7. Reações de enois e enolatos 7.1. Acidez do Hidrogênio-α α de Compostos Carbonílicos 7.2. Tautomerismo Ceto–Enôlico 7.3. Reações de Enois e Enolatos: Substituição-α α 7.4. Alquilação de Carbono- α de Compostos Carbonílicos 7.5. Condensação Aldólica 7.6. Condensação de Claisen 7.7. Alquilação de Compostos 1,3-Dicarbonílicos 7.8. Reação de Wittig 7.1. Acidez do HidrogênioHidrogênio-α de Compostos Carbonílicos O ânion é estabilizado por ressonância (enolato) O CH 3 -C-CH 2 - H + AO O- CH 3 -C-CH 2 CH 3 -C=CH 2 Resonance-stabilized enolate anion + H-A 2 Acidez do HidrogênioHidrogênio-α de Compostos Carbonílicos:: Valores de pKa Carbonílicos Tipo de ligação pKa CH3 CH2 O-H O CH3 CCH2-H CH3 C C-H CH2=CH-H CH3 CH2 -H 16 20 25 44 51 3 Acidez CC-H de Diferentes Derivados Ésteres versus Aldeídos/Cetonas: Deslocalização dos pares de elétrons do oxigênio Deslocalização da carga negativa do carbono α Os elétrons no carbono α não são deslocalizados com facilidade devido à existência da estrutura de ressonância na esquerda: Ésteres menos ácidos C-H Ácidos não Compostos Carbonílicos nitroetano pKa = 8,6 propanonitrila pKa = 26 N,N-dimetilacetamida pKa = 30 4 Acidez do HidrogênioHidrogênio-α de Compostos Dicarbonílicos A acidez do hidrogênio-α α é atribuída à estabilização da carga por ressonância. Maior deslocalização da carga. 5 6 7.2. Tautomerismo Ceto– Ceto–Enôlico Compostos Carbonílicos Simples: Predomina o Tautômero CETO Compostos Dicarbonílicos : Aumento do Tautômero ENOL ligação de hidrogênio conjugação Fenóis : Somente ‘Enol’ – Sistema Aromático 100 % 0,0 % 7 Tautômeros versus Estruturas de Ressonância Estruturas de Ressonância Ânion enolato O CH3 -C-CH2 H-A OCH3 -C=CH2 O A- + CH3 -C-CH3 Tautômeros Forma cetônica H-A OH CH3 -C=CH2 + A Forma enólica 8 Equilíbrio Ceto– Ceto–Enólico H O CH2 H CH2CH K = 5 x 10-6 etanal (acetaldeído) ∆Gº ~ + 9 kcal mol-1 C OH etenol (álcool vinílico) OH O H CH2CCH3 ∆Gº ~ + 11 kcal mol-1 CH2 C K = 6 x 10-9 propanona (acetona) CH3 2-propenol H O O O O hexano CH3CCHCCH3 CH3C CCH3 C H H 10% 2,4-pentanodiona (acetilacetona) 90% Z-4-hidroxipent-3-en-2-ona 9 Mecanismos da Enolização Catálise Básica: Catálise Ácida: 10 Troca Hidrogênio – Deutério O O CH3CHCH2CH3 D2O, DO- 2-butanona CD3CCD2CH3 1,1,1,3,3-pentadeuterio-2-butanona Catálise Básica O O C H O C + DO C C - C + DOH - O C D + C OD + DO- C D Catálise Ácida O O C C + D+ C C OD C + H+ C H H O OD C D C + D+ C D C D O C C + D+ D 11 Isomerização no CarbonoCarbono-α Isomerização cis/trans em 2,3-dialquilciclopentanona: O-K+ O O CH2CH=CH2 CH2CH=CH2 10% KOH, CH2CH=CH2 CH3CH2OH CH3 CH3 CH3 Racemização da 3-fenil-2-butanona: O C6H5 C CH3CH2OCH3CH2OH CH 3CH2O C6H5 CCH3 O C CH3CH2OH H - H 3C (S)-3-fenil-2-butanona CH3CH2OCH3CH2OH CH3CH2OH C H3C CH3 aquiral CH3CH2O- O C6H5 C H3C CCH3 H (R)-3-fenil-2-butanona 12 7.3. Reações de Enois e Enolatos: Enolatos: Substituição--α Substituição Estrutura de ressonâncio do enol com separação de cargas Porem: Todos os átomos possuem octeto. Um enol é um melhor nucleófilo do que um alceno. Compostos carbonílicos que formam enóis sofrem reações com eletrófilos: substituição no carbono-α α 13 Nucleofilicidade de Enois e Enolatos Estrutura de Ressonâncio do Enolato estrutura com carga negativa no oxigênio contribui mais. Um Enolato é um Nucleófilo Bidentado Reações no C ou O dependem do eletrófilo e das condições de reação. A protonação ocorre preferencialmente no oxigênio. 