Trabalho

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XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA DE TANGERINEIRAS,
TANGELEIROS E POMELEIROS EM BREJÃO – PE
Camila Stephanie de Arruda Rodrigues1, Lilian Olímpio Palhares2, Romildo Dias de Oliveira Junior 3, Caroline Maria
Teodoro Loura Macedo 4, José Peroba Oliveira Santos5, Mairon Moura da Silva6 e Rosimar dos Santos Musser7
INTRODUÇÃO
O Brasil se destaca como o maior produtor mundial de citros, superando 20 milhões de toneladas em 2010,
sendo a laranja doce (Citrus sinensis) responsável por mais de 90% do volume produzido (IBGE, 2010). Com as
tangerinas e híbridos o Brasil é o terceiro maior produtor mundial superando um milhão de toneladas. Além de se
destacar no cultivo de cítricos o país lidera a exportação de suco concentrado congelado de laranja (FAO, 2010).
Apesar dos avanços da citricultura brasileira, existe pouca diversidade de variedades em cultivo (PIO et al.,
2005), não havendo também muito investimento em cultivares apropriadas para mesa (BOTEON & NEVES, 2005). O
cultivo de tangerinas, por exemplo, está restrito apenas a duas cultivares, ‘Ponkan’ (Citrus reticulata) e o tangor
Murcott (C. reticulata x C. sinensis), ocupando 80% da área plantada com tangerineiras e híbridos.
O pomeleiro é outra cultura que poderia constituir numa alternativa para a diversificação da citricultura do país.
Nos últimos anos vêm ganhando mercado, os pomelos pigmentados, de polpa rosada ou avermelhada, como a ‘Foster’,
‘Redblush’ e ‘Star Ruby (MORTON, 1987).
A microrregião de Garanhuns e outras áreas potenciais no Nordeste, devido às condições edafoclimáticas
favoráveis ao cultivo de citros, poderiam gerar um volume de produção para atender ao mercado regional, a exemplo de
Salvador e Fortaleza que vêm cedendo espaço aos citros de mesa produzidos no Uruguai e na Espanha, evidenciando
demanda regional para tais produtos (PASSOS, 2007).
O objetivo desta pesquisa é avaliar genótipos de citros, através de parâmetros de crescimento, nas condições
edafoclimáticas do Agreste Meridional de Pernambuco, com a pretenção de indicação de pelo menos um genótipo
adaptado a região, cooperando assim, com o desenvolvimento sócio-econômico local.
Material e métodos
O experimento foi implantado em um pomar com sete anos na Estação Experimental de Brejão do Instituto
Agronômico de Pernambuco, localizado a 18 km de Garanhuns e 250 km de Recife. A altitude média da área é de 820
m, latitude 8° 53’ S, longitude 36° 31’ W (SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE DE
PERNAMBUCO, 2006; INMET, 2007).
O material vegetal foi fornecido pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (CNPMF) e foram avaliadas 13
variedades de tangerinas e tangelos e três pomelos. O experimento é irrigado por microaspersão, com base no
monitoramento da água no solo. Os tratos culturais e operações de manejo são realizados de acordo com as
recomendações para a cultura. Os tratamentos são compostos por 16 variedades entre tangerinas e tangelos, e pomelos
(tangerinas, tangores e tangelos: Lee, Nova, Page, Robinson, Minneola, Ponkan, Mexerica, Dancy, Murcott, Clementina
x Murcott, Kinnow, Swatow, Fortune Iniasel; pomelos: Flame, Star Ruby e Henderson).
As avaliações foram realizadas após a época seca e chuvosa, e as variáveis de crescimento foram medidas em
cinco plantas de cada tratamento (uma planta em cada repetição), selecionadas aleatoriamente. Foram avaliados:
diâmetro de caule (cm); altura de planta (cm), diâmetro de copa (cm) e volume da copa (m³). Para o diâmetro do caule, a
avaliação foi realizada 5 cm acima e 5 cm abaixo da linha de enxertia com o auxílio de um paquímetro. Sendo calculada
a relação do diâmetro do caule abaixo e acima da enxertia para avaliar a diferença entre os diâmetros do porta-enxerto e
do enxerto. A altura da planta foi tomada desde o solo até o topo da copa. O diâmetro da copa foi medido no sentido
horizontal e vertical à linha de plantio, com uma régua graduada em centímetros, de acordo com a metodologia proposta
1
Primeira Autora é Graduanda do curso de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois
Irmãos, Recife, PE, CEP: 52171-900. E-mail: [email protected]
2
Segunda Autora é Graduanda do curso de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois
Irmãos, Recife, PE, CEP: 52171-900.
3
Terceiro Autor é Engº Agrº , Mestre do Programa de Pós-graduação em Melhoramento Genético de Plantas, Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP: 52171-900.
4
Quarta Autora é Graduanda do curso de Agronomia - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois
Irmãos, Recife, PE, CEP: 52171-900.
