O Impacto da Relações Socias no Pré-Escolar

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UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE CABO VERDE
BALTASAR LOPES DA SILVA
LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
SILVINO FERREIRA DELGADO SOUSA
Nº 20090104
ORIENTADOR: MESTRE MISAEL FONSECA
Mindelo Outubro de 2013
UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE CABO VERDE
BALTASAR LOPES DA SILVA
SERVIÇO SOCIAL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
TEMA: O IMPACTO DAS RELAÇÕES SOCIAIS NO PRÉESCOLAR
Relatório
de
Estágio
Supervisionado
apresentado à Universidade Lusófona de
Cabo Verde como requisito para obtenção
do grau de Licenciatura em Serviço Social
Orientador: Mestre Misael Fonseca
Mindelo Outubro de 2013
“[...] educadores e assistentes sociais são profissionais que
compartilham desafios semelhantes, ambos têm na escola seu ponto de
encontro. Dentro desses possíveis espaços de atuação profissional
apresenta-se como ponto fundamental no contexto da profissão a
dimensão educativa, procurando direcionar o processo de trabalho do
assistente social através de ações interdisciplinares de orientação e
informação, incentivando gestões participativas e contribuindo para a
construção de novos sujeitos sociais.”
MICHELI KLAUBERG FAUSTINO
Dedicatória
Aos meus falecidos pais Silvestre Sousa e Fernanda Delgado, que sempre estão
presentes na minha vida não fisicamente, mas no meu coração. Obrigado por eu
existir.
À minha avó Maria Inês pois sem ela, eu não estaria aqui, desfrutando deste
momento verdadeiramente importante.
Agradecimentos
Sempre que alcançamos um objectivo ou determinado patamar, contamos
com ajuda de muitos actores sociais. Por trás de nós, muitos se fazem presentes.
Desse modo, agradeço em especial a Deus pelo dom da vida, pela minha existência,
pelas pessoas que cruzaram o meu caminho e por me permitir a conquista deste
sonho.
Foram muitas as pessoas e instituições que amavelmente colaboraram e
cooperaram, directa e indirectamente, na minha formação profissional. Neste sentido,
não posso deixar de expressar a minha enorme gratidão pelo empenho demonstrado,
em diferentes níveis. A todos os que incondicionalmente colaboraram emprestando o
seu apoio inequívoco: Sónia Aleixo, António Delgado, Joseanne Carvalho, Benvinda
Delgado, Marisa Conceição, Paulo Aleixo, Gilda Sancha, Família Fonseca,
FICASE…Os meu sinceros agradecimentos.
Com honra agradeço a minha família, em especial à minha avó Maria Inês,
por todo amor, carinho, afecto e pelo apoio e esforço empreendido desde o
falecimento dos meus pais, até culminar nesses quatro anos de licenciatura. Obrigado
a meu irmão António Delgado pelas palavras de encorajamento e pela força dada.
À Fundação Cabo-Verdiana de Solidariedade, que nos acolheu no estágio.
Ao meu Orientador pedagógico, Mestre Misael Fonseca Reyes que se mostrou
um profissional comprometido com o fazer e saber profissional, contribuindo de uma
forma determinante para a realização do meu trabalho.
À Orientadora de campo, Senhora Alícia Mendes Machado pelo interesse e
disponibilidade demonstrado ao longo da elaboração desse relatório de estágio.
Ao Pessoal docente do Jardim Amílcar Cabral pelas informações prestadas e
ao apoio demonstrado durante a fase de recolha de dados.
Às crianças do jardim pelos momentos inesquecíveis que passamos juntos
que ficarão guardados na minha memória.
Não deixaria de demonstrar a minha gratidão, respeito e consideração à
Universidade Lusófona de Cabo Verde pela oportunidade de frequentar e terminar o
curso em Serviço Social à procura de novos saberes, como também os funcionários,
pela amizade e pelo respeito mútuo que tivemos durante esses quatro anos de
convivência.
Gostaria de agradecer a todos os docentes do curso de serviço social, em
especial às professoras Maria da Luz, Jailza Ramos, Risolinda Mendes e o professor
João Henrique que me apoiaram sempre quando solicitei ajuda, mostrando sempre
disponíveis em ajudar na correcção e estruturação do trabalho.
Aos meus colegas de estágio Juvenilson Almeida e Christian Morais pela
troca de experiência e espírito de solidariedade.
Ao meu amigo Derciliano que me ajudaram na formatação do trabalho.
Aos meus amigos e amigas conquistados nesses quatro anos, em especial a
todos os meus colegas da turma, pelos momentos de desespero com as provas, pelos
trabalhos de grupo, pelas apresentações, mas também pelos momentos inesquecíveis
de alegria e descontracção.
A todos um muito Obrigado!
Resumo
O presente relatório tem como principal objectivo descrever o estágio
realizado no Jardim Infantil Amílcar Cabral, da Fundação Cabo-Verdiana de
Solidariedade, instituição que atende, aproximadamente cento e oitenta e cinco
crianças, com idades compreendidas entre um ano e seis meses a seis anos de idade.
Este relatório, tem como requisito a obtenção do grau de Licenciatura em
Serviço Social, e tem com finalidade colocar em prática os conhecimentos teóricos e
metodológicos adquiridos durante a formação, bem como, referir a importância da
interacção social no pré-escolar para o desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Com o trabalho pretende-se abordar o tema Serviço Social na área da
educação, que, actualmente constitui uma lacuna na educação pré-escolar. Refere
igualmente aos principais conceitos, história e objectivos do mesmo. Ainda o mesmo
aborda o tema educação e o seu conceito segundo alguns autores.
Durante o estágio, foi realizado uma análise institucional ao JAC, onde se
relata a história, trajectória e o trabalho exercido pela instituição. Faz parte deste
trabalho ainda, um projecto de intervenção.
Palavras-Chave: Jardim/Família, Educação, Interacção Social, Serviço Social
na Educação.
8
Lista de Abreviatura
FCS - Fundação Cabo-Verdiana de Solidariedade
ICS - Instituto Cabo-Verdiano de Solidariedade
FICASE - Fundação Cabo-Verdiana de Acção Escolar
OMCV - Organização da Mulher Cabo-Verdiana
ONG`S- Organizações Não-Governamentais
ICM - Instituto Cabo-Verdiano de Menores
LBSE - Lei de Base do Sistema Educativo
IP - Instituto Pedagógico
ISE - Instituto Superior de Educação
JAC - Jardim Amílcar Cabral
EBI - Ensino Básico Integrado
INPS - Instituto Nacional de Previdência Social
CV - Cabo Verde
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
ULCV- Universidade Lusófona de Cabo Verde.
SS - Serviço Social
MED - Ministério de Educação e Desporto
ULCV - Universidade Lusófona de Cabo Verde
MED - Ministério de Educação e Desporto
9
Índice
Introdução ................................................................................................................... 13
Capítulo I - Enquadramento Teórico ..................................................................... 16
1. Serviço Social: Conceito ........................................................................................ 16
1.1. Breve História do Serviço Social ........................................................................ 16
1.2. Objectivos do Serviço Social............................................................................... 17
1.3.Serviço Social na Educação.................................................................................. 18
14. Educação – Conceito ............................................................................................ 25
2. Sistema Educativo Cabo-Verdiano......................................................................... 28
2.1. Os objectivos Gerais do Sistema Educativo em Cabo Verde .............................. 30
2.2. A Educação Pré-Escolar ...................................................................................... 31
2.3. História da Educação Pré-escolar em Cabo Verde .............................................. 32
2.4. Organização da rede da Educação Pré-escolar .................................................... 33
3. A Organização do Espaço no Pré-Escolar .............................................................. 34
3.1. As Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar................................. 35
3.2. Socialização – Características ............................................................................. 37
3.3. Agentes de Socialização ..................................................................................... 38
3.4. Tipos de Socialização .......................................................................................... 39
4. Função do Jardim de Infância................................................................................. 39
4.1. Funções do(a) Educador(a).................................................................................. 40
4.2. Relação entre a Família e o Jardim...................................................................... 41
4.3. O Impacto das Interacções Sociais no desenvolvimento das crianças ................ 42
Capítulo II - Análise Institucional........................................................................... 45
1. Apresentação .......................................................................................................... 45
1.1 Vinculação Administrativa ................................................................................... 46
1.2. Histórico da Instituição........................................................................................ 46
1.3. Visão .................................................................................................................... 49
1.4. Caracterização Física ........................................................................................... 50
2. Recursos Humanos ................................................................................................. 51
10
2.1. Recursos materiais e didácticos ........................................................................... 51
2.2. Recursos financeiros............................................................................................ 51
2.3. Contexto Actual ................................................................................................... 51
2.4. Objectivos Institucionais ..................................................................................... 52
3. Objectivos Implícitos na Percepção do Estagiário ................................................. 52
3.1. Proposta de Actuação ao Usuário ........................................................................ 53
3.2. Tipos de Atendimento Geral ............................................................................... 53
3.3. Resultados das Actividades ................................................................................. 54
Relação Usuária (o) – Instituição .............................................................................. 54
Relação Instituição com Usuário ............................................................................... 54
Relação entre os Actores Institucionais (equipe) ....................................................... 54
3.4. Aspectos Subjectivos (Implícitos) ....................................................................... 55
Sintonia/contradição entre objectivos e operacionalização ...................................... 55
Participação do Usuário ............................................................................................ 55
Articulação Institucional (rede interna/externa)........................................................ 56
4. Serviço social na Instituição ................................................................................... 56
4.1. Outros aspectos a ser considerados ..................................................................... 57
Capítulo III - Descrição e Avaliação das Actividades Realizadas no Estágio ..... 64
Capitulo IV - Um Breve Olhar Sobre o Projecto de Intervenção ........................ 70
CAPÍTULO V - PROJECTO DE INTERVENÇÃO ............................................ 72
1. Apresentação do projecto ....................................................................................... 72
2. Natureza do Projecto/ Prioridade de Intervenção ................................................... 73
3. Justificativa ............................................................................................................. 73
4. Definição do Problema ........................................................................................... 75
6. Beneficiários do Projecto ....................................................................................... 75
Directo: ....................................................................................................................... 75
Indirectos: ................................................................................................................... 75
7. Recursos Necessários ............................................................................................. 75
Recursos Humanos: .................................................................................................... 75
11
Recursos Materiais ..................................................................................................... 75
8. Instituições Financiadoras e Parceiros.................................................................... 76
9. Objectivos ............................................................................................................... 76
Gerais. ......................................................................................................................... 76
Específicos.................................................................................................................. 76
10. Metodologia.......................................................................................................... 76
11. Cronograma de Execução ..................................................................................... 77
12. Avaliação e Viabilidade do Projecto .................................................................... 77
13. Orçamento ............................................................................................................ 78
14. Resultados Esperados ........................................................................................... 78
15. Possíveis Desajustamentos ................................................................................... 79
16. Descrição das Actividades desenvolvidas na Implementação do Projecto .......... 79
Reflexões Finais ......................................................................................................... 82
Referências Bibliográficas.......................................................................................... 86
APÊNDICE ............................................................................................................... 90
Apêndice nº 1: Plano de estágio ................................................................................. 90
Apêndice nº2: Estampagem/Impressão ...................................................................... 96
Apêndice nº3: Construção de certificado para celebrar o dia do pai .......................... 96
Apêndice nº4: Aulas de capoeira ................................................................................ 96
Apêndice nº5: Participação na Sessão de Workshop "A Ciência é divertida" ........... 97
Apêndice nº6:Visita de estudo no Madeiral ............................................................... 97
Apêndice nº7: Participação no desfile de carnaval..................................................... 97
Apêndice nº8: Visita ao parque infantil da Cidade do Mindelo ( Nhô Roque) .......... 98
Apêndice nº9: Construção de um baloiço................................................................... 98
Apêndice nº10: Campanha de limpeza no parque infantil ......................................... 98
Apêndice nº11: Recolha de pneus .............................................................................. 99
Apêndice nº12: Preparação e pintura dos equipamentos ............................................ 99
Apêndice nº13: Plantação de árvore ........................................................................... 99
Apêndice nº14: Inauguração do parque infantil ....................................................... 100
12
ANEXOS ................................................................................................................. 101
Anexo nº1 - Horário e Rotina Diária do JAC ........................................................... 101
Anexo nº2: Questionário aplicado ao corpo docente do Jardim Amílcar Cabral ..... 102
Anexo nº3: Análise SWOT Interno e Externo.......................................................... 104
Anexo nº4: Grelha de Hierarquia de Prioridades ..................................................... 105
Anexo nº5: Carta Pedido de Apoio para festividade do carnaval............................. 106
Anexo nº6: Carta Pedido de Apoio para o Pprojecto Intervenção ........................... 107
Anexo nº7: Carta de Apresentação do Estudante ..................................................... 108
Anexo nº8: Termo de Autorização do Estudante ..................................................... 109
Anexo nº9: Fixa de Identificação do Estudante e do Estágio ................................... 110
Anexo nº10: Fixa de controlo do estágio.................................................................. 111
Anexo nº11: Fixa de acompanhamento do estagiário no local................................. 115
Anexo nº12: Ficha de acompanhamento do estagiário na entidade local de trabalho118
Índice de Quadros
1 Distribuição dos inquiridos por sexo ..............................................................58
2 Distribuição da amostra por idade .................................................................58
3 Habilitações Literárias .................................................................................59
4 Distribuição dos inquiridos por anos de serviço ..............................................59
5 Habilitações Profissionais ............................................................................60
6 Tipo de Planificação ....................................................................................60
7 Formação como Monitora e Educadora ..........................................................61
8 Tempo estabelecido no pré-escolar ................................................................61
9 Guia Curricular ...........................................................................................62
10 Guia Curricular ..........................................................................................62
11 Intervenção educativa com/de Qualidade ......................................................63
12 Guia Curricular / Pré-escolar ......................................................................63
13 Formação Necessidades Educativas Especiais ...............................................64
13
Introdução
Este trabalho responde a uma exigência normativa para a obtenção do grau de
Licenciatura no Curso de Serviço Social na Universidade Lusófona de Cabo Verde.
Durante o estágio no Jardim Infantil Amílcar Cabral, que fica situado na Rua
Henrique Sena (Frente do Clube Castilho) na ilha de São Vicente, foram recolhidas
informações necessárias e úteis que permitiram a realização deste trabalho.
Este jardim que faz parte dos três jardins da referida Fundação que é uma
instituição vocacionada à prestação de serviço público na vertente pré-escolar.
O estágio, decorreu no período de 10 de Dezembro de 2012 a 31 de Maio de
2013, com um total de (496) horas e constitui um momento fundamental, pois é o
momento onde o discente coloca em prática os conhecimentos adquiridos durante o
curso.
No decorrer do estágio, foram feitas observações e levantadas algumas
preocupações no que toca a desvalorização do parque infantil existente na instituição,
motivos pelos quais, motivaram-nos a fazer um projecto de intervenção que aponta
para a remodelação, valorização e conservação do mesmo.
O presente trabalho desenvolve no sentido de alcançar os seguintes objectivos.
Objectivos Gerais:
•
Adquirir capacidades, competências e experiências práticas profissionais
para actuar no campo da realidade social com eficiência participativa na área de
educação Pré-escolar.
•
Saber o objectivo, missão e o modo de funcionamento da Instituição.
Objectivos Específicos:
•
Ler e analisar os documentos da instituição;
•
Fazer visitas domiciliares;
•
Participar nas actividades dentro e fora do Jardim;
•
Participar em palestras, reuniões, workshops, Cerimónias.
14
Metodologia
O trabalho situa-se dentro do paradigma qualitativo e quantitativo da
investigação educacional.
Para a realização do trabalho, recorremos a pesquisas bibliográficas, Internet e
análises de documentos pertinentes que nos foram facultados na instituição.
Para a materialização deste trabalho, tivemos que recorrer à alguns
instrumentos, como observação participante e não participante, o diário de campo,
fotografias como técnicas de recolha de dados e o inquérito por questionário.
Marconi e Lakatos (2007:223) 1 defendem que, “o questionário é um
instrumento de recolha de dados, construído por uma série ordenada de perguntas, que
devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.
A observação participante foi um instrumento muito importante na medida em
que permitiu-nos o conhecimento directo dos factos e também dos dados adquiridos
durante o estágio.
O diário de campo foi um instrumento muito útil, pois foi utilizado ao longo do
período à que se refere este relatório na medida em que permitiu-nos anotar as ideias
que iam surgindo nas diferentes situações. Permitiu-nos fazer registos e breves
descrições acerca dos intervenientes e de todos os acontecimentos/contextos, dos
resultados, da análise, das expectativas, das reflexões, que decorreram durante o
estágio, sem esquecer no entanto, das dificuldades encontradas.
No diário anotámos, ainda acontecimentos mais significativos, como,
conversas com a coordenadora, educadora, monitora, criança, pais e encarregados de
educação.
Ao longo deste trabalho, fomos registando com alguma regularidade as
observações, fazendo parte da nossa rotina diária, usavamos com alguma frequência a
máquina fotográfica na sala de actividade, bem como nas actividades realizadas fora
do jardim.
Observações essas que constituem uma técnica de excelência na investigaçãoacção, na medida em que se converte em prova das actividades realizadas e também por
ser um instrumento muito confiável do ponto de vista da credibilidade.
1
MARCONI, Maria de Andrade e LAKATOS, Eva Maria (2007), Fundamentos de metodologia
científica. São Paulo: Editora Atlas S.A.
15
Roteiro do trabalho
O trabalho encontra-se estruturado em cinco capítulos com títulos de
referências de cada conteúdo essencial. No primeiro apresenta o enquadramento
teórico, intitulado, o serviço social e o seu conceito, o conceito de educação, a
educação pré-escolar e o serviço social na educação.
No segundo capítulo, apresenta uma análise institucional do local de estágio.
No terceiro capítulo será apresentado a descrição e avaliação das actividades
realizadas no estágio.
No quarto capítulo segue-se um breve olhar sobre o projecto de intervenção. Por
último segue-se o quinto capítulo, intitulado o projecto de intervenção.
Ao final do trabalho, apresenta-se a conclusão obtida ao longo da realização
deste trabalho, seguidas de sugestões, bibliografias consultadas, os respectivos
apêndices e anexos.
