1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - BIGUAÇU CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NILIANE ELIAS VIDAL SUSSUARANA FERREIRA COLETA DE DADOS NA UTI: Reconstrução do Histórico de Enfermagem Biguaçu 2007 2 NILIANE ELIAS VIDAL SUSSUARANA FERREIRA COLETA DE DADOS NA UTI: Reconstrução do Histórico de Enfermagem Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Enfermeiro, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências da Saúde Biguaçu. Orientador: Profª Mestre Helga Regina Bresciani. Biguaçu 2007 3 NILIANE ELIAS VIDAL SUSSUARANA FERREIRA COLETA DE DADOS NA UTI: Reconstrução do Histórico de Enfermagem Esta monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Enfermeiro e aprovada pelo Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Itajaí, Centro de Ciências da Saúde Biguaçu. Área de Concentração: Enfermagem Biguaçu, __ de _____ de 2007. _____________________________________________________ Prof. MSc. Helga Regina Bresciani UNIVALI – CCS Biguaçu Orientadora ____________________________________________________ Professora MSc. Matitê Inês Argenta UNIVALI – CCS Biguaçu Membro _____________________________________________________ Professora MSc. Tânia Soares Rebello UNIVALI – CCS Biguaçu Membro 4 AGRADECIMENTOS DE NILIANE Ao Pai Celestial... por guiar meu passos nesta fase da minha vida permitindo que eu não abandonasse essa longa caminhada. Minha Mãe, Ana Vidal... mulher batalhadora, guerreira que acreditou no meu sonho desde o inicio, depositando em mim carinho, confiança, companheirismo, comemorando comigo cada nova vitória mesmo a distância. Abriu muitas vezes mão de seus sonhos para que o meu pudesse acontecer. Amo Você. Muito Obrigada. Meus irmãos Anderson e Mariane... minhas pedras preciosas, obrigada pelo carinho por entenderem minha ausência, a distância fez com que nos amassemos mais a cada dia. Amo vocês Ao meu Padrasto... obrigada por acreditar em mim, depositando tanta confiança que por muitas vezes deixou eu usar você como cobaia nas aplicações de injeções. Obrigada! Aos Meus Anjos de Guarda, Tia Antonia, Tio Borges e Vó Ester... agradeço por sempre acreditarem em meu potencial me acolhendo e incentivando nos momentos mais difíceis da minha vida, fazendo com que eu acreditasse que conseguiria chegar até o fim na concretização deste sonho. Foram meu porto seguro, meus guias e por muitas vezes meus confidentes nesta caminhada que está apenas começando. Senti-me filha muitas vezes precisando de carinho, amor e vocês estavam sempre ao meu lado para suprir minhas necessidades. A vocês minha gratidão eterna e muito obrigada! Ao meu Primo Jero e as primas Ivone, Carolina e Lorena... acredito que foram as peças fundamentais para essa conquista. Cada um com sua característica inconfundível. Você Ivone, sempre um exemplo, estudiosa, educada, organizada a filha que toda mãe gostaria de ter. Já o Jero, ai ai ai, totalmente ao contrário, bagunceiro, desorganizado, brincalhão acima de tudo com um coração mil vezes maior que ele e disposto a ajudar quem precisa. A Carol, uma fera, durona, 5 dedicada, responsável, batalhadora pelos seus sonhos. A Lorena (minha GORDINHA) é a mais parecida comigo, risonha, chorona, alegre, sempre de bem com vida, uma guerreira com uma gargalhada que conquista qualquer um. Muito obrigada por vocês fazerem parte da minha vida. Amo Muito vocês. Minha Família... pelo apoio incondicional, compreensão e carinho. Amo todos vocês. Ao meu Avô Humberto Vidal Sussuarana (in memoriam) e meu Pai Alípio Vicente Ferreira (in memoriam)... meus maiores incentivadores, sei que onde vocês estiverem com certeza estarão sorrindo e aplaudindo minha conquista. Minhas Amigas Larissa, Elayne, Marília, Lilian e Denise... "Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim...do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seguir a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe nos e-mails trocados. Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens...Aí os dias vão passar, meses, anos, até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo. Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: "Quem são essas pessoas?" Diremos que eram nossos amigos e isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com elas que vivi os melhores anos da minha vida!” Sentirei Saudades!! Minha Orientadora Helga Regina Bresciani... pela confiança, compreensão, pelos gestos de carinho, pelas palavras de conforto e os ensinamento durante toda essa jornada. Guardarei em minha memória você como exemplo em minha vida profissional pela sua inteligência, seu caráter, competência, profissionalismo, generosidade. Obrigada!! És especial!! 6 Professora Maria Patrícia Locks... por me ensinar que grandes amizades acontecem de maneira inesperadas, tornando-as verdadeiras e sinceras. Adoro Você!!! A Banca examinadora... Maritê Inês Argenta e Tânia Soares Rebello, por aceitarem fazer parte desta banca, comprometimento, colaborações, complementações nesta pesquisa. Obrigada! Obrigada!!!!! 7 RESUMO FERREIRA; Niliane Elias Vidal Sussuarana. Coleta de Dados na UTI: reconstrução do histórico de enfermagem. 2007.73f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Biguaçu, Biguaçu/SC, 2007. Uma das principais funções da Enfermagem é assistir e prestar atendimento ao ser humano juntamente com uma equipe de saúde multidisciplinar, elaborando um plano adequado para sua assistência. A prática de Enfermagem apresenta-se interligada às políticas de saúde, aos fatores econômicos e institucionais do país, esta prática requer estruturação, sendo assim o cuidado deve ser organizado de maneira sistematizada. E a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), caracteriza-se pelo inter-relacionamento dinâmico de suas fases ou passos. Sendo esse processo dividido em seis fases ou passos: Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Plano Assistencial, Prescrição de Enfermagem, Evolução de Enfermagem e Prognóstico de Enfermagem. (HORTA, 1979). Esse trabalho aborda de forma ampla a primeira fase ou passo desse processo, que é o Histórico de Enfermagem. Tendo como objetivo a reconstrução do instrumento de coleta de dados (Histórico de Enfermagem) em suas implicações de eficiência na qualidade assistencial prestada na UTI. Os sujeitos da pesquisa foram os oito enfermeiros de uma UTI de um Hospital Público de médio porte da grande Florianópolis através de dados indiretos e diretos com os sujeitos da pesquisa. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas, na primeira etapa que foi desenvolvida no Arquivo Médico com os prontuários de pacientes internados na UTI. E na segunda etapa com a oficina de reconceituação do Histórico de Enfermagem. A metodologia utilizada nesse trabalho é uma pesquisa qualitativa, na modalidade convergente assistencial de Trentini e Paim (1999), sendo utilizado na fase de perscrutação para a obtenção de dados na primeira etapa do estudo a pesquisa documental. Esse tipo de pesquisa foi escolhido para poder dar a oportunidade de analisar os Históricos de Enfermagem, preenchidos pelo profissional Enfermeiro que se encontram nos prontuários dos pacientes internados na UTI de um hospital de médio porte da grande Florianópolis de 2000 a 2006. A análise nesse estudo foi feita a partir do Marco Referencial e literatura pertinente identificando nos dados obtidos diretamente e indiretamente dos participantes da pesquisa. A análise e discussão dos dados resultaram nas seguintes categorias: Desvelando o Histórico de Enfermagem, Responsabilidade Ética do (a) Enfermeiro (a) e Reconstruindo o Histórico de Enfermagem. Essa análise propiciou que às enfermeiras (o) repensarem a sua prática e a importância de cada item do Histórico de Enfermagem na sua prática assistencial, aos pacientes que são admitidos na UTI. Por meio da reconstrução do novo Histórico de Enfermagem será possível uma coleta de dados de forma mais direta proporcionando as Enfermeiras (o) uma avaliação mais precisa do paciente. Palavras-Chaves: Histórico de Enfermagem, Unidade de Terapia Intensiva e Sistematização da Assistência de Enfermagem. 8 ABSTRACT FERREIRA, Niliane Elias Vidal Sussuarana. Data Collection inside ICU: Nursery History Reconstruction. 2007. 83f. Graduation Concluding Research – Nursery Graduation, Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Biguaçu, Biguaçu/SC, 2007. One of the main objectives of Nursery is assisting and aiding humans together with a health team of various different professionals, which elaborates an adequate assistance plan. The Nursery practice presents itself integrated to health policies and to the country’s economic and institutional factors, it needs a structure and a systematized organization of the care. And the Nursery Assistance Systematization (NAS) is characterized by the dynamic interrelationship of its parts or steps. This process is composed of six parts or steps: Nursery History, Nursery Diagnosis, Assistance Plan, Nursery Prescription, Nursery Evolution and Nursery Prognosis (HORTA, 1979). This research broadly details the first part or step of the process, which is the Nursery History. The objective is to reconstruct the data collecting instrument (Nursery History) beside its efficiency implications on ICU’s assistance quality. The subjects of the research were eight nurses of a medium size public hospital’s ICU located in Florianópolis using indirect and direct data with them. The research was developed in two steps: the first one made in the Medic Archives with ICU patients’ records and the second one with the Nursery History reconception workshop. The methodology used was a qualitative research, following Trentini and Paim’s convergent assistance model (1999), being used in the investigation phase for data obtaining in the first step of the study, the documental research. This kind of research was chosen because it may give the opportunity to analyze the Nursery History, fulfilled by professional nurses, which can be found on ICU patients’ records inside this medium size hospital at Florianópolis from the year 2000 to 2006. The analysis was based on Reference Mark and pertinent literature identifying direct and indirectly in data taken from research participants. The analysis and discussion of those data resulted on the following categories: Revealing Nursery History, Nurses’ Ethics Responsibility and Nursery History Reconstructing. This analysis allowed nurses to rethink their practice and the relevance of each item of Nursery History inside their assistance practice for the patients admitted in ICU. With this reconstruction of the new Nursery History it will be possible to collect data in a more direct way, allowing the nurses a more precise diagnosis of the patients. Keywords: Nursery Systematization History, Intensive Care Unit, Nursery Assistance 9 SUMÁRIO 1 2 2.1 2.2 3 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA.............................................................. OBJETIVOS.................................................................................................. Objetivo Geral................................................................................................ Objetivos Específicos..................................................................................... REVISÃO DE BIBLIOGRAFIA...................................................................... Sistematização da Assistência de Enfermagem – (SAE) ............................ Processo de Enfermagem............................................................................. Unidade de Terapia Intensiva........................................................................ Assistência de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva..................... Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Terapia 10 14 14 14 15 15 16 22 23 Intensiva................................................................................................................. 4 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 5 METODOLOGIA DA PESQUISA.................................................................. 5.1 Contexto da Pesquisa.................................................................................... 5.2 Sujeitos da Pesquisa..................................................................................... 5.3 Coleta de Dados............................................................................................ 5.4 Análise dos Dados......................................................................................... 5.5 Preceitos Éticos............................................................................................. 6 PRÁTICA ASSISTENCIAL............................................................................ 7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS....................................................... 7.1 Desvelando o Histórico de Enfermagem....................................................... 7.2 Responsabilidade Ética do (a) Enfermeiro (a)............................................... 7.3 Reconstruindo o Histórico de Enfermagem................................................ 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA......................................................................... 25 27 30 31 31 32 33 34 36 39 39 56 59 65 68 ANEXOS APÊNDICES 1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA A Enfermagem como ciência tem como objetivo o alívio do sofrimento humano, o exercício da cidadania e o manejo de situações que requerem conhecimento e postura ética. Horta (1979, p. 29) conceitua a Enfermagem como: A ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência quando possível, pelo ensino do auto- cuidado; de recuperar , 10 manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais . Para tanto, uma das principais funções da Enfermagem é assistir e prestar atendimento ao ser humano juntamente com uma equipe de saúde multidisciplinar tendo como objetivo principal, manter o equilíbrio dos sistemas orgânicos, proporcionar conforto, disponibilizar de meios para o alívio da dor, prevenir complicações, elaborar um plano adequado para sua assistência e alta hospitalar e orientações aos seus familiares. Portanto, é necessário que haja uma abordagem crítica e elaborada para promover a discussão da realidade em que esses seres humanos se encontram. Em situações às quais os indivíduos internados em uma unidade de tratamento, há uma necessidade da utilização de cuidados específicos que busquem o bem estar. Sendo que tais circunstâncias decorrentes de situações críticas muitas vezes levam ao comprometimento de funções reversíveis ou irreversíveis. A prática de Enfermagem apresenta-se interligada às políticas de saúde, aos fatores econômicos e institucionais do país, à insuficiência de conhecimento técnico - científico de alguns profissionais, dentre vários outros. A má condução destes fatos propicia o desenvolvimento de um trabalho delineado por inseguranças, ansiedades e estresses. (BRESCIANI, 2002). Esta é uma prática que requer estruturação, sendo assim o cuidado deve ser organizado de maneira sistematizada. E a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), é utilizada como um processo, um método na prestação de cuidados com os pacientes com intuito de obtermos a melhora deste cuidado (COFEN, 2002). Para Possari (2005, p 76) a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é: ... um processo que objetiva a promoção, manutenção e recuperação da saúde do cliente e da comunidade, devendo ser desenvolvido pelo enfermeiro com base nos conhecimentos técnicos e científicos inerentes à profissão... Para sua implementação requer do enfermeiro interesse em conhecer o paciente como indivíduo, utilizando para isso seus conhecimentos e habilidades, além de orientação e treinamento da equipe de Enfermagem para a implementação das ações sistematizadas. O SAE é sistemático sendo constituído por etapas, que durante as quais possa potencializar a eficiência e atingir resultado. Este processo tem como 11 objetivos prestar