R$ 2,50 Curso Auditor Fiscal do Trabalho 1ª Parte Data de impressão: 12/05/2006 prof. Gilberto Viana Aprovado Receita Federal 2002-2 1º Lugar em Aduana ALEXANDRE BETINI 9ª Região Fiscal Economia do Trabalho Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana ECONOMIA DO TRABALHO 1. Conceitos básicos e Definições. Economia a ciência da escassez Trabalho Trabalho é o conjunto das ações que o homem, com um objetivo prático,auxiliado pelo seu cérebro, as suas mãos, ferramentas ou maquinas,exerce sobre a matéria, ações estas que por sua vez reagem sobre o homem modificando-o O trabalho é a atividade que produz algo com valor para outro A palavra economia, vem do termo grego e pode ser entendida como “aquele que administra a casa”. A princípio, essa origem pode parecer estranha. Mas, na verdade, os lares ( unidade familiar) e o Estado ( unidade nacional) têm muito em comum. Uma familia precisa tomar muitas decisões. Precisa decidir quais tarefas cada membro desempenha e o que cada um deles recebe em troca: quem prepara o jantar? Quem lava a roupa? Quem decide que programa sintonizar na TV? Em resumo, cada família precisa alocar seus recursos escassos os seus diversos membros, levando em consideração as habilidades, esforços e desejos de cada um. Assim como uma família, uma sociedade precisa tomar muitas decisões. Precisa decidir que tarefas serão executadas e por quem. Precisam de algumas pessoas para produzir alimentos, outras para fazer roupas e ainda outras para desenvolver programas de computador. Uma vez que a sociedade tenha alocado as pessoas (assim como terras, prédios e máquinas) entregar diversas tarefas, deve também alocar a produção de bens e serviços que as pessoas produzem. Deve decidir quem comerá caviar e quem comerá batatas. Deve decidir quem vai andar de Ferrari e quem vai andar de ônibus. Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho O gerenciamento dos recursos da sociedade é importante porque estes são escassos. Escassez significa que a sociedade tem recursos limitados e, portanto, não podo produzir todos os bens e serviços que as pessoas desejam tem Assim como uma família não pode dar a seus membros tudo o que elos desejam uma sociedade não pode dar a cada membro um padrão de vida alto ao qual eles aspirem. Economia é o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos. Na maioria das sociedades, os recursos são alocados não por um único planejador central, mas pelos atos combinados de milhões de famílias e empresas. Assim sendo, os economistas estudam como as pessoas tomam decisões: o quanto trabalha o que compram quanto poupam e como investem suas economias, estudam também como as pessoas interagem umas com as outras. Por exemplo, eles examinam como um grande número de compradores e vendedores de um bem determina junto, o preço pelo qual o bem é vendido e a quantidade que é vendida. Por fim, os economistas analisam as forças e tendências que afetam a economia como um todo, incluindo o crescimento da renda média, a parcela da população que não consegue encontrar trabalho e a taxa à qual os preços estão subindo. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1 Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana Cornucópia (símbolo da escassez e da economia) As Pessoas Enfrentam Tradeoffs ( escolha conflitante) A primeira lição sobre a tomada de decisões está resumida no provérbio: “Nada é de graça”. Para conseguirmos algo que queremos, geralmente precisamos abrir mão de outra coisa de que gostamos A tomada de decisões exige escolher um objetivo em detrimento de outro. Consideremos, por exemplo, uma estudante que precise decidir como alocar seu recurso mais precioso o tempo. Ela pode passar todo o seu tempo estudando economia, ou estudando psicologia, ou pode dividir seu tempo entre as duas disciplinas. Para cada hora que passa estudando uma matéria, ela abre mão de uma hora que poderia usar para estudar à outra. E, para cada hora que passa estudando qualquer uma das duas matérias, abre mão de uma hora que poderia gastar cochilando, andando de bicicleta, vendo TV ou trabalhando meio período para ganhar dinheiro para alguma despesa extra. BEM Bem é tudo o que permite satisfazer uma ou várias necessidades Bem econômico é todo objeto ou serviço que fornece utilidade, existe em uma quantidade limitada e é trocado no mercado. Bens de produção são bens que permitem produzir outro bem, ( exemplo, maquinas, ferramentas) Bens de consumo final: são os destinados ao uso direto dos indivíduos que deles tiram uma satisfação imediata. Divididos em bens duráveis e não duráveis. Terminologia marxista: Um bem econômico é o produto do trabalho humano, deve ser reproduzível e possuir valor de uso. 2 Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho Ou consideremos um casal decidindo como gastar sua renda familiar. Eles podem comprar comida, roupas ou pagar uma viagem para a família. Ou podem poupar parte da renda para sua aposentadoria ou para pagar a faculdade dos filhos. Quando decidem gastar um dólar a mais em qualquer uma dessas coisas, têm um dolar a menos para gastar em outras coisas. Quando as pessoas estão agrupadas em sociedade, depara-se com tipos diferentes de Tradeoffs . O Tradeoff clássico se dá entre “armas e manteiga”. Quanto mais gastamos em defesa nacional (armas) para proteger nossas fronteiras de agressores estrangeiros, menos podemos gastar com bens de consumo (manteiga) para elevar nosso padrão de vida interno. Igualmente importante na sociedade moderna é o tradeoff entre um meio ambiente sem poluição e um alto nível de renda. As leis que exigem que as empresas reduzam a poluição elevam o custo de produção de bens e serviços. Devido aos custos mais elevados, essas empresas acabam obtendo lucros menores, pagando salários menores, cobrando preços mais elevados ou fazendo alguma combinação dessas três coisas. Assim, embora os regulamentos anti´-poluição nos proporcionem o beneficio de um meio ambiente com menos poluição e a melhor saúde que dele decorre, eles trazem consigo o custo da redução da renda dos proprietários das empresas, trabalhadores e clientes, Outro Tradeoffs que a sociedade enfrenta é entre eficiência e eqüidade. Eficiência significa que a sociedade está obtendo o máximo que pode de seus recursos escassos. Eqüidade significa que os benefícios advindos desses recursos estão sendo distribuídos com justiça entre os membros da sociedade. Em outras palavras, a eficiência se refere ao tamanho do bolo econômico e eqüidade, à maneira como o bolo são divididos, Muitas vezes, quando estão sendo formuladas as políticas do governo, esses dois objetivos entram em conflito. Consideremos, por exemplo, as políticas que têm por objetivo atingir uma distribuição mais igualitária do bem-estar econômico. Algumas delas, como o sistema de bem-estar ou o seguro desemprego, procuram ajudar os membros mais necessitados da sociedade. Outras, como o imposto de renda das pessoas físicas, requerem que os bem-sucedidos financeiramente contribuam mais do que outros para sustentar o governo. Embora essas políticas tragam o benefício de levar a Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana uma maior eqüidade, elas têm um custo em termos de redução da eficiência. Quando o governo redistribui renda dos ricos para os pobres, reduza recompensa pelo trabalho árduo; com isso, as