mental e as implicações descritas em suas teses
com vistas a um entendimento possivelmente desprovido dos
atuais preconceitos teóricos.
Referências Bibliográficas:
CARDOSO, Ciro Flamarion & VAINFAS, Ronaldo (Orgs.) . Domínios
da história: ensaios de teoria e metodologia . Rio de Janeiro:
Campus, 1997.
PROVETTI JR, José . A alma na Hélade: a origem da subjetividade
Ocidental . Umuarama: José Provetti Junior Editor, 2011.
__________ . Sobre a História das Mentalidades In FERREIRA,
Eliane Schmaltz . Revista Fatos&Versões . Uberlândia: nº 2, v. 1, p.
97-113, 2009.
WEBER, Max . Economia e sociedade: fundamentos da sociologia
compreensiva . São Paulo: UNB, 2004, v. 2.
José Provetti Junior
Mestre em Cognição e Linguagem pela UENF.
Mestrando em Filosofia Moderna e
Contemporânea pela UNIOESTE, sob orientação
do prof. Dr. Remi Schorn. Especialista em
História, Arte e Cultura pela UEPG. Pesquisador
do NEA/UERJ.
 - Informativo de História Antiga – Jul, Ago, Set de 2012 – Núcleo de Estudos da Antiguidade – UERJ
7
Alex Aparecido da Costa
Resumo: Por meio da análise do Panegírico de Trajano, de Plínio, o
Jovem, podemos lançar um pouco de luz sobre a época do
Principado, período em que o novo regime buscava harmonia com as
tradições republicanas.
Palavras-chave: Principado, Panegírico de Trajano, Plínio, o Jovem.
César e orientar os interesses da ordem senatorial. No
Panegírico temos nas palavras de Plínio o modelo de
governante desejado pelos romanos, cuja construção na
mentalidade senatorial transcende a realidade de Trajano em
direção à idealização da instituição do Principado. As virtudes
Nas últimas décadas as pesquisas acerca do Principado
pensadas pelos romanos a partir da leitura do Panegírico
romano vêm ocupando o foco de interesse que antes recaia
como inerentes ao príncipe ideal caracterizam uma postura
sobre o período republicano. Diante desse quadro de
de divindade, não no sentido literal, mas sim como
valorização damos destaque à obra de Plínio, o Jovem,
representação terrena de ordenação e clemência, de respeito
especificamente ao seu Panegírico de Trajano. Discurso de
às leis e à vida, uma postura que atendesse às demandas da
agradecimento pronunciado por Plínio em 100 d. C. ao então
vida civil e religiosa do império em uma prática de desapego
imperador Trajano na ocasião da ascensão do autor ao
ao poder ao mesmo tempo em que ele é exercido sem
consulado. A obra oferece-nos informações importantes para
abusos, com retidão e temperança. O agrupamento dessas
entendermos as ambigüidades do regime vigente durante o
qualidades louvadas na obra de Plínio resume o ideal de vida
Alto Império.
pública, trata-se do respeito às tradições e leis da República,
As análises sobre a história de Roma explicam que a
o que significava de forma pragmática a promoção dos
expansão territorial alcançada pelas conquistas romanas
interesses e o respeito à vida dos senadores por parte
tornou incompatíveis com a nova realidade política as
daquele que, antes de tudo, era um dentre eles apesar de
instituições republicanas. Em resumo, a concentração de
ser o melhor, o princeps.
poder nas mãos de uma parcela mínima da velha elite da
Nossa análise sumária do Panegírico de Trajano não
cidade de Roma passou cada vez mais a ser desafiada pelo
esgota os estudos do Principado, diferentes recortes e
prestígio de generais vitoriosos nas campanhas militares,
abordagens podem fazer emergir novas informações para
estes tomavam o partido dos chamados populares em
aprofundar nosso entendimento em relação ao tema, seja no
oposição aos optimates, a aristocracia que dividia entre si o
campo econômico, social, cultural, político ou religioso.
poder. Sob o verniz da luta por justiça social os embates
Defendemos aqui, sobretudo a importância de uma fonte que
declinaram para a busca do poder pessoal e após um século
como fotografia de uma época, nos traz em cores vivas
de guerras civis Augusto, o último vitorioso iniciou um
idéias e personagens singulares de um período que não pode
período de paz entre os romanos. A centralização do poder
ser compreendido apenas por meio de suas instituições,
em torno de uma única pessoa mostrou-se eficiente,
nesse sentido interessa a observação e o profundo estudo
evitando disputas e racionalizando a administração do
das idéias que estavam em voga na mentalidade romana na
império. Este período político que chamamos de Principado
época do Principado, tais idéias ora explícitas, ora implícitas
corresponde também à Pax Romama, no qual se observa um
estão ao alcance dos historiadores no discurso de Plínio que
grande desenvolvimento de várias regiões para além das
incorpora gratidão e conselhos à Trajano, que pelo sucesso
fronteiras de Roma e da Itália. Tal situação ofereceu
de seu governo foi lembrado como um novo Augusto.
condições para que nos últimos anos do século I a. C.,
Trajano, oriundo da Hispânia, se tornasse o primeiro
provincial imperador.
