DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Os resultados das análises ultra-estruturais da porção anterior do ventrículo das abelhas corbiculadas obtidos neste trabalho corroboram as observações de Peixoto & Serrão (2001) sugerindo que esta região é diferenciada apenas em Meliponini, caracterizada por células altas e finas. Entretanto, tanto em M. quadrifasciata anthidioides quanto nas demais espécies estudadas estas células apresentam características típicas de células digestivas. A região basal das células digestivas é caracterizada por invaginações da membrana plasmática basal associadas com mitocôndrias e vacúolos claros semelhantes àqueles encontrados nas células digestivas de outras abelhas (Serrão & Cruz-Landim, 1996b), Diptera (Ferreira et al. 1981), Isoptera (Bignell et al. 1982) e Lepidoptera (Santos et al. 1984). Este arranjo da região basal das células sugere a função de transporte de água e íons. As invaginações constituem um compartimento extracelular que permite o acesso restrito da hemolinfa, fazendo com que a célula concentre solutos neste compartimento, criando um gradiente osmótico que favorece a absorção de água (Ribeiro et al. 1990). Células cuja invaginações da membrana plasmática apresentam poucas aberturas para a hemocela estão em fase de secreção (Noirot & Noirot-Timothée, 1972; Silva & Souza, 1981; Serrão & Cruz-Landim, 1996b). Variações entre células nesta região do intestino podem estar relacionados com diferentes fases da atividade celular. Entretanto, apesar de variações no comprimento e na amplitude dos canais formado pelas invaginações da membrana plasmática nas espécies aqui estudadas, todas apresentam muitas aberturas para a hemocela, indicando atividade absortiva nesta região do intestino médio. O que deve estar sendo 31 absorvido nesta região é provavelmente água, uma vez que as abelhas além de pólen, alimentam-se de néctar, alimento rico em açúcar, porém bastante diluído. Assim a porção mais anterior do intestino médio nas abelhas promoveria uma rápida absorção de água, como ocorre em vários insetos que se alimentam de fluidos como os hematófagos e sugadores de seiva (Billingsley, 1990). Na superfície apical das células da região anterior, estão sempre presentes microvilosidades. Tipicamente células digestivas possuem bordas estriadas na superfície apical, sendo constituídas por uma ordem regular de microvilosidades que aumentam a superfície celular para a secreção de enzimas e absorção de nutrientes (Noirot & Noirot-Timothée, 1972; Bignell et al., 1982; Cruz-Landim, 1985). A presença de microvilosidades longas na região apical das células da porção anterior do intestino médio de Melliponini foi observada por Serrão & CruzLandim (1996b) e por Neves et al. (2003). Segundo Serrão & Cruz-Landim (1996b) e Cruz-Landim et al. (1997) o número de microvilosidades por µm2 varia de 30 a 40 em M. quadrifasciata e em A. mellifera respectivamente, cujos os valores resultam em um aumento da área superficial da célula entre 135 e 200 vezes. Estes valores de aumento da área superficial foram considerados três vezes superiores se comparados com outras espécies como nas baratas Periplaneta americana e Blaberos craniifer, nos cupins Ceplhalotermes rectangularis, Microcerotermes edentatus, Cubitermes severus e Kalotermes flavicolis e, no besouro Tenebrio molitor (Noirot & Noirot-Timothée, 1972; Bignell et al 1982). Cruz-Landim et al. (1997) sugerem que o grande aumento na área superficial do intestino médio proporcionado pelas microvilosidades está 32 relacionado à absorção de nutrientes uma vez que nas abelhas não há cecos gástricos, uma especialização do ventriculo para absorção de nutrientes. Por entre as microvilosidades de E. townsendi há liberação de vesículas o que sugere um mecanismo de secreção microapócrino. Vesículas semelhantes foram encontradas na região anterior do intestino médio de Scarpotrigona postica, (Serrão & Cruz-Landim 1996b) e na região posterior de outros insetos (Priester, 1971; Nopanitaya & Misch, 1974; Santos et al, 1986; Terra et al. 1988). Santos et al (1986) e Espinoza-Fuentes et al. (1987) sugerem que estas vesículas estão envolvidas na secreção de enzimas “tripsina-like”. Tais vesículas foram observadas na região anterior do intestino médio apenas em E. townsendi e não em A. mellifera, B. morio, e na