pessoas trabalham menos e produzem menos bens e serviços. Em outras palavras, quando o governo tenta cortar o bolo econômico em fatias mais iguais, o bolo diminui de tamanho. Reconhecer que as pessoas enfrentam tradeoffs não nos diz, por si só, quais as decisões que elas tomarão ou desejariam tomar. Uma estudante não deveria abandonar o estudo de psicologia apenas porque isso aumenta o tempo disponível para estudar economia. A sociedade não deveria deixar de proteger o meio ambiente só porque as regulamentações ambientais reduzem nosso padrão de vida material. Os pobres não deveriam ser ignorados só porque ajudá-los destorce os incentivos ao trabalho. Ainda assim, reconhecer os tradeoffs em nossa vida é importante porque as pessoas somente podem tomar boas decisões se compreendem as opções que lhes estão disponíveis. Custo de oportunidade O custo de oportunidade de um bem é aquilo de que você abre mão para obtê-lo. Ao tomarem qualquer decisão, como a de freqüentar a faculdade, por exemplo, os tomadores de decisões precisam estar cientes dos custos de oportunidade que acompanham cada ação possível. As leis básicas da economia O TODO E A PARTE: O SOFISMA DE COL4POSIÇAO A primeira lição de economia é: as coisas geralmente não são o que parecem ser. As seguintes afirmações verdadeiras podem ilustrar isso: 1. Se os agricultores trabalharem intensamente e se a natureza colaborar na produção de uma safra excepcional a renda da agricultura poderá decrescer. Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho 2. Um individua isoladamente poderá resolver seu problema de desemprego se usar de necessário engenho em caçar trabalho, ou se oferecer seu trabalho por menor salário; mas todos os indivíduos de uma comunidade não poderão resolver seu problema de desemprego coletivo por esse meio. 3. Preços mais altos para o produto de uma indústria poderão beneficiar seus membros, mas se os preços de tudo o que é comprado e vendido crescerem na mesma proporção, ninguém será beneficiado. 4. O Brasil poderá obter vantagens com a redução de suas tarifas alfandegárias mesmo que outros países se recusem a fazer a mesma coisa. 5. Poderá ser vantajoso para uma empresa lançar-se em atividades que lhe rendam muito menos do que o Custa total de produção. 6. O esforço das pessoas para pouparem mais durante uma depressão poderá diminuir o total das poupanças da comunidade. 7. O que é conduta prudente para um só individua, ou para uma empresa isolada, poderá ser insensatez para a nação ou um estado. Acentuemos bem; cada urna das afirmações acima é verdadeira; mas elas são paradoxais. No decorrer desta apostila serão explicados, os leitores se surpreenderão de não haverem percebido antes onde estava a verdade. Isso também é típico da economia. Não há fórmulas mágicas ou truques ocultos. Tudo que for realmente correto parecerá perfeitamente razoável, desde que o raciocínio seja cuidadosamente desenvolvido. È conveniente observar que a maior parte dos paradoxos acima referidos provém de uma única falácia ou sofisma, que os lógicos chamam de “sofisma de composição”. Em livros de lógica, ele é apresentado da seguinte forma: sofisma pelo qual o que é verdadeiro para a parte, somente por essa razão afirmase ser também verdadeiro para o todo. Na economia, muito especialmente, o que parece ser verdade para cada individuo nem sempre será verdade para a comunidade considerada como um todo; e reciprocamente, o que é verdadeiro para o todo poderá não se aplicar à parte componente desse todo. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3 Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana Economia do Trabalho Oferta e procura Se todos se puserem na ponta dos pés para ver uma parada, o grupo de pessoas não terá melhor visão do desfile, embora urna só pessoa que se ponha na ponta dos pés possa ter, por isso, certa vantagem sobre as demais. O que é um mercado? O local do mercado, onde se amontoam os frutos e os legumes, ou onde outrora reinavam os feirantes, onde um feirante procura captar a atenção dos fregueses, eis como o mercado surge à nossa imaginação. Em sentido corrente, o mercado é um local definido, onde se efetuam, a intervalos mais ou menos regulares, encontros de compradores e de vendedores, onde se trocam mercadorias. Salões,feiras, exposições, praças... Correspondem bem à noção de mercado caracterizado pela unidade de lugar, de tempo e de objeto. Este sentido, porém. Não se ajusta à totalidade dos mercados de hoje, e os economistas falam dos mercados do cobre, do dinheiro, embora os vendedores (agentes da oferta) não se encontrem fisicamente com os compradores (agentes da procura); toma-se até possível vender as mercadorias antes deterem sido produzidas (o café da próxima colheita vendido a prazo). A unidade física de tempo e de lugar não é nesseria para haver mercado no sentido econômico. O mercado é o lugar de encontro (eventualmente abstrato) onde as ofertas dos vendedores encontram as procuras dos compradores e estas se ajustam àquelas a dado preço. O mercado é, pois uma forma de confrontar oferta e procura a fim de realizar uma troca de serviços, de produtos ou de capitais. 4 Atualizada 12/05/2006 O conceito : Oferta designa quantidade de bens e serviços que os vendedores estão dispostos a vender por certo preço. A totalidade da produção de pêssegos não é. Pois, a oferta real dos produtores, já que estes podem muito bem decidir destruir parte da sua colheita se não considerarem as cotações satisfatórias. A oferta numa economia de mercado só existe, portanto, relativamente a uma procura solvável disposta a pagar determinado preço. O conceito de Procura designa a quantidade de bens, serviços ou capitais que os compradores estão dispostos a adquirir por determinado preço, tendo em conta os seus rendimentos e as suas preferências. Economia e mercado Fala-se de economia de mercado para designar os sistema econômicos nos quais os preços e as quantidades produzida dependem essencialmente da confrontação entre as ofertas e procuras e não de um planejamento. Os países capitalistas são países com economia de mercado diferentemente dos países socialistas, onde o planejamento ordena a parte essencial das decisões da produção. Quando existe um plano nacional numa economia capitalista, este apenas ou setorial ou indicativo. As economias planeadas podem atribuir algum papel ao mercado, mas sem que este desempenhe o papel principal de orientação da produção e na determinação dos preços. Tipos de mercados Um vendedor Monopólio Um Bilateral comprador Monopólio Alguns compradores Contratário monopólio Numerosos compradores Alguns vendedores Monopsonio contratário Oligopólio bilateral oligopólio Numerosos vendedores monopsonio oligopsônioo concorrência Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana Precursores da teoria econômica Introdução Existe um consenso de que a teoria econômica, de forma sistematizada, iniciou-se quando foi publicada a obra de Adam Smith “A riqueza das Nações”, em 1776. Em períodos anteriores, a atividade econômica do homem era tratada e estudada como parte integrante da Filosofia Social, da Moral e da Ética. Nesse sentido, a atividade econômica deveria orientar-se de acordo com alguns princípios gerais de ética, justiça e igualdade. Os conceitos de troca, em Aristóteles, e preço justo, em São Tomas de Aquino, a