TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA SCHIZOTYPAL PERSONALITY DISORDER: AN UPDATE REVIEW TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA: UMA REVISÃO ATUALIZADA Luana Rayra Monteiro Leite 1; Ana Paula de Araújo Ferreira 2; João Carlos Nascimento de Alencar 3; Heloísa Karmelina Carvalho de Sousa 4; João Carlos Alchieri 5 1 Graduanda do curso de Psicologia da UFRN, Natal – RN. 2 Graduanda do curso de Psicologia da UFRN, Natal – RN. 3 Graduando do curso de Psicologia da UFRN, Natal – RN. 4 Mestra em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFRN e doutoranda em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFRN, Natal – RN. 5 Doutor em Psicologia e Professor Adjunto do Departamento de Psicologia da UFRN, Natal - RN. [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] DSM-IV; Trastorno Esquizotípico de la Personalidad; revisión bibliográfica; comorbilidades; diagnóstico. DSM-IV; Schizotypal Personality Disorder; bibliography review; comorbidities; diagnostic. DSM-IV; Transtorno de Personalidade Esquizotípica; revisão bibliográfica; comorbidades; diagnóstico. RESUMEN: Este trabajo tiene por objetivo presentar una revisión actualizada sobre el trastorno esquizotípico de personalidad (TEP). Las personas con TEP se caracterizan por tener ansiedad excesiva, aislarse y expresar creencias extrañas y sin fundamentos. Pueden tener dificultades para expresar sus pensamientos y sentimientos con coherencia, ser desconfiadas y paranoicas. Las personas que presentan un TEP son alimentadas por un sistema de creencias internas que no requiere de validez externa. Esta investigación se basa en artículos recientes (publicados en los últimos siete años) que refieren al trastorno en sí mismo. También son abordadas variaciones de la personalidad esquizotípica, realizando una breve contextualización histórica y analizando posibles comorbilidades frecuentes del trastorno. Se presentan los principales síntomas, posibles etiologías y tratamientos más recientes. Se realizó una revisión de la literatura con el propósito de agrupar informacion es pertinentes sobre el TEP para esclarecer las principales diferencias con otros trastornos, enfatizando los criterios diagnósticos de acuerdo con el DSM-IV-TR. Se observó que dichos criterios pueden ser divergentes en ciertos lugares, como en Brasil, donde no se dispone de instrumentos psicológicos adecuados para el diagnóstico. Por lo tanto, los trastornos de personalidad representan un verdadero desafío para los especialistas, ya que existen discrepancias en el proceso evaluativo, lo que dificulta arribar a un diagnóstico más preciso. 1 13º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA ABSTRACT: This article has the proposal to show an updated review of the schizotypal personality disorder (SPD), that has as main features: people with excessive anxiety, that remain isolated, with strange and unfounded believes by science; They can have difficulty in express thoughts and feelings with coherence. And, generally, they are distrusted and paranoic. Besides, the individuals with SPD have a system of internal belief that do not require to be accept by the others. This study is based on articles about SPD that went published in the last seven years. However, it is going to be showed variations of the schizotypal personality, a short historical context and a discussion about possibles comorbidities. In this study, will be present the main symptoms of the disorder, etiology and treatment’s forms. A bibliography review was made to gather information about the SPD, clearing up its main differences compared to another disorders, according to DSM-IV-TR. The criterions to the diagnostic can be divergents in some places, like in Brazil, where there is not a proper psychological test to its diagnostic. So, the personality disorders are a challenge to specialists nowadays, because there are different forms to diagnostic. RESUMO: Este trabalho tem por objetivo apresentar uma revisão atualizada do transtorno de personalidade esquizotípica (TPE). O TPE se caracteriza por indivíduos excessivamente ansiosos, que se mantêm isolados, com crenças estranhas e infundadas pela ciência; podem ter dificuldade em expressar seus pensamentos e sentimentos coerentemente; e são geralmente desconfiados e paranóicos. Além disso, as pessoas que manifestam o TPE são alimentadas por um sistema de crenças internas e não exigem que este sistema seja validado pelos outros. A pesquisa está baseada em artigos recentes (publicados nos últimos sete anos) e que