Grupo de Oração: A Formação do Coordenador

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Grupo de Oração: A Formação do Coordenador
Qua, 12 de Setembro de 2012 17:17
1 Introdução
“Olha por ti e pela instrução dos outros. E persevera nestas coisas. Se isto fizeres, salvar-te-ás
a ti mesmo e aos que te ouvirem” (1 Tim 4,16).
A formação é uma grande necessidade em nossos tempos. Tempos marcados pela pluralidade
e diversidade de opções, caminhos, visões e onde os valores são relativos. Tempo em que a
mídia quer desvalorizar a Igreja Católica e seus ensinamentos.
A falta de compreensão dos objetivos da formação tem causado desvios que aparecem no
serviço e principalmente nos momentos de crise.
O documento de Aparecida no nº 226c diz: “Junto a uma forte experiência religiosa e uma
destacada convivência comunitária, nossos fiéis precisam aprofundar o conhecimento da
Palavra de Deus e os conteúdos da fé, visto que esta é a única maneira de amadurecer sua
experiência religiosa. Neste caminho, acentuadamente vivencial e comunitário, a formação
doutrinal não se experimenta como conhecimento teórico e frio, mas como ferramenta
fundamental e necessária no crescimento espiritual, pessoal e comunitário” (Grifo dos autores
deste texto).
O mesmo documento, no número 276, nos ensina que qualquer que seja a função que
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desenvolvemos na Igreja, para sermos fiéis à vocação a qual fomos chamados, requer uma
clara e decidida opção pela formação.
A formação cristã é um processo que potencializa as qualidades do formando e o capacita para
o serviço, é um processo contínuo de crescimento buscando levar todos a uma vida de
santidade.
2.1 A formação na RCC
A Renovação Carismática Católica - RCC como movimento eclesial também é chamada à
formação. É necessário transmitir o que temos aprendido na RCC.
Somos chamados a ensinar a sã doutrina da fé e a identidade da RCC, pois a formação é
garantia da vida e do vigor do movimento; a guardiã dos carismas.
Os coordenadores dos Grupos de Oração devem ser os primeiros a buscarem a formação para
que possam responder com qualidade à missão que foram chamados.
Tem sido grande o número de reclamações dos coordenadores de ministérios sobre a posição
adotada por muitos coordenadores, que além de não participarem das formações, não
transmitem para os demais a programação de formação da RCC.
João Paulo II falando à liderança da RCC em 07 de maio de 1981 disse: “O papel do chefe
consiste, principalmente, em dar exemplo de oração na própria vida. Com esperança fundada e
solicitude cuidadosa, toca ao chefe assegurar que o multiforme patrimônio da vida de oração
na Igreja seja conhecido e aplicado por aqueles que procuram renovação espiritual, meditação
sobre a Palavra de Deus, uma vez que a ignorância da escritura é ignorância de Cristo (...)
Deveis estar interessados em proporcionar comida sólida para a alimentação espiritual,
partindo o pão da verdadeira doutrina (...) sejais ainda mais profundamente formados no
ensinamento da Igreja.”
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A Renovação Carismática foi chamada a existir pelo Espírito Santo para provocar e fazer a
graça de um Pentecostes pessoal e contínuo com todas as suas maravilhosas consequências.
O Grupo de Oração, por sua vez, deve ser o lugar apropriado, ideal, para que esta graça
renovadora da vida cristã aconteça, desabroche, cresça e se torne fecunda.
Cada Grupo de Oração deve ter um coordenador que, junto com o núcleo de serviço, num
trabalho conjunto, é responsável por ele. O coordenador deve ser um instrumento consciente
de sua função, ser dócil, uma pessoa de intimidade com Deus, ungido, sábio, criativo, de
intensa vida de oração e aberto à necessidade de constante formação.
A qualidade do Grupo de oração está ligada diretamente à atuação do coordenador. O grupo
tem a cara do coordenador. O grupo reflete como um espelho a sabedoria e a criatividade do
coordenador. Coordenadores de vida de oração apática, não conscientes de suas funções e
não bem formados não conseguem cumprir satisfatoriamente a missão de fazer acontecer e
amadurecer a vida cristã no Espírito.
O caminhar sem formação compreende:
· Caminho que vai por si mesmo;
· Caminha sem disciplina, sem ascese, tudo se justifica;
· Não se prende a fórmulas, referências ou modelos;
· Leva a uma superficialidade e a satisfação própria;
· Há uma procura exagerada de experiências místicas;
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· Cria uma prática fundamentalista, intimista, egoísta, iluminista;
· Prejudica o convívio comunitário, social, não sai de si mesmo;
· Não consegue acolher o diferente, não sai de si mesmo.
