NEOPLASIA OU FRACTURA? CASO PATOLÓGICO DE UM ESQUELETO MEDIEVAL Simão, P (1) y Silva, A.Mª (2) Departamento de Antropologia, Centro de Investigação em Antropologia e Saúde, Universidade de Coimbra, 3000-056 Coimbra (Portugal). 1 [email protected]; 2 [email protected] Resumo Este trabalho debruça-se sobre as alterações patológicas observadas no ilíaco esquerdo de um esqueleto pertencente a um adulto jovem (25-30 anos) do sexo masculino, recuperado da Necrópole Medieval da Rua dos Barcos (Sta. Iria da Ribeira de Santarém, Portugal). Para interpretar as lesões observadas foram considerados três diagnósticos: um carcinoma da Próstata, Sarcoma de Ewing e uma Fractura ao nível do ramo púbico. A análise radiológica não foi conclusiva, pelo que não foi possível confirmar os diagnósticos avançados. Palavras-chave Antropologia; Patologia; Fractura; Carcinoma da Próstata; Sarcoma de Ewing. Abstract This paper focus on the pathological alterations observed on the left os coxae of an young male adult (25-30 years), retrieved from the Medieval Necropolis of Rua dos Barcos (Sta. Iria da Ribeira de Santarém, Portugal). To interpret the observed lesions, three diagnoses were considered: Prostatic Carcinoma, Ewing’s Sarcoma and a Fracture of the pubic ramus. Unfortunately, it was not possible to confirm the diagnosis despite the X-ray analysis. Key Words Anthropology; Pathology; Fracture; Prostatic Carcinoma; Ewing’s Sarcoma. Introdução Em 2003 foi escavada parte de uma Necrópole Medieval na Rua dos Barcos, localizada na freguesia de Sta. Iria da Ribeira de Santarém, que pertence ao concelho e distrito de Santarém (Portugal). Da sua vasta colecção osteológica fazem parte 147 esqueletos e um enorme ossário associado. Um dos esqueletos recuperados, pertencente a um indivíduo masculino com uma idade à morte compreendida entre os 25 e os 30 anos, apresenta uma patologia na região da sínfise púbica do osso coxal esquerdo. A Necrópole da Rua dos Barcos Santarém é uma cidade do centro de Portugal (Figura 1), situada no coração do Ribatejo, a 90 quilómetros da capi- Fig. 1. Mapa de Portugal, onde se pode observar em evidência a localização da cidade de Santarém (retirado a partir do programa GOOGLE EARTH). tal do país, Lisboa. A 2 quilómetros desta cidade situa-se a freguesia de Sta. Iria da Ribeira de Santarém. Esta constituiu, em conjunto com outras duas paróquias, o núcleo periférico denominado Ribeira de Santarém, considerado por alguns autores como um dos mais relevantes para o desenvolvimento da cidade de Santarém, entre os séculos XII e XV. A sua importância comercial e artesanal devia- 327 NEOPLASIA OU FRACTURA? CASO PATOLÓGICO DE UM ESQUELETO MEDIEVAL Fig. 2. Vista superior do ilíaco esquerdo do indivíduo do Enterramento 44 (masculino; idade à morte entre os 25 e os 30 anos), exumado da Necrópole da Rua dos Barcos, Sta. Iria da Ribeira de Santarém. se exclusivamente às actividades flúvio-marítimas e à sua proximidade das vias terrestres para norte e sul do reino (Custódio et al., 1996). Enquanto vila baixa, a Ribeira caracterizava-se pelos pequenos bairros e comunidades de pescadores e marinheiros, mas era também o “lar” da classe mercantil. Na época medieval encontrava-se muito próxima do Tejo, o que a tornou um importante ponto fluvial e um local privilegiado de escoamento dos excedentes produzidos em Santarém e arredores (Custódio et al., 1996). Em finais do século XVI, o porto fluvial da Ribeira de Santarém começou a perder importância, o que se deveu, em parte, ao crescimento económico, social e cultural da capital do reino português, Lisboa. Uma das ruas da freguesia de Sta. Iria denominase Rua dos Barcos (Figura 2). O local em