AnnaRachel Pus de Barroa - PUCSP Leda Verdiani Tfouni

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*Anna Rachel Pus
de Barroa - PUCSP
Leda Verdiani Tfouni - OIIYRP'
Maria celia
de A. Nobre - UPBA
Temsido notado por alguns teoricos
que os verba.
nomeiamas nossas percepC(Oessensoriai.,
assumemfreqllentemente sentidos
exemplo, temos mUltiplas
espeeia:m.tte ~
polissemcos
leituras
que
• Assim,
por
para as orayees
abaixo:
1- Maria viu Joio
sair.
2- Maria viu que Joao saiu.
3- Maria viu que Joio
sair':.
4- Maria viu que Joao sa!sse.
Na oravio
do de perceber
(1) aeima, telllOs, para 0 verbo YER, 0 sent!
atravis
da visQo;
b!qua, telllOSdois sentidos:
da oravio
na orayio
um primeiro,
(1), e um sequndo sentide
intelectualmente.
compreender
da visio) I na orayio
finalmente,
sentido
na orayio
(4),
ao
a ".roeb.r
(nio necessariamente
0
~
que equivale
equivalente
(3) temos apen••
ber intelectualmente;
(2), que i
a~
de
pero!.
temoa
0
senti do de providenciar.
Essa multiplieidade
de siqnifieados
da mais a atenvio quando se verif1ea
de YERatrai
ain
(CAPLAN,
1973) que p.!.
10 menos duas das leituras
retamente
(a que se relaciona
com verbos correspondentes
lInguas indo-europeias
nao indo-europeias,
objetivo
em outras
e pelo menos em algumas
como
0
lInguas
chines.
deste trabalho
tos uma analise baseada
e apresentar
para esses f~
na Teoria daB GestaLts
Linglltsti
cas. tambem chamada Linglltstica ExperienaiaL.
por Lakoff
proposta
(nao publicado) •
Em trabalho
anterior
Barros, Tfouni e Nobre
que outras teorias,
Gramatica
di
com a visao e a que se relaciona COIlIointelecto)
tambem sao possIveis
o
acima
Gerativa
rio necessario
varios sentidos
sobre
mesmo assunto
(nao publicado»,
especificamente
Padrao,
assumidos
0
nao tinham
para uma analise
foi
(Paes de
demonstrado
Estruturalismo
0
e a
poder explanato-
unificada
e coerente
dos
pelo verbo VER nas orac;:C5es(1-
4) acima. Por esse motivo,
restringir-nos-emos
0
devido a limitac;:oesde espac;:o,
aqui a apresentar
em detalhes
te a analise feita com base na teoria da LingUIstica
somen
Ex-
periencial.
A chamada LingnIstica
Experiencial
na descric;:aoda linguagem
como percepc;:ao,memoria
englobar
fatores extra-ling~IstiODS,taiS
e estrutura
de Lakof.f e de construir
procura
social.
A proposta
um sistema holIstico,
esses aspectos
estejam
integrados,
to lingnIstico
seja uma parte.
Desta forma, a procura
e do qual
de universais
onde toOOs
0
con~
nao deve restrin
9ir-se ao terreno puramente
guns teoricos
tern limitado
da Linqarstica
as teorias
va ao emprego
0
estabeleoerem
0
fato de
a!
essa res~
como alternati-
de transformaej:Oes, descriej:Oes estrutura.ts
riam, na medida
propOe
e
sobre linguagem.
e arvores, Lako:ff propoe
linqarsticos
lingd!stico,
0
use de gestalts, que engloba-
do poss!vel,
relevantes.
tam6&
os elementos
Para possibilitar
extra-
isso,Lakoll
uso de ponto8 de vista, que permitiriam
sentaej:aodas multidimensoes
de que se revestem
a repr!,
as formas
lingU!sticas •
A correspondencia
quinte maneira:
terminaria
0
haveria
uma ge8talt generaliaada,
n!vel conceitual,
talts e:I:empUfiaadas.
tinuariam
entre ge8talt8 seria feita da
abstrato,
que se derivariam
referindo-se
a aspectos
se-
que d!
e uma au mais gB!!.
da generalizada
rnals espec!ficos
e CO!!
de no~
so conhecimento.
As propriedades
ari~oes das partes
das de8ari~oe8
talt8. e
0
cionamento
e
das ge8talt8 seriam dadas pelas
e por conjuntos
explicar
das aondi~oe8
estabelecer
os termos
v!nculos
das ge!!.
de rela-
entre as ge8talt8.
As funyOes gramaticais
e sernanticas dos termos
ge8talt8 seriam determinadas
hierarquia
de aondi~oes. 0 papel
e esclarecer
e
dss
de papel
por duas hierarquias:
(quedaria origem
ao sujeito
das
uma
subjace!!
tel e urna hierarquia
de referenaia
sujeito gramatical).
