FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

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FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA – EAD MÓDULO I – INTRODUÇÃO À ADMNISTRAÇÃO FINANCEIRA Nesse módulo inicial iremos estudar a organização como um sistema de multiplicação de recursos financeiros, abordando os objetivos da administração financeira sob a ótica do administrador financeiro e do proprietário ou acionista. Faremos um comparativo entre o lucro e a riqueza, focando suas fortalezas e fraquezas. Todas as organizações apresentam atividades que envolvem recursos financeiros com o objetivo de obter lucro. Esses respectivos recursos são aplicados na produção e comercialização de bens, na estrutura física, na prestação de serviços, na qualificação da mão de obra etc. De acordo com Braga (2005, p.23): “cada empresa pode ser visualizada como um sistema que multiplica os recursos financeiros nela investidos, produzindo um retorno compatível com o risco assumido”. Dessa forma, a função financeira das empresas ocorre através do gerenciamento dos fundos movimentados por todas as áreas, tendo dessa forma um papel determinante no desenvolvimento das estratégias operacionais, contribuindo para o aumento da lucratividade e da riqueza. O objetivo da administração sob o âmbito financeiro possui duas vertentes: uma sob o enfoque do administrador financeiro (lucro) e outra sob o enfoque do proprietário (riqueza). A seguir faremos um comparativo das duas vertentes.
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Maximização da riqueza ­ Perspectiva de longo prazo A organização necessita crescer e se perpetuar, devendo investir em tecnologia, automação, estrutura, qualidade dos produtos e serviços, dentre outros. Esses investimentos poderão sacrificar momentaneamente a lucratividade, porém trará inúmeros benefícios a curto, médio e longo prazos. ­ Retorno do capital Os proprietários e acionistas almejam serem remunerados através do aumento do valor monetário de suas ações. ­ Risco Os proprietários e acionistas preferem se arriscar menos no que diz respeito ao seu patrimônio, ou seja, preferem receber retornos menores assumindo menos rsico nas atividades empresariais. ­ Distribuição de dividendos
Os acionistas preferem receber retornos periódicos, através de uma política de distribuição compassada e equilibrada de dividendos, com o objetivo de diminuir os efeitos negativos que podem afetar o preço das ações.
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Maximização do lucro ­ Perspectiva de curto prazo O administrador financeiro tem como meta saldar as obrigações da empresa, aplicando adequadamente os seus recursos financeiros. Dessa forma, a todo o momento, deve equilibrar as entradas e saídas através do demonstrativo financeiro conhecido como fluxo de caixa. ­ Retorno do capital Os administradores financeiros esperam receber retornos cada vez maiores em um período mais curto de tempo, com o intuito de gerar superávit (entradas > saídas) no seu relatório financeiro. ­ Risco O perfil do administrador financeiro requer mais perspicácia e sagacidade, ou seja, esse profissional se arrisca mais e se compromete com o risco assumido. Alguns autores da área afirmam que o objetivo da administração financeira voltada para a obtenção do maior lucro não satisfaz por ser imediatista no que diz respeito ao prazo limitado. Podemos entender dessa forma que o objetivo básico da administração financeira requer a maximização do lucro e conseqüentemente a maximização da riqueza, através do alinhamento das suas vertentes. De acordo com Ross (2002, p.44): “o objetivo mais geral da administração financeira é a maximização do valor de mercado do capital dos proprietários existentes”. Não podemos esquecer que esse objetivo não implica que o administrador financeiro deve ser antiético ou desleal para elevar o valor do capital próprio do seu negócio. Um exemplo clássico onde os administradores financeiros elevam o capital de sua empresa ocorre com o aumento do valor das ações existentes, no caso das sociedades por ações. A grande questão é a seguinte: até que ponto os objetivos dos administradores financeiros (lucro) estão alinhados com os objetivos dos proprietários e acionistas (riqueza)? Podemos relacionar essa questão com dois pontos a se discutir: remuneração dos administradores financeiros e controle dos negócios. Iremos abordar um a um para sua maior compreensão.
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Remuneração dos administradores
O salário desses profissionais está vinculado ao desempenho financeiro geral da organização, ou seja, ao valor atual das ações no mercado. De acordo com Ross (2002, p.45): “os administradores que forem bem­sucedidos em atender aos objetivos dos acionistas e proprietários podem receber enormes recompensas”.
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Controle dos negócios O controle dos negócios está nas mãos dos acionistas que elegem o conselho deliberativo de administração com o objetivo de contratar e demitir administradores financeiros. Podemos concluir que os acionistas e proprietários controlam seus negócios e que a maximização da riqueza é uma conseqüência da maximização do lucro, sendo objetivo primordial para a organização. MÓDULO II – ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO Nesse módulo iremos trabalhar as funções ligadas ao gestor financeiro, as suas principais atividades dentro e fora da empresa. Enfocaremos também o gestor financeiro como um agente de mudanças no ambiente. A administração financeira constante nas diversas estruturas organizacionais apresenta duas funções relevantes que são: o tesoureiro e o controller. Na maioria das empresas, o tesoureiro tem responsabilidade pela gestão da conta caixa e dos títulos que são negociáveis, pelo planejamento na venda de ações, pela gestão da estrutura de capital, dentre outros. A função de controller já está mais voltada para os setores de contabilidade e controladoria. Ele é responsável pela assessoria e consultoria de diversos assuntos no âmbito contábil, financeiro, fiscal e patrimonial. Esse profissional tem uma autoridade denominada de staff, pois dá aconselhamento aos diversos setores da estrutura organizacional. Em sintonia com o tesoureiro e o controller deve estar o gestor ou administrador financeiro, que tem o objetivo principal de adquirir e aplicar adequadamente os recursos financeiros para aumentar o valor patrimonial da organização. Podemos entender que esse profissional trabalha com as finanças empresariais. De acordo com Groppelli (1999, p.3): “finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos e financeiros objetivando a maximização do lucro e, conseqüentemente, da riqueza e do valor de suas ações”. Na prática, podemos dizer que a organização eleva a sua riqueza com o aumento do preço de suas ações, no caso das sociedades anônimas. A seguir elencaremos algumas atribuições do administrador financeiro:
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Decisões de financiamento e de investimentos
No caso das organizações que estão passando problemas financeiros e econômicos, a tomada de empréstimos ou financiamentos para saldar obrigações não deve ser a atitude mais adequada e viável. Já as empresas bem­sucedidas, com um rápido crescimento e aumento da lucratividade, precisam investir em equipamentos, estoques, estrutura física etc. Nessa situação, uma maneira viável é financiar todos esses ativos. O papel fundamental do gestor financeiro é determinar alguns pontos, tais como: ­ Qual a taxa de crescimento de vendas ­ Quais os ativos que devem ser adquiridos prioritariamente ­ Qual a melhor instituição financeira para negociar ­ Qual o prazo do financiamento ­ Qual o valor e a taxa a ser negociada etc. Segundo Weston e Brigham (2000, p.9): “os gestores financeiros devem decidir que ativos suas empresas devem adquirir, como esses ativos devem ser financiados e como a empresa deve gerir seus recursos”. Com isso, os valores organizacionais serão maximizados e, conseqüentemente, haverá um crescimento no retorno financeiro.
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Planejamento/Previsão Deve existir uma rede de relacionamento entre os diversos executivos financeiros na elaboração de estratégias que atingirão positivamente o futuro empresarial. Com as mudanças e transformações no mercado, os gestores financeiros precisam estar atentos para alguns fatores que interferem diretamente nos seus negócios, tais como: concorrência, flutuações econômicas, taxa de juros, descompasso nos preços, dentre outros.
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Negociações com os mercados financeiros Segundo Weston e Brigham (2002, p.9): “o gerente financeiro deve lidar com os mercados monetários e de capital, pois cada empresa afeta e é afetada pelos mercados financeiros gerais em que os recursos são captados”.
