A escola Teia tem como condutora do processo de ensino

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A escola Teia tem como condutora do processo de ensino aprendizagem a arte,
principalmente na forma de teatro, e o autoconhecimento. Assim, a arte acaba sendo o gerador,
estimulador de estudos e pesquisas. Não negamos conteúdos e nos norteamos pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais, mas sim, buscamos maneiras variadas de desenvolvê-los junto aos alunos.
Aí entra o trabalho árduo dos nossos professores: transformar estes conteúdos em algo que
interesse, divirta, instigue as crianças à pesquisa. Como ele se dá, muitas vezes, através de
alguma forma de arte, individualmente ou ligada ao teatro, esses professores se debruçam
nesses conteúdos para adaptá-los e desenvolvê-los dentro da nossa proposta. Esses conteúdos
são desenvolvidos não só pelo professor de Turma (tutor), mas também pelos especialistas
(artistas). Para possibilitar diversas formas de abordagens por parte do professor de Turma ou
Tutor da Turma, trabalhamos com salas ambientes. Cada uma delas sugere um tipo de
abordagem como: o ateliê, para desenvolver pesquisas através de maquetes, modelagens,
experiências, pinturas, trabalhos com sucatas, reciclagem, cartazes, colagens, etc.; nossa Sala
de Movimento para encenações, jogos lúdicos, mímicas, representações, jogos e atividades
espaciais, rodas, assembléias, danças, atividades para o desenvolvimento da psicomotricidade;
nossa Oficina de Informação garante um espaço confortável para a leitura, contação de história
e pesquisas em livros, enciclopédias, etc. Na nossa horta suspensa aproveitamos para trabalhar
conteúdos de ciências, pois podemos acompanhar o crescimento e a alimentação de plantas, a
importância da minhoca, desenvolver adubos e compostagens, etc. Aproveitando o contato com
verduras e legumes que as crianças plantam e cuidam, despertamos a atenção delas para hábitos
de alimentação saudável, unindo a essa questão o prazer existente em realizar culinárias em
momentos de Cozinha Experimental onde, além da aprendizagem em diversos aspectos, no caso
dos menores, a própria alquimia existente na mistura dos ingredientes, onde fazem grandes
descobertas como: “ Tem leite no bolo!”, até o estudos de pesos, quantidades, frações,
proporções, etc. em relação aos maiores. Tudo isso acaba sendo um grande aliado nos momentos
das refeições coletivas na escola, facilitando, muitas vezes, a introdução de novos alimentos a
dietas mais restritas de algumas crianças. As salas chamadas de Registro são onde
sistematizamos e registramos tudo o que é vivenciado em todos os espaços, além de ser o local
onde acontecem também outras propostas como redações, atividades escritas, jogos de mesa,
enfim, tudo o que a sala permitir com essas características. Nossos computadores estão
localizados próximo às Salas de Registros para possibilitar registros digitados e pesquisas na
Internet.
Os professores especialistas ou simplesmente Artistas também utilizam estes espaços de
acordo com a característica de sua aula. Eles, além de desenvolverem suas ‘especialidades’ ou sua
‘arte’, a partir delas, trabalham conteúdos que consigam aproximar de sua aula, buscando a
interdisciplinaridade com duas ou mais ‘matérias’, como descritas nos exemplos abaixo:
Capoeira é ministrada pelo professor Chico, também ator e professor de teatro da escola
INDAC. É desenvolvida com as crianças a partir da Turma 2, dois dias por semana. Ele já
desenvolveu com elas conteúdos como contagem ordinal, par e ímpar, ordem crescente e
decrescente, localização espacial, gráficos de barras, regiões do Brasil, data cívica, continente
africano, entre outros. Nas rodas de capoeira observam a importância do ritual da mesma e sua
ordem, assim como a importância de respeitá-la como o sentar em círculo e respeitar o
companheiro de jogo. Desenvolvemos nesse ambiente o aquecimento corporal, a concentração, a
percepção corporal e espacial, a destreza e o preparo físico.
Poesia: Na linguagem poética, as palavras não são apenas instrumentos para comunicar, mas
tornam-se carregadas de significado, recriando o mundo e tomando posse do que observam.
Podem também ser moldadas, rimadas, encompridadas, ritmadas, repetidas - assumem
plasticidade, que se transfere do poeta ao leitor; do criador ao recriador.