16
Capítulo I - Enquadramento Teórico
O papel do Serviço Social é indiscutível em qualquer área de actuação, seja no
meio educativo como também em outros sectores. O Serviço Social, devido à
multiplicidade de dimensão, abrange o todo. Logo se vê as vantagens dessa área.
1. Serviço Social: Conceito
Segundo Ivete Rocha 2, o Serviço Social é uma profissão multidisciplinar com
mais de cem anos, que actua no campo social com vista a produzir mudanças, quer a
nível individual, quer ao nível da sociedade em geral. A sua intervenção consiste na
promoção dos direitos humanos, agindo como mediador, com o objectivo de capacitar
o indivíduo para a acção no que respeita ao seu próprio percurso de vida. A
intervenção do Serviço Social é baseada em conhecimentos teórico-científicos,
métodos e técnicas próprias para a acção que desenvolve 3.
Para Rocha (2001) citado por Falcão (1997:2) 4, o Serviço Social está inserido no
campo das ciências humanas como disciplina profissional destinada a intervir na
realidade humano-social e produzir transformações nessa realidade.
Ainda para o mesmo autor, citado por Gouveia (1982:2), enquanto disciplina
profissional de natureza prática, o Serviço Social tenta através da intervenção social
produzir estas transformações. Esta intervenção caracteriza-se por um conjunto de
procedimentos
metódicos,
baseado
num
processo
de
ajuda
psicossocial,
desenvolvendo diálogo, a partir do qual ocorrem transformações inerentes à
experiência humana.
1.1. Breve História do Serviço Social
O serviço social surge como profissão atrelada a ideologia dominante à doutrina
social da Igreja Católica 5 como resposta ao acirramento das contradições capitalistas
2
Técnica Psicossocial no CAT da Amadora/Licenciada em Serviço Social
ROCHA, Ivete. (2001), A Intervenção do Serviço Social na Toxicodependência. Disponível em
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Ss-e-Toxicodependencia/115579.html
Acesso em 26/06/2013.
4
FALCÃO, Mª do Carmo (1997), Serviço Social - Uma Nova Visão Teórica, 3º ed., S. Paulo: Cortez
5
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Breve-Historia-Do-Servi%C3%A7o-Social/92677.html.
Acesso em 26/06/2013.
3
17
em sua fase monopolista para o controle da classe trabalhadora e a legitimação dos
sectores dominantes e do Estado.
O nascimento da profissão está enraizada na questão social, deu-se início na
década de 30, na emergência da questão social, como especialização do trabalho do
Assistente Social, sob a influência da igreja católica europeia de duplo sentido, manter
sua actuação caritativa ao próximo e também garantir e ampliar espaço na organização
do Estado.
Segundo Iamamoto (2001), citado por Santos (2010:10) 6, o SS surgiu como uma
das formas de controlar a força de trabalho e as lutas de clases. A profissão possuía um
carácter de filantrópico, virada para a caridade e sem carácter profissional.
Hoje o SS deixa de sofrer interferências da Igreja e passa a fazer interlocuções
com as ciências Sociais, assumindo então referências teóricas críticos.
Para Ferreira (2011:168) 7, na actualidade o Serviço Social inscreve-se num
contexto económico e politico de grandes mudanças marcadas por um contexto
neoliberal ao nível de política económica, associado a políticas de privatização e
terciarização com profundas consequências na vida dos cidadãos, nas relações de
trabalho e emprego e na gestão social da vida quotidiana.
Realçando o autor, presentemente ganha importância o paradigma do
partenariado, a dimensão das Redes no processo de intervenção social de forma geral e
em particular no Serviço Social. Para o autor, estamos perante um novo desafio sobre
a construção do objecto de intervenção do Serviço Social, havendo necessidade de ser
repensado ao nível do emprego, da responsabilidade social, da família, da comunidade
e das novas políticas sociais.
1.2. Objectivos do Serviço Social
Segundo o Código Deontológico Português dos Assistentes Sociais, citado por
Ferreira (2011:37) 8, o serviço social tem como objectivos promover o bem-estar, autoconhecimento e a valorização dos indivíduos, grupos ou comunidades, no contexto de
aplicação de conhecimentos científicos, com vista à detecção das necessidades
humanas e sociais decorrentes da interacção indivíduo-sociedade, procurando o
6
SANTOS, Leila Lima (2010), Textos em Serviço Social, São Paulo, Cortez Editora
FERREIRA, Jorge M.L. (2011) Serviço Social e Modelos de Bem-Estar para a Infância - Modus
Operandi do Assistente Social na Promocção à Criança e à Família. Ed. Sociedade Editora Ld.ª Lisboa.
7
8
FERREIRA, Jorge M.L (2011), Serviço Social e Modelos de Bem-Estar para a Infância - Modus
Operandi do Assistente Social na Promocção à Criança e à Família. Ed. Sociedade Editora Ld.ª Lisboa.
18
desenvolvimento de recursos que satisfaçam as necessidades e aspirações individuais,
colectivas nacionais e internacionais na protecção da justiça social.
Para o mesmo autor, (2011:37), o servico social é cada vez mais solicitado pela
esfera esfera pública (Estado) e pela esfera privada (Sociedade Civil) a promover
mudanças sociais e principalmente na melhoria da qualidade de vida das pessoas e na
resoluçao de problemas de natureza da relaçao e interacção humana com vista a
melhorar o bem-estar social individual e colectivo.
1.3.Serviço Social na Educação
Segundo Silva (2001:14) 9 a globalização transformou o mundo, grandes
transformações políticas, económicas, cultural e social, desencadeando enormes
transformações tecnológicas e consequentemente um elevado nível de competitividade
e capacitação profissional. A marginalização da mão-de-obra, o desemprego, a miséria
são consequências causadas por esse fenómeno.
Para minimizar e resolver os problemas sociais consequente da globalização,
tem que haver a presença do Assistente Social em qualquer campo de actuação de
intervenção, seja no campo dos direitos do cidadão, da família, do trabalho, do
desemprego, saúde, educação, idosos, da criança, entre outras formas de violação de
direitos.
Essa presença é fundamental, pois o assistente social tem uma forma peculiar
de ver as pessoas e por isso a profissão é muito abrangente, pois vê as pessoas na sua
totalidade.
A escola é uma instituição de poder onde as questões sociais apresentam
diariamente, conflitos entre todos os segmentos envolvidos, sendo professores, alunos,
famílias, comunidade, estado. Como espaço social de mobilização e de construção do
saber, da educação de crianças, jovens e adultos. Portanto, ao perceber a escola como
um espaço de trabalho que possui, também, suas limitações e múltiplas demandas,
saberes e relações e a área da educação abastada de conhecimentos, teorias, valores,
significados, é que se compreende a necessária contribuição do Assistente Social nesta
quotidianidade, como mediador, directo e indirecto na formação do indivíduo.
Apesar que ainda é pouco reconhecido o trabalho do Assistente Social na
educação, mas a sua presença é indiscutível, pois cada dia o seu trabalho vem sendo
gradativamente conquistado.
9
SILVA, Vanja Regina (2001), O Assistente Social como Agente de Melhorias Contínua na Politica de
Treinamento na Empresa, Belém, Editora do Brasil.
19
Segundo Godinho (2009) 10, o profissional de Serviço Social por possuir
preparação técnica-metodológica diante das situações da questão social, reforça a
importância deste serviço dentro das escolas actuando em uma equipe interdisciplinar,
trabalhará não somente com base na política educacional do binómio educando e
família. Como também no ramo dos direitos sociais, construção de um projecto
político-pedagógico voltado para a ampliação e garantia de direitos. Além de ser um
elo na mediação entre os programas de transferência de renda e complementares.
Ainda, realça o autor que dentro desta realidade a necessidade de implementar
o Serviço Social dentro das instituições de ensino público é tida como uma resposta
para minimizar as tensões sociais, como uma importante intervenção junto aos alunos
com acções sócio-educativas, palestras quanto aos seus direitos sociais, alternativas de
êxito frente aos programas e projectos sociais oferecidos a crianças e adolescentes com
perfil para tal. Além da decodificação e encaminhamentos a rede social das diversas
demandas sociais, que actualmente é desconhecida da equipe escolar.
Para Godinho (2009), a escola hoje, principalmente as públicas, contam com
um público fragilizado, vivendo em péssimas condições de vida, sendo fruto da
estrutura social vigente, dentro de um mundo globalizado e desigual reflectido nas
escolas públicas. Diante disso, é preciso estruturar a política educacional de forma
ampla e holística frente às transformações sociais desafiadoras. Dentre essas
necessidades de trabalho profissional, encontra-se a luta pela inserção do assistente
social na esfera educacional de acordo com os Projectos de Lei (PL) nº 3.688 e nº 837
de 05 de Julho de 2005.
De acordo com Godinho (2009), citando Almeida (2000), a presença dos
assistentes sociais nas escolas expressa uma tendência de compreensão da própria
educação em uma dimensão mais integral, envolvendo " os processos sócioinstitucionais e as relações sociais, familiares e comunitárias que fundam uma
educação cidadã, articuladora de diferentes dimensões da vida social como
constitutivas de novas formas de sociabilidade humana, nas quais o acesso aos
direitos sociais é crucial".
Na área da educação o Assistente social através de seu olhar diferenciado,
apresenta-se como um aliado dentre os diversos actores institucionais na área
educacional na busca por uma educação de qualidade e que possibilite o acesso
10
GODINHO, Santiane (2009), O Serviço Social na Educação. Disponível
http://www.santiane.com.br/blog/o-servico-social-na-educacao/. Acesso em 01 de Julho de 2013.
em:
20
democrático a ela como também que permita a esse aluno a sua permanência na
escola.
Cabe ao assistente social não só diagnosticar, mas propor alternativas para as
problemáticas sociais vividas por muitas crianças. Dentre essas problemáticas
destacam a evasão escolar que se caracteriza hoje como um grande nó a ser desfeito
pelos profissionais que actuam na escola.
O Serviço Social na educação ainda encontra um desafio que é o de construir
uma prática de qualidade no meio educacional em favor da igualdade e da justiça
social. A escola por sua vez encontra o desafio de contornar a grande demanda por
vagas que nem sempre são proporcionais aos números disponíveis na rede pública.
A educação, tida como um direito garantido por lei 11, nem sempre é acessível a
todas as camadas da sociedade de forma igualitária. Verificam-se contradições e
distorções a cerca do acesso e permanência da população no banco escolar,
principalmente quando falamos de população carente.
No que tange ao Serviço Social, segundo Schneider 12 et al. (2012:21) citado
por Santos (2005) aborda que este é uma profissão que trabalha no sentido educativo,
e que também pode contribuir proporcionando espaços que resultem em novas
discussões, em tomada de consciência, de atitude, trabalhando as relações
interpessoais e grupais.
Ainda em consonância com o exposto, segundo Schneider et al. (2012:22)
citado por Souza (2005:39) nos diz:
[...] Educação e Serviço Social são áreas afins, cada qual com sua
especificidade, que se complementam na busca por objectivos comuns e
projectos político-pedagógicos pautados sob a lógica da igualdade e da
comunicação entre escola, família, comunidade e sociedade.
Ao abordar esta relação entre Educação e Serviço Social, segundo
Schneider et al. citado por Santos (2005:41) pontua:
Acredita-se que uma das maiores contribuições que o Serviço Social pode
fazer na área educacional é a aproximação da família no contexto escolar.
11
Almada, David Hoffer (2010), Cabo Verde A Revisão Constitucional e o Advento da Nova Republica,
Praia, pag.138 Artigo 78º Direito à Educação.
12
SCHNEIDER, Glaucia Martins et al. HERNANDORENA Maria do Carmo (2012), Serviço Social na
Educação:
Perspectivas
e
Possibilidades-Porto
Alegre:
CMC.
Disponível
em:
http://socialmarista.org.br/arq/arquivo/2012/4/servico-social-e-educacao.pdf. Acesso em 01 Julho de
2013.
21
É intervindo na família, através do trabalho de grupo com os pais, que se
mostra a importância da relação escola-aluno-família.
O assistente social poderá diagnosticar os factores sociais, culturais e
económicos que determinam a problemática social no campo educacional e,
consequentemente, trabalhar com um método preventivo destes, no intuito de evitar
que o ciclo se repita novamente.
Segundo Almeida (2000:4:5) 13, "a escola pública e, mesmo, a particular, na
esfera do ensino fundamental, se vê atravessada, hoje, por uma série de fenómenos
que, mesmo não sendo novos ou estranhos ao universo da educação escolarizada, hoje
se manifestam de forma muito mais intensa e complexa: a juventude e seus processos
de afirmação e reconhecimento enquanto categoria social, exacerbadamente, mediado
pelo consumo; a ampliação das modalidades e a precoce utilização das drogas pelos
alunos; a invasão da cultura e da força do narcotráfico; a pulverização das estratégias
de sobrevivência das famílias nos programas sociais; a perda de atractivo social da
escola como possibilidade de ascensão social e económica; (...) a gravidez na
adolescência tomando o formato de problema de saúde pública e a precarização das
condições de trabalho docentes são algumas das muitas expressões da questão social".
Por isso o Assistente Social na educação é essencial pois ajuda a escola na
resolução dos problemas, nomeadamente na questão da violência, na questão
económico, na saúde, na higiene das crianças. Isto repercutirá positivamente no
desenvolvimento social, intelectual e emocional da criança.
A sua presença sempre é uma mais-valia, porque o professor mesmo querendo
ajudar não consegue dar respostas as necessidades dos alunos pois ele não tem a
mesma preparação profissional que o Assistente Social e também as vezes há um
número elevado de alunos para trabalhar.
Realçando Almeida (2000:5), a inserção dos assistentes sociais nos
estabelecimentos educacionais, em particular nas escolas do ensino fundamental, tem
representado, na actualidade, não apenas o desejo dessa categoria profissional e o
resultado de sua actuação política e profissional na defesa dos direitos sociais e
13
ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira (2000), O Serviço Social e a Política Pública de Educação.
Disponível em:
http://docentes.ismt.pt/~eduardo/supervisao_estagio/documents/13_ServicoSocialnaEducacao.pdf.
Acesso em 01 de Julho de 2013.
22
humanos, mas uma necessidade sócio-institucional cada vez mais reconhecida no
âmbito do poder legislativo de diferentes estados e municípios.
A presença dos assistentes sociais, sobretudo, nas escolas, tem sido tomada
como a presença de um profissional que possa contribuir com a ampliação do processo
educacional em sentido amplo, ou seja, contribuindo para o acesso e a permanência
das crianças e jovens na educação escolarizada, assim como para a extensão dessa
convivência para outros membros da família, que por razões sociais diversas não
concluíram ou experimentaram plenamente esta oportunidade.
Nota-se então que a inexistência desse profisional é uma lacuna que deveriam
ser preenchida nas escola, visto que o único compromisso desse profissional é com a
pessoa, organização, comunidade a que está ajudando.
Não é uma tarefa fácil, mas ao intervir neste cenário o profissional tem um
papel fundamental no processo de integração estudante/escola/comunidade/redes
socio-assistenciais.
O assistente social trabalha tanto no atendimento de questões
subjectivas (estudante) e de sua família, como da rede social em que está inserido, da
qual a comunidade escolar faz parte, mas que muitas vezes necessita de um mediador
para a promoção de sua integração e funcionalidade.
Portanto a escola actual tem que criar formas e estratégias para minimizar estas
transformações ocorridas na sociedade. Diante disso, encontra-se um profissional até
então muito desconhecido na referida área. Neste momento faz-se necessário
apresentar algumas considerações sobre as atribuições e competências do Assistente
Social para com a realidade escolar contemporânea.
Para Martins (1999:70) 14, esse profissional tem a atribuição de:
• Melhorar as condições de vida e sobrevivência das famílias e alunos;
• Favorecer a abertura de canais de interferência dos sujeitos nos processos
decisórios da escola (os conselhos de classe);
• Ampliar o acervo de informações e conhecimentos, acerca do social na
comunidade escolar;
• Estimular a vivência e o aprendizado do processo democrático no interior da
escola e com a comunidade;
• Fortalecer as acções colectivas e efectivar pesquisas que possam contribuir
com a análise da realidade social dos alunos e de suas famílias;
14
MARTINS, Eliana Bolorino Canteiro (1999), O Serviço Social na área da Educação. In: Revista
Serviço Social & Realidade, Franca, V. 8 N. 1.
23
Sendo assim, compreende-se que a actuação do Assistente Social no contexto
escolar tem por objectivo a possibilidade da contribuição para a resolução das
problemáticas sociais perpassadas em âmbito educacional, as quais possam desdobrarse em atendimentos sociais aos alunos, suas famílias ou comunidade geral, na
realização de encaminhamento a outros serviços que muitas vezes são necessárias as
crianças oriundas de famílias com parcos recursos financeiras de forma a garantir a
efectivação do seu direito a educação que é um direito de todos. (Artigo 78º (Direito à
Educação). 15
Para além disso, ainda esse profissional inserido no contexto escolar faz
orientações, elaboram e implantam projectos de tipo educativo, entre outros.
Em conformidade ao exposto, Martins (2007:135) 16 aborda a dimensão
educativa que envolve a actuação do Assistente Social:
Portanto, o papel educativo do assistente social é no sentido de elucidar,
desvelar a realidade social em todos os seus meandros, socializando
informações que possibilitem a população ter uma visão crítica que
contribua com a sua mobilização social visando à conquista dos seus
direitos.
Dessa maneira, é impossível não associar a contribuição do Assistente Social
para o fortalecimento da Gestão Escolar. Na medida em que esse profissional trabalha
em prol da socialização das informações, colaborando para a efectivação da autonomia
e emancipação da comunidade escolar, tendo como resultado o sucesso da Gestão
Escolar bem como na melhoria de vida das condições das crianças e das famílias.
Segundo Ferreira (2011:191) 17, os Serviços Sociais constituem um serviço
público para prevenir e intervir nos Problemas Sociais emergentes na comunidade
local e para facilitar a integração social, mediante recursos socias (Centros, equipas
técnicas, etc.) de gestão públia e privada.
É essencial repensar o papel do assistente social nos sistemas institucionais ou
organizacionais, sendo público ou privado visto que de uma certa forma contribuem
15
ALMADA, David Hoffer (2010), Cabo Verde A Revisão Constitucional e o Advento da Nova
Republica, Praia, pag.138º Artigo 78º Direito à Educação.
