Flavia Silva Sanglard

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Lato Sensu em Fisioterapia em Terapia Intensiva
FREQUÊNCIA CARDÍACA, PRESSÃO ARTERIAL E
SATURAÇÄO PERIFÉRICA DA OXIHEMOGLOBINA DE
REPOUSO E MÁXIMAS DURANTE A ATIVIDADE DE UM
PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
Autor: Flávia Silva Sanglard
Orientador: Renata da Nóbrega Souza de Castro
Brasília - DF
2011
FLÁVIA SILVA SANGLARD
FREQUÊNCIA CARDÍACA, PRESSÃO ARTERIAL E SATURAÇÄO PERIFÉRICA
DA OXIHEMOGLOBINA DE REPOUSO E MÁXIMAS DURANTE A ATIVIDADE
DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
Artigo apresentado ao curso de pós-graduação
em Fisioterapia da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para a
obtenção do título de Especialização em
Fisioterapia em Terapia Intensiva Lato Sensu.
Orientador: Renata da Nóbrega Souza de
Castro
Brasília
2011
FREQUÊNCIA CARDÍACA, PRESSÃO ARTERIAL E SATURAÇÄO PERIFÉRICA
DA OXIHEMOGLOBINA DE REPOUSO E MÁXIMAS DURANTE A ATIVIDADE
DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
FLÁVIA SILVA SANGLARD
Resumo
Introdução: As doenças cardiovasculares representam importante problema de saúde pública
não só no Brasil como também em todo o mundo, pois constituem a principal causa de
morbidade e mortalidade. A pressão arterial (PA), a freqüência cardíaca (FC), a saturação
periférica da oxihemoglobina (SpO₂) são dados importantíssimos para serem avaliados em
pacientes participantes de programas de reabilitação.
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a FC, PA e SpO₂ de repouso e máximas
durante a atividade de um programa de Reabilitação Cardiorrespiratória.
Materiais e métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo, a mostra foi composta por 30
pacientes, sendo 15 mulheres e 15 homens, com idade entre 50 e 70 anos, no período do 2º
semestre de 2010. A pesquisa foi realizada de dados de pacientes portadores de doença
arterial coronariana (DAC) diagnosticada.
Resultados: Foi encontrado um número elevado de indivíduos com HAS na monitorização da
pressão arterial (PA) máxima: 60%, onde na PA em repouso foi de 26,66%.
Conclusão: Conhecendo-se melhor os ganhos na capacidade funcional dos pacientes
revascularizados, obter todos os parâmetros necessários foi possível direcionar e qualificar
medidas de intervenção e tratamento e proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Reabilitação Cardiorrespiratória. Doença arterial coronariana (DAC). Sinais
vitais. Qualidade de vida.
HEART FREQUENCY, BLOOD PRESSURE AND PERIPHERAL HEMOGLOBIN
SATURATION MAXIMUM OF REST AND DURING ACTIVITY OF A
REHABILITATION PROGRAM CARDIOPULMONARY
FLÁVIA SILVA SANGLARD
ABSTRACT
Introduction: Cardiovascular diseases are major public health problem not only in Brazil but
also worldwide, as are the major cause of morbidity and mortality. Blood pressure (BP), heart
rate (HR), peripheral hemoglobin saturation (SpO ₂) are important data to be evaluated in
patients participating in rehabilitation programs.
Objective: The aim of this study was to evaluate the HR, BP and SpO ₂ rest and during
maximum activity of a Cardiopulmonary Rehabilitation program.
Materials e method: We conducted a retrospective study, the show consisted of 30 patients,
15 women and 15 men, aged between 50 and 70 years, during the second semester of 2010.
The survey was conducted of data from of patients with coronary artery disease (CAD)
diagnosed.
Results: He was found a large number of individuals with hypertension in the monitoring of
blood pressure (BP) Maximum: 60%, where BP at rest was 26.66%.
Conclusion: Knowing the best gains in functional capacity of patients revascularized obtain
all necessary parameters could qualify and direct measures of intervention and treatment and
provide a better quality of life.
Key words: Cardiopulmonary rehabilitation. Coronary artery disease (CAD). Vital signs.
Quality of life.
INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares representam importante problema de saúde pública não
só no Brasil como também em todo o mundo, pois constituem a principal causa de morbidade
e mortalidade, representando os mais altos custos em assistência médica. [1]
A incidência de doenças cardiovasculares vem aumentando a cada ano, segundo dados
da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos de doenças coronarianas poderiam
ser evitados com mudanças factíveis nos hábitos alimentares, níveis de atividade física e uso
de produtos derivados do tabaco. [2]
Quando o tratamento clínico é ineficaz ou insuficiente para a melhora sintomática, a
angioplastia e/ou a revascularização do miocárdio (RM) devem ser consideradas. Sendo que
freqüência e a necessidade dos procedimentos cirúrgicos aumentaram progressivamente nas
últimas décadas. As técnicas cirúrgicas para revascularização do miocárdio têm evoluído
rapidamente nos últimos anos. Novos procedimentos vêm sendo desenvolvidos e utilizados,
objetivando com isso, não apenas a diminuir a morbimortalidade pós-operatória, mas também
a permanência hospitalar e os altos custos desses procedimentos, como também melhorar a
qualidade de vida dos pacientes. Sendo ainda consideradas as complicações pulmonares pósoperatórias, fonte significativa de mortalidade e morbidade [3,4].
A revascularização por angioplastia coronariana transluminal percutânea (ACTP) utilizando
stents revestidos (com cobertura farmacológica) tem sido cada vez mais usada para tratar
obstruções coronarianas complexas, embora, a cirurgia de revascularização miocárdica
(CRM) seja o tratamento de escolha, pois apresenta efeito positivo e benéfico em pacientes
com angina não-responsiva a tratamento clínico. [5]
O encaminhamento de pacientes para a Reabilitação Cardiorrespiratória (RC) após
procedimento de revascularização tem crescido nos últimos anos devido aos inúmeros
benefícios da prática de exercícios regulares para portadores de cardiopatia, além da melhora
da capacidade funcional.[1]
A RC trata-se do somatório de atividades essenciais para garantir aos pacientes
portadores de cardiopatia as melhores condições física, mental e social.[6] Os programas de
reabilitação cardíaca foram desenvolvidos com o propósito de trazer esses pacientes de volta
às suas atividades diárias habituais, envolvendo ações multidisciplinares, com intuito de
modificar aspectos que contribuem com a diminuição do risco cardíaco como: a prática do
exercício físico, acompanhada por ações educacionais voltadas para mudanças nos hábitos e
estilo de vida. [7]
A pressão arterial (PA) é o principal elemento para avaliação indireta da resposta
inotrópica do coração em relação ao esforço, associada ao grau de tolerância ao exercício. [8]
A freqüência cardíaca é o número de vezes em que o coração bate por minuto. Durante
a prática de exercícios aeróbios, a freqüência cardíaca indica se a intensidade da atividade é
adequada. Controlando a freqüência, você também evita ultrapassar o nível seguro de esforço
para seu organismo. [8]
A saturação periférica da oxihemoglobina (SpO₂) é freqüentemente utilizada para
guiar alterações do regime ventilatório. Valores de SpO₂ iguais ou superiores a 96 % são
necessários para garantir saturação arterial da oxihemoglobina.
A maior parte dos pacientes com doença arterial coronariana (DAC) estabelecida
referem diminuição da capacidade funcional.
Desta forma é clara a extrema importância de se avaliar criteriosamente os parâmetros como a
freqüência cardíaca, a pressão arterial e saturação periférica da oxihemoglobina (SpO₂), em
pacientes participantes de programas de reabilitação.
O objetivo do presente estudo foi
avaliar a FC, PA e SpO₂ de repouso e máximas
durante a atividade de um programa de Reabilitação Cardiorrespiratória em pacientes
revascularizados com dados obtidos a partir do prontuário dos pacientes submetidos ao
programa.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizado um estudo retrospectivo, realizado no segundo semestre de 2010, com a coleta
de dados de pacientes portadores de DAC diagnosticada, participantes de programas de
Reabilitação Cardíaca.
Critérios de inclusão e exclusão - Foram incluídos no estudo todos os pacientes em condição
clínica estável, que: a) eram portadores de DAC devidamente diagnosticada; b) freqüentaram
a reabilitação cardíaca cumprindo todo o programa ou no mínimo por três meses (julgados
aderentes à reabilitação); c) ter sido submetido a procedimento cirúrgico de revascularização
do miocárdio (CRM) ou por revascularização por angioplastia coronariana transluminal
percutânea (ACTP) utilizando stents.
- Foram excluídos os coronariopatas que não se enquadravam nessas condições ou sobre os
quais não houve possibilidade de atualizar as informações, tais como: a) pacientes portadores
de outras patologias cardíacas graves; b) pacientes que tiveram impossibilidade de prosseguir
na RC; c) pacientes portadores de alterações músculo esqueléticas que limitem o exercício; d)
pacientes cujos prontuários estejam com dados incompletos.
Amostra do estudo – A amostra foi selecionada por conveniência e composta por 30
portadores de DAC, sendo 15 homens e 15 mulheres, com idade entre 50 e 70 anos, que
preencheram os critérios de inclusão, que não apresentavam critérios de exclusão, e que
ingressaram nos programas de reabilitação no ano de 2010.