Ao tomar contato com a linguagem poética, desde sempre, a criança se familiariza a ela,
e deixa-se transformar. Através do trabalho com a poesia, desenvolve-se a imaginação criadora
e as relações de significado com o mundo, acumulando-se informações para construir o
imaginário próprio, conhecendo os elementos da linguagem e ampliando o repertório de imagens.
O trabalho com a poesia, falada e escrita, é mais um instrumento em favor do desenvolvimento,
fazendo a criança tomar contato consigo mesma e com o universo.
Nas aulas de poesia a escola Teia Multicultural tem como principal objetivo trabalhar o
olhar poético – ou, como perceber objetos, relações ou o que quer que seja, além do óbvio.
Sempre a partir de um texto proposto – poesia ou prosa-poética – as crianças são conduzidas a
perceber a maleabilidade das palavras nessa linguagem específica. Através de parlendas, travalínguas, poemas livres ou sonetos, os alunos passam a conhecer outras possibilidades de
expressarem o que sentem ou pensam.
A Dança Circular, é parte da descoberta de culturas antigas sobre a especialidade da forma
circular para o estar e fazer junto. Nela, passaram a representar os ciclos da natureza, o pulsar
dos movimentos do sol, da lua, dos planetas, o ritmo da respiração e o pulsar do coração, a vida e
a morte. Adotaram-na na possibilitando, assim, o estudo de diversos conteúdos. antiguidade, nos
seus rituais de passagem, em celebrações, ocasiões de reverência, temor, louvor, gratidão...O
círculo é uma forma geométrica especial, por simbolizar a perfeição e a plenitude que o ser
humano busca. Dessa forma, as Danças Circulares resgatam a inspiração do homem primitivo e
ao mesmo tempo dão continuidade a um fio que jamais cessou de existir na história da
humanidade: dançar e interagir grupalmente. Compor a circunferência da roda já constitui uma
criação, a observação nos pontos que distam igualmente, a percepção de que estão todos
voltados para um mesmo centro e todos são igualmente importantes na composição final de um
círculo são também conceitos desenvolvidos ao longo das aulas, além de pesquisas sobre
diferentes temas históricos e familiares, bem como a localização e diferentes expressões das
Danças Circulares no mundo
A partir do Teatro, é possível, além do desenvolvimento das atividades específicas do fazer
teatral com exercícios que estimulem a elaboração, o raciocínio, a compreensão, mas que vão
além disso, à interatividade, busca-se fazer com que o aluno ultrapasse o estímulo visual e
mental, já tão desenvolvidos nos dias de hoje pela TV, vídeo games, computadores e etc, para
aqueles que eles participem efetivamente, vivenciando situações, emoções, brincadeiras,
tornando-se assim, sujeitos e não espectadores. Buscamos, também, despertar o interesse das
crianças para a cultura, num país onde a diversidade cultural é grande, mas pouco reconhecida,
através das nossas atividades, jogos, levantamentos históricos, visitas e estudos de meio. Para
dar oportunidade de vivenciarem experiências não frequentes no seu dia-a-dia, realizam
exercícios corporais para: noção corporal, espacial, aquecimentos, alongamentos; vocais: dicção,
articulação, respiração; laboratórios: a auto expressão, a desinibição, a auto confiança, a auto
estima e a concentração, além dos exercícios específicos de interpretação propriamente dito,
onde
iniciamos desenvolvendo a compreensão de textos lidos, músicas, poesias, para
desenvolver a leitura (oratória) e a leitura interpretativa, bem como pesquisas dos contextos
históricos e geográficos do texto. A finalização de cada ano letivo é coroada com a
apresentação de um espetáculo utilizando um texto existente, com toda a Turma Teia, e que
também estejam relacionados a conteúdos do currículo escolar.
Além disso, o teatro faz parte do Projeto Conviver, momento este em que todas as crianças da
escola se encontram e desenvolvem atividades juntas.
O maior desafio no inicio do ano é o relacionamento entre tão diferentes idades, pois juntos
estão crianças da T1 à T5. Por outro lado, são nesses momentos onde podemos observar que o
trabalho realmente vale a pena, quando vemos o cuidado e o carinho dos mais velhos com os mais
novos. O respeito pelas diferenças e o compartilhar aparecem concretamente e é através dele
que, em pouco tempo, conquistamos, ou melhor, eles se conquistam, pois se transformam de
estranhos assustadores (na visão da T1 em relação aos maiores) e egocêntricos, em amigos,
amorosos e confiáveis. Num segundo momento, brincam juntos, representam uns para os outros,
compartilham e se unem aproveitando suas diferenças para crescer.
