Roteiro de Estudos 2° trimestre - 2015 Disciplina: Geografia – 2ª série Professor: Eduardo O que devo saber: Globalização, comércio mundial e blocos econômicos. O Comércio Global. O protecionismo. O comércio internacional e a OMC. Blocos Econômicos. O Brasil no mundo globalizado. Globalização e subdesenvolvimento. Nível de desenvolvimento dos países. Características do subdesenvolvimento. Abertura econômica e privatizações no Brasil. A balança comercial brasileira. De quais materiais precisos para estudar: Livro didático; Anotações das aulas no caderno; Dicionário. Exercícios corrigidos no caderno. Como devo estudar: Refaça os exercícios do caderno e do livro. Releia as anotações do caderno Consulte o livro texto entre as páginas 71 a 108 Leia com atenção os textos abaixo e anote as ideias principais. Blocos econômicos Por Emerson Santiago Recebe o nome de bloco econômico a associação de países que estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si e que concordam em abrir mão de parte da soberania nacional em proveito da associação. Como resultado da economia mundial globalizada, a tendência atual é a formação de blocos econômicos, destinados a realizar uma maior integração entre seus membros e facilitar o comércio entre os mesmos. Para isso, geralmente adotam a redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Em tese, o comércio entre os integrantes de um bloco aumenta e gera crescimento, e deixar de participar de uma organização do tipo significa atualmente viver isolado do mundo comercial. Tais associações são costumeiramente formadas por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais ou comerciais. Na época da Guerra Fria, o mundo estava dividido em dois grandes blocos econômicos, ideológicos e políticos, o que equivale a dizer que a ordem política internacional era bipolar: de um lado, estava o bloco capitalista chefiado pelos EUA, e do outro o socialista, liderado pela URSS. No início dos anos 90, com o fim do socialismo na maior parte do mundo, apenas um bloco, o liderado pelos EUA sobrevive, e passa a ser a norma no restante do mundo. Esta nova ordem que surgia foi entendida como monopolar, isto é, prevalece a vontade da última grande potência restante. No aspecto econômico, apesar dos EUA continuarem a exercer sua hegemonia em muitas áreas, as últimas décadas testemunharam a formação de blocos econômicos regionais, isto é, associações de países, na sua maioria vizinhos, que passaram a manter relações econômicas privilegiadas entre si. Os blocos econômicos atuais podem ser classificados em: zona de preferência tarifária, zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária. Cada modalidade equivale a um grau de comprometimento maior de soberania, e cabe aos membros do bloco decidir qual nível é o mais adequado. A União Europeia é um exemplo de bloco que seguiu todos esses passos (já atingiu a união econômica e monetária), mas outros já formados não seguiram necessariamente essa ordem. O bloco econômico Mercosul por exemplo, é classificado como união aduaneira. O primeiro bloco econômico foi criado na Europa, em 1956. Era formado inicialmente pela Bélgica, Alemanha Ocidental, Holanda, Itália, Luxemburgo e França, sendo conhecido pela sigla CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço). Esse grupo foi, logo depois, o embrião da moderna União Europeia (UE). http://www.infoescola.com/economia/blocos-economicos/ SUBDESENVOLVIMENTO Países em desenvolvimento Guerras e guerrilhas de libertação nacional varreram a África e a Ásia na década de 40 a 60. Surgiram como conseqüência, muitos Estados Novos. O mundo passou a enxergar a desigualdade que existe entre os Estados. A ONU (Organização das Nações Unidas) faz estatísticas e avaliações que demonstram que a maioria das pessoas que faziam parte das ex-colônias tem em padrão de vida inferior ao que é considerado digno, e que a economia de seus países é bem inferior do que a de suas ex-metrópoles. Esses novos Estados asiáticos e africanos, e também latino-americanos, independentes desde o século XIX, tem graves problemas na economia, na estrutura social e política. Continuam essencialmente exportadores de matérias-primas e alimentos a preços baixos. Portanto, esses países tem uma economia frágil. Existe uma grande desigualdade social nesses países. Com isso a maioria da população vive em péssimas condições, pode ser visto facilmente se compararmos com países desenvolvidos. A essa situação real, os especialistas chamam de subdesenvolvimento, que inclui quatro quintos da população mundial. Alguns acham mais