capacidade de uso da terra na bacia hidrográfica do rio

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ICTR 2004 – CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Costão do Santinho – Florianópolis – Santa Catarina
CAPACIDADE DE USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO LEÃO,
MESORREGIÃO DO CENTRO-SUL/PR
Leandro Redin Vestena
Sidnei Osmar Jadoski
Lisandro Pezzi Schmidt
PRÓXIMA
Realização:
ICTR – Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável
NISAM - USP – Núcleo de Informações em Saúde Ambiental da USP
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CAPACIDADE DE USO DA TERRA NA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO LEÃO, MESORREGIÃO DO
CENTRO-SUL/PR
Leandro Redin Vestena 2
Sidnei Osmar Jadoski 3
Lisandro Pezzi Schmidt 4
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido com os objetivos de avaliar preliminarmente a
capacidade de uso da terra da bacia hidrográfica do Rio Leão, localizada na região
centro-sul do Estado do Paraná, drenando áreas dos municípios de Laranjeiras do
Sul, Nova Laranjeiras e Rio Bonito do Iguaçu. Os critérios para a classificação do
uso da terra foram adaptados da proposição apresentada pela EMBRAPA (1995) e a
partir da legislação ambiental vigente. Utilizou-se o Software SPRING 4.0 para a
criação de um banco de dados que compuseram um sistema de informação
geográfica e a partir deste, foram geradas as áreas recomendadas para a
preservação permanente, a declividade e as classes de capacidade de uso da terra.
Através dos resultados verificou-se que a área da bacia hidrográfica do Rio Leão é
classificada com: a) aptidão para lavoura: 37% boa, 17% restrita e 1% regular; b)
aptidão para pastagem plantada: 19% boa e 13% com limitações; c) aptidão boa,
regular ou restrita para silvicultura e / ou pastagem natural: 2%; e d) áreas à serem
destinadas para preservação permanente: 11%. Considerando estes resultados
verifica-se que a área da bacia hidrográfica apresenta predominância de áreas
adequadas para o cultivo de lavouras e tendo também, expressivas áreas
recomendadas à pecuária. Estas características indicam que a região apresenta
aptidão para atividades agropecuárias.
Palavras-chave: Capacidade de uso da terra; áreas recomendadas à preservação
permanente; aptidão agrícola.
2
Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e docente do Departamento de
Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO).
3
Doutor em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Botucatu e docente do
Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO).
4
Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e docente do Departamento de
Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO).
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1. INTRODUÇÃO
A análise da aptidão de uso do solo constitui um importante elemento para a
utilização racional dos recursos naturais, bem como possibilita identificar as
potencialidades e fragilidades da paisagem, diante da expansão das áreas agrícolas.
Na bacia hidrográfica do Rio Leão, mesorregião centro-Sul do Estado do
Paraná, a atividade econômica predominante é a agropecuária, o que ocasiona o
uso intensivo da terra, muitas vezes de forma imprópria e indevida, em áreas de
preservação permanente, declivosas e em solos hidromórficos e rasos. Tais ações
têm contribuído para a ocorrência de problemas ambientais, como erosão,
assoreamento dos rios, comprometimento da qualidade da água, entre outros.
O presente trabalho tem por objetivo identificar e avaliar preliminarmente a
capacidade de uso da terra na bacia hidrográfica do Rio Leão, localizada na região
centro-sul do Estado do Paraná, que drena áreas dos municípios de Laranjeiras do
Sul, Nova Laranjeiras e Rio Bonito do Iguaçu.
Há muito tempo tem-se discutido sobre o uso do solo, principalmente após a
década de 50, quando o espaço agrário brasileiro passou de uma agricultura voltada
a subsistência, para uma agricultura comercial (moderna), onde a competitividade e
conseqüentemente o aumento da produtividade passam a exercer grande
importância. É nesta fase que começa a mecanização da lavoura e a expansão das
áreas cultivadas. Ao mesmo tempo, a aceleração do processo de urbanização
advindo da migração de parcela da população rural associada ao antigo modelo
econômico brasileiro.
Com estas transformações a conservação do solo passa a ser um dos
aspectos mais importantes da agricultura moderna, tornando-se necessário a
planificação racional do uso do solo, devendo-se considerar o conjunto de suas
características físicas, ecológicas e econômicas de acordo com as suas
potencialidades de exploração, diante das culturas e das tecnologias.