assistência ao paciente de forma integral, sendo aperfeiçoado com o passar do tempo e atualizado a partir de estudos e bases científicas até os dias de hoje. Sua implementação é obrigatória nas instituições de saúde desde agosto de 2002, através de uma Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN, 2002). O processo de Enfermagem é a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas, visando à assistência ao ser humano. Caracteriza-se pelo interrelacionamento dinâmico de suas fases ou passos. Sendo esse processo dividido em seis fases ou passos: Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Plano Assistencial, Prescrição de Enfermagem, Evolução de Enfermagem e Prognóstico de Enfermagem. (HORTA, 1979). Entre as vantagens do processo de Enfermagem temos uma assistência de forma individualizada, que permite a aproximação do enfermeiro com o paciente, facilitando a continuidade da assistência que está sendo prestada, e a participação do paciente quando possível no planejamento desta assistência, e de todas as pessoas que estão envolvidas no tratamento (POSSARI, 2005). Esse trabalho aborda a primeira fase ou passo desse processo, que é o Histórico de Enfermagem em uma unidade de pacientes críticos que já utiliza este instrumento como coleta de dados. Assim, ao refletir o desenvolvimento da assistência nesta unidade é necessário implementar meios que possibilitem a melhor organização do cuidado. Este pensar o fazer terá inicio em uma primeira etapa do processo, pois ele possibilita a primeira visão completa do paciente, e se indica realizar o seu preenchimento na primeira hora de contato com o paciente quando possível, sendo necessário que exista uma avaliação permanente desse histórico, para garantir a eficácia do mesmo. Para Horta (1979, p.41), o Histórico de Enfermagem é denominado como: ...levantamento, avaliação e investigação que constitui a primeira fase do processo de enfermagem, que pode ser descrito como um roteiro sistematizado para a coleta e análise de dados significativos do ser humano, tornando possível a identificação de seus problemas. Já Possari (2005, p. 91) afirma que este documento consiste em: ... um roteiro sistematizado para o levantamento de dados que sejam significativos para a Enfermagem sobre o paciente, família 12 ou comunidade, a fim de tornar possível a identificação dos seus problemas ... A finalidade do histórico de Enfermagem segundo Gaidzinski, Kimura e Cianciarullo apud Possari (2005), é identificar os problemas, percepções e expectativas que demandem as ações de Enfermagem, conhecer os hábitos individuais que irão facilitar a adaptação do paciente na unidade de internação e no tratamento, estabelecer uma relação interpessoal. Além disso, tenta abranger de forma total o paciente nos seus aspectos biopsicossocioespiritual, individualiza a assistência de Enfermagem prestada ao paciente, avalia a evolução das condições do paciente para a detecção de alterações na sua situação de saúde-doença, esclarece as dúvidas no atendimento e aumenta o grau de satisfação do profissional de Enfermagem pelo contato direto com o paciente. Em decorrência dos avanços tecnológicos, é crescente o número de estudos que aumentam benefícios e a melhora do paciente, que se encontram em Unidades de Terapia Intensiva, que cada vez mais estão sendo ocupados por patologias ou agravos da modernidade tais como, acidentes automobilísticos, ferimento por arma de fogo, abuso de substâncias, traumatismo crânio encefálico, trauma raquimedular, dentre outros. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma unidade hospitalar destinada ao tratamento e ao cuidado de paciente que se encontra em situações críticas de saúde e corre risco de morte. E para que essas pessoas sejam cuidadas e tratadas é necessário que haja material, equipamentos especializados e, pessoal qualificado no ponto de vista técnico, científico e emocional (BRESCIANI, 2002). Marcon (2002) diz que a UTI tem como objetivo cuidar dos pacientes em estado grave, através da observação contínua da equipe de saúde com ajuda dos recursos tecnológicos. A Enfermagem permanece em contato direto com o paciente vinte e quatro horas, e é ela que observa as primeiras alterações no quadro clínico do paciente. Assim é importante que o conhecimento científico proporcione subsídios para justificar suas condutas que deverão ser tomadas onde estas muitas vezes são decisivas para a melhora ou agravo do paciente. (LEOPARDI, 2006). Para que isso aconteça é indispensável que haja uma supervisão sistemática pelo enfermeiro nos demais profissionais da equipe que poderão detectar 13 previamente complicações e também executar um plano adequado de cuidados específicos elaborado pelo enfermeiro e estabelecer uma relação de confiança com pacientes e familiares, já que sabemos que o processo de Enfermagem é indispensável para favorecer uma assistência integral e humanizada. A partir dessas considerações acredito ser importante a reconstrução do Histórico de Enfermagem que é utilizado pelos enfermeiros na Unidade de Terapia Intensiva como uma das etapas na reestruturação da Sistematização da Assistência de Enfermagem proposta pela coordenadora de Enfermagem de uma unidade localizada em um hospital de médio porte da grande Florianópolis. Diante deste desafio proposto pelo grupo de enfermeiros para a reestruturação do SAE nesta unidade surgiu a seguinte questão de pesquisa: quais os elementos de conteúdo e de forma que implica em maior eficiência da assistência no atual instrumento de coleta de dados (histórico de enfermagem) em uma UTI? Contudo na apresentação deste trabalho descrevo os objetivos no segundo capítulo. No terceiro capítulo descrevo a revisão de bibliografia que irá fundamentar a pesquisa, então no quarto capítulo contem o marco referencial, que serviu como apoio na formulação do problema da pesquisa. Sendo no quinto capítulo a metodologia da pesquisa, onde se encontra o contextualização da pesquisa, os sujeitos de pesquisa, a coleta de dados, análise dos dados e os preceitos éticos. Encontra-se no sexto capítulo um relatório da prática assistencial realizada no local da pesquisa e finalizando no sétimo capitulo descrevo as análises e discussão dos dados que aconteceram durante a pesquisa. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Reconstruir um instrumento de coleta de dados (Histórico de Enfermagem) em suas implicações de eficiência na qualidade assistencial prestada na UTI. 14 2.2 Objetivos Específicos - Cotejar os elementos do histórico de Enfermagem que excedem a estrutura proposta e os elementos que apresentam imobilizados nos prontuários examinados; - Analisar a legitimidade de uso quanto a adequação dos termos previstos no teor do instrumento de coleta de dados, o histórico de Enfermagem; 3 REVISÃO DE BIBLIOGRAFIA 3.1 Sistematização da Assistência de Enfermagem – (SAE) Segundo LEOPARDI (2006), sistematização da assistência de Enfermagem é a organização do trabalho, devido às fases do seu fluxo. Onde implica na definição do trabalho a ser realizado e no Processo de Enfermagem, que se dá inicio através de uma base teórica filosófica, o tipo de profissional requerido, técnicas, procedimentos, métodos, objetivos e recursos materiais para produção desse cuidado. 15 Neste aspecto a Resolução 272/2002 diz em seu texto que: a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza métodos e estratégias de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação as saúde do indivíduo, família e comunidade; [que] a institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro; [que] a implementação da SAE constitui, efetivamente melhora na qualidade da Assistência de Enfermagem, constituindo de consulta, cujos elementos são histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem (COFEN, 2002). Para Horta citada por Caetano e Bruggmann (2006), entre as funções do enfermeiro podemos considerar três áreas ou campos de ação distintos: a área especifica em assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas e torná-lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do autocuidado; a área de interdependência ou de colaboração com sua atividade na equipe de saúde nos aspectos de manutenção, promoção e recuperação da saúde; e a área social dentro de sua atuação como profissional a serviço da sociedade, função de pesquisa, ensino, administração, responsabilidade legal e de participação na associação de classe. 3.2 Processo de Enfermagem Processo é a sistematização de ações, no tempo e no espaço. Deve oportunizar a relação em um determinado tempo entre indivíduos e o meio nos diversos sistemas. Esta interação deve acontecer entre cliente e enfermeiro durante o cuidado. (LEOPARDI, 2006). Tem como objetivo principal guiar as ações de Enfermagem a serem tomadas com o propósito de auxiliar o cliente e satisfazer suas necessidades individuais. Sendo necessário buscar informações sobres as necessidades e as demais respostas do paciente aos processos vitais (idade avançada, gestação entre outros) doenças, traumas e defeitos. (BENEDET; BUB, 2001). 16 Para Caetano e Bruggmann (2006) o processo de Enfermagem serve como uma estrutura sistemática na qual o Enfermeiro busca e responde as informações clinicas, identifica e responde as questões que afetam a vida do paciente. Começa com a coleta de dois tipos de informação: dados subjetivos incluindo todas as informações obtidas por anamnese, entrevista e dados objetivos incluindo exame físico, bioquímico e diagnóstico. Processo de Enfermagem é para Horta (1979) a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano. Caracteriza-se pelo inter-relacionamento dinâmico de suas fases ou passos. Sendo esse processo dividido em seis fases ou passos: Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem. Plano Assistencial, Prescrição de Enfermagem, Evolução de Enfermagem e Prognóstico de Enfermagem. 3.2.1 Histórico de Enfermagem O Histórico de Enfermagem, ou levantamento de dados segundo LEOPARDI, é uma fase fundamental para o enfermeiro, onde a partir do histórico ele pode levantar hipóteses diagnósticas. Inicia-se pelo ato de revisar a situação do paciente com o propósito de conhecê-lo, introduzindo-se julgamento, observação, comunicação e previsão. Estes elementos fazem com que os enfermeiros possam determinar os diagnósticos de Enfermagem e propor um plano de cuidados. (LEOPARDI, 2006). Essa etapa de levantamento de dados configura o início do relacionamento com o ser humano e sua família, tendo por finalidade buscar conhecer o cliente e conseguir informações que possibilitem a continuidade do processo de Enfermagem. Quatro tipos de dados são coletados pela (o) enfermeira (o) durante a primeira fase do processo: dados subjetivos, objetivos, históricos e atuais. E os principais métodos utilizados para a coleta de informações são: a entrevista, a observação, o exame físico, os resultados de provas diagnósticas, a revisão de recursos informativos do prontuário e a colaboração de outros profissionais. (VIRGÍNIO; NÓBREGA, 2004). Para que se tenha um bom preenchimento com dados verdadeiros no histórico de Enfermagem, utiliza-se de preferência a entrevista informal, promovendo 17 uma interação enfermeira-paciente. É indispensável à apresentação pessoal, explicando-lhe o que vai se fazer e por que. O histórico deverá ser feito na admissão, isto é, no primeiro contato com o cliente (HORTA, 1979). Leopardi acredita que para se obter uma coleta de dados adequada o enfermeiro deve assegurar as condições para uma boa entrevista, lembrando que o individuo enfermo, está inseguro quanto à sua saúde, ambiente e às pessoas que o assistem. Somente a postura e o conhecimento do enfermeiro e, seu desejo de se apresentar como apoio e como presença verdadeiramente humana na situação de saúde poderá propiciar as condições para uma maior confiança e abertura do paciente (LEOPARDI, 2006). Geralmente, alguns enfermeiros apresentam dificuldades para dados subjetivos de forma completa no momento do preenchimento do Histórico, pois além de não conhecer o paciente suficientemente, ou ele está com dor ou qualquer forma de desconforto, cujo o alívio seria prioritário neste momento. Neste caso, a coleta destes dados podem ser repassadas pelos familiares ou pessoas próximas, pois a preocupação inicial é coletar as informações necessárias para a tomada de decisão, respeitando as prioridades. (BENEDET; BUB, 2001). O exame físico também faz parte da avaliação integral da Enfermagem, é realizado após se colhida a história de saúde do paciente. Essa história do paciente dá ao examinador, um perfil completo de sua saúde, que guiará todos os aspectos do exame físico. Ela ajuda a focalizar os órgãos e sistemas corporais que tem interesse especial para o paciente. Sendo que inspeção, palpação, percussão, ausculta e o uso de alguns instrumentos e aparelhos simples são designados na realização do exame físico (SMELTZER; BARE, 2002). Para Smeltzer e Bare (2002), a inspeção é a primeira parte do exame físico, compreende como uma observação detalhada e direcionada ao paciente, onde é realizada no primeiro momento de contato com o paciente. A inspeção deve continuar durante toda a história de saúde e do exame físico do indivíduo. Quando realizada corretamente, revela mais do que outras técnicas, caso a inspeção seja realizada de forma incompleta ou apressada pode não detectar detalhes importantes ou até poderá produzir achados falsos (COSENDEY et al, 2006). Para realizar a inspeção em uma área específica, certifique-se que ela se encontre exposta o suficiente e iluminada de forma adequada, em seguida 18 inspecione toda a área, observando pontos fundamentais e verificando o estado geral, e depois os pontos específicos, como cor, tamanho, localização, movimento, textura, simetria, odores e sons (COSENDEY et al, 2006). A palpação segundo Smeltzer e Bare (2002) é a parte principal do exame físico. Onde se podem palpar muitas estruturas corporais, mesmo não visíveis que poderão ser avaliadas pelo tato. Para Porto (2000), a palpação recolhe dados através do tato e da pressão. Este mesmo autor também refere que por intermédio da palpação se percebem modificações importantes de textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume, dureza, além da percepção de frêmito, recolhimento de flutuação, elasticidade, verificação da presença de edema e outros. A percussão é a técnica de dar piparores com os dedos ou as mãos de maneira rápida e precisa em superfícies corporais em geral, sobre o tórax e o abdome, para a produção de sons, detectarem sensibilidade ou para aliviar reflexos (COSENDEY et al, 2006). Porto (2000) se baseia no principio que ao golpear qualquer ponto do organismo, vai originar vibrações de características próprias de acordo com a intensidade, timbre e tonalidade, na dependência da estrutura anatômica percutida. A técnica de percussão é a tradução da aplicação da força física em som. A ausculta é a última etapa do exame físico, consiste na técnica para audição de diferentes sons, produzidos pelo corpo, advindos da respiração, do coração e do intestino, com o auxílio de um estetoscópio (SMELTZER; BARE, 2002). O som que é auscultado é resultante da movimentação de ar ou líquido. Você poderá ouvir sons corporais pronunciados, como sibilos (chiados respiratórios) ou o ronco do estômago, com razoável facilidade, mas necessitará de um estetoscópio para ouvir sons mais suaves (COSENDEY et al, 2006). Os instrumentos utilizados para a coleta de dados devem ser encarados de um ponto de vista que contemple o aspecto dinâmico da assistência de Enfermagem, que implica na necessidade de considerá-los sempre como não definitivos nem encerrados, necessitando de reavaliação e aperfeiçoamento constantes. Considera-se que o instrumento de coleta de dados deve refletir um pouco da cultura da instituição em que será aplicado, demonstrar a filosofia de trabalho adotada e as crenças de suas enfermeiras sobre a assistência de Enfermagem. (VIRGÍNIO; NÓBREGA, 2004). 