região da cárdia de M. quadrifasciata anthidioides. Portanto, pode-se sugerir que a porção anterior do intestino médio de E. townsendi é fisiologicamente semelhante ao restante do intestino médio, atuando tanto na secreção de enzimas quanto na absorção de nutrientes, o que é corroborado pelo acúmulo de mitocôndrias no citoplasma das células presentes na região anterior as quais não estão presentes nas demais espécies aqui estudadas. A porção anterior do intestino médio de A. mellifera, além da absorção de água parece ter uma função na acumulação de íons, pois é comum a presença de esferocristais no citoplasma. A presença de esferocristais na região apical das células digestivas sugere que estas células tenham atividade excretora, eliminando íons como sugerido por Gouraton (1968) e Cruz-Landim (1995). Martoja e Ballan-Dufrançais (1984), sujerem que os esferocristais estão envolvidos no mecanismo regulador de íons, tais estruturas também foram encontrados no do intestino médio de M. quadrifasciata anthidioides (Cruz-Landim & Serrão, 1997) 33 em Formica polyctema (Jeantet, 1971) e em larvas de Scaptotrigona postica (Cruz-Landim, 1971). Em todas as espécies aqui analisadas as células da porção anterior do ventrículo apresentam características de células secretoras de proteínas, como a presença de reticulo endoplasmático rugoso, complexo de Golgi e vesículas. Entretanto, apenas em E. townsendi parece que estas proteínas estejam sendo liberadas para o lúmen do intestino médio no interior de vesículas, como observado em outras regiões do intestino médio de abelhas por Serrão & CruzLandim (1996b). Nas demais espécies essas proteínas podem ser proteínas integrantes da membrana plasmática que estariam envolvidas em mecanismos de manutenção de gradiente eletroquímico que favoreceria a absorção de água pelas células da porção anterior do intestino médio. A porção anterior do intestino médio de abelhas é caracterizada pela presença da válvula cardíaca, a qual corresponde a uma porção do estomodeu que se projeta no interior do intestino (Snodgras, 1956; Cruz-Landim, 1995) Assim o lúmem na porção anterior do intestino médio é estreito nesta região. Segundo Peixoto & Serrão (2001) a válvula cardíaca é mais longa nos Meliponini que nas demais abelhas corbiculadas. Desta forma o alimento entra no intestino médio em uma porção mais distal e, uma absorção mais intensa por célula da porção anterior do intestino médio (cárdia) promoveria um fluxo de água para esta região, evitando a diluição de enzimas digestivas no restante do intestino médio. A absorção de água na porção anterior do intestino médio é comum em demais espécies de insetos (Terra, 1988). Em adição Serrão & Cruz-Landim (1995b) observaram que as células ao longo do intestino médio de abelhas são 34 polifuncionais, atuando simultaneamente na absorção de nutrientes e secreção enzimática. Em abelhas adultas de A. mellifera a origem da membrana peritrófica é uma dúvida, sendo considerada do tipo II, e produzida por todo o epitélio do intestino medio (Snodgrass, 1956; Vecchi & Bragaglia, 1965; Mello et al 1971; Jimenez & Gilliam, 1990). Por outro lado Cruz-Landim (1995) baseado em dados ultraestruturais sugere que a membrana peritrófica origina-se no epitélio das células da válvula cardíaca. Serrão & Cruz-Landim (1996a) sugerem que a membrana peritrófica é formada por células na região anterior do intestino medio em M. quadrifasciata anthidioides (cárdia), porém Marques-Silva et al (2005) com dados em relação a secreção de peritrofina-55 sugere que a produção da membrana peritrofica em larvas de M. quadrifasciata anthidioides é do tipo I e que ela é secretada ao longo de todo o epitélio do intestino médio. Os resultados obtidos indicam que as células da porção anterior do intestino médio de Meliponini (cárdia) que apesar de ser uma região diferenciada anatomicamente e histologicamente é ultra-estruturalmente semelhante aquelas células da porção anterior do ventrículo de Bombini e Apini, estando envolvido na absorção de água do alimento, especialmente néctar, que é caracteristicamente diluído. 35 BIBLIOGRAFIA ANDRIES, J.C. 1976. Presence de deux types cellulaires endocrines et d’un type exocrine au sein du mesenteron de la larva d’Aeshna cyanea MülIer (Odonata: Aeshnidae). 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