Assim, a identificação das classes de capacidade de uso da terra é de
extrema relevância, pois através dela será possível a adoção de técnicas de
mecanização, definição de cultura e o uso de fertilizantes e corretivos nas atividades
agrícolas. Possibilitando um manejo sustentável do solo. “A capacidade de uso
indica o grau de intensidade de cultivo que se pode aplicar em um terreno sem que o
solo sofra diminuição de sua produtividade por efeito da erosão”, conforme
destacam Bertoni & Lombardi Neto (1999, p.213).
Lepsch (1991), Motta (1993), dentre outros, evidenciam que a aptidão
agrícola como classificação técnica visa orientar a utilização da terra, levando em
consideração a viabilidade agronômica e os riscos de degradação do meio
ambiente, decorrentes da exploração agrícola, contribuindo para o planejamento
agrícola.
A capacidade de uso do solo tem por objetivo fundamentar o planejamento e
é uma ferramenta que imprime um caráter seletivo, racionalizador e de orientação de
uso das terras.
Neste contexto, a identificação e a avaliação das classes de capacidade de
uso da terra na bacia hidrográfica do Rio Leão, subsidiará tomada de decisões que
visem o uso e o manejo adequado dos recursos naturais.
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2. MATERIAL E MÉTODOS
Os recursos materiais utilizados foram: a) carta topográfica, escala 1:50.000 e
1:100.000, ano de 1980 e 1972, respectivamente, com eqüidistância entre
curvas de nível de 20 metros, da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG); e b)
software Spring 4.0, desenvolvido na Divisão de Processamento de Imagens (DPI)
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Os primeiros procedimentos adotados foram georreferenciar a base planialtimétrica da área de estudo no software Spring 4.0, definindo-se os planos de
informações a serem gerados (hidrografia, hipsometria, declividade, áreas
recomendadas a preservação). Com estes dados efetuou-se a composição de um
sistema de informação geográfica, sendo que a partir deste, foram geradas as áreas
recomendadas para a preservação permanente, a declividade e as classes de
capacidade de uso da terra (planos de informações). Os critérios para a classificação
do uso da terra foram adaptados principalmente da proposição apresentada pela
EMBRAPA (1995) (Ramalho Filho e Beek, 1995) e a partir da legislação ambiental
vigente. As informações obtidas foram aferidas in loco, visando os ajustes
necessários para a acurácia dos dados.
Foram considerados vários fatores que devem ser levados a efeito na
identificação das classes de uso, dentre os físicos de maior influência no uso da
terra destacam-se: a natureza do solo, a declividade, a erosão e o uso atual. Esses
fatores devem ser interpretados e avaliados em conjunto na determinação das
classes de uso, sendo os principais, além da experimentação agronômica, os
seguintes, conforme Bertoni & Lombardi Neto (1999):
a) o da estabilidade do solo, em função especialmente de sua declividade e
erodibilidade;
b) o da produtividade do solo em função de sua fertilidade, da sua falta ou
excesso de umidade, acidez, alcalinidade etc.;
c) o das obstruções contra o livre emprego de máquinas em função de sua
pedregosidade e profundidade, dos sulcos de erosão existentes, do
encharcamento etc.;
d) o do ambiente ecológico, em função especialmente das condições climáticas,
notadamente o regime pluviométrico.
Conforme a classificação acima se verifica que a declividade é o fator que
exerce grande influência na capacidade de uso da terra, visto que são nos terrenos
menos declivosos que se encontram os solos mais estruturados, além de ser um
fator de limitação a mecanização. Portanto, nessa primeira etapa do trabalho
utilizou-se da análise da declividade para definir as classes de uso da terra.
As classes de capacidade de uso da terra foram adaptadas da proposição da
EMBRAPA (1995), e são as seguintes:
1) classe I – aptidão boa para a lavoura;
2) classe II – aptidão regular para a lavoura;
3) classe III – aptidão restrita para a lavoura;
4) classe IV – aptidão boa para pastagem plantada;
5) classe V – aptidão regular ou estrita para pastagem plantada;
6) classe VI – aptidão boa, regular ou restrita para silvicultura e / ou
pastagem natural; e
7) classe VII – áreas a serem destinadas a preservação permanente.