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Supervisão e controle Não podemos esquecer que todas as decisões apresentam conseqüências de ordem financeira e todos os gestores financeiros ou não financeiros devem se conscientizar dessa realidade. Temos como exemplo prático, o caso em que a decisões do setor de marketing afetam o aumento das vendas e que, conseqüentemente, necessitam de investimentos. As decisões de marketing afetam e são afetadas pelos recursos
financeiros disponíveis na empresa, pelo estoque, pela capacidade de mão de obra, dentre outros gestores. De acordo com Groppelli (1999, p.4): “para serem bem­sucedidos, os administradores financeiros têm que se envolver com as mudanças que ocorrem constantemente no campo das finanças, adotando métodos sofisticados para poderem planejar melhor em um clima de crescente competitividade”. Podemos concluir que esses profissionais precisam trabalhar de forma integrativa dentro e fora da corporação, pois eles são responsáveis diretos pelos fatores de transformação em todos os ambientes privados e públicos. MÓDULO III – OS PROBLEMAS FINANCEIROS ORGANIZACIONAIS Nesse módulo iremos abordar os benefícios de uma boa gestão financeira, focando as características das empresas em crescimento e em declínio. Estudaremos também algumas práticas gerenciais inadequadas para o bom funcionamento das finanças organizacionais. Segundo Santos (2000, p. 125): “para uma empresa atender a seus objetivos, necessita gerar lucros e recursos internos crescentes, aproveitando oportunidades de crescimento em uma perspectiva de longo prazo”. Esse enfoque aborda tanto a ótica econômica quanto a financeira, propiciando diversos benefícios a seguir:
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Satisfação das necessidades da sociedade;
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Perpetuação e crescimento da estrutura organizacional;
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Elevação dos meios de sobrevivência;
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Aumento do poder e prestígio da alta cúpula etc. Fazendo um comparativo entre uma organização em crescente ascensão e outra em declínio, temos:
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Organização em ascensão ­ Utilização de recursos de terceiros, dependendo da probabilidade de risco dos proprietários e acionistas nas situações disponíveis; ­ Obtenção de lucro e recursos crescentes; ­ Reinvestimento do retorno gerado para aquisição de capital de giro e tecnologia; ­ Identificação de novos projetos que proporciona a obtenção de retornos superiores ao capital investido.
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Organização em declínio
­ Não identificação de oportunidades de investimento, não gerando dessa forma os recursos necessários para a alavancagem nos negócios; ­ Obtenção de lucros baixos, através de vendas estáveis ou decrescentes; ­ Geração de déficits de caixa (entradas < saídas) no demonstrativo fluxo de caixa, podendo até levar a liquidação ou falência da empresa. De acordo com Hoji (2000, p.238): “a questão relevante ao diagnóstico da situação empresarial é que, muitas vezes, os movimentos de crescimento ou declínio não ocorrem com tendência nítida e objetivo”. Podemos entender que nos momentos de crescimento e alavancagem dos resultados é possível ocorrer retrocesso operacional e nos momentos de declínio, pode ocorrer a recuperação momentânea de margens de rentabilidade. Não podemos esquecer que uma das metas estabelecidas do processo de diagnóstico das organizações e a avaliação das possibilidades de serem ou não atingidos os propósitos criados pelo planejamento estratégico corporativo. Devemos nessa situação delimitar o enfoque financeiro e econômico, ou seja, o financeiro se refere aos fatores da análise das necessidades financeiras e da maneira como elas são atendidas e o segundo (econômico) foca o retorno dos recursos dos proprietários e acionistas e do capital total investido. Em muitos casos, ocorre o agravamento da situação financeira nas empresas, levando a insolvência nos negócios. É importante destacarmos algumas práticas empresariais inadequadas e inviáveis que corroboram para a liquidação das mesmas. São elas:
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Perda da credibilidade no mercado por atitudes antiéticas dos administradores;
Aumento da insatisfação e das reclamações dos clientes;
Utilização de matéria­prima ou insumos de qualidade duvidosa, com o objetivo de reduzir os custos operacionais;
Decréscimo das margens de rentabilidade e volume das vendas;
Atrasos nos pagamentos de fornecedores potenciais de matérias­primas e insumos;
Devoluções de mercadorias vendidas;
Perdas de clientes para a concorrência;
Elevação dos descontos sobre os preços dos produtos/serviços em virtude de problemas de qualidade. Conforme Weston e Brigham (2000, p.130): “é fundamental a identificação das causas dos problemas, visando determinar a viabilidade de ações corretivas, que podem envolver a participação dos proprietários de negócios, de instituições financeiras e demais credores”. Esses problemas podem ocorrer em virtude de uma gestão errônea, ligada a fatores externos e imprevisíveis tais como: medidas governamentais, descompasso nas taxas de juros, concorrência acirrada, elevação dos níveis de preços, clientela exigente, dentre outros. Não podemos esquecer que as origens das dificuldades financeiras podem acontecer nos níveis a seguir:
­ Nas falhas de projeto, ou seja, no momento da sua concepção ou execução; ­ Na fase operacional, quando o projeto já se encontra em um nível de maturidade elevado. Podemos concluir que as organizações que apresentam dificuldades financeiras apresentam créditos bancários nas suas obrigações a curto, médio e longo prazos. No módulo seguinte iremos abordar alguns eventos que geram essa problemática organizacional. MÓDULO IV – CAUSAS DOS PROBLEMAS FINANCEIROS Nesse módulo iremos trabalhar com algumas causas dos mais comuns dos problemas financeiros detectados nas organizações, sinalizando questionamentos que devem ser respondidos para o atingimento da reestruturação financeira corporativa.
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Mal dimensionamento do capital de giro De acordo com Santos (2000, p.133): “quando as necessidades de capital de giro são relativamente estáveis e previsíveis, a situação recomendável é que sejam financiados por recursos permanentes, próprios ou de terceiros exigíveis a longo prazo”. É relevante solicitar que a escolha de se trabalhar com recursos próprios ou de terceiros dependerá de uma análise integrativa e conjuntural da organização como um todo, analisando os efeitos internos e externos. Em muitos casos, o capital de giro operacional oscila durante todo o exercício social devido a fatores sazonais que agem diretamente sobre a demanda. Temos como exemplo as lojas de brinquedos que elevam o seu nível de vendas nos meses de outubro (Dia da Criança) e de dezembro (Natal). Essas empresas devem acumular seus níveis de estocagem em meses anteriores para uma posterior comercialização. Nesse enfoque, alguns questionamentos devem ser analisados. São eles: ­ Ocorreu a previsão desde o início da necessidade de capital de giro através de recursos próprios ou de terceiros? ­ Todo o capital de giro necessário será capitado no ambiente de mercado através de empréstimos de curto prazo? ­ Como funcionar estoques nas situações em que o capital de giro seja sazonal?
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Alavancagem financeira excessiva Conforme Santos (2000, p.137): “por serem cobrados juros substancialmente inferiores nos financiamentos de longo prazo originados de linhas de crédito, há forte incentivo à excessiva alavancagem financeira”. É importante frisarmos que à medida
que aumenta a alavancagem financeira nas organizações, em contrapartida aumenta consideravelmente o risco de inadimplência futura. Com isso, muitas empresas criam uma dependência em recursos de terceiros, inibindo dessa forma a entrada de novos parceiros potenciais. Segundo Ross (2002, p.350): “há linhas de financiamentos de bancos que permitem expressiva participação relativa no investimento total projetado, e a elevada alavancagem, associada a prazos e juros favoráveis tem a exata função de propulsionar investimentos aumentando a atratividade para pequenos e médios empresários”. Dessa maneira, algumas questões devem ser investigadas. São elas: ­ O ativo (bens e direitos) gera retorno superior ao custo da obrigação (financiamentos)? ­ Qual o perfil dos investidores em relação a sua capacidade para implementar os recursos financeiros necessários? ­ Os empréstimos e financiamentos foram realizados através de fontes bancárias oficiais? ­ A projeção dos níveis de venda propicia margem de segurança em relação à cobertura dos custos financeiros e operacionais? ­ Quais os encargos financeiros e os prazos referentes ao financiamento? ­ Devem existir complementações de recursos de terceiros?
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Aspectos referentes à localização Segundo Santos (2000, p.141): “há ocasiões em que as condições de localização mudam através do tempo e a principal força de atração locacional deixa de existir”. Temos como exemplo prático as indústrias que se instalam em determinada região com o intuito de explorar a matéria­prima local e cuja produção se reduz excessivamente com o passar dos tempos, levando a extinção total da matéria­ prima. Com isso, as necessidades de exploração passam a ser realizadas em localidades ou fontes distantes, aumentando dessa forma os custos adicionais de deslocamento e transporte. A seguir devemos analisar alguns aspectos dentro dessa abordagem. São elas: ­ Quais os pontos fortes da localização? ­ Existem incentivos fiscais e governamentais para a consecução do projeto? ­ Qual o perfil da mão­de­obra local?