questão possui um grande valor histórico e religioso, em parte devido ao culto a Sta Iria. No ano de 2003, a Câmara Municipal de Santarém iniciou um projecto de renovação da rede de saneamento e de esgotos na freguesia de Sta. Iria. No seguimento das obras mencionadas foi encontrada, na Rua dos Barcos, uma Necrópole. Então, foi chamada uma equipa da empresa OZECARUS, Serviços Arqueológicos, para proceder à realização das intervenções arqueológica e antropológica. A Necrópole encontrava-se bem conservada apesar das infiltrações de água e da existência de uma antiga conduta de saneamento, que impossibilitaram a escavação dos níveis mais baixos de enterramentos (Batata e Santos, 2004). 328 Fig. 3. Pormenor das lesões observadas na sínfise púbica do ilíaco esquerdo do indivíduo do Enterramento 44 (masculino; idade à morte entre os 25 e os 30 anos), exumado da Necrópole da Rua dos Barcos, Sta. Iria da Ribeira de Santarém. Deste modo, não foi possível averiguar a área total da Necrópole, sabendo-se somente que a mesma manteve momentos de grande utilização pela elevada densidade de deposições, quer no plano vertical, quer no plano horizontal (Santos, 2004). O espólio osteológico recuperado desta Necrópole é constituído por ossos de 144 enterramentos, aos quais corresponde um total de 147 esqueletos, e por um vasto ossário associado (Batata e Santos, 2004). Todos os enterramentos são individuais, excepto o ENT. 11, que é duplo, e o ENT. 120, que por sua vez é triplo (Santos, 2004). Quanto ao período a que pertence esta Necrópole, não foi possível estabelecer uma cronologia através do espólio arqueológico recuperado (Batata e Santos, 2004). Relativamente ao material ósseo exumado, foram enviados alguns exemplares para datação por Radiocarbono no início do ano de 2007. O material pertencia a um esqueleto exumado do estrato geológico mais antigo da Necrópole. A sua datação é 980 to 1160 cal AD (2 sigma; Beta-226113), ou seja, esta Necrópole já seria utilizada entre os séculos X e XII, pertencendo ao período medieval. No entanto, não se deve descurar que não foi averiguada a área total da Necrópole, podendo existir ainda enterramentos mais antigos. Também é importante referir que seria necessário realizar uma datação por Radiocarbono aos enterramentos do estrato geológico mais recente, para se poder determinar até que século esta Necrópole terá sido utilizada. Simão, P. y Silva, A.Mª. Fig. 4. Raio-X da sínfise púbica esquerda do indivíduo pertencente ao Enterramento 44 da Necrópole da Rua dos Barcos. É visível uma área de maior densidade óssea na zona da lesão descrita. Fig. 5. Vista superior da 1ª vértebra sagrada, pertencente ao Enterramento 44 (masculino; idade à morte entre os 25 e os 30 anos), exumado da Necrópole da Rua dos Barcos, Sta. Iria da Ribeira de Santarém. Pode observar-se microporosidade associada a irregularidades da superfície óssea (seta azul) e um orifício de forma ovóide no lado esquerdo (seta vermelha). Objectivos Resultados O presente trabalho descreve a patologia observada no osso ilíaco esquerdo do esqueleto 44 proveniente da Necrópole Medieval da Rua dos Barcos (RB). Este enterramento pertence a um indivíduo do sexo masculino que faleceu com uma idade entre os 25 e 30 anos. Durante a análise paleopatológica foram as lesões observadas no ilíaco esquerdo que suscitaram maior interesse. Este (Figura 2) encontra-se fragmentado na zona do acetábulo. A zona da sínfise púbica (Figura 3) apresenta formação de espículas no seu rebordo, bem como presença de macro e microporosidade na sua superfície. Não foi possível verificar se a lesão era bilateral uma vez o osso coxal direito não foi recuperado. A análise radiológica