Universidade Federal de Ouro Preto Compostos Carbonílicos II (Aldeídos e Cetonas) Reações no carbono alfa à carbonila Aula 4 Flaviane Francisco Hilário 1 1 - Acidez do hidrogênio alfa Hidrogênio α pKa=19-22 Hidrogênio β pKa= 40-50 • O hidrogênio recebe a mesma designação do carbono ao qual está ligado. • Bases fortes podem remover um Hα para formar os íons enolato. 2 Efeito de ressonância Ânion enolato estabilizado por ressonância 3 4 Exercício: Coloque os compostos abaixo em ordem crescente de acidez: 5 • Aldeídos e cetonas são totalmente convertidos em seus enolatos quando se utiliza bases muito fortes. Ácido mais forte Ácido mais fraco • LDA é uma base forte, mas um nucleófilo fraco. 6 Preparação do LDA 7 2 - Tautomerismo ceto-enólico tautômero ceto tautômero enol As formas ceto e enol são isômeros constitucionais (um tipo especial). São chamados de tautômeros 8 Estabilidade do enol Força de ligação: C=O (720kJ/ mol); C=C (620 kJ/mol) C-H (440 kJ/mol) ; O-H (500 kJ/mol) • Para a maioria das cetonas, o tautômero enol é muito menos estável que o tautômero ceto. Por exemplo, uma solução aquosa da cetona existe como uma mistura em equilíbrio de mais de 99,9% do tautômero ceto e menos que 0,1% do tautômero enol. 9 • A fração de um tautômero enol em uma solução aquosa é consideravelmente maior para uma β-dicetona porque o tautômero enol é estabilizado pela ligação de hidrogênio intramolecular. Ligação de hidrogênio 10 • O fenol é incomum de modo que o seu tautômero enol é mais estável do que o seu tautômero ceto porque a forma enol é aromática, mas forma ceto não. • A interconversão ceto-enol é também chamada tautomerização ceto-enol ou enolização. A interconversão de tautômeros pode ser catalisada tanto por ácidos quanto por bases. 11 Exercício: Apenas 15% da 2,4-pentanodiona existe como tautômero enol em água, mas existe 92% na forma enol quando o solvente é hexano. Explique. 12 Interconversão ceto-enólica catalisada por base 13 Interconversão ceto-enólica catalisada por ácido 14 Exercício: Desenhe os tautômeros enol para cada um dos compostos abaixo. Para aquelas substâncias que possuem mais de um tautômero enol, indique qual é o mais estável. 15 3 - Sítios reativos do ânion enolato (ânion ambidentado/ nucleófilo) oxigênio rico em elétrons carbono rico em elétrons 16 Reações de SUBSTITUIÇÃO alfa à carbonila 3.1 - Halogenação Catalisada por ácido • Sob condições ácidas, um hidrogênio α é substituído por um bromo. 17 Catalisada por base • Sob condições básicas, todos os hidrogênios α são substituídos por bromo. 18 Aplicação Sintética • As α-bromo-cetonas são úteis em síntese orgânica porque perdem HBr em meio básico para dar cetonas α,βinsaturadas. 19 3.2 - Alquilação SN2 • A formação do íon enolato é favorecida pelo uso de bases fortes: LDA, KH, NaNH2, LiNH2 e KNH2. • Na prática: usa-se haloalcanos primários para evitar E2, pois o enolato é uma base razoavelmente forte. • Pode ocorrer polialquilações. Portanto, a reação é ideal quando a cetona apresentar um único Hα. 20 Se a cetona não é simétrica – pode-se obter 2 produtos. 21 Exemplos: 1) Preparação da 4-metil-3-hexanona, a partir de uma cetona contendo não mais que 6 carbonos. Materiais de partida: OU 22 • 3-pentanona é simétrica – apenas um produto formado. 23 2) 3) 24 4) 25 3.3 - Alquilação e Acilação do carbono α via intermediário enamina • Enamina - reage com eletrófilos da mesma maneira que o enolato. • Formação de um único produto alquilado. 26 • Alquilação Exercício: Represente o mecanismo das reações a seguir. 27 • OBS.: quando se usa o composto carbonílico, pode-se obter mistura de produtos. 28 • Acilação 29 3.4 - Adição de Aldol 30 Mecanismo: • Aldeído – reage mais rapidamente que cetona. • Cetona 31 3.5 - Condensação aldólica • Aldol pode sofrer desidratação em altas temperatura e formar os compostos carbonílicos α,β-insaturdos. 32 Mecanismo: 33 Adição aldólica cruzada 34 Métodos de valor: 35 Adição aldólica intramolecular Condensação aldólica intramolecular 36 Exercício: Quais produtos serão obtidos da reação de adição de aldol para os compostos abaixo: 37 3.6 - Condensação de Claisen • Condensação de dois ésteres – produto é um β-cetoéster. 38 Mecanismo 39 • Excesso de base torna a reação irreversível • Em seguida, tratamento com ácido. 40 Condensação de Claisen mista • Reação entre dois ésteres diferentes. • Um dos ésteres não possui hidrogênio alfa e o outro é adicionado lentamente. 41 • A condensação pode ocorrer entre um éster e uma cetona. 42 Exercícios: Dê o(s) produto(s) para as seguintes reações. 43 • Como preparar os seguintes compostos a partir da 3cianociclo-hexanona? 44 Condensação de Claisen intramolecular (Condensação de Dieckmann) Mecanismo 45 • Quais produtos podem ser obtidos se o seguinte cetoaldeído for tratado com uma base? 46 4 - Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,βinsaturados • Dois sítios eletrofílicos 47 Adição nucleofílica direta 48 Adição nucleofílica conjugada 49 Qual produto será majoritário? Depente da natureza do nucleófilo, da estrutura do composto carbonílico e das condições de reação 50 • Natureza do nucleófilo 51 52 • Estrutura do composto carbonílico Produto de adição direta se não há impedimento estérico. 53 • Condições de reação Utilizar a base adequada. 54 A reação de Michael • Adição conjugada de um enolato a um composto carbonílico α,β-insaturado. 55 56 Mecanismo 57 A reação de Stork • Adição conjugada de um enamina a um composto carbonílico α,β-insaturado. 58 Anelação de Robinson • É uma adição de Michael seguida por uma condensação aldólica simples. 59 Exercício: Como preparar os compostos a seguir: 60 5 – Bibliografia • SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. Química Orgânica, vol. 2, 7ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. 474p. • BRUICE, P. Química Orgânica, vol. 2, 4ed. São Paulo: Pearson, 2006. 641p. 61