Infecção hospitalar em unidade de terapia

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REVISÃO / REVIEW PAPER / REVISIÓN
Infecção hospitalar em unidade de terapia intensiva neonatal: uma
revisão da literatura
Hospital infection in neonatal intensive care unit: a literature review
Hospital de la infección en la unidad de cuidados intensivos neonatal: una revisión de la literatura
Juliana Oliveira de Sousa
Enfermeira. Especialista em Terapia Intensiva. Teresina
- PI ,Brasil .Email: [email protected]
Thaís Regina Carvalho Linhares
Enfermeira, Pós-graduação em Saúde Mental e em
Urgência e Emergência pela Faculdade de Saúde
Ciencias Humanas – UNINOVAFAPI, Teresina – PI,
Brasil. Email:[email protected]
Daniele Martins de Sousa
Especialista em Urgência e Emergência,
UNINOVAFAPI, Enfermeira plantonista do Hospital
Mariano Castelo Branco - HMCB, Enfermeira da
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do
HMCB. Teresina - PI ,Brasil .Email: danielemartinss@
hotmail.com
Erida de Oliveira Soares
Especialista em Saúde da Familia e em Urgencia
e Emergência, docente da Faculdade de Saúde
Ciências Humanas - UNINOVAFAPI, Enfermeira da
FMS Hospital Maternidade Buenos Aires e Hospital
Mariano Castelo Branco. Teresina - PI ,Brasil .Email:
[email protected]
RESUMO
O artigo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre Infecção Hospitalar em Unidades
de Terapias Intensivas Neonatais (UTIN). Foi realizada uma revisão de literatura na base de dados do
SCIELO, utilizando-se como palavras- chave: Infecção Hospitalar, UTI Neonatal, Neonatologia. Nesses
termos foram selecionados, de forma sistemática, um total de dez artigos pertinentes ao tema abordado. Através da literatura consultada, verificou-se que, para a prevenção da infecção hospitalar nas
UTIN, alguns cuidados essenciais devem ser tomados quanto ao ambiente, ao pessoal, à paramentação, equipamentos e ao recém-nascido. Sendo assim, observou-se que a existência de rotinas para
prevenção de infecções hospitalares e de pessoal em número suficiente para cumpri-las é relevante
na profilaxia e no controle de infecção hospitalar nessas unidades neonatais. A infecção hospitalar
possui dimensões complexas do cuidado à saúde e está em constante transformação.
Descritores: Infecção hospitalar. UTI neonatal. Neonatologia.
ABSTRACT
The article aims to review the literature on Nosocomial Infection in Neonatal Intensive Care Units
Units (NICU), the pursuit of material was in the SciELO database. We used the keywords: Infection,
NICU, Neonatology. In these terms were selected systematically, a total of ten articles relevant to the
topic discussed. Through literature, we found that for the prevention of nosocomial infections in
the NICU, some care must be taken as essential to the environment, the staff, the attire, equipment
and the newborn. Thus, we observed that the existence of routines for infection prevention and
hospital staff in sufficient numbers to meet them is relevant in prevention and control of nosocomial
infection in these neonatal units. Hospital infection has complex dimensions of health care and is
constantly changing.
Descriptors: Infection. NICU. Neonatology.
RESUMEN
El artículo tiene como objetivo revisar la literatura sobre la infección nosocomial en unidades de cuidados intensivos neonatales unidades (UCIN), la búsqueda del material estaba en la base de datos
SciELO. Se utilizaron las palabras clave: Infección, UCI neonatología. En estos términos se seleccionaron sistemáticamente, un total de diez artículos relacionados con el tema tratado. A través de la
literatura, encontramos que para la prevención de las infecciones nosocomiales en la UCI neonatal, algunos se debe tener cuidado es esencial para el medio ambiente, el personal, el equipo de
vestimenta, y el recién nacido. Así, observamos que la existencia de rutinas para la prevención de
infecciones y el personal del hospital en número suficiente para satisfacer ellos es relevante en la
prevención y control de la infección nosocomial en las unidades neonatales. La infección hospitalaria
tiene dimensiones complejas de la atención de la salud y está cambiando constantemente.