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Aquisição de tecnologia As empresas podem adquirir tecnologia de forma inadequada em função de inúmeros fatores, tais como:
­ Falta de conhecimento e pesquisa acerca das tecnologias disponíveis no mercado; ­ Compra de equipamentos recondicionados; ­ Aquisição de tecnologia com um risco elevado de se tornar absoluta a curto ou médio prazo; ­ Falta de controle na avaliação dos investimentos ligados à área tecnológica; ­ Problemas decorrentes da assistência técnica pós­venda e nas montagens dos equipamentos etc. Alguns questionamentos devem ser feitos, tais como: ­ Quais os custos para uma atualização tecnológica? ­ Qual a flexibilidade da tecnologia adquirida no caso de uma futura modernização? ­ Qual a probabilidade de obsolescência da tecnologia atual? MÓDULO V – REESTRUTURAÇÃO FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES Nesse módulo iremos estudar como ocorre a reestruturação financeira nas empresas, apresentando um modelo de planejamento de revitalização, com suas características e peculiaridades. Após as organizações detectarem quais as principais causas dos problemas financeiros, devem criar condições para a revitalização dos negócios, através de:
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Reorganização na estrutura de staff No caso da reorganização na estrutura de staff, pode ser viável a contratação de consultorias que objetivam criar um plano de melhoria na estrutura organizacional. Alguns pontos devem ser implementados, tais como: ­ Redesenho das funções; ­ Redefinição dos níveis hierárquicos de autoridade formal; ­ Reformulação do fluxograma das informações; ­ Retomada no processo decisório; ­ Contratação de gestores treinados e qualificados na área administrativa; ­ Terceirização de fluxos internos.
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Reestruturação da pirâmide societária
Em relação a uma reestruturação na pirâmide societária, o primeiro passo é a conscientização dos proprietários e acionistas das deficiências de gestão que levam a uma situação financeira disponível. De acordo com Hoji (2000, p. 271): “quando profundas mudanças na administração são postuladas por credores ou sócios, efetivos ou potenciais como condição para apoiar ou continuar apoiando o empreendimento, surgem obstáculos à viabilização da proposta de reorganização”. Dessa forma, as dificuldades aumentam, com a redução das receitas e a elevação dos custos operacionais.
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Renegociação das obrigações de médio e longo prazos;
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Novos investimentos na estrutura produtiva, dentre outros. De acordo com Weston e Brigham (2000, p.181): “caracteriza­se um processo de reestruturação financeira como o conjunto de procedimentos que objetivam alterar de alguma forma a estrutura do passivo (obrigações) da empresa, em termos de volume, composição das fontes de recursos, ou condições de pagamento das dívidas, prazos e encargos”. Nessa situação, os proprietários ou acionistas da empresa em revitalização possuem diversas razões que justificam seu empenho para procurar reverter o quadro de insolvência, tais como: ­ Saldar dívidas; ­ Resgatar a imagem e a credibilidade da empresa; ­ Aumentar a riqueza futura, deixando um legado para seus sucessores; ­ Promover o progresso dos colaboradores etc. Todos esses fatores acima mencionados devem ser implementados na medida em que o propósito organizacional é sinalizado. A seguir elencaremos etapas de uma reestruturação financeira organizacional. ­ Análise retrospectiva (desempenho passado X situação atual); ­ Identificação dos problemas financeiros; ­ Elaboração de um plano estratégico para reverter a situação desfavorável atual. De acordo com Santos (2000, p.185): “a elaboração de um plano estratégico para uma empresa exige a quantificação dos objetivos e dos meios visados, em face da situação existente, que se materializam, em termos numéricos”. Podemos entender que na reestruturação uma série de informações deve ser mensurada, tais como: ­ Criação de metas para aumento da produtividade; ­ Estudo dos investimentos a serem realizados com o objetivo de atender a previsão de vendas;
­ Pesquisa de mercado para prever a quantidade e o preço dos produtos/serviços a serem comercializados; ­ Mensuração do capital de giro existente. A seguir iremos encontrar um modelo de planejamento de reestruturação financeira de uma empresa. 1. Objetivos empresariais 2. Empregados Os débitos referentes a salários e ordenados de colaboradores devem ser saldados prioritariamente, pois são considerados créditos privilegiados para o sustento familiar. 3. Fornecedores Devem ser identificados os saldos totais dos fornecedores em situação irregular e se são considerados fornecedores potenciais de matérias­primas ou equipamentos. É viável regularizar o pagamento dos fornecedores mais significativos, provisionando as dívidas através de um fluxo de caixa projetado. 4. Governo As empresas inadimplentes devem parcelar seus débitos atrasados através de um cronograma de pagamento de impostos, através de prazos variáveis, de acordo com cada órgão da esfera federal. MÓDULO VI – ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO Nesse módulo iremos focar alguns conceitos básicos sobre capital de giro, analisando as políticas alternativas de investimento e de financiamento e as vantagens e desvantagens da aquisição de créditos de curto prazo. Para iniciarmos o nosso estudo, devemos entender que o grande diferencial entre as empresas a nível financeiro é a busca da manutenção do equilíbrio entre ativos e passivos. De acordo com Weston e Brigham (2000, p.378): “cerca de 60% do tempo de um gerente financeiro é dedicado à administração do capital de giro, sendo considerado um tópico de estudo essencial”. Dessa forma, é importante relembrarmos alguns conceitos tais como: ­ Capital de giro: é considerado o investimento de uma empresa em ativos de curto prazo. Exemplo: Caixa, estoques, contas a receber, títulos negociáveis;
­ Capital de giro líquido: são os ativos circulantes deduzidos os passivos circulantes (AC­PC); ­ Orçamento de caixa: é a previsão das entradas e saídas de caixa, ou seja, é a capacidade de gerar entradas para atender às saídas; ­ Política de capital de giro: são as normas e diretrizes referentes ao financiamento dos ativos circulantes. Segundo Hoji (2000, p.109): “capital de giro também conhecido como capital circulante corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo operacional”. Devemos entender que cada momento que o capital de giro sofre alguma mudança positiva ou negativa, gera um reflexo contábil. O estudo do capital de giro é relevante para a administração financeira, pois as empresas necessitam recuperar todas as despesas e custos financeiros para obter o lucro almejado através da venda de produtos e serviços. Não podemos esquecer que na política de capital de giro, dois pontos devem ser questionados. São eles: ­ Como os ativos circulantes deveriam ser financiados? ­ Qual o nível adequado dos ativos circulantes? Dentre as políticas alternativas de investimento de ativos circulantes temos:
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Política liberal de investimentos em ativos circulantes Segundo Santos (2000, p.54): “é a política sob a qual quantias relativamente grandes de caixa, títulos negociáveis e estoques são mantidos e em que as vendas são estimuladas por uma política de crédito liberal, resultando em alto nível de contas a receber”. É considerada uma linha de maior inclinação, também conhecida como fat cat = gato gordo.
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Política restritiva de investimentos em ativos circulantes De acordo com Weston e Brigham (2000, p.385): “é a política sob a qual a posse de dinheiro, títulos, estoques e contas a receber é minimizada”. Também conhecida como lean­and­mean = magra.
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Política moderada de investimentos em ativos circulantes Segundo Weston e Brigham (2000, p.385): “é a política que se situa entre as políticas liberal e restritiva”. Já nas políticas alternativas de financiamento de ativos circulantes temos:
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Política de abordagem de equiparação de vencimentos (maturity matching)
É a política onde os vencimentos de ativos e passivos são equiparados, sendo considerado uma diretriz moderada. Não podemos esquecer que não existe a equiparação exata de vencimentos, pois ocorre a incerteza na vida dos ativos e quando o capital próprio é utilizado, este não possui vencimento. Temos como exemplo dessa incerteza quando uma empresa financia seus estoques através de empréstimo de curto prazo, com o objetivo de comercializá­los e utilizar o caixa gerado para saldar esse respectivo empréstimo. Se as vendas forem baixas, o caixa pode não se realizar e a utilização do crédito de curto prazo pode causar um problema financeiro.
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Política agressiva: prevê a maior utilização da dívida de curto prazo para financiamento dos ativos circulantes permanentes e até imobilizados
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Política conservadora: prevê a menor utilização da dívida de curto prazo para financiamento dos ativos circulantes permanentes e alguns temporários. De acordo com Assaf Neto (2001, p.89): “o uso do crédito de curto prazo é geralmente mais arriscado do que o uso do crédito de longo prazo”. Apesar de ser mais arriscado, o uso do crédito de curto prazo apresenta suas vantagens e desvantagens, tais como: ­ Flexibilidade No caso das empresas, acreditam que suas necessidades de recursos diminuirão em curto prazo, devem escolher a dívida de curto prazo em função da flexibilidade gerada. Nesse caso, os acordos de crédito de curto prazo são menos onerosos do que os de longo prazo. ­ Velocidade Os empréstimos de curto prazo são adquiridos mais rapidamente do que o crédito de longo prazo, pois os bancos exigem uma análise financeira mais completa antes de aceitar o crédito de longo prazo. ­ Taxa de juros As taxas de juros dos empréstimos de curto prazo são, na maioria das vezes, mais baixas do que as taxas de juros de longo prazo. ­ Risco extra (desvantagem) Nessa situação, o financiador pode requerer o pagamento imediato e o custo do empréstimo pode se elevar no caso de aumento nas taxas de juros. Podemos concluir que a base para uma adequada gestão financeira está no estudo e na análise contínua do capital de giro das organizações.