19 3.2.2 Diagnóstico de Enfermagem Para Horta o diagnóstico é a segunda fase do processo de Enfermagem, portanto, analisando os dados colhidos no histórico de Enfermagem são identificados os problemas. Estes, em uma nova análise levam à identificação das necessidades básicas afetadas e do grau de dependência do paciente em relação à Enfermagem, para o planejamento do seu cuidado (HORTA, 1979). O diagnóstico de Enfermagem segundo NANDA, 1991, p. 65 apud NANDA, 2006, diz que é: “ um julgamento clínico sobre a resposta de um indivíduo, uma família ou uma comunidade com relação a problemas de saúde reais ou potenciais/ processos de vida que fornecem a base para uma terapia definitiva que busca alcançar resultados nos quais a enfermagem é necessária”. Na década de 80, enfermeiras americanas assumiram o compromisso de estabelecer as características e condições para o diagnóstico de Enfermagem, fundaram a North Americam Nursing Diagnosis Association (NANDA), evoluíram de uma lista alfabética para um sistema conceitual que guia a classificação dos diagnósticos em uma taxonomia. (LEOPARDI, 2006). Uma taxonomia é um sistema de classificação que objetiva classificar itens distintos em categorias significativas organizando os componentes de conhecimento em unidades coerentes de informações relacionadas. Algumas das razões para estabelecer taxonomias são ajudar a identificar o que se conhece sobre um campo de estudo, descobrir que lacunas existem no conhecimento, prestar uma linguagem comum que aumente a comunicação entre colegas e facilitar a codificação de informações padronizadas para uso em banco de dados (SMELTZER; BARE, 2002). A estrutura do Diagnóstico de Enfermagem é multiaxial, ou seja, é estabelecido por dois enunciados, cada qual com uma série classificatória, em uma adaptação própria. O propósito da NANDA é desenvolver, refinar e promover a taxonomia terminológica dos diagnósticos de Enfermagem, para uso geral das enfermeiras, no entanto, não é necessário que estejamos regulados por essa taxonomia, a menos que nossos órgãos de classe o determinem. (LEOPARDI, 2006). 20 O diagnóstico permite fixar as observações, apontar a direção da ação, identificar necessidades, problemas, preocupações ou respostas humanas, a partir de análises dos dados coletados, para extrair conclusões importantes para os cuidados. Vincula a coleta de dados ao planejamento, o que demanda julgamento. O diagnóstico de Enfermagem descreve problemas de saúde atuais ou potenciais que os enfermeiros podem tratar, com modos terapêuticos específicos (LEOPARDI, 2006). 3.2.3 Plano de Cuidado e Prescrição de Enfermagem Plano de Cuidado e Prescrição de Enfermagem é a proposição de Cuidados Terapêuticos, trata-se da determinação de ações específicas de Enfermagem e envolve o estabelecimento de objetos, julgamentos de prioridades e designação de métodos, fixação de resultados com o enfermo, para corrigir, reduzir ou evitar problemas, definição de ações e de executores (LEOPARDI, 2006). A forma de apresentação irá variar de acordo com a metodologia empregada, se for usado o plano de cuidado este deverá ser precedido da enumeração dos cuidados prioritários e obedecerá à disposição, quando possível. Já a prescrição de Enfermagem deverá ter como base os cuidados prioritários, mesmo que estes não estejam escritos; poderá existir uma folha somente para a prescrição de Enfermagem ou esta usará a própria folha de prescrição médica, desde que seja norma estabelecida pela instituição (HORTA, 1979). Paim apud Horta (1979) afirma que a prescrição deve ser redigida com um objetivo operacional e o verbo utilizado sempre no infinitivo, traduzindo a ação correspondente ao nível de dependência de Enfermagem. 3.2.4 Evolução de Enfermagem É o relato diário ou periódico das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano enquanto estiver sob assistência profissional. A evolução é em síntese, uma 21 avaliação global do plano de cuidados, prescrição de Enfermagem implementada (HORTA, 1979). Para Leopardi, na evolução constata-se que a condição do enfermo, família ou comunidade teve melhora, estabilizou ou piorou. Se a reação é estável ou de melhora, o enfermeiro pode considerar que suas ações atingiram os objetivos em termos de resolução de problemas. Contudo, se houve piora ou estabilidade, o enfermeiro deve rever suas informações, diagnóstico, prescrição e objetivos para detectar equívocos lógicos, ou de percepção. Neste caso, há uma comparação entre a situação observada na avaliação com outra situação anterior (LEOPARDI, 2006). 3.2.5 Prognóstico de Enfermagem É a estimativa da capacidade do ser humano em atender a suas necessidades básicas após a implementação do plano de cuidado ou prescrição de Enfermagem e à luz dos dados fornecidos pela evolução de Enfermagem. Um bom prognóstico é aquele que leva ao auto-cuidado, portanto, à independência da Enfermagem; um prognóstico sombrio é aquele que se dirige para a dependência total. É também meio de avaliação do processo em si, mede todas as fases e chega a uma conclusão. (HORTA, 1979). 3.3 Unidade de Terapia Intensiva Para Knibel (2004), as Unidades de Terapia Intensiva foram organizadas para concentrar recursos humanos e tecnológicos em um determinado ambiente para tratamento de indivíduos com agravos clínicos e ou cirúrgicos com risco de vida, mas com viabilidade de melhora. O conceito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, idealizada como Unidade de Monitoração de paciente grave através da enfermeira Florence Nightingale, quando ela buscou um método para observar continuamente pacientes graves, onde se concluiu que era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial (NASCIMENTO, 2005). 22 Esta autora diz que os pacientes eram classificados de acordo com o grau de dependência, deixando que os mais graves ficassem próximos aos locais de trabalho das enfermeiras, onde facilitaria a vigilância contínua e oferecia melhores cuidados (NASCIMENTO, 2005). Então com a evolução da ciência e os avanços cirúrgicos, se observou uma grande necessidade de propiciar um melhor cuidado de pacientes graves, assim, a Enfermagem começa a adquirir responsabilidades especificas para a realização deste trabalho (NASCIMENTO, 2005). Sendo assim, Fairman apud Nascimento (2005, p. 24) diz que, ... as enfermeiras tradicionalmente protegiam seus pacientes criticamente doentes de dois modos: pela observação intensiva ou vigilância atenta, e pela triagem dos pacientes, a escolha, o agrupamento e o arranjo espacial dos pacientes de acordo com sua estabilidade fisiológica. Estas práticas requeriam mais das enfermeiras do que apenas o uso do senso comum. As enfermeiras aplicavam seus conhecimentos e suas habilidades intuitivas para implementar a triagem e manter a intensa observação dos pacientes. As Unidades de Terapia Intensiva tiveram na década de 50 um reconhecimento formal de sua necessidade, quando intensificou a procura em busca do aparato tecnológico que pudesse atender melhor o paciente crítico (NASCIMENTO, 2005). Houve então uma evolução significativa da tecnologia para apoio e atenção desses pacientes. Surgindo assim, ventiladores mecânicos, monitores cardíacos, que foram fazendo parte do cenário assistencial da Enfermagem, estimulando os enfermeiros a aprimorar e combinar suas habilidades à manipulação destas novas tecnologias que visavam melhorar o atendimento dos pacientes (ANTUNES, 2006). Esses atendimentos não dependem de uma só pessoa, mas do trabalho de uma equipe humana que deverá ser coordenada corretamente. Onde os diferentes membros dessa equipe multiprofissional colaborem efetivamente no desenvolvimento das atividades junto ao cliente e na concretização dos alvos propostos (NASCIMENTO, 2005). Marcon (2002) descreve a UTI como um determinado ambiente cujo objetivo é cuidar dos pacientes em estado grave, através da observação contínua da equipe de saúde com ajuda dos recursos tecnológicos. 23 Com todos o aparato existente nas Unidades de Terapias Intensivas e a grande quantidade de procedimentos a que são submetidos os pacientes que ali se encontram, Koizumi et al citado por Nascimento (2005, p. 25) descreve o ambiente da UTI como “um dos mais agressivos e traumatizantes”. Mesmo sendo um local ideal para atendimento de pacientes agudos graves recuperáveis, a UTI é uma unidade que possui tecnologia avançada e sofisticada, bem como recursos humanos qualificados para a resolução dos problemas de pacientes críticos com eficiência e eficácia, parece ser um dos ambientes mais tensos e hostis do hospital tanto para os clientes e seus familiares quanto para a equipe de saúde (SHIMIZU; CIAMPONE, 2002). 3.4 Assistência de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva O cuidar em Enfermagem consiste em evidenciar esforços transpessoais de um ser humano para outro, visando proteger, promover e preservar a humanidade, ajudando pessoas a encontrar significados na doença, sofrimento e dor, bem como, na existência. É ainda, ajudar outra pessoa a obter auto-conhecimento, controle e auto cura, quando então, um sentido de harmonia interno é restaurado, independentemente de circunstâncias externas. (SOUZA et al, 2005). A assistência de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva é uma especialidade em constante crescimento, em termos de conhecimento científico, tecnológico e administrativo. A multiplicidade de patologias dentro das várias especialidades médicas que podem vir com internações em Unidade de Terapia Intensiva, o avanço tecnológico dos equipamentos utilizados na monitorização e no suporte avançado de vida, gerenciamento de pessoal e custos envolvidos no trabalho com o paciente gravemente enfermo, exigem do profissional de Enfermagem uma constante motivação e atualização (PEREIRA JÚNIOR et all, 1999). A Enfermagem de Terapia Intensiva está diretamente envolvida com cuidado direto ao paciente, com a monitorização dos sinais vitais, procedimento nãoinvasivos e invasivos, preparo e administração de medicamentos, administração da unidade e na dinâmica de funcionamento da mesma (AMIB, 2007). 24 A experiência no cuidado do paciente está voltada para atender às necessidades humanas básicas, com o objetivo de assegurar uma assistência de Enfermagem adequada, visando a prevenção de complicações, a manutenção das funções vitais e a segurança do paciente (PEREIRA JÚNIOR et al, 1999). Estes mesmos autores enfatizam que o sucesso da assistência na Terapia Intensiva dependerá das atividades desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar com objetivos comuns, devidamente treinada e capacitada para oferecer um suporte avançado de vida a esse paciente dentro de um conjunto de conhecimento, equipamentos, habilidades técnicas e humanas, que estão em constante aperfeiçoamento e desenvolvimento necessitando de um processo de educação permanente (PEREIRA JÚNIOR et al, 1999). O enfermeiro tem um papel importante no planejamento da assistência, devendo dar continuidade ao cuidado através de uma avaliação diária e sistematizada, efetuando intervenções precisas durante o atendimento (PEREIRA JÚNIOR et al, 1999). Souza et al (2005) descreve o cuidado de Enfermagem em Terapia Intensiva como a essência da profissão e pertence a duas esferas distintas: uma objetiva, que se refere ao desenvolvimento de técnicas e procedimentos, e uma subjetiva, que se baseia em sensibilidade, criatividade e intuição para cuidar de outro ser. Para estes autores, entre os elementos essenciais que fazem a diferença do cuidado estão a forma, o jeito de cuidar, a sensibilidade, a intuição, o “fazer com”, a cooperação, a disponibilidade, a participação, o comprometimento, o estabelecimento de limites, a confiança mútua, a percepção da existência do outro, o toque delicado, o respeito ao silêncio, o calor humano e o sorriso (SOUZA et al, 2005). A admissão de pessoal de Enfermagem para trabalhar em Unidades de Terapia Intensiva deve levar em conta não somente a competência técnica do indivíduo, mas os princípios de disciplina, ética e responsabilidade profissional. Essa equipe tem que estar apta a responder por suas ações no que se refere à esfera das funções e deveres no trabalho. Deve, também, estar constantemente motivada e num processo de melhora do nível profissional (PEREIRA JÚNIOR et al, 1999). 3.5 Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva 25 A Enfermagem e cuidados intensivos requerem uma capacidade de lidar com situações cruciais, com uma velocidade e precisão. Sendo assim a sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) é um importante instrumento de trabalho, que permiti ao enfermeiro autonomia para solucionar os problemas relacionados aos pacientes. Onde o SAE representa um instrumento que possibilita uma assistência de Enfermagem adequada e com mais qualidade para os pacientes (SHIMIZU; CIAMPONE, 2002). O processo de Enfermagem (PE) é considerado como a base de sustentação da SAE, onde é constituído por fases ou etapas que vão envolver a identificação os problemas de saúde do paciente, o delineamento do diagnóstico de Enfermagem, a construção de um plano de cuidado, a implementação das ações planejadas e a avaliação (BITTAR; PEREIRA; LEMOS, 2006). Segundo Hudak e Gallo (1997), o processo de Enfermagem serve como uma estrutura sistemática para o enfermeiro (a) buscar informações relacionadas ao paciente, indicações clínicas e identifica e responde as questões voltadas ao paciente. O processo de Enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva começa da mesma maneira que nos outros processos realizados em outras unidades, se inicia com a coleta de dois tipos de informações: os dados subjetivos, que inclui informações obtidas por anamnese e entrevista quando o paciente ou algum acompanhante passa as informações. E os dados objetivos incluem informações obtidas pelo exame físico, valores laboratoriais e exames diagnósticos (HUDAK; GALLO, 1997). A partir dos dados coletados e analisados, o próximo passo é determinar os diagnósticos de Enfermagem, onde a etapa seguinte determinará as intervenções de Enfermagem e os resultados esperados. As intervenções deverão ser específicas para orientar o tratamento, e os resultados descrevem de forma clara o comportamento do paciente, que indicará se o objetivo foi atingido de forma satisfatória (HUDAK; GALLO, 1997). Assim a Enfermagem tem como um instrumento a SAE, que é uma forma de tornar a Enfermagem mais científica, promovendo um cuidar mais humanizado, contínuo, aumentando a qualidade do atendimento que é prestada para o paciente. 26 4 REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico de uma pesquisa consiste de uma abordagem que vai dar apoio na formulação do problema da pesquisa, na interpretação, análise e na discussão dos achados. Então a escolha do referencial teórico, precisa estar em harmonia com o tema da pesquisa, para que cada fase seja bem elaborada (TRENTINI; PAIM, 2004). Para abordagem norteadora desta pesquisa utilizei como embasamento teórico a Enfermeira Wanda de Aguiar Horta (1979) que tem como marco conceitual à Teoria das Necessidades Humanas Básicas. Segundo Leopardi (2006), a teoria de Horta é fundamentada em uma abordagem humanista e empírica, baseada na 27 Teoria da Motivação Humana de Maslow. Onde o ser humano faz parte integral do universo, e a partir daí surge os estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço, sendo que os seres humanos têm as necessidades básicas, e buscam satisfazer este processo integral (LEOPARDI, 2006). Para Horta apud Leopardi (2006, p. 191) o foco do trabalho em Enfermagem é: ... levar o ser humano ao estado de equilíbrio, ou seja, à saúde, pelo atendimento de suas necessidades básicas, constituídas conceitualmente como problemas de Enfermagem. O enfermeiro tem como responsabilidade avaliar as necessidades não cobertas por ações do próprio paciente, para supri-las com os cuidados planejados de acordo com o grau de dependência do mesmo. Os pressupostos que Horta define como princípios são: A Enfermagem mantém e respeita a unicidade, autenticidade e individualidade do ser humano; a Enfermagem é prestada ao ser humano e não à sua doença ou desequilíbrio; todo cuidado de Enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação; a Enfermagem reconhece o ser humano como membro de uma família e de uma comunidade; a Enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo do seu auto- cuidado (LEOPARDI, 2006, p. 192). Com base nos princípios da teoria de Horta decorrem conceitos que fundamentam essa teoria sendo assim vou destacar alguns desses conceitos: 1. Enfermagem: é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência quando possível, pelo ensino do auto- cuidado; de recuperar , manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais (HORTA, 1979, p. 29). A Enfermagem atua de diferentes maneiras para que haja uma assistência adequada para o ser humano torna-se independente no seu auto-cuidado, mesmo sendo com um conhecimento cientifico ou empírico que estão integrado a sua essência para manter indispensável, primordial e disciplinar a assistência adequada que mantém equilibradas as necessidades humanas básicas que são indispensáveis para obtenção da qualidade de vida do ser humano (CAETANO; BRUGGMANN, 2006). 