16
MARTINS, Eliana Bolorino Canteirol (2007), Educação e Serviço Social: Elo para a construção
da Cidadania. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo.
Disponível em: http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4117. Acesso em 11
de Julho de 2013.
17
FERREIRA, Jorge M.L (2011), Serviço Social e Modelos de Bem-Estar para a Infância - Modus
Operandi do Assistente Social na Promocção à Criança e à Família. Ed. Sociedade Editora Ld.ª Lisboa.
24
para o desenvolvimento institucional e ajudam na resolução dos problemas sociais que
poderão surgir.
A presença do Assistente social na educação, é fundamental, pois a profissão
adquire no mundo actual uma amplitude técnica, impondo aos membros da profissão
maiores encargos e responsabilidade, para dar mais resposta aos problemas que surge
nas escolas.
Para isso é fundamental que em todas as escolas tenham um gabinete de
atendimento social, articulando com outros profissionas, trabalhando com a
interdisciplinaridade, pois isto traz uma mais-valia para a instituição, para os docentes
e discentes bem como para as famílias.
Aliado a esse contexto, o Assistente Social na educação é o profissional
propulsor para que haja uma educação transformadora, contribuindo deste modo para a
efectivação de uma Gestão Escolar, que seja de facto plena e atenda o aluno na sua
integralidade.
Para Ferreira (2011:237), o assistente social no trabalho em rede deve ter uma
competência social ao nível da comunicaçao, do trabalho em equipe, gestao, e
resolução de conflítos. mediação e auto-reflexão.
Para o autor, o trabalho em rede permite uma intervenção partilhada ao nível
de uma capacidade de resposta ao cidadão ou ao problema através dos grupos de autoajuda.
Segundo Lopes 18 et al. (2007:4) 19, "a contribuição do assistente social na
educação consiste em identificar factores sociais, culturais e económicos que
determinam os processos relacionados ao campo educacional, tais como: evasão
escolar, baixo rendimento escolar, atitudes e comportamentos agressivos, etc. Estas
atitudes constituem questões de expressiva complexidade e que precisam
necessariamente de intervenção conjunta por diferentes profissionais (educadores,
assistentes sociais, psicólogos de entre outros) com a ajuda da família, da sociedade
civil e dirigentes governamentais, possibilitando uma acção efectiva objectivando o
cumprimento da missão da educação de oferecer qualidade de ensino para a formação
de cidadania.
18
Graduada de Serviço Social - Universidade Federal do Pará.
LOPES, Caldas Aline, et. al. (2007), Serviço Social na Área da Educação. Disponível em:
http://www.servicosocialnaeducacao.info/wp-content/uploads/2012/06/Servi%C3%A7o-Social-na%C3%A1rea-da-educa%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em 01 de Julho de 2013.
19
25
É importante realçar que o Assistente Social no âmbito da educação não se
insere neste espaço para substituir outro (s) profissional (s) ali existente, mas sim tem
como objectivo trabalhar na interdisciplinaridade para dar respostas as demandas
emergentes ao contexto educacional.
A presença do assistente social no âmbito escolar facilita, sobretudo aos filhos
de famílias mais carentes, e mesmo a estas, ao acesso aos serviços sociais e
assistenciais, através de programas, informações e encaminhamentos realizados a
partir da própria instituição que frequentam quotidianamente.
O trabalho do profissional de SS no campo da Educação Escolar é uma
possibilidade de este ampliar seus referenciais teóricos, metodológicos, políticos,
culturais, educacionais, sociais bem como centrar-se em mais uma luta pela melhoria
da qualidade de vida, pela garantia dos direitos humanos, pela valorização do homem
enquanto ser pensante, participativo e construtivo. 20
14. Educação – Conceito
Para Gonçalves, (2003:15) 21 "a educação é considerada a "pedra" chave de
competitividade de um país, pelo que os governos dos países desenvolvidos investem
progressivamente na Educação e na formação, privilegiando a formação dos recursos
humanos e evitando assim exclusão social, contribuindo desta forma para o exercício
da cidadania de forma a proporcionar um desenvolvimento sustentado".
Segundo Nunes, (2004:30) 22, educar é “passar da consciência de ser indivíduo,
membro da espécie humana, à consciência de ser pessoa, com tudo o que isso implica
de empenho na formação permanente, na estruturação da personalidade e no
amadurecimento humano. É um processo de elevação, de aperfeiçoamento do ser
humano, que conta com a capacidade de transformação de cada um, ao mesmo tempo
adaptativa e projectiva, e com a acção estimuladora externa, marcada por uma
intencionalidade”.
No século XXI, o investimento no capital humano e absolutamente necessário
e constitui um factor de estabilidade do individuo n mercado de trabalho e na
20
O Trabalho do Assistente Social na Educação Escolar Disponível em:
http://www.docstoc.com/docs/24824294/O-TRABALHO-DO-ASSISTENTE-SOCIAL-NAEDUCA%C3%87%C3%83O-ESCOLAR. Acesso em 01 de Julho de 2013.
21
GONÇALVES, M. (2003), A formação Contínua Universitária - Contributo para o Desenvolvimento
da Aprendizagem Organizacional na Universidade. Dissertação de Doutoramento em Ciências da
Educação. Lisboa: FCT/UNL.
22
NUNES, Tomaz Pedro Barbosa Silva (2004), Colaboração Escola-Família Para uma escola
culturalmente heterogénea. Lisboa: ACIME (Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas).
26
formação dos recursos humanos. Os recursos humanos são os principais factores
capazes de tornar a organização permanente competitiva, pois somente os recursos
humanos devidamente qualificados poderão produzir ou prestar serviços com
qualidade.
A UNESCO define a educação como «a instrução organizada e sustentado,
concebida para comunicar uma combinação de conhecimentos, competências e
compreensão com valores para todas as actividades da vida.»
Savater, (1997:20) 23 define:
«Educação é acreditar na perfectibilidade humano, na capacidade inata
de aprender e no desejo do saber que anima; acreditar que existem coisas
(símbolos, técnicas, valores, memórias, factos (...) que podem ser sabidas e
que merecem sê-lo, que nós, homem, podemos melhorar-mos uns aos
outros através do conhecimento».
Na óptica do autor, a «educação é valiosa e valido, mas também um acto de
coragem, um passo em frente da valentia humana». Concordamos com o autor, pois,
educar não é tarefa fácil, mas sabemos que é a condição da alma, categoria humana.
A educação provém do latim educar e educere. Educar significa nutrir, criar,
alimentar e educere significa levar, conduzir de dentro para fora, desabrochar. Deste
modo, a educação é um processo abrangente que visa tanto o desenvolvimento
intelectual e moral como físico.
A educação é um processo humano de Interacção em que as atitudes e as
relações interpessoais constituem um elemento fundamental. A Educação é um
processo de transmissão de conhecimento, cultura e valores. A educação “transmite
porque quer conservar e quer conservar porque valora positivamente certos
conhecimentos, certos comportamentos, certas habilidades e certos ideais. Nunca é
neutral; escolhe, verifica, pressupõe, convence, elogia e afasta. Tenta favorecer um
tipo de homem face a outros, um modelo de cidadania, de sistema laboral, de
maturação psicológica e até de saúde, porque não é o único possível, mas que
considera preferível a outros. 24
Plachard, (1982:28) 25 admite que “a educação consiste numa actividade
sistemática, exercida pelos adultos nas crianças e nos adolescentes, principalmente,
em vista a prepará-los para a vida que terão e poderão viver num determinado meio”.
23
24
25
SAVATER, Fernando (1997), O valor de Educar, Editorial Presença. Lisboa.
(ibidem, p:106).
PLANCHARD, Émile (1982) ,A Pedagogia Contemporânea; 8ª Edição, Editora, Coimbra.
27
Este autor faz ainda a distinção entre os conceitos instrução e educação, entendendo
pelo primeiro a soma de conhecimentos escolares que um indivíduo possui; pelo
segundo, uma disposição geral para pensar ou agir, resultante da aprendizagem. Na
sua opinião “o homem verdadeiramente instruído é educado, pelo menos
intelectualmente, mas a instrução só por si não educa completamente o homem [...]. 26
Na mesma linha de ideias encontramos o sociólogo Durkheim em Pedagogia e
Sociologia refere que:
“O homem que a educação deve plasmar dentro de nós não é o homem tal
como a Natureza o criou, mas sim tal como a sociedade quer que ele seja
(…) Portanto, dado que a escala de valores muda forçosamente com as
sociedades, a hierarquia não permaneceu sempre igual em dois momentos
diferentes da história. Ontem era a valentia que tinha a primazia, com
todas as faculdades que implicam as virtudes militares, hoje em dia é o
pensamento e a reflexão, porventura amanhã será o refinamento do gosto
e a sensibilidade, até mesmo as coisas de arte. Assim o nosso ideal
pedagógico é, até nos seus mais pequenos detalhes, obra da sociedade”. 27
Antunes, (2008:45) 28 afirma que:
“Educar não significa o legado cultural às novas gerações, mas
também ajudar o aluno a aprender a aprender despertar vocações,
proporcionar e, finalmente, permitir que cada um conheça as suas
finalidades e tenha competências para mobilizar meios para
concretiza-las (...) ”.
Aprender a aprender é um dos pilares essenciais propostos pela UNESCO e
meritoriamente sintetizado por Jacques Delors, na obra “Educação - um tesouro a
descobrir” como o propósito de promover uma educação sustentável capazes de
promover uma cultura da paz, da igualdade e da solidariedade no mundo.
Segundo Giles (1937:27) 29, o processo educativo implica o cruzamento, o
conflito, ou exige colaboração entre factores relacionados com as diversas dimensões
da pessoa humana: afectiva, ética, intelectual, corpórea, e avaliativa. O processo
26
[(ibidem,p:32)]
[Durkheim citado por Savater, 1997:103]
28
ANTUNES, Celso (2008) , Professores e professauros. Editora vozes
29
GUILES, Thomas Ransom (1937), Filosofia da Educação, São Paulo: EPU, 1983, Editora: Pedagogia
e Universidade Ltda.
27
28
educativo visa à totalidade do homem, ao seu desenvolvimento e aos resultados desse
desenvolvimento, aceitando-se a palavra "desenvolvimento" no sentido mais amplo.
Ainda para o autor "educar é alcançar a pessoa naquilo que lhe é mais
específico, no seu ser-humano, isto é, na sua intelectualidade, na sua afectividade, nos
seus hábitos, para levá-la à realização de um ideal.
Uma vez que o processo educativo se inicia desde os primeiros momentos da
existência, à família incube inicialmente essa tarefa.
Para o autor cabe à escola o primeiro complemento da função educativa da
família. É ela que, em sentido mais abrangente, deve levar avante esse processo
visando à integração da pessoa numa realidade diante da qual deve desenvolver a
capacidade de avaliar e fazer opções vitais.
Esse objectivo, por sua vez, supõe a possibilidade de participar activamente no
ambiente social, contribuindo para modificar situações não condizentes com o ideal do
ser humano. Essa tarefa da escola já amplia o conceito de educar e faz que ele
ultrapasse a simples função de transmitir conhecimentos, pois assume outra feição: a
de capacitar a pessoa para que possa assumir um papel activo e responsável dentro da
colectividade.
Neste sentido, a escola prolonga e aprofunda o papel educativo da família. A
escola vai do além da função educativa da família, pois é ela que formaliza o papel
educativo da própria colectividade, a fonte mais ampla de onde procede a imagemideal que se imprime no processo educativo.
Ainda para o mesmo autor, educar é um processo de construção que concretiza
e, ao mesmo tempo, impulsiona uma imagem-ideal ou projecto do homem. Esse
processo não pode limitar-se a simplesmente constatar uma realidade (o eu, o outro eu,
o mundo), mas deve levar à compreensão e à disposição, no caso, de transformar essa
mesma realidade graças à liberdade criativa por ele activada.
Porque se trata de uma tarefa nunca plenamente realizada, educar é um
processo contínuo. Sendo a educação uma realidade dinâmica em dependência do
outro “eu” e do mundo, o “eu” se constrói constantemente. É nesse processo que o
“eu” se torna capaz de agir, de participar na edificação do ideal comum.
2. Sistema Educativo Cabo-Verdiano
29
Segundo a Lei de Base do Sistema Educativo 30, o sistema educativo
compreende os subsistemas da educação pré-escolar, da educação escolar, da educação
extra-escolar complementados com as actividades de animação cultural e desporto
escolar numa perspectiva de integração.
A educação pré-escolar é definida como a primeira etapa da educação básica31
no processo de educação, devendo favorecer a formação e o desenvolvimento
equilibrado da criança. Destina-se segundo a Lei de Bases, a crianças com idade
compreendida entre quatro a cinco anos e é ministrada em estabelecimentos da
Educação Pré-escolar, públicas ou privadas visa uma formação complementar ou
supletiva das responsabilidades educativas da família, sendo a rede deste subsistema
essencialmente da iniciativa das autarquias, de instituições oficiais e de entidades de
direito privado, cabendo ao Estado fomentar e apoiar tais iniciativas de acordo com as
possibilidades existentes.
A educação escolar abrange o ensino básico, secundário, médio, superior e
modalidades especiais de ensino.
O ensino básico com um total de seis anos de escolaridade é organizado em
três fases, cada uma das quais com dois anos de duração. A primeira fase abrange
actividades com finalidade propedêutica e de iniciação, a segunda fase é de formação
geral, visando a terceira fase o alargamento e o aprofundamento dos conteúdos em
ordem a elevar o nível de instrução.
O ensino secundário destina-se a possibilitar a aquisição das bases científico
tecnológicas e culturais necessárias ao prosseguimento de estudos e ao ingresso na
vida activa e, em particular, permite pelas vias técnicas e artísticas a aquisição de
qualificações profissionais para a inserção no mercado de trabalho. Este nível de
ensino tem a duração de seis anos, organizando-se em 3 ciclos de 2 anos cada: um
1°ciclo ou Tronco Comum; um 2° ciclo com uma via geral e uma via técnica; um 3º
ciclo de especialização, quer para a via geral, quer para a via técnica.
O ensino médio tem natureza profissionalizante, visando a formação de
quadros médios em domínios específicos do conhecimento.
O ensino superior compreende o ensino universitário e o ensino politécnico
visando assegurar uma preparação científica, cultural e técnica, de nível superior que
habilite para o exercício de actividades profissionais e culturais e fomente o
desenvolvimento das capacidades de concepção, de inovação e de análise crítica.
30
31
Lei nº 103/III/90, de 29 de Dezembro, na redacção dada pela Lei nº113/V/99, de 18 de Outubro.
Análise da Situação da Criança e adolescente em Cabo Verde - 2001. p.71
30
Segundo a actual Lei de Base do sistema educativo (Lei nº 2/2010 de 7 de
Maio), o sistema que foi revista, no essencial introduziu normativas referentes á
regulação do ensino superior em Cabo Verde. E tem representado um quadro
regulador importante do sistema do ensino educativo em Cabo Verde, contribuindo
para dessa forma para a democratização do seu acesso e alargada frequência, e ponto
assente que, hoje, o crescimento extraordinário e actual das demandas exige que se
adeqúe a regulação do sector em vista do reforço da capacidade a qualidade de
respostas do sistema educativo face aos desafios do desenvolvimento do país e das
perspectivas de futuro num quadro estrutural mais vasto da estratégica de
transformação de Cabo Verde em que a qualificação do capital humano constitui um
recurso fundamental.
Segundo o artigo nº7 32 o Sistema educativo e as suas estruturas devem
favorecer a realização do projecto nacional de desenvolvimento cultural, económica e
social, mediante uma articulação estreita com as instituições, e os agentes
interventivos ao nível das colectividades as autarquias locais e dos diversos sectores da
vida profissional.
O processo educativo integra a formação teórica contribuindo em geral para o
desenvolvimento global da economia, do bem-estar das populações e para a realização
pessoal do cidadão.
2.1. Os objectivos Gerais do Sistema Educativo em Cabo Verde 33
1. A educação visa a formação integral do indivíduo.
2. A formação obtida por meio da educação deve ligar-se estreitamente ao
trabalho, de molde a proporcionar a aquisição de conhecimentos,
qualificações, valores e comportamentos que possibilitem ao cidadão
integrar-se na comunidade contribuindo para o seu progresso.
3. No quadro da acção educativa, a eliminação do analfabetismo é tarefa
fundamental.
4. A educação deve contribuir para salvaguardar a identidade cultural,
como suporte da consciência e dignidade nacionais e factor estimulante
do desenvolvimento harmonioso da sociedade.
32
Lei de Base do Sistema Educativo (Lei nº 2/2010 de 7 de Maio)
Decreto Legislativo nº2/2010, Capítulo II, Objectivos e Princípios Gerais do Sistema Educativo,
Artigo 5º Objectivos e princípios gerais.
33
31
Depois de fazer esta pequena abordagem à volta de algumas teorias sobre a
finalidade da educação, passaremos a temática deste trabalho que é a Educação Préescolar, objecto do nosso texto seguinte.
2.2. A Educação Pré-Escolar
Segundo Zabalza (2001:83) 34, "a educação infantil pode ser encarada como um
período de formação plena e não exclui a instrução, embora não se reduza a ela. A
educação infantil estaria, do ponto de vista psicodidáctico, mais substantivamente
ligada a processos de desenvolvimento global e globalizado das crianças do que os
processos de desenvolvimento sectorial".
Para o referido autor, (20001:83), a escola infantil é o marco institucional que
garante um espaço estimulante, higiénico e intencional organizado com o objectivo de
que esse processo se produza em óptimas condições. Esta escola garante ao/à aluno/a
toda uma ampla e polivalente gama de oportunidades formativas, de maneira a que
cada criança se aproxime do seu tecto teórico potencial, definido pela psicologia com
“máximo desenvolvimento das aptidões pessoais de cada sujeito”.
A escola infantil exerce então um papel importante face à criança. A sua
grande tarefa é potenciar o desenvolvimento das condições pessoais de todo o tipo que
tornem possível uma boa progressão rumo ao ensino regular.
O Ministério da Educação e valorização dos recursos humanos de Cabo Verde,
(MEVRH:8) 35 considera que Educação Pré-escolar é constituída por um conjunto de
factores e agentes que intervêm coordenadamente a partir da instituição escolar para
conseguir certos objectivos educativos em crianças de uma determinada idade.