Descriptores: Infección. UCI Neonatal. Neonatología.
Submissão: 25.01.2012
Aprovação: 11.05.2012
Revista Interdisciplinar UNINOVAFAPI, Teresina. v.5, n.3, p.77-80, Jul-Ago-Set. 2012.
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1
INTRODUÇÃO
O nascimento de um recém-nascido prematuramente repercute
diretamente em seu desenvolvimento. Destaca-se que a dinâmica natural do desenvolvimento é interrompida, tornando-o vulnerável e, muitas
vezes, levando-o a ser tratado em uma unidade de terapia intensiva. A
morbidade e a mortalidade no período da neonatologia atingem principalmente os recém-nascidos prematuros e/ou de baixo peso.
Os primeiros berçários para atender a prematuros surgiram em fins
do século XIX. No início do século XX, passaram a atender os demais recém-nascidos. A finalidade desses berçários era manter a termorregulação
dos bebês, alimentá-los através de técnicas cuidadosas e protegê-los de
infecções através do isolamento. No decorrer do século XX, os berçários
passaram a ser Unidades de Internação Neonatal e Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal (UTIN) (KAMADA; ROCHA; BARBEIRA, 2003).
A atenção neonatal cresceu muito no Brasil nos últimos vinte anos,
tanto no setor privado quanto no público, com um excesso de leitos no
primeiro e escassez no segundo. Este crescimento, porém, foi feito sem
um adequado planejamento estratégico de ambos os setores, não existindo igualdade na distribuição dos leitos de UTI neonatal entre as várias
regiões do país, os estados e no interior dos estados (RIBEIRO; REGO, 2008).
Em regiões mais desenvolvidas em termos socioeconômicos no nosso país, como as regiões Sudeste e Sul, ocorre uma maior concentração dos
leitos de UTI neonatal, com limitado acesso aos setores da população menos favorecidas. No estado do Rio de Janeiro, o número de leitos está dentro dos limites recomendáveis, no entanto, com grande concentração nas
regiões centrais, onde se situa a capital, em detrimento do interior. Em São
Paulo, existe uma alta concentração de leitos nas regiões centrais da cidade
e uma baixa concentração nas regiões periféricas, com excesso de leitos no
setor privado e escassez no setor público. Por outro lado, não existe um sistema de transporte efetivo para crianças criticamente doentes e mulheres
com gravidez de alto risco que permita uma concentração de recursos e experiência em unidades com mais leitos, conforme tendência internacional,
favorecendo a criação de pequenas unidades em áreas com pouca densidade populacional. Além disso, existem muitas diferenças na qualidade dos
serviços oferecidos, variando de unidades extremamente sofisticadas para
outras sem uma estrutura mínima básica (RIBEIRO; REGO, 2008).
Pacientes internados em hospitais estão sujeitos a uma ampla variedade de microorganismos patogênicos, principalmente em Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), onde são utilizados antimicrobianos potentes e de
largo espectro, e os procedimentos invasivos são de rotina (CARVALHO
Revista Brasileira de Enfermagem, 2011). O Ministério da Saúde (MS), na
Portaria nº 2.616 de 12/05/1998,define Infecção Hospitalar (IH) como a infecção adquirida após a admissão do paciente na unidade hospitalar e que
se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares (BRASIL, 1998).
A década de 80 foi muito importante para o desenvolvimento do controle das IH no Brasil. Começou a ocorrer uma conscientização por parte dos profissionais de saúde a respeito do tema CCIH (Comissões de Controle de Infecção
Hospitalar) com instituições em vários estados do país. Em junho de 1883, o MS
publicou a Portaria 196, primeiro documento normativo oficial. Em 1992 publicou a Portaria 930 que, entre outros avanços, defendia a busca ativa de casos. Em
1997 aprova a Lei 9431, tornando obrigatória a presença da CCIH e do Programa
de controle de IH independente do porte e da estrutura hospitalar. A implantação e execução destes programas deveriam reduzir a incidência e a gravidade
das IH ao máximo possível (PEREIRA Revista Brasileira de Enfermagem, 2005).
