CIDADES/METRÓPOLE C5 %HermesFileInfo:C-5:20050618: O ESTADO DE S.PAULO ● SÁBADO, 18 DE JUNHO DE 2005 Os prédios que renascem no centro Iniciativa da Caixa Econômica segue outras ações na região e é elogiada por urbanistas porque ajudam na revitalização FOTOS ERNESTO RODRIGUES/AE URBANISMO Marisa Folgato Natalia Zonta NOVA FACHADA – Detalhes do prédio de 1911 na Rua Álvares Penteado, que abrigará uma agência da Caixa a partir de segunda-feira e terá uma exposição de mapas Via d. d o da Jõ ao Ch á Rua D Nº São Bento Ba ão Vale do Anhangabaú Nº 195 N Av .S ró ONDE FICAM AS AGÊNCIAS Ru º 509 aL íbe ro Pichaçõesnogranito,bronzecobertode tinta e infiltrações fizeramdonúmero195daRuaÁlvares Penteado, no centro, um endereço nada simpático por seis anos.Quempassarporaliagora vai ver que tudo mudou não só no Edifício Malvina Curi, construído em 1911 por Ramos de Azevedo e recuperado para abrigar a Caixa Econômica Federal, mas na vizinhança. Ontemhaviatrêscaçambasdeprédios em obras na rua. “Vamos inaugurar a terceira agência no centro na segunda-feira,naÁlvaresPenteado,e impulsionar a revitalização até com linhas de crédito específicas para isso”, adiantou o superintendentedeNegóciosdaCaixa, Henrique Parra Parra. As outras duas estão em endereços emblemáticos nas Ruas Direita e Líbero Badaró quase esquina com a Avenida São João. Segundo ele, as três juntas terão 300 empregos diretos e 230 indiretos e uma expectativa de 7 mil clientes. “Isso traz movimento para a região”, afirmou. Oprédio de quatro andares e subsolo da Álvares Penteado tem apenas a imponente fachada de granito – ora polido, ora rústico – tombada. “Os elementos de bronze no alto das colunas de granito estavam pintados de preto e foi preciso um especialista para chegar ao original”,explicouoarquitetoFelipe Cury. Original também é o tom de amarelo que agora recobre a parte da frente. O interior também tem seu charmecom as escadas de mármore e partes em ladrilhos hidráulicos decorados. “Os gradis, pintados de branco, também são de 1911”, disse Cury. Além da agência, o edifício vaiabrigarumaespaço paraexposições no último andar. A primeira trará 35 mapas da cidade irei Rua Álvares Penteado 200 ta Sé de 1940, painéis com fotos da épocaemóveisdeagênciasbancárias dos anos 30, 40 e 50. Tudo do Museu da Caixa. Na agência da Rua Direita, o acaso provocou um encontro com a história da instituição. O prédio fica no mesmo terreno ondeeraacasadeFlorisbellade Araújo Rodrigues, a primeira depositante da Caixa, em 1875. Para homenageá-la, há, no primeiro andar, um painel com uma foto dela de 1929, aos 84 anos.Notérreo,foiinstaladooutro painel com a Direita em 1860, foto de Militão. O espaço abriga também exposições. Os recursosdas reformas foram aplicados por investidores e a Caixa locou as sedes das três agências. O custo ficou em R$ 1,7 milhão. Serão abertas mais três agência na região central. Há ainda em andamento o Centro Cultural da Caixa, na Praça da Sé, que terá investimentos de R$ 40 milhões da instituição. “Aeconomiacomosaluguéisde prédiosemoutrasáreasdacidade e vinda dos funcionários para a Sé pagará a obra.” Hoje o espaço tem 2.100 metros quadrados e passará a ter 6 mil em cercadecincoanos,segundoEl- cio Mendes de Paiva, responsável pelo conjunto e gerente de Marketing Institucional. CRÉDITO Segundo Parra Parra, a Caixa está oferecendo uma linha de crédito com juros mais baixos e prazos maiores exclusivamente para investimentos nos subdistritos da Sé e República e em revitalização – o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) Revitalização. É para pessoas de poder aquisitivo maior e para o comércio. “Temos R$ 100 milhões para essa modalidade.” Além disso, há projetos mais populares no Programa de Arrendamento Residencial, que reforma prédios do centro, aluga para moradia e dá opção de compra após 15 anos, para até R$ 1.560 de renda familiar, e o crédito associativo reforma. “Essas oportunidades podem ajudar a revitalizar o centro.” A iniciativa da Caixa não é novidade no centro. Hoje é comum que empresas busquem parcerias para ter o nome ligado à requalificação da área central da cidade. Em abril, a Vila Velha Corretora de Seguros preferiu mudar a sede para um prédio da década de 40 na AvenidaIpirangaaocuparumedifício moderno na Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul. “Saiu mais barato restaurar o edifício de 11 andares do que comprar um novo”, disse o gerente de marketing, Marco Antônio Gonzaga. Outra motivação foi a facilidade de acesso à região. “Se mudássemos para a zona sul, muitos funcionários deixariam a empresa”. No meio do ano passado, o Banco do Brasil restaurou outro edifício. Uma agência foi inauguradanaPraçadoPatriar- caeganhou prêmioda Prefeitura por conta da acessibilidade para deficientes. O Banco do Brasil também contribuiu para a revitalização daregiãoaoinstalarumbadalado centro cultural na Rua Álvares Penteado. “Essas ações são muito importantes, a volta do uso desses prédios faz com que o centro volte a ter valor”, disse opresidenteexecutivo da AssociaçãoVivaoCentro,MarcoAntônio Ramos de Almeida. Para o arquiteto e urbanista Luiz Carlos Costa, a restauração de prédios antigos mostra um momento de amadurecimentonacidade.“Durantemuitos anos o poder público seguiu as vontades do mercado imobiliário, isso gerou um movimento de desprestígio. Esse tipo de ação faz com que o centro recupere a vitalidade e seu significado”, afirmou. ● Sob aplausos, Gisele encerra dia de desfiles ‘Pensador’ de Rodin troca Depois, modelo comentou escândalo no governo e pediu mundo ‘mais honesto’ São Paulo pelo Recife NILTON FUKUDA/AE – 18/1/2005 TASSO MARCELO/AE MODA PATRIMÔNIO Maurício Moraes Carolina Iskandarian RIO Aosomdeventanias,raiosetrovões, Gisele Bündchen entrou na passarela e foi a grande atração da Colcci, que encerrou ontem o quarto dia de desfiles do Fashion Rio, no Museu de Arte Moderna. A top número 1 do mundo se apresentou com exclusividade pelo segundo ano consecutivo para a grife catarinense, que trouxe coleção variando do casual ao sofisticado. Gisele entrou três vezes na passarela.Usouumtopbrilhante, vestido curto tomara-quecaia e outro com casaquinho também brilhante. Encerrou o desfile sorrindo, sem a seriedade protocolar das modelos. Gisele, que chegou ao Rio anteontem,deuumarápidaentrevista após o desfile. Disse que, como trabalha demais, não tem acompanhado as denúncias de corrupçãonogoverno.“Corrupção existe em todo lugar. Gostaria que o mundo fosse mais honesto.” Ela embarca hoje para a China, onde fará uma sessão de fotosparaaprimeirarevistaVoguea ser lançadano país,o quea deixará fora da São Paulo Fashion Week. Antes da aparição da supermodelo, o romantismo deu o tom dos desfiles. A grife Graça Ottoni levou às passarelas flores,laçaroteserendas.Aestética conhecida como “grunge romântica” foi representada nas estampas com bolinhas, no xadrez de tafetá e nas faixas de tecido,que marcavam a cintura e terminavam em laçarotes. Flores, círculos e pavões estamparam a coleção da Zigfreda, que abusou do amarelo e do dourado. Shortinhos e calças tipocorsárioforamasapostaspara o verão. Desfilaram ontem também as grifes Animale, Maria Bonita Extra e O Estúdio. ● PernambucojátemoseuPensador. Um dos exemplares da mais famosa obra do escultor francês Auguste Rodin, a peça de 800 quilos de bronze e 4 metrosdealturafoicompradapelo colecionador Ricardo Brennand, que mantém um centro cultural no Recife. A obra passou por São Paulo no início do ano e criou polêmica: especialistas contestaram suaautenticidade.OMuseuRodindeParisacusouosresponsáveis pela escultura de expô-la semoscuidadosdevidos.Emfevereiro, seguiu para Curitiba e agora tem novo endereço: a réplica de um castelo rodeado por jardins, que guarda uma das mais importantes coleções privadas de arte do País. Em1996,aexposiçãodoartista atraiu milhares de pessoas à Pinacoteca do Estado. A esculturafoicolocadasemidentificação no Jardim da Luz pelo exadidoculturaldaFrançaRomaric Sulger Büel e por Jean-GabrielMiterrand,sobrinhodoex- AR RETRÔ – Gisele volta ao Rio, pela segunda vez, para a Colcci: estrela ficará fora da SP Fashion Week OBRA-PRIMA – Agora em museu presidentefrancêsFrançoisMiterrand.Aobrapertenciaàgaleria Sayegh, de Nova York. Büel, que participa da organização de eventos do Ano do Brasil na França, informou de Paris que não comentaria a venda. Ricardo Brennand, sobrinho do artista pernambucano Francisco Brennand, está na Europaenãoatendeuareportagem. No museu do Instituto RicardoBrennandestáamaiorcoleção privada do pintor holandês Franz Post. ●