28 Nesta pesquisa Enfermagem cuida do paciente de forma integral baseado nas suas necessidades humanas básica utilizando o conhecimento cientifico e instrumentações que possibilitam sua avaliação continua com o objetivo de torná-lo independente no seu auto-cuidado. 2. Ser Humano: é parte integrante do universo dinâmico e como tal sujeito a todas as leis que o regem no tempo e no espaço. Está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia. Distingue-se dos demais seres por sua capacidade de reflexão, por ser dotado do poder de imaginação e simbolização e poder unir presente, passado e futuro. Essas características permitem sua unicidade, autenticidade e individualidade. Também é agente de mudanças, causando equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio dinamismo (HORTA, 1979, p. 28). O ser humano está sendo representado nessa pesquisa como o profissional Enfermeiro que está atuando na UTI realizando o processo de Enfermagem, de maneira que o faz possuir atribuições, direitos e deveres para manter o seu meio em plena harmonia. Contribuindo para o crescimento profissional e desenvolvimento da profissão, fazendo com que cada vez mais desenvolva o dom de cuidar e proteger os que necessitam de seus cuidados. Para Horta apud Leopardi (2006, p. 195) o conceito de necessidades humanas torna-se fundamental para o planejamento de cuidados: Necessidades psico- biológicas “são aquelas relacionadas com o corpo físico do indivíduo, tais como oxigenação, alimentação, eliminação, sono e repouso, higiene...” (LEOPARDI, 2006). Necessidades psico- espirituais “são aquelas que derivam dos valores e crenças dos indivíduos, tais como opção por uma maneira de encarar a doença e o tratamento, o apoio espiritual dos que compartilham suas crenças, espaços para expressar suas crenças...” (LEOPARDI, 2006). Necessidades psico- sociais “são aquelas relacionadas com sua vivência com os outros seres humanos, em sua família, nas instituições sociais e políticas, desde ter direito à privacidade, ao lazer, ao trabalho, até a participação de grupos de vivências, partidos políticos...” (LEOPARDI, 2006). 29 Contudo sabe-se que para a maioria dos enfermeiros é uma tarefa complexa um planejamento da assistência levando em conta toda essas necessidades humanas, pois muitas vezes o cuidado está somente voltado para a doença, não englobando as três necessidades. Tornando mais difícil a recuperação do paciente, pois o cuidar está sendo realizado de forma incompleta, deixando de lado na maioria das vezes as necessidades psico-espirituais e sociais, fazendo com que o desequilíbrio no qual o paciente se encontra demore um tempo maior para se equilibrar. Necessidades Humanas neste estudo representa os dados necessários para sistematizar e individualizar as ações de Enfermagem em um instrumento de coleta de dados, o Histórico de Enfermagem. 5 METODOLOGIA DA PESQUISA A metodologia utilizada para esse trabalho foi à pesquisa qualitativa, na modalidade convergente assistencial, sendo utilizado na fase de perscrutação para a obtenção de dados na primeira etapa do estudo a pesquisa documental. A pesquisa qualitativa permite que o delineamento tenha evolução durante o percurso do projeto. Esta característica se aplica a diversas áreas por ser flexível, e ajustável durante a coleta de dados. Permite o envolvimento de várias estratégias para coleta de dados e o envolvimento intenso do pesquisador no campo de estudo passando a torná-lo instrumento da pesquisa. Finalmente, possibilita que os dados sejam analisados constantemente formulando métodos que determinam o encerramento do trabalho de campo (POLIT, BECK, HUNGLER, 2004). 30 A modalidade convergente assistencial caracterizada por Trentini e Paim (1999) como um método que permite o envolvimento dos sujeitos no processo ativo de pesquisa com intenção de solucionar o problema em estudo dentro da sistematização da prática assistencial, que se baseia no pensar concomitantemente com o fazer. Toda pesquisa do tipo convergente assistencial cobre duas classes de resultado ligado ao processo: a ligada ao problema enfocado e a ampliação do resultado em processo de modo a explicitar seus reflexos na qualidade da assistência desenvolvida no âmbito de atuação da pesquisa. (TRENTRINI; PAIM, 1999). Já a pesquisa documental é caracterizada pela fonte que os dados são retirados, onde esses dados estão restritos a documentos, escritos ou não, que se denomina fontes primárias. Estas poderão ser recolhidas no momento em que o fato ou fenômeno aconteceu ou após (MARCONI; LAKATOS, 1999). Esse tipo de pesquisa foi escolhido para poder dar a oportunidade de analisar os Históricos de Enfermagem (Anexo 1), preenchidos pelo profissional Enfermeiro que se encontram nos prontuários dos pacientes internados na UTI de 2000 a 2006 no Arquivo Médico de um hospital geral na realização da primeira etapa do processo de Enfermagem. 5.1 Contexto da Pesquisa A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas, na primeira etapa que foi desenvolvida no Arquivo Médico com os prontuários de pacientes internados na UTI de um Hospital Público de médio porte da grande Florianópolis. E na segunda etapa com os Enfermeiros que fazem parte do quadro de funcionários desta UTI. Este hospital é um órgão publico pertencente à Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina, que foi inaugurado em 1966 para atendimento ambulatorial e hospitalar dos servidores públicos estaduais. Com uma área de quinze mil metros quadrados, onze pavimentos, consta com cento e setenta e seis leitos. É Centro de 31 Referencia em Neurotraumatologia, UTI, Cirurgia Bariátrica e Oncologia para todo o Estado de Santa Catarina1. A UTI deste hospital é referência no Estado de Santa Catarina no que diz respeito ao atendimento a pacientes neurológicos que necessitam de intervenção cirúrgica e/ ou clínica, mas também presta assistência a clientes com outras intercorrências. Localiza-se no terceiro andar, próximo ao Centro Cirúrgico, Centro de Material e Esterilização e Laboratório de plantão. Possui doze leitos e dois isolamentos, sendo que destes, quando há necessidade de um isolamento é necessário desativar dois leitos da UTI por falta de profissional de Enfermagem1. A escolha do local para o desenvolvimento deste projeto foi motivada pelo fato desta unidade utilizar duas etapas do Processo de Enfermagem, e o fato dos oito enfermeiros desta unidade estarem iniciando uma reestruturação deste processo. 5.2 Sujeitos da Pesquisa Para Trentini e Paim (1999), na modalidade convergente assistencial a amostra deverá ser constituída por sujeitos envolvidos no problema e que tenham condições de contribuir para o processo. Nesta perspectiva, os sujeitos da pesquisa foram os oito enfermeiros de uma UTI de um hospital de médio porte através dos dados indiretos colhidos nos Históricos de Enfermagem nos Prontuários dos pacientes e na participação em uma oficina de reconceituação deste instrumento. O critério de seleção é ser enfermeiro desta unidade, aceitar participar do estudo e assinar o Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A). Foram oito enfermeiros que aceitaram a participar do estudo. Desta maneira consta em anexo à autorização da Comissão de Ética da instituição para o desenvolvimento desta pesquisa (Anexo 2). Foi garantido o respeito ao indivíduo, seus valores sociais, culturais, morais e religiosos, bem como o anonimato através de pseudônimos que foram escolhidos através das Necessidades Humanas Básica, da Teoria de Wanda de Aguiar Horta, 1 1 Dados obtidos no Serviço de Arquivo Médico e Estatística do H.G.C.R em junho de 2007. 32 tais como: Integridade Cutâneo - Mucosa, Hidratação, Alimentação, Oxigenação, Sono e Repouso, Eliminação, Locomoção e Regulação. 5.3 Coleta de Dados A operacionalização deste estudo aconteceu em duas etapas. A etapa inicial foi a partir do preenchimento de um Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem (Apêndice B) arquivados nos prontuários dos pacientes internados na UTI de janeiro de 2000 a dezembro de 2006 onde foram listados alguns tópicos para análise deste instrumento. A escolha foi intencional já que os prontuários tinham o registro no Livro de Registro e Internação da Unidade e neste prontuário localizado no Arquivo Médico do hospital, devia ter o histórico de Enfermagem preenchido por um dos enfermeiros desta unidade. Logo em seguida entre os prontuários que se enquadram neste perfil foram escolhidos aleatoriamente três prontuários mensalmente no período determinado, totalizando 252 prontuários. Na 2ª etapa foi realizados uma oficina com os enfermeiros que fazem parte do quadro de funcionários da UTI, a partir dos dados coletados na primeira etapa com o objetivo de analisar estes dados e assim fizemos a reconstrução do histórico de Enfermagem que eles utilizam na UTI. Esta oficina foi estruturada levando em conta o conhecimento e experiência destes profissionais. Para o registro das informações desta oficina utilizei um Diário de Campo. 5.4 Análise de Dados Na fase de interpretação dos dados a pesquisa convergente assistencial conta com três processos sendo: a síntese fase onde se analisa o que é associável conforme o que é variável. Na fase de teorização é desenvolvida uma fundamentação teórica na qual permitirá estratégias que levem ao alcance do desenvolvimento do processo, e no processo de transferência o pesquisador obtém 33 os resultados e achados onde busca situações correlacionadas para entendê-las e assim elaborar a adaptação, ou seja, nesta fase a pesquisa convergente assistencial enfoca o problema e amplia os resultados deste processo visando a melhora na prática assistencial (TRETINI; PAIM, 1999). Segundo Trentini; Paim (2004, p. 24): ... a pesquisa convergente assistencial, sempre requer participação ativa dos sujeitos da pesquisa: está orientada para a resolução ou minimização de problemas na prática ou para a realização de mudanças e ou introdução de inovações nas práticas de saúde o que poderá levar à construções de teóricas; portanto a pesquisa convergente é compreendida e realizada em articulação com as ações que envolvem pesquisadores e demais pessoas representativas da situação a ser pesquisada numa relação de cooperação mútua. Trentini e Paim (1999) colocam que para pesquisadores iniciais, a fase de análise e interpretação dos dados deve ser realizada concomitantemente com a assistência, coleta e análise de informações, com a finalidade de realizar interpretações que revele discordâncias que possam sofrer intervenções mais precisas no decorrer da assistência. A análise nesse estudo foi feita a partir do Marco Referencial e literatura pertinente, identificando nos dados obtidos diretamente e indiretamente dos participantes da pesquisa. A síntese aconteceu a partir dos resultados intermediados pelas associações e variações de informações possibilitando a teorização com referencia a temática em questão. 5.5 Preceitos Éticos Durante o desenvolvimento da pesquisa obedeci as exigências preconizadas pela Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde, sendo que essa resolução apresenta quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça. Além desses referenciais, a Resolução 196/96 visa assegurar os direitos e deveres correspondentes à comunidade científica, aos sujeitos de pesquisa e ao Estado (BRASIL, 2007). 34 O cuidado com as questões éticas foi tomado desde o procedimento de coleta e analise dos dados, incluindo medidas de confidencialidade e sigilo das informações. Inicialmente encaminhamos um oficio ao Diretor Geral do Hospital solicitando a liberação do local para o desenvolvimento dessas atividades, assim como sua permissão para a pesquisa nos prontuários no arquivo médico, (Apêndice C). Os sujeitos envolvidos na pesquisa estão incluídos conforme o Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A) onde fica garantido o respeito ao individuo, seus valores sociais, culturais, morais e religiosos, bem como o anonimato como preconiza a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Estes participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ficando de posse de uma das cópias com os dados gerais da pesquisa e de sua responsável. Também foram informados que os mesmos poderiam interromper o estudo caso achassem necessário. Quando falamos em pesquisa com seres humanos, antecipam-se conceitos fundamentais da bioética como o princípio da beneficência e não maleficência que poderia ser considerada por dois únicos objetivos os de ajuda ou não causar dano (BRASIL, 2007). Outro princípio fundamental neste trabalho é o da autonomia, onde a capacidade do individuo em se autodeterminar é inerente em todos os seres e deve ser preservado. Para isto devemos estar preparados para entender os atos e ações do outro no seu ser e agir. (SCHNEIDER et al, 1996). 