correto dizer países não-desenvolvidos. Essa classificação, países subdesenvolvidos, divide cerca de duzentos países em dois grupos. Essa classificação passa uma ideia de que o subdesenvolvimento é um estágio para o desenvolvimento. O subdesenvolvimento e desenvolvimento são realidades resultantes do processo do capitalismo. Com a exploração colonialista e imperialista houve uma transferência de riquezas das colônias para as metrópoles. Ou seja, hoje os países desenvolvidos eram as os que exploravam e recebiam riquezas das colônias no passado. O capitalismo da mesma forma que gerou desigualdades dentro de cada país, gerou desigualdades entre os países. Com isso podemos dizer que para haver uma inversão nisso tudo, ou seja, os países que hoje são classificados como subdesenvolvidos serem desenvolvidos, deveríamos voltar o tempo e fazer tudo ao contrário. Mas acabaria dando no mesmo, pois para um país crescer ele deve explorar outro. Ainda é possível que um outro país subdesenvolvido consiga se desenvolver. Coréia do Sul e Cingapura são um exemplo disso. Daí muitas é preferível a denominação não-desenvolvidos, que nos transmite melhor a ideia de que são países que não estão indo para o desenvolvimento. O mundo todo desenvolvido não é só impossível por razões econômicas, mas também por fatores ambientais. Simplesmente podemos dizer que, do ponto de vista ecológico, o padrão de desenvolvimento que há nos países ditos desenvolvidos é insustentável. Alguns países porem, como o Brasil e a Índia, são em vários aspectos (produção industrial, disponibilidade de recursos naturais, potencial de mercado interno, como exemplo) mais ricos que alguns países ditos desenvolvidos. Os países do Golfo Pérsico que são produtores de petróleo, possuem rendas per capita que estão entre as mais altas do mundo. Entretanto, a sua riqueza está concentrada na minoria da população, por isso não podem ser considerados países desenvolvidos. O Brasil, que também possui uma renda média alta, possui uma das piores distribuições do mundo, por isso é considerado um país subdesenvolvido. Sendo assim, para se analisar o índice de desenvolvimento de um país e a qualidade de vida da população é necessário além dos indicadores econômicas, os indicadores sociais (expectativa de vida, analfabetismo, etc.) e os indicadores políticos. A ONU tem levantado o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de quase todos os países, tendo um relatório mais preciso da qualidade de vida das populações. Não se deve falar apenas do antagonismo entre os países ricos e pobres, mas também dos problemas internos de cada país, que contribui em muito para os países subdesenvolvidos continuarem como estão. Nos países subdesenvolvidos, o Estado deixa de fazer muitas de suas atribuições básicas para satisfazer os desejos da classe social ou grupo étnico dominante. Nos países desenvolvidos é comum a ajuda do Estado, com incentivo fiscais, concessão de subsídios aos mais diversos grupos econômicos ligados ao poder. Essa situação foi mais para gerar lucros a setores de empresariados nacionais, até mesmo multinacional, do que para gerar crescimento econômico. Essas medidas são prejudiciais pois prejudicam o mercado consumidor, que paga mais caro por produtos e serviços que nem sempre são de boa qualidade. Um exemplo é o da indústria automobilística. Empresas estrangeiras, que estão protegidas por altas tarifas de importação, venderam ao Brasil, durante muitos anos, automóveis de qualidade inferior e bem mais caros, do que os carros produzidos pelas mesmas empresas nos Estados Unidos e Europa. O desvio das funções do Estado, junto com a impunidade e o desrespeito ao povo acabam gerando, nos países subdesenvolvidos, outro problema: a corrupção. Embora também exista nos países mais ricos, é mais forte e atuante nos países em desenvolvimento, um problema que consome muitos recursos que poderiam ser usados para combater as crises sociais. A dívida externa é outro problema que aflige esses países. Na maioria dos casos as dívidas foram contraídas por regimes ditatoriais. O dinheiro. Quando não foi usado para enriquecer membros do governo, que possuem contas em outros países, foi utilizado para realizar obras caras e duvidosas. Porém no momento de se pagar o juros dessa dívida, cara recai sobre toda a sociedade. As camadas mais pobres são as que mais sofrem com essa carga, pois quase em nada se beneficiam dos empréstimos. Assim, só culpar as históricas dominações estrangeiras não esclarece muito a situação em que a maioria da população vive nos países subdesenvolvidos. Não