MÓDULO VII – PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIROS NAS ORGANIZAÇÕES Nesse módulo iremos abordar a importância da implementação do planejamento e controle financeiros nas corporações, focando seu cálculo, suas vantagens e limitações. As organizações a cada dia estão mais competitivas e a sua rentabilidade e lucratividade dependem da eficiência nos negócios. Essa competitividade acirrada e intensa transforma a rotina do gestor financeiro nada fácil. Dessa forma, os gestores precisam utilizar o planejamento e controle financeiros. De acordo com Weston e Brigham (2002, p.343): “um bom sistema de controle é essencial tanto para assegurar que os planos sejam executados apropriadamente quanto para facilitar modificações correntes, se as premissas sobre as quais os planos iniciais se basearem se regularem incorretas”. Podemos entender que o planejamento financeiro foca as previsões de vendas, renda e ativos com vistas as estratégias de marketing e de produção, com o propósito de saldar as obrigações financeiras previstas. Não podemos esquecer que o planejamento financeiro não é uma ferramenta imutável. No dia­a­dia das organizações, os gestores financeiros podem analisar e identificar mudanças operações a serem implementadas para melhorar o resultado. O controle financeiro já ocorre no momento da implementação dos planos de ação, com o intuito de: ­ Transformar e alterar os planos existentes em virtude das mudanças no ambiente interno e externo; ­ Verificar se os planos estão sendo seguidos. Conforme Ross (2000, p.413): “o controle se expressa como um processo de ajustamento em feedback, visando tanto o cumprimento dos planos como a incorporação de modificações que se tornem necessárias devido a mudanças imprevistas”. O planejamento financeiro se inicia com o orçamento, que é a previsão das receitas de vendas e dos custos que envolvem a produção. Podemos exemplificar o orçamento de produção como sendo o detalhamento dos investimentos voltados para equipamentos, mão­de­obra, matérias­primas necessárias para a previsão das vendas. Afirma Hoji (2000, p.189): “orçamento como os dados financeiros projetados, os quais são comparados com os dados reais observados”. A seguir podemos elencar algumas vantagens com o planejamento e controle financeiros: ­ Elevar a lucratividade; ­ Gerar um maior equilíbrio nas entradas e saídas de caixa;
­ Corrigir problemas e desvios financeiros; ­ Antecipar as ações para obter recursos financeiros necessários etc. Dentre os sistemas de planejamento e controle financeiros temos a relação lucratividade X volume de vendas através da análise do ponto de equilíbrio, também conhecido como custo­volume­lucro. De acordo com Weston e Brigham (2000, p.345): “a análise do ponto de equilíbrio é um método para determinar o ponto em que as vendas vão apenas cobrir os custos”. Podemos entender que é o ponto em que a organização vai se equilibrar, sinalizando os lucros ou perdas no caso do nível de vendas, ultrapassar ou declinar para um patamar abaixo do ponto. A equação para se calcular o ponto de equilíbrio é: Q pe = F P – V Onde: Q pe = Ponto de equilíbrio em unidade F = Custos fixos P = Preços por unidade V = Custos variáveis por unidade O cálculo e a análise do ponto de equilíbrio servem para que as empresas tomem decisões no que diz respeito: ­ Estudo dos projetos de automação e modernização; ­ Analisar as conseqüências de uma expansão operacional; ­ Comparar as vendas esperadas com os custos fixos e variáveis; ­ Analisar o volume de vendas de um novo produto/serviço no mercado. Assim como vantagens e benefícios, também temos limitações e questionamentos acerca de aplicabilidade da análise do ponto de equilíbrio. São elas: ­ É correto e real almejar que o custo variável por unidade seja constante em todos os níveis produtivos organizacionais? Temos como exemplo dos setores que apresentam níveis de produção muito baixos. Nesse caso, o custo por unidade poderia ser elevado, pois a mão­de­obra não estaria produzindo unidades suficientes e a empresa não se beneficiaria com os descontos de quantidade nas aquisições de matéria­prima. No caso contrário, quando os setores possuem volumes elevados, a empresa necessita contratar colaboradores, o que levaria ao aumento dos custos unitários. ­ É correto supor que o preço por unidade é constante, independente do volume de vendas e de produção? No caso de demandas baixas, a organização deverá diminuir o preço de vendas com o objetivo de elevar o nível das vendas. No caso
contrário, quando a demanda for elevada, a empresa deverá elevar o preço e aumentar as margens de lucro. Podemos concluir que as limitações acima descritas fazem com que o ponto de equilíbrio não possa ser informado através de um único gráfico, pois a análise deve ter um critério mais flexível, através de técnicas de simulações. O ideal será mostrar o ponto de equilíbrio através de inúmeros esquemas de produção e de relações em custo e preço. MÓDULO VIII – GESTÃO DE RISCOS Nesse módulo iremos trabalhar a importância do gerenciamento dos riscos econômicos e financeiros, focando alguns exemplos de fatores de riscos. Estudaremos também o cálculo e a análise do grau de alavancagem das empresas. As corporações precisam se conscientizar do risco envolvido nos investimentos e das conseqüências geradas pela inadequação das fontes de recursos. Segundo Sanvicente (2004, p.90): “o risco é a possibilidade de que algum acontecimento desfavorável venha a ocorrer”. Devemos entender que a gestão de riscos é a prioridade, pois as decisões são tomadas através da aceitação ou não de um perigo conhecido. Temos como exemplo de gerenciamento dos riscos o caso das instituições financeiras que utilizam novas tecnologias para minimizar os riscos de seus ativos (bens + direitos) e dos seus clientes. A gestão inadequada do risco pode provocar resultados econômicos e financeiros desastrosos, levando a organização à falência. O risco pode ser dividido em:
· Risco econômico: inerente à atividade operacional da empresa e às peculiaridades do mercado que opera, refletindo as decisões de investimento. A seguir mostraremos alguns exemplos de fatores de risco econômico. ­ Tecnologia: a falta ou a implementação de uma tecnologia inadequada e inviável ao ramo de atividade pode ser considerado um desastre para o dia­a­dia das operações. ­ Concorrência: as empresas que não analisam a sua concorrente direta e indireta podem diminuir seus níveis de venda e, conseqüentemente, perder fatias do mercado. ­ Qualidade de produtos/serviços: as organizações devem priorizar a qualidade de sua matéria­prima, insumo, mercadoria, com o intuito de minimizar as reclamações e insatisfações do cliente. ­ Sazonalidade do mercado: as empresas precisam estar preparadas econômica e financeiramente para as baixas nas demandas durante o ano. Devem ser feitos planejamentos financeiros para saldar as obrigações de médio e longo prazos.
· Risco financeiro: sinaliza o risco associado às decisões de financiamento, com o objetivo principal de saldar seus compromissos financeiros. Dentre alguns exemplos de fatores de risco financeiro temos: ­ Má administração do capital de giro: as corporações devem dar importância à gestão do capital de giro, adotando uma política financeira para manter e elevar o crescimento, equilibrando o caixa. ­ Descompasso no fluxo de caixa: as empresas precisam identificar as situações de desequilíbrio financeiro, analisando os sintomas decorrentes dos períodos alternados de superávits e déficits. Temos como exemplo desse desequilíbrio, a insuficiência crônica na conta caixa e a capitação contínua de recursos, através de empréstimos e financiamentos. Para sanear esses fatores temos as seguintes dicas: § Elevação do giro de estoque; § Diminuição do prazo médio de recebimento; § Capitalização da empresa, através do aporte de novos recursos; § Controle acirrado dos custos e despesas operacionais; § Postergar o pagamento das contas (obrigações). ­ Uso inadequado das fontes de financiamento: o gestor financeiro deve analisar e escolher a combinação das fontes de financiamento, também conhecida como decisão de estrutura de capital, ou seja, utilizar o capital próprio ou de terceiros. Segundo Weston e Brigham (2000, p.155): “o risco de investimento é relativo à probabilidade de efetivamente se ganhar menos do que o retorno esperado, ou seja, quanto maior a possibilidade de retornos baixos ou negativos, mais arriscado o investimento”. Não podemos esquecer que algumas entidades precisam assumir certo grau de risco financeiro para seus proprietários, pois, utilizando o conceito de alavancagem financeira, as empresas podem utilizar recursos a um custo fixo com o intuito de elevar o lucro do acionista. Segundo Ross (2002, p.430): “alavancagem operacional é a extensão pela qual os custos fixos são usados nas operações de uma empresa”. Podemos entender que quando a organização possui uma alta porcentagem de custos fixos apresenta um alto grau de alavancagem operacional (GAO). Para calcularmos o GAO: Q (P­V) Q (P­V) ­ F Onde:
Q = Unidades de produção P = Preço médio de vendas por unidade V = Custo variável por unidade F = Custos operacionais fixos Podemos concluir que o grau de alavancagem operacional serve para mensurar os efeitos de uma alteração no volume de lucratividade de uma empresa. MÓDULO IX – INTRODUÇÃO AO ORÇAMENTO DE CAPITAL Nesse módulo iremos estudar a importância da análise adequada do orçamento de capital nas organizações, abordando as técnicas sem risco, tais como a taxa média de retorno – TMR e o período de recuperação do investimento – Payback. Quando falamos em orçamento de capital, estamos nos referindo às técnicas de comparação, avaliação e seleção de projetos que busquem uma maior riqueza e retorno para os acionistas. Segundo Weston e Brigham (2002, p.552): “elaboração do orçamento de capital é o processo de analisar investimentos potenciais em ativos imobilizados”. Podemos entender que o processo decisório sobre o orçamento de capital é um desafio para os gestores financeiros. A seguir iremos abordar algumas técnicas de orçamento de capital, não considerando o risco ou a incerteza.