Assembléia: Trabalhar valores de forma democrática e reflexiva, em nossa Escola que tem
como objetivo promover o prazer de estudar em nossos alunos e alunas, e também o prazer de
ensinar em seus professores e professoras, é um caminho profícuo para a construção da
autoestima e do autoconhecimento. Queremos uma escola prazerosa, que estudantes e docentes
queiram frequentar e na qual tenham prazer no que fazem e desenvolvem diariamente. Uma
escola cujos membros sintam que ela tem significado para suas vidas.
Dentro do Projeto Conviver temos um espaço para as Assembleias, que busca promover a
real democratização das relações interpessoais e algumas questões da gestão da Escola.
Acreditamos que dar voz aos próprios sujeitos dessas mudanças é um bom caminho para
apresentarmos a discussão sobre como esse tipo de experiência, que transforma radicalmente
as relações no dia-a-dia das salas de aula e da escola, pode refletir na construção da cidadania e
da democracia. O objetivo principal é envolver toda a escola num diálogo, de forma a favorecer o
desenvolvimento da autonomia responsável, onde cada individuo é responsável pelo todo e que
cada um participa na elaboração dessas responsabilidades que incluem deveres e direitos.
Nesse momento da vida escolar percebemos claramente o amadurecimento que esse
processo vem alcançando, não somente quanto à participação e posturas durante as assembléias,
mas principalmente o comprometimento no dia-a-dia em relação aos combinados decididos pela
maioria. Outro momento bastante significativo que estamos percebendo como fruto desse
processo são as “minis-assembléias” que estão acontecendo por Turma, ou seja, quando o
assunto é pertinente àquele grupo, ele é discutido e depois feito um resumo na assembléia geral.
Outra observação bastante interessante é vermos o quanto ser dirigente desse processo passou
a ser importante para eles. No inicio a compreensão da condução das assembléias era algo muito
distante das suas experiências. Hoje existem vários candidatos à escriba e secretário, gerando
uma mobilização e movimento bem democrático e participativo. Mas o grande ganho e
crescimento são refletidos de forma prática na postura dos nossos professores, educadores,
auxiliares, ou seja, todos os adultos envolvidos nesse processo, aprendendo a respeitar e, de
fato, compartilhar as suas expectativas, dúvidas e interrogações de comportamentos, hoje,
muito mais verdadeiros; gerando um movimento de respeito mútuo, sendo tanto educandos como
educadores, atores do mesmo processo, onde todos tem participação especial e não apenas
meros coadjuvantes de um roteiro previamente elaborado.
Ver hoje crianças da Turma 2 perguntando com curiosidade: 'hoje tem assembléia?' é
poder ter a certeza que a construção do respeito por si próprio é inerente ao ser humano, e que,
com certeza, essas crianças serão cidadãs e cidadãos críticos, conscientes de seu papel político
e social na construção de uma vida mais justa e feliz para cada um e para todos os membros da
sociedade em que vivem.
Dança não é apenas expressão e celebração da continuidade orgânica entre homem e natureza, é
também realização da comunidade viva dos homens. Outra função da dança é a de ajudar o
homem a formar um conceito mais nobre de si próprio primeiramente, a vontade de dar à dança
aquela significação humana e espiritual profunda e, depois, a de alcançar isto pela liberação do
corpo e de seu movimento. Essa é a maneira que vemos a dança e a desenvolvemos aqui na Teia.
Utilizamos diversas técnicas para a expressão corporal, tendo como ferramenta coreografias
incidentais ou previamente elaboradas e unindo à especialidade/arte estudos de conteúdos
diversos, principalmente os voltados ao corpo humano e sua relação com o meio. Desenvolvemos,
ainda, junto às crianças, as coreografias (muitas vezes regionais) do musical proposto como
tema do ano.
Jogos e Brincadeiras: A criança brinca para conhecer a si própria e aos outros em suas
relações recíprocas, para aprender as normas sociais de comportamento, os hábitos
determinados pela cultura; para conhecer os objetos em seu contexto, ou seja, o uso cultural
dos objetos; para desenvolver a linguagem e a narrativa; para trabalhar com o imaginário; para
conhecer os eventos e fenômenos que ocorrem a sua volta (Vygotsky). Os brinquedos e
brincadeiras feitos pelas próprias crianças ou apenas manipulados por elas oferecem um vasto
campo para o desenvolvimento em diversos aspectos. Os jogos possibilitam o desenvolvimento
físico, o contato com questões como ‘ganhar ou perder’,
‘equipe’, ‘diferenças’, ‘desafios’, entre outros. A união de jogos e brincadeiras nos dá um
universo de possibilidades de desenvolvimento como na matemática, na história, entre outros.