14 Mecanismo da SubstituiçãoSubstituição-α de Enois Catálise Ácida: Via Enol Catálise Básica: Via Enolato 15 Halogenação Catalisada por Ácido Sob condições ácidas, um único hidrogênio-α αé substituído pelo bromo. 16 Halogenação Catalisada por Base Sob condições básicas, todos os hidrogênios-α α são substituídos pelo bromo. 17 Conversão de Metil Cetona à Ácido Carboxílico (Reação Halofórmio) Halofórmio) Reação Halofórmio: Halofórmio: 18 Halogenação-α de Cetonas: HalogenaçãoCetonas: Comparação entre Catálise Ácida e Básica H O O + H+ CH3CCH3 + -H RC H - H+ CH2 H C + OH CH2 + HOH R O O + H+ Br O CH3CCH3 O CH2CCH3 O H O RC CH CH2CCH3 Br H C + OH R C + HOH Br Br Equilíbrio acima mais favorável: Efeito –I do bromo desestabiliza o ácido correspondente Equilíbrio abaixo mais favorável: Efeito –I do bromo estabiliza o enolato 19 Formação de Enolato com Bases Fortes LDA (amideto de diisopropil lítio) 20 7.4. Alquilação de CarbonoCarbono-α de Compostos Carbonílicos Ocorrência de Poli-alquilação: 21 Alquilação de Carbono Carbono--α de Compostos Carbonílicos:: RegioCarbonílicos Regio-Química Dois produtos diferentes podem ser formados com cetonas não simétricas. 22 Alquilação de Compostos Carbonílicos: Carbonílicos: Regio--Seletividade na Formação de Enolatos Regio enolatos regio-isômeros produtos regio-isoméricos 23 Alquilação de Compostos Carbonílicos: Carbonílicos: Enolatos Termodinâmicos enolato mais estável formado exclusivamente alquilação ambos os grupos são introduzidos de maneira regio-seletiva descarboxilação Formação altamente preferencial do enolato mais estável, pela abstração do H mais ácido (duplamente ativado pelos grupo cetos e éster), enolato termodinâmico. Ph KH como base forte e pequena formação do enolato não-conjugado enolato conjugado não formado Formação altamente preferencial do enolato conjugado mais estável, enolato termodinâmico. 24 Alquilação de Compostos Carbonílicos: Carbonílicos: Equivalentes de Enolatos Termodinâmicos Silil enol éter com C=C mais substituida enolato de Li termodinâmico Este método permite a alquilação regio-específica de compostos carbonílicos no carbono mais substituido. Formação preferencial do sililsilil-enol éter mais substituido: enol minoritário: menos substituido enol majoritário: mais substituido 25 Alquilação de Compostos Carbonílicos: Carbonílicos: Formação de Enolatos Cinéticos Enolato Cinético formado com base forte e grande: adicionar a cetona a H mais acessível (menos impedido) à H menos acessível (mais impedido) enolato cinético Adição da cetona à base para ter sempre excesso de base e nunca excesso de cetona não desprotonada, evitando cambio de proton entre enolato e cetona. Alquilação de Cetona via Enolato Cinético: 26 Alquilação de Compostos Carbonílicos: Carbonílicos: Formação de Enolatos