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Taxa média de retorno (TMR) Essa taxa tem o propósito de comparar os lucros contábeis com os custos iniciais de um projeto, através do somatório de todos os lucros líquidos futuros, dividindo pelo investimento médio. Fórmula: TMR = L. líquido anual médio Metade do investimento inicial Não podemos esquecer que a TMR não é adequada para uma análise financeira, pois: ­ A TMR utiliza o lucro líquido e não o demonstrativo fluxo de caixa; ­ A TMR não leva em consideração a depreciação como entrada de caixa; ­ A TMR não visualiza o valor do dinheiro no tempo; ­ O valor presente do valor residual de um bem não é computado na TMR. ­ A TMR não leva em conta a seqüência cronológica dos lucros líquidos.
Apesar de serem sinalizadas essas limitações na TMR, muitos gestores financeiros a utilizam em virtude da sua facilidade de entendimento e cálculo. A seguir faremos um exemplo prático para sua melhor compreensão: Questão: Determinada empresa possui os seus lucros líquidos para os próximos 04 exercícios sociais estimados em 10.000, 20.000, 30.000 e 40.000. Apresentando um investimento inicial de R$ 100.000, encontre a TMR. L. líquido médio = 10.000 + 20.000 + 30.000 + 40.000 = 25.000 4 Investimento médio = 100.000 = 50.000 2 TMR = 25.000 = 0,5 ou 50% 50.000
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Período de recuperação do investimento (Payback) De acordo com Groppelli (2001, p.136): “período de recuperação do investimento, também chamado de payback é o número de anos necessários para recuperar o investimento inicial”. De acordo com alguns estudiosos, esse foi o primeiro método utilizado na avaliação de projetos. Os projetos podem ser divididos em dois tipos. São eles: ­ Projetos independentes: são projetos em que os fluxos de caixa não são afetados pela aceitação ou não de outros projetos. ­ Projetos mutuamente exclusivos: são uma série de projetos, onde apenas um pode ser aceito, ou seja, um deve ser assumido enquanto outro é rejeitado. Podemos entender que a diferença entre esse método e a TMR é que os lucros líquidos são utilizados para a TMR, em contrapartida, as entradas de caixa são utilizadas para o cálculo do período de recuperação do investimento. Assim como as outras técnicas, o payback apresenta vantagens e desvantagens. São elas: ­ Vantagens § Método de fácil cálculo e entendimento; § Medida rápida do risco; § Método utilizado nas grandes corporações;
§ Medição do risco da perda de capital em países estrangeiros. ­ Desvantagens § Método que não visualiza o valor do dinheiro no tempo; § Método que não considera as entradas de caixa produzidas após da recuperação do investimento inicial. Segundo Groppelli (2001, p.138): “o método do período de recuperação de investimento não deve ser considerado uma boa abordagem para o orçamento de capital”. Podemos concluir que o gestor financeiro deve ter a perspicácia de identificar qual a técnica que mais se adequa à situação atual do seu negócio. No módulo seguinte, iremos continuar abordando as técnicas de orçamento de capital. MÓDULO X – TÉCNICAS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL Nesse módulo iremos continuar focando as técnicas de orçamento de capital como o valor presente líquido – VPL, o índice de lucratividade – IL e a taxa interna de retorno – TIR, sinalizando suas vantagens e desvantagens.
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Valor presente líquido – VPL A implantação do valor presente líquido – VPL ocorre em função da existência de falhas nos métodos de payback, TMR. Conforme Gitman (1999, p.345): “por definição, o valor presente líquido de um projeto aceito é zero ou positivo, e o valor presente líquido de um projeto rejeitado é negativo”. Ou seja, se o valor presente de fluxo de caixa futuro de um projeto é maior que o custo inicial, o projeto é implementado. Em contrapartida, se o valor presente é menor do que o custo inicial, o projeto deve ser rejeitado. A seguir temos a fórmula para calcular o valor presente líquido de um projeto. VPL = VP – I, onde: VP: Valor presente I: Investimento inicial Maior risco Maior taxa Menor risco Menor taxa Projeto com vida mais longa Maior risco Maior incerteza
Projeto com vida mais curta Menor risco Menor incerteza Os estágios para implementação do VPL são: ­ Calcular o valor presente de cada fluxo de caixa (E +S) ­ Descontar o custo de capital do projeto ­ Somar os fluxos de caixa descontados (VPL) Conclusão: VPL positivo – projeto aceito VPL negativo – projeto rejeitado OBS: No caso de projetos mutuamente exclusivos, VPL positivo e mais alto – aceito. Fazendo um comparativo das vantagens e limitações do VPL, temos: § Vantagens ­ Utiliza os fluxos de caixa em detrimento dos lucros; ­ Inclui a conta de depreciação como fonte de entrada de caixa; ­ Essa técnica tem viabilidade para a análise da teoria financeira; ­ Visualiza o valor do dinheiro no tempo (Quanto maio o tempo, maior o desconto); ­ VPL positivos tornam o valor da empresa maior. Podemos entender que, apesar das limitações a serem posteriormente, o VPL é considerada por muitos estudiosos a técnica mais moderna do orçamento de capital. § Desvantagens ­ Dificuldade na estimativa dos fluxos de caixa futuros; ­ Superestimação ou subestimação dos fluxos de caixa futuros, ou seja, um projeto pode ser aceito, onde deveria ser rejeitado ou vice­versa.
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Índice de lucratividade – IL Segundo Groppelli (2001, p.141): “o método do índice de lucratividade compara o valor presente das entradas de caixa futuras com investimento inicial numa base relativa”. Fórmula: IL = VPEC Investimento inicial Onde:
VPEC – Valor presente das entradas de caixa IL maior que 1 – Aceito IL menor que 1 – Rejeitado Fazendo uma comparação com o VPL temos: VPL positivo VPL negativo ·
IL > 1 IL < 1
Taxa interna de retorno – TIR Segundo Sanvicente (2003, p.287): “a TIR é uma medida da taxa de rentabilidade, ou seja, é uma taxa de desconto que iguala o valor presente dos fluxos de caixa futuros ao investimento inicial”. Podemos entender que a TIR tem o propósito básico de igualar o VPL a zero, ou seja, o projeto é aceito se a TIR for maior do que o custo de capital do projeto. Para se calcular o TIR com fluxos de caixa constantes temos: ­ Dividir o investimento inicial pelo FC anual; ­ Procurar na tabela de VP de uma anuidade uma taxa de desconto para um número específico de períodos que se equipare ao valor obtido anteriormente. Fazendo um comparativo temos: § Vantagens ­ Método mais popular do que a VPL; ­ Facilidade nos cálculos. § Desvantagens ­ Ignora o valor presente no tempo; ­ Fornece taxas de retorno irreais; ­ Pode oferecer diferentes taxas de retorno. Podemos concluir que o executivo financeiro deve estar seguro das potencialidades e fraquezas de cada método de orçamento de capital, com vistas a buscar métodos mais viáveis e eficientes para o seu negócio. MÓDULO XI – UTILIZAÇÃO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA Nesse módulo iremos aplicar o instrumental de matemática financeira para cálculo e análise de juros, descontos, valor presente, valor futuro das projeções de fluxo de caixa. Iniciaremos pelo estudo da capitalização simples.