Nesta classificação, a aptidão boa refere-se as áreas sem limitações
significativas para a produção sustentada; aptidão regular são áreas que
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apresentam limitações moderadas para a produção sustentada; e aptidão restrita
áreas que apresentam fortes limitações as atividade agrícolas.
A capacidade de uso da terra para a bacia hidrográfica do Rio Leão foi
identificada preliminarmente a partir das classes de declividade, de acordo com o
Quadro 1. No entanto, salienta-se que na definição da capacidade de uso da terra
foram considerados outros fatores como: manejo de efluentes, qualidade da água,
aporte de resíduos urbanos e agrícolas, características químicas e físico-hídricas do
solo, deflúvio, pedregosidade, risco de inundação e a erosão.
Quadro 1 – Capacidade de uso da terra conforme classes de declividade
Aptidão
0–3
Diminuição da Intensidade de Uso
Declividade (%)
3–6
6–12 12–20 20–40 > 40
Áreas de
Preservação
Classe I
L
I
M
I
T
A
Ç
Ã
O
Classe II
Classe III
Classe IV
Classe V
Classe VI
Classe VII
Fonte: Adaptado da EMBRAPA (1995)
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A bacia hidrográfica do Rio Leão, localiza-se entre 25º 23’ 34” a 25º 27’ 21”
de Latitude Sul e 52º 24’ 27” a 52º 33’ 05” de Longitude Oeste, com área estimada
de 62 Km2, abrangendo parte da região centro-sul do Estado do Paraná drenando
áreas dos municípios de Laranjeiras do Sul, Nova Laranjeiras e Rio Bonito do Iguaçu
(Figura 1).
A área de estudo está inserida no Terceiro Planalto paranaense,
especificamente, no Planalto de Guarapuava, apresentando-se como um grande
plano inclinado para oeste e ocupando dois terços do território paranaense. O relevo
é predominantemente suave ondulado e a amplitude máxima é de 290 metros.
Geologicamente, é composto por rochas provenientes dos derrames de Trapp
(rochas eruptivas básicas – basalto) da era Mesozóica, período Jurássico Triássico e
por depósitos de arenito Botucatu (Maack, 2002).
O clima na bacia, segundo a classificação de Köppen é Cfb – Clima
Temperado propriamente dito; temperatura média do mês mais frio abaixo de 18º,
com verões frescos, temperatura média do mês quente abaixo de 22º e sem estação
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seca, ou seja, subtropical mesótermico úmido. A temperatura média anual fica em
torno de 18ºC (Maack, 2002).
Figura 1 – Localização da bacia hidrográfica do Rio Leão
O tipo de solo predominante na bacia é o nitossolo (terra rocha estruturada),
com textura proeminente argilosa, bem desenvolvido e estruturado, alta
permeabilidade e fertilidade natural. Conforme a EMBRAPA (1999), de forma geral,
estes solos estão em regiões de relevo plano e suave ondulado e substrato de
rochas basálticas do derrame do Trapp; seguido por latossolo de textura argilosa
nas regiões de relevo suave ondulado, e estão presentes próximos as nascentes na
bacia hidrográfica do Rio Leão.
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A vegetação natural que predomina é campos limpos com capões e matas
ciliares e a presença das araucárias (Maack, 2001). O uso da terra e a retirada da
vegetação natural está vinculado a práticas agropecuárias, realizadas na grande
maioria por pequenos produtores, de forma semi-extensiva, para o cultivo,
principalmente, da soja e do milho.
A diferença altimétrica entre a cota mínima e máxima da bacia hidrográfica do
Rio Leão é de 384 metros, a extensão do rio principal é de aproximadamente 22 Km,
e sua foz é no Rio Chagu. A classe hipsométrica que predomina na bacia, com 29, 3
Km 2 (47%) da mesma é a de 750 a 800 metros, seguida por 12,7 Km 2 (21%) da
classe de 700 a 750 metros (Figura 2).
Figura 2 – Hipsometria da bacia hidrográfica do Rio Leão
Na área de estudo a classe de declividade que predomina é a de 0 a 3%,
com 26,5 Km 2 (42,7%). Contatou-se também que apenas 17% da bacia hidrográfica
do Rio Leão apresenta declividades superiores a 20%. A presença de declividades
inferior a 20% em 83% da área da mesma impõe uma dinâmica própria e
diferenciada aos processos hidrogemorfológicos, visto que, em regra geral, quanto
menor a declividade maior a penetração da água das chuvas no solo, ou seja, maior
é a quantidade de água infiltrada, e conseqüentemente, menor será a velocidade de
escoamento das águas superficiais. Isso desfavorece os processos erosivos, que
serão mais intensos quanto maior as declividades das vertentes.
Na área de estudo, a declividade, de modo geral, apresenta pouca restrição a
capacidade de uso das terras para a agropecuária, estando espacialmente, as
maiores declividades presentes na porção inferior da bacia (Figura 3).
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Figura 3 – Declividade da bacia hidrográfica do Rio Leão
As faces sombreadas correspondem a 16% da bacia e estão localizadas, na
sua grande maioria, na margem direita do Rio Leão, devido a este estar drenando as
águas fluviais no sentido leste – oeste, faces que apresentam microclimas
diferenciados em comparação com as faces ensolaradas, principalmente, maior
umidade, menor quantidade de insolação diária e menores temperaturas (Figura 4).
As áreas recomendadas à preservação permanente mapeada, conforme o
Código Florestal Brasileiro, foram as seguintes: 1) 0,73 hectares de áreas
recomendadas a preservação permanente por apresentarem declividades superiores
a 45º; 2) 168,64 hectares de áreas recomendadas a preservação permanente por
serem topos; 3) 35,54 hectares de áreas recomendadas a preservação permanente
atreladas a nascentes de cursos fluviais; e 4) 491,64 hectares de áreas
recomendadas a preservação permanente atreladas aos cursos fluviais (matas
ciliares) (Figura 5).
As áreas recomendadas a preservação permanente totalizaram 11% das
terras da bacia hidrográfica do Rio Leão. Entretanto, é necessário salientar que
nestas avaliações não foram inseridas as áreas a serem destinadas como reserva
legal (mínimo de 20% da propriedade) conforme legislação ambiental vigente.
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Figura 4 – Orientação das vertentes da bacia hidrográfica do Rio Leão
Figura 5 – Áreas recomendadas a preservação permanente
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Conforme os resultados da pesquisa, pode-se constatar que a área da bacia
hidrográfica do Rio Leão apresenta aptidão predominantemente para a atividade
agrícola, pois 37% da mesma tem aptidão para lavoura boa, 17% restrita e 1%
regular; 19% aptidão para pastagem plantada - boa e 13% com limitações; 2%
aptidão boa, regular ou restrita para silvicultura e / ou pastagem natural; e 11% são
áreas à serem destinadas para preservação permanente (Tabela 1 e Figura 6).
Tabela 1 – Classes de capacidade de uso da terra da bacia hidrográfica do Rio Leão
Classes de capacidade de uso da terra
Classe I - Aptidão boa para a lavoura
Classe II – Aptidão regular para a lavoura
Classe III - Aptidão restrita para a lavoura
Classe IV - Aptidão boa para pastagem plantada
Classe V - Aptidão regular ou estrita para pastagem
plantada
Classe VI - Aptidão boa, regular ou restrita para
silvicultura e / ou pastagem natural
Classe VII - Áreas a serem destinadas a preservação
permanente
Total
Área
(Km 2 )
22,82
0,45
10,54
11,77
Porcentagem
(%)
37
1
17
19
8,34
13
1,30
2
6,78
11
62,00
100
A predominância de áreas adequadas para o cultivo de lavouras e, também,
expressivas áreas recomendadas à atividade pecuária na bacia hidrográfica do Rio
Leão, correspondem as suas características físicas, principalmente a pequenas
declividades, relevo suave ondulado, e a solos originados a partir de rochas
intrusivas, derrame de basalto, correspondente a nitossolo (terra rocha estruturada),
com textura proeminente argilosa, bem desenvolvido e estruturado, alta
permeabilidade e fertilidade natural, sendo facilmente mecanizáveis e com grande
variedade de usos agronômicos. Estes resultados estão de acordo com Bertoni &
Lombardi Neto (1999), que afirmam que a capacidade de uso da terra é resultado
principalmente da estabilidade do solo, em função de sua declividade e erodibilidade
e da fertilidade natural.