Isso da conta do fate de nem sempre
o sujeito gramatical
e
0
subjacente
(que determinaria
coincidirem
0
na maio-
ria das lrnguas.
A combinayao
entre essas propriedades
dar-se-ia
em
UIIatabela,
que servlrla
de base para a determ1na~ao deB
piooe d. pap.I. e de %'.f.%'inoia~ bem comodas formasqr~
maUcais que eles
du
assum1rlam nas cliusulas
no quadro per supercateqorlas,
g••••
direto
du
categorlas
suje1to
(representa-
equlvalentes
(S), objeto
(0)
a amil-
objeto
In-
(01».
Essa tabela
e
a segulnte:
TABELA 1
Prlorldade
1,
Poco de aten~io
especlal
Prlorldade
2:
RelIpcnBab1l1dl1deC01sa af!!
prlllit1a
tada
Q:I1tmle
VbJJ.Qio
Prlorldade 31
*Dl_nsCies
Espaclal
Energla
Inf0:t1M9io
z.Dc1onal
Lugar
Objeto
Ponte
Objeto
ObjeUvo"
S/O
0/10
Perceptual
Pc. ••
etc.
Rel~Oes biseadaB no p.!
S
pel
* Energla > outros > Espaclal
**ObjeUvo-Energla
19ual a zero
e
Analise
Experiencialista
VER: Procuraremcs
do verba
ver!
ficar, nesta parte, como a teoria das Gestalts L1ng~!st!
cas explica
problema do verbo VER, e seus varios sent!
0
dos, exemplificados
pelas ora90es
(l-4), as quais repet!
remos abaixo para facilitar a consulta:
(I) Maria viu Joao sair
(2) Maria viu que Joao saiu
(3) Maria viu que Joao sa~ra
(4) Maria viu que Joao sarsse.
Na ora9ao
(I), a fonte primaria de input sensorial
visual. Em (2), que e urnaora9ao
amb!gua, temos, na pri-
meira lertura, urn input sensorial visual, e, na
leitura, outro~ tipos nao especificados
visual. Na ora9ao
(3),
0
e
aparentemente
rial que
0
segunda
de input, aumdo
input e do mesmo tipo da segun-
da leitura de (2). E, finalmente, em (4),
VER
e
0
sentido
de
desligado do tipo de est!mulo senso-
sujeito recebe.
Urnoutro aspecto de contraste entre as ora90es
(4) reside no grau de controle que
0
(I) -
sujeito mantem
~De
o input explicitado pelo verbo VER. ~ assim que, para
a
ora9ao (I),
0
0
sujeito Maria tern pouco controle sobre
tipo de est!mulo que recebe ao ver Joao sair. A ideia
que Joao foi vista aa sair por acaso. porque estava
no
mesmo campo visual de Mari.a, no momento de sair. Para
ora9ao (2) em seu segundo sentido
de (1»,
temos que
0
ate de
VB
isso com
0
a
{o primeiro e iqual ao
r depende de alqum contro-
Ie da parte de Maria. Ela pode nao ter visto Joao
mas pBrcebeu
e
apoio de pistas
sair.
(urnbater de pOE
t.a,passos no corredor, etc.). Este e tambem
0
sentido
ode (3), com a diferen9a
realizou.
Mas Maria,
que
ate de sair ainda
0
de (2»
sujeito
0
maior de participa9io
intelectual
ora9io (4),
Maria i
0 -sujeito
isto
comoi
0
no
caso de
em (3) (ena segunda leitura
deve dedullir a salda de "oao,
10 input sensorial,
se
em (3), tem alguma participa9io
ato de ver que nao i puramente passiva,
(1). Na realidade,
nio
0
que xequerun grail
0
do que em (1). Ja
responsavel
i, Maria
e quem
na
completo
p~
cria as condi -
goes para ver "oao sair.
Emresumo,observamos que nas ora90es (1)-(4)
uma grada9ao crescente
tiva do sujeito
a
no que se refere
'existe
participa9ao
do verba VER.
Tentaremns agora, de acordo com as categorias
tas por Lakoff, sugerir
rentes significados
de participa9ao
~
uma analise
propo~
coerente com os dif~
de VER,bem comoos diferentes
do sujeito
graus
na &9ao indicada pelo verbo.