do ilíaco esquerdo (Figura 4) permitiu detectar uma zona de maior densidade óssea junto à lesão anteriormente descrita. Material e Métodos O esqueleto 44 apenas foi recuperado parcialmente devido à delimitação da área de escavação, que impossibilitou a exumação dos pés e por ter sido parcialmente removido para permitir um novo enterramento (ENT. 45), o que explica a falta do crânio e parte dos membros superiores. A sua fragmentação condicionou a escolha dos métodos utilizados durante o estudo paleobiológico. Porém, os métodos usados indicam todos tratar-se de um indivíduo do sexo masculino (Ferembach et al., 1980; Silva, 1995; Wasterlain, 2000), com uma idade à morte inferior a 30 anos, uma vez que a extremidade esternal da clavícula direita não se encontra fundida (MacLaughlin (1990). A análise paleopatológica inclui o registo das lesões e uma análise radiológica. Na 1ª vértebra sagrada, registou-se um pequeno orifício ovóide, com cerca de 11 mm de comprimento e 6 mm de largura, na zona lateral esquerda do corpo da vértebra indicada (Figura 5). Porém, não foi possível confirmar se as lesões patentes neste osso estão relacionadas com as alterações registadas na sínfise púbica esquerda. Em termos patológicos, há que referir ainda que ambas as diáfises das tíbias possuem, na zona medial, sinais de infecção perióstea, do tipo remodelada. Sinais de entesopatias de grau mínimo foram observadas no ligamento quadrilátero da rótula direita e nalgumas vértebras. 329 NEOPLASIA OU FRACTURA? CASO PATOLÓGICO DE UM ESQUELETO MEDIEVAL Discussão Tendo em conta as lesões observadas, o primeiro diagnóstico possível é uma neoplasia maligna, o Carcinoma da Próstata. No presente caso, observaram-se lesões no sacro (1ª vértebra sagrada) e no ilíaco esquerdo (sínfise púbica), dois dos ossos mais afectados por esta neoplasia. As evidências patológicas registadas em ambas as zonas ósseas não apresentam um aspecto destrutivo e erosivo, o que é característico deste tipo de carcinoma. As alterações observadas no rebordo ósseo do sacro são mínimas, uma característica distintiva desta patologia (Ortner, 2003). Já na sínfise púbica esquerda, as alterações no rebordo são mais visíveis, observando-se também a formação de espículas. Outro dos diagnósticos possíveis para este caso é o Sarcoma de Ewing. Esta neoplasia maligna afecta principalmente indivíduos masculinos que se encontram nas 1ª e 2ª décadas de vida (Campillo, 2001). O esqueleto pertencente ao ENT.44 enquadra-se neste panorama. As zonas ósseas mais comummente implicadas são as extremidades dos ossos longos, o que não acontece no caso descrito, e a pélvis (Roberts e Manchester, 2007). Este tipo de tumor não destrói as células ósseas de forma massiva e por isso em raio-x observa-se um padrão muito peculiar, com vários focos de grande densidade óssea (Aufderheide e Rodríguez-Martín, 1998). No caso deste esqueleto, em particular, este padrão não se registou em raio-x; ao invés observou-se apenas uma zona de grande densidade óssea. Deve referir-se ainda que este sarcoma produz uma reacção no periósteo que estimula a formação de osso novo. Este pode ser de dois tipos: “onion skin”, no qual o osso novo se encontra deposto em várias camadas esféricas; “sunburst”, um tipo muito raro no qual há formação massiva de espículas (Ortner, 2003; Aufderheide e Rodríguez-Martín, 1998; Roberts e Manchester, 2007). O indivíduo do ENT.44 apresenta somente formação de algumas espículas de pequenas dimensões no rebordo ósseo da sínfise púbica esquerda, mas deve ser realçado que parte do esqueleto não foi recuperado. Os Carcinomas e o Sarcoma de Ewing pertencem ao grupo das neoplasias malignas, pois conseguem