A educação pré-escolar é de frequência facultativa e destina-se às crianças com
idades compreendidas entre os 3 anos e 6 anos de idade de ingresso no ensino básico.
Segundo a Lei de Bases (Lei nº113/V99 de 18 de Outubro de 2010, artigo 13º a 15º, a
educação pré-escolar enquadra-se nos objectivos de protecção da infância e
consubstancia-se num conjunto de acções articuladas com a família visando, por um
lado o desenvolvimento da criança e, por outro, a sua preparação para o ingresso no
sistema escolar.
34
35
ZABALZA, M. A. (2001), Didáctica da educação infantil, 3ª edição, ASA editores II, S.A.
Guia Curricular do pré-escolar -Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos.
32
A educação pré-escolar é um dos componentes bases da formação
complementar das responsabilidades educativas da família36 no processo educativo da
socialização primária que a família proporciona as crianças. Surge com a principal
função de complementar e não substituir as funções da família.
A rede é constituída por jardim-de-infância da iniciativa das Câmaras
Municipais (55% dos jardins), sendo que a OMCV (Organização das Mulheres de
Cabo Verde) detém cerca de 16% dos jardins, as Organizações Religiosas 11%, os
privados cerca de 7,5% e as Organizações Não Governamentais, como o Instituto
Cabo-verdiano da Solidariedade, actual Fundação Cabo-verdiana de Solidariedade e a
Cruz Vermelho, 10,5% 37.
De acordo com a Lei de Bases do Sistema Educativo, (Lei nº103/III/90 de 29
de Dezembro), constituem objectivos da educação pré-escolar:
a) Apoiar o desenvolvimento equilibrado das potencialidades da criança;
b) Possibilitar à criança a observação e a compreensão do meio que a cerca;
c) Contribuir para a sua estabilidade e segurança afectiva;
d) Facilitar o processo de socialização da criança;
e) Favorecer a organização de características específicas da criança e
garantir uma eficiente orientação das suas capacidades.
2.3. História da Educação Pré-escolar em Cabo Verde
Segundo as Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar, (2000:1-2 ) a
experiência de atendimento a criança em idade pré-escolar remonta à década de 1960 e
surgiu para responder às necessidades do país, sobretudo de meios sociais mais
desfavoráveis.
As primeiras escolas localizavam-se nos centros urbanos, destacando-se entre os
seus objectivos: familiarizar as crianças com a língua portuguesa e prepará-las para a
entrada no ensino primário. A designação dada a este nível de ensino era Ensino PréPrimário e os seus promotores eram instituições religiosas e privadas.
De 1968 a 1975 o designado Ensino Pré-Primário estava integrado no sistema
educacional, em todos os concelhos do país, e dava cobertura a cerca de 6.606 crianças
(1968) a 16.576 em 1974-1975. As crianças eram atendidas pelos monitores de
36
Decreto Legislativo nº2/2010, CAPÍTULO III, Organização do Sistema Educativo Secção I,
Estrutura, obrigatoriedade e definição curricular, Artigo 12º Estrutura.
37
Plano Estratégico para a Educação 2002.
33
infância, educadores habilitados com 4ª classe do ensino primário e a quem era dada
uma preparação pedagógica de curta duração.
A partir de 1975, o governo decidiu excluir o Ensino Pré-Primário doe ensino
oficial, por falta de recursos humanos e materiais.
De 1976 a 1990 o ensino pré-escolar ficou a cargo do Instituto Cabo-Verdiano
de Solidariedade (ICS), organizações não-governamentais (Cruz Vermelha e
Organização da Mulher Cabo-Verdiana - OMCV), Igreja Católica, Instituição CaboVerdiana de Menores (ICM) e as instituições comunitárias e privadas.
Assim, essas instituições visavam como antes a assistência às famílias dos
meios sociais desfavorecidos, dando assistência a criança que ficavam sozinhas em
casa porque as mães tinham que trabalhar fora de casa. Prestando cuidados mínimos às
crianças no domínio da alimentação e saúde, proporcionando alguma ocupação e
preparação para a sua entrada no ensino primário.
Entre 1975 a 1990 assiste-se a um aumento da procura do jardim infantil
devido a vários factores ligados ao desenvolvimento económico e social (aumento do
numero de mulheres no mercado de trabalho, dificuldades económicas, etc.),
traduzindo na dificuldade de atender os mais pequenos. A procura exerceu influência
decisiva no aumento da oferta pelo sector público, privado e pelas ONG´s.
O Instituto Cabo-Verdiana de Solidariedade, actual FCS, de modo a
salvaguardar e promover o bem-estar, realizou acções de formação de educadores para
este nível, designados por monitores de infância. A formação teve a duração de 1-2
anos, tendo sido ministrada a formados habilitados com 2º ano do Ciclo Preparatório.
2.4. Organização da rede da Educação Pré-escolar 38
a) A rede de educação pré-escolar é essencialmente da iniciativa das autarquias
locais e de instituições oficiais, bem como de entidades de direito privado
constituídas sob forma comercial ou cooperativa, cabendo ao Estado fomentar
e apoiar tais iniciativas, de acordo com as possibilidades existentes, podendo
assumir o funcionamento de jardins em zonas onde a iniciativa privada não se
verifica.
b) A educação pré-escolar faz-se em jardim-de-infância ou em instituições
análogas oficialmente reconhecidas.
38
Decreto Legislativo nº2/2010, Capítulo III, Organização do sistema educativo, Secção II Educação
Pré-escolar Artigo nº 18 Organização.
34
c) Cabe ao Governo definir em diploma próprio as normas gerais da educação
pré-escolar, nomeadamente nos seus aspectos pedagógicos e técnicos, apoiar e
fiscalizar o seu cumprimento e aplicação.
3. A Organização do Espaço no Pré-Escolar
O jardim-de-infância é o espaço de transição entre a família e a escola, e é o
local privilegiado para a realização da educação pré-escolar. Por isso, é um espaço
educativo que deve ser pensado e organizado em função da criança e adequado às
actividades que nele se desenvolvem.
Segundo o Guia curricular MEVRH (8), a Educação Pré-escolar é o primeiro
mecanismo socializador fora do círculo familiar da criança, tornando-se a base de
aprendizagem se oferecer todas as condições necessárias para que ela se sinta segura e
protegida. Assim, para que a criança tenha um desenvolvimento saudável e adequado,
dentro desse ambiente e, consequentemente, na sociedade, é necessário que haja no
estabelecimento uma de relação interpessoal positiva com aceitação e apoio,
possibilitando assim o sucesso do processo educativo.
A frequência de um jardim-de-infância é sem dúvida, um contributo importante
para o sucesso escolar pois, quando a criança chega a escola traz consigo muitas
experiências adquiridas no jardim, nomeadamente o respeito e a amizade pelo outro.
Tudo isso, irá ajudar numa melhor compressão do mundo que a rodeia e
facilitar a aprendizagens formais da escola, sendo assim um caminho para o sucesso
escolar e mais amplamente, para o sucesso na vida.
De acordo com a Lei de Bases do Sistema Educativo 39, os grupos devem ter no
máximo de 30 crianças cada, devendo a organização desses obedecer a diferentes
critérios, como sendo: a faixa etária, espaço físico e o número total das crianças. Pode
funcionar ainda em regime de período único ou continuado, de dois períodos ou ainda
num dos períodos do dia.
Tendo em conta o número de crianças exigida pela LBSE, achamos que é
elevado, pois nem todas as Educadoras conseguem supervisionar todas as crianças,
desenvolvendo assim canseira psicológica, stress, e consequentemente diminuirá a
produtividade, visto que, cada criança apresenta as suas próprias características,
comportamentos diferenciados uns dos outros, em função disso, sugerimos que o
número de crianças para cada educadora fosse em quantidade menor.
39
Lei nº103/III/90.
35
3.1. As Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar
As Orientações Curriculares para a educação pré-escolar40 constituem um
quadro de referência comum para todos (as) os (as) educadores (as) (cf. Lei 103/III/90,
art.º1, ponto 3) visando promover uma melhoria da qualidade desse sub-sistema.
Integram um conjunto de princípios para apoiar os (as) educadores (as) nas decisões
sobre sua prática e, consequentemente, na condução do processo educativo a
desenvolver com as crianças.
Segundo as Orientações Curriculares a concretização prática dos objectivos da
educação pré-escolar faz-se pelo desenvolvimento de experiências/actividades com as
crianças nos jardins-de-infância.
Essas actividades organizam-se em áreas de conteúdo de forma a evidenciar
dimensões da aprendizagem e facilitar a acção integrada dos (as) educadores (as).
Com efeito, os blocos assim constituídos não pretendem funcionar como
compartimentos estanques, antes são concebidos de forma articulada, para que se
cumpra um dos maiores desígnios da educação da infância que é o desenvolvimento
integral da criança. A abordagem dos domínios incluídos em cada uma das áreas fazse de forma integrada.
Assim, distinguem-se três áreas de conteúdo que integram vários domínios do
saber, saber fazer e saber ser:
1. Área do Desenvolvimento Pessoal e Social
2. Área da Comunicação e Expressão.
3. Área do Conhecimento do Mundo.
A área do Desenvolvimento Pessoal e Social é uma área integradora e
transversal às demais áreas, sendo muito importante na vida e ao longo do processo de
aprendizagem e aquisição do saber. Compreende as aprendizagens relacionadas com
os aspectos evolutivos da identidade da criança (imagem positiva de si mesmo e os
sentimentos de eficácia, segurança e auto-estima), sublinha as finalidades formativas
da socialização, numa perspectiva de educação para os valores.
A inclusão destes conteúdos na intervenção educativa implica que se
promovam:
40
Guia de Actividades Curriculares Para a Educação Pré-Escolar, Praia: s.d, pag.9 a11.
36
a) Vivências positivas de interacção social que levem as crianças a
construírem referências, para a compreensão dos direitos e deveres
inerentes à vida em sociedade;
b) Atitudes e valores que lhes permitam tornarem-se cidadãos conscientes,
autónomos, responsáveis e livres, capazes de resolverem problemas;
c) O crescimento pessoal, a nível físico e psíquico respeitando as diferenças
sociais, étnicas e de género.
Área da Comunicação e Expressão – engloba as aprendizagens relacionadas
com o desenvolvimento psicomotor, simbólico e da imaginação criadora, que
determinam a compreensão e progressivo domínio das diferentes formas de linguagem
para comunicar e representar pensamentos, sentimentos e vivências.
Compreende três domínios intimamente relacionados: o das expressões motora, dramática, plástica e musical; o da linguagem oral e abordagem da escrita e
matemática. Todos estes domínios contribuem para a aprendizagem de códigos, que
são meios de relação com os outros, de recolha de informação e de sensibilização
estética, indispensáveis para a criança representar o seu mundo e o mundo que a
rodeia.
Área do Conhecimento do Mundo – integra os domínios das ciências do meio
físico e social, procurando responder à curiosidade natural das crianças e ao seu desejo
de saber e compreender o ambiente que as cerca e que está ao alcance da sua
percepção e experiência. A intervenção educativa deverá desenvolver um processo de
ensino e aprendizagem que as capacite para:
a) Observar e identificar os elementos da paisagem natural e humana;
b) Estabelecer algumas relações entre as características do meio físico com
as formas de vida; valorizar a importância do meio natural e a sua
qualidade para a vida;
c) Conhecer algumas das formas mais usuais de organização da vida
humana, valorizando a sua utilidade;
d) Conhecer hábitos e normas de comportamento social, os costumes e
aspectos tradicionais da comunidade.
37
3.2. Socialização – Características
Segundo Borsa (2007:1) 41, a socialização é um processo interactivo, necessário
para o desenvolvimento, através do qual a criança satisfaz suas necessidades e assimila
a cultura ao mesmo tempo que, reciprocamente, a sociedade se perpetua e desenvolve.
Este processo inicia-se com o nascimento e, embora sujeito a mudanças, permanece ao
longo de toda o ciclo vital e o seu resultado dependem das características da própria
criança e da forma de agir dos agentes sociais.
Ainda para o mesmo autor, no decorrer das últimas décadas, vem se
observando uma mudança significativa no processo de socialização infantil, levandose em conta factores como o avanço da tecnologia nos meios de comunicação, o
crescimento acentuado de informações disponíveis, as novas configurações familiares,
etc. Assim realça o autor dentre deste contexto, a escola exerce um papel importante
na consolidação do processo de socialização, processo esse que ocorre já no início da
vida da criança.
A escola será determinante para o desenvolvimento cognitivo e social infantil
e, portanto, para o curso posterior de sua vida. É na escola que se constrói parte da
identidade de ser e pertencer ao mundo; nela adquirem-se os modelos de
aprendizagem, a aquisição dos princípios éticos e morais que permeiam a sociedade, e
também na escola depositam-se as experiencias, bem como as dúvidas, inseguranças e
perspectivas em relação ao futuro e às suas próprias potencialidades.
É importante frisar que as educadoras têm um papel importante na
adaptação/socialização da criança. Assim, cabe a este conhecer as necessidades da
criança, características, e tais informações devem ser passadas pelos pais, daí a
importância de se reunirem frequentemente. 42
Sendo a socialização um factor importante para o desenvolvimento da criança,
achamos que os jardins devem desenvolver mais as actividades lúdicas, pois através
das brincadeiras as crianças socializam-se e vai-se conhecendo uns aos outros
ajudando deste modo no processo de socialização.
Para Borsa (2007), citado por Coll, (1999) e Palacios (1995), a criança, quando
nasce, já é membro de um grupo social, pois suas necessidades básicas estão
41
BORSA, Juliane Callegaro (2007), O Papel da Escola no Processo de Socialização Infantil.
Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0351.pdf. Acesso em 01 de Julho de 2013.
42
Extraído de uma conversa informal com a Educadora do Jardim
38
inevitavelmente ligadas às outras pessoas e estão programadas para serem satisfeitas
em sociedade. O grupo social onde a criança nasce necessita também da incorporação
desta para manter-se e sobreviver e. por isso, além de satisfazer suas necessidades
transmite-lhe a cultura acumulada ao longo de todo o curso do desenvolvimento da
espécie.
Esta transmissão cultural envolve valores, normas, costumes, atribuição de
papéis, ensino da linguagem, habilidades e conteúdos escolares, bem como tudo aquilo
que cada grupo social foi acumulando ao logo da história e que é realizado através de
determinados agentes sociais que são encarregados de satisfazer as necessidades da
criança e incorporá-la ao grupo social.
3.3. Agentes de Socialização
A integração dos seres humanos em grupos exige que assimilem novas regras e
padrões para agirem de maneira correcta. Por isso, estes grupos são também
considerados agentes de socialização.
Os mecanismos de socialização são postos em acção por um certo número de
agentes sociais privilegiados denominados agentes de socialização. É muito difícil
separar a parte de actuação que cabe a cada um dos agentes. Eles são43:
A Família: tem um papel determinante nos primeiros anos de vida. É aí que as
crianças adquirem a linguagem e os hábitos do seu grupo social. Estes primeiros anos
de formação são muito importantes na vida dos indivíduos. Normalmente, são os pais
a adaptar os filhos à sociedade. Mas na sociedade actual é através dos filhos que os
pais têm conhecimento de novos factores culturais. No caso das famílias imigrantes, os
jovens desempenham um papel fundamental na socialização dos pais pois são as
crianças que facilitam a integração dos seus pais.
A Escola: permite à criança entrar num meio social novo que vai ter sobre ela
uma influência fundamental. Tem várias funções – além de proporcionar à criança
instrumentos de trabalho, métodos de reflexão e conhecimentos que lhe vão ser úteis
durante toda a vida, impõe-lhe novas regras e uma disciplina que a liberta
parcialmente do meio e completa a sua formação, aprendendo a conhecer os outros e o
meio que a rodeia.
43
Agentes de socialização, publicado por Ana em Setembro de 2009. Disponível em:
http://societaslogos.blogspot.com/2009/09/agentes-de-socializacao.html. Acesso em 02 de Julho de
2013.
39
A Sociedade: é um conjunto de seres que convivem de forma organizada,
pertencentes a grupos sociais e outras instituições que continuam a sua socialização,
estabelecendo as relações sociais como vínculos de interesses conscientes e
estabelecidos.
3.4. Tipos de Socialização
A socialização, mesmo acontecendo durante toda a vida, dá-se com
intensidades e em contextos diferentes. 44
Assim sendo, durante a infância, ocorre a socialização primária, onde a
criança aprende e interioriza a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os
modelos comportamentais do grupo a que se pertence. A socialização primária tem um
valor primordial para o indivíduo e deixa marcas muito profundas em toda a sua vida,
já que é aí que se constrói o primeiro mundo do indivíduo.
Por sua vez, a socialização secundária é todo e qualquer processo subsequente
que introduz um indivíduo já socializado em novos sectores do mundo objectivo da
sua sociedade (na escola, nos grupos de amigos, no trabalho, nas actividades dos
países que visitamos ou para onde emigramos, etc.), existindo uma aprendizagem das
expectativas que a sociedade ou o grupo depositam em nós relativamente ao nosso
desempenho, assim como dos novos papéis que vamos assumindo nos vários grupos a
que vamos pertencendo e nas várias situações em que somos colocados.
4. Função do Jardim de Infância
Segundo as Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar (2000:15),
os jardins-de-infância devem ter por objectivos a educação e os cuidados básicos para
o desenvolvimento das crianças, contribuindo assim para desenvolver as suas
capacidades fundamentais. São estabelecimentos que prestam serviços vocacionados
para o desenvolvimento de crianças.
Os jardins-de-infância não devem ser concebidos como meros espaços onde os
pais deixam as crianças ao cuidado do adulto, que lhes prestam cuidados físicos e onde
realizam actividades de recreação e de preparação para aprendizagem escolar, nem
44
Socialização e os Seus Tipos. Disponível
em:http://www.cienciashumanas.com.br/resumo_artigo_5333/artigo_sobre_socializacao_e_seus_tipos.
Acesso em 02 de Julho de 2013.
40
devem ser considerados um espaço para manter as crianças afastadas da rua, como
uma "ajuda" às mães que trabalham.
A frequência de um jardim-de-infância, deve ser encarada como um direito e
uma necessidade de todas as crianças, independentemente de os pais trabalharem ou
não fora de casa.