pautam principalmente o transtorno em si. No entanto, ainda são abordadas variações da personalidade esquizotípica, uma breve contextualização histórica e discorre sobre possíveis comorbidades presentes neste transtorno, também apresenta os principais sintomas, possíveis etiologias e formas de tratamento. Uma revisão bibliográfica foi feita, com o intuito de agrupar informações pertinentes a respeito do TPE, de modo a esclarecer as principais diferenças com os demais transtornos, enfatizando nos critérios de seu diagnóstico, de acordo com DSM-IV-TR. Observou-se que os discernimentos para o diagnóstico podem ser divergentes, principalmente em locais onde não existe um instrumento adequado para tal diagnóstico, como no Brasil. Assim, os transtornos de personalidade representam ainda hoje um verdadeiro desafio para os especialistas, já que existem diferentes maneiras de se diagnosticar, dificultando assim, a formação de uma análise mais precisa. -213º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA INTRODUÇÃO Os transtornos de personalidade são caracterizados por um padrão durável de vivência íntima ou comportamento que se afasta acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, padrão este hostil e firme, que tem seu início geralmente na adolescência ou começo da idade adulta. É estável ao longo do tempo e gera aflição ou dano no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo em questão [1]. Alguns transtornos de personalidade foram conhecidos dos antigos, mas no que tange, especificamente, o Transtorno de Personalidade Esquizotípica, sua história é uma construção relativamente nova, que emergiu da sua relação com a esquizofrenia e progride através de esforços para dizer exatamente onde as duas síndromes começam e terminam [2]. A personalidade esquizotípica foi, por um longo período, referida como esquizofrenia ou borderline. Somente quando uma amostra de psiquiatras foi convocada para discriminar esquizofrenia e borderline, o Transtorno da Personalidade Esquizotípica nasceu oficialmente [2]. O Transtorno da Personalidade Esquizotípica (TPE) se caracteriza por um molde hostil de déficits sociais e interpessoais, caracterizado por um agudo desconforto em se relacionar e reduzida habilidade para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e conduta excêntrica [1], [3], [4]. O DSM-IV apresenta como critérios diagnósticos para o TPE os seguintes aspectos: a presença de ideias de referência; crenças bizarras, estranhas, que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas da cultura; experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões somáticas, pensamento e discursos bizarros; e desconfiança ou ideação paranóide. Afeto inadequado, aparência e comportamento esdrúxulo; ausência de amigos íntimos ou confidentes e ansiedade social excessiva que não diminui com a familiaridade associadas com temores paranóides, ao invés de julgamentos negativos acerca de si próprio, também são requisitos primordiais no diagnóstico. Além disso, é importante considerar a presença de ideias de referência excluindo os delírios de referência nas pessoas que manifestam o transtorno supracitado. Tais ideias são caracterizadas pela sensação de que incidentes casuais e acontecimentos externos têm um significado particular e incomum, específico para a pessoa; e devem ser diferenciadas de um delírio de referência, no qual uma crença é mantida com convicção delirante [1], [5]. Pessoas que manifestam esse tipo de transtorno aparentam serem diferentes, estranhas e misteriosas. Mostram-se ansiosas em excesso diante de qualquer pessoa, portanto, preferem se manter isoladas. Desta forma, costumam criar pensamentos que desenvolvem crenças esquisitas e não comprovadas cientificamente [4]. Eles interpretam as relações interpessoais de forma problemática e não se sentem cômodos nestas relações. Podem inclusive expressar infelicidade devido à falta dessas relações, mas seus comportamentos sugerem uma falta de desejos de contato íntimo [1]. -313º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA Indivíduos que manifestam este transtorno podem acreditar possuir poderes especiais para descrever os fatos antes que eles ocorram ou para ler os pensamentos das outras pessoas. Podem crer que têm um controle mágico sobre os demais [1]. E, muitas vezes, adotam estratégias como hipervigilância e relutância em confiar nas pessoas, para compensar essas crenças [6]. Pacientes portadores do Transtorno de Personalidade Esquizotípico possuem uma deficiência no sentimento de emoções prazerosas, como