35 6 PRÁTICA ASSISTENCIAL Este capítulo tem como finalidade descrever a prática assistencial relacionada a esta pesquisa desenvolvida durante o Estágio Curricular Supervisionado de 180 horas que foram realizadas no período de 31 de julho a 31 de agosto de 2007, no Arquivo Médico e na UTI de um Hospital Público de médio porte da grande Florianópolis. Onde o objetivo deste Estágio foi vivenciar e acompanhar a utilização do instrumento, Histórico de Enfermagem na UTI onde se pode ter subsideos para coleta e análise dos dados necessários para a reconstrução deste Histórico de Enfermagem em suas implicações de eficiência na qualidade assistencial conforme preconiza a modadlidade convergente assistencial. Para Carraro apud Herbert et all (1997), o Histórico de Enfermagem é um instrumento individualizado que requer da Enfermeira, responsabilidade, 36 competência e conhecimento técnico - cientifico, para ser capaz de identificar com precisão os problemas e o grau de comprometimento para a saúde de cada paciente. As atividades desenvolvidas durante o Estágio aconteceram na primeira semana no período matutino, onde realizava a assistência aos pacientes que estavam internados na UTI, com supervisão da Enfermeira da unidade. Realizava procedimentos específicos da Enfermeira como passagem de sondas nasogastricas, sondas vesicais, curativos, gasometrias arterial, evoluções de Enfermagem, admissão de pacientes e preenchimento dos Históricos de Enfermagem (Anexo 1) entre outras atividades de rotina da unidade. Na segunda semana de estágio houve uma troca de horário, passei para o turno vespertino, pois a maioria das admissões da unidade aconteciam neste período, o que facilitaria o preenchimento do Histórico de Enfermagem que a unidade utiliza. Para que eu pudesse iniciar o preenchimento dos Históricos foi necessário que eu estudasse o dados utilizados nestes Históricos para que eu pudesse me familiarizar e tirar as dúvidas que surgiriam após o contato com os mesmos. Percebi então que a maioria dos Históricos haviam muitos dados que não eram preenchidos ou estavam incompletos, que deixavam margens para várias interpretações para os profissionais que iriam manipular o mesmo. Na UTI, deste hospital o Histórico de Enfermagem é preenchido pelos enfermeiros, e como o paciente crítico evolui muito rapidamente, estes profissionais têm como forma de trabalho o preenchimento do histórico até uma hora depois da internação e, as alterações que ocorrem depois deste horário com este paciente é registrado por meio da evolução de Enfermagem em cada turno de trabalho. Então com o inicio do preenchimento dos Históricos, as dúvidas e as dificuldades tornaram o principal inimigo para a realização de forma correta e para o preenchimento dos dados mais importante e necessários no Histórico, mais com o auxílio da professora do campo de estágio e da orientadora as dúvidas e as dificuldades foram sendo sanadas proporcionando um preenchimento de forma correta e dados com legibilidade. Na quarta semana do estágio comecei a coleta de dados da pesquisa após o consentimento formal do Comitê de Ética, que aconteceu duas vezes na semana no período matutino no Arquivo Médico com os prontuários dos pacientes que haviam 37 sido internados na UTI no período de 2000 a dezembro de 2006 sendo preenchido o Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem (Apêndice B). Em seguida entre os prontuários que se enquadraram no perfil optado na pesquisa foram escolhidos aleatoriamente três prontuários mensalmente no período determinado, totalizando 252 prontuários. E os demais dias continuava prestando assistência de Enfermagem e preenchendo os Históricos com os pacientes que internavam no período vespertino na UTI. Sendo que, prontuário do paciente é definido pelo Conselho Federal de Medicina, Resolução nº 1.638/2002, como: ... documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo (POSSARI, 2005). Com o inicio da coleta de dados surgiram algumas dificuldades, pois os prontuários do ano de 2000 os Históricos de Enfermagem que foram preenchidos pelo Enfermeiras (o) tinham uma outra formatação, anterior a que estava sendo utilizada na unidade. Além disso, houve dificuldade para o seu entendimento na coleta dos dados pela ilegibilidade da grafia e devido ao tempo que foram preenchidos. Outras dificuldades como números incorretos de prontuários, prontuários que tinham os históricos preenchidos por minha orientadora, que é enfermeira desta unidade e que por questão ética não entraram como dados da pesquisa, pacientes que foram a óbito, pacientes que não havia número de prontuário e prontuários sem o Histórico de enfermagem tornaram-se pontos de dificuldades para a coleta e análise de dados. Foi muito importante a realização dessa prática, pois possibilitou a aquisição de experiência acadêmica, proporcionando um encontro com a diversidade, e deu os subsídios necessários para a análise dos dados coletados nos históricos de Enfermagem para a reconstrução do Histórico de Enfermagem desta UTI. 38 7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS A necessidade de avaliar as condições e o grau de gravidade que os pacientes são admitidos na UTI requer que os Enfermeiros utilizem um “Instrumento” para a coleta de dados que favoreça a elaboração de um atendimento específico para cada paciente, sendo então este instrumento o Histórico de Enfermagem. Desta maneira é necessário que a anamnese e os dados que serão passados para esse instrumento sejam corretos, completos e que possam garantir a continuidade deste atendimento por outros profissionais. Sabe-se que na Enfermagem não existe um instrumento padrão para a coleta de dados, pois dependendo do local de atuação necessita de um modelo que se encaixe com o perfil dos pacientes que serão atendidos. Na UTI onde aconteceu esta pesquisa foi elaborado um instrumento para a coleta de dados, o Histórico de Enfermagem de acordo com a necessidade da 39 unidade no inicio de 1999 por duas enfermeiras que fazem parte do quadro de funcionário da mesma, após a elaboração houve duas revisões a primeira em outubro de 1999 e a outra em novembro de 2000, com o objetivo de atualizar este instrumento para um melhor preenchimento. A partir da primeira revisão os dados destes históricos baseavam-se na Teoria das Necessidades Humanas Básica de Wanda de Aguiar Horta (1979). Portanto, o desenho desta pesquisa foi valorizado pela construção do conhecimento que aconteceu por intermédio de teorizações ilustradas pelas contribuições verbais e escritas das participantes da pesquisa, que resultaram nas seguintes categorias: Desvelando o Histórico de Enfermagem, Responsabilidade Ética do (a) Enfermeiro (a) e Reconstruindo o Histórico de Enfermagem. 7.1 Desvelando o Histórico de Enfermagem O Processo de Enfermagem é um método que exige habilidades cognitivas, técnicas e interpessoais dos enfermeiros (as) para descrever, explicar e predizer o desenvolvimento do potencial de saúde que os indivíduos possuem. Esta dinâmica de ações sistematizadas e inter-relacionadas tem como objetivo assistir ao ser humano por meio de seis etapas: histórico, diagnóstico, plano assistencial, plano de cuidados ou prescrição, evolução e prognóstico de Enfermagem. (OCHOA-VIGO; PACE, SANTOS, 2003). Para estas autoras o registro de Enfermagem no prontuário do paciente deve incluir dados referidos por estes indivíduos e dados da observação e analise do profissional enfermeiro (a) que permitam ações e tomada de decisões que possa oferecer um cuidado de Enfermagem com embasamento cientifico e consequentemente de melhor qualidade. (OCHOA-VIGO; PACE, SANTOS, 2003). Considerando esses critérios de registro de Enfermagem a abordagem dos dados relacionados ao Histórico de Enfermagem utilizado no contexto desta pesquisa foi analisado item por item no decorrer da coleta de dados. Desta forma lembramos que este instrumento tem os dados que são fundamentais para uma anamnese em uma unidade de pacientes graves ou que necessitam de cuidados intensivos. 40 Na coleta e análise dos dados realizada com o Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem (Apêndice B) nos 252 Históricos preenchidos pelos enfermeiros da UTI de Janeiro de 2001 a dezembro de 2006 obtivemos os seguintes resultados. Com relação à Identificação do Histórico de Enfermagem temos neste instrumento, subconteúdos nos registros que identificamos como: nome do paciente, idade, número de registro de internação, naturalidade, estado civil, religião, cor, motivo da internação e dados clínicos do paciente. Sendo que, na coleta foram encontrados alguns dados que chamam atenção como dos 252 Históricos de Enfermagem em 23 não tinham a idade, 116 o Registro do prontuário do paciente, em 147 não haviam sido preenchidos a naturalidade/estado civil, em 79 não tinha a religião, em 55 a cor do paciente e em 45 não estavam listados os dados clínicos como podemos verificar no gráfico abaixo. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: 147 150 116 100 79 50 0 1 55 23 45 7 1 Nome Idade Registro Naturalidade/ Estado Civil Religião Cor Motivo da Internação Dados Clínicos Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem Para Porto (2000), a identificação de um paciente é um dos itens primordial para uma boa anamnese e coleta de dados, pois a identificação correta do paciente favorece a interação paciente – enfermeiro - família, por um nível afetivo. Para a elaboração de um instrumento a identificação do paciente deve conter de certa 41 forma alguns elementos obrigatórios como: nome, idade, sexo, cor (raça), estado civil, profissão, local de trabalho, naturalidade, residência entre outros. Desta forma o nome, é o primeiro dado de identificação, pois ainda há profissionais que identificam os pacientes pelo número do leito ou pelo seu diagnóstico. A idade também tem sua importância, sendo que cada grupo etário tem sua própria patologia e bastaria esta assertiva para tornar clara a importância da idade. O sexo sempre é mais importante do ponto de vista clínico, onde há enfermidades que só ocorrem ou predominam em determinado sexo. A cor também citada como dado importante é o elemento que mais pode ocorrer equívoco, pois em nosso país onde existe uma intensa mistura de raças sempre é aconselhável que utilize as nomenclaturas: cor branca, cor parda e cor preta. Sendo que o interesse é apenas determinar a cor, pois, existem enfermidades que só ocorre em indivíduos de cor parda ou preta. Sendo que o estado civil está voltado mais para os aspectos sociais (PORTO, 2000). O autor supracitado diz que a profissão e local de trabalho estão de certa forma interligados onde muitas vezes ambos apresentam uma ligação direta com a patologia, pois não basta questionar qual é a profissão ou o local de trabalho atual, é necessário indagar sobre suas atividades já exercidas no passado para investigar se a patologia está relacionada com as ocupações anteriores. E por fim a naturalidade e residência, esses itens tornam-se dados importantes para descobrir o local de nascimento e a residência atual, de modo que a população pode migrar de um estado para outro influenciando na epidemiologia de muitas doenças infecciosas e parasitárias (PORTO, 2000). No Histórico de Enfermagem da UTI não há referencia com relação aos dados: profissão, local de trabalho, residência e sexo do paciente conforme a importância que destaca o autor acima. Os dados com referencia a Identificação se limitam aos listados anteriormente no texto, em seguida o instrumento traz os itens relacionados as necessidades humanas. Sendo as Necessidades Humanas representada como os dados necessários para sistematizar e individualizar as ações de Enfermagem que exige do (a) enfermeiro (a) conhecimento científico, sensibilidade e habilidade para a coleta de dados que subsidiam o planejamento do cuidado ao paciente. O instrumento, Histórico de Enfermagem desta unidade segue com base nas Necessidades Humanas Básica de Horta (1979), necessidade psico-biológica que 42 segundo Leopardi (2006) estão relacionadas ao corpo físico do indivíduo. Assim, o dado seguinte inicia com a Regulação Neurológica, lembrando que esta unidade é referencia no Estado para o atendimento a pacientes que necessitam de atendimento neurocirúrgico e neuroclínico. Para Koizumi e Deccini (2006), devido a sua complexidade e falta de treinamento específico a avaliação neurológica tem pouca aderência principalmente pelos enfermeiros. Da mesma maneira Hudak e Gallo (1997), diz que a avaliação neurológica é considerada um grande desafio para os enfermeiros, sendo que a avaliação e o funcionamento do sistema nervoso são geralmente discutidos por último e não é passado de forma aprofundada como as demais avaliações. A avaliação neurológica para os enfermeiros deve conter alguns objetivos importantes como: estabelecer o exame neurológico do paciente quando é admitido na unidade, identificar alterações do sistema nervoso, determinar quais os efeitos causados pelas disfunções do sistema nervoso sobre as atividades diárias, determinar quais intervenções de Enfermagem baseadas nas disfunções do sistema nervoso, comparar os resultados das intervenções de Enfermagem baseadas na melhora ou piora do exame neurológico admissional e detectar situações de risco de morte (KOIZUMI; DECCINI, 2006). Para os enfermeiros desta unidade fica evidente nos dados colhidos que estes profissionais de maneira geral têm este conhecimento com referencia a avaliação neurológica já que entre os históricos avaliados somente 4,6% não estavam preenchidos os valores da Escala de Coma de Glasgow, 16,6% as pupilas e 24% o reflexo foto motor destas pupilas não estavam identificadas conforme podemos constatar no gráfico abaixo. 43 REGULAÇÃO NEUROLÓGICA Escala de Coma d Glasgow 11 1 42 Pupilas 60 RFM 0 50 100 150 Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem A Escala de Coma de Glasgow faz parte da avaliação neurológica permitindo ao examinador classificar objetivamente as três principais respostas do paciente no ambiente como, abertura dos olhos, verbalização e movimento, sendo que em cada categoria a melhor resposta recebe uma nota, totalizando 15 para um paciente totalmente desperto e alerta, 3 pontuação mínima para um paciente totalmente irresponsivo e 8 ou menor está associado ao coma (HUDAK; GALLO, 1997). A avaliação da pupila e dos reflexos pupilares também faz parte no exame neurológico, principalmente nos pacientes com graves alterações no nível de consciência, sendo que nessa avaliação deverão ser observados e anotados o diâmetro e a forma das pupilas, assim como a fotorreação (KOIZUMI; DECCINI, 2006). A irregularidade do contorno pupilar é chamando de discoria, quanto ao diâmetro se estiver aumentado fala-se midríase, diminuído miose, e quando ambas se encontra com o mesmo diâmetro denomina-se isocórica, e com diâmetro desigual anisocóricas. A pupila é examinada por um feixe de luz e pela convergência ocular. O examinador deve direcionar o feixe de luz forte para um olho e observar a rapidez da constrição pupilar e observar se a outra pupila também se contrai da mesma forma. Essa contração chama-se reflexo foto motor. (HUDAK; GALLO, 1997; PORTO, 2000). A pupila é considerada fotorreagente ou reflexo foto motor presente ou (+), quando ocorre contração das pupilas. Quando não há contração da pupila à luz, ela 44 é denominada não - fotorreagente ou com reflexo foto motor ausente ou (-) ou pupila arreflexa (KOIZUMI; DECCINI, 2006). Os dados coletados deixaram evidentes que estas profissionais avaliam o paciente em consonância ao que é preconizado para a Regulação Neurológica e que os dados que não foram preenchidos provavelmente referem-se aos pacientes que não tem problemas neurológicos conforme a fala a seguir: ...as vezes o que acontece, o paciente chega aqui em pósoperatório sedado, ele chega com Glasgow 3 e ele nem é neurológico. (Oxigenação). Já com relação à percepção de órgãos do sentido, este tipo de avaliação está voltada basicamente na comunicação entre paciente – enfermeiro e na maioria das vezes o paciente que está sendo avaliado na Unidade de Terapia Intensiva está inconsciente e sem condições para uma maior avaliação, deixa muito a desejar para o profissional enfermeiro (a) que está realizando a mesma. Esta dificuldade fica evidente nos dados coletados nestes históricos de Enfermagem conforme podemos identificar no gráfico abaixo, já que 34,2% não referenciam a Percepção Visual, 34,6% as Percepções, olfativa, tátil, auditiva e gustativa e 36,8% a percepção dolorosa. PERCEPÇÃO DOS ORGÃOS DO SENTIDO Percepção Dolorosa 92 1 87 86 Olfativa, Tátil, Auditiva e Gustativa Percepção Visual 45 Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem A avaliação respiratória se dá mediante a obtenção de uma anamnese específica para a doença e realização de um exame físico do tórax, esta avaliação permite ao enfermeiro uma oportunidade de detectar algumas alterações que possam ocorrer com o paciente (PORTO, 2000). A freqüência respiratória é um parâmetro importante para acompanhar, devendo ser contada durante um período mínimo de 15 segundos, principalmente em função da idade, patologias do sistema respiratório ou traumas. A freqüência respiratória normal em adultos pode variar de 16 a 20 movimentos respiratórios por minuto (m.r.p). Outro fator a ser avaliado é o ritmo respiratório que não pode ser confundido com a freqüência respiratória (HUDAK; GALLO, 1997; PORTO, 2000). O ritmo ao contrário da frequência deve ser avaliado no mínimo em dois minutos, sendo que o ritmo é a sucessão regular de movimentos respiratórios e de profundidade mais ou menos igual. Alterações na seqüência, na forma ou na amplitude dos movimentos respiratórios ocasionam os ritmos respiratórios anormais que podem ser: respiração dispnéica, respiração de Cheyne- Stokes, respiração de Kussmaul, respiração suspirosa (PORTO, 2000). A ausculta pulmonar também é útil na avaliação respiratória, a mesma irá avaliar o fluxo de ar através da árvore brônquica e a presença de líquidos ou obstrução sólida nas estruturas pulmonares. Nesta ausculta os sons podem ser normais, sons adventícios e sons da voz (SMELTZER; BARE, 2002). Outra medida para a avaliação respiratória muito utilizada em uma UTI é a gasometria