Variáveis estudadas - Foram estudados: a) gênero, b) idade, c) índice de massa corporal
(IMC), d) hipertensão arterial sistêmica, e) diagnóstico clinico, f) infarto do miocárdio prévio,
g) tolerância ao esforço, h) tempo de realização da RC, i) tabagismo, e j) uso de
medicamentos cardiovasculares, k) freqüência respiratória, l) freqüência cardíaca, m)
saturação periférica de oxigênio.
A análise estatística
Após a coleta, os dados obtidos passaram pelo programa Microsoft Office Excel 2003.
Foram distribuídos de maneira descritiva para a organização da amostra. Após a análise
descritiva foram definidos a média e o desvio padrão.
RESULTADOS e DISCUSSÃO
Foram avaliados 30 pacientes, destes 15 do sexo feminino e 15 pacientes do sexo
masculino. A idade média do grupo feminino foi de 59,8 (± 6,18). A idade média do grupo
masculino foi de 59,13 (± 6.65).
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é identificada como um dos principais fatores
de risco para o desenvolvimento de DAC, acidente vascular cerebral, doença vascular
periférica, insuficiência renal e insuficiência cardíaca congestiva [9].
A média da PA repouso do grupo das mulheres foi de 141,33x87,33 (± 13,28x4,57) e a
média da PA máxima foi de 153,35x89,33 (± 14,96x2,58) com 96% de média de SpO₂. No
grupo dos homens a PA média em repouso foi de 138,66x84,66 (± 15,52x5,16) e a média da
PA máxima foi de 148,66x89,33 (± 15,05x2,58) com 97% de média de SpO₂. Já a média FC
em repouso do grupo feminino foi 69,13 (± 7,52) e FC máxima foi 166,26 (±6,11). A média
FC em repouso do grupo masculino foi 65,26 (± 5,38) e FC máxima foi 160,86 (± 6,65).
Os dados avaliados neste estudo demonstram um aumento na prevalência de HAS nos
dois grupos pesquisados após os exercícios do programa de reabilitação cardiorrespiratória.
Assim como a FC teve um aumento após os exercícios. A saturação periférica de
oxihemoglobina manteve na média antes e após o programa.
Este aumento pode ser explicado por vários fatores como revacularizações recentes,
idade, qualidade de vida que o paciente tem, história de tabagismo e etc.
Há necessidade da utilização de aparelhos que monitoram a FC, PA, SpO₂ por parte
dos pacientes na reabilitação cardiorrespiratória é muito importante pois normalmente
apresentam maior risco durante esforço.
CONCLUSÃO
Com o resultado que obtivermos com a pesquisa e conhecendo-se melhor os ganhos na
capacidade funcional dos pacientes revascularizados, será possível direcionar e qualificar
medidas de intervenção e tratamento seja em grupos de risco mais específicos ou em relação
ao quadro disfuncional, podendo assim visar uma intervenção de forma individualizada ou em
grupos, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida a esta população.
Embora as análises não tenha tido comprovação significativa, faz-se necessário que mais
estudos sejam realizados, porém com um número maior de indivíduos para se ter relevância
na pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gus I, Zielinsky P. As Cardiopatias no Brasil. In: Ferreira C; Póvoa R. Cardiologia para o
Clínico Geral. Rio de Janeiro: Atheneu, 1999: 131-43.
[1]
World Health Organization. Fifty-seven World Health Assembly. Global Strategy on Diet,
Physical Activity and Health. Geneva; 2004.
[2]
IGLEZIAS, José Carlos R. et al. Fatores prognósticos na revascularização do miocárdio
em pacientes idosos. Rev Bras Cir Cardiovasc . 1997, vol.12, n.4, pp. 325-334
[3]
Verri J, Barbosa VG, Kalil PSA. Pré e pós-operatório de cirurgias cardíacas. In: Menna
Barreto SS, Vieira SRR, Pinheiro CTS, editores. Rotinas em terapia intensiva. 3ª ed. Porto
Alegre:Artmed;2001. p.427-34
[4]
Serruys PW et al for the SYNTAX Investigators. PCI versus coronary-artery bypass
grafting for severe coronary artery disease. N Engl J Med 2009; 360(10):961-972
[5]
[6]
Diretriz de Reabilitação Cardíaca. Arq. Bras. Cardiol. 2005, vol.84, n.5, pp. 431-440.
Brown RA. Rehabilitation of patients with cardiovascular diseases. Report of a WHO
expert committee. World Health Organ Tech Rep Ser 1964; 270: 3-46.
[7]
II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Testes Ergométricos. Arq.
Bras.Cardiol. 2002
[8]
RABKIN SW, Matthewson FAL, Tte RB. Predicting risk of ischemic heart disease and
cerebrovascular disease from systolic and diastolic blood pressure. Ann internal Med 1978;
88: 342-5
[9]
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