Cinéticos Enolato Cinético formado com base forte e grande: adicionar a LDA à -78 oC H mais acessível (menos impedido) Alquilação de 22-Metil Metil--CicloCiclo-Hexanona via Enolato Cinético: adicionar a LDA à -78 oC 27 Enotatos Cinéticos e Termodinâmicos enolato termodinâmico enolato cinético Enolatos termodinâmicos: Enolatos cinéticos: contendo C=C mais substituida; são mais estáveis; favorecidos por: (i) excesso de cetona; (ii) tempo de reação longo; e (iii) Temperatura alta. Condições de Equilíbrio. Equilíbrio. com C=C menos substituida são menos estáveis favorecidos por: (i) bases fortes e grandes; (ii) temperatura baixa; (iii) tempo de reação curto. Não Equilíbrio. Equilíbrio. 28 Alquilação RegioRegio-Seletiva de Diânions A alquilação de acetoacetato de metila (via mono-ânion) ocorre no carbono central. A alquilação do di-ânion ocorre por reação do ânion menos estável (grupo metila terminal) . n-BuLi pode ser utilizado como base forte para a fomação do di-ânion, porque o mono-ânion não é eltrofílico (não sofre ataque nucleofílico pelo nBuLi). 29 Condensação Aldólica Adição Aldólica: Eliminação de Água do Aldol: Um produto de adição aldol perde água para formar um alceno conjugado. 30 Mecanismo Condensação Aldólica Passo 1: Geração do enolato O O HC CH2 + OH H H2C + C HOH H Passo 2: Ataque nucleofílico (do enolato ao carbono carbonílico) carbonílico) O O O + CH3CH CH2 O CH3CCH2CH2 C H H Passo 3: Protonação do alcoxilato O O CH3CCH2CH2 OH O + HOH CH3CCH2CH2 H H O CH3C C CH + H H HO- H Mecanismo da des des--hidratação hidratação:: E1CB OH + 3-hidroxibutanal (50 % - 60 %) O OH OH H C CH3C H O C CH3CH CHCH H + HOH + HO 31 Condensação Aldólica com Cetona Nesta cetona há so uma possibilidade de formação do enolato, ocorre formação de somente um produto. 32 Condensação Aldólica com Cetona Equilíbrio para formação do produto Aldol com acetona deslocado para esquerda OH O O HO CH3CCH3 94 % CH3CCH2CCH3 6% CH3 4-hidroxi-4-metil-2-pentanona Equilíbrio não favorável para formação do produto Obtenção do produto de des-hidratação: retirada da água do equilíbrio OH O CH3CCH2CCH3 CH3 NaOH, H2O, ∆ O H3C C CHCCH3 + H2O H3C 80 % 4-metil-3-penten-2-ona 33 Adição Aldólica Mista propanal 2-metilbutanal 34 Condensação Aldólica Cruzada (Mista): Etanal + Propanal •Formação de quatro (04) produtos; O (i) etanal + etanal (enol) CH3CH OH O O CH3CH2CH CH3CH CH3C O CH2CH não participa H 3-hidroxibutanal O (ii) propanal + etanal (enol) CH3CH2CH OH O CH3CH CH3CH2C O CH2CH H 3-hidroxipentanal O (iii) etanal + propanal (enol) CH3CH O CH3CH2CH OH CH3C O CHCH H CH3 3-hidroxi-2-metilbutanal O (iv) propanal + propanal (enol) CH3CH2CH O CH3CH2CH OH CH3CH2C O CHCH H CH3 3-hidroxi-2-metilpentanal 35 Adição Aldólica Mista Um produto principal será formado se o outro composto carbonílico não tiver carbono-α. α. 36 Adição Aldólica Mista Exemplos de Aldol Cruzada que levam a somente um produto: CH3 CH3 NaOH, H2O, ∆ CH3CH2CHO CH3CCHO CH3 CH3CCH CH3 CCHO + H2O CH3 propanal 2,2-dimetilpropanal 2,4,4-trimetil-2-pentenal •2,2-dimetilpropanal não pode formar enol; •usar menor quantidade de propanal para evitar auto-condensação deste, •ordem da adição dos reagentes: 2,2-dimetilpropanal + base + propanal (lentamente). CH2CH3 C6H5CH CHCHO 3-fenil-2-propenal + CH3CH2CH2CHO butanal NaOH, H2O - H2O C6H5CH CHCH CCHO 55 % 2-etil-5-fenil-2,4-pentadienal •3-fenil-2-propenal não pode formar enol; •usar menor quantidade de butanal para evitar auto-condensação deste, •ordem da adição dos reagentes: 3-fenil-2-propenal + base + butanal (lentamente). 