Essas e outras características deram a região do centro sul do Paraná a
condição para a substituição da policultura de subsistência para monocultura de
exportação, os principais produtos da agricultura são o milho, o soja, o feijão e o
trigo (Mussoi, 2002).
Na bacia hidrográfica do Rio Leão, constatou-se que a muitos produtores
rurais desenvolvem a suinocultura, nas margens dos cursos fluviais. Há ainda,
problemas atinentes a destinação final das embalagens de agrotóxicos, que além de
poluir o solo e os recursos hídricos, comprometem a qualidade de vida dos
trabalhadores rurais, quando empregados sem os devidos cuidados de
equipamentos de proteção.
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Figura 6 – Classes de capacidade de uso da terra na bacia hidrográfica do Rio Leão
Destaca-se, também, que a expansão urbana desordenada na periferia da
cidade de Laranjeiras do Sul, apresenta elevado potencial para o comprometimento
dos recursos hídricos do Rio Leão, visto que é nessa que estão as principais
nascentes do rio, e o destino inadequado de efluentes e resíduos domésticos é fator
que afeta a qualidade da água. Apesar disso, a área da bacia em sua grande
totalidade é destinada ao uso agrícola.
5 CONCLUSÕES
A bacia hidrográfica do Rio Leão apresenta elevados percentuais com aptidão
para a agricultura, contudo, tal atividade deve ser desenvolvida seguindo critérios de
conservação e preservação (condições de manejo) dos recursos naturais, visando a
sustentabilidade. Para tal, é de suma importância estabelecer um zoneamento
ambiental para esta bacia hidrográfica.
O uso generalizado para a agropecuária dos solos da bacia hidrográfica do
Rio Leão está de acordo com suas aptidões de uso da terra.
Sugere-se que em futuros estudos sejam abordados tópicos referentes ao
manejo de efluentes rurais e urbanos, a qualidade da água, o aporte de resíduos
urbanos e agrícolas, as características químicas e físico-hídricas do solo, o deflúvio,
a pedregosidade, o risco de inundação, a erosão, assim como a gestão ambiental
adotada para os recursos naturais existentes na bacia hidrográfica.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos. Rio de Janeiro: 1999.
BERTONI,J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. São Paulo: Ícone, 1999.
LEPSCH, I. F. (Coord.) Manual para el levantamiento utilitario del medio físico y
clasificación de las tierras en el sistema de capacidad de uso. Campinas: SBCS,
1991.
MAACK, R. Geografia Física do Estado do Paraná. Curitiba: Banco de
Desenvolvimento do Paraná, Universidade Federal do Paraná, Instituto de Biologia e
Pesquisa Tecnológica, 2002.
MOTTA, P. E. F. Os solos do Triângulo Mineiro e sua aptidão agrícola. Informe
Agropecuário. Belo Horizonte, n1, v. 9. 105, 1993.
RAMALHO FILHO, A.; BEEK, K. J. Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das
Terras. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 1995.
* Projeto de Pesquisa e Extensão desenvolvido pelo Centro de Ciências Agrárias e
Ambientais – UNICENTRO, convênio Prefeitura Municipal de Laranjeiras do Sul.
LAND USE CAPACITY IN THE LION RIVER BASIN, MESO-REGION OF THE
SOUTHERN CENTRAL PARANÁ STATE - BR
ABSTRACT
This work was accomplished aiming at evaluating the land use capacity of the Lion
River Basin, located in southern central Paraná State, which drains the Laranjeiras
do Sul, Nova Laranjeiras and Rio Bonito do Iguaçu town areas. The criteria used for
the land use classification were adapted of EMBRAPA’s proposal (1995) and also of
the current environmental laws. Software SPRING 4.0 was used to make a database,
and from this database to make a geographic information system. Based on the
geographic information system we selected some areas recommended for
permanent preservation, we made a map of land declivity and of the land use
capacity classes. Based on that, we can state the Lion River Basin area as follows:)
farmable land: 37% - good, 17% - some restrictions may apply and 1% - regular; b)
planted pasture suitability: 19% - good and 13% - some restrictions may apply; c)
good, regular or restrictions may apply for forestry and / or natural pasture: 2%; and
d) permanent preserve areas: 11%. Based on the area fact summary it is clear that
the river basin area is good both for farming and cattle raising.
Key-words: Land use capacity; areas recommended for permanent preservation;
farmability.
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