condenação dos juros ou da usura, encontravam sua justificativa em termos morais, não existindo um estudo sistematizado das relações econômicas. Antigüidade Na Grécia Antiga, a primeira referencia conhecidas à Economia aparecem no trabalho de Arist6teles (384-322 a.C.), que aparentemente foi quem cunhou, o termo economia (oikonomía) em seus estudos sobre aspectos de administração privada e suas finanças públicas. Roma sofreu uma inflação de demanda e seus sábios não deixaram nenhum escrito notável na área de Economia. Mercantilismo A partir do século XVI observa-se o nascimento da primeira escola econômica: o mercantilismo. Apesar de não representar um conjunto técnico homogêneo, o mercantilismo tinha algumas preocupações explícitas sobre a acumulação de riquezas de uma nação. Continha alguns princípios de como fomentar o comércio exterior e entesourar riquezas. O acumulo de metais adquire grande importância, e aparecem relatos mais elaborados sobre a moeda. Considerava-se que o governo de um país seria mais forte e poderoso quanto maior fosse seu estoque de metais preciosos. Com isso, a política mercantilista acarretou a constante presença e interferência do estado na economia. Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho Fisiocracia No século XVIII, uma escola de pensamento francesa, a fisiocracia, elaborou alguns trabalhos importantes. Os fisiocratas sustentavam que a terra era a única fonte de riqueza e que havia uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e Universais, desejadas pela Providencia divina para a felicidade dos homens O trabalho de maior destaque foi o do Dr. François Quesnay, autor da obra tabela econômica, que aplicou conceitos de medicina a economia; circulação fluxo, órgãos e funções. Na verdade ,a fisiocracia surgiu como reação ao mercantilismo À fisiocracia si, geria que o mercado não necessitaria da regulamentação governamental. Só a terra tinha capacidade de multiplicar a riqueza, e tudo que fosse contra a lei da natureza seria derrotado. Os clássicos Adam Smith, (1723- 1790) Considerado o precursor da moderna teoria econômica, econômica coloca um conjunto cientifico sistematizado No seu livro a Riqueza das Nações de 1776. É um tratado muito abrangente sobre questões econômicas que vão desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra, concluindo, com um conjunto de recomendações políticas. Em sua visão harmônica do mundo real, Smith acreditava que se deixasse atuar a livre concorrência, uma “mão invisível” levaria a sociedade á perfeição. Adam Smith advogava a idéia de que todos os agentes em sua busca de lucrar o máximo acabam promovendo bem estar de toda a comunidade. E como se uma mão invisível orientasse todas as decisões da economia, sem necessidade da atuação do Estado. A defesa do mercado como regulador das decisões econômicas de uma nação traria muitos benefícios para a coletividade, independente da ação do Estado. È o princípio do liberalismo. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5 Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa, no Laissez-faire . Considerava-se que a causa da riqueza das nações é o Trabalho humano (a chamada teoria do Valor trabalho) e que e um dos fatores decisivos para aumentar a produção é a divisão do trabalho, isto é, os trabalhadores deveriam especializar-se em algumas tarefas A aplicação desse principio promove um aumento, da destreza pessoal, economia de tempo e condições focava para o aperfeiçoamento e invento de novas máquinas e técnicas. A idéia de Smith era clara. À produtividade decorre da divisão de trabalho, e essa, por sua vez, decorre da tendência inata da troca, que, finalmente, é estimulada pela ampliação dos mercados. Assim, é necessário ampliar os mercados e as iniciativas privadas para que a produtividade e a riqueza sejam incrementadas. Para Adam Smith, o papel do Estado na economia deveria corresponder apenas à proteção da sociedade contra eventuais ataques e a criação e à manutenção de obras e instalações necessárias, mas não à intervenção nas leis de mercado e, conseqüentemente, na prática econômica. David Ricardo (1772- 1823) David Ricardo é outro expoente do período clássico. Partindo das idéias de Smith, desenvolveu alguns modelos economicos com grande potencial analítico. Aprimora a tese de que todos os custos se reduzem custos do trabalho e mostra como a acumulação do capital, acompanha a de aumentos populacionais, provoca uma elevação da renda da terra , até que os rendimentos decrescentes diminuem de tal forma os lucros que a poupança se torna nula, atingindo- se uma economia a estacionária, com salários de subsistência e sem nenhum crescimento. Sua análise de distribuição do rendimento da terra foi um trabalho base de muitas idéias do período neoclássico. 6 Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho John Stuart Mill (1806-1873) John Stuart Mill foi sintetizador do pensamento clássico. Seu trabalho foi o principal texto utilizado para o ensino de Economia no, fim do período clássico e no inicio do período neoclássico. À obra de Stuart Mill consolida o exposto por seus antecessores, e avança ao incorporar mais elementos institucionais e ao definir melhor as restrições, vantagens e funcionamento de uma economia de mercado. Jean-Baptiste Say (1768-1832) O economista francês Jean-Baptiste Say retomou a obra de Adam Smith, ampliando a. Subordinou o problema das trocas de mercadorias a sua produção e popularizou a chamada lei de Sey; “a oferta cria sua própria demanda”, ou seja, o aumento da produção transformar-se-ia em renda dos trabalhadores e empresários, que seria gastas na compra de outras mercadorias e serviços. Thomas Malthus (1766-1834) Malthus foi primeiro economista a sistematizar uma teoria geral sobre a população. Ao assinalar que o crescimento da população dependia rigidamente da oferta de alimentos e Malthus deu apoio a teoria dos salários de Subsistência Para Malthus, a causa de todos os males da sociedade residia no excesso populacional: enquanto a população crescia em progressão geométrica, a produção de alimentos seguia em progressão aritmética. Assim, o potencial de crescinento da população excederia em muito o potencial da terra na produção de alimentos A teoria neoclássica O período neoclássico teve inicio na década de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras décadas do século XX. Nesse período, privilegiam-se os aspectos microcoeconomicos da teoria, pois a crença na economia de mercado e em sua capacidade auto-reguladora fez com que os teóricos econômicos não se preocupassem tanto com a política e o planejamento macroeconômico Os neoclássicos sedimentaram o raciocínio matemático explícito inaugurado por Ricardo procurando isolar os fatos econômicos de outros aspectos da realidade social. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana Alfred Marshall (1842-1924) Um, grande destaque dessa corrente foi Alfred Marshall. Seu livro, Princípios de economia, publicado em 1890, serviu como livro básico até a metade do séc. XX. Nesse período, a formalização da análise econômica principalmente a Micro economia evoluiu muito O comportamento do consumidor é analisado em profundidade. O desejo do consumidor de maximizar sua utilidade (satisfação no consumo) e o do produtor de maximizar seu lucro é a base para a elaboração de uma sofisticada teoria . Com estudos de funções e curvas de utilidade que pretendem medir o grau de satisfação do consumidor e de produção, considerando restrições de fatores e restrições orçamentárias, é possível deduzir o equilíbrio de mercado. Como esse resultado depende basicamente de receita marginal, custo marginal, conceitos que serão discutidos no decorrer do curso, foi à base da teórica chamada de marginalista Deve-se destacar também a análise monetária, com a criação da teoria quantitativa da moeda, que relaciona a quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade economica e de preços. A teoria keynesiana À era Keynesiana iniciou se com a publicação da teoria geral do empreso dos juros e da moeda , de John Maynard Keynes (1883— 1946), em 1936 muitos autores descrevem a contribuição, de Keynes como a revolução keynesiana, tamanho o impacto de desta obra. Keynes ocupou a cátedra que havia sido de Alfried Marshall na Universidade de Cambridge Acadêmico respeitado, Keynes tinha preocupações com a implicaçõe práticas da teoria econômica. Para entender o impacto da obra de Keynes, é necessário considerar sua época. Na década de 1930, a economia mundial atravessava uma crise que ficou conhecida como a Grande Depressão. A realidade econômica dos principais países capitalistas era critica naquele momento. O desemprego na Inglaterra e em outros países da Europa muito grande. Nos Estados Unidos, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, o numero de desempregados assumiu proporções elevadíssimas. Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho A teoria econômica vigente acreditava que se tratava de um problema temporário, apesar de a crise estar durando alguns anos. A teoria geral de Keynes consegue mostrar que a combinação das políticas adotadas até então não funcionam adequadamente naquele novo contexto econômico, e aponta para soluções que poderiam tirar o mundo da recessão. Segundo o pensamento de Keynes um do s principais fatores repuxáveis pelo volume de emprego é explicado pelo nível de produção nacional de uma economia, que, por sua vez, é determinado pela demanda agregada ou efetiva - Ou seja, sua teoria a inverte o sentido da lei de Say (a oferta cria sua própria procura ) ao destacar o papel da demanda agregada de bens e serviço sobre o nível de emprego. Para Keynes. Não existem forças de autoajustamento na economia, por isso se torna necessária à intervenção do estado por meio de uma política de gastos públicos. Tal posicionamento teórico significa o fim da crença no laissez-faire como regulador dos fluxos real e monetário da economia e é chamado principio da demanda efetiva. Os argumentos de Keynes influenciaram muito a política econômica dos paises capitalistas. De modo geral, essas políticas apresentaram resultados positivos nos anos que se seguiu a Segunda se seguiram Segunda Guerra Mundial. Nesse período, houve desenvolvimento expressivo da teoria a ecenomica, Por um lado, incorporaram-se modelos por meio de instrumental estatístico e matemático, que ajudou a formalizar ainda mais a ciência econômica. Por outro, alguns economistas trabalham com a pesquisa iniciada por Keynes. Entre eles: Os monetaristas estão associados á Universidade de Chicago e têm como economista de maior destaque Milton Friedman. De maneira geral, privilegiam o controle da moeda e um baixo grau de intervenção do Estado. Os fiscalistas têm seus maiores expoentes em Janies tohin (1918-2002), da Universidade de Yale, e Paul Anthony Samuelson, de Harvard e MIT. Em geral, recomendando uso de políticas fiscais ativas e acentuado grau de intervenção do Estado. Os pós-keynesianos tem explorado outras implicações da obra de Keynes, e pode-se associar a esse grupo a economista Joan Robinson (1903-1983), cujas idéias eram Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 7 Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana afinadas com as de Keynes. Os póskeynesianos realizaram uma releitura da obra de Keynes, procurando, mostrar que ele não negligenciou o papel da moeda e da política monetária. Enfatizam o papel da especulação financeira e, como Keynes, defendem um papel ativo do Estado na condução da atividade econômica. Cabe destacar que, apesar das diferenças entre as varias correntes, há consenso quanto aos pontos fundamentais da teoria, uma vez que todas sao baseadas no trahalho de Keynes População e força de trabalho. O antigo testamento testemunha o fenômeno demográfico e sua utilização militar, econômica, política “ contai todas as comunidades dos filhos de Israel segundo a sua família e a sua casa paterna, mediante um recenseamento nominal de todos os machos contados por cabeça. Desde a idade de 20 anos e para além dela, todos os israelitas aptos ao serviço, classifica-los-eis segundos suas regiões” ( êxodo) Conhecer a estrutura da população sob todos os aspectos (profissional. Etário, educacional, disponibilidade de força de trabalho) é da maior importancia para os governantes ou dirigentes responsáveis pelo planejamento socioeconômico de uma nação. Do ponto de vista ocupacional, a população de um país pode ser dividida em dois grandes grupos: População economicamente ativa (PEA) ou simplesmente população ativa. Constituída pelas pessoas de 10 ou mais anos de idade que estão empregadas ou esmo â procura de emprego, compõe a força de trabalho do país. Nos países desenvolvidos, a base para o cálculo da PEA é a faixa etária de 15 anos de idade ou mais, pois, nestes países as pessoas nesta idade geral freqüentam a escola. Popu1ação economicamente inativa (PEI). Representada pelas pessoas que não estão empregadas (crianças, estudantes, aposentados etc.) ou não exercem atividade econômica renumerada (donas-de-casa etc.). Sob o ponto de vista econômico, a parcela da população que é economicamente inativa requer grandes investimentos sociais (escolas, aposentadoria etc.). 8 Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho A expressão população ocupada indica a parcela da população que exerce atividade remunerada. Difere da PEA. Pois não engloba a população desempregada. População economicamente ativa e sua composição: empregados, subempregos e desempregados. Cada país apresenta traços sociais, econômicos e institucionais que o diferenciam dos demais. Por essa razão, quando se pretende descrever a situação vigente, o método estatístico escolhido para captar as informações a serem utilizadas deve estar sustentado em definições coerentes com a realidade do país, que podem diferir daquelas utilizadas como parâmetro por outros países. Os conceitos utilizados pela PED População Economicamente Ativa- PEA Corresponde à parcela da População em Idade Ativa (PIA) que está ocupada ou desempregada. Desempregados - São indivíduos que se encontram numa situação involuntária de nãotrabalho, por falta de oportunidade de trabalho, ou que exercem trabalhos irregulares com desejo de mudança. Essas pessoas são desagregadas em três tipos de desemprego: • desemprego aberto: pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias anteriores ao da entrevista e não exerceram nenhum trabalho nos sete últimos dias; • desemprego oculto pelo trabalho precário: pessoas que realizam trabalhos precários - algum trabalho remunerado ocasional de auto-ocupação - ou pessoas que realizam trabalho não-remunerado em ajuda a negócios de parentes e que procuraram mudar de trabalho nos 30 dias anteriores ao da entrevista ou que, não tendo procurado neste período, o fizeram sem êxito até 12 meses atrás; • desemprego oculto pelo desalento: pessoas que não possuem trabalho e nem procuraram nos últimos 30 dias anteriores ao da entrevista, por desestímulos do mercado de trabalho ou por circunstâncias fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos 12 meses. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana • Ocupados - São os indivíduos que, nos sete dias anteriores ao da entrevista, possuem trabalho remunerado exercido regularmente, com ou sem procura de trabalho; ou que, neste período, possuem trabalho remunerado exercido de forma irregular, desde que não tenham procurado trabalho diferente do atual; ou possuem trabalho nãoremunerado de ajuda em negócios de parentes, ou remunerado em espécie/beneficio, sem procura de trabalho. • Excluem-se as pessoas que nos últimos sete dias realizaram algum trabalho de forma excepcional. • Inativos (de dez anos e mais)- Parcela da PIA que não está ocupada ou desempregada. Incluem-se as pessoas sem procura de trabalho que, nos últimos 30 dias, realizaram algum trabalho de forma excepcional porque lhes sobrou tempo de seus afazeres principais. • Procura de Trabalho -Corresponde à busca de um trabalho remunerado, expressa na realização, pelo indivíduo, de alguma ação ou providência concreta. A procura de trabalho inclui não apenas a busca por um trabalho assalariado como também de outros trabalhos, como a tomada de providências para abrir um negócio ou empresa e a procura por mais clientes por parte do trabalhador autônomo. • Situação de Trabalho - A situação de trabalho é definida como aquela em que o indivíduo tem um trabalho remunerado ou não-remunerado no período de referência, excetuando o trabalho excepcional. • Taxa de Desemprego - Indica a proporção da PEA que se encontra na situação de desemprego total (aberto mais oculto). A taxa de desemprego específica de determinado segmento populacional (homens, chefes de família, etc.) é a proporção da PEA desse segmento que se encontra na situação de desemprego. Taxa de Participação - Indica a proporção na PIA incorporada ao mercado de trabalho como ocupada ou desempregada. A taxa de participação específica de determinado segmento populacional (homens, chefes de família, etc.) é a proporção da PIA desse segmento incorporada ao mercado de trabalho como ocupada ou desempregada. Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho • Jornada de trabalho - Refere-se às horas efetivamente trabalhadas pelos ocupados na semana anterior à da entrevista no trabalho principal. Incluem-se, além da jornada normal de trabalho, as horas extras trabalhadas e também o tempo gasto para a realização de trabalhos, tais como preparo de aulas e correção de provas, no caso de professores, horas despendidas na compra de suas mercadorias, no caso de feirantes. São excluídas as horas que o indivíduo deixou de trabalhar devido a circunstâncias várias, como feriado, greve, motivo de doenças, etc. • Rendimentos do Trabalho - Rendimento monetário bruto (sem descontos de imposto de renda e previdência social) efetivamente recebido pelo ocupado, referente ao trabalho realizado no mês imediatamente anterior ao da entrevista. Esta remuneração pode ser resultante do trabalho principal, de trabalhos adicionais ou de pensão/aposentadoria, paga por uma só fonte, por várias delas ou de todas ao mesmo tempo. Para os assalariados são considerados descontos por falta, etc., ou acréscimos devido a horas extras, gratificações, etc. O décimo-terceiro salário e os benefícios indiretos não são computados nesta situação. Para os empregadores, contas-próprias e demais é considerada a retirada mensal, não incluindo os lucros do trabalho, da empresa ou do negócio. Quando o empregado assalariado começou a trabalhar recentemente e, por isso, ainda não recebeu a remuneração correspondente ao mês de referência é registrada sua remuneração contratual. Se o trabalhador iniciou seu trabalho atual no mês da pesquisa sua remuneração é igual a "zero". Os novos critérios adotados pela PED Para construir indicadores compatíveis com a realidade do mercado de trabalho brasileiro, a PED ampliou alguns dos conceitos usualmente adotados em pesquisas domiciliares sobre o tema: - a PIA incorpora as crianças de 10 a 14 anos, segmento com idade inferior à legalmente estipulada como mínima para trabalhar no país. Embora tenha pouco efeito quantitativo sobre os indicadores globais, a inclusão deste segmento decorre da consideração que a presença dessa parcela Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 9 Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana populacional no mercado de trabalho é resultado da própria realidade social do país; - a definição de trabalho prescinde de limites temporais mínimos para a jornada semanal, tomando como critério a noção de continuidade e regularidade do exercício do trabalho, considerando serem estas características fundamentais para qualificar uma relação de trabalho; - adota-se como período de procura atual por trabalho os trinta dias anteriores à data da entrevista. A ampliação de sete para trinta dias do período de referência para a procura justifica-se pelas interrupções que podem ocorrer nas tentativas individuais de obter novo posto de trabalho, por espera de resposta para uma busca anterior de trabalho, doença ou falta de recursos; a procura no período de trinta dias também é utilizado pelos Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, etc; no México e Chile, adota-se dois meses e, na Costa Rica, cinco semanas como período de referência; - a definição de desemprego não se baseia exclusivamente na combinação simultânea dos três critérios - ausência de trabalho, procura e disponibilidade para trabalhar: a) o primeiro critério (ausência de trabalho) foi revisto admitindo que, inexistindo mecanismos amplos de apoio aos desempregados, parte das pessoas nesta situação, para obter algum rendimento, realizariam atividades irregulares e descontínuas, sem perspectiva de duração, enquanto procuram trabalho; b) a revisão do segundo critério (procura de trabalho) justifica-se pela possibilidade de alguns desempregados não realizarem, nos trinta dias anteriores à entrevista, procura efetiva por acreditarem não haver oportunidades de trabalho para eles. Tipos de desemprego: Desemprego estrutural: característico dos países subdesenvolvidos, ligado às particularidades intrínsecas de sua economia. Explica-se pelo excesso de mão-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiência dos equipamentos de base que levariam à criação cumulativa de emprego. 