destruir outras células e até migrar para outras partes do corpo através dos vasos sanguíneos ou linfáticos (Au- 330 fderheide e Rodríguez-Martín, 1998). O Carcinoma da Próstata é um dos tumores metásticos mais malignos, ou seja, o foco principal de afectação são os órgãos moles, produzindo em fases mais avançadas metástases ósseas. Este carcinoma é considerado como uma doença de idosos, visto que se encontra positivamente correlacionado com a idade, afectando maioritariamente pessoas com mais de 40 anos. Este tipo de tumor distingue-se dos restantes porque é dos poucos (15% no total) a produzir lesões osteoblásticas e formação de espículas (Aufderheide e Rodríguez-Martín, 1998; Ortner, 2003). Este carcinoma distingue-se pela sua tendência para acção osteoblástica, lesões escleróticas, pouca destruição óssea e alterações mínimas nos contornos dos ossos afectados, excepto nos casos mais avançados, nos quais há deposição massiva de osteófitos no periósteo. Existem casos raros nos quais se verificam quer lesões osteoblásticas, quer lesões osteolíticas. Normalmente, os ossos mais atingidos são a pélvis, o sacro e as vértebras lombares, iniciando-se as lesões no acetábulo e no ramo púbico (Ortner, 2003). Esta neoplasia é pouco frequente em populações passadas. Geralmente os indivíduos sucumbiam a outras enfermidades antes que o Carcinoma afectasse o esqueleto (Ortner, 2003). Também se deve referir que a esperança média de vida era bastante menor que hoje em dia. Deste modo os membros de uma população provavelmente faleciam antes de atingir a idade mais propícia ao desenvolvimento deste Carcinoma (Roberts e Manchester, 2007). O Sarcoma de Ewing é um dos tumores ósseos mais malignos, apresentando uma das mais elevadas taxas de mortalidade (Yang et al., 1995; Ortner, 2003; Roberts e Manchester, 2007). A sua estranha histologia sugere que tem origem nas células da medula óssea. Afecta maioritariamente indivíduos masculinos em fase de crescimento, apresentando uma incidência elevada entre os 8 e os 15 anos de idade e somente em alguns casos afecta indivíduos com mais de 20 anos. As células cancerígenas deste sarcoma apresentam um padrão peculiar: infiltram-se em áreas de osso trabecular sem, no entanto, provocar a sua destruição. É, contudo, a reacção perióstea que distingue esta neoplasia (Aufderheide e Rodríguez-Martín, 1998). Este sarcoma afecta preferencialmente as extremidades dos ossos Simão, P. y Silva, A.Mª. longos (úmero, fémur e tíbia) e a pélvis (Aufderheide e Rodríguez-Martín, 1998; Ortner, 2003). Segundo Helms (1989 in Aufderheide e Rodríguez-Martín, 1998), em indivíduos com mais de 25 anos, os ossos chatos são os mais afectados. Yang et al. (1995) reportaram alguns casos de Sarcoma de Ewing em populações actuais e chegaram à conclusão que este pode atingir grandes dimensões antes de ser detectado, o que consequentemente torna o seu tratamento pouco eficaz. Existe ainda um terceiro diagnóstico possível para este caso. As lesões observadas no ilíaco esquerdo podem reportar-se a uma fractura ao nível do ramo púbico. A impossibilidade de imobilizar a zona em questão pode ter conduzido a uma má regeneração do tecido ósseo. Como consequência, a sínfise púbica terá desenvolvido posteriormente artrose secundária, degenerando para o aspecto que apresenta hoje (Roberts e Manchester, 2007). Em suma: 1. Reportaram-se lesões no ilíaco esquerdo e no sacro do esqueleto 44, dois dos ossos mais afectados pelo Carcinoma da Próstata. No entanto, como não foi possível averiguar se as lesões em ambos os ossos se encontram relacionadas, não se podem excluir outros diagnósticos, como o Sarcoma de Ewing ou uma Fractura no ramo púbico. 