Examinemosprimeiramente a senten9a
(1):
(1) Maria viu Joao sair
Temosat
Prioridade
UIlI
sujeito
gramatical
2 da Tabela I, pertence
que, de acordo com a
a
categoria
Coisa Af!!.
tada. 0 amalgamaS/O, determinante das rela90es
no papel, que apar",ce embaixo, dominado pela
Coisa Afetada,
sujeito,
categoria
permite que Maria se superficialize
como
embora seu papel subentendido seja objeto.
assim, para a orA9io (1), Maria
COIIIO 0
senda a orA9ao encaixada "oao sair
sujeito
baseadas
subenundido).
ret.rencial
0
pico referencial,
pica de papel
Quanto i Prior!dade
(Maria) assume a di_nsao
COnclu1ndonossa anilise
'1'eIIaI
3,
0
(ou
0
'su:)eito
PerceptuaL
de (1), podemos dizer que
0
verbo VER mantem
com
0
conduzir um estImulo
cebe como elemento
Examinemos
seu pico referencial
perceptual
visual
que
a relac;ao de
0
sujeito
re-
passivo.
agora a sentenc;a
(2);
(2) Maria viu que Joao saiu
A ambig~idade
dessa orac;ao deve-se
jeito referencial
poder assumir
pressos pelo amalgama
tanto como sujeito
quanto
orac;ao (2) e sinonima
porque,
como objeto
0
con forme vimos na analise
de (1), um sentido
ciente. Por outro lado, na segunda
te do pico de papel.
Quanto
LAKOFF,
segundo sentido,
pertence
a
sujeito ~
que the
di,
forte de po!
2, pertence
a cat~
e forte determinan-
a Prioridade
da orac;ao (2) no primeiro
mo a orac;ao (1), a dimensao
-
leitura da orac;ao (2),
o sujeito, de acordo com a Prioridade
que, segundo
0
8ubja
leitura.
de (1), tendo, portanto,
Coisa Afetada.
perficial
entendido
na sua primeira
ferencial sob a categoria
goria Contpole.
su-
0
os dois picos de papel e.!
isto e,. poder ser
S/O,
subjacente
cente. lsto acontece
ao fato de
3,
0
sentido,
Pepceptual.
as dimensoes
sujeito
s~
pertence,c2
enquanto
que, no
InfoPma~ao
+ Pep-
ceptual.
Resumindo,
a orac;ao (2) e ambigua,
esta no fate de seu sujeito
tanto
a
categoria
der exercer
referencial
Coisa Afetada
as dimensoes
e sua ambig~rdade
como
puramente
o sentido passi vo equi valente
a
poder
a Contpole.
Pepceptual
orac;ao (1»
ceptual + Infopma~ao
(quando assume
vo, equivalentemente
a
orac;ao (3).
pertencer
0
e
po-
(quando tem
ou entao Pep-
sentido mais
ati-
Passemos
agora a oraQao
(3)
(3) Maria viu que Joao saira
Essa sentenQa
tido da oraQao
(2). Portanto,
sume a categoria
mensCes
tern leitura equivalente
Controle,
Peraeptual
forme determinado
coincide
com
0
seu sujeito
ao segundo
referencial
sob a Prioridade
+ Informagao
sob a Prioridade
pela Prioridade
pico de papel,
2, e as
0
2,
0
pico
3.
se~
as
diCo~
referencial
que da a Maria
0
sentido
de agente da aQao de VER.
Quanto a oraQao
(4)
(4) Maria viu que Joao sarsse
observa-se
que
0
pico referencial,
Maria,
(4) difere de (3) me
do com' 0 pico de papel. Entretanto,
seguintes
aspectos:
poneabilidade
a
2, e
plicam
sujeito pertence
Primaria,
dimensao
0
0
Controle
Energia
forte sentido
e
uma vez que Energia
da Prioridade
a hierarquia
car
0
problema
propostas
turas de VER nas oraQoes
e dlmensoes
Maria em (4),
mais alta da Priorid~
Contro le e Vo tigao s80
podemos
dizer que as priori
por Lakoff conseguem
inicialmente
quanto
expli-
as varias Ie!
(1)-(4). Isto foi feito em ter-
mos da analise dos plcos referenclal
tegorlas
ex
do pico de papel.
esta analise,
colocado
Re~
da Prioridade
3. Estes fatos
de agente so sujeito
tres fortes determinantes
dades prototrpicas
as categorias
e Voligao
de 3, e Reeponeabi tidade Primaria,
Concluindo
esta coincidi~
que assumem
e de papel e das c~
dentro da Tabela I.
CAPLAN,DAVID, 1973.
Verbs
A Note
of Perception.
on the
Cog~ition. vol.
LAKOFF,GEORGE(nao publicado).
versity
of
California,
Reading.
2,
Linguistic
of
3:269-277.
Gestalts.
Un!
Berkeley
PAES DE BARROS, A.R. J TFOUNI, L.V.
(nao publicado).
Tres
VER: UmPrograma
de Pesquisa.
nas.
Abstract
Propostas
e NOBRE, M.C. de A.
de Analise
Universidade
do
de
verbo
Campl-
Download