sangüínea arterial, que ajuda na avaliação da capacidade dos pulmões de proporcionar oxigênio adequado e remover o dióxido de carbono e da capacidade dos rins de reabsorver ou excretar os íons bicarbonato para manter o pH corporal normal. A oximetria de pulso é essencial para a avaliação respiratória, pois é um método não- invasivo de monitorização de forma contínua da saturação de oxigênio da hemoglobina (SaO2). Os valores normais de SaO2 são de 95 a 100%, desta maneira quando o valor está inferior significa que os tecidos não estão recebendo oxigênio suficiente e o paciente necessita de uma avaliação mais ampla (SMELTZER; BARE, 2002). Com relação a avaliação respiratória alguns dados são preocupantes pelo fato do não preenchimento, por esta ser uma unidade de pacientes neurológicos em 46 que a própria patologia piora o quadro ao mesmo tempo em que proporciona alterações neste padrão respiratório. Estes dados podem ser constatados no gráfico abaixo onde temos 15% do tipo de respiração não foi preenchido, e em 26,9% dos instrumentos não há freqüência respiratória e em 13,9% não havia o ritmo respiratório: OXIGENAÇÃO 80 68 70 60 50 40 Respiração 38 35 30 Freqüência Ritmo 20 10 0 1 Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem Para Horta (1979) a Enfermagem é uma profissão cientifica e criativa no assistir o indivíduo em suas necessidades básicas para isto conta com profissionais que devem avaliar e planejar este cuidado. A oxigenação é uma das necessidades psico biológicas elencadas por esta autora, como a unidade segue a teoria estes dados não podem ser deixados de preencher conforme a fala a seguir:. ...estes dados são muito importantes, não tem justificativa para nós não estarmos preenchendo. (Alimentação). Quanto a Regulação Vascular os (as) enfermeiros (as) desta unidade preenchem os dados como pulso e pressão arterial em quase 100% dos instrumentos, mas a altura da cabeceira e o ritmo que também são dados que estão neste histórico de Enfermagem o não preenchimento é considerável: 43,1% e 42,6% respectivamente. Os principais componentes da avaliação da regulação vascular é o pulso, pressão arterial e/ ou pressão arterial média. Desta maneira, o efeito fisiológico do 47 fluxo sangüíneo alterado depende da extensão em que a demanda tecidual excede o aporte disponível de oxigênio e nutriente. Por isso a realização de uma boa monitorização fornece dados e uma avaliação exata para a identificação dos cuidados de Enfermagem (SMELTZER; BARE, 2002). Esta consciência em relação a estes dados podemos verificar no gráfico abaixo: REGULAÇÃO VASCULAR 20 Pulso 20 Pressão Arterial 13 15 10 Pulso Pressão Arterial 5 0 1 Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem A verificação da pulsação é realizada na maioria das vezes no pulso radial, pois é a localização mais simples, porém rico em significados. É necessário contar sempre o número de pulsações durante um minuto inteiro, comparando sempre com o número de batimentos cardíacos. A freqüência do pulso varia com a idade e com as condições fisiológicas do paciente. Em pessoas adultas é considerado pulso normal 60 a100 batimentos por minuto (b.p.m) em repouso. O ritmo do pulso é dado pela seqüência das pulsações, quando ocorrem em intervalos iguais, o ritmo é regular e se os intervalos forem variáveis o ritmo é irregular. A irregularidade do pulso indica alterações do ritmo cardíaco, que podem ser fisiológico ou patológico. As arritmias mais comuns são: arritmia sinusal, extra- sistólica, fibrilação atrial e bloqueio cardíaco (PORTO, 2000). Nos pacientes graves que são admitidos na Unidade de Terapia Intensiva, cujo o estado hemodinâmico é instável ou que exige freqüentes avaliações da pressão arterial para a dosagem de medicações vasoativas, é necessário um monitoramento mais constante ou a implantação de um cateter arterial de demora. 48 Sendo que a pressão arterial é um parâmetro fisiológico indispensável na investigação diagnóstica, e o registro dos níveis pressóricos faz parte obrigatória do exame clínico (HUDAK; GALLO, 1997; PORTO, 2000). A pressão arterial (PA) é a pressão exercida sobre as paredes das artérias durante a sístole e a diástole ventriculares. A PA normal usualmente citada é de 120/ 80 mmHg podendo variar de 100/ 60 até 140/ 90 em uma pessoa adulta. Esses níveis podem variar por diversos fatores como o débito cardíaco, distensão das artérias e volume, velocidade e viscosidade do sangue (SMELTZER; BARE, 2002). A pressão arterial média (PAM) é obtida por medidas diretas da pressão por intermédio de cateteres intra-arteriais. Que são utilizados em procedimentos invasivos como cirurgias de grande porte ou exames para monitorização contínua da pressão (PORTO, 2000). Nos dados elencados por estes profissionais para o item Regulação Vascular ainda temos a cabeceira da cama que não foi preenchida em 43,1% dos históricos, e o ritmo cardíaco em 42,6%. Sendo que, a literatura pertinente não cita a cabeceira como um dado importante para este tipo de regulação, mas o ritmo é justificado a sua importância por autores da área tornando preocupante os dados a seguir: REGULAÇÃO VASCULAR 109 1 0 107 100 Cabeceira 200 300 Ritmo Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem A Regulação Térmica é o item preenchido em 226 instrumentos dos 252 conforme gráfico abaixo, demonstrando a importância que este dado tem para os 49 profissionais desta unidade. Entre outras funções esta regulação é monitorada devido o aumento do metabolismo que ocorre nos indivíduos com temperatura elevada prejudicando o quadro neurológico em pacientes que já estão com este tipo de agravo. REGULAÇÃO TÉRMICA 1 6 0% 226 20% 40% Não 60% 80% 100% Sim Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem A regulação térmica ocorre de maneira que o calor gerado no interior do corpo atinge a superfície corporal através dos vasos sangüíneos que formam o plexo vascular subcutâneo, mas pouco calor se difunde para a superfície, pela ação da camada de tecido adiposo que serve como isolante. E a temperatura corporal é regulada por mecanismos nervosos de retroalimentação que atuam através do centro termorregulador, localizado no hipotálamo. A temperatura axilar pode variar de 35,5 a 37ºC a bucal de 36 a 37, 4ºC e a retal de 36 a 37,5ºC podendo variar 0,5ºC maior que a temperatura axilar (PORTO, 2000). Quanto ao item destinado a Hidratação foi encontrado pouco preenchimento em alguns dados como em 39% dos históricos não estavam preenchidos o item relacionado a Turgidez da Pele, 59% a Mucosa Oral, 78,7% o Edema e 23,1% a sonda nasogástrica para hidratação como podemos constatar no gráfico abaixo: 50 HIDRATAÇÃO 58 198 1 148 98 0 50 Turgidez da Pele 100 Mucosa Oral 150 Edema 200 SNG para hidratação Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem É importante destacar que em circunstancias normais, o organismo mantém um equilíbrio hidroelétrolítico essencial para a vida, mas isto varia consideravelmente quando o organismo está em estado de desequilíbrio. Portanto, não tenho dúvida que estes dados devem ser preenchidos por estes profissionais e estes também sabem da importância deste dado de acordo com a fala do sujeito de pesquisa abaixo citado: ...os dados são importantes, mas às vezes não entendo aqueles itens colocados naquela formatação. (Sono e Repouso). Não parece haver nenhuma dúvida de que existem necessidades básicas que precisam ser preenchidas caso se deseje planejar um cuidado que vise atingir o nível de bem estar para o paciente, contudo as estruturas conceituais destes dados devem estar entendíveis para todos os profissionais para que haja condições de sistematizar o cuidado adequadamente. A nutrição da pele acontece pela corrente sangüínea, sendo que quando se tem uma má nutrição e pouca ingesta hídrica, a pele torna-se desidratada, seca, frouxa denominando-se diminuição do turgor cutâneo (PRADO 2002). Para Du Gas (1988) os desequilíbrios relacionados às necessidades de líquidos dos indivíduos referem-se ao seu excesso ou insuficiência. E cada vez que há este distúrbio de equilíbrio o organismo tenta corrigir a falta ou excesso pela mobilização de vários mecanismos de adaptação como o edema ou a diminuição da 51 turgidez da pele. Entendo que estes dados são essenciais para a prevenção de agravos a estes indivíduos internados na UTI. Com relação à Alimentação os participantes deste estudo não têm dúvidas da sua importância, já que 96,8% dos dados foram preenchidos no item relacionado a esta necessidade humana como podemos constatar no gráfico abaixo: ALIMENTAÇÃO 8 1 0 244 100 200 Não 300 Sim Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem A adequada avaliação nutricional necessita de assistência multifacetada e inclui antecedentes dietéticos, medidas antropométricas, medidas das proteínas, estudos imunológicos e exigências nutricionais (HUDAK; GALLO, 1997). No instrumento, Histórico de Enfermagem os dados que foram estruturados está ligado à presença ou não de sondas ou dieta. Estes itens foram organizados para que os (as) enfermeiros (as) desta unidade terem o diagnóstico inicial da necessidade humana referente a alimentação conforme a fala descrita abaixo: ...os dados foram colocados para termos uma idéia inicial de como o paciente chega para ser alimentado. (Integridade Cutâne-Mucosa). Para Herbert (2002) o paciente hospitalizado deve ter uma avaliação nutricional objetiva para poder se beneficiar do suporte nutricional desde o momento de sua internação para uma recuperação mais rápida e eficiente. Entendo que para 52 os pacientes críticos esta importância deve ser considerada desde o seu desmame do ventilador mecânico e regeneração das células até a sua alta da UTI. Quanto a Avaliação da Função Renal os dados mostram que 97,7% dos instrumentos têm identificado à forma de eliminação renal dos pacientes internados naquele período, mas com relação ao volume urinário não houve registro em 23,1% e 25% não relacionavam as características desta urina. Ainda constatei que em muitos instrumentos os (as) enfermeiros (as) no local onde tinham que registrar o volume urinário empregavam termos utilizados para as alterações deste volume. Os dados referentes esta necessidade humana podemos verificar no gráfico abaixo: ELIMINAÇÕES 63 58 1 6 0 20 40 Eliminação Renal 60 80 Volume Urinário Caracteristicas Urinária Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem A avaliação do sistema renal envolve uma coleta de informações ou pode ser através de uma monitorização dos aspectos geral, peso e sinais vitais junto com a interpretação dos resultados laboratoriais que fornecem pistas precoces para o diagnóstico de distúrbios hidroeletrolítico como outras complicações da disfunção renal (HUDAK; GALLO, 1997). Em condições normais uma pessoa adulta elimina de 800 a 2.500 ml de urina por dia, sendo que a capacidade de armazenamento da bexiga é de 400 a 600 ml, permanecendo na bexiga 3 a 4 ml chamada urina residual (SMELTZER; BARE, 2002; PORTO, 2000). Podem ocorrer alterações do volume e ritmo urinário sendo que com uma dieta normal requer a eliminação de pelo menos 800 ml de urina, como meio de excreção da uréia e de outros produtos resultantes do metabolismo. As alterações 53 do volume urinário podem ser conceituadas como: oligúria, sendo a excreção inferior as necessidades para a eliminação de catabólitos que é de 500ml por dia; anúria ocorre quando a excreção é inferior a 100 ml em 24 horas; poliúria corresponde a um volume urinário acima de 2.500 ml por dia; disúria significa a micção que está associada à sensação de dor, queimação ou desconforto; polaciúria quando a necessidade de urinar repetidas vezes no intervalo menor que duas horas sem aumento do volume urinário, e a nictúria quando o paciente acorda a noite para urinar porque o ritmo de formação de urina decresce fisiologicamente no período noturno (SMELTZER; BARE, 2002; PORTO, 2000). Sendo que a urina normal é transparente, tendo uma tonalidade que varia do amarelo- claro ao amarelo- escuro, conforme esteja diluída ou concentrada. Podemos observar em alguns pacientes alterações na cor da urina como: hematúria que significa presença de sangue na urina, podendo ser macro- ou microscópicamente visível, hemoglobinúria é a presença de hemoglobina livre na urina, que acompanham as crises de hemólise intravascular, mioglobinúria resultante da destruição muscular por traumatismo ou queimaduras, porfirinúria é a conseqüência da eliminação de porfirinas ou de seus precursores, os quais produzem coloração vermelho- vinhosa na urina, algumas horas após a micção e a urina turva que significa mudança da cor da urina em conseqüência da dieta do paciente (PORTO, 2000). Du Gas (1988) ressalta que para o organismo humano manter o bom funcionamento, os produtos do metabolismo celular devem ser eliminados dos tratos urinários e gastrintestinais. Acredito que o (a) enfermeiro (a) tem que monitorar estes dados para prevenir futuros agravos e desconfortos ao paciente. Com relação às eliminações gastrintestinais os dados coletados foram os seguintes 12,55% dos instrumentos não estavam identificados as características do abdômen e somente 2,7% dos instrumentos não haviam sido preenchidos os dados referentes a eliminação gastrintestinal conforme gráfico abaixo: 54 Eliminação Gastrintestinal 7 1 0 31 10 20 Eliminação Gastrintestinal 30 40 Tipos de Abdomen Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem Du Gas (1988) afirma que o individuo que tem esta necessidade em desequilíbrio apresenta sérias repercussões no organismo deixando este ser, desconfortável e aflito. Entendo que se eventualmente esta necessidade humana não for restaurada os sistemas orgânicos podem ser afetados. O enfermeiro (a) que atua nesta unidade realiza o seu planejamento diário em plena harmonia com intuito de prevenir e proteger o indivíduo sob o seu cuidado para o restabelecimento das funções orgânicas e necessidades psico biológicas, sociais e espirituais. A pele, como qualquer outro órgão está susceptível de ser atingida por fenômenos patológicos que irão determinar alterações como degenerações, alterações metabólicas e má- formação (PRADO 2002). Sendo que a avaliação da integridade cutâneo – mucosa começa quando se avalia a aparência geral do paciente e que contínua durante todo o exame. Essa avaliação inclui todas as superfícies corporais, de maneira céfalo- caudal avaliando a coloração, integridade ou continuidade, umidade, textura, espessura, temperatura, elasticidade, mobilidade, turgor, sensibilidade e lesões elementares da pele (SMELTZER; BARE, 2002; PORTO, 2000). Quantos aos dados referentes a estas questões no instrumento pude constatar que muitos dados não são preenchidos ou são preenchidos de forma incorreta em relação à integridade, provavelmente por falta de entendimento destes 55 profissionais com relação as estes itens conforme podemos constatar na seguinte fala: ...coloco outras informações neste espaço, pois, esqueço que está se referindo somente aos dados da integridade cutâneo mucosa (Eliminação). Com relação ao não preenchimento temos dados bem importante quando se refere as condições da pele 20,3% dos instrumentos não são preenchidos, em 20% não são colocados opções para os fatores de risco para Ulceras de Pressão. Já quanto a avaliação cefalocaudal em mais de 70% dos instrumentos não são colocados dados algum conforme podemos constatar no gráfico a seguir: INTEGRIDADE CUTÂNEO – MUCOSA 177 200 192 191 184 150 100 51 50 50 0 1 Condições da pele Fatores de Risco Couro Cabeludo Olhos, Palpebras e Mucosas Boca, Nariz e Garganta Membros e Abdomen Fonte: Formulário de Visitação aos Históricos de Enfermagem Como a UTI é uma unidade com muitos procedimentos invasivos fica evidente a preocupação destes profissionais com relação à segurança do paciente já que os dados relacionados a esta necessidade foram preenchidos em 99,1% dos instrumentos. O processo de conhecer este instrumento, Histórico de Enfermagem chegou ao seu final vislumbrando os dados que são necessários para a sua reconstrução. Sendo que, ao compartilhar estes dados com os participantes deste estudo pude experenciar o “pensar” para o “fazer” para melhor “ser” enfermeira. 