78
A evolução da IH está relacionada com o desenvolvimento social
e o modo próprio de compreensão do processo saúde-doença, também
com a geração de modelos tecno-assistenciais para sua assistência. Nos
tempos atuais, a IH é potencialmente determinada pela evolução tecnológica dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos invasivos, demandados pelo modelo da assistência. Acrescente-se a isto, os medicamentos
imunossupressivos, principalmente os antibióticos, a maior expectativa de
vida e o aumento de demanda por assistência a pacientes imunodeprimidos e com doenças crônicos-degenerativas, que aumentam o risco das
Infecções Hospitalares resistentes (GUINTA; LACERDA, 2006).
A problemática das IH, portanto, deve ampliar-se à perspectiva de
sua determinação social, ou seja, suas práticas de prevenção e controle
não dependem apenas de ações focais, no âmbito restrito de um Programa de Controle de IH (PCIH). Dependem também e, fundamentalmente,
de ações ampliadas e relacionadas às formas com que as políticas de saúde são introduzidas e distribuídas, à qualidade da assistência em geral, à
reformulação ou inovação de modelos tecno-assistenciais e à elaboração
de estratégias de avaliação (LACERDA, 2001).
O problema de Infecção Hospitalar (IH) no Brasil cresce a cada
dia, considerando que o custo do tratamento dos clientes com IH é três
vezes maior que o custo dos que não possuem infecção. Mesmo com a
legislação vigente no país, os índices de IH permanecem altos, 15,5%, o
que corresponde a 1,18 episódios de infecção por cliente internado com
IH nos hospitais brasileiros. Também temos mais um agravante, o fato das
instituições de saúde pública possuírem a maior taxa de prevalência de IH
no país, 18,4% (MOURA Revista Brasileira de Enfermagem, 2007).
As taxas gerais de infecção hospitalar em unidades neonatais de
países desenvolvidos variam de 8,4 a 26%. No Brasil, Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal (UTIN) de nível terciário possuem taxas de infecção entre 18,9 a 57,7%, havendo referência de causas possíveis das elevadas taxas
de infecção: condições de trabalho, estrutura física da UTIN e número de
profissionais de enfermagem por leito. Nenhum desses estudos, entretanto,
analisou o local de nascimento dos RN assistidos (PINHEIRO Revista Brasileira de Enfermagem, 2009).
Para se identificar a taxa de prevalência de IH depende-se da
utilização de técnicas de Vigilância Epidemiológica, dos critérios de diagnóstico e dos fatores de risco intrínsecos e extrínsecos presentes numa
determinada unidade de saúde em um dado período de tempo. As taxas
de incidência de infecção hospitalar para pacientes internados em UTI
variam, conforme o tipo de unidade e a população atendida, em razão
da gravidade da doença básica, da restrição de pacientes no leito, do uso
frequente de sedação e das alterações no nível de consciência e dos múltiplos procedimentos invasivos das vias respiratórias, onde o principal fator
de risco é o uso de ventilação mecânica juntamente com o tempo prolongado de utilização, somando também como fatores de risco: contaminação dos equipamentos e das soluções utilizadas na terapia ventilatória;
condições favoráveis de aspiração, entre outros (COUTO, 2003).
O autor acima citado ainda comenta que os pacientes admitidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão sujeitos a riscos de 5
a 10 vezes maior de adquirir infecção que aqueles de outras unidades
de internação do hospital, além de mais vulneráveis intrinsecamente à
infecção, e são frequentemente expostos aos fatores de risco, tais como:
procedimentos invasivos, cirurgias complexas, drogas imunossupressoras,
antimicrobianos e as interações com a equipe de saúde e os fômites.
As unidades de terapia intensiva são importantes para prover
suporte de vida para falências orgânicas graves e a monitorização intenRevista Interdisciplinar UNINOVAFAPI, Teresina. v.5, n.3, p.77-80, Jul-Ago-Set. 2012.
siva que permita a identificação precoce e o tratamento apropriado das
intercorrências clínicas graves. Constituem níveis de atendimento à saúde
de alta complexidade, atuando de forma decisiva quando há instabilidade
de órgãos e sistemas funcionais com risco de morte (MARTINS, 2006).