carinho, amor, orgulho e alegria, no entanto, essa deficiência não existe quando se fala de emoções negativas [2]. Eles, muitas vezes, apresentam experiências ou sintomas psicóticos subclínicos, como desconfiar ou acreditar que as pessoas estão falando sobre eles ou têm interesse de prejudicá-los. Também não tem amigos e ficam ansiosos em situações sociais [6]. Há relatos de que o Transtorno da Personalidade Esquizotípica ocorre em aproximadamente 3% da população geral [1]. Dessa maneira, o presente artigo tem como objetivo levantar informações atuais acerca do Transtorno de Personalidade Esquizotípica, enfatizando no seu critério de diagnóstico, assim como outras particularidades. DIFERENCIAIS Alguns transtornos de personalidade podem ser confundidos com o transtorno de personalidade esquizotípica, dessa maneira, é importante distinguir entre esses transtornos com base nas diferenças em seus aspectos característicos. Embora os transtornos de personalidade paranóide e esquizóide possam também ser caracterizados por distanciamento social e afeto restrito, o Transtorno da Personalidade Esquizotípica pode ser distinguido destes dois transtornos pela presença de distorções cognitivas ou perceptivas e acentuada excentricidade ou esquisitice, como já foi dito anteriormente [1], enquanto que os transtornos de personalidade paranóide e esquizóide comumente não apresentam estas últimas características. Na análise dos instrumentos que medem a esquizotipia observa-se a existência de pelo menos duas dimensões totalmente distintas: a primeira denominada distorção da realidade e, se assemelha a aspectos positivos dos sintomas esquizofrênicos. A segunda já se relaciona com os sintomas negativos, podendo ser considerada uma dimensão de anedonia social e outros déficits afetivos e de condução [7], [8]. A esquizotipia possui grande importância por sua capacidade de detectar pessoas vulneráveis a desenvolver transtornos esquizofrênicos [3], [8], [9]. Seu diagnóstico possibilita a identificação de uma vulnerabilidade para o desenvolvimento da esquizofrenia. Pois traços esquizotípicos favorecem esta vulnerabilidade genética [8]. Um aspecto que diferencia esses dois transtornos é o fato das experiências psicóticas das pessoas com personalidade esquizotípica normalmente serem menos -413º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA perturbadoras do que as com personalidade esquizofrênica, causam ainda menor prejuízo funcional e são apresentadas com menor clareza do que as dos pacientes com um diagnóstico de esquizofrenia [6]. Não só o Transtorno da Personalidade Esquizotípica, como também os transtornos esquizóides e paranóides da personalidade às vezes antecedem o início da esquizofrenia, portanto de acordo com o DSM-IV não se sabe ao certo se estes transtornos de personalidade são simples antecedentes da esquizofrenia ou se constituem um transtorno distinto prévio [1]. Estudos realizados indicam que em familiares de pacientes com esquizofrenia aparecem traços de personalidade esquizotípico com mais intensidade do que na população em geral. Há poucos estudos interculturais em esquizotipia. É possível que alguns de seus componentes se distribuíam de maneira diferente em populações distintas a aquelas em que se tem construído a maior parte dos instrumentos destinados a medi-la, e que essas diferenças podem ser variadas entre esquizotipia e esquizofrenia. Assim, há a necessidade de destacar a necessidade de levar em conta fatores culturais específicos para a população estudada para dar sentido à relação entre esquizotipia e esquizofrenia [8]. É muito clara a importância de aspectos e experiências culturais e sociais em que vivem o sujeito avaliado e que afetam a leitura de seu entorno e realidade pessoal. Se deve considerar que a experiência do transtorno é incorporada nos universos locais da família, nas redes sociais e instituições de trabalho e na comunidade. Há uma necessidade de realizar um estudo maior sobre a composição dimensional de esquizotipia em amostras de populações culturalmente diferenciadas, bem como a possibilidade de encontrar gradientes na intensidade com que seus componentes dão conta das diferenças em esquizotipia entre pessoas precedentes de diferentes culturas [8]. Algumas características podem parecer serem as mesmas em diferentes transtornos, porém, a explicação para tal comportamento em questão pode variar, isto é o que diferencia esses transtornos que aparentemente são iguais. Existem certas similaridades também entre o transtorno de personalidade esquizotípica e o