São com essas possibilidades que o professor trabalha em nossa escola.
A Música no contexto escolar nos traz diversas possibilidades, sendo elas desde a
escuta de obras musicais de diversos gêneros, o reconhecimento e utilização da expressividade,
a observação de contextos musicais e das diferentes características geradas pelo silêncio e o
som, brincadeiras e jogos cantados e ritmados, a possibilidade de imitar, inventar, reproduzir
criações musicais, utilizando-a como forma de expressão baseados nos elementos da linguagem
musical, e a partir dela estudos como intensidade, velocidade, densidade, bem como auxiliar na
ampliação da memória, no contato com diferentes culturas, épocas, povos, e países, sem dizer o
trabalho de linguagem oral e escrita – pois a música auxilia no processo de alfabetização - a
partir das letras musicais e dos gráficos, em matemática, entre outros. Dessa maneira, nos
possibilita um trabalho interdisciplinar com diversas áreas do conhecimento enquanto
produzimos música com nossas crianças, pois como trabalhamos com peças teatrais musicais, no
decorrer do ano vamos nos ‘afinando’ para a apresentação de final de ano.
Ai Ki Do, também conhecido como a Arte da Paz, é uma arte integrativa, de origem japonesa,
que visa o autoconhecimento do Ser Humano e sua integração com a vida. O Ai ki do foi criado
por Morihei Ueshiba (O Sensei, aquele que sabe) em meados da década de 40 e sua prática vem
se desenvolvendo até os dias de hoje. Por não existirem competições no Ai ki do, ele pode ser
praticado por pessoas de todas as idades, sexo e condições físicas, proporcionando assim um
rico aprendizado para todos os envolvidos. Alguns dos princípios básicos do Ai ki do são:
cooperação; não-resistência; harmonia; união; equilíbrio e respeito.
Inglês: A aprendizagem de uma segunda língua por uma criança estimula a inteligência
lingüística da mesma, a percepção e a articulação dos sons. A criança adquire maior
versatilidade. Nossa proposta é estimular conceitos, desenvolver o encadeamento de estruturas
lógicas e a percepção visual. A aprendizagem da língua deve acontecer de forma prazerosa,
ampliando as conquistas por meio de histórias, músicas, brincadeiras, desenhos, culinárias,
ligadas aos temas dos projetos.
Artes: Este trabalho em nossa escola é toalha de mesa feita de um tear. Me vem a palavra
tessitura, o trabalho na Teia é mais ou menos assim: O Atelier de Artes de nossa escola é um
grande laboratório de descobertas. Neste espaço acontecem trocas entre a percepção direta da
natureza e da realidade cultural, onde hipóteses se encontram com as respostas, sejam elas
positivas ou não, que nos fazem pensar e repensar os nossos planejamentos e avaliações. Como a
proposta da escola tem como eixo a Arte, ela está presente em todos os nossos ambientes, as
nossas professoras e professores trabalham com diversas linguagens para a assimilação e
acomodação de nossos conteúdos.
Existe muita interação entre o nosso quadro, até porque no segundo semestre todos
trabalham em um único projeto artístico..
Faremos uma peça de Teatro!
O teatro é a grande mãe agregadora de todas as outras artes: música, dança, artes
plásticas, etc. Neste projeto é que a nossa toalha feita de tear fica pronta. Nele, a
participação mais específica das aulas de artes são o desenvolvimento de cenário e figurinos,
criados e realizados pelos próprios alunos, trabalhando, assim, a criatividade e tendo como
ferramentas principais as artes plásticas, a matemática e o desenho geométrico.
Em relação à Reciclagem: Um cuidado sensível com as coisas e preocupação com o meio
ambiente. Usamos diversos materiais na produção de ‘brinquedos’, que no jogo simbólico, com
esses materiais disponíveis ao seu redor, as crianças percebem que tudo pode se transformar,
sendo transportado para o mundo infantil. “O brinquedo bom é o que a criança brinca, que
desafia seu pensamento e que mobiliza sua percepção. Que proporciona experiência e
descoberta.” . É nesta atmosfera lúdica onde se manifestam suas potencialidades motoras e
cognitivas e seus laços afetivos se firmam. Um momento mágico e precioso de descoberta.