A administração financeira trabalha constantemente com o cálculo das taxas de juros referentes a empréstimos e aplicações financeiras. Todas as decisões referentes aos fluxos de caixa (recebimentos e pagamentos) projetados devem vislumbrar o valor do dinheiro no tempo, ou seja, o gestor financeiro tem o desafio de determinar o valor hoje de um fluxo de entradas e saídas almejados no futuro. Conforme Braga (2005, p.253): “os juros refletem o valor do dinheiro no tempo e estão associados a um sacrifício de consumo no presente, ao impedimento temporário de realizar outros negócios lucrativos com a quantia cedida e à possibilidade de o devedor não liquidar sem compromisso no vencimento”. Antes de adentrarmos especificamente no assunto, alguns conceitos precisam ser abordados. São eles: ­ Valor presente (VP): é o valor em disponibilidade, hoje, de uma rentabilidade futura sobre a renda após ajustes realizados para o risco envolvido. ­ Valor futuro (VF): é o valor inicial de um investimento após um período especificado de tempo e com uma taxa de juro estabelecida. ­ Risco: incerteza sobre o futuro. ­ Liquidez: capacidade de converter os ativos mais rapidamente em disponibilidade. ­ Capitalização: é a técnica para identificar o valor futuro (VF) de um fluxo de caixa ou vários. ­ Anuidade: é uma série de pagamentos periódicos iguais durante um número determinado de períodos. O gestor financeiro necessita, pelo menos, da base da matemática financeira para solucionar problemas práticos sobre juros, risco, valor presente, valor futuro, descontos etc. A matemática financeira aborda alguns pontos básicos tais como: ­ Juros: remuneração ocorrida através da utilização do dinheiro durante um determinado prazo. ­ Moeda: referente aos recebimentos e pagamentos de uma operação. ­ Tempo: referente ao prazo ocorrido entre a data da operação e os períodos em que os recebimentos e pagamentos deverão ocorrer. A seguir iremos trabalhar com esses instrumentos.
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Capitalização simples
Devemos utilizar no caso da taxa de juros incidir somente sobre o capital inicial, ou seja, não existe juro sobre juros. São os juros ganhos somente sobre o valor principal investido. Fórmulas dos Juros Simples (J), Montante (S) e Valor atual (P): J = P.i.n Onde: J = valor dos juros simples P ou C = capital no início ou valor presente i = taxa de juros n = prazo da operação S ou M = montante ou valor futuro S = P(1+i.n) P = S (1+i.n) A seguir temos um exemplo prático: Determinar o valor total dos juros e o valor de resgate ou montante de acordo com os dados abaixo: Aplicação = 1200 Taxa mensal = 3% (juros simples) Período = 7 meses Cálculo: ·
P=1200 i=0,03 n=7 J=? S=?
J = P.i.n J = 1200.0,03.7 J = 252 S = P(1+i.n) S = 1200(1+0,03.7) S = 1452 Desconto simples Pode ser dividido em: ­ Desconto bancário ou comercial (por fora) ­ Desconto racional (por dentro) Fórmulas: DB = S.d.r DR = S. d.n 1 + d.n Onde: S = valor futuro (valor de um título de crédito a vencer) P = valor presente (valor líquido recebido pelo título descontado) n = prazo de vencimento do título (valor presente) d = taxa de desconto aplicada D = S – P = valor do desconto efetuado
Exemplo prático: Calcular o valor do desconto comercial e o valor líquido recebido por um título com as informações abaixo: Valor nominal = 1500 Prazo de vencimento = 8 Taxa mensal = 4% Cálculo: S=1500 d=0,04 n=8 D=? P=? D = S.d.n D = 1500.0,04.8 D = 480 P = S ­ D P = 1500 ­ 480 P = 1020 Exemplo prático: Determinar o valor do desconto por dentro e o valor líquido recebido por um título com valor nominal de 1500 e prazo de 8 meses, aplicando uma taxa mensal de 4%. Cálculo: S=1500 D = S. d.n d=0,04 1 + d.n n=8 D=? D = 1500.0,04.8 P=? 1+(0,04.8) P = S ­ D P = 1500 – 363,64 P= 1136,36 D = 363,64 No módulo seguinte continuaremos estudando a utilização da matemática financeira nos eventos da gestão financeira. MÓDULO XII – COMO UTILIZAR OS RECURSOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA Nesse módulo iremos continuar utilizando os recursos da matemática financeira, como por exemplo, o desconto simples e sua divisão em desconto por dentro e por fora. Ao adquirir uma obrigação a longo prazo, ou seja, para pagamento futuro, o devedor oferece um título que comprova tal obrigação. De posse desse referido título, o credor poderá negociar a sua antecipação, ou seja, o seu resgate antecipado, junto aos bancos.
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Desconto simples Pode ser dividido em: ­ Desconto bancário ou comercial (por fora) O desconto bancário é uma operação das instituições bancárias, através da qual ocorre o adiantamento de créditos de terceiros para clientes, diminuindo os juros da
operação referente à cessão do crédito que é realizada através do endosso cambiário. A operação de desconto ocorre apenas em cima de títulos de crédito, pois representam somatório líquido e certo, ou seja, com facilidade na recuperação ao banco. A instituição bancária antecipa para o cliente o valor dos ativos, reduzindo os juros, entregando o valor líquido, que na maioria das vezes é creditado em conta corrente. Segundo Sanvicente (2001, p.145) “é o contrato pelo qual o banco, deduzindo do montante, antecipadamente, os juros comissões e despesas, credita para o cliente o saldo, recebendo por endosso o título sacado contra terceiros com vencimento futuro”. ­ Desconto racional (por dentro) O desconto racional também é conhecido como desconto por dentro, pois a taxa de desconto incide sobre o valor presente da operação. Esse referido desconto incorpora os conceitos de juros simples e é obtido através da multiplicação do valor atual do título pela taxa de desconto, e este produto pelo prazo a decorrer até o vencimento do título. Fórmulas: DB = S.d.r DR = S. d.n 1 + d.n Onde: S = valor futuro (valor de um título de crédito a vencer) P = valor presente (valor líquido recebido pelo título descontado) n = prazo de vencimento do título (valor presente) d = taxa de desconto aplicada D = S – P = valor do desconto efetuado Exemplo prático: Calcular o valor do desconto comercial e o valor líquido recebido por um título com as informações abaixo: Valor nominal = 1500 Prazo de vencimento = 8 Taxa mensal = 4% Cálculo: S=1500 d=0,04 n=8 D=? P=?
D = S.d.n D = 1500.0,04.8 D = 480 P = S ­ D P = 1500 ­ 480 P = 1020 Exemplo prático: Determinar o valor do desconto por dentro e o valor líquido recebido por um título com valor nominal de 1500 e prazo de 8 meses, aplicando uma taxa mensal de 4%. Cálculo: S=1500 D = S. d.n d=0,04 1 + d.n n=8 D=? D = 1500.0,04.8 P=? 1+(0,04.8) P = S ­ D P = 1500 – 363,64 P= 1136,36 D = 363,64 No módulo seguinte continuaremos estudando a utilização da matemática financeira nos eventos da gestão financeira. MÓDULO XII – INSTRUMENTOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA Nesse módulo continuaremos abordando os instrumentos da matemática financeira para auxílio da análise financeira das organizações.
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Capitalização composta De acordo com Braga (2005, p.257): “é aquela em que a taxa de juros incide sobre o capital inicial, acrescido do valor dos juros acumulados até o período anterior”. Podemos entender que se existir juros sobre juros, ocorre um elevado crescimento através de períodos de capitalização sucessivos. ­ Juros compostos e montante de um único pagamento Fórmula: S = P (1+i) S = P.FACs(i,n) Onde: P = principal ou capital inicial ou valor presente i = taxa de juros n = número de períodos de tempo em que os juros são calculados S = montante ou valor futuro FACs(i,n) = (1+i) = fator de acumulação do capital para pagamento único ou simples Observações: O n e i precisam estar identificados em uma mesma unidade de tempo, ou seja, dias, meses, anos etc. O FACs encontra­se calculado em tabelas financeiras.
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Taxas equivalentes As taxas são equivalentes quando um capital inicial e inúmeras taxas de juros relativas a períodos de capitalização diferentes produzem um montante igual no final de determinado período. Fórmula: ­1 Onde:
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Valor atual de um pagamento único Fórmula: ou P = S.FVAs(i,n) Onde: P = valor presente i = taxa n = período de tempo S = valor futuro
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Séries de pagamento As séries de pagamento podem ser divididas em séries não uniformes. Iremos trabalhar suas características e peculiaridades. ­ Séries uniformes § Valores iguais § Valores distribuídos regularmente no tempo § Cálculo ocorre através do uso de fatores nas tabelas financeiras ­ Séries não­uniformes § Valores diferentes e distribuídos regularmente no tempo § Valores iguais e distribuídos irregularmente no tempo § Valores diferentes distribuídos irregularmente no tempo Podemos concluir que as decisões financeiras, na maioria das vezes, envolvem situações em que alguém despende disponibilidade em determinado período e recebe disponibilidade algum período depois. Como essas quantias que são recebidas e pagas em períodos de tempo diferentes, esse valor deve ser reconhecido e identificado pela análise do valor do dinheiro no tempo. Dessa forma,
o gestor financeiro necessita conhecer as técnicas da matemática financeira para o processo decisório. MÓDULO XIV – COMO FINANCIAR O CAPITAL DE GIRO DAS EMPRESAS Nesse módulo iremos estudar como as organizações podem financiar seu capital de giro, analisando eficientemente a gestão do caixa, contas a receber, contas a pagar, estoques. Iniciaremos apontando algumas conceituações relevantes para o entendimento do assunto a seguir.