transtorno de personalidade esquizóide. Ambos são caracterizados pela hesitação de relacionamentos interpessoais, mas as pessoas com personalidade esquizotípica também tendem a presenciar sinais psicóticos e distinções comportamentais pronunciadas, ao passo que aquelas com transtorno de personalidade esquizóide apresentam-se afastadas, indiferentes e sem aspectos notáveis [6]. TPE: ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA O DIAGNÓSTICO E TRANSTORNOS ASSOCIADOS Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquizotípica freqüentemente buscam tratamento para os sintomas associados de ansiedade, depressão ou outros afetos disfóricos, ao invés de para os próprios aspectos do transtorno da personalidade. Pessoas com este transtorno de -513º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA personalidade podem apresentar episódios psicóticos principalmente em resposta ao estresse [1], [6]. No que se refere a transtornos associados, este tipo de transtorno se apresenta com mais freqüência simultaneamente com os transtornos de personalidade esquizóide, paranóide, esquiva e borderline. Em alguns casos podem desenvolver-se sintomas psicóticos clinicamente significativos que satisfazem os critérios para transtorno psicótico breve, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante ou esquizofrenia. Mais da metade dos indivíduos podem ter uma história de pelo menos um episódio depressivo maior. Cerca de 30 a 50% dos indivíduos diagnosticados com este transtorno têm um diagnóstico concomitante de transtorno depressivo maior, quando admitidos em um contexto clínico [1]. A é esquizotipia é distribuído ao longo de considerada como um um continuum dinâmico de constructo multidimensional que vulnerabilidade do desenvolvimento neurológico para a esquizofrenia. O interesse na avaliação da esquizotipia está focado na detecção de indivíduos com susceptibilidade a distúrbios esquizofrênicos [9]. Para isso, há uma extensa quantidade de instrumentos que avaliam os traços esquizotípicos com várias propriedades psicométricas. O Schizotypal Personality Questionnaire nas suas duas versões, e as escalas do grupo da Universidade de Wisconsin, Perceptual Aberration Scale, Magical Ideation Scale, Physical Anhedonia Scale e Revised Social Anhedonia Scale apresentam melhores propriedades psicométricas que o resto das escalas. As medidas de esquizotipia teriam de melhorar em determinadas questões relacionadas com o formato de preditiva. Possíveis linhas de pesquisas resposta, a confiabilidade teste-reteste e validade futuras devem levar em conta a aplicação de diferentes modelos estatísticos, o uso de tecnologia da informação e estudo em diferentes culturas [9]. Assim, existe uma vasta variedade de instrumentos que avaliam e identificam esquizotipia e propensão às psicoses. Muitos deles foram produzidos em inglês, porém, nenhum foi traduzido para o português, exceto o questionário da personalidade esquizotípica [3], que por sua vez é o mais utilizado para a avaliação da esquizotipia [5]. O SPQ – Questionário de personalidade esquizotípica, foi produzido a partir do DSM-III-R e é composto por subescalas para os nove traços característicos do transtorno esquizotípico. Possui ainda em sua estrutura 74 afirmativas que podem ser respondidas com “sim” ou “não” [5]. Quando aplicados testes de avaliação psicológica em pacientes com transtorno de personalidade esquizotípica, estes apresentam altas pontuações em abertura à experiência e neuroticismo, e baixas pontuações em extroversão e socialização [4]. O diagnostico de TPE é considerado um importante fator de vulnerabilidade para o desenvolvimento de esquizofrenia [5], [9], que tem um curso crônico e marcado por recaídas e remissões, manifestando-se costumeiramente no inicio da idade adulta. Portanto, tendo em vista -613º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA que indivíduos previamente diagnosticados como portadores de TPE tem risco aumentado para esquizofrenia, o reconhecimento de indivíduos com TPE e seu engajamento em programas de prevenção desse transtorno poderiam não só atenuar o sofrimento associado a ele, como diminuir custos relacionados à terapia farmacológica e institucional dos novos casos [5]. Assim, torna-se inquestionável a importância de um diagnóstico cada vez mais preciso e apurado. Chapman Schizotypy Scales é outro instrumento de avaliação psicológica que avalia cinco dimensões da esquizotipia, entre elas estão a anedonia física e social, pensamentos mágicos, não conformidade impulsiva e distorções perceptiva. Já