Nossa proposta é sócio-construtivista, trabalhamos por projetos e em salas ambientes.
No primeiro semestre cada Turma tem o seu projeto individual, escolhido junto aos professores
da Turma. No segundo semestre, o eixo condutor é o mesmo para toda a escola, uma peça
teatral que servirá de tema para o desenvolvimento dos projetos e, assim, dos conteúdos. Além
da peça ser trabalhada com os professores/tutores de Turma, é também desenvolvida pelos
especialistas/artistas que os 'preparam' indiretamente no decorrer do ano com suas técnicas
diversas mas, principalmente no Projeto Conviver-Teatro, onde ensaiam; nas aulas de Dança
onde montam as coreografias; nas aulas de música, onde exercitam o cantar e ensaiam; e nas
aulas de Artes, onde confeccionam os adereços e figurinos. O produto final é a apresentação da
peça, com a participação de todas as crianças da escola e colaboração de alguns pais, além de
instalações nas salas da escola de todo o processo de pesquisa e construção da mesma e os
desdobramentos dos conteúdos ligados ao tema.
Com uma proposta bastante ‘diferente’ e ‘nova’, não podemos contar com professores já
preparados para atuar desta forma, assim, estamos sempre em processo de aprendizagem e
temos um trabalho de formação contínua com os mesmos. Faz parte dele encontros semanais
individuais, encontros mensais em grupo e uma vivência de dois dias num sítio próximo a São
Paulo a cada semestre. Estamos montando um Grupo de Teatro - Cia Teia de Teatro - com o
intuito de realizarmos juntos exercícios de laboratório, capacitar para o trabalho dentro da
Teia, além de desenvolver montagens teatrais que se refiram a aspectos educacionais para,
quem sabe, nos apresentarmos para a comunidade. Além disso, nossos profissionais são
estimulados a participar de formações externas como cursos de educação democrática
(Politeia), trabalhos de autoconhecimento a partir de diversas técnicas (Espaço Sollua), entre
outros. Temos como principal requisito para ser integrante da Teia pessoas abertas e dispostas
a conhecer novas propostas, desenvolver-se em diversos aspectos e realizar seu trabalho como
educador de maneira inovadora e prazerosa.
Comemoramos, ainda, algumas datas do calendário através de uma visão cultural,
aproveitando o tema para aprendizagem, através de pesquisa sobre o surgimento da mesma, suas
transformações através do tempo, o reflexo da mesma em nossa sociedade e as diferentes
formas de manifestação, comemoração e crenças (no caso de datas religiosas como a páscoa e o
natal). Alguns exemplos do que realizamos foram a oficina de Cultura Tradicional Brasileira, a
qual foi encerrada, após uma semana de atividades, com o Samba de Umbigada, e outro exemplo
foi a comemoração do dia da Consciência Negra, no qual trouxemos a troupe Djembedon, que
acompanha a cantora e dançarina da República da Guiné Fanta Konatê.
Nosso horário é estendido e as crianças almoçam e lancham coletivamente. Oferecemos
um cardápio equilibrado, feito por nutricionistas, buscando agradar ao gosto da criançada. São
também momentos de aprendizagem e estímulo, tanto para o convívio em sociedade quanto à
troca de experiências. Além disso, garantimos uma alimentação saudável e comum a todos.
O material escolar também é coletivo, ficando na escola, evitando o leva e traz de
mochilas pesadas, tão prejudiciais à saúde física, além de ser também um excelente momento
para trabalhar conceitos como a utilização coletiva.
Por fim, nossas Assembléias tem também a ‘função’ de estabelecer as regras atitudinais
da escola. Regras estas que são levadas bastante a sério por àqueles que às criam, nossas
crianças.
Para que os pais possam acompanhar mais de perto todo esse processo e poder
participar dele mais efetivamente temos nosso projeto ao Cair da Tarde, que acontece pelo
menos uma vez por mês, e é quando os pais e familiares de nossos alunos são convidados a
compartilhar conosco, no final do dia letivo, seus conhecimentos, idéias, ‘dotes’, ou apenas bater
um papo enquanto as crianças brincam no parque, enfim, um espaço aberto, para todos juntos,
pais, filhos, educadores, usufruírem do espaço escolar para se aproximarem uns dos outros,
como talvez àquela pracinha de antigamente.