56 7.2 Responsabilidade Ética do (a) Enfermeiro (a) Os tons e significados que permeiam a operacionalização da primeira etapa do Processo de Enfermagem utilizado na UTI proporciona um saber fazer a partir dos dados coletados para o preenchimento deste instrumento e na fala dos (as) enfermeiros (as) que vivenciam esta prática conforme as falas descritas a seguir: ...desde que começamos a trabalhar com base no Histórico e na Evolução de Enfermagem na UTI o trabalho do enfermeiro passou a ser mais valorizado, porque começamos a registrar o que já fazíamos com precisão mas , não aparecia (Regulação). ...é claro que é importante, pois trabalhamos muito e registramos muito pouco. (Hidratação). ... esta etapa do processo dá visibilidade ao trabalho do enfermeiro. (Locomoção). Os registros realizados nos prontuários dos pacientes, antes da Enfermagem implementar o Processo de Enfermagem eram considerados como uma forma de prestar contas ao médico, tendo como o dever de toda a equipe de Enfermagem e era considerado uma atividade administrativa, tornando as anotações realizadas nos prontuários dados apenas para “fins estatísticos” (OGUISSO, 2003). Para Nóbrega apud Oguisso (2003), as anotações de Enfermagem é um registro de informações do paciente, das observações que foram feitas de seu estado de saúde, das prescrições de Enfermagem e sua implementação na evolução de Enfermagem e dos demais cuidados prestados entre eles e também a execução das prescrições médicas (OGUISSO, 2003). Desta maneira o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem enuncia em seu art. 1º. que “a Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais”. Diz também no seu art. 4º. que o “profissional de Enfermagem exerce suas atividades com justiça, competência, responsabilidade e honestidade” (OGUISSO, 2003). 57 No preâmbulo da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN nº 160, que trata acerca do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, lê-se, que expressa com clareza a missão do Enfermeiro em nosso contexto social: a Enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na prestação de serviços ao ser humano, no seu contexto e circunstâncias de vida. (COFEN, 2007). E, adentrando no terreno da responsabilidade do Enfermeiro, diz mais o Código de Ética do Profissional de Enfermagem, no CAPÍTULO III, DAS RESPONSABILIDADES, em seu artigo 16 que o (a) enfermeiro (a) deve “assegurar ao cliente uma Assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.” (COFEN, 2007). Estas questões vão ao encontro de Caetano e Bruggman (2006) ao que refere à Enfermagem como a profissão que atua de diferentes maneiras para que haja uma assistência adequada para o ser humano, com conhecimento cientifico integrando a sua essência para manter uma boa assistência indispensável para obtenção da qualidade de vida do ser humano. Os autores ainda acreditam que esta assistência adequada é valorizada a partir dos registros realizados pelos profissionais de Enfermagem. A responsabilidade civil por ato de enfermeiro é determinada pelo fundamento de que quem o pratique uma conduta que venha a ser prejudicial a outrem, seja com vontade seja por ato involuntário, revestido de simples culpa, deverá indenizar os prejuízos que forem conseqüência do seu ato. É necessário que haja a culpa na conduta de um enfermeiro, para que lhe seja atribuída responsabilização pelos prejuízos causados ao paciente, pois o ordenamento jurídico adotou a teoria da responsabilidade subjetiva, que exige a presença de culpa no agir do agente, no caso o enfermeiro, conforme expressa, em relação a danos causados a um paciente, o nosso Código Civil, em seu artigo 951: O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho2. 2 Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 58 Assim, vê-se que o Código de Ética do Profissional de Enfermagem e o Código Civil brasileiro, através de seus dispositivos caracterizam ser necessárias a presença de culpa no agir do enfermeiro, mediante a presença da imprudência, da imperícia ou da negligência no seu agir profissional para que se caracterize um ilícito civil passível de responsabilização judicial pelos danos que venha a ter causado a um paciente. Sendo que, a imprudência caracteriza-se por uma omissão, uma precipitação, um ato intempestivo, irrefletido, destituído da cautela necessária para aquela situação profissional. A negligência manifesta-se por uma omissão, uma abstenção, aos deveres que uma situação exigir uma inação, inércia, indolência, preguiça psíquica. A imperícia por sua vez, seria um agir sem conhecimentos técnicos adequados ou com utilização equivocada dos seus conhecimentos técnicos, uma falta de habilidade, uma incompetência profissional (COFEN, 2007). Refletindo estas questões acredito que a preocupação com a boa qualidade do prontuário e seus registros deve fazer parte da rotina das instituições de saúde, e seus profissionais a fim de atender aos anseios de uma sociedade cada vez mais exigente e carente de bons cuidados. Portanto, é importante que os registros/ anotações de Enfermagem sejam feitos de forma correta, completa e principalmente após ter assumido ou realizado o cuidado ao paciente, considerando que em meio o estresse e a sobrecarga do plantão os registros/ anotações se torna uma tarefa de menor importância, sendo ela parte integrante do cuidado (OGUISSO, 2003). Sendo os registros de Enfermagem no prontuário o único meio de demonstrar o trabalho executado pelo pessoal de Enfermagem, reflexo da eficiência e eficácia dos cuidados oferecidos ao paciente, constituem um meio de comunicação para a equipe de saúde envolvida com o cuidado ao paciente. Estas questões possibilitam uma continuidade do planejamento evitando omissões e repetições desnecessárias no cuidado e tratamento (OCHOA-VIGO; PACE; SANTOS, 2003). I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 59 Estas autoras ainda enfatizam que a comunicação escrita documental, de modo permanente no prontuário é de responsabilidade do enfermeiro devido às informações relevantes sobre os cuidados prestados aos pacientes (OCHOA-VIGO; PACE; SANTOS, 2003). Para Galdeano e Rossi (2002) o processo de Enfermagem tem sido o alicerce a sérios questionamentos referentes a qualidade do cuidado e o desenvolvimento cientifico cultural da Enfermagem. Contudo, Vaz et all (2002) argumentam que mesmo sendo uma unanimidade na Enfermagem da contribuição do processo para a pratica poucos profissionais implementam esta forma de registro do cuidado ao paciente. A Enfermagem enquanto profissão inserida neste contexto histórico e social, com as questões éticas sendo discutidas continuamente também passa por modificações ligadas as novas formas de organizar o trabalho. As inquietações geradas pelas relações de trabalho e o parcelamento do cuidado leva a discussão de meios que garantam um processo de trabalho dentro da ética e da autonomia que o enfermeiro necessita. (GELBCKE; LEOPARDI, 2004). 7.3 Reconstruindo o Histórico de Enfermagem A reconstrução do Histórico de Enfermagem aconteceu em um encontro com os enfermeiros que foram convidados com antecedência, por meio de um convite nominal (Apêndice D) para os oito enfermeiros que fazem parte do quadro de funcionários da UTI que aceitaram participar da pesquisa, aonde coloquei os dados que foram coletados para a discussão e reconceituação do Histórico de Enfermagem que é utilizado na UTI. Cheguei ao hospital com antecedência juntamente com a orientadora e com o material que seria utilizado na oficina, fui para o local que fora reservado antecipadamente, sendo esta uma sala de reuniões da UTI. Assim com o gravador e o Diário de Campo esperei junto com a orientadora que os enfermeiros chegassem. Esperamos para começar a oficina entre quinze a trinta minutos após o horário marcado, sendo que chegaram duas Enfermeiras dos oito que foram 60 convidados. Sugeri então que iniciássemos a oficina na expectativa que pudesse chegar mais algum (a) Enfermeiro (a), o que não aconteceu. Dispensamos as apresentações, pois as Enfermeiras já me conheciam de alguns estágios que realizei na UTI durante a vida acadêmica. Agradecendo a presença delas e a ajuda que me proporcionaram em meus estágios dei inicio a oficina. Era sabido pelos participantes que o objetivo desta oficina era reconstruir o instrumento de coleta de dados, o Histórico de Enfermagem em suas implicações de eficiência na qualidade assistencial prestada pelos Enfermeiros na UTI, de modo que esta reconstrução contaria com um fator principal que é a experiência, prática e vivência profissional de cada participante de forma variada, contribuindo desta forma para a construção de um novo Histórico de Enfermagem. Então a oficina se inicia com a mostra dos resultados da coleta de dados que foi realizada na 1ª etapa do trabalho, onde foram avaliados cada item de 252 Históricos de Enfermagem dos anos de 2000 a 2006. Sendo que os Históricos do ano de 2000 era um modelo antigo, que serviu apenas de comparativo com o atual, mas, não serviu de dados para a reconceituação do instrumento. Foi distribuído um Histórico de Enfermagem e folhas para cada participante de modo que pudesse acompanhar os resultados e acrescentar o que achassem necessário para a reconstrução. Optamos por ir discutindo cada item para que fosse repassado os dados para uma avaliação detalhada, da importância do item no Histórico e por quais motivos seria o não preenchimento ou o preenchimento de forma incorreta de alguns itens e de que maneira poderíamos alterar os itens para um preenchimento de forma padrão para todos os Enfermeiros. Os dados foram iniciados pela ordem que se apresentam no Histórico, sendo que a identificação do paciente também deixa a desejar no preenchimento para estas enfermeiras como podemos perceber nas falas: “As vezes assim, tem problemas nos sem registro, mais a pessoa já tem um registro no hospital mais nós não temos acesso aquela hora que ele chega”. (Alimentação). “A religião nem na ficha do registro não vem mais, eu acho estranho, porque tem condutas que são associadas a 61 religião... eu acho importante que fique este dado, pois já tivemos casos de licença judicial para interferir na conduta”. (Oxigenação). “É importante porque tem patologias associadas com cor”. (Oxigenação). “Se é preto ou branco é fácil, mais tem uma cor que ninguém sabe qual é, até aonde é pardo ou até aonde é preto”. (Alimentação). Relatei que o presente Histórico de Enfermagem é baseado na Teoria de Wanda Horta de Aguiar, estando este de forma incompleta, pois para Horta (1979) a Enfermagem cuida do paciente de forma integral baseado nas suas necessidades humanas básica utilizando o conhecimento cientifico e instrumentações que possibilitem sua avaliação continua com o objetivo de torná-lo independente no seu auto-cuidado. Sendo essas as necessidades psico- biológicas, necessidades psicosociais e necessidades psico- espirituais. E no Histórico só contempla as necessidades psico- biológicas. Desta forma podemos perceber na declaração o motivo pelo qual o Histórico não contempla todas as necessidade básicas: “Teve uma vez, só que acabamos suprindo porque tinha três páginas... e a social tem que entrar em contato com a família e a religiosa quase não preenchemos a religião aqui, imagina explorar um item maior”. (Oxigenação). Expliquei a importância de alguns dados que foram deixados de ser preenchidos que é referência mundial como a Escala de Glasgow, sendo que acredito que este dado esta preenchido somente para os pacientes neurológico, e que deveria ser preenchido a todos os pacientes críticos que são admitidos na UTI. Sendo que os participantes justificam essa ausência de dados pelo fato de não ser utilizado uma escala de sedação como podemos perceber no depoimento da participante: “As vezes o que acontece, o paciente chega aqui em pósoperatório sedado ou pós- intubação ou alguma coisa assim, ele vai chegar com Glasgow 3 e ele nem é neurológico”. (Oxigenação). Relatam também que em determinados itens do Histórico não são preenchidos por dúvidas no momento do preenchimento como: 62 “O reflexo fotomotor pode haver dúvida, porque as vezes assim, olha e olha e não se define”. (Oxigenação). As participantes questionaram que no Histórico tinha um item “Percepção dos Órgãos do Sentido” que os profissionais só poderiam avaliar o paciente quando ele não estivesse intubado ou consciente, pois, quando ele está intubado e inconsciente é impossível realizar está avaliação. Desta formar foi decidido pela retirada do item do Histórico, deixando apenas uma das avaliações que fazia parte de todo o item que seria a percepção dolorosa que se pode avaliar pela face do paciente. Sendo estes relatos descritos nos depoimentos a seguir: “Hoje eu recebi um paciente extubado e consegui preencher. Mais se ele vem sedado ou intubado não tem como avaliar”. (Alimentação). “As vezes ele já chega com uma história de acuidade visual diminuída ou já tem alguma lesão neurológica enfim, mais a maioria a gente não sabe, gustativa então”. (Oxigenação). Para que pudéssemos retirar o item do Histórico às participantes compararam com outros itens que mesmo o paciente sedado, intubado passam alguma resposta na sua avaliação, sendo que este não tem como avaliar ou se avalia de forma duvidosa quando o paciente não pode responder ou não tem alguém para informar para Enfermeira os dados necessários. Com a retirada deste item surgiu outro item que se trata de aparelhos e próteses, que não havia no Histórico nenhum item que abordava essas questões, sabendo que hoje é muito comum pacientes serem admitidos na UTI com alguns tipos de aparelho ou prótese como podemos perceber no relato: “Aquela paciente que tivemos no isolamento que deu entrada com a prótese mamaria rompida pelo acidente. Hoje em dia tem prótese para tudo”. (Oxigenação). Alguns resultados da coleta de dados do Histórico como os itens da oxigenação assustaram as participantes, pela quantidade que não é preenchido e pela importância dos dados. Como podemos perceber nas falas: “Eu acho que nem passo por esse item quando eu preencho o Histórico”.(Alimentação). 63 “Se não preenche a frequência respiratória muito menos o ritmo”. (Oxigenação). “Sabe o que parece para mim, só vai preencher a frequência respiratória se ele estiver em respiração expontânea, se ele estiver com aparelho o paciente tá controlado”. (Alimentação). “Se ele vem com ambu ou no Sistema de Benn, a frequência respiratória vai ser aquilo que estiver anotado como o primeiro dado quando ele vai ser colocado no respirador”. (Oxigenação). Tivemos que adicionar alguns itens pela importância em uma avaliação inicial do paciente na admissão e durante todo o seu período de internação na unidade, relacionado a avaliação pulmonar, mesmo com relato dos profissionais que eles não estão capacitados para esta avaliação, como podemos perceber no depoimento: “Primeiro devemos aprender, para poder acrescentar o item da ausculta no Histórico”.(Oxigenação). “O ritmo cardíaco é o mesmo problema da ausculta a gente não sabe ver uma arritmia”. (Alimentação). Também foi relatado pelas participantes que existem itens no Histórico que passam despercebidos e sem importância, pois muitas vezes atuam no automático devido ao stress e a sobrecarga de trabalho pelo número reduzido de profissionais como podemos perceber nos depoimentos: “A cabeceira, mais o que é mesmo essa cabeceira, ela sempre está na mesma medida... quando o paciente chega aqui já colocamos para 25º ou 30º... A cabeceira para mim não existe.” (Oxigenação). “A cabeceira da maca vem do centro cirúrgico reta, mesmo o paciente neurológico, ou não”. (Alimentação). Nota-se que alguns itens se repetem no Histórico, tornando o preenchimento automatizado, rotineiro, cansativo e confuso. Desta maneira optamos que os itens em questão apareçam apenas uma vez no Histórico de maneira clara para o preenchimento correto, nas falas notamos percebemos a repetição do item: 64 “Essa SNG aqui é sonda”.