Mas esta prosperidade demandava uma constante
busca de equilíbrio entre o poder do príncipe e as tradições
da velha ordem senatorial que defendia os valores da extinta
Referências Bibliográficas
SECUNDUS, Caius Plinius Caecilius. Panégyrique de Trajan. Tradução
e comentários de Marcel Durry. Paris: Les Belles Lettres, 1972.
ALFÖLDY, Géza. A história social de Roma. Madrid: Alianza Editorial,
1987.
FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Antiguidade Clássica: a história a partir
dos documentos. Campinas: Unicamp, 1995.
República diante dos excessos de vários imperadores que
sucederam
Augusto.
Neste
contexto
de
ambigüidades
políticas está situado o Panegírico de Trajano, escrito por
Plínio, que era a um só tempo dirigente de um círculo político
cultural de senadores e amigo íntimo de Trajano, em sua
obra política ilustrou a ótica do imperador, sobretudo a
ideologia de um grupo senatorial de conciliação permanente
Alex Aparecido da Costa
Mestrando pelo Programa de PósGraduação em História da UEM.
Pesquisador do LEAM – Laboratório de
Estudos Antigos e Medievais.
Sob a orientação da Profª. Draª. Renata
Lopes Biazotto Venturini. Contato:
[email protected]
entre a cúria e o príncipe, buscando legitimar a política do
PHILÍA - ISSN 1519-6917
8 - Informativo de História Antiga – Jul, Ago, Set
de 2012 – Núcleo de Estudos da Antiguidade – UERJ
Pesquisadores participaram da XVIII Jornada de Estudos do Oriente Antigo na PUCRS
No dia 1º de junho, os pesquisadores do Núcleo de Estudos da
Antiguidade participaram da Mesa Redonda "Educação e Saberes
nas Sociedades do Mundo Antigo", no V Ciclo de Conferências
Internacionais, XVIII Jornada de Estudos do oriente
Antigo e II Jornada de Estudos Medievais.
O evento foi realizado na PUCRS e contou com a presença dos
pesquisadores Prof. Mestrando Carlos Eduardo Costa Campos,
com o tema "O saber mágico no discurso literário romano, no
período de Augustus" e Prof. Mestrando Luis Filipe Bantim, com o
tema "O discurso de Xenofonte e o processo de formação na
Esparta Clássica".
Curso de Especialização em História Antiga e Medieval:
Inscrições Abertas!
O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ) faz saber aos interessados que,
no período de 04 de Setembro à 08 de Novembro de 2012, estarão
abertas as inscrições para o Curso de Especialização em História
Antiga e Medieval para turma com início em 2013 / 1º semestre.
O curso destina-se, preferencialmente, aos portadores de diploma de curso de graduação plena ou de curso
superior de formação específica em Ciências Humanas e Ciências Sociais emitido por Instituição de Ensino
Superior (IES) oficial ou recomendada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Para mais informações, favor entrar em contato com o Núcleo de Estudos da Antiguidade: Tel. (21)
2334-0227 - E-mail:[email protected] ou pelo site do CEHAM.
R454
Catalogação na Fonte
UERJ/Rede Sirius/CCS/A
Philía: jornal informativo de história antiga. – vol.1, n.1
(1998) . – Rio de Janeiro: UERJ/NEA, 1998 –
v. : Il.
Como citar o Philía:
POZZER, K. M. P. Banquetes, Recepções e Rituais na
Mesopotâmia. Philía: Jornal Informativo de História
Antiga, Rio de Janeiro, Ano XIII, n. 37, p. 5-6,
jan./fev./mar. 2011.
Trimestral.
ISSN 1519-6917
1. História antiga – Peródicos. I. Universidade do Estado
do Rio de Janeiro. Núcleo de Estudos da Antiguidade.
Obs.: o destaque é para o título do periódico, o
subtítulo nem o artigo são destacados.
CDU 931 (05)
Normas para Publicação:
- 800 palavras ou 5000 caracteres com espaço;
- Biografia resumida do autor;
- Resumo (35 palavras ou 230 caracteres com espaço)
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02 Imagens com referência;
01 Foto do autor de rosto;
Fonte: Tahoma 9, espaçamento entre linhas simples;
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