Diante da vulnerabilidade dos pacientes internados nas UTIs principalmente dos neonatos nas UTINs que é considerada área crítica, onde
há um maior número de pacientes graves e submetidos a diversos procedimentos invasivos, portanto com um maior número de infecção, é que se
entende a relevância deste estudo para toda a área da saúde inclusive da
enfermagem, e tem como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre
Infecção Hospitalar em Unidades de Terapias Intensivas Neonatais.
2
METODOLOGIA
O estudo trata-se de uma revisão da literatura referente à infecção
hospitalar em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. O método escolhido
permitiu a identificação e análise de dados escritos em livros, artigos de
revistas, dentre outros. Sua finalidade é, sobretudo, colocar o pesquisador
em contato com o que já foi produzido a respeito do seu tema de pesquisa. Nesta proposta metodológica o investigador vai se deparar com
dois tipos de dados: aqueles que são encontrados em fontes de referência
(dados populacionais, econômicos, históricos e etc.) e aqueles dados especializados em cada área do saber, fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa. O conjunto de materiais escritos e gravados, mecânica ou
eletronicamente, que contêm informações elaboradas e publicadas por
outros autores e a utilização total ou parcial de quaisquer dessas fontes é o
que se caracteriza uma pesquisa como bibliográfica (GIL, 2008).
A busca do material foi na base de dados do Scientific Electronic Library Online (SciELO), utilizando como limitações os textos completos no
idioma português e os tipos de assuntos mais relacionados com a pesquisa. Foram utilizadas as palavras-chave: Infecção Hospitalar, UTI Neonatal,
Neonatologia, conforme apresentação do vocabulário contido nos Descritores em Ciências da Saúde (DECS). Nesses termos foram selecionados, de
forma sistemática e criteriosa, um total inicial de 12 artigos pertinentes ao
tema abordado cujos critérios de inclusão foram a presença das palavras-chave selecionadas e a relevância do assunto para o estudo.
Numa avaliação inicial por meio dos resumos verificou-se que seis
artigos abordavam o controle de infecção hospitalar, quatro abordavam a
prevalência de infecções em UTIN, seis destacavam a relação entre a infecção hospitalar e a neonatologia e os outros cinco estudos refletiam sobre
os riscos de procedimentos invasivos em UTIN.
Com a realização da análise destes artigos, na íntegra, em um momento posterior foram excluídos dois artigos por possuírem uma significativa inconsistência metodológica além de não traduzir de forma clara alguma contribuição para este estudo. Assim, para esta revisão trabalhou-se com 10 artigos.
Para a extração de dados dos artigos utilizou-se um instrumento
o qual contempla os itens: identificação do artigo, características metodológicas do estudo, local do estudo e resultados encontrados. A análise
dos dados foi realizada de forma descritiva. Os estudos foram reunidos por
similaridade semântica o que permitiu avaliar as evidências, bem como
identificar a necessidade de investigações futuras acerca da temática.
3
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste estudo após confrontarmos os resultados encontrados com a
revisão da literatura, observou-se pontos relevantes dentro dos vários conRevista Interdisciplinar UNINOVAFAPI, Teresina. v.5, n.3, p.77-80, Jul-Ago-Set. 2012.
textos analisados e que são de grande importância para esta discussão.
Por meio da literatura consultada, verificamos que para a prevenção da
infecção hospitalar nas UTIN, alguns cuidados devem ser tomados quanto ao ambiente, ao pessoal, a paramentação, equipamentos e ao recém-nascido.
Com o parto hospitalar, a Unidade de Internação Neonatal é o local
onde os recém-nascidos são recebidos e têm o primeiro contato com a
flora microbiana hospitalar, sendo ali colonizados. Assim geralmente, após
48 horas do nascimento, os tecidos são invadidos por microrganismos de
origem predominantemente materna. Depois se instalarão microrganismos originários da equipe de saúde, de outras crianças e de visitantes,
podendo desenvolver infecções exógenas ou por invasão adquirida (KAMADA; ROCHA, 1997).