A caminhada espiritual com formação tem as seguintes características:
· Leva em consideração o carisma e a missão de cada um;
· Acolhe o diferente, complemento;
· Leva em consideração a missão e a identidade do Movimento;
· Considera o cristão e sua vocação em todos os aspectos;
· Zela pela disciplina;
· Aprofunda a própria vocação, purificando-a;
· Leva ao entrar em si mesmo para responder aos desafios do mundo;
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· Leva a uma maior intimidade com Deus.
2.2 Formação do Coordenador
A formação do coordenador tem por finalidade levá-lo a caminhar segundo o Espírito de Deus,
no seguimento de Jesus, e tomar consciência de sua missão na Igreja, no Grupo de Oração e
no mundo, vivendo carismaticamente na busca do crescimento à estatura de Cristo.
A formação cristã apresentada a seguir resume-se basicamente em dois aspectos: espiritual e
doutrinário.
2.3 Formação espiritual
A formação espiritual acontece através da oração, da fuga ao pecado, de fazer a vontade de
Deus e conduzidos pelo Espírito Santo.
2.3.1 Oração
O Senhor Jesus rezou e nos mandou "rezar sempre, sem jamais esmorecer" (Lc 18,1). Os
místicos e os pregadores cristãos sempre insistiram na importância da oração.
O coordenador precisa ter intimidade consigo mesmo e com Deus. Para conhecer a vontade de
Deus precisa-se ter intimidade com Jesus. Faz-se necessário estreitar os laços de amizade
com Ele, investir no conhecimento mútuo e aperfeiçoar o amor recíproco. Passar à condição de
amigo, pois Ele mesmo nos diz: “já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz
o seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo que quanto ouvi de meu
Pai" (Jo 15,15).
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Nos momentos de intimidade, de oração falaremos com Jesus da nossa gratidão, exporemos
ao Senhor as nossas próprias misérias e necessidades, pediremos perdão e suplicaremos
auxílio. Devemos deixar a nossa alma ir ao encontro com Deus sem reservas, totalmente
despojados do orgulho, na certeza de "se busca a alma a Deus, muito mais a busca o seu
amado" (São João da Cruz).
Da oração também faz parte a dimensão do louvor e do agradecimento. Nesse momento
devemos bendizer a Deus, exaltando-o pelas maravilhas que tem feito em nós e no nosso
meio. É tempo de contemplar a glória de Deus.
A oração de louvor é ainda uma oração libertadora, que descerra as portas do céu e arrebenta
os grilhões que nos afligem. “O louvor é despertado pela contemplação da bondade, da
verdade, da beleza, da perfeição de Deus" Sigamos o conselho de Santo Agostinho: “Louva e
bendiz ao Senhor todos e em cada um de teus dias para que quando venha esse dia sem fim
possas passar de um louvor a outro sem esforço”.
Na oração muitas vezes travamos uma luta, um combate espiritual (cf. Rm 15,30) que deve ser
vencido na perseverança e no amor.
Usar os carismas durante a oração: oração em línguas, profecia, discernimento, palavra de
ciência etc....
2.3.2 Pecado
Devemos ter consciência da nossa natureza pecadora, pois “se dizemos que não temos
pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os
nossos pecados, (Deus aí está), fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar
de toda iniquidade” (1 Jo 1,8-9).
O pior inimigo do coordenador é o pecado. Uma situação de pecado permanente é capaz de
desprestigiar seu ministério. "Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é
permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma" (1 Cor 6,12). O pecado nos
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impede de correr. Quando temos um pecado permanente, ficamos como que caminhando com
muito peso, como se tivéssemos uma pedra no sapato.
E necessário evitar o pecado com todas as forças. Estar atento para não cair nas ciladas do
inimigo e se deixar aprisionar. "Todos os atletas se impelem a si muitas privações; e o fazem
para alcançarem uma coroa corruptível. Nós o fazemos por uma coroa incorruptível. Assim, eu
corro, mas não sem rumo certo. Dou golpes, mas não no ar. Ao contrário, castigo o meu corpo
e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado
aos outros" (1 Cor 9,25).
Lembrai das palavras de São Pedro "sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda
ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé" (1
Pe 5,8-9a).
2.3.3 Viver na vontade de Deus
O que Jesus deseja, o que O satisfaz é unicamente cumprir a vontade do Pai que é o seu
alimento assim como nos relata São João: "... entretanto, os discípulos lhe pediam: Mestre
come. Mas ele lhes disse: Tenho um alimento para comer, que vós não conheceis. Os
discípulos perguntavam uns aos outros: Alguém lhe teria trazido de comer? Disse-lhes Jesus:
Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra" (Jo 4, 32-34).
2.3.4 Conduzidos pelo Espírito
Quando o coordenador se deixa guiar pelo Espírito, orienta-se perfeitamente para Deus. O
Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza (cf. Rom 8,26), nos dá força e coragem para sermos
testemunhas fiéis (cf. At. 1,8), nos liberta e nos dá a vida nova (cf. Rom 8,14-16), nos ensina
(cf. Jo 14,26).
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