podemos esquecer, do choque de interesses que existe em cada país, e os conflitos entre as classes. Os indivíduos que tem o poder nos países subdesenvolvidos, formando as elites nacionais, fingem não ver a situação do país e se beneficiam dela. Geralmente a parte da burguesia local que controla os setores mais dinâmicas da economia, está associada aos grupos transnacionais. Um outro problema bem sério, são os conflitos étnicos e religiosos, que prejudicam ainda mais a economia e agravam a pobreza e fome. É comum gastar muito dinheiro na compra de armas para os conflitos, enquanto milhares de pessoas passam necessidade. Pode-se concluir que o problema do subdesenvolvimento é um fenômeno complexo, criado por causas externas e internas aos países, sendo difícil se dar uma explicação simples. Divisão Internacional do Trabalho Após a Segunda Guerra Mundial, a economia mundial voltou a crescer num ritmo mais acelerado do que antes. Dentro dessa nova paisagem de prosperidade surgiram as empresas chamadas de multinacionais ou transnacionais. Elas assumiram grandes proporções, formaram conglomerados que se espalharam pelo mundo, até em países subdesenvolvidos e recém-independentes, como a África do Sul. Essas empresas passaram a atuar no final do século XIX e meados do século XX. Mas porque essas empresas atuam fora dos limites de seus países de origem? Porque querem melhores negócios, maior renda para o capital, maior lucratividade. Isso é que explica o fato de alguns países terem se industrializado nesse período. Os países subdesenvolvidos permitem boa lucratividade a essas empresas devido a fatores como: » Mão de obra abundante e barata; » Fontes de matéria-prima e energia estão disponíveis a baixo custo; » Mercado interno em crescimento; » Facilidades de exportação e remessa de lucros para as sedes no exterior; » Incentivo fiscais e subsídios governamentais; » Ausência de legislação de proteção ao meio ambiente, ou facilidade em busca-la. Esses fatores contribuem muito para a alocação de investimento no exterior. Essas vantagens não são encontradas em todos os países e nem todas juntas no mesmo país. Assim nem todos os países se industrializam. Muitos deles começaram a ser exportadores de produtos industrializados aos poucos deixaram de serem apenas exportadores de matéria-prima. Mas, pelo menos no momento, não é possível classifica-los como países desenvolvidos. A industrialização que ocorreu nesses países, foi dependente de capitais e tecnologias do exterior. É um processo de industrialização desigual as dos países desenvolvidos, sendo esse processo comandado por interesse externo. Pode-se dizer que o processo é desigual ao país desenvolvidos, porque os tipos de indústria e tecnologia empregada é inferior aos da matriz. Nos países subdesenvolvidos tendem-se a se instalar industrias poluidoras, que consomem grandes quantidades de matéria-prima e energia, e que necessitam de muita mão-de-obra. Isso faz com que ocorra uma mudança na organização industrial do mundo. Nos países desenvolvidos ficam industrias não-poluentes, de alta tecnologia, e nos países subdesenvolvidos industrializados, as industrias que tem um patamar tecnológico inferior Esse modelo de industrialização é complementar porque garante o acúmulo de capitais no mundo desenvolvido. NICs (Newry Industrialized Countries) são os países que se industrializaram seguindo este modelo, países recentemente industrializados. Como exemplo, alguns países que fazem parte deste grupo: Brasil, Argentina, México, China, África do Sul. Também os chamados tigres asiáticos: Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Malásia, Tailândia e Indonésia. A Coréia do Sul, em 1996, ingressou na Organização de Cooperação e Desenvolvimento econômico. O país mesmo tendo sofrido com a crise que atingiu a Ásia em 1997, continua crescendo, graças ao investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento, e de um grande esforço do Estado, junto das empresas e sociedade para romper o atraso e a dependência tecnológica. O exemplo sul-coreano, no entanto, é uma exceção e não uma regra. Exercício Responda: 1) Descreva situação dos novos Estados asiáticos, africanos e latino-americanos. 2) A classificação subdesenvolvimento passa que ideia? 3) Por que alguns especialistas preferem o termo país não-desenvolvido? 4) O fato de um país ter uma alta renda per capita, pode classifica-lo como país desenvolvido? Por que? 5) O que é preciso para se analisar o índice de desenvolvimento de um país? 6) Por que muitas empresas preferem atuar em países subdesenvolvidos?