10 Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho Desemprego tecnológico: atinge sobretudo os países mais adiantados. Resulta da substituição do homem pela máquina e é representado pela maior procura de técnicos e especialistas e pela queda, em maior proporção, da procura dos trabalhos meramente braçais. Desemprego conjuntural: também chamado desemprego cíclico, característico da depressão, quando os bancos retraem os créditos, desestimulando os investimentos, e o poder de compra dos assalariados cai em conseqüência da elevação de preços. Desemprego friccional: motivado pela mudança de emprego ou atividade dos indivíduos. É o tipo de desemprego de menor significação econômica. Desemprego temporário: forma de subemprego comum nas regiões agrícolas, motivado pelo caráter sazonal do trabalho em certos setores agrícolas. Rotatividade da Mão-de-obra. Esta é a expressão, que indica o inverso da permanência dos empregados na empresa (quanto maior a rotatividade, menor a permanência). Rotatividade implica custos, tanto na dispensa quanto na formação de novos quadros. Quem exerce atividades de Treinamento e Desenvolvimento de pessoal dentro de organizações de pequeno, médio ou grande porte sabe, melhor que ninguém, o que significa turnover, uma expressão em inglês que já se incorporou à linguagem administrativa dos países de língua latina. Turnover seria a rotatividade de mão-deobra operacional, técnica ou superior, no quadro de pessoal de uma empresa, e as constantes reposições de vagas com maior velocidade que o normalmente admitido e aceitável, em termos de sedimentação da cultura organizacional. Num empreendimento dinâmico enxerga-se, por vezes, como salutar, a oxigenação do quadro, porque o renova e varre hábitos enraizados e difíceis de desbloquear, a não ser com o recurso ao afastamento de cérebros envelhecidos, para dar lugar a novas idéias e comportamentos mais flexíveis. Essa renovação, no entanto, tem um preço alto, e deve ocorrer de forma ordenada e consciente. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana Falamos que as ações de T&D são bastante afetadas pelo turnover da empresa, e é para os profissionais do assunto que se destinam estes momentos de reflexão. O tema não é dos mais explorados em Recursos Humanos, curiosamente talvez o encontremos em compêndios de Economia Política ou na abordagem da questão Desemprego X Empregabilidade, mas não há como ignorar a participação decisiva da área de RH nos movimentos de mão-de-obra. Aumento da Rotatividade Outra evidência da queda da qualidade do emprego manifesta-se pelo aumento da rotatividade da mão-de-obra. Entre 1992 e o primeiro sementre de 1996, a rotatividade cresceu 24,0%. A constante substituição de trabalhadores, o que determina a redução do tempo médio de permanência no emprego, faz com que as empresas não invistam no treinamento dos seus quadros de pessoal. Além disso, há evidências de que as pressões de custos decorrentes dos elevados encargos sociais, em um ambiente econômico de competitividade crescente, aliadas a uma rígida legislação trabalhista, estejam contribuindo não apenas para o aumento da rotatividade da mão-de-obra, mas também para o aumento relativo dos ocupados sem carteira assinada. O ajuste do mercado de trabalho brasileiro, nas atuais circunstâncias econômicas, está-se processando mais pela via da informalização do que pela via do desemprego. O gráfico abaixo revela que a taxa de desemprego no Brasil situava-se, no primeiro semestre de 1996, em patamares relativamente baixos (5,87%) em comparação com outros países, especialmente Espanha (22,7%), Argentina (16,0%) e Polônia (14,9%), entre outros. A taxa brasileira é mais alta do que a dos EUA (5,3%), Japão (3,2%) e da Coréia (1,8%). Fonte: Organização Internacional do Trabalho, 1996 Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho O gráfico seguinte apresenta a média das taxas de desemprego para as seis áreas metropolitanas cobertas pela PME/IBGE no período 1982-96. O desemprego eleva-se com a recessão de 1990-92 e começa a declinar com a recuperação iniciada em 1993, consolidando sua queda após a implantação do Plano Real, em 1994. Em 1996, todavia, a taxa de desemprego volta a se elevar (5,79%) com relação à média de 1995 (4,64%). No Brasil, o mercado de trabalho já é extremamente flexível, como o demonstram, tanto os elevados índices de informalização e as altíssimas taxas de rotatividade, quanto o baixo nível e ampla diferenciação das remunerações recebidas pelos assalariados. Por outro lado, as contribuições sociais - salvo que se aceite a grosseira manipulação do "custo Brasil", que mistura encargos sociais, remunerações diferidas e conquistas trabalhistas num mesmo saco - encontram-se em níveis semelhantes ou até inferiores aos de países competitivos (dos Estados Unidos ao Japão, para não falar da Europa). Aliás, o Brasil é um dos países em que o custo da mão-de-obra, quando medido pela participação dos salários no custo de produção ou no valor agregado, é um dos mais baixos do mundo. Assim, não são as condições institucionais do mercado de trabalho, mas sim a política econômica e seus reflexos na dinâmica do sistema produtivo que estão produzindo desemprego. Indicadores do mercado de trabalho. Os Indicadores sobre o Mercado de Trabalho foram obtidos a partir de duas fontes primárias de informações: 1) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, que estima o número de indivíduos da População Economicamente Ativa (PEA) e da população ocupada segundo seu nível de escolaridade e a distribuição das pessoas empregadas que freqüentaram cursos de pós-graduação segundo a dependência administrativa da instituição empregadora; e 2) a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério da Trabalho e Emprego (MTE), que mostra o número de empregados com nível superior, segundo grupos ocupacionais selecionados. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 11 Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana As informações sobre o mercado de trabalho permitem que se avaliem as características gerais dos postos de trabalho ocupados pela população com ensino superior, em especial sua absorção pelo setor privado e a evolução das ocupações que exigem maior qualificação profissional. Parte desses indicadores foram produzidos utilizando-se os microdados da PNAD, cuja descrição sumária pode ser obtida na nota sobre os Indicadores gerais de escolaridade As estatísticas sobre mercado de trabalho são elaboradas, normalmente, com base na data de referência de 1º de julho. E, como a semana de referência da PNAD é em setembro, todas as estatísticas sobre o mercado de trabalho elaboradas com a PNAD foram corrigidas pela projeção da população para 1º de julho do IBGE . A outra parte valeu-se das informações originadas dos registros administrativos produzidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). A Rais foi instituída em dezembro de 1975, pelo Decreto nº 76.900/75. É um registro administrativo de âmbito nacional, com periodicidade anual, obrigatório para todos os estabelecimentos, inclusive naqueles onde não tenha havido vínculos no exercício. O principal objetivo da Rais é suprir as necessidades de controle, de estatísticas e de informações das entidades públicas e da sociedade civil. Porém, além de informações necessárias ao processo administrativo, a Rais possibilita a elaboração de tabulações estatísticas para o acompanhamento e a caracterização do mercado de trabalho formal. Suas informações referem-se aos trabalhadores com vínculo formal de trabalho em 31 de dezembro de cada ano. Mercado de trabalho formal e informal. Os mercados e os contratos de trabalho "informais" têm sido percebidos no Brasil como problemas econômicos e sociais, pois representam rupturas com um padrão contratual único (ou quase único), isto é, o contrato "formal". Subjacentes a essa afirmação há duas premissas: 12 Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho A boa sociedade deve ter apenas