5
Quinto Autor é Engº Agrº, Msc, pesquisador do Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA - Av. General San Martin, 1371, Bongi, Recife, PE,
CEP: 50761-000.
6
Sexto Autor é Engº Agrº, Dr., Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Garanhuns - Avenida
Bom Pastor, s/n, Boa Vista, Garanhuns, PE, CEP: 55292-270.
7
Sétima Autora é Engª Agrª, Drª, Professora Associada do Departamento de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom
Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP: 52171-900.
Apoio financeiro: CAPES e CNPq.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
por Stenzel et al. (2005). Com os dados de altura da planta e diâmetro da copa foi calculado o volume da copa através
da fórmula proposta por Mendel (1956), citado por metodologia proposta por Stenzel et al. (2005).
Para a análise estatística, o delineamento experimental é em blocos ao acaso, com dezesseis tratamentos
(tangerinas, híbridos e pomelos) e cinco repetições. Cada parcela tem duas plantas espaçadas 6 x 4m. Os resultados
serão submetidos à análise de variância, testes de média e correlação de Pearson com o auxílio do Programa GENES da
Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Resultados e Discussão
As medições do diâmetro de caule (cm); altura de planta (cm), diâmetro de copa (cm) e volume da copa (m³)
das tangerinas e pomelos foram realizadas no mês de janeiro de 2013 seguido de tratos culturais (Tabela 1). Já a
segunda medição (Tabela 2) aconteceu no mês de julho de 2013.
A relação porta-enxerto/enxerto que mais foi satisfatória até o momento foram das variedades de tangerineiras
‘Murcott’ e ‘Dancy’ e o pomelo ‘Star Ruby’, atingindo os valores próximo a 1, sendo um o valor favorável citado por
Lima et al. (2010), (Tabelas 1 e 2).
Em relação ao crescimento das plantas a tangerineira que obteve destaque foi à variedade ‘Swatow’ ao contrário
da variedade ‘Nova’ e ‘Page’ que obteve o menor crescimento (Tabelas 1 e 2) e o pomeleiro que obteve destaque foi a
variedade ‘Henderson’ (Tabelas 1 e 2) . Segundo Westephalen (2008) o porte da planta deve ser levado em
consideração como um requisito de interferência no manuseio da colheita facilitando este processo. Cortez et al. (2002),
dizem que para plantas cítricas, com colheita manual a altura ideal é de até 6 metros.
Já as variedades que apresentaram o maior volume de copa até o momento foram às variedades de tangerineiras
‘Kinnow’ e ‘Ponkan’ (Tabelas 1 e 2). A variedade que apresentou um menor volume de copa foi a ‘Nova’ com 8,99 m³.
O pomeleiro que apresentou um maior volume de copa foi da variedade ‘Henderson’ variando de 12,71 m³ à 11,66 m³
(Tabelas 1 e 2).
Agradecimentos
Ao BNB pelo financiamento do projeto. Ao IPA pela disponibilização da coleção de citros e apoio logístico. A
UAG/UFRPE pela disponibilização do laboratório de Biologia Vegetal e do alojamento. Ao CNPq pela concessão da
bolsa de iniciação científica.
Referências
BOTEON, M.; NEVES, E. M. Citricultura brasileira: aspectos econômicos. In: MATTOS Jr., D.; DE NEGRI, J. D.;
PIO, R. M.; POMPEU Jr., J. Citros. Campinas: Instituto Agronômico e FUNDAG, 19-36p, 2005.
CORTEZ, L. A. B.; BRAUNBECK, O. A.; CASTRO, L. R. DE; ABRAÃO, R. F.; CARDOSO, J. L. Sistemas de
Colheita para Frutas e Hortaliças: oportunidades para sistemas semi-mecanizados. Revista Frutas & Legumes, v.34,
n.12, p.26-29, 2002.
FAOSTAT. Disponível em: <httpp://www.faostat.fso.org>. Acesso em: 11 jul. 2010.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal. Culturas Temporárias e
Permanentes - 2010.
INMET, Instituto Nacional de Meteorologia. http://www.inmet.gov.br/html/agro.html, acesso nov. 2007.
LIMA, M. L. B. de; RODRIGUES, M. J. da S.; ALBUQUERQUE, M. F. de;LESSA, L. S.; RONCATTO, G.;
ALVARES, V. de S.; SOARES FILHO,, W. dos S. Desenvolvimento vegetativo de laranjeiras ‘Pêra’ e ‘Valência’ sobre
diferentes porta-enxertos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 21. Natal, 2010. Anais... Natal:
Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2010. 1 CD-ROM.
MORTON, J. Grapefruit – Citrus paradisi. In: MORTON, J.F. Fruits of warm climates. Miami: Agscience, 1987.
p.152-158.