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Capital circulante líquido (CCL) = ativos circulantes menos passivos circulantes.
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Margem de contribuição: é preço de venda menos o custo e as despesas variáveis.
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Lote econômico de compra (LEC): é a quantidade de um determinado item quando é regularmente pedido, diminuindo os custos do pedido e da manutenção. Para que o gestor tome a decisão mais sensata em relação ao financiamento do capital de giro da empresa, deve gerir os ativos e passivos circulantes, como pro exemplo, os estoques, contas a receber, contas a pagar, dentre outros. A seguir iremos focar a gestão de cada conta ou grupo de contas.
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Gestão de ativos circulantes De acordo com Groppelli (2001, p.382): “a administração deve estar atenta aos níveis mínimo e máximo esperados dos ativos circulantes em cada ano”. Podemos entender que o chamado nível mínimo é a parte permanente, ou seja, investimento, imobilizado e deferido do grupo do ativo circulante da empresa. A diferença dos níveis máximo e mínimo é chamada de porção sazonal. Quando uma empresa decide sobre seus financiamentos de ativo através de empréstimos de curto ou de longo prazos, foca dois pontos: ­ Minimizar os lucros; ­ Reduzir os custos. Os empréstimos de longo prazo, nas situações econômicas equilibradas, são considerados mais caros do que os empréstimos de curto prazo, pois os credores que aceitam o crédito por um período longo, se defrontam com mais riscos e incertezas do que aqueles que aceitam seus empréstimos após um período surto de tempo.
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Gestão de contas a receber
De acordo com Weston e Brigham (2001, p.390): “o volume de contas a receber é, basicamente, determinado pelos padrões de crédito da empresa, ou seja, se os padrões forem rigorosos, muitos poucos clientes estarão qualificados pelo crédito, as vendas cairão e, como resultado, as contas a receber diminuirão”. Podemos entender que a flexibilização dos padrões de crédito com o intuito de elevar as vendas tem suas vantagens e desvantagens. As vantagens se referem à elevação no nível de vender e na lucratividade e as desvantagens são sinalizadas através de um maior percentual de contas incobráveis (devedores duvidosos) e no custo adicional do financiamento de contas a receber. Antes das empresas decidirem sobre a flexibilidade ou não dos padrões de crédito, devem analisar e comparar o custo adicional das contas a receber e o benefício gerado com o aumento das vendas. Se o resultado da análise for um lucro líquido, a organização deve flexibilizar os padrões de crédito.
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Gestão de estoques Conforme Groppelli (2001, p.387): “o principal propósito da administração de estoques é determinar e manter o nível de estoque que satisfaça os pedidos dos clientes em quantidades suficientes e a tempo”. Não podemos esquecer que a manutenção de estoques é importante para a satisfação das expectativas do cliente, mas também, é dispendioso e caro, pois imobiliza uma disponibilidade que não tem rentabilidade nenhuma. A manutenção de estoques impede que a empresa aplique esse recurso em oportunidades que possam gerar renda. O nível de estocagem deve aumentar se os benefícios gerados forem superiores aos custos de manutenção de estoques adicionais. Esses custos de manutenção são somados com as inúmeras despesas com operações de almoxarifado e com os itens estocados. Podemos concluir que, quando o número de unidades aumenta no período, os custos de manutenção aumentam, e, quando o custo de manutenção diminui, é porque os itens são pedidos em quantidades pequenas.
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Gestão de contas a pagar O ponto a ser analisado pelo gestor financeiro na gestão de contas a pagar é a decisão de aceitar o desconto à vista na compra imediata ou a compra a prazo, utilizando as contas a pagar. No caso do desconto à vista, temos a vantagem de diminuição do valor, porém, em contrapartida, temos o custo de tomar empréstimos para pagar imediatamente. Podemos concluir que a oferta do desconto à vista só é viável se o benefício gerado exceder o custo. Em caso contrário, o mais adequado é que a empresa utilize as contas a pagar e liquide sua fatura em data posterior.
MÓDULO XV – RESUMO Todas as organizações apresentam atividades que envolvem recursos financeiros com o objetivo de obter lucro. De acordo com Braga (2005, p.23): “cada empresa pode ser visualizada como um sistema que multiplica os recursos financeiros nela investidos, produzindo um retorno compatível com o risco assumido”. O objetivo da administração sob o âmbito financeiro possui duas vertentes: uma sob o enfoque do administrador financeiro (lucro) e outra sob o enfoque do proprietário (riqueza). A seguir faremos um comparativo das duas vertentes.
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Maximização da riqueza ­ Perspectiva de longo prazo ­ Retorno do capital: retornos equilibrados e sempre ­ Risco: menor risco ­ Distribuição de dividendos
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Maximização do lucro ­ Perspectiva de curto prazo ­ Retorno do capital: retornos maiores e imediatos ­ Risco: maior risco A grande questão é a seguinte: até que ponto os objetivos dos administradores financeiros (lucro) estão alinhados com os objetivos dos proprietários e acionistas (riqueza)? Podemos relacionar essa questão com dois pontos a se discutir: remuneração dos administradores financeiros e controle dos negócios. A administração financeira constante nas diversas estruturas organizacionais apresenta duas funções relevantes que são: o tesoureiro e o controller. Na maioria das empresas, o tesoureiro tem responsabilidade pela gestão da conta caixa e dos títulos que são negociáveis, pelo planejamento na venda de ações, pela gestão da estrutura de capital, dentre outros. Em sintonia com o tesoureiro e o controller deve estar o gestor ou administrador financeiro, que tem o objetivo principal de adquirir e aplicar adequadamente os recursos financeiros para aumentar o valor patrimonial da organização. Podemos entender que esse profissional trabalha com as finanças empresariais. De acordo com Groppelli (1999, p.3): “finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos e financeiros objetivando a maximização do lucro e, conseqüentemente, da riqueza e do valor de suas ações”. Na prática, podemos dizer que a organização eleva a sua riqueza com o aumento do preço de suas ações, no caso das sociedades anônimas.
A seguir elencaremos algumas atribuições do administrador financeiro:
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Decisões de financiamento e de investimentos
Planejamento/Previsão
Negociações com os mercados financeiros
Supervisão e controle De acordo com Groppelli (1999, p.4): “para serem bem­sucedidos, os administradores financeiros têm que se envolver com as mudanças que ocorrem constantemente no campo das finanças, adotando métodos sofisticados para poderem planejar melhor em um clima de crescente competitividade”. Segundo Santos (2000, p. 125): “para uma empresa atender a seus objetivos, necessita gerar lucros e recursos internos crescentes, aproveitando oportunidades de crescimento em uma perspectiva de longo prazo”. Esse enfoque aborda tanto a ótica econômica quanto a financeira, propiciando diversos benefícios a seguir:
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Satisfação das necessidades da sociedade;
Perpetuação e crescimento da estrutura organizacional;
Elevação dos meios de sobrevivência;
Aumento do poder e prestígio da alta cúpula etc. Fazendo um comparativo entre uma organização em crescente ascensão e outra em declínio, temos:
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Organização em ascensão ­ Utilização de recursos de terceiros, dependendo da probabilidade de risco dos proprietários e acionistas nas situações disponíveis; ­ Obtenção de lucro e recursos crescentes; ­ Reinvestimento do retorno gerado para aquisição de capital de giro e tecnologia; ­ Identificação de novos projetos que proporciona a obtenção de retornos superiores ao capital investido.
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Organização em declínio ­ Não identificação de oportunidades de investimento, não gerando dessa forma os recursos necessários para a alavancagem nos negócios; ­ Obtenção de lucros baixos, através de vendas estáveis ou decrescentes; ­ Geração de déficits de caixa (entradas < saídas) no demonstrativo fluxo de caixa, podendo até levar a liquidação ou falência da empresa. Em muitos casos, ocorre o agravamento da situação financeira nas empresas, levando a insolvência nos negócios. É importante destacarmos algumas práticas empresariais inadequadas e inviáveis que corroboram para a liquidação das mesmas. São elas:
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Perda da credibilidade no mercado por atitudes antiéticas dos administradores;
Aumento da insatisfação e das reclamações dos clientes;
Utilização de matéria­prima ou insumos de qualidade duvidosa, com o objetivo de reduzir os custos operacionais etc Não podemos esquecer que as origens das dificuldades financeiras podem acontecer nos níveis a seguir: ­ Nas falhas de projeto, ou seja, no momento da sua concepção ou execução; ­ Na fase operacional, quando o projeto já se encontra em um nível de maturidade elevado. A seguir temos algumas causas dos problemas financeiros detectados nas organizações, sinalizando questionamentos que devem ser respondidos para o atingimento da reestruturação financeira corporativa.
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Mal dimensionamento do capital de giro
Alavancagem financeira excessiva
Aspectos referentes à localização
Aquisição de tecnologia Após as organizações detectarem quais as principais causas dos problemas financeiros, devem criar condições para a revitalização dos negócios, através de:
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Reorganização na estrutura de staff
Reestruturação da pirâmide societária
Renegociação das obrigações de médio e longo prazos;
Novos investimentos na estrutura produtiva, dentre outros. Todos esses fatores acima mencionados devem ser implementados na medida em que o propósito organizacional é sinalizado. A seguir elencaremos etapas de uma reestruturação financeira organizacional. ­ Análise retrospectiva (desempenho passado X situação atual); ­ Identificação dos problemas financeiros; ­ Elaboração de um plano estratégico para reverter a situação desfavorável atual. O estudo do capital de giro é relevante para a administração financeira, pois as empresas necessitam recuperar todas as despesas e custos financeiros para obter o lucro almejado através da venda de produtos e serviços. Não podemos esquecer que na política de capital de giro, dois pontos devem ser questionados: como os ativos circulantes deveriam ser financiados? e qual o nível adequado dos ativos circulantes? Dentre as políticas alternativas de investimento de ativos circulantes temos:
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Política liberal de investimentos em ativos circulantes
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Política restritiva de investimentos em ativos circulantes
Política moderada de investimentos em ativos circulantes
Política de abordagem de equiparação de vencimentos (maturity matching) De acordo com Weston e Brigham (2002, p.343): “um bom sistema de controle é essencial tanto para assegurar que os planos sejam executados apropriadamente quanto para facilitar modificações correntes, se as premissas sobre as quais os planos iniciais se basearem se regularem incorretas”. No dia­a­dia das organizações, os gestores financeiros podem analisar e identificar mudanças operações a serem implementadas para melhorar o resultado. O controle financeiro já ocorre no momento da implementação dos planos de ação, com o intuito de: ­ Transformar e alterar os planos existentes em virtude das mudanças no ambiente interno e externo; ­ Verificar se os planos estão sendo seguidos. Conforme Ross (2000, p.413): “o controle se expressa como um processo de ajustamento em feedback, visando tanto o cumprimento dos planos como a incorporação de modificações que se tornem necessárias devido a mudanças imprevistas”. O planejamento financeiro se inicia com o orçamento, que é a previsão das receitas de vendas e dos custos que envolvem a produção. A seguir podemos elencar algumas vantagens com o planejamento e controle financeiros: ­ Elevar a lucratividade; ­ Gerar um maior equilíbrio nas entradas e saídas de caixa; ­ Corrigir problemas e desvios financeiros; ­ Antecipar as ações para obter recursos financeiros necessários etc. A equação para se calcular o ponto de equilíbrio é: Q pe = F P – V Onde: Q pe = Ponto de equilíbrio em unidade F = Custos fixos P = Preços por unidade V = Custos variáveis por unidade As corporações precisam se conscientizar do risco envolvido nos investimentos e das conseqüências geradas pela inadequação das fontes de recursos. Segundo Sanvicente (2004, p.90): “o risco é a possibilidade de que algum acontecimento desfavorável venha a ocorrer”. O risco pode ser dividido em: risco econômico e risco financeiro. Temos alguns exemplos de fatores de risco
econômico: tecnologia, concorrência, qualidade de produtos/serviços e sazonalidade do mercado. Dentre alguns exemplos de fatores de risco financeiro temos: má administração do capital de giro, descompasso no fluxo de caixa, uso inadequado das fontes de financiamento. Segundo Ross (2002, p.430): “alavancagem operacional é a extensão pela qual os custos fixos são usados nas operações de uma empresa”. Podemos entender que quando a organização possui uma alta porcentagem de custos fixos apresenta um alto grau de alavancagem operacional (GAO). Para calcularmos o GAO: Q (P­V) Q (P­V) ­ F Onde: Q = Unidades de produção P = Preço médio de vendas por unidade V = Custo variável por unidade F = Custos operacionais fixos Quando falamos em orçamento de capital, estamos nos referindo às técnicas de comparação, avaliação e seleção de projetos que busquem uma maior riqueza e retorno para os acionistas. Segundo Weston e Brigham (2002, p.552): “elaboração do orçamento de capital é o processo de analisar investimentos potenciais em ativos imobilizados”. Podemos entender que o processo decisório sobre o orçamento de capital é um desafio para os gestores financeiros. A seguir iremos abordar algumas técnicas de orçamento de capital, não considerando o risco ou a incerteza.
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Taxa média de retorno (TMR) Fórmula: TMR = L. líquido anual médio Metade do investimento inicial
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Período de recuperação do investimento (Payback) De acordo com Groppelli (2001, p.136): “período de recuperação do investimento, também chamado de payback é o número de anos necessários para recuperar o investimento inicial”. De acordo com alguns estudiosos, esse foi o primeiro método utilizado na avaliação de projetos. Os projetos podem ser divididos em dois tipos: Projetos independentes e Projetos mutuamente exclusivos.
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Valor presente líquido – VPL A implantação do valor presente líquido – VPL ocorre em função da existência de falhas nos métodos de payback, TMR. Conforme Gitman (1999, p.345): “por definição, o valor presente líquido de um projeto aceito é zero ou positivo, e o valor presente líquido de um projeto rejeitado é negativo”. Ou seja, se o valor presente de fluxo de caixa futuro de um projeto é maior que o custo inicial, o projeto é implementado. Em contrapartida, se o valor presente é menor do que o custo inicial, o projeto deve ser rejeitado.
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Índice de lucratividade – IL Fórmula: IL = VPEC Investimento inicial Onde: VPEC – Valor presente das entradas de caixa IL maior que 1 – Aceito IL menor que 1 – Rejeitado Fazendo uma comparação com o VPL temos: VPL positivo VPL negativo ·
IL > 1 IL < 1
Taxa interna de retorno – TIR Segundo Sanvicente (2003, p.287): “a TIR é uma medida da taxa de rentabilidade, ou seja, é uma taxa de desconto que iguala o valor presente dos fluxos de caixa futuros ao investimento inicial”. Para se calcular o TIR com fluxos de caixa constantes temos: ­ Dividir o investimento inicial pelo FC anual; ­ Procurar na tabela de VP de uma anuidade uma taxa de desconto para um número específico de períodos que se equipare ao valor obtido anteriormente.
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Capitalização simples Fórmulas dos Juros Simples (J), Montante (S) e Valor atual (P): J = P.i.n S = P(1+i.n) Onde: J = valor dos juros simples P ou C = capital no início ou valor presente i = taxa de juros
P = S n = prazo da operação S ou M = montante ou valor futuro (1+i.n)
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Desconto simples Pode ser dividido em: ­ Desconto bancário ou comercial (por fora) ­ Desconto racional (por dentro) Fórmulas: DB = S.d.r DR = S. d.n 1 + d.n Onde: S = valor futuro (valor de um título de crédito a vencer) P = valor presente (valor líquido recebido pelo título descontado) n = prazo de vencimento do título (valor presente) d = taxa de desconto aplicada D = S – P = valor do desconto efetuado
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Capitalização composta ­ Juros compostos e montante de um único pagamento Fórmula: S = P (1+i) S = P.FACs(i,n) Onde: P = principal ou capital inicial ou valor presente i = taxa de juros n = número de períodos de tempo em que os juros são calculados S = montante ou valor futuro FACs(i,n) = (1+i) = fator de acumulação do capital para pagamento único ou simples Observações: O n e i precisam estar identificados em uma mesma unidade de tempo, ou seja, dias, meses, anos etc. O FACs encontra­se calculado em tabelas financeiras.
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Taxas equivalentes As taxas são equivalentes quando um capital inicial e inúmeras taxas de juros relativas a períodos de capitalização diferentes produzem um montante igual no final de determinado período.
Fórmula: ­1 Onde:
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Valor atual de um pagamento único Fórmula: ou P = S.FVAs(i,n) Onde: P = valor presente i = taxa n = período de tempo S = valor futuro Para que o gestor tome a decisão mais sensata em relação ao financiamento do capital de giro da empresa, deve gerir os ativos e passivos circulantes, como pro exemplo, os estoques, contas a receber, contas a pagar, dentre outros. A seguir iremos focar a gestão de cada conta ou grupo de contas.
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Gestão de ativos circulantes
Gestão de contas a receber
Gestão de estoques
Gestão de contas a pagar
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