o Structured Interview for Schizotypy é um instrumento com estrutura de entrevista que tem como intuito aferir em experiências esquizotípicas [5]. A tradução para o português do SPQ foi feita por Hélio Tonelli (Psiquiatra, coordenador do Ambulatório de Transtornos do Espectro da Esquizofrenia do Hospital Nossa Senhora da Luz), revisada por Marcelo Daudt Von der Heyde, Cristiano Estevez Alvarez e Adrian Raine. E foi retraduzida para o inglês por um tradutor profissional cego para o instrumento original. A versão retraduzida do instrumento foi revista e aprovada pelo autor do instrumento. Estudos de validade, confiabilidade e adaptação cultural na população brasileira precisam, contudo, ser feitos adicionalmente [3]. O MCMI-III, por sua vez, foi desenvolvido em 1994, seguindo as atualizações do DSM-IV. Vale salientar que a atualização do DSM-IV para o DSM-IV-TR envolveu apenas revisão textual, não havendo modificação nos termos diagnósticos. A versão mais atual do MCMI é o terceiro instrumento para avaliação da personalidade mais utilizado no contexto internacional, ficando atrás apenas do Rorschach e do Minnesota Multiphasic Personality Inventory-II, em termos de produção científica. No Brasil, nenhuma das versões do instrumento foi adaptada até então, embora estudos com uma versão traduzida estejam em andamento [10]. Tornando-o pioneiro em tal aspecto, o que aponta o escasso número de questionários propícios para diagnósticos específicos, já que não houve outros, assim, torna-se necessário e imprescindível instrumentos adequados para diagnósticos de transtornos de personalidade, sobretudo em lugares como o Brasil. Onde só existe um só instrumento traduzido (SPQ) quando se trata do transtorno de personalidade esquizotípica [3], [5]. FORMAS DE TRATAMENTO O que se refere aos transtornos de personalidade é um tema relativamente recente dentro do campo da mudança de comportamento. No caso do transtorno de personalidade esquizotípico, a situação ainda apresenta-se mais indefinida, precisamente por sua relação com os transtornos psicóticos (tanto quanto ou ainda mais imprecisos que os transtornos de personalidade) [11]. Visto a dificuldade no que se refere ao TPE, tem sido necessária uma atuação simultânea, com diferentes procedimentos, em cada um dos diferentes problemas de comportamento. Contudo, -713º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA em muitos casos torna-se necessário selecionar entre as aparições dos diferentes problemas de comportamento, especificamente aquelas que supostamente podem causar maiores repercussões negativas e que, também, poderia ser tratada de modo mais imediato [11]. É importante ressaltar ainda a relação que pode existir entre a dinâmica familiar e as distintas alterações presentes no Transtorno da Personalidade Esquizotípica. Cabe ressaltar também que, por exemplo, na esquizofrenia a terapia familiar é um ingrediente fundamental na intervenção e parece bastante clara a ideia que uma alta emoção expressada tem uma relação importante com as recaídas nestes clientes. No caso do transtorno esquizotípico estes aspectos também parecem ser importantes. Além disso, o comportamento familiar pode estar favorecendo determinadas condutas, relacionadas com o comportamento perturbador do sujeito [11]. Não é simples desenvolver um bom relacionamento terapêutico, visto as peculiares do transtorno, mas um exame regular dos objetivos compartilhados e da ambivalência, em relação à mudança, pode ajudar. A terapia, que tem como alvo crenças e táticas características e utiliza retribuição verbal e experimentos comportamentais, pode encurtar o sofrimento e aprimorar a qualidade de vida desses indivíduos. É importante lembrar que os inícios da terapia cognitiva, como o realce na colaboração e na descoberta orientada, facilitam o trabalho com esse grupo de pacientes e tornam o sucesso mais provável [6]. Cabe ressaltar a escassez de pesquisas sobre as características cognitivas e comportamentais de pessoas com diagnóstico de transtorno de personalidade esquizotípica [6]. Conclui-se que novas pesquisas devem ser feitas a cerca do transtorno, e sobre o próprio tratamento. CONCLUSÕES Conforme foi possível observar neste artigo acerca do transtorno de personalidade esquizotípica, diferente de alguns transtornos da personalidade, este não foi conhecido dos antigos por se tratar de uma construção relativamente nova, pois surgiu de uma relação com a esquizofrenia. Ele é de imensa importância para detectar pessoas vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos esquizofrênicos. No entanto, foi possível perceber que não apenas este, mas os transtornos da personalidade esquizóide e paranóide também podem anteceder a esquizofrenia e, portanto, possuem similarmente uma relação com esta. Foram perceptíveis ainda as principais características que constituem a esquizotipia, suas semelhanças com outros transtornos e as respectivas diferenciações entre eles, o que nos possibilitou uma melhor clareza acerca dos aspectos principais ou mais evidentes de cada transtorno. As formas de diagnóstico são vastas, no entanto, o fato de a maioria dos instrumentos de avaliação psicológica ser produzidos em outros países dificulta nosso manuseio destes, entretanto, -813º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA possuímos um instrumento de avaliação especificamente da esquizotipia, o SPQ – Questionário de Personalidade Esquizotípica, que é o mais utilizado no Brasil para o diagnóstico da esquizotipia. Outro importante fator descoberto foi a relevância do diagnóstico da esquizotipia para a identificação de pessoas susceptíveis a distúrbios esquizofrênicos. Então consideramos que ainda devem ser realizadas outras pesquisas relacionadas ao TPE para que aspectos mais relevantes acerca deste sejam desvendados, inclusive para que suas características tão intrinsecamente relacionadas às da esquizofrenia possam ser esclarecidas de forma cada vez mais sólida. -913º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] DSM IV-TR. Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales. 4ª Edição. Texto revisado. 2005; pp. 657- 661. [2] Millon T, Grossman S, Millon C, Meagher S, Ramnath R. Personality Disorders in Modern Life. 2ª edição. New Jersey: John Wiley & Sons. 2004; pp. 408-433. [3] Tonelli H, Heyde M, Alvarez C, Raine A. Versão em português do Questionário da Personalidade Esquizotípica – SPQ. Rev. Psiq. Clín. 2009; 36(1):34-37. [Acesso em 2011 nov 19]. Disponível em http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol36/n1/pdf/34.pdf. [4] Carvalho LF. Construção e validação do inventário dimensional dos transtornos da personalidade [Dissertação]. Itatiba (Brasil): Universidade São Francisco. 2008; pp. 42, 71. [Acesso em 2011 dez 19]. Disponível em http://www.saofrancisco.edu.br/itatiba/mestrado/psicologia/uploadAddress/Dissertacao_VersaoFinal 3%5B10989%5D.pdf. [5] Tonelli HA, Alvarez CE, Von der Heyde MD, Silva AA, Rezende LS. Instrumento de avaliação de esquizotipia: uma revisão sistemática. [Data desconhecida]. [Acesso em 2011 nov 19]. Disponível em http://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt- BR&q=avalia%C3%A7%C3%A3o+de+esquizotipia&btnG=Pesquisar&lr=&as_ylo=&as_vis=1. [6] Beck AT, Freeman A, Davis DD. Terapia Cognitiva dos Transtornos da Personalidade. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed. 2005; pp. 129-146. [7] Pedrero E, Muñiz J, GIráldez S, Cueto E, Álvarez A, García Ú. La multidimensionalidad de la Esquizotipia a revisión. Universidad de Oviedo. Papeles del Psicólogo. 2007. Vol. 28(2); pp. 117126. [Acesso em 2011 dez 17]. Disponível em http://www.papelesdelpsicologo.es/vernumero.asp?id=1476. [8] Maldonado JG, Urízar AC, García MF. Esquizotipia en familiares de pacientes con esquizofrenia. Universidad de Barcelona y Universidad de Tarapacá (Chile). Psicothema. 2006. Vol. 18, nº 3; pp. 433-438. [Acesso em 2011 dez 20]. Disponível em http://www.psicothema.com/pdf/3234.pdf. [9] Pedrero E, Paíno M, Lemos-Giráldez S, García-Cueto E, Campillo-Álvarez Á, Villazón-García Ú, -1013º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO ESQUIZOTÍPICO DE LA PERSONALIDAD: UNA REVISIÓN ACTUALIZADA Muñiz J. Schizotypy assessment: State of the art and future prospects. Universidad de Oviedo, España. International Journal of Clinical and Health Psychology. 2008. Vol. 8, Nº 2; pp. 577593. [Acesso em 2011 nov 18]. Disponível em http://redalyc.uaemex.mx/pdf/337/33712001015.pdf. [10] Rocha HRRP, Sousa HKC, Alchieri JC, Sales EA, Alencar JCN. Estudos de adaptação do Millon Clinical Multiaxial Inventory-III para avaliação de aspectos psicopatológicos da personalidade no Brasil. J Bras Psiquiatr. 2011; 60(1):34-39. [Acesso em 2011 dez 19]. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v60n1/v60n1a07.pdf. [11] Olivencia JJ, Cangas AJ. Tratamiento psicológico del trastorno esquizotípico de la personalidad. Un estúdio de caso. Psicothema. 2005. Vol. 17, nº 3; pp. 412-417. [Acesso em 2011 nov 19]. Disponível em http://www.psicothema.com/psicothema.asp?id=3121. -1113º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com