Atendimento Pré Hospitalar

Propaganda
Revisão: 2016
Protocolo: Nº 01
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR – APH
DEFINIÇÃO:
É o atendimento realizado fora do ambiente hospitalar de natureza clínica e/ou
traumática, caracterizado por chegar à vítima no menor tempo possível, realizar
manobras essenciais para estabilizá-la e removê-la o mais rápido possível, de maneira
segura, a um serviço receptor adequado.
EQUIPE DE SALVAMENTO: As manobras realizadas por essa equipe visam retirar as
vítimas de uma situação hostil. Ex: Incêndios, soterramentos, presas a ferragens e
outros. Sua característica principal é retirar a vítima e levá-la para uma área segura
possibilitando o trabalho da equipe SBV.
USB (Unidade de Suporte Básico): Sua característica principal é atender a vítima
sem execução de procedimento médico invasivo e prestar cuidados básicos para
suporte à vida.
USA (Unidade de Suporte Avançado): Sua função principal é atender a vítima,
qualquer que seja seu prognóstico, através de procedimentos básicos e avançados por
meio de ações, equipamentos e fármacos.
RECURSOS UTILIZADOS NO APH
 Recurso material

Ambulância: equipada para atender todo e qualquer tipo de ocorrência.

Equipamentos de Primeiros Socorros.
O Check List deve ser realizado de acordo com protocolo nas unidades USB e USA
pelos componentes da unidade: USB (Técnico em Enfermagem e Condutor Socorrista);
USA (Médico, Enfermeiro e Condutor Socorrista).
Classificação dos equipamentos e materiais:
USB - Desfibrilador Externo Automático - DEA
1. Equipamentos de comunicação móvel e portátil: Rádio HT fixo e móvel e telefone
celular.
7
2. Equipamentos para segurança no local do acidente:
a) EPI (equipamento de proteção individual) de cada socorrista para evitar a
transmissão de doenças e proteger a equipe.
b) Uniforme próprio padrão (Macacão completo com mangas, Máscara, óculos,
luvas, capote).
3. Equipamentos para garantir a segurança da equipe e dos envolvidos como: cones
de sinalização, lanternas e fitas zebrada para o isolamento da área.
4. Equipamentos de reanimação e administração de oxigênio.
5. Equipamentos destinados a garantir a permeabilidade das VAS: Cânulas
Orofaríngeas.
6. Ventilador manual, ambú, composto por bolsa, válvula e máscara.
7. Equipamentos de fluxômetro. Toda unidade possui 02 torpedos de oxigênio, fluxo
com capacidade maior de concentração, aspirador portátil e fixo nas ambulâncias.
8. Equipamentos de fixação e de imobilização: talas moldáveis para imobilização de
fraturas e luxações, bandagens e ataduras de crepom, cintos de fixação da
prancha, tracionador de fêmur, colete de imobilização dorsal (KED), colar cervical,
prancha longa e Barchal, prancha curta, materiais para curativo de acordo com o
check list, materiais de uso obstétricos, materiais para verificação de SV,
acessórios com: maca, cobertor, manta aluminizada, lençóis e CINTO DE
SEGURANÇA DA MACA.
9. Maleta de medicamentos.
USB - Desfibrilador Externo Automático - DEA
USA - Desfibrilador monitor cardioversor, Ventilador Mecânico, acessórios de Suporte
Avançado de Vida para vias aéreas avançadas e medicações. Manta aluminizada para
evitar a perda de calor gerado pelo corpo. Fármacos: utilizados para o tratamento e
intervenção para as diversas patologias, distribuídos e acondicionados em maleta,
aparelho de ultrasonografia (FAST), eletrocardiograma digital (TELECARDIO), kits
cirúrgicos, bombas de seringas.
 Recurso pessoal
A equipe de atendimento pré-hospitalar deve conter profissionais capacitados e
habilitados, sendo distribuído desta forma:
USA - Médico, Enfermeiro e Condutor Socorrista.
USB - Técnico em Enfermagem e Condutor Socorrista.
8
PRINCÍPIOS DOS SOCORRISTAS
1°Princípio
Garantir a segurança dos socorristas e do paciente.

Prioridade máxima é: a constante avaliação e segurança de cena e uso de
equipamentos de proteção individual durante todo o processo de atendimento;

Socorrista que se expõe a riscos desnecessários, pode se tornar também uma
vítima;

Resgates - treinamento especial;

Transporte Aeromédico com equipe habilitada;

Uso de precauções-padrão.
2°Princípio
Avaliar a situação para determinar a necessidade de solicitar outros recursos ou
equipes adicionais de acordo com o protocolo N°13.
 A caminho do local e logo à chegada;
 Mais unidades móveis de atendimento;
 Equipamentos de combate a incêndio;
 Equipes especiais de resgate;
 Companhia de eletricidade;
 Assitência Social e Polícia Militar;
 Helicóptero, etc.
3ºPrincípio
Reconhecer a biomecânica que pode ser relacionada as lesões.
 Conhecimento da biomecânica - melhor avaliação do paciente;
 Conhecimento de padrões específicos de lesões - ajuda a prevê-las e saber por
onde procura-las;
 Aspectos mais importantes devem ser sempre repassados para o médico
regulador e serviço receptor.
4° Princípio
Reconhecer as lesões com risco de vida já no exame primário.

“Tratar logo que diagnosticar”;
9

Seqüência lógica - podem ser realizadas simultaneamente;

Deve ser repetido a intervalos regulares.
5°Princípio
Cuidar das vias aéreas mantendo a coluna cervical estabilizada.