(Alimentação). para saber se veio com “Há essa SNG eu nem dou bola para ela porque eu vou marcar aqui embaixo”. (Oxigenação). Em vários momentos da oficina as participantes relatam que muito itens não são preenchidos por falta de atenção ou pela alta demanda de trabalho na unidade, sendo que também no momento da admissão do paciente a atenção está voltada para a assistência e estabilização hemodinâmica do paciente e depois para o preenchimento do Histórico, perdendo muitas vezes alguns dados importantes. Com a reconstrução do Histórico de Enfermagem de forma mais detalhada com opções para se assinalar no lugar de escrever iria facilitar o preenchimento. Mostrando alternativas que muitas vezes são esquecidas no momento do preenchimento. Durante toda a oficina o clima foi descontraído, espontâneo e ao mesmo tempo muito sério, superando minhas expectativas mesmo com a presença de apenas duas Enfermeiras, que contribuíram muito para o desenvolvimento da reconstrução de um novo Histórico de Enfermagem que coloquei como (APÊNDICE E) deste trabalho. Após a reconstrução do Histórico, este instrumento foi analisado por todos os (as) enfermeiros (as) desta unidade que ainda contribuíram para a sua reconceituação. Esta atitude foi tomada levando em consideração a importância da utilização deste documento como forma de coleta de dados para o planejamento da assistência ao paciente da UTI. Galdeano e Rossi (2002) acreditam que a utilização de um instrumento de coleta de dados possibilita a identificação de um maior número de problemas quando comparados a anotação de Enfermagem. Esta observação sistematizada mediante a utilização de um instrumento fundamenta o cuidado de Enfermagem. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 65 Nesta pesquisa busquei por meio da reconstrução do instrumento da coleta de dados, o Histórico de Enfermagem utilizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde ocorreu a pesquisa, contribuir para a comunicação de informações do paciente entre a equipe multidisciplinar, possibilitando a continuidade de sua assistência e avaliação. O desenvolvimento do presente trabalho acadêmico me propiciou um aprendizado na interação com as Enfermeiras que através das experiências vivenciada e compartilhadas durante a pesquisa, fizeram com que eu compreendesse e entendesse a exaustiva rotina de uma UTI. Pela revisão de literatura obtive informações referente à Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE como uma importante atividade privativa do enfermeiro, que se utiliza de métodos e estratégias para a prestação da assistência de Enfermagem visando contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade. Sendo que o processo de Enfermagem é a sistematização de forma inter-relacionada que tem como objetivo principal a assistência ao paciente. E segundo Horta (1979) o processo de Enfermagem está dividido em seis fases ou passos: Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem. Plano Assistencial, Prescrição de Enfermagem, Evolução de Enfermagem e Prognóstico de Enfermagem. Que se caracteriza pelo inter-relacionamento dinâmico de suas fases ou passos. Baseada nesta questões aprofundei-me na primeira fase do processo de Enfermagem que é o Histórico de Enfermagem, onde quis saber quais eram suas implicações de eficiência na qualidade assistencial prestada aos pacientes da UTI. Sabendo que o Histórico de Enfermagem é uma fase fundamental para o Enfermeiro, pois é a partir dele que ele levantará suas hipóteses que irão auxiliar a determinar os diagnósticos de Enfermagem e propor um plano de cuidados para a assistência que será prestada ao paciente. Optei pela pesquisa qualitativa, na modalidade convergente assistencial, sendo que a pesquisa qualitativa permite que o delineamento tenha evolução durante o percurso do projeto e por ser flexível, e ajustável durante a coleta de dados e a modalidade convergente assistencial permite o envolvimento dos sujeitos no processo ativo de pesquisa com intenção de solucionar o problema em estudo dentro da sistematização da prática assistencial, que se baseia. 66 Pois a queixa de alguns profissionais da unidade é que quando aconteceram as revisões do Histórico de Enfermagem da unidade, com o objetivo de melhorar o preenchimento e acrescentar itens que não haviam, essas revisões aconteceram por profissionais em pequenos grupos que discutiram e decidiram fazer a revisão. De modo que se estivesse acontecido uma grande discussão de todos profissionais Enfermeiros (as) que fazem parte do quadro de funcionário da unidade a adesão e a compreensão seria melhor. Sendo que a expectativa é que este trabalho contribua de alguma maneira para os Enfermeiros por meio dos resultados obtidos na pesquisa, principalmente para o preenchimento do Histórico de Enfermagem. Sendo que esse instrumento faz parte das anotações de Enfermagem, onde este instrumento é um meio de comunicação escrita para a continuidade da assistência ao paciente, e um instrumento legal, pois essas anotações estão relacionadas ao paciente que poderá ser utilizada como segurança pelo o Enfermeiro. Um aspecto facilitador foi à escolha do referencial teórico que deu o apoio para a identificação do problema da pesquisa, na interpretação, análise e na discussão dos achados. Pois o mesmo referencial é utilizado na UTI, aonde foi realizada a pesquisa. Percebi com a vivência que os profissionais Enfermeiros (as) de uma Unidade de Terapia Intensiva estão sobrecarregados pela demanda de trabalho, a falta de recursos humanos e a gravidade dos pacientes que são admitidos na unidade, não percebendo a importância do preenchimento do Histórico de Enfermagem, tornando esse “instrumento” mais uma atividade administrativa. É importante destacar que os profissionais de Enfermagem necessitam de ações educativas continuas voltadas para a saúde, aonde essas ações possibilitará mudanças de atitudes e comportamentos fazendo com que esses indivíduos estejam em constante formação profissional, interação com o ambiente e as pessoas para uma atingir um único objetivo. Os resultados obtidos com a pesquisa demonstra que o Histórico de Enfermagem é uma etapa importante e necessária dentro do processo de Enfermagem, sendo ele o facilitador e mediador para a identificação das necessidades humanas básicas afetadas, possibilitando um planejamento de acordo as necessidades do paciente de forma eficiente e uma assistência de qualidade e de 67 forma humanizada e ainda permite que os demais profissionais da equipe multidisciplinar obtenham informações sobre o paciente. Ao final da pesquisa consegui alcançar todos os meus objetivos, e utilizar com coerência os conceitos, metodologia e a teoria escolhida. Ficou então a recomendação para a implantação do novo Histórico de Enfermagem na UTI, sendo que o único interesse é desenvolver os cuidados de Enfermagem de maneira sistematizada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). 2007. 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Procuraremos realizar uma troca de experiência com você e discutiremos os elementos do histórico de Enfermagem que excedem a estrutura proposta, assim como os elementos que se apresentam imobilizados nos prontuários examinados; Analisaremos juntos a legitimidade de uso quanto a adequação dos termos previstos no teor do instrumento de coleta de dados, o histórico de enfermagem. A implantação do novo instrumento terá a decisão do grupo de enfermeiros e seu superior imediato (Coordenadora de Enfermagem do setor). Fica assegurado a liberdade de recusar ou retirar o consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo do seu trabalho. Fica também garantido o sigilo, que manterá a sua privacidade, quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Caso você encontrar dúvida a respeito desta pesquisa ou por se sentir prejudicada por estar participando deste estudo, poderá nos procurar, acadêmica Niliane Elias Vidal Sussuarana Ferreira- Fone: 3223-4097/ 9958-5885 e a professora Helga Regina Bresciani - Fone: 3225-8830/ 8422-1056, orientadora desta pesquisa. ______________________________ Niliane Elias Vidal Sussuarana Ferreira ________________________ Helga Regina Bresciani Eu, _______________________________________________________, de acordo com os termos descritos acima, declaro para os devidos fins, que estou ciente da proposta oferecida. Neste sentido concordo em colaborar com a pesquisa “Coleta de 78 Dados na UTI: reconceituação do histórico de enfermagem”, além disso, autorizo a utilização de outros meios de coleta de dados, como dados indiretos e fita cassete, desde que seja garantida a minha não identificação e o direito de desistir da participação do estudo em qualquer momento. __________________________________________ Assinatura do participante Carteira de Identidade___________________ Órgão Expedidor________________ Biguaçu, (SC) 08 de novembro de 2007. 79 Apêndice B – Formulário de Visitação do Histórico de Enfermagem FORMULÁRIO DE VISITAÇÃO AOS HISTÓRICOS DE ENFERMAGEM Elementos que se apresentam imobilizados nos prontuários examinados N° do prontuário Nome fictício do enfermeiro Dados Elementos que são preenchidos e não correspondem ao enunciado do Histórico de Enfermagem N° do prontuário Nome fictício do enfermeiro Dados Elementos do histórico de Enfermagem que excedem a estrutura proposta N° do prontuário Nome fictício do enfermeiro Dados 80 81 Apêndice D- Convite para os Enfermeiros da UTI Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI Centro de Educação Biguaçu Curso de Graduação em Enfermagem Biguaçu, 30 de novembro de 2007. CONVITE Prezada Enfermeiro (a)__________________________________________ Eu, Niliane Elias Vidal Sussuarana Ferreira acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem do 8º período, venho solicitar sua colaboração, para participar do trabalho que está sendo realizado da disciplina de Metodologia da Pesquisa, na forma do Trabalho de Conclusão de Curso. O Tema deste trabalho é “Coleta de Dados na UTI: reconceituação do histórico de enfermagem” e meu objetivo neste encontro é para que você possa discutir, refletir e reconstruir comigo e com seus colegas de trabalho um novo Histórico de Enfermagem para UTI. Este encontro realizasse-a no dia 06/11/ 2007, terça-feira às 14:00 hrs na sala de reuniões da UTI do Hospital Governador Celso Ramos. Orientadora Enfermeira Mestre Helga Regina Bresciani. Conto com sua participação e colaboração. Obrigada 82 Apêndice E- Novo Histórico de Enfermagem SECRETÁRIA DE ESTADO DA SAÚDE HOSPITAL GOVERNADOR CELSO RAMOS UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA HISTÓRICO DE ENFERMAGEM ADMISSÃO: DATA:___/___/___ HORA:___________h PROCEDÊNCIA:____________________________ DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: NOME:___________________________________________ IDADE:_______ REGISTRO:______________SEM REGISTO ( ) NATURALIDADE:_________________________________ ESTADO CIVIL:______________________________________________ COR: BRANCA ( ) PRETO( ) PARDO( ) AMARELA( ) INDÍGENA( ) Conforme IBGE (2007) MOTIVO DA INTERNAÇÃO:_____________________________________________________________________________________ DADOS CLÍNICOS:_____________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ PROBLEMAS RELACIONADOS ÀS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS A. NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS: 1. REGULAÇÃO NEUROLÓGICA: ESCALA DE SEDAÇÃO DE RAMSAY: ( )1 ( )3 ( )5 Ansioso, agitado ou inquieto Sedado, porém responsivo a comandos Sedado, com resposta lenta ( )2 ( )4 ( )6 Tranqüilo, cooperativo, orientado Sedado, com resposta rápida Sedado, sem resposta ESCALA DE GLASGOW _____+_____+_____=_____ PUPILAS: MIOSE ( ) MIDRÍASE ( ) MÉDIA FIXA ( ) ISOCÓRICAS ( ) REFLEXO FOTOMOTOR: D ( ) E ( ) REFLEXO CÓRNEO PALPERBRAL: D PERCEPÇÃO DOLOROSA ANISOCÓRICAS ( ) D> E ( ) E> D ( ) ( ) E( ) OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ 2. OXIGENAÇÃO: RESPIRAÇÃO ESPONT. ( ) FREQUÊNCIA_____ mpm SATO2______% RITMO: REGULAR ( ) IRREGULAR ( ) CATETER DE O2 ( ) MÁSCARA ( ) TOT ( ) TRAQUEOSTOMIA ( ) SISTEMA DE BENN ( ) AMBU ( ) AUSCULTA PULMONAR:________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ DRENOS: NÃO ( ) SIM ( ) TIPO:______________________________________________________________________________ OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ 3. REGULAÇÃO VASCULAR: P:_____ bpm PA:______x______mmHg PAM:_____mmHg RITMO: SINUSAL ( ) ARRITMIAS ( ) COLORAÇÃO DA PELE: NORMOCORADA ( ) CIANÓTICA ( ) PÁLIDA ( ) ICTÉRICA( ) OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ 4. REGULAÇÃO TÉRMICA: T:_____ºC OBSERVAÇÕES:_____________________________________________________________________________________ 5. HIDRATAÇÃO: TURGIDEZ DA PELE: SIM ( ) NÃO ( ) CONDIÇÕES DA MUCOSA ORAL: HIDRATADA ( ) DESIDRATADA ( ) PRESENÇÃ DE EDEMA: NÃO ( ) SIM ( ) LOCAL:________________________________ + ( ) ++ ( ) +++ ( ) ++++ ( ) OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ 83 6. ALIMENTAÇÃO: DIETA ZERO ( ) VO ( ) NUTRIÇÃO ENTERAL ( ) PARENTERAL ( ) GASTROSTOMIA ( ) JEJUNOSTOMIA ( ) SOG ( ) SNG ( ) SNE ( ): HIDRATAÇÃO ( ) ALIMENTAÇÃO ( ) SIFONAGEM ( ) FECHADA ( ) OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ 7. ELIMINAÇÕES: RENAL: ESPONTÂNEA ( ) SVD ( ) SVA ( ) DISP. EXTERNO ( ) CITOSTOMIA ( ) URETEROSTOMIA ( ) VOLUME_________ ml CARACTERÍSTICA: AMARELO CLARO ( ) AMARELO OURO ( ) AMARELO CITRÍNO ( ) ÂMBAR ( ) HEMATÚRIA ( ) PIÚRIA ( ) OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ ABDOMEM: FLÁCIDO ( ) PLANO ( ) GLOBOSO ( ) DISTENDIDO ( ) TENSO ( ) COLOSTOMIA: NÃO ( ) SIM ( ) DRENOS: SIM ( ) NÃO ( ) TIPO:______________________________________________________________________________ RHA: PRESENTE ( ) AUSENTE ( ) DIMINUÍDO ( ) GASTROINTESTINAL: HEMATÊMESE ( ) VÔMITO ( ) CARACTERÍSTICAS:__________________________________ ELIMINAÇÃO INTESTINAL: COR______________________________ ODOR:__________________________________________ CONSISTÊNCIA:_______________________________________ MELENA ( ) OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ 8. INTEGRIDADE CUTÂNEO- MUCOSA: CONDIÇÕES DA PELE: INTEGRA SIM ( ) NÃO ( ) LOCAL:______________________________________________ PETÉQUIAS ( ) HEMATOMAS ( ) EQUIMOSE ( ) CORTES ( ) CICATRIZES ( ) ESCORIAÇÕES ( ) DVE ( ) AVULSÕES ( ) ERITEMAS ( ) FRATURA ( ) FIXADOR EXTERNO ( ) PÉRFURO CORTANTE ( ) INCISÃO CIRÚRGICA ( ) TRAÇÃO: CERVICAL ( ) CUTÂNEO ( ) TRANSESQUELÉTICA ( ) OBSERVAÇÃO:________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ ÚLCERA DE PRESSÃO: NÃO ( ) SIM ( ) GRAU I ( ) GRAU II ( ) GRAU III ( ) FATORES DE RISCO ( ) FATORES RELACIONADOS ( ): Obesidade ( ) Edema ( ) Imobilidade ( ) HT↓ ( ) DM ( ) Droga Vasoativa ( ) Caquético ( ) Sedação ( ) Presença de Exudatos ( ) Diarréia ( ) Hipertemia ( ) Outros ( ) __________ TRATAMENTO/ CURATIVO:____________________________________________________________________________________ QUEIMADURA: NÃO ( ) SIM ( ) GRAU I ( ) __________ GRAU II ( ) __________ GRAU III ( ) __________ 9. SEGURANÇA FÍSICA: PROCEDIMENTOS INVASIVOS:__________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________ APARELHOS/ PRÓTESES:_______________________________________________________________________________________ B. NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS: 1. ASPECTOS EMOCIONAIS: APÁTICO ( ) CALMO ( ) AGITADO ( ) COMUNICAÇÃO VERBAL ( ) COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL ( AGRESSIVO ( ) COLABORATIVO ( ) ANSIOSO ( ) COMUNICATIVO ( ) DEPRESSIVO ( ) ANGÚSTIA ( ) ) C. NECESSIDADES PSICO- ESPIRITUAL: RELIGIÃO:__________________________________ SOLICITAÇÃO DO PACIENTE:______________________________________ _____________________________________________________ ENFER. ASSINATURA/ COREN ELABORADO POR: ANETE VIRTUOSO E ANA CRISTINA MACIEL. REVISADO POR: CARLA PAULI, CLAIRI M. BIHR, DAYANE C. BORILLE, MARIA BETINA C. BUB – OUT/ 1999. 84 REVISADO POR: HELGA REGINA BRESCIANI – NOV/ 2000. REVISADO POR: NILIANE ELIAS VIDAL S. FERREIRA , HELGA REGINA BRESCIANI, CLARICE KOERICH, ROSA CLAUDIA ONZI – NOV/ 2007.