Terceiro Relato Crítico - Formas, Estados e Processos da Cultura na

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Vilma Coffone
Número USP: 7999081
Formas, estados e processos da cultura na atualidade
2015
Terceiro Relato Crítico
Merleau-Ponty, em "A dúvida de Cézanne” apresenta reflexões sobre
a questão do ato de enxergar e do visível, sendo isso a aparência, e o ser
verdadeiramente. Para isso analisa obras do pintor Paul Cézanne. Com isso
é possível ter um aprofundamento bastante reflexivo sobre a arte. O pintor reiventou a natureza-morta, já que deu a ela uma
profundidade espacial que não tinha sido feita até então. Segundo o autor,
Cézanne estava insastifeito com suas obras e sendo assim, criou uma
liberdade solitária, que se tornou sua válvula de escape, já que começou a
dedicar-se ao mundo visível, para entender como as coisas funcionavam.
Pode-se fazer uma analogia com Fausto, personagem de Goethe, no
filme “Fausto” de Aleksandr Sokúrov, já que assim como o pintor, Goethe se
coloca em uma vanguarda existencial em relação aos outros, já que tem sede
por conhecimento e fará de tudo para alcança-lo.
Cézanne parou de representar cenas imaginadas para dedicar-se a
pintura como um estudo das aparências, sendo a representação dos objetos
seu foco de trabalho. Suas obras seguiam precisas leis, principalmente na
escolha das cores, pois tinham que ter uma impressão de materialidade.
Portanto, ele não obedecia a realidade, fazia justamente o contrário para
mostrar nos quadros a percepçao do mundo que ele tinha naquele momento,
sendo isso muito natural, único e espontâneo. Nas telas ele podia criar e
ser livre, executando o que era visível, mas não a visao propriamente dita.
Assim como Cézzane buscava entender a humanidade, o Fausto do
filme acaba sendo essa humanidade, já que questiona-se e quer entender o
princípio de sua existência, e o que está além disso, já que questiona e não
fica alheio a explicações que em sua cabeça podem ser desconexas, como a
natureza divina, por exemplo.
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