PASSOS, O. S. Citricultura no Nordeste brasileiro – Revitalização da citricultura no Vale do Jaguaribe (CE) e
Desenvolvimento da citricultura de mesa no Nordeste brasileiro. In; Avanços Tecnológicos e Perspectivas da citricultura
no Nordeste, Frutal 2007: Agronegócio e Responsabilidade Social. 14ª Semana Internacional da Fruticultura,
Floricultura e Agroindústria. Fortaleza, Ceará, Brasil: 2007. CD Rom.
PIO, R. M. et al. Variedades copa. In: MATTOS Jr., D.; DE NEGRI, J. D.; PIO, R. M; POMPEU Jr., J. Citros.
Campinas: Instituto Agronômico e FUNDAG, 37-60p, 2005.
SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE DE PERNAMBUCO. Atlas de bacias
hidrográficas de Pernambuco. Recife: A secretaria, 2006. 104p.
STENZEL, N. M. C. et al. Desenvolvimento vegetativo, produção e qualidade dos frutos da laranjeira “Folha
Murcha” sobre seis porta-enxertos no Norte do Paraná. Ciência Rural, v.35, n.6, p.1281-1286, 2005.
WESTPHALEN, F. Citricultura. Rio Grande do Sul: Editora da Universidade Federal de Santa Maria, 2008. p.02-05.
TABELA 1: Valores médios da relação entre o diâmetro do caule enxerto/porta-enxerto e avaliação do volume da copa
em variedades de tangerinas e pomelos da coleção de citros da Estação Experimental de Brejão, PE, do Instituto
Agronômico de Pernambuco, Janeiro/2013.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
.
TABELA 2: Valores médios da relação entre o diâmetro do caule enxerto/porta-enxerto e avaliação do volume da copa
VARIEDADES
Lee
Nova
Page
Robinson
Minneola
Ponkan
Mexerica
Dancy
Murcott
Clementina
x
Murcott
Kinnow
Swatow
Fortune Iniasel
Flame
Star Ruby
Henderson
Diâmetro
médio 5 cm
acima da
enxertia
(cm)
15,33
12,20
14,11
13,89
16,02
14,00
11,22
15,01
12,92
Diâmetro
médio 5 cm
abaixo da
enxertia (cm)
Relação do diâmetro
portaenxerto/enxerto
(cm)
Raio da
copa (m)
Altura da
planta
(m)
Volume da
copa
(m³)
17,66
15,38
15,91
16,55
18,14
16,23
14,08
16,23
13,94
1,15
1,26
1,12
1,19
1,13
1,15
1,25
1,08
1,07
3,47
2,23
2,89
2,37
3,38
2,65
2,32
3,34
2,25
3,17
2,28
2,65
2,81
3,5
3,73
2,52
3,46
3,3
23,18
10,76
16,05
14,30
24,24
21,81
12,32
24,37
15,63
12,66
14,57
1,15
2,59
14,64
18,08
1,23
3,51
14,11
17,50
1,24
2,96
13,81
17,50
1,26
2,82
13,36
14,74
1,10
1,30
14,85
14,64
0,98
1,74
16,12
16,55
1,02
2,38
em variedades de tangerinas e pomelos da coleção de citros da Estação Experimental de
Agronômico de Pernambuco, Julho/2013.
VARIEDADES
Lee
Nova
Page
Robinson
Minneola
Ponkan
Mexerica
Dancy
Murcott
Clementina x
Murcott
Kinnow
Swatow
Fortune
Iniasel
Flame
Star Ruby
Henderson
Diâmetro
médio 5 cm
acima da
enxertia (cm)
2,9
15,77
3,7
27,24
3,82
23,84
2,79
16,66
2,4
6,59
2,31
8,85
2,55
12,71
Brejão, PE, do Instituto
Relação do
diâmetro portaenxerto/enxerto
(cm)
Raio da copa
(m)
Altura da
planta
(m)
Volume da
copa
(m³)
15,23
13,26
9,23
14,22
16,39
14,32
8,12
12,84
12,92
Diâmetro
médio 5
cm abaixo
da
enxertia
(cm)
18,14
16,07
11,88
16,97
18,46
16,71
10,50
13,74
13,87
1,19
1,21
1,28
1,19
1,12
1,16
1,29
1,07
1,07
3,16
1,82
1,30
2,22
2,81
2,66
1,42
2,52
2,08
3,2
2,33
1,83
2,8
3,21
3,75
1,88
2,76
3,17
21,25
8,99
7,63
13,26
19,05
21,43
7,56
17,56
13,68
12,86
11,39
13,63
14,77
14,13
17,93
1,14
1,24
1,31
2,61
2,52
2,70
2,8
2,83
3,66
15,37
18,70
20,78
11,07
13,89
14,96
16,02
14,06
15,06
15,06
16,97
1,27
1,08
1,00
1,05
2,24
1,00
1,74
2,18
2,09
2,28
2,21
2,53
12,29
4,77
8,77
11,66
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