Nos jardins-de-infância, a criança irá realizar tanto a aprendizagem social
como cognitiva, que devem ser feitas a partir da experiência directa isto é, para
observação, exemplificação e resolução de problemas. Ainda os mesmos devem estar
comprometidos não só com o desenvolvimento individual e pleno da criança mas
também têm responsabilidades educativas com o contexto social e cultural no qual as
crianças estão inseridas.
Também
nos
jardins-de-infância
a
criança
irá
aprender
atitudes
e
comportamentos, modos de enfrentar problemas, formas de exprimir sentimentos e
ideias, o significados dos fenómenos, relações sociais mais ricas e variadas. Ainda a
criança no jardim-de-infância irá desenvolver vários níveis, nomeadamente emocional,
psicomotor, linguístico e intelectual.
4.1. Funções do(a) Educador(a)
Não podemos falar da Educação Pré-escolar sem ter que realçar os agentes que
trabalham incansavelmente para esse nível de educação, ou seja, os educadores, o seu
papel e a sua formação.
A prática pedagógica dos (as) educadores (as) é encaminhada por objectivos
tendo em vista resultados a atingir para o sucesso educativo de todas as crianças. Esta
intencionalidade exige que o educador(a) observe, planeie e avalie a sua acção, que
articule com a família e com outros parceiros educativos, comunicando os resultados
da sua intervenção.
Estas características do trabalho do(a) educador(a) implicam, para além do seu
trabalho directo com as crianças, o desempenho de outras funções específicas.
Para o autor Bento, (2004:75-76), 45 o educador tem as seguintes funções:
• Observar e promover o desenvolvimento da criança enquanto indivíduo
sociocultural, construir uma visão de desenvolvimento das crianças, das suas
45
BENTO, Artur Monteiro (2004), A psicopedagogia do lúdico para crianças de 3 a 12 anos. Uma
prática pelo professor em caso de acidente, Rio de Janeiro.
41
capacidades e uso de linguagem, assim como as suas capacidades sociais, afectivos e
emocionais de que dispõem.
• Motivar a criança à participação espontânea, encorajando-a e elogiando-a, sem
infantilizá-la, induzindo subtilmente novos comportamentos, sem conduzir a
actividade lúdica, identificando o momento que deverão surgir novas propostas.
• Capacitar a criança a explorar o espaço ao seu redor por meio de percepção e
da maior coordenação dos movimento, estimulando a desenvolver seu pensamento
antecipatório, a iniciativa e a solução de problemas no âmbito das relações entre
espaço e objecto.
• Oferecer oportunidades para a criança tentar resolver os problemas surgidos,
respeitando o tempo dela e propor à criança a cooperação como desafio, de forma que
ela reconhece seus limites como próprios da idade dela.
• Compreender e avaliar estágios de desenvolvimento cognitivo e estimular na
criança a construção de regras.
• Auxiliar na integração com o material e ampliar o conhecimento da criança em
relação à diversidade cultural de modo a despertar o sentimento de respeito para com a
diferença.
4.2. Relação entre a Família e o Jardim
A necessidade de comunicação com os pais ou encarregados de educação tem
características muito próprias na educação pré – escolar, dada a idade das crianças e
algumas dificuldades por parte da sociedade em compreender as finalidades, funções e
benefícios educativos da educação pré – escolar.
A família e a instalação de educação pré – escolar são dois contextos sociais
que contribuem para a educação da mesma criança, importa por isso que haja uma
relação entre estes dois sistemas.
As relações com os pais podem revestir várias formas e níveis. A relação com
cada família resultante de pais e adultos da instituição serem codificadores da mesma
criança, centra-se em cada criança, passando pela troca de informação sobre o que lhe
diz respeito, como está na instituição, qual o seu progresso, os trabalhos que realiza.
Porque os pais são os principais responsáveis pela educação das crianças tem
também direito de conhecer, escolher e contribuir para as respostas educativas que
desejam para os seus filhos. Este é sentido da participação dos pais no projecto
educativo do estabelecimento que constitui a proposta educativa próprio desse
42
estabelecimento e a forma global como se organiza para dar resposta a educação das
crianças.
O projecto educativo do estabelecimento deverá explicar de forma coerente
valores e intenções educativas, formas previstas, para concretizar esses valores e
intenções.
A elaboração do projecto educativo do estabelecimento ou território deverá
envolver todos os adultos que exercem um papel na educação das crianças: a direcção
e/ ou os direitos pedagógicos. O educador, o pessoal auxiliar os pais.
A comunicação com os pais através de trocos informais e reuniões são ocasiões
de conhecer as suas expectativas educativas e de os estabelecer sobre o processo
educativo a desenvolver com o grupo e de ouvir suas sugestões. 46
Há valores que não se ensinam, mas que se vivem na acção conjunta e nas
relações com os outros. É na inter-relação que a criança vai aprender a atribuir valores
a comportamentos, atitudes seus e dos outros, conhecendo, reconhecendo e
diferenciando modos de interagir.
4.3. O Impacto das Interacções Sociais no desenvolvimento das
crianças
A educação começa com o nascimento e consiste na aquisição de um conjunto
de conhecimentos, competências, atitudes e valores que permitem aos indivíduos
adquirir as bases necessárias para começar a "viagem da aprendizagem" que se
realizará ao longo de toda a vida.
"Todos têm direito à educação "Artigo 78º (Direito à Educação) 47
A criança ao começar a escolaridade, a partir do pré-escolar, influenciará
positivamente o seu desenvolvimento futuro, uma vez que, os primeiros anos de vida,
são fundamentais para o desenvolvimento da inteligência, comportamento social e da
sua personalidade e, quanto mais precoce for a intervenção, os resultados serão mais
visíveis e prolongados.
Para isso é necessário que haja a interacção da família, da comunidade e do
jardim nesse processo. A família deve apoiar a criança no seu desenvolvimento e
46
Ministério da Educação Orientações Curriculares pag.40.
ALMADA, David Hoffer (2010), Cabo Verde A Revisão Constitucional e o Advento da Nova
Republica, Praia, pag.138º Artigo 78º Direito à Educação.
47
43
conhecimento, ajustando de si próprio o sentimento de confiança em suas capacidades
afectivas, físicas, cognitiva, ética, e nas inter-relações pessoal e social.
" Todas as crianças têm direito à protecção da Família, da sociedade e dos
poderes públicos, com vista ao seu desenvolvimento integral."48
A Família é o primeiro contacto que a criança tem, e este meio constitui a fonte
essencial da sua identidade, onde a criança começa a aprender os costumes, valores e
hábitos. Estes valores são fundamentais para possa viver na sociedade respeitando
sempre as normas sociais, nomeadamente o agir e o comportar.
Segundo as orientações curriculares para a educação pré-escolar (2000:40), é
sabido a importância que tem as experiencias da criança no seio da Família e o papel
significativo dos pais na aprendizagem dos filhos. Os pais são os primeiros educadores
da criança, os primeiros parceiros nos jogos e a criança tem necessidades das relações
que estabelece com eles e com outros adultos da família para estabelecer relações com
o meio.
A protecção dos pais em relação à criança é um elemento motor de um
"ambiente favorável" à aprendizagem. Daí que é importante que haja uma colaboração
estreita entre as famílias e os jardim-de-infância. Para que esta cooperação seja
frutuosa é necessário que ela seja um processo interactivo de troca de conhecimentos,
informações, entre os pais e os educadores.
Da observação feito durante o estágio, deparamos que essa interacção precisa
ser mais reforçada, na medida em que há uma tendência de certos pais deixar a
educação ao cuidado das educadoras. E quando isto sucede, os as educadoras nem
sempre dão resposta as demandas das crianças, ficando em certos casos algumas
lacunas por preencher.
No que toca aos jardins, é necessário assegurar e oferecer as crianças reais
condições de aprendizagem, não sendo meramente simples locais de guarda das
crianças. Uma formação inicial sólida e consistente e que dê resposta às necessidades
das crianças e das famílias, constitui a base do processo de educação e formação ao
longo da vida, que é fundamental para se poder enfrentar desafios pessoais e sociais.
É importante incutir desde cedo nas crianças os valores morais e sociais
desejáveis, para que no futuro possam ser cidadãos responsáveis, exercendo a sua
cidadania na sua plenitude. Através de actividades desenvolvidas em contexto muitos
48
[Ibidem, p. 135 Artigo 74º Direito das crianças].
44
diversificados e com apoio dos pais que será possível dar atenção à formação de
valores fundamentais como a solidariedade, respeito pelos outros, cooperação, tais
importantes num mundo actual marcado pela violência.
45
Capítulo II - Análise Institucional
1. Apresentação
Com
o
diagnóstico
institucional
pretende-se saber a história da instituição,
nomeadamente a sua constituição os grupos
sociais que participaram da sua criação e
desenvolvimento, saber qual é a sua
demanda, o seu objectivo, o funcionamento,
bem as suas rotinas.
Ainda, nessa óptica o referido diagnóstico, tem como objectivos identificar a
vinculação administrativa, estabelecida pela instituição na qual foi realizado o estágio,
bem como saber como são estabelecidas as relações sociais e de trabalho entre o
pessoal docente, discente e de serviços gerais.
Nome da Instituição
Jardim Infantil Amílcar Cabral
Localização
Rua Henrique Sena - São Vicente - Cabo Verde
Correio Electrónico
[email protected]
Área de Actuação
Educação de Infância
Área de Abrangência
Municipal
Funcionamento
08:00 às 18:00 horas
Telefone
+238 31 54 98
Fax
232 4821
Funcionamento
08h00 às 18 horas
46
1.1 Vinculação Administrativa
Nome dos dirigentes
Função
Vanusa Cardoso
Presidente da FCS
Amélia Antónia Sousa
Delegada da FCS de São Vicente
Alicia Mendes Machado
Coordenadora Pedagógica do JAC
Nair Filomena Melo
Tesoureira
Total de
Sala
Nº Salas Períodos
Sala1
Sala2
Sala3
Sala4
Sala5
1ºPeríodo
2ºPeríodo
1ºPeríodo
2ºPeríodo
1ºPeríodo
2ºPeríodo
1ºPeríodo
2ºPeríodo
1ºPeríodo
2ºPeríodo
Sexo
Idade
Nível
4 - 6 anos Pré-escolar
5 - 6 anos Pré-escolar
4 anos
Infantil
3 - 4 anos
Infantil
1 - 3 anos
Maternal
Total
alunos
Feminino Masculino
10
8
18
8
10
18
7
14
21
13
16
29
13
11
24
10
3
13
10
15
25
10
6
16
7
11
18
1
2
3
89
96
185
1.2. Histórico da Instituição
O Jardim Amílcar Cabral, adiante designado por JAC, pertence a Fundação
Cabo-verdiana de Solidariedade 49, que acolheu no ano lectivo 2012/2013 185 crianças
com idades compreendida entre os 1 e 6 anos. Este Jardim, é um dos três Jardins da
Fundação Cabo-verdiana de Solidariedade, que é uma Instituição de direito privado e
utilidade pública a nível Nacional, em substituição do ICS fundada em 1974, que foi
extinto a 20 de Fevereiro, através do Decreto-Lei nº16/2006, devido a várias situações
49
Extraído do Historial da FCS.
47
desfavoráveis ao seu normal funcionamento a nível financeiro e á natureza hídrica que
possuía.
A Instituição, foi, criada com principal objectivo de gerir as ajudas
internacionais doadas à Cabo verde, mas que já apresentava dificuldades de gerar as
receitas para o próprio funcionamento, devido a conjuntura que o País enfrentava
desde 1984, e agravando em 1990 com a diminuição das ajudas exteriores.
Após a sua extinção e o seu surgimento da FCS, isso no mesmo dia da sua
cessação, através do Decreto-Lei nº17, foi criada uma Fundação de direito privado de
utilidade pública (FCS).
O JAC foi construído de raiz para funcionar como Jardim, no ano de 1975 e foi
inaugurado a 12 de Setembro de 1976, com o objectivo de colmatar o défice de
crianças que não tinham educação pré-escolar, bem como de atender as necessidades
da população mais vulnerável, mas com particular ênfase às mães que necessitavam de
sair para procurar o sustento e que não tinham onde e a quem deixar as suas crianças.
Este jardim faz parte de um número significante de jardins espalhados por todo
o País, que encontra-se desde a independência na vanguarda da educação pré-escolar
em Cabo Verde.
Como a demanda é muito grande, o jardim precisa de outros profissionais a
tempo inteiro, tais como Assistentes Sociais, como forma de se inteirar e de dar
melhor seguimento e acompanhamento às crianças que necessitam de melhores
cuidados, efectuar visitas domiciliárias com frequência, para estar informado da
situação dos familiares das crianças.
A FCS tem a sua sede na cidade da Praia, mas pode abrir delegações em
qualquer parte do território nacional. Rege-se por estatutos próprios e a sua duração é
por tempo indeterminado.
A Instituição, centraliza os seus objectivos principalmente na promoção e
desenvolvimento
de
actividades
de
solidariedade
humana
e
educacional,
independentemente da cor política, da raça, da cultura, da religião ou outra. Passamos
a transcrever os vários campos prioritários de acções sociais, nos seguintes
domínios: 50
• Pequena Infância
Promoção de equidades regionais de oportunidades aos mais carenciados, para o
acesso ao ensino pré-escolar. O ICS actual FCS esteve desde na vanguarda da
educação pré-escolar em Cabo Verde.
50
Extraído do documento de apresentação da FCS
48
• Adolescentes e Jovens
Realização do programa de apoio social e educacional aos adolescentes e jovens
em situação de risco ou de exclusão social. Neste particular a FCS, no seguinte daquilo
que o ICS estava a realizar, continua a apostar num programa de acção social forte e
diversificado. Destacamos:
Atendimento e apoio aos antigos alunos dos Centros de Formação e de
acolhimento de Granja de São Filipe e São Jorginho, alunos carenciados, que com o
fecho dos referidos Centros foram devolvidos à família de origem. O atendimento e
apoio a esses adolescentes são feitos através do Gabinete de Acção Social da FCS, que
providencia para esses alunos apoios nos domínios da saúde, da alimentação.
• Projecto de Levantamento e Apoio as Crianças Órfãs
Com este projecto a FCS estabelece como beneficiários prioritários os órfãos, ou
seja orfandade é um dos importantes critérios para a selecção de beneficiários dos
vários programas e projectos existentes, sobretudo a nível da educação, da saúde e da
habitação, preocupando com a situação dos órfãos no geral, os órfãos de SIDA e
outras crianças vulneráveis em Cabo Verde, a FCS elaborou um projecto de
"Levantamento das necessidades dos órfãos em Cabo Verde", com o objectivo de
identificar, a nível das localidades e dos Concelhos, as famílias com essa
particularidade.
• Projecto de Capacitação Musical
Este projecto de ocupação das crianças visa sobretudo combater a exclusão
social e ajudar a prevenir o abandono do lar. Foi com esse desiderato que a FCS criou
este a "Sala da Musica", onde as crianças recebem no Centro Multi-usos de Achada
São Filipe as aulas de canto, violão e flauta.
• Programa de Apoio Escolar
A educação é chave do desenvolvimento e a igualdade de oportunidade de
acesso para os pobres constitui uma das razões de existência da FCS. É com esta
filosofia que a Fundação vem desenvolvendo o seu programa para os mais
carenciados, assumindo o pagamento de propinas de um número considerável de
adolescentes e jovens provenientes de famílias pobres, subsidiando algumas formações
49
de capacitação, apoiando no transporte para a escola, apoiando com matérias
escolares, etc.
• Projecto de Inserção/Reinserção Social dos Jovens Expatriados
Este projecto visa ajudar os jovens nessa condição a terem uma socialização
mais fácil e a não serem alvos de exclusão ou de descriminação.
• Programa para a Prevenção do VIH/SIDA e Apoio aos Seropositivos
A FCS, na sequência daquilo que o ICS tinha estado a realizar, vem desenvolver
acções de sensibilização para a prevenção do VIH SIDA, ao mesmo tempo que vem
apoiando directamente os seropositivos atribuindo-lhes uma cesta básica e apoio
medicamentoso, entre outros apoios pontuais.
• Programa de Apoio a 3ª Idade
Através do Gabinete de Acção Social, a Fundação apoia os idosos, sobretudo os
acamados, através da doação de uma cesta básica mensal. Além disso, com o apoio de
um técnico de saúde a FCS realiza visita domiciliar, para acompanhar os seus estados
de saúde, fazendo o controlo da tensão arterial, aconselhando para uma vida mais
saudável e orientando-os para as consultas médicas.
• Programa de Apoio á Habitação
Promoção de habitação própria com dignidade, através do Programa "Operação
Esperança", que tem como directrizes a recuperação de habitações degradadas, e em
casos muitos extremos, proceder à construção de raiz, contribuindo dessa forma para a
redução do número de alojamentos sem quaisquer condições de habitabilidade. É um
grande contributo na luta contra a pobreza, para uma maior justiça social em nome dos
valores democráticos e de cidadania.
1.3. Visão
A visão do Jardim Infantil Amílcar Cabral está direccionada em atingir os
objectivos gerais ao longo do ano lectivo e a longo prazo, contemplando alguns
projectos propostos pelas salas e o jardim em geral.
Através desses projectos a instituição tem em vista a atingir os seguintes
objectivos:
50
• Apetrechar os espaços (internos e externos) do jardim proporcionando um
acolhimento de forma harmoniosa e saudável;
• Criar cidadãos possuidores de auto-conceitos positivos;
• Favorecer progressivamente a consciência da criança e do seu papel como
membro de uma sociedade.
1.4. Caracterização Física
Em termos de infra-estrutura, o Jardim Infantil Amílcar Cabral é património da
Fundação Cabo-verdiana de Solidariedade.
O Jardim foi recentemente beneficiada com uma pintura com cores alegres,
vivas e estimulantes para as crianças (Amarelo, Vermelho, Verde etc.). O mesmo
encontra-se estruturado conforme o quadro que se segue:
Salas de
Gabinete
actividades
WC
WC
Funcionários
Crianças
Dispensas
Corredor
5
1
2
3
2
1
Arrecadação
Pátios
Quintal
Cozinha
Biblioteca
Parque infantil
3
3
3
1
1
1
Análise do quadro
Da análise do quadro, podemos concluir que o Jardim dispõe de condições para
o seu normal funcionamento, nomeadamente: existência de cinco salas de actividades,
em que duas acolhem crianças de cinco anos (sala um e dois) - Pré-Escolar; Duas salas
com crianças de 3 e 4 anos (sala três e quatro) - Infantil; uma sala com crianças com
faixa etária de 1 a 3 anos de idade (sala cinco) - Maternal.