37 Condensação Aldólica Intramolecular: Tamanho do Anel formado 2,5-Hexanodiona: Formação preferencial do anel de cinco, não de três. O O O O CH3CCH2CH2CCH3 NaOH, H2O + H2O 42 % CH 3 3-metil-2-ciclopentenona 2,5-hexanodiona O HO− , H2O H3C OH CH3CCH2CH2CCH3 2-etanoil-1-metilciclopropanol 2,5-hexanodiona C O 2,7-Octanodiona: Formação preferencial do anel de cinco, não de sete. O CH3 O KOH, H2O b O CH3CCH2CH2CH2CH2CCH3 a b KOH, H2O a CCH3 + H2O + H2O 3-metil-2-ciclo-heptenona CH3 2,7-octanodiona O 1-etanoil-2-metilciclopenteno Formação de Anéis: 3 e 4 desfavorável pelos fatores entálpicos (tensão de anel); 5 e 6 favorável pelos fatores entálpicos e entrópicos; 38 > 7 desfavorável pelos fatores entrópicos. CH3 7.6. Condensação de Claisen: Claisen: Reações de Enolatos de Ésteres Mecanismo da Condensação de Claisen: 39 Condensação de Claisen vs. vs. Adição Aldólica Condensação de Claisen expulsão do GP RO-; formação de ligação π Adição Aldólica protonação do alcoolato para formação do aldol 40 A Força Motriz da Reação é a Desprotonação do β-Ceto Éster pKa ~ 11 pKa ~ 16 A Condensação de Claisen requer um éster com dois hidrogênios α e quantidades equimolares de base. 41 Descarboxilação de β-Ceto Ácidos Catálise Básica 3-oxobutanoato (íon acetoacetato) Catálise Ácida ácido 3-oxobutanóico ácido acetoacético um β-ceto ácido estado β de transição cíclico envolvendo 6 elétrons - aromático ácido malônico um di-ácido 42 Descarboxilação de β-Ceto Ácidos 43 7.7. Alquilação de Compostos 1,3 1,3--Dicarbonílicos Síntese do Éster Malónico malonato de dietila éster malônico síntese de ácidos carboxílicos substituídos do haleto de alquila do éster malônico Sequencia de Reação: éster malônico substituído em α ácido carboxílico monosubstituído em α ácido malônico substituído em α 44 Alquilação de Compostos 1,3 1,3--Dicarbonílicos Síntese do Éster Malónico Preparação de ácidos carboxílicos dissubstituidos 45 Alquilação de Compostos 1,3 1,3--Dicarbonílicos Síntese do Éster Aceto Aceto--Acético 3-oxobutanoato de etila (acetoacetato de etila) éster acetoacético do haleto de alquila do éster acetoacético Sequencia da Reação. Síntese de metil cetonas substituídas. metil cetona substituída 46 7.8. A Reação de Wittig Formação de Alquenos Ilida de fosfônio trifenilfosfinóxido 47 O Mecanismo da Reação de Wittig uma betaina trifenilfosfinóxido trifenilfosfina uma ilida de fosfônio 48 Aplicação Sintética Obtenção de “bombycol”, um ferormônio da fêmea do bicho--da bicho da--seda rendimento: 52 %; E:Z = 96 : 4 rendimento: 92 %; rendimento: 79 %; bombicol A síntese foi feita em 1977 e contém dois passos utilizandose a reação de Wittig de maneira estereo-seletiva. 49