Apesar do avanço tecnológico e o aparecimento dos antibióticos,
nas últimas décadas, as infecções constituem uma das causas mais importantes nos altos índices de morbi-mortalidade neonatal (KAMADA;
ROCHA, 1997; LOPES Revista Brasileira de Enfermagem,2008). Os aspectos
sócioeconômicos e culturais contribuem para esta na maioria dos hospitais brasileiros, além da carência qualitativa e quantitativa de recursos
materiais e humanos e a precária saúde do povo (PIZZATO; POIAN, 1988).
A dificuldade na limpeza do instrumental utilizado pelos profissionais de saúde serve como veículo, e geralmente é agravada, porque quase sempre se lida com pessoal deficiente em número e comumente em
qualidade; acarretando em sobrecarga para a equipe de trabalho. Assim,
observa-se a quebra da técnica, não se realizando a lavagem das mãos
nem a limpeza adequada do material; não sendo possível, muitas vezes,
afastar os portadores de processos infecciosos, porque não há substitutos
para o trabalho (KAMADA; ROCHA, 1997).
As maiores taxas de infecção hospitalar são vistas geralmente em
pacientes nos extremos da idade e nos serviços de oncologia, cirurgia e
terapia intensiva. Assim, os dados de incidência e prevalência de infecção
hospitalar obtidos em diferentes estudos, mesmo em crianças, refletem
tais características populacionais e institucionais (TURRINI; SANTO, 2002).
No nosso país, os dados sobre infecção hospitalar são pouco
divulgados. Além do que, esses dados não são consolidados por muitos
hospitais, o que dificulta o conhecimento da dimensão do problema no
Brasil. Como os pacientes que falecem após 48 horas de internação frequentemente apresentam infecção hospitalar associada, sendo as causas
de morte descritas na declaração de óbito uma importante fonte de dados
para o dimensionamento do problema (TURRINI, 1996; BARBOSA, 2004).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as
estatísticas de mortalidade sejam apresentadas segundo a denominada
“causa básica de morte”, definida como: (a) doença ou lesão que iniciou
a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à
morte, ou (b) as circunstâncias do acidente, ou violência que produziram a
lesão fatal. A causa básica de morte é mostrada nas chamadas estatísticas
primárias, que descrevem a mortalidade de populações.
O controle de doenças que provocavam mortes precoces determinou o aumento da sobrevida de populações. Para descrever melhor o
padrão da mortalidade nessas populações, houve necessidade de levar
em consideração, além da causa básica, todas as demais mencionadas na
declaração de óbito. Deste modo, as afecções geradas como complicações
da causa básica, chamadas causas consequenciais, e outras presentes no
momento da morte, chamadas causas contribuintes, juntas, definem as
causas múltiplas de morte.
79
4
CONCLUSÃO
O estudo mostrou que vários são os motivos causadores de uma
Infecção Hospitalar em uma Unidade de Terapia Intensiva inclusive a Unidade Neonatal. O controle de infecção hospitalar ao longo dos anos foi
evoluindo e se evidenciando como um grande fenômeno que não está
limitado apenas ao meio hospitalar, mas, também, a todos os estabelecimentos da área de saúde, nos quais se desenvolvem ações consideradas
de risco e associadas ao aparecimento das infecções.
As UTIs neonatais são estruturas assistenciais que visam à atenção aos recém-nascidos extremamente doentes, cuja condição clínica
constitui uma ameaça imediata à vida, necessitando de intervenções com
tecnologias e aparelhagem sofisticadas e caras, como nos casos de prema-
turidade e enfermidades congênitas.
Os artigos analisados mostram a importância destas pesquisas
científicas para os profissionais da área da saúde e de todo setor acadêmico. Observou-se que a existência de rotinas para prevenção de infecções hospitalares e de pessoal em número suficiente para cumpri-las
é relevante na profilaxia e no controle de infecção hospitalar nas UTIs
neonatais.
A IH possui dimensões complexas do cuidado à saúde e está em
constante transformação. Sendo assim, a IH é um evento histórico e social,
não apenas biológico, precisando de investimentos científicos, tecnológicos e humanos para a incorporação de medidas de prevenção e controle,
sem perder de vista a qualidade do cuidado prestado pelos profissionais
da saúde, principalmente da equipe de enfermagem.
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