A Teia é a realização de um sonho. O sonho de educadores que acreditam que a Arte
pode conduzir o processo de ensino-aprendizagem e o autoconhecimento e que a
educação pode ser diferente, com o aprender acontecendo de maneira prazerosa e
significativa para as crianças, sem aquele autoritarismo tradicional, onde somente o
professor tem o saber.
Em 11 de setembro de 2005, a
Teia Multicultural
Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental abriu suas portas. E, rapidamente, o
sonho se tornou realidade. As aulas tiveram início em 30 de janeiro de 2006 com a
capacidade máxima no período.
Em 2011, mudamos para uma casa maior, ainda mais próxima do Parque da Água Branca
e com espaços cuidadosamente preparados para vivenciarmos nossos sonhos e
realidades.
Trabalhamos com turmas pequenas (máx. de 12 crianças na Ed. Infantil e 15 crianças no
Ens. Fundamental), para que o olhar do tutor e do professor especialista possa de fato
acontecer de forma individualizada.
Os agrupamentos são organizadas pelo sistema de ciclos, de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais.
Vou contar uma história,
por favor, preste atenção.
É a história de uma escola
que roubou meu coração
e só de falar seu nome
já me enche de emoção.
E pra começar essa história
vamos nos apresentar:
nós somos a turma cinco
e viemos lhes falar
de tudo o que sentimos
dessa escola que é um lar.
E aqui nesse Cordel,
que é de aluno e professor,
vamos mostrar pra todo mundo
o tamanho do nosso amor,
então agora vai começar,
preste atenção, por favor:
—————————————————
Eu sou o Davi
e cheguei na turma três.
Não obedecia ninguém,
dei trabalho pra vocês.
Hoje estou na turma cinco
e o meu forte é Português!
Quando cheguei nessa escola,
muita coisa vivi,
passei por desafios
e com as dificuldades aprendi.
Agora sou outra criança
e superar eu consegui.
Antes eu era terrível,
só que agora eu melhorei.
Não escutava ninguém,
mas hoje eu parei.
Gosto de várias matérias
e minhas dificuldades superei.
Já eu me chamo Lucas
e agora vou falar:
quando eu vim pra essa escola
foi pra poder me soltar.
Era só sala e cara feia,
nunca ia passear.
Aqui brinco bastante
e aprendo com diversão,
mas não é só brincadeira,
tem que prestar atenção.
Sabe o que é bem legal?
Em casa, não preciso fazer lição.
Não é Teia de aranha,
Multicultural no sobrenome,
jabutis, crianças, adultos,
ao lado de um parque enorme
Ah! Esqueci de dizer:
Não é obrigado usar uniforme!
—————————————————
O meu nome é Arthur
e cheguei no ano passado.
Tive medo, de verdade,
de aqui ser maltratado,
mas tive uma surpresa:
fui muito bem cuidado.
Teia, você me salvou do bullying,
uma coisa horrível,
aprendi o que é respeito
e esqueci o tempo horrível.
Fiz bons amigos
nesse lugar incrível.
Tem Assembleia, Aikido
tem Projeto Conviver,
tem Música na sala LIS,
tem Artes no Ateliê,
tem Danças Circulares e Teatro,
tanta coisa pra aprender.
—————————————————
Vou me apresentar
devagar mas nem tanto:
meu nome é Amon
e digo sem tormento
que chorava todo dia
porque escola eu não aguento.
Quando vim pra cá
que estranha sensação,
que lugar brilhante
pra acabar com a escuridão
e bem na minha frente
acabou a solidão.
E aquele sentimento
desapareceu assim, tão rápido
porque depois eu sorria
e não fiquei mais pálido.
O menino acordou
daquele mundo sólido.
—————————————————
Nessa escola já fui mágico
e hoje eu sou professor,
tive medo, eu confesso
quando tudo começou,
mas aprendo a cada dia
nesse ofício de amor.
Vou dizer qual é meu nome
Juan, com a letra jota.
Teia, muito obrigado
pelo amor que não se esgota
e pela energia radiante
que do meu peito brota.
E ainda tem o teatro,
arte que me faz inteiro,
lembra da Dorothy em Oz
e dos pássaros no Viveiro?
Se preparem que esse ano
tem “O Rei e o Jardineiro”.
Nos seus setes anos de idade
muita coisa aconteceu
gente veio, gente foi,
mas o amor nunca morreu
e é por isso que na Teia
tudo é nosso, tudo é seu.
Parabéns, Teia!
Muitos anos de vida
E que seja sempre
a nossa escola querida
que ensinou a enfrentar
tudo que vier em seguida.
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