Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão (Patrono de Teatro em Natal) ALBUQUERQUE MARANHÃO, Alberto Frederico de - Nasceu em MacaíbaRN, a 02.10.1872, filho de Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão e d. Feliciana Maria da Silva e Albuquerque, e irmão de Pedro Velho, Augusto Severo, Amaro Barreto Filho, Fabrício Maranhão e Inês Augusta. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife (1892), no mesmo ano tornando-se Secretário de Governo (estava em curso a administração Pedro Velho, acima referido) e iniciando as atividades profissionais como Promotor Público na Comarca de Macaíba (por essa época terá casado com d. Inês Barreto de Albuquerque Maranhão). Naquela década, seria, ainda, Procurador Geral (1898) e Governador do Estado (eleito a 14 de junho de 1899), este último cargo exercendo-o de 25 de março de 1900 à mesma data de 1904. No dia em que deixou o governo, passando-o a Tavares de Lira, substituiu a este na Câmara Federal. Concluída a legislatura (1905), foi reconduzido para o período seguinte (19061908). Também em 1908 (a 25 de março) retorna ao Governo do Estado, desta vez para cumprir um mandato de seis anos. Sua atividade política incessante prosseguiria, tornando a ser investido no cargo de Deputado Federal em cinco legislaturas a partir de 1915 e até 1927-1929. Alberto Maranhão ainda hoje é reverenciado como um dos maiores governadores deste Estado. Modernizou o ensino primário, inaugurou a Escola Normal de Natal e o Conservatório de Música, inovou o serviço de bondes da Capital (evoluindo da tração animal à energia elétrica), construiu o Teatro Carlos Gomes – hoje, Teatro Alberto Maranhão –, o Hospital Juvino Barreto, a Casa de Detenção e um abrigo para mendigos. Foi ele quem instalou o Palácio do Governo na Praça Sete de Setembro (1902), até então funcionando num prédio da Rua do Comércio (hoje, Rua Chile). Alberto Maranhão abriu as portas do jornal “A República” para os talentos da terra e, enfim, sancionou a lei nº. 145, de 6 de agosto de 1900, autorizando o Tesouro Estadual publicar obras literárias de efetivo interesse para a cultura norte-rio-grandense. “Um dos raros homens de Estado preocupados e enamorados pela cultura literária, arte, música”, dele disse Câmara Cascudo (História do Rio Grande do Norte, p. 491). Sem descaracterizar ou minimizar suas diversas intervenções nos múltiplos compartimentos do complexo administrativo (educação, saúde, segurança pública, estradas, etc.), esse traço – o mecenato – parece, hoje, à distância, haver constituído o elemento personalístico, dominante, em suas administrações. É ainda Cascudo quem o enfatiza: “Intelectualmente foi o maior animador de poetas e literatos locais (...). Orador, jornalista, tomando parte nas tertúlias literárias, determinou uma época de esplendor que não mais se repetiu. A pequena orquestra de salão, financiada pelo Governo, era composta de professores ilustres, uma das melhores do Brasil pelo equilíbrio dos valores componentes, execução maravilhosa e programação superior. As festas em Palácio, os bailes de alta elegância social, os concertos, deixaram fama e saudade” (op. cit., p. 218). Aposentou-se no cargo de Inspetor do Instituto Nacional do Sal. Faleceu em Angra dos Reis-RJ, a 1º. de fevereiro de 1944, e foi sepultado em Parati. _________________________ Fontes: PIRES, Inácio Meira. Teatro Alberto Maranhão e seu Patrono (síntese histórica). Natal: Secretaria de Estado da Educação, da Cultura e dos Desportos, 1975; Personalidades Históricas do Rio Grande do Norte (século XVI-XIX) FJA/CEPEJUL, 1999. Foto: Arquivos da FJA/CEPEJUL.