Análise de custo-minimização entre as vias de administração oral e endovenosa de Linezolida Rafaela Sirtoli¹, Eliz Cassieli Pereira Pinto1, Carine Fieira1, Jeferson Giovan Volkweis1, Suelem Penteado2, Andreia Cristina Conegero Sanches2 1 Farmacêutico residente do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Farmácia Hospitalar da Universidade Estadual do Oeste do Paraná; 2Docente do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu de Residência em Farmácia Hospitalar da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. [email protected] Palavras chaves: Farmacoeconomia; antimicrobianos; custo-minimização. Introdução A linezolida é um antimicrobiano da classe das oxazolidinonas. No Brasil, este medicamento pode ser encontrado em duas formas de apresentação: solução para infusão em bolsas (600 mg) e comprimidos revestidos (600 mg). Uma vez que esse antibiótico apresenta uma biodisponibilidade quase completa, isso possibilita a troca da via endovenosa (EV) pela via oral (VO), em casos apropriados. Ao mesmo tempo em que a terapia oral é de menor custo em relação parenteral, essa alteração viabiliza o tratamento ambulatorial, podendo reduzir o tempo de internamento. Além disso, diminui o risco de infecção hospitalar e prováveis complicações. O objetivo do presente trabalho consistiu em avaliar o impacto financeiro, através de um estudo de custo-minimização, das vias de administração endovenosa e oral de linezolida, em pacientes internados em um hospital público de ensino. Materiais e Métodos Realizou-se um estudo retrospectivo e descritivo e uma análise de custo-minimização entre os pacientes hospitalizados que utilizaram Linezolida, de 1 de janeiro de 2016 a 1 de junho de 2016, em um hospital público de ensino, sob a perspectiva da instituição. Avaliou-se a possível intercambialidade entre as vias de administração endovenosa e oral a fim de descrever a economia de recursos com a hipotética substituição. Convencionou-se os seguintes critérios de exclusão: uso de sonda nasoenteral, idade igual ou inferior a 12 anos, prescrição exclusiva de medicamentos orais e dieta líquida ou pastosa. Após a exclusão, calculou-se os custos diários individuais e totais de linezolida através dos custos de ambas as apresentações. Os custos diretos de materiais médico-hospitalares e custos indiretos de tempo de enfermagem não foram incorporados no cálculo. Resultados e discussão A partir do relatório gerado pelo sistema informatizado do hospital, constatou-se que 24 pacientes fizeram uso da via de administração endovenosa de linezolida no período avaliado. Destes, 6 foram excluídos devido à idade e 14 pacientes pelo uso de sonda nasoenteral. Por fim, apenas 4 pacientes foram incluídos no estudo por atenderem aos critérios. A análise de custo realizada para cada paciente é apresentada na Tabela 1. Tabela 1 – Análise de Custo-minimização entre as formas farmacêuticas. Pa 1 2 DDb (Bolsas) 1200 mg (2 Bolsas) 1200 mg (2 Bolsas) 3 1200 mg (2 Bolsas) 4 1200 mg (2 Bolsas) Tf DTc (Dias) CTd (EV) 9 R$4.003,56 10 R$4.448,40 7 R$3.113,88 R$444,84 1 R$12.010,68 DDb (Cpe) 1200 mg (2 Cp) 1200 mg (2 Cp) DTc (Dias) CTd (VO) 9 R$2.882,34 10 3.202,60 1200 mg (2 Cp) 7 R$2.241,82 1200 mg (2 Cp) 1 R$320,26 R$8.647,02 a Paciente; bDose diária; cDuração do Tratamento; dCusto total do tratamento por paciente; eComprimido; fTotal. O valor real total gasto com a administração endovenosa de linezolida foi de R$ 12.010,68. Quando aplicada a mudança hipotética, o custo ajustado passaria a ser de R$ 8.647,02, perfazendo um valor diferencial de R$3.363,66 na suposta economia de recursos. Conclusão A análise dos recursos financeiros, no tratamento de infecções utilizando linezolida, mostra-se extremamente relevante, pois contribui com o melhor uso dessa alternativa terapêutica, cujo custo é elevado. Neste estudo, comprovou-se que o custo antes da hipotética troca da via de administração de linezolida é maior do que o custo após esse processo. Além deste benefício, a via de administração oral apresenta melhor perfil de segurança sem prejuízo na qualidade do tratamento. _____________________________________________ Referencias Brasil (2012). Ministério da Saúde. Nota técnica n° 92/2012. Brasília; Brunton LL, Lazo JS.; Parker KL (2006) Goodman & Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil; Buyle FM, et al. (2012) J Antimicrob Chemother, v. 67, 8: 2043-2046.