51º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005 Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4 [email protected] Palavras-chave: Platyrrhini, Alouatta, Callithrix, Variabilidade cromossômica intrapopulacional Gifalli-Iughetti, C1,2; Favoritto, S3; Bertola, PB3; Vieira, RG4; Koiffmann, CP1 1 Centro de Estudos do Genoma Humano, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo/SP, Brasil; 2FAPESP; 3Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo/SP, Brasil; 4CEMAS, Fundação Florestal, São Paulo/SP, Brasil. Estudos cromossômicos visando conservação e realocação de populações de bugio e de sagüi Análises citogenéticas em Platyrrhini têm mostrado variabilidade cromossômica intra/interespecífica (2n=16-62), devido a rearranjos indicando que processos de alterações numéricas e estruturais dos cromossomos tiveram papel na raciação e especiação destes primatas. Variações na morfologia dos cromossomos e números diplóides estão associadas com origem geográfica dos espécimes. Alouatta (bugio) é o gênero de Platyrrhini mais amplamente distribuído e foi o primeiro a revelar variabilidade cromossômica interespecífica. A variabilidade entre espécies e subespécies de bugios (2n=42–54) indica que os cariótipos destes primatas evoluíram rapidamente, sugerindo a ocorrência de rearranjos contribuindo para redução do número diplóide durante a evolução do gênero. Dados citogenéticos indicam que o processo de especiação produziu cariótipos espécie-específicos. A diversidade cariotípica do gênero Callithrix (sagüi) é pequena (2n=44 ou 46, devido a fusão/fissão cêntrica). Variabilidades na morfologia dos cromossomos Y (acrocêntrico, submetacêntrico ou metacêntrico) e X (submetacêntrico ou metacêntrico) foram observadas. Sete machos e seis fêmeas de Alouatta fusca do CEMAS – Fundação Florestal – São Paulo/S.P., provenientes de captura em domicílio e/ou apreensão, foram estudados visando soltura em região geográfica adequada. Três machos e quatro fêmeas de Callithrix sp. da Barragem Paraitinga – Salesópolis/S.P. foram analisados para determinação da espécie e realocação. Análises cromossômicas foram realizadas a partir da cultura de linfócitos. Os machos de bugio apresentaram 2n=49 decorrente da translocação Y-autossomo, com os cariótipos diferindo nas fórmulas cromossômicas (20 metacêntricos/submetacêntricos e 29 acrocêntricos; 17 metacêntricos/submetacêntricos e 32 acrocêntricos). As fêmeas, 50 cromossomos e dois tipos de cariótipos distintos (20 metacêntricos/ submetacêntricos e 30 acrocêntricos; 19 metacêntricos/submetacêntricos e 31 acrocêntricos). Para Callithrix sp., os machos e fêmeas apresentaram 2n=46, tendo os machos 31 metacêntricos/submetacêntricos e 15 acrocêntricos e as fêmeas 32 metacêntricos/submetacêntricos e 14 acrocêntricos. Linhagens celulares 46,XX/46,XY foram observadas em Callithrix sp., um macho e duas fêmeas. Os bugios provenientes da Serra da Cantareira são da subespécie Alouatta fusca clamitans onde há variabilidade cromossômica intraespecífica e intrapopulacional significante decorrente de inversões pericêntricas e translocações Y-autossomo. A variabilidade observada em Alouatta fusca clamitans indica que esta deve ser uma espécie/subespécie complexa. A diversidade cromossômica do gênero Callithrix é pequena sendo a diferença devida a rearranjos cromossômicos. Quimerismo XX/XY é freqüentemente descrito para Callitrichinae, conseqüência da alta freqüência de nascimentos gemelares com anastomose placentária e troca de células sanguíneas entre os gêmeos. Pela fórmula cromossômica dos espécimes estudados e morfologia do cromossomo Y sugerimos que estes exemplares possam ser representantes das subespécies de Callithrix: jacchus, penicillata ou aurita. Apoio Financeiro: FAPESP, CEPID/FAPESP, CNPq. 375