Manobras básicas, aberturas de vias aéreas (elevação do mento ou tração da
mandíbula, ventilação com dispositivo bolsa valva máscara, aspiração de vias
aéreas e instalação de cânula orofaríngea conforme indicação) - devem ser
feitas com eficácia;

Intubação endotraqueal - técnica “padrão ouro”;

Incapazes de manter via aérea pérvia; Glasgow< 8 (atentar para o quadro clinico
do paciente e história prévia); oxigenoterapia conforme a necessidade clínica;
avaliar riscos de obstrução secundária (queimadura);

Decisão de tentar a intubação (avaliar o pontencial de via aérea difícil e plano de
vias aéreas alternativas), considerar riscos e benefícios potencialmente fatais;

Hospital próximo - manobras básicas - transporte rápido.
6°Princípio
Providenciar suporte ventilatório e oferecer oxigênio para manter saturação ideal
de acordo com orientação da Regulação Médica.

Oferecer oxigênio suplementar a todo traumatizado com suspeita ou evidência
de situação de risco de vida;

Máscara unidirecional - pacientes com ventilação espontânea;

Balão conectado a fonte de O2 (Fi O2 > 0,85) aos que precisam de suporte
ventilatório assistido ou total;

Manter saturação superior a 95%;

Se disponível > monitorização de CO2 expirado (ETCO2) > queda súbita da
ETCO2 pode indicar deslocamento do tubo traqueal ou redução abrupta da
perfusão (hipotensão grave ou PCR).
7°Princípio
Controlar toda hemorragia externa significativa.

Maioria controlada por pressão externa;
10

Elevação e compressas em pontos de pressão;

Torniquete é medida de exceção;

“na presença de sangramento externo ativo, as tentativas de reanimação nunca
terão sucesso” - evitar medidas de reanimação (líquidos IV) antes do controle do
sangramento externo.
8°Princípio
Tomar as medidas iniciais para tratamento do choque, incluindo a restauração e
a manutenção da temperatura normal do organismo e a imobilização adequada
das lesões músculo-esquelético.

Hipotermia - compromete sistema de coagulação;

Fratura de ossos longos - hemorragia interna significativa (fêmur: 1200ml) manipulação grosseira agrava o sangramento - imobilização - tratar também a
dor;

Traumatizado grave - não há tempo para imobilizar todas as fraturas imobilização em prancha longa - imobilizar quase todas em posição anatômica e
reduz hemorragia interna;

Exceção: fêmur - espasmo muscular - usar tracionador se houver tempo.
9°Princípio
Manter a estabilização da coluna até que o paciente esteja imobilizado em
prancha longa.
 Manter estabilização manual até que esteja na prancha longa ou que se
determine indicação de imobilização - algoritmo.
 Ferimentos penetrantes - caso haja queixa neurológica ou déficit motor ou
sensitivo no exame é importante a imobilização.
 Trauma fechado - indicado - alteração de nível de consciência, queixa
neurológica, dor à palpação, deformidade anatômica ou defícit motor/sensitivo,
intoxicação por álcool ou drogas, lesão que desvie a atenção, incapacidade de
se comunicar.
 Bom senso - na dúvida, IMOBILIZE!
11
10°Princípio
Quando se tratar de traumatizado grave, iniciar o transporte para o hospital
apropriado mais próximo dentro de 10 minutos após a chegada ao local.

Retardo no transporte - aumenta a mortalidade;

Muitos traumatizados graves têm choque hemorrágico e necessitam de duas
coisas que não podem ser oferecidas no Pré-Hospitalar:
a) Sangue;
b) Soluções cristalóides restauram o volume - mas não restabelecem a
capacidade de transporte de oxigênio das hemácias que foram perdidas;

Controle de hemorragia interna - intervenção cirúrgica - não se consegue
reanimar adequadamente um paciente na vigência de sangramento interno
ativo;

PHTLS - filosofia de “intervenção limitada no local”;

Foco na avaliação rápida para identificar lesões com risco de vida e na
execução de manobras que realmente possam melhorar o prognóstico: vias
aéreas e ventilação, controle da hemorragia externa, imobilização cervical, etc;

Não perder tempo com procedimentos que podem ser feitos a caminho do
hospital;

10 minutos de PLATINA do período de ouro;

Alguma situação é melhor evitar hospitais não especializados e levar o paciente
para um centro de trauma mesmo que signifique pequeno aumento no tempo de
transporte - tempo total menor para o tratamento definitivo.
11°Princípio
A caminho do hospital, iniciar a reposição de volume com soluções aquecidas.
 Nunca atrasar o início do transporte para conseguir acesso venoso e repor
volume;

Objetivo da reposição de fluidos - manter a PAM em torno de 50-60mmhg
(pressão sistólica 80-90).
12°Princípio
Uma vez adequadamente tratadas ou descartadas as lesões com risco de vida,
obter a história médica do doente e fazer o exame secundário.

Exame “da cabeça aos pés”;
12

História AMPLA (alergias, medicamentos, passado médico, líquidos e alimentos
ingeridos, ambiente e eventos relacionados ao trauma.
13°Princípio
Acima de tudo não causar mais dano.

A experiência demonstra que o socorrista pode realizar de maneira segura
muitos dos procedimentos que são feitos em um centro de trauma.

Seguir uma ordem de prioridades que determinam um plano de ação eficiente e
efetivo.

Aplicação
dos
princípios
fundamentais
do
PHTLS
(avaliação
rápida,
intervenções fundamentais no local, transporte rápido para o hospital apropriado
mais próximo).

Melhora do resultado final.
REFERÊNCIAS:
PHTLS- Prehospital Trauma Life Support
13
Download