Ainda, existe um gabinete onde funciona a parte administrativa; um corredor que
dá acesso ao pátio interno e salas.
Duas casas de banho para os funcionários, uma ao lado do gabinete da
administração e outra no quintal junto à cozinha; Três casas de banho, para as
crianças, duas que ficam no pátio interno e outra na sala maternal; uma cozinha ampla
com duas dispensas, servindo de apoio à cozinha, uma onde guardam os alimentos
fornecidos pela FICASE e FCS e outra onde se encontram os equipamentos de frio e
os de cozinha; três arrecadações, uma onde é armazenado o material de desgaste, e
outra onde guardam os materiais de limpeza; três pátios grandes, dois internos com o
piso em cimento onde fazem as actividades recreativas e de lazer e outro externo
calcetado, com jardim onde desenvolvem actividades físico-motoras e outras de
51
carácter culturais e recreativas; um biblioteca minimamente equipada que serve de
reforço no desenvolvimento do gosto pela leitura e escrita; um parque em que
encontrava em mau estado de conservação antes da implementação do projecto de
remodelação.
2. Recursos Humanos
A instituição tem a seguinte estrutura: Uma Coordenadora pedagógica formada
em Educação de Infância ministrada pelo Instituto Pedagógico (IP) do Mindelo; cinco
Educadoras de Infância formadas pelo IP do Mindelo, sendo uma com licenciatura em
Educação de Infância; três Monitoras de Infância; três auxiliares dos serviços gerais;
uma cozinheira e dois guardas, sendo um diurno e um nocturno.
2.1. Recursos materiais e didácticos
Embora o jardim JAC possua alguns materiais e não obstante os apoios
externos que se consegue os recursos materiais existentes no Jardim são insuficientes.
No âmbito pedagógico esses materiais deixam muita falta, na medida em que, servem
de suporte para as educadoras ministrarem as suas aulas e, por resultante, um melhor
compreensão e assimilação dos conhecimentos por parte das crianças.
2.2. Recursos financeiros
O Jardim não possui autonomia financeira para administrar as receitas
arrecadadas, porém para colmatar alguma falta financeira, organiza diversas
actividades como por exemplo: feiras americanas com diversos produtos (roupas,
sapatos, brinquedos) com o objectivo de arrecadar fundos, para reforçar a aquisição de
novos brinquedos e materiais necessários para o aprendizado das crianças.
2.3. Contexto Actual
No contexto actual, o jardim funciona com base nos parâmetros do Ministério da
Educação, mas possui também os seus próprios parâmetros de funcionamento.
Neste momento o jardim atende, aproximadamente, 185 crianças com idade
compreendidas entre um ano e meio a seis anos. Estas crianças encontram-se divididas
em dois turnos diários, distribuídas por cinco salas.
52
Relativamente ao funcionamento, estrutura-se em três regimes de horários
conforme o interesse dos utentes. 51
2.4. Objectivos Institucionais
A instituição tem vários objectivos 52 traçados para o bem das crianças que
frequentam o jardim. Passamos a transcrever os objectivos:
• Proporcionar um clima de paz, amor e amizade entre as crianças, educadores,
pais e encarregados de educação;
• Assegurar a democratização das oportunidades;
• Apoiar as crianças das camadas sociais mais desfavorecidas;
• Proporcionar o desenvolvimento global, harmonioso e integral da criança;
• Prevenir a exclusão social;
• Interagir com as famílias e comunidade através de palestras de sensibilização;
• Oferecer uma refeição quente às crianças;
• Sensibilizar a criança para o respeito ao próximo, aprendendo a conviver com
as diferenças;
• Consciencializar a criança do seu papel como membro da sociedade;
• Favorecer a Interacção com o meio circundante;
• Garantir o acesso da criança no EBI e o seu sucesso na aprendizagem;
• Apoiar também os emigrantes que estejam a viver em situações difíceis,
particularmente os emigrantes de CPLP e da CEDEAO, comunidades com quem
temos fortes laços de cooperação e amizade.
3. Objectivos Implícitos na Percepção do Estagiário
O Jardim tem traçado objectivos que passam especialmente pela socialização
através de actividades diferentes como forma de adaptar as crianças à nova realidade
como por exemplo:
• Promoção do desenvolvimento pessoal e social da criança com base em
experiências de vida popular, numa perspectiva de educação para a cidadania (respeito
pelo outro, partilha, troca);
51
(Das 7:30 - 12:30; 7:30-15:30 e das 14:00-18:00).
Estes dados foram retirados do documento da FCS e também obtidos através de conversas informais
com a Coordenadora do JAC e Delegada da FCS no Mindelo.
52
53
• Favorecer a inserção da criança em grupos diversos de trabalhos, como forma
de incentivar a Interacção com o novo meio e com os demais envolventes;
• Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o
sucesso da aprendizagem;
• Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas
características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens
significativas e diversificadas, (lúdico, brincadeira, contos de história, músicas,
dança);
• Despertar a curiosidade e o pensamento crítico da criança.
3.1. Proposta de Actuação ao Usuário
Rotina (Como ocorre o quotidiano institucional)
O dia-a-dia destas crianças é assim organizado num ambiente de afectividade de
modo a ser uma continuidade do meio familiar. O Jardim abre as suas portas às sete
horas e trinta minutos (7h 30min.) da manhã e encerra-as às dezoito horas e trinta
minutos (18h 30min). A rotina diária começa pelo acolhimento das crianças, pelo
guarda e pelas educadoras no qual elas ficam livres para brincar ou conversar em
pequenos grupos e com a educadora.
Em relação a rotina 53, pode-se dizer que no Jardim tem três rotinas diárias
diferentes: uma para o período de manhã, outra para o de tarde e outra para o período
único.
As crianças têm de uma forma organizada, calendarizada e rotineira de várias
actividades: Expressão motora, capoeira, actividades comunicativas (actividades de
grande grupo, centros de interesse, contos, poesias, diálogos, teatro, canções,
marionetas, histórias, etc.); Actividades de pequeno grupo (actividades de mesa e nos
cantinhos); Jogos ao ar livre; Reciclagem; Expressão musical; Expressão dramática;
Relaxamento ou jogos sensoriais.
3.2. Tipos de Atendimento Geral
Os atendimentos são feitos mediante as necessidades e a pedido dos pais e
Instituições54, como também através de observações diárias. O jardim atende a todas
53
54
Ver anexo nº 1 pág. 101.
Extraído das conversas informais com a coordenadora do JAC Alícia Mendes Machado.
54
as pessoas, desde crianças, pais, apoia pessoas de terceira idade, atribuindo-lhes uma
cesta básica mensal.
A Instituição por possuir um carácter social, tenta ajudar a todas as pessoas que
necessitam de ajuda (desde auxilio em tirar um atestado, dirigir-se ao INPS) sendo este
de qualquer classe social. O Jardim possui uma grande área de abrangência, devidas às
suas crianças, que pertencem a vários escalões sociais. O mesmo possui ainda um
Gabinete que auxilia a Fundação a lidar com os casos que necessitam de ser
analisados.
3.3. Resultados das Actividades
Relação Usuária (o) – Instituição
A relação é muito boa e todas as educadoras e as monitoras tratam as crianças
da mesma forma, todos se apoiam mutuamente e os cuidados são sem excepção. Há
um excelente vínculo de afecto, pois dentro do jardim as crianças e dirigentes são
como uma família.
Durante o intervalo, os cuidados são redobrados por parte das educadoras
independentemente se as crianças pertencem ou não à sua sala. As educadoras
interagem com as crianças com divertimento, jogos e outras actividades de diversão.
As crianças gostam de estar no jardim, e aceitam todas as actividades solicitadas
pelas educadoras, num ambiente de respeito e de interesse.
Relação Instituição com Usuário
O Jardim-de-infância, parte do princípio que deve ser um lugar de interacção
entre o adulto e a criança com uma certa reciprocidade entre eles. De acordo com a
observação e convivência durante o estágio constatamos que existe uma boa relação de
amizade de partilha e de muita confraternização entre as partes.
Relação entre os Actores Institucionais (equipe)
O resultado de qualquer instituição depende de uma boa comunicação e de um
ambiente propício, caracterizado pelo respeito, solidarização, entendimento e
humildade, entre todos os colaboradores. Só assim, o sucesso se torna um ponto de
referência para toda a instituição em suas actividades voltadas para a sua principal
missão que é a educação.
55
No Jardim observamos que a relação existente é boa tanto a nível pessoal como
interpessoal entre os actores institucionais ajudando um ao outro, mantendo um
diálogo frequente e assíduo uns com os outros e podendo-se também observar que
existe uma relação de amizade e de um respeito mútuo.
É visível uma boa parceria em termos profissionais entre os funcionários,
existindo partilha e troca de experiências e informações como também dos materiais
didácticos produzidos e existentes na instituição.
Realçamos também que a relação exercida entre os trabalhadores e o estagiário
foram satisfatórios, pois, houve troca de experiência, e os mesmos mostraram
totalmente disponíveis em ajudar a nível do conhecimento do serviço realizado na
instituição.
3.4. Aspectos Subjectivos (Implícitos)
Sintonia/contradição entre objectivos e operacionalização
O Jardim segue um conjunto de parâmetros impostos pelo Ministério da
Educação, são as chamadas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, em
que todos os jardins devem basear-se para fazer e/ou desenvolver os seus trabalhos.
Os objectivos traçados são postos em práticas através do plano de actividades
geral. Mas de acordo com a idade das crianças e o nível de desenvolvimento, cada
educadora adapta um plano de actividades, e os objectivos terão de ter uma sequência
lógica, como forma das crianças terem melhores acompanhamentos e familiarização
com os temas tratados.
Participação do Usuário
Existe muito incentivo por parte das educadoras através de actividades e
dinâmicas distintas. O trabalho é feito sempre em grupos ou pares como forma de
estimular o respeito, a partilha e convivência.
O Jardim e as educadoras mantêm os pais informados sobre o conteúdo
ministrado e a forma de dar seguimento ao processo de aprendizagem iniciado no
Jardim. Em relação as crianças há uma participação grande, na medida em que muitas
gostam de estar no jardim e há uma boa convivência entre as mesmas.
Há uma boa relação entre as crianças e o JAC, bem como da Direção da FCS
para o JAC.
56
Articulação Institucional (rede interna/externa)
São várias as instituições e empresas que fazem parcerias com o JAC 55 na
diminuição de certas dificuldades tais como:
Instituições: FICASE que fornece alimentos; Escola de formação de
professores (IP), que enviam os seus educadores para estagiarem no Jardim; PMI/PF;
HOSPITAL.
Empresas: MOAVE que fornece farinha; BCA que oferece cinco mil escudos
anual; EMPROFAC que abastece medicamentos e materiais de primeiros socorros;
HGI que dá materiais escolares; DIGITAL que ajudam no desfile do carnaval.
4. Serviço social na Instituição
O Jardim Infantil Amílcar Cabral, bem como os outros que pertencem a
fundação, (Mundo Infantil e Flores de Mindelo) não têm no seu corpo de profissionais,
nenhum Assistente Social, mesmo sabendo, do papel e das funções deste profissional
na educação.
No âmbito das políticas sociais e das respostas sociais à criança e à família, os
assistentes sociais orientam a sua intervenção no sentido da coesão social, investindo
no compromisso com as pessoas, no combate à exclusão social e na integração plena
dos cidadãos na sociedade. Assim procura colocar a ciência, a educação, a cultura e a
economia ao sentido da inclusão social.
O serviço social, é um dos ramos importantíssimo na área social ou humana em
qualquer instituição. Infelizmente numa instituição voltada para a educação não existir
um assistente social, é um problema, visto que lida com crianças de diversas idades,
com problemas socioeconómicos diversos entre outros.
Este é uma das principais lacunas no funcionamento desta instituição no
complemento do serviço que presta á comunidade.
Assim, achamos importante a presença de um assistente social no jardim, na
medida em que as mesmas convivem com criança de varias níveis de estratos sociais,
apresentado em certos casos problemas sociais e económico, e para as vezes a
instituição por si só não conseguem minimizar tais problemas.
A sua inserção no jardim não é algo absolutamente desconhecido, e deixa
muita falta na instituição minimizando certos problemas.
55
Extraído de uma conversa informal com a coordenadora do JAC.
57
4.1. Outros aspectos a ser considerados
No intuito de enriquecer os conhecimentos sobre o Pré-escolar no JAC, viu-se a
necessidade de aplicar um questionário56 ao pessoal docente da referida instituição.
Tratamento e Interpretação dos Dados
Segundo Gil (2007:26) 57, "a ciência tem como objectivo fundamental chegar à
veracidade dos fatos. Realçando o autor, para que um conhecimento possa ser
considerado científico, torna-se necessário identificar as operações mentais e técnicas
que possibilitam a sua verificação. Ou, em outras palavras, determinar o método que
possibilitou chegar a esse conhecimento".
Neste sentido, para a materialização deste trabalho, apostamos numa
metodologia científica mista, baseando na metodologia qualitativa e quantitativa.
Caracterização da Amostra
Na perspectiva de Marconi e Lakatos (2007:225) 58, “a amostra é uma porção
ou parcela, convenientemente seleccionada do universo (população), no fundo, é um
subconjunto do universo”. Neste sentido, podemos dizer que, a nossa amostra é
constituída por um total de sete docentes, sendo cinco educadoras e duas monitoras,
ficando de fora a Directora e a Coordenadora pedagógica da referida instituição.
Procedimento
A recolha de dados, relativamente ao questionário, realizou-se em Abril de
2013, tendo sido seleccionadas Educadoras e Monitoras do JAC. Alguns
preenchimentos foram realizados logo na sala, e outros foram devolvidos mais tarde.
Antes do preenchimento foram informados de que a resposta ao questionário era
voluntário, confidencial e anónimo. O tempo de preenchimento do questionário situouse entre os 5 e os 10 minutos.
56
Ver anexo nº 2 pág. 102.
GIL, Antônio Carlos (2007), Métodos e técnicas de pesquisa social - 5. ed. -8. reimpr. - São Paulo:
Atlas.
58
MARCONI, Maria de Andrade e LAKATOS, Eva Maria (2007), Fundamentos de metodologia
científica. São Paulo: Editora Atlas S.A.
57
58
Análise e discussão dos Dados Recolhidos
Sendo um dos principais objectivos, do estudo quantitativo, a análise das
relações entre as variáveis em causa e em função da formação, da experiencia dos
sujeitos, optamos por apresentar a descrição com a amostra dividida por género, idade,
formação académica, experiência, etc., utilizando o SPSS.
1. Distribuição dos inquiridos por sexo
Do universo de inquiridos todos são do sexo feminino, correspondendo à cinco
educadoras e duas monitoras.
2 Distribuição da amostra por idade
A idade das monitoras/educadoras encontra-se compreendida no intervalo entre
os 26 a 50 anos. Pelo gráfico, pode-se ver que a maior incidência da faixa etária das
monitoras encontra-se situada na faixa etária dos 41 a 50 anos. Portanto, perante tal,
pode-se concluir que as maiorias das monitoras do jardim encontram-se bastante
avançadas no que diz respeito à idade. Por outro lado, poderá indicar uma maior
maturidade e experiência por parte delas. De realçar ainda que, pelos dados,
constatamos que, nenhum das monitoras encontram-se abaixo dos 26 anos de idade.
59
3 Habilitações Literárias
No que diz respeito às habilitações literárias das monitoras, pelo gráfico, pode-se
analisar que, a maioria das monitoras têm como habilitação literária, o 10º Ano de
escolaridade. Se estabelecermos uma ligação entre a idade dos nossos inquiridos e as
suas respectivas habilitações literárias, poderemos concluir que, devido à idade
avançada, com incidência na faixa etária dos 41 a 50 anos, as monitoras na sua maioria
têm apenas como habilitação o 10º Ano de escolaridade.
De realçar ainda que as
restantes monitoras têm como habilitação literária, o Ex. 2º Ano do Curso
Complementar (20%) e o 12º Ano (20%), respectivamente.
4 Distribuição dos inquiridos por anos de serviço
Relativamente ao tempo de serviço das monitoras daquele jardim-de infância,
deve-se dizer, o mesmo encontra-se compreendido entre os 6 a 32 anos de serviço por
parte das monitoras daquele jardim. Portanto, entendemos que, o tempo de serviço é
significativo para se analisar a experiência profissional dos indivíduos, neste caso,
60
pensamos que o facto de se ter uma monitora com uma experiência de 32 anos de
serviço é muito bom para as crianças, bem como, para o próprio jardim.
5 Habilitações Profissionais
Na tentativa de procurar saber qual é a habilitação profissional das nossas
monitoras de infância, constatamos que, a maioria (57%) tem como habilitação
profissional o Instituto Pedagógico, (29%) o Instituto Superior de Educação e (14%)
não têm formação. Portanto, a nosso ver, uma formação pedagógica constitui, nos dias
de hoje, uma mais-valia para os profissionais da educação, principalmente, quando se
lida com crianças.
6 Tipo de Planificação
Pelo gráfico, vê-se que, a esmagadora maioria (86%) dos inquiridos afirmaram
que fazem uma planificação mensal das actividades, em detrimento, de uma
planificação semanal (14%). No nosso entender, essa planificação deveria ser feita
diariamente, evitando assim, possíveis desvios e imprevistos que muitas das vezes vão
surgindo ao longo das actividades realizadas.
61
7 Formação como Monitora e Educadora
Questionamos os nossos inquiridos se a sua formação como educadora/monitora
permite-lhes trabalhar com as crianças com mais facilidade, metade (50%)
responderam que os ajuda bastante. Em contra partida, (33%) afirmaram que os ajuda
muito pouco e (17%) responderam que os ajuda muito.
Portanto,
pelos
dados
podemos verificar que os nossos entrevistados consideram que realmente a formação
lhes proporciona uma mais-valia no desempenho das suas actividades profissionais.