um tipo de contrato (o "formal") e para isso deve contar com algum órgão central (o Estado, por meio do poder Legislativo) que defina padrões mínimos de legalidade para os contratos de trabalho. A noção de "informalidade" é tanto mais problemática quanto mais a noção de "padrões mínimos legais" não é consensual. Desde meados da década de 1990 as noções de mínimo estão em debate no Brasil, embora verbalizadas sob a forma de flexibilização. De fato, o significado da dupla conceitual "formal"/"informal" não é claro, assim como não há coesão sobre a pertinência de contratos homogêneos nem sobre o papel da legislação nos contratos de trabalho. Argumentamos que somente quando tivermos identificado os diversos tipos ou grupos de "contratos atípicos" (conceito que talvez seja preferível ao de "informalidade'), previstos ou não pelas leis, poderemos definir as eventuais inconveniências da ausência de um padrão contratual único e, principalmente, identificar as razões da existência de contratos atípicos e ilegais ou não previstos em lei e socialmente ilegítimos. O significado de "informalidade" depende sobretudo do de "formalidade" em cada país e período . Assim, a compreensão da "informalidade" ou dos contratos atípicos depende antes de tudo da compreensão do contrato formal predominante em cada país, região, setor ou categoria profissional. No Brasil, o entendimento popular de "trabalho formal" ou "informal" deriva do pensamento jurídico. São informais os empregados que não possuem carteira de trabalho assinada. Até as recentes mudanças introduzidas no governo FHC, o contrato por tempo indeterminado previsto na CLT era praticamente a única opção disponível para as empresas do setor privado. O "formal", no Brasil, tinha apenas uma forma, ao contrário de outros países, cuja legislação prevê (e de fato são praticados) contratos em tempo parcial, contratos específicos para pequenas empresas, contratos temporários etc. No Brasil, as mudanças legais recém-criadas tiveram impactos limitados, seja por serem bastante inspiradas no padrão CLT, seja por sua aplicação ainda reduzida. De todo modo, os padrões contratuais da "informalidade" são muito mais diversos, e, apesar disso, pouco Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana discutidos, salvo em estudos sobre categorias ou segmentos informais específicos. Ao formal (no sentido de legal) contrapõem-se diversos tipos de contratos "informais", sejam os claramente ilegais (ou criminosos, como, por exemplo, o trabalho escravo), sejam trabalhos familiares ou diversos outros tipos de contratos, cujo estatuto legal está freqüentemente em disputa por exemplo, cooperativas ou contratos de terceirizados. Contudo, freqüentemente trata-se a "informalidade" como se fosse um fenômeno uniforme, objetivo e mensurável. Aliás, o planejamento governamental e as políticas públicas impõem formas de mensuração objetivas e de fácil aplicação (muitas vezes padronizadas para comparações internacionais) das condições contratuais, as quais reforçam sobremaneira a simplificação que a classificação binária implica. Aceitas essas considerações, é necessário admitir que as abordagens econômicas ou sociológicas baseadas no par formal/"informal" representam apenas uma visão parcial e com limitado poder explicativo das razões pelas quais o Brasil conta com uma longa história de contratos atípicos e de fracassos na busca da homogeneização dos mercados de trabalho. .No início do século XX, começou a se desenvolver o mercado de trabalho, no sentido moderno do termo, como a forma predominante de produção de bens e serviços. Durante as primeiras três décadas, o trabalho transformou-se numa mercadoria livremente negociada, já que leis e contratos coletivos eram quase. Durante as décadas de 1930 e 1940, o corporativismo de Estado de Vargas estabeleceu um amplo código de leis do trabalho, o qual marcou o mercado nacional por todo o século. A partir de então, as noções de "formalidade" e "informalidade" foram pouco a pouco sendo construídas. As estatísticas indicam um longo processo de formalização das relações de trabalho, sedimentado sobretudo por leis federais e, apenas secundariamente, por contratos coletivos. A legislação do trabalho estabelecia, de maneira cada vez mais detalhada, quais eram as regras mínimas de relações de trabalho justas. Salário mínimo, jornada de trabalho, férias anuais e muitos outros direitos foram definidos por lei. Acordos coletivos tiveram um papel bastante secundário nesse processo. Muitos direitos sociais também foram garantidos aos trabalhadores, aqui entendidos Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho como trabalhador formal, conformando um típico welfare ocupacional.2 Os servidores públicos foram os primeiros beneficiários dos contratos de trabalho formais e, conseqüentemente, dos direitos sociais a ele associados. Gradualmente, os trabalhadores urbanos não industriais foram incorporados. A história do controle sobre o trabalho e do desenvolvimento de uma "cidadania regulada", isto é, um processo no qual as diversas categorias de trabalhadores obtiveram direitos sociais (e do trabalho) de acordo com sua posição no mercado. Entre as grandes categorias, uma das últimas a obter sua "cidadania" foi o dos trabalhadores rurais na década de 1960. Assim, especialmente a partir de 1930, o mercado de trabalho brasileiro e as questões do subemprego ou da "informalidade" só podem ser entendidos como resultados da própria construção da noção de "formalidade". A invenção peculiar da carteira de trabalho teve variados significados simbólicos e práticos. Durante muito tempo funcionou (e marginalmente ainda funciona) como uma verdadeira carteira de identidade ou como comprovante para a garantia de crédito ao consumidor, prova de que o trabalhador esteve empregado em "boas empresas", de que é "confiável" ou capaz de permanecer por muitos anos no mesmo emprego. Hoje, seu significado popular é o compromisso moral do empregador de seguir a legislação do trabalho, embora, de fato, não haja garantia, pois os empregadores podem, na prática, desrespeitar parte da legislação e os que não assinam podem ser processados. De todo modo, a assinatura em carteira torna mais fácil ao empregado a comprovação da existência de vínculo empregatício. Enfim, popularmente no Brasil, ter "trabalho formal" é ter a "carteira assinada". A primeira denominada velha informalidade afirma que a "informalidade" deriva da condição de um país em desenvolvimento, em que muitas atividades não são suficientemente atrativas para o investimento capitalista. Essa era uma abordagem típica no Brasil dos anos de 1960 e 1970, a qual freqüentemente classificava o trabalho "informal" como subemprego. Trata-se de um ponto de vista exclusivamente econômico, na medida em que o investimento é a variável-chave. A segunda, considera o trabalho "informal" o resultado natural da busca por maximização de lucros Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 13 Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana por empresas em países com extensivo código de trabalho e elevado custo indireto da folha salarial, sobretudo em momentos de aumento da competição internacional por mercados aqui designada informalidade neoclássica Por fim, outros argumentam que a "informalidade" resulta de mudanças nos processos de trabalho, novas concepções gerenciais e organizacionais e novos tipos de trabalho, os quais não exigem tempo nem locais fixos podemos nos referir a esse tipo como nova informalidade ou informalidade pós-fordista. A "velha informalidade" buscava explicar o mercado de uma economia em transição, que começava a gerar uma massa de desempregados e subempregados, os quais rapidamente se aglomeravam nas cidades industrializadas, recém chegados do campo. Essa era a agenda dos anos de 1960 e 1970. No Brasil, a abordagem "neoclássica" disseminou-se num momento diferente, e retardatário em relação a outros países, a saber, no final da década de 1980, quando os direitos do trabalho foram reforçados pela nova Constituição e, simultaneamente, intensificouse o comércio internacional. A análise "pósfordista" apareceu no Brasil no início dos anos de 1990, mas, diferentemente das outras, é mais apropriada para explicar a "informalidade" da classe média (e até operária) do que a "informalidade" dos menos abastados ambulantes e similares. A abordagem da "velha informalidade", embora clara e consistente, pode facilmente gerar interpretações mais frágeis, como, por exemplo, aquelas que identificam "informalidade" com trabalho precário. Em países com grandes diferenças regionais e que enfrentam rápidas mudanças sociais, incluindo fluxos migratórios, é bastante difícil distinguir o trabalho "informal", derivado da economia tradicional da "informalidade" das grandes cidades, de trabalhos ao mesmo tempo modernos e pobres, típicos de relações capitalistas recém-deterioradas. Isso talvez explique a adoção desta versão do conceito por vários cientistas sociais brasileiros. A perspectiva "neoclássica" tem como contraposição uma abordagem que pode muito bem ser denominada jurídica, e que nos leva a conclusões opostas às da primeira. A semelhança é o foco na regulação do trabalho, e a principal diferença é a maneira pela qual, de um lado, a versão neoclássica vincula o excesso de regulação à expansão da 14 Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho "informalidade" e, de outro, a versão jurídica culpa a falência do setor público em garantir o cumprimento da lei diante das forças do mercado. A primeira quer evitar a falência do mercado devido à força da lei; a segunda quer evitar a falência da lei devido à força do mercado. Finalmente, a "nova informalidade" também apresenta uma vertente positiva e outra negativa. A primeira acredita que o contrato de trabalho tradicional não se ajusta às novas tecnologias e às práticas gerenciais. A crítica dessa posição afirma que a realidade não mudou, isto é, as características da relação de emprego são as mesmas, e que as mudanças ocorreram devido ao aumento da concorrência internacional e da preponderância de princípios neoliberais no cenário mundial, o que causou muitos problemas sociais como o desemprego ou os empregos "precários". Tal crítica circunstancia, pois, a vertente negativa e pode ser denominada a abordagem da globalização. No Brasil, todas essas abordagens encontram respaldo: a "velha informalidade" ainda está em vigência em diversas regiões ou atividades; o argumento da "informalidade" neoclássica também tem solo fértil no país, dado o modelo legislado de relações de trabalho; por outro lado, o contra-argumento "jurídico" é forte, na medida em que o direito do trabalho é a fonte do direito social no país, e não o oposto isto significa que uma eventual desregulamentação teria expressivos impactos sociais. Além disso, o debate sobre "o fim do trabalho" (ou variações mais brandas como o "trabalho pós-industrial") tem considerável efeito simbólico sobre a classe média, ávida por uma visão que explique seu próprio desemprego ou subemprego, a despeito da discutível disseminação real de relações de trabalho substantivamente novas e diferentes. Essa é a complexidade do trabalho "informal" no Brasil: todas as abordagens possuem ao menos um bom argumento no debate. Talvez a menos consistente (embora muito adotada) seja a vertente da "informalidade "pobre", dada sua fragilidade teórica. Todavia, acreditamos que no Brasil o principal debate gira em torno do eixo "neoclássicos" versus "jurídicos", visto que o conceito de contrato de trabalho no Brasil é bastante enraizado. De qualquer forma, se essa classificação dos tipos de abordagem se mostrar apropriada, cremos que a tarefa das pesquisas empíricas hoje é a identificação setorial e regional dos diversos tipos de "informalidade" e a avaliação de seu peso relativo. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Gilberto Viana Uma rápida transição da "velha" para a "informalidade da globalização" Propomos a seguir a análise, embora não aprofundada e resumida, de como se deu o processo recente de transição de um mercado de trabalho em um estado "pobre" do Brasil. Comparativamente, o Ceará é um Estado pequeno, pobre, onde uma considerável parcela da população ainda vive de uma economia de subsistência e, muitas vezes, trocam mercadorias sem a referência monetária, embora Fortaleza (e muitos outros municípios) seja uma cidade turística, moderna, e com amplo mercado formal de trabalho. No final dos anos de 1980, o governo estadual iniciou um programa para atrair indústrias e desenvolver a economia local. Para isso, dois incentivos principais foram criados: primeiro, incentivos fiscais para a instalação de indústrias de mão-de-obra intensiva, os quais seriam mais generosos quanto mais distante de Fortaleza fossem as propostas de instalação das indústrias. Os incentivos fiscais visavam à instalação de indústrias nas áreas secas do Estado. O segundo atrativo era a permissão de criação de "cooperativas", nas quais os trabalhadores poderiam vender o produto de seus trabalhos para indústrias de exportação (principalmente de calçados). O governo estadual incentivou a formação de tais "cooperativas" somente para as indústrias exportadoras com o argumento de que a redução do custo da força de trabalho era a forma mais eficiente de enfrentar a competição internacional em produtos de mãode-obra intensiva. Tão logo a proposta foi implementada, os sindicatos estaduais começaram a denunciar as "novas cooperativas" como "falsas cooperativas" e, apesar da discussão criada em torno do tema,29 com o passar dos anos tornou-se claro que os trabalhadores "cooperados" na grande maioria dos casos eram, rigorosamente, empregados das empresas exportadoras. Inspetores do trabalho, procuradores públicos do trabalho31 e juízes32 recolheram evidências e argumentaram nesse sentido. Atualmente há processos jurídicos (já executados ou em andamento) que visam à transformação dos trabalhadores "cooperados" em empregados subordinados à CLT. Atualizada 12/05/2006 Economia do Trabalho Pessoas que estavam habituadas à "velha informalidade" do trabalho até o final dos anos de 1980 experimentaram, na década seguinte, a "informalidade da globalização" (e muitos se disseram satisfeitos e agradecidos por isso e agora se sentem prejudicados por estarem em situação ilegal a “informalidade jurídica” , enfrentando empresários e governantes preocupados com a “informalidade neoclássica”). NORONHA, Eduardo G. "Informal", ilegal, injusto: percepções do mercado de trabalho no Brasil. Rev. bras. Ci. Soc., out. 2003, vol.18, no.53, p.111-129. ISSN 01026909. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 15