2. As lesões descritas não apresentam um aspecto destrutivo e erosivo, o que é característico do Carcinoma da Próstata. Contudo, a aparência esclerótica da sínfise púbica é um aspecto a favor do diagnóstico do Sarcoma de Ewing. A sua degeneração também apoia a hipótese de que se possa tratar de uma fractura. A impossibilidade de imobilizar a zona pode ter conduzido a uma pobre regeneração do tecido ósseo e, consequentemente, ao desenvolvimento de artrose secundária. 3. Uma das características distintivas do Carcinoma da Próstata é a tendência para acção osteoblástica, o que não se observou quer na 1ª vértebra sagrada quer na sínfise púbica esquerda. Esta última apresenta somente formação de algumas espículas ósseas no seu rebordo. 4. O Sarcoma de Ewing encontra-se associado à formação de osso de dois tipos, “onion skin” e “sunburst”. Não se observaram evidências de deposição de osso novo na superfície óssea do sacro ou do ilíaco esquerdo. 5. Geralmente, o Carcinoma da Próstata tem uma incidência bilateral na pélvis. No presente caso não foi possível averiguar se a sínfise púbica direita também apresenta sinais de lesões dado que a mesma se encontra ausente. 6. Os casos de Sarcoma de Ewing localizados na púbis são excepcionais. Yang et al. (1995) documentaram somente um caso de Sarcoma de Ewing centrado no ramo e na sínfise púbica do paciente. Na maioria dos casos reportados por estes autores, o Sarcoma afectava o ilium. 7. A idade à morte do indivíduo masculino do Enterramento 44 (25-30 anos) torna mais provável o diagnóstico do Sarcoma de Ewing, visto que o Carcinoma da Próstata afecta preferencialmente indivíduos com mais de 40 anos. No entanto, não se pode excluir a hipótese de que se está perante um caso excepcional de um indivíduo mais jovem a padecer deste Carcinoma. 8. A análise radiológica realizada aos dois ossos não foi conclusiva. No entanto, observou-se no raio-x do ilíaco esquerdo uma área de maior densidade óssea localizada junto à sínfise púbica. Esta evidência não é suficiente para apoiar qualquer um dos diagnósticos apresentados. Conclusões No presente trabalho foi descrito o caso patológico detectado no indivíduo 44, proveniente da Necrópole Medieval da Rua dos Barcos. Este esqueleto masculino com uma idade à morte entre os 25 e os 30 anos apresenta lesões destrutivas no ilíaco esquerdo (sínfise púbica). Foram avançados três diagnósticos: Carcinoma da Próstata, Sarcoma de Ewing e Fractura do ramo púbico. Porém, ainda que se tenha recorrido a uma análise radiológica, a fragmentação e ausência de algumas peças ósseas dificultaram a interpretação deste caso. 331 NEOPLASIA OU FRACTURA? CASO PATOLÓGICO DE UM ESQUELETO MEDIEVAL Agradecimentos Gostaríamos de agradecer os comentários dos Professor Doutor Francisco Etxeberria e Domènec Campillo durante o Congresso, ao Instituto de Ambiente e Vida, ao Centro de Investigação em Antropologia e Saúde e à Câmara Municipal de Santarém. Bibliografia Aufderheide, A.; Rodríguez-Martín, C. (1998): The Cambridge Encyclopedia of Human Paleopathology. Cambridge. Cambridge University Press. Batata, C.; Santos, J. (2004): Relatório Final da Sondagem e Escavação Arqueológica da Necrópole da Rua dos Barcos. Relatório Técnico-Científico. Abrantes. Campillo, D. (2001): Introducción a la Paleopatología. Barcelona. Bellaterra, Arqueología. Crubézy, E. (1988): Interactions entre faxteurs bioculturels, pathologie et caractères discrets. Exemple d’une population médiévale, Canac, Aveyron. Thèse de Doctorat en Medicine. Montpellier. Université de Montpellier. Custódio, J.; Mota, L.; Nazaré, L. (1996): Património Monumental de Santarém. 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