8 Tempo estabelecido no pré-escolar
Na tentativa de procurar saber se o tempo de 25 minutos disponível à
realização das actividades no pré-escolar é suficiente, a esmagadora maioria (85%)
consideram que sim. Não obstante, apenas (14%) dos nossos entrevistados consideram
que o referido tempo não lhes é suficiente para realizarem as suas actividades. A
grosso modo, pode-se dizer que, os nossos inquiridos encontram-se satisfeitos com o
tempo disponível.
62
9 Guia Curricular
Questionamos os nossos inquiridos se estes utilizam o guia curricular para
fazerem a sua planificação, e a maioria (72%) responderam que algumas vezes já
utilizaram o referido guia para planificarem as suas actividades. Ainda, (14%)
responderam que muitas vezes já utilizaram o guia para planear as suas actividades.
De realçar que, igual número dos nossos inquiridos (14%) afirmaram que
nunca utilizaram o guia para planificar as suas actividades, o que a nosso ver, é muito
mau.
10 Guia Curricular
Procuramos saber se os nossos inquiridos consideram que a utilização do guia é
importante para terem ideias inovadoras, e mais de metade (67%) afirmaram que,
algumas vezes, tal pode-se manifestar como sendo útil no incremento de ideias
inovadoras. Por outro lado, constatamos que, (33%) dos nossos inquiridos afirmaram
que sempre a utilização do mesmo, potencia o incremento de ideias inovadoras.
63
11 Intervenção educativa com/de Qualidade
Questionamos os nossos inquiridos se o guia curricular permite-lhes fazer uma
intervenção educativa com/de qualidade, a maioria (67%) responderam que algumas
vezes o referido guia lhes permite fazer uma intervenção educativa com/de qualidade.
Em contra partida, (17%) afirmaram que sempre o guia curricular lhes permite fazer
uma intervenção educativa com/de qualidade.
12 Guia Curricular / Pré-escolar
Na tentativa de procurar saber se o guia curricular é importante para o préescolar, mais de metade (57%) afirmaram que o mesmo é muito importante. Por outro
lado, (43%) afirmaram que o guia curricular é bastante importante para a realização
das suas actividades. No nosso entender, os inquiridos têm a noção de que o guia
curricular realmente é importante para a orientação das suas actividades.
64
13 Formação Necessidades Educativas Especiais
Questionamos os nossos inquiridos se estes tem assistido alguma formação
sobre necessidades educativas especiais, a maioria (71%) responderam que muitas
vezes tem assistido formações que versa a área das necessidades educativas especiais.
Ainda, (29%) afirmaram que, sempre, têm assistido formações relativas às
necessidades educativas especiais. Portanto, pelos dados podemos verificar que todos
os nossos inquiridos têm manifestado interesse em ganhar novos conhecimentos na
área das necessidades educativas especiais, o que é muito importante, para o nível do
pré-escolar.
Capítulo III - Descrição e Avaliação das Actividades Realizadas no
Estágio
O Estágio Curricular constitui um espaço importante, pois é o momento onde o
estagiário tem a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos técnicos
adquiridos durante o curso, visando o desenvolvimento profissional e social.
Durante o estágio e com ajuda do orientador académico, foi estabelecido uma
ponte entre a teoria e a prática, e nos disponibilizou diversas bibliografias que
serviram de apoio durante o estágio.
Tivemos também o acompanhamento da supervisora de campo, que
acompanhou os diferentes instantes, dando sempre orientações nas diversas
actividades que pretendíamos realizar. Cabe ainda realçar a grande contribuição das
educadoras e monitoras.
As actividades realizadas durante o estágio envolveram, várias etapas, sendo
que a primeira etapa direccionou-nos para inteirarmo-nos do conhecimento e
65
funcionamento da instituição, para o contacto directo com as crianças, com o pessoal
docente e também com as salas de actividades.
A segunda etapa, foi o plano de estágio 59, onde foram marcados
cronologicamente todas as actividades a serem realizadas dentro do campo de estágio.
Para a realização do plano de estágio contamos com a ajuda dos supervisores. A
terceira etapa são as actividades, em que colaboramos com as educadoras e monitoras.
As actividades foram:
Estampagem/Impressão
As crianças molhavam as mãos e imprimiam no papel 60.A actividade tinha
como objectivo expressar a criatividade nas crianças.
Avaliação: A actividade foi muito interessante que as crianças mostraram a
desejo de repetir mais vezes.
Intervenientes: Educadora, Criança e Estagiário
Construção de Certificado para Celebrar o dia do Pai
Foram impressos diplomas61 para as crianças oferecerem aos seus pais no dia
do pai, onde colocamos "flecha" nos certificados para que o mesmo ficasse mas
bonito. Enquanto os pais iam chegando para acolher as suas crianças a educadora e o
estagiário iam dando o certificado aos pais.
Avaliação: Os pais ficaram satisfeitos e agradeceram tanto a educadora, como
o estagiário e os filhos.
Intervenientes: Educadora, Criança e Estagiário
Aulas de Capoeira
Tivemos a oportunidade de participar nas aulas de capoeira62 realizado em
todas as segundas e quintas-feiras por dois professores. As aulas eram muitas
divertidas, pois as crianças ao verem os professores chegarem ficavam muito
satisfeitas.
59
Ver apêndice nº1 pág. 90.
Ver apêndice nº 2 pág. 96.
61
Ver apêndice nº3 pág. 96.
62
Ver apêndice nº 4 pág. 96.
60
66
Formação sobre Necessidades Educativas Especiais
Tivemos a oportunidade de participar na formação em Necessidades Educativas
Especiais, realizada nos dias 18 a 21 de Março de 2013, por psicólogos e sociólogos,
que trabalham na sala de recursos do MED. A formação teve lugar na escola primária
do Campim cujo nome é ANÍSIA.
Objectivo: Informar e formar as educadoras como devem trabalhar com as
crianças com Necessidades Educativas Especiais.
Estiveram na formação várias educadoras dos diversos jardins do Mindelo, tanto
privado como público, onde ambas as educadoras e monitoras apontaram os problemas
que afectam as crianças no jardim, como sendo o comportamento que as crianças
manifestam, retratando a vivência no meio familiar.
Ainda durante a formação as educadoras colocaram a preocupação em relação ao
número de crianças nas salas de aulas, sendo que elas afirmam que não conseguem dar
respostas ao número de crianças, sobretudo das que tem Necessidades Educativas
Especiais (paralisia cerebral, síndrome de Dawn, gaguez) entres outros problemas.
Fizemos algumas intervenções durante a discussão, onde levantamos a
preocupação de não existir um assistente social nos jardins, para tentar minimizar os
problemas sociais e económicas existentes ou que poderão surgir.
A preocupação das educadoras é que o Estado deve rever a lei em relação a
educação, principalmente nas leis específicas no pré-escolar. Ainda segundo a
Formadora Margarida Prado, o jardim deve estabelecer uma relação de pares.
Segundo o pessoal da sala de recursos, é preciso fazer fórum educacionais para
chamar o estado atenção dos problemas que os jardins enfrentam.
Coloquei a questão sobre o salário que aufere as educadoras, tendo em conta o
trabalho e o número de criança que há nas salas, no intuito de ver se melhorem o
salário que recebem as educadoras, pois consoante for a remuneração maior será a
produtividade.
Para os psicólogos da sala de recursos, todas os jardins sendo público ou privado
devem-se unir para expor os seus problemas porque juntos terão mais força. Ainda
para os psicólogos um problema que se nota hoje é a competição e quando isto
acontece poderá trazer problema tanto para os jardins públicos e privados. Realça os
psicólogos, que devem criar uma associação e se o pessoal do pré-escolar não associar
não vão a frente.
Intervenientes: Psicólogos, Sociólogos, Educadoras, Monitoras, Estagiário do
Serviço Social.
67
Avaliação: A formação foi considerada satisfatória para todos, foi algo
dinâmico e o pessoal foi participativo ao exporem as suas preocupações, esclarecendo
as suas dúvidas.
Posso salientar que saí rico, pois, fiquei a saber de muitas coisas sobre
Necessidades Educativas Especiais e como actuar para resolver certos problemas.
Participação na Sessão de Workshop "A Ciência é divertida"
No dia 15 de Março de 2013 pelas 8 horas e 30 minuto participamos numa
sessão de Workshop, efectuado pelo "Centro Educativo + Ciência"63 apresentado pela
senhora Carmen.
Objectivo: Despertar as crianças para a Ciência e desfazer o mito de que
"estudar ciência é difícil". Para além disso, a sessão tinha como objectivo proporcionar
as crianças várias experiências no âmbito da Ciência.
Intervenientes: Professora, Coordenadora, Estagiário, Monitoras, Educadoras
e Criança.
Avaliação: A actividade correu muito bem, embora as crianças ficassem um
pouco agitadas.
Visita de Estudo
Participamos numa visita de estudo para a localidade do Madeiral 64, com o
objectivo de mostrar as crianças os seres vivos no seu habitat. Foi uma visita
pedagógica com a finalidade de levar as crianças a ter contacto com a natureza, as
plantas e os animais.
Algumas crianças tiveram a oportunidade de ver pela primeira vez uma
tartaruga e ficaram muito entusiasmadas.
Avaliação: A visita correu muito bem, as crianças ficaram muitos satisfeitos e
quando chegaram no jardim contaram as outras crianças que não estiveram na visita os
tipos de animais e plantas que observaram.
Intervenientes: Estagiário, Educadoras, Segurança do Jardim.
63
64
Ver apêndice nº 5 pág. 97.
Ver apêndice nº 6 pág. 97.
68
Desfile do Carnaval
Participamos no desfilo do carnaval 65 que é uma actividade desenvolvida todos
os anos pelo jardim. O mesmo ocorreu no dia 08 de Fevereiro de 2013, com a
concentração das crianças e dos pais e encarregados de educação no pátio do jardim.
Objectivo: Incutir valores culturais nas crianças e vivenciar o carnaval. O
desfile aconteceu por volta das 10 horas e as crianças desfilaram pelas principais
artérias da cidade do Mindelo, acompanhado dos seus pais. O término deu-se às 11
horas e depois no regresso ao jardim as crianças tiveram a oportunidade de dançar,
brincar entre outras actividades.
Para que houvesse um brilhante desfile fizemos cartas66 para pedir apoio para a
realização do evento e conseguimos alguns apoios.
Intervenientes: Coordenadora, Educadoras, Monitoras, Estagiário, Policia de
Ordem Pública, Pais.
Avaliação: Antes da saída para o desfile, a coordenadora estava preocupada,
mas depois do desfile manifestou-se uma alegria total por parte da coordenadora.
Visita a Rádio Nacional
Participamos na visita à Rádio Nacional, no âmbito do tema do mês de Maio
"Comunicação Social". O objectivo era fazer com que a criança não ficassem a saber
só a parte teórica, mas sim observar na prática com é feito o trabalho dia-a-dia na rádio
e também conhecer os profissionais que trabalham nos meios de comunicação social.
É de realçar ainda, que o trajecto foi feito a pé do jardim até a rádio.
Intervenientes: Coordenadora, Educadoras, Monitoras e Estagiário.
Avaliação: Durante o trajecto as crianças comportaram-se muito bem, e na rádio
as crianças tiveram a oportunidade de conhecer a instituição e participar no programa "
Olá Meninos" com entoação de poesias e canções.
As crianças falaram das suas experiências adquiridas no jardim e sobre os
meios de comunicação social. Foi com muita satisfação que os pais das crianças
abordaram as Educadoras no jardim pela conversa das crianças que ouviram na rádio.
Assim podemos dizer que a avaliação foi positiva.
65
66
Ver apêndice nº 7 pág. 97.
Ver anexo nº 3 pág. 106.
69
A quarta etapa corresponde, às actividades realizadas pelo estagiário.
As actividades foram:
Visita ao Gabinete de Acção social da FCS
O objectivo foi conhecer as actuações e funções desse gabinete e a sua ligação
com o Jardim. Durante a visita verificou-se que o Gabinete vem desempenhando um
papel importante na área social, onde ajuda os filhos das famílias carenciadas na
escola auxiliando com materiais escolares, uniformes e também tem apoiado algumas
famílias seropositivas.
O Gabinete tenta ajudar naquilo que tiver na sua possibilidade, pois enfrenta
várias dificuldades, não permitindo assim a abrangência de vários ramos da sua
actuação.
Avaliação: Consideramos essa visita importante, pois passamos a saber o
objectivo e função do Gabinete Acção social da FCS.
Visitas domiciliárias
Fizemo-la como forma de nos inteirar de certas questões presenciadas durante
o estágio e colher informações socioeconómicas de uma criança, e saber o motivo a
que deixou de frequentar o jardim. Tivemos o acompanhamento da supervisora de
campo e fomos anotando as informações no diário de campo.
Visita ao parque infantil da Cidade do Mindelo (Nhô Roque)
No dia 01 de Março de 2013, reunimos duas turmas e fomos ao parque infantil
Nhô Roque, 67 onde realizamos várias actividades, sendo jogos de futebol, corrida,
saltos, etc. A visita foi tão boa e as crianças mostraram a vontade de uma segunda
visita.
Objectivo: Proporcionar às crianças um momento alegre, ou seja a
oportunidade de socializarem-se com as outras crianças que frequentam o parque
infantil.
Tivemos a oportunidade de mostrar as crianças o cais, os barcos turísticos, que
estavam atracados no cais.
Intervenientes: Estagiário, Educadoras, Segurança do Jardim.
67
Ver apêndice nº 8 pág. 98.
70
Avaliação: Avaliamos essa actividade positivamente, pois as crianças
comportaram muito bem, e ambas ficaram satisfeitas com a visita.
Construção de um baloiço para uma criança com paralisia cerebral 68
O objectivo era proporcionar melhor desenvolvimento físico, visto ser uma
criança de três anos com paralisia cerebral e a sala onde se encontrava não tinha meios
apropriados para o seu desenvolvimento. O anseio das monitoras era ver a criança
numa posição normal e exercitando os membros inferiores. Assim intervimos nesse
aspectos tentando criar melhorias tanto para ela bem como para outras crianças que
poderão vir a frequentar a sala.
Intervenientes: Estiveram envolvidos nessa actividade o estagiário, um colega
do curso que facultou o baloiço, o pai da criança que ajudou na fixação do mesmo, e
as monitoras a estimularem a criança a fazer exercício.
Avaliação: Considerou-se essa actividade uma mais-valia, tanto para a criança
bem como para as educadoras, visto que passando sensivelmente um mês a criança já
apresenta mais segurança em esticar os membros inferiores e superiores. Com
a
intervenção feita a criança já consegue colocar os pés com mais firmeza no chão. É
notável a satisfação da criança.
Capitulo IV - Um Breve Olhar Sobre o Projecto de Intervenção
Várias foram as metodologias que justificaram a conclusão do projecto.
Primeiramente, fizemos uma análise SWOT 69 dos pontos fortes e fracos da instituição.
Tal conclusão, obteve-se também com apoio das conversas informais que tivemos com
o pessoal docente da instituição, da delegada da FCS e da coordenadora do jardim e
ambas apontaram a preocupação e o anseio de uma intervenção na remodelação do
parque infantil.
Para que não houvesse dúvida em relação a prioridade de intervenção, fomos
para o terreno, nomeadamente nos jardins que pertencem a fundação (Flores de
Mindelo e Mundo Infantil) e não encontramos nenhum parque infantil e na cidade do
Mindelo encontramos uma insuficiência de parques infantis, onde só encontramos um
que fica situado no centro da cidade do Mindelo, (Praça Nhô Roque) que foi
68
Ver apêndice nº 9 pág. 98.
SWoot - Strenghts - Forças (S); Weaknesses - Fraqueza (W); Opportunities - Oportunidades (O);
Threats - Ameaças (T).Ver anexo nº 4 pág. 104.
69
71
construído em 2013, que tem uma aderência enorme. Isto devido a localização e outro
que encontra-se localizado mas distante da cidade mais concretamente na zona
industrial do Lazareto.
Isto chamou-nos muita atenção para tal projecto, que de certo modo vai trazer
um mais-valia, pois, traz benefício tanto para as crianças, pais e encarregados de
educação, comunidade bem como para todos os jardins da FCS.
Após a identificação de todos os pontos fortes e fracos que atingem a
instituição, nota-se a predominância de aspectos negativos. Tais aspectos despertaramnos para a prioridade de uma escolha cautelosa dos vários problemas que poderiam
constituir a base do projecto da actuação.
Segundo Guerra (2000:142), 70 "torna-se necessário seleccionar os campos
prioritários no projecto de intervenção".
Feito o levantamento dos principais problemas ou das principais necessidades
que afectam a instituição, e para estabelecer e justificar a prioridade recorremos a uma
grelha de hierarquia de prioridades de intervenção. 71 O mesmo baseou-se na
metodologia de pontuação de um á cinco em cada critério.
70
GUERRA, Isabel Carvalho (2000), Fundamentos e Processos de uma Sociologia de Acção: O
Planeamento em Ciências Sociais. Cascais: Editora Principia, Capitulo 7 Construção de Projectos de
Intervenção.
71
Ver anexo nº5 pág. 105.
72
CAPÍTULO V - PROJECTO DE INTERVENÇÃO
Título do Projecto
Remodelação e Valorização do parque Infantil
Tema
Racionalizar e Reaproveitar
Nome da Entidade
Jardim Infantil Amílcar Cabral
Área de Actuação
Educação Pré-Escolar
Responsável do Projecto
Silvino Ferreira Delgado Sousa
Instituição
Financiadoras
e Câmara Municipal de São Vicente, Steel,
Parcerias
Medicentro, Bamaco, Sita e Parceiros
Público Alvo
Criança do JAC
Duração
3 Meses
Orçamento
18.433$00
1. Apresentação do projecto
O projecto surgiu no contexto da realização do Estágio do Curso de Serviço
Social 4º ano de Licenciatura, na Universidade Lusófona de Cabo Verde.
O presente refere-se ao projecto para a Remodelação e Valorização do parque
infantil do jardim Amílcar Cabral, tendo como título " Racionalizar e Reaproveitar",
dois verbos a conjugar no presente e duas atitudes que todos nós devemos adoptar
como ideias nos tempos que correm.
Este projecto está compreendido como prática educativa socio-ambiental numa
perspectiva lúdica através da construção de um parque utilizando materiais recicláveis.
Tendo em conta os parcos recursos financeiros do Jardim, a ideia é reaproveitar
materiais recicláveis para a remodelação do parque. A proposta apresentada vai de
encontro às necessidades da Remodelação e Valorização deste espaço.
A importância do brincar para o desenvolvimento e a aprendizagem das
crianças é o foco deste projecto. Este projecto, basicamente traduz-se na intervenção
do espaço de recreio mais concretamente na substituição e reutilização de alguns
equipamentos (tais como: baloiços, prancha, etc.) Já existentes no parque, execução de
pinturas com cores alegres e atractivas, utilizando materiais que podem ser
reutilizáveis, dando assim ao Jardim ênfase ao tema actual que é a sustentabilidade do
meio ambiente.
73
2. Natureza do Projecto/ Prioridade de Intervenção
Depois de identificarmos as áreas de prioridades de intervenção, surge assim, a
ideia de um Projecto, que têm em vista preencher as lacunas encontradas no JAC.
Pretendemos remodelar o parque infantil existente na instituição no intuito de
responder ao crescente número de crianças existentes no Jardim, que para além das
actividades curriculares não dispõem de outros meios de diversão nos momentos das
extracurriculares e também promover o bem-estar das crianças.
Para a execução do projecto, é necessário ter em conta os vários recursos
existentes, (recursos humanos, financeiros e materiais), a participação dos pais e
encarregados de educação, da comunidade, os funcionários, na realização das
actividades a serem desenvolvidos.
3. Justificativa
Há muito tempo que a preocupação da direcção da instituição era o problema do
parque, onde as crianças não podiam frequentar o mesmo devido às péssimas
condições em que se encontrava. Assim elas ficavam um pouco limitadas em relação à
prática de exercício ao ar livre.
Esta Remodelação “nasce” principalmente da necessidade de responder ao
crescente número de crianças existentes no Jardim, que para além das actividades
curriculares não dispõem de outros meios de diversão nos momentos das
extracurriculares.
Da observação feita nos outros dois jardins que pertencem a FCS 72 (Flores de
Mindelo e Mundo Infantil), ambos não têm um parque infantil para as crianças
brincarem e devido a situação financeira da Fundação em construir parque infantil nos
outros jardins, viu-se a necessidade de remodelar então o parque existente no Jardim
Amílcar Cabral que necessita apenas de pouco investimento financeiro, para levar a
cabo esta remodelação.
Segundo Hohmann et. al. (2004:432-433) 73, "o tempo de ar livre ou exterior é
uma oportunidade diária para as crianças se envolverem em actividades lúdicas
vigorosas e barulhentas. As crianças prolongam e continuam as suas brincadeiras de
interior num contexto mais expansivo, examinam os ambientes naturais, ganham um
72
73
Fundação Cabo Verdiana de Solidariedade.
HOHMANN, Mary & WEIKART, David P. (2004), Educar a criança, Edição: Fundação Calouste
Guelbenkian , 3.ª Edição , Lisboa.
74
sentido das redondezas próximas e experimentam a mudança das condições
atmosféricas e das estações do ano. Ainda realça os autores, que ao ar livre as crianças
têm espaço para correr, saltar, atirar, baloiçar, escavar e andar de bicicletas, triciclos
ou outros "meios de transportes".
Realçando o autor, à medida que as crianças exploram e brincar no exterior
vivenciam muitas experiências-chave, nomeadamente representação criativa, iniciativa
e relação interpessoais movimento, música, classificação, espaço e tempo.
O presente projecto, irá dar ênfase a reutilização e reciclagem de materiais, tais
como: pneus, madeira, garrafas de plástico, despertando deste modo nos envolvidos a
geração de novos valores, face aos problemas que nos cercam e assim colaborar para a
construção de uma vida infantil mais sadia e consciente para o ambiente.
Aproveitando os materiais reciclados é uma forma que levam as crianças a
conhecer os efeitos positivos e/ou negativos da acção humana no meio ambiente,
podendo vir sempre com a ideia e consciência de que a protecção do meio ambiente é
uma tarefa de todos nós.
É fundamental em todas as circunstâncias tratar de assuntos ambientais,
principalmente quando trabalha-se directamente com crianças.
Partindo do pressuposto acima, é cabível, sim, trabalhar de forma significativa
com projectos necessários e eficazes, capazes de trazer muito mais que teorizações,
mas a praxis de reutilização, redução e reciclagem, pois, de facto o processo de
conscientização deve partir primordialmente do âmbito escolar.
Tal projecto, para além de proporcionar as crianças do JAC um melhor
aproveitamento para praticar actividades de recreio, é também uma forma de
conscientiza-las sobre pequenos gestos que podem ser feitos para evitar a poluição do
ambiente. Isso é essencial, visto que se desde pequenas forem ensinadas neste sentido,
poderão ser adultos conscientes de seus actos em relação ao meio em que vive.
De facto, compreende-se importância da aplicabilidade deste projecto,
esperamos que venham surtir efeitos positivos, revelador de uma aprendizagem
significativa para as crianças e também para a sociedade no geral.
Com isso, este projecto não se restringe somente a divulgação de informações e
sim, dar a conhecer e intervir na realidade ambiental que vivemos presentemente, por
forma a criar novos valores e sentimentos às crianças, para que desde cedo mudem as
atitudes em relação à saúde do Planeta e de todos que nele vivem.
75
4. Definição do Problema
Depois de identificarmos as áreas de prioridades de intervenção, surge assim, a
ideia de um Projecto, que têm em vista preencher as lacunas encontradas no JAC.
A necessidade/problema que mais pontuação teve foi as péssimas condições que
se encontrava o parque infantil para práticas de actividades de recreio.
O problema não pode ser inteiramente a mais profundo, mas a grelha de
hierarquia de prioridades o descrevem como problema central para a intervenção.
5. Localização do Projecto
O projecto será realizado no Jardim Amílcar Cabral, situado em São Vicente na
Rua Henrique Sena (em frente às instalações do Clube Castilho).
6. Beneficiários do Projecto
Directo:
O projecto beneficiará um grupo de 185 crianças que frequentam o jardim.
Indirectos:
Serão beneficiários indirectos, todas as crianças de todos os jardins da FCS.
7. Recursos Necessários
Recursos Humanos:
Coordenador académico e de campo
Colega de estágio
Educadoras; Cozinheira; Guarda; Família;
Auxiliares de serviços gerais
Monitoras; Pais e encarregados de educação
Crianças
Recursos Materiais
Tinta de agua
Faca
Tinta de óleo
Serra
Areia
Parafuso
Cimento
Lixa
Prego
Chapa galvanizado
76
Madeira
Pincel
Ferro
Diluente
Corda
Cal
8. Instituições Financiadoras e Parceiros
Parceiros
Tipos de Apoios/Recursos
Medicentro
Recurso Financeiro
Câmara Municipal de São Vicente
Recursos Humanos e Materiais
Pai/Encarregado Educação
Recursos Humanos e Financeiro
Delegação do Ministério de Educação São
Vicente
Recursos Materiais
STELL
Recursos Materiais
SITA
Recursos Materiais
Drogaria Poupança
Recursos Materiais
9. Objectivos
Gerais.
• Remodelar o parque infantil, com materiais recicláveis, transmitindo conforto e
segurança às crianças no seu uso/brincadeira;
Específicos.
• Fazer melhor aproveitamento do espaço externo do Jardim;
• Tornar o espaço mais atractivo e propício às aprendizagens;
• Proporcionar mais e melhores momentos de lazer às crianças;
• Sensibilizar as crianças para a protecção e conservação do meio ambiente;
• Desenvolver o gosto para as actividades de recreio.
10. Metodologia
A metodologia utilizada para a realização do projecto, baseou-se nos seguintes
propósitos:
• Conversas informais com o coordenador académico e institucional;
77
• Conversas informais com a coordenadora pedagógica e como pessoal docente
(Educadoras e Monitoras);
• Foi realizado um diagnóstico, baseado em observação participante, visitas aos
jardins da FCS, com o objectivo de ver se existia algum parque infantil dentro
da instituição.
11. Cronograma de Execução
Ano 2013
Meses
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Diagnostico:
Conversas
informais
com a Delegada, Coordenadora do
JAC,
com
o
pessoal
docente
(Educadoras e monitoras);
1ª Fase Observação.
Planificação: Encontro com os pais e
encarregados de educação das crianças
para apresentação do projecto e
2ª Fase sensibilização no sentido da sua
participação; Entrega de cartas de
pedido de apoio às empresas e
instituições.
Execução: Campanha de limpeza no
parque; Plantação de árvores;
3ª Fase Compra de materiais;
Arranjos e pintura; Inauguração.
12. Avaliação e Viabilidade do Projecto
Trata-se de um projecto exequível uma vez que o Jardim desde a data da sua
inauguração o parque nunca beneficiou de obras de restauração ou de remodelação do
parque.
Para avaliar o impacto e o sucesso do projecto, utilizará a técnica de observação
participante durante um período de seis meses com o objectivo de averiguar a
78
satisfação do público-alvo, tanto directo como indirecto bem como inteirar da sua
manutenção e protecção.
13. Orçamento
O orçamento não apresenta um grande peso no alcançar dos objectivos com o
projecto, isto, graças as parcerias acima mencionadas que facultaram alguns recursos
materiais e financeiros. A tabela que iremos apresentar a seguir, mostra de forma
pormenorizada, a quantia necessária para a aquisição de alguns recursos para a
implementação do projecto.
IvaDesignação
Quantidade
Valor Unidade 15%
Total
Pagamento do carpinteiro
4.000$00
4.000$00
Pagamento do soldador
2.000$00
2.000$00
540$00
Pincel
3
180$00
Tubo galvanizado 3/4
1
1.560$00
Pagamento trabalhador
6 (dias)
700$00
4.200$00
1.000$00
1.000$00
Transporte
Bucha metálica
2
Trabalho de máquina
Cal em pedra
172$00
52,17$00
1 litro
450$00
Madeira
1
2.330$00
Parafuso e anilha
16
642$00
TOTAL
1.615$00
52
396$00
550$00
6 quilos
Diluente sintético
211
550$00
47
360$00
450$00
350
2.680$00
642$00
18.433$00
O orçamento total é de Dezoito mil Quatrocentos e Trinta e Três Escudos
(18.433$00).
14. Resultados Esperados
Com a realização do projecto esperamos os seguintes resultados:
• Um maior número de crianças a frequentar e usufruir do parque;
• Maior interesse para as actividades de recreio e maior aproveitamento do
espaço;
79
• Esperamos, que o parque venha oferecer às crianças do Jardim e não só um
ambiente rico e estimulante que lhe permita de uma forma harmoniosa e segura
experiências múltiplas que potenciem o seu desenvolvimento global.
15. Possíveis Desajustamentos
Poderá surgir alguns obstáculos na materialização do projecto visto que a
instituição possui poucos recursos financeiros para aquisição de alguns materiais.
Também, ainda poderá surgir algumas dificuldades no estabelecimento de
algumas parcerias tendo em conta as condições económicas actuais existente no país
provocado pela crise.
16. Descrição das Actividades desenvolvidas na Implementação do
Projecto
A primeira actividade foi a campanha de limpeza feito no parque 74 com o
objectivo de dar os primeiros passos para a implementação do mesmo.
Recolha de pneus
Tendo em conta que os materiais para materialização do projecto eram materiais
recicláveis, deslocamos às várias empresas para a recolha de pneus75, nomeadamente,
Bear Pneus, Vikings entre outros locais. Isto é uma forma de despertar a sociedade na
para a protecção ambiental.
Intervenientes: Participaram nessa actividade pais e encarregados de educação
que disponibilizaram viaturas para transportar os pneus, colegas de estágio que
disponibilizaram a mão-de-obra.
Avaliação: O nosso objectivo era fazer um trabalho pedagógico, sensibilizando
as crianças e a sociedade no geral pela prática e protecção do meio ambiente, assim,
consideramos essa actividade uma mais-valia, pois a utilização de utilizando materiais
recicláveis é uma forma de criar convivência ecológica e incutir nas crianças valores
ambientais, para que elas possam vir a ser cidadãos responsáveis na protecção do meio
ambiente.
Preparação e pintura dos equipamentos
74
75
Ver apêndice nº 10 pág. 98.
Ver apêndice nº 11 pág. 98.
80
Objectivo: O espaço e os equipamentos existentes no parque necessitavam de
uma outra apresentação e para dar mais brilho e estética pintamos76 os mesmos de
diversas cores no sentido de dar as crianças mais motivação e também dar as mesmas
a ideia do belo.
Interveniente: Envolveram nessa actividade o estagiário, educadoras e
monitoras, apoiando com meios financeiros e humanos, a coordenadora da instituição
que ofereceu recursos materiais, e pais e encarregados de educação que colaboraram
com meios humanos e financeiros. Ainda envolveram nessa actividade colegas de
estágio e o supervisor académico com recursos humanos e materiais.
Avaliação: Essa actividade foi muito cansativa mas consideramos muito
positivo, pois trouxeram o local mais vida e alegria.
Plantação de Árvores no Parque Infantil
Essa actividade tinha como objectivo o embelezamento do parque bem como
proporcionar sombra as crianças no momento do recreio. Reunimos todas as crianças
no parque 77 para observarem como plantar uma árvore, bem como, a importância de
protegê-la. Assim, pedimos e sensibilizamos às crianças que tomassem cuidado das
plantas regando-as.
Interveio várias pessoas, nomeadamente as crianças, o pessoal docente, o
estagiário e o supervisor académico.
Avaliação: Foi positivo na medida em que as crianças aderiram ao diálogo e
observamos o entusiasmo das crianças na protecção das plantas e do parque.
Inauguração do Parque Infantil
A inauguração aconteceu no dia 31 de Maio de 2013 às 08 horas de manhã e o
objectivo era proporcionar as crianças do jardim um dia alegre com muitas
brincadeiras e aprendizagem. As crianças tiveram a oportunidade de brincar em
diversos equipamentos78, sendo baloiço, escorrega, fizeram brincadeiras de equilíbrio
nos pneus, jogos de malha e “balizinha” entre outras actividades como por exemplo
atelier de jogos (Tiro ao alvo, corrida de Saco, ringue, corda, gincana), atelier de
capoeira, atelier de pintura facial e acessórios e atelier de dança e desfile.
Estiveram presentes na inauguração vários convidados nomeadamente, pais e
encarregado de educação, o pessoal docente da instituição, alguns docentes e discentes
do curso Serviço Social da Universidade Lusófona de Cabo Verde, a magnifica
76
Ver apêndice nº 12 pág. 99.
Ver apêndice nº 13 pág. 99.
78
Ver apêndice nº 14 pág. 100.
77
81
Senhora Reitora da referida universidade, o supervisor académico. Ainda, para uma
maior impacto e divulgação do projecto estiveram presente na inauguração a
comunicação social, onde eles entrevistaram o estagiário sobre a ideia e o porque do
tema do projecto.
Avaliação: Avaliamos essa actividade satisfatória, na medida em que
conseguimos colocar o projecto na prática. Foi notável a expressão da coordenadora
bem a dos discentes e docentes da instituição, na medida em que antes o espaço
constituía um perigo para a integração física das crianças que frequentavam o mesmo.
Ainda é de realçar a alegria no rosto das crianças, pois antes não tinham esses
equipamentos para divertirem no momento de recreio.
No âmbito da inauguração do projecto, foi atribuído ao estagiário um certificado
pelo mérito do seu trabalho.
82
Reflexões Finais
O estágio supervisionado foi, sem dúvida, uma mais-valia, visto que exerceu um
papel fundamental no processo de formação profissional do estagiário, pois
proporcionaram-nos o contacto directo com o exercício profissional, com natureza
interventiva do Serviço Social e, consequentemente, serviu para colocarmos em
prática boa parte dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso.
Durante o estágio envolveram-se um conjunto de sujeitos – o aluno (criança), o
professor-supervisor académico, o supervisor de campo, os demais profissionais e
pessoas envolvidas no quotidiano do campo de estágio, directamente envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem, e que desempenham diferentes papéis e funções na
efectivação das actividades didáctico-pedagógicas, no jardim Amílcar Cabral.
Cabe destacar aqui, que no decorrer do estágio aprendemos algumas teorias
mais direccionadas para o grupo etário do ensino infantil, sendo que é um dos
propósitos do nosso curso.
Sendo assim, podemos afirmar que, consideramos este
estágio supervisionado, um percurso inesquecível, pois proporcionou-nos uma
integração dos objectivos de uma forma orientada permitindo uma aprendizagem e
melhoria constantes que nos conferiram competências pertinentes para a nossa prática
futura como Assistente Social.
Chegando ao fim, sentimos como o início de uma nova caminhada. Iluminado
pela consciência de que há muito a melhorar e com vontade de aperfeiçoamento,
queremos realçar alguns aspectos que constatamos no decorrer do estágio no Jardim
Infantil Amílcar Cabral, que teve início no dia 10 de Dezembro de 2012 e terminou no
dia 31 de Maio de 2013.
No decorrer do nosso trabalho, tivemos algumas dificuldades, principalmente na
recolha de bibliografias, da educação pré-escolar em Cabo Verde, pois os livros são
escassos.
Salientamos que a nossa intervenção com as crianças no jardim foi algo muito
interactivo, julgamos ter conseguido proporcionar-lhes com a ajuda das monitoras e
educadoras, aprendizagens e vivências relacionadas com os conteúdos educativos
diárias do jardim.
Avaliando a nossa acção, sentimos satisfeitos com o nosso desempenho no
jardim e, sem receio, podemos afirmar, que o consideramos positivo; reconhecemos
83
que foi um momento único, sendo uma mais-valia para o nosso desempenho
profissional. Ao terminar este momento sentimos que há coisas a melhorar e muito a
aprender para poder ir prestando um serviço de qualidade, consciente das exigências
profissionais que envolvem a nossa sociedade.
É de considerar que o docente do pré-escolar tem um papel fundamental na
educação da criança, pois, é o primeiro momento de preparação da criança para a
entrada no mundo do saber.
Realçamos que a nossa relação com a coordenação e a direcção e os vários
escalões de funcionários da Instituição foi sempre a melhor possível, tentamos
participar activamente nas actividades propostas, sempre com o intuito de conhecer e
compreender melhor a sua metodologia.
Interagimos com todos os funcionários que prestam serviço nas diferentes áreas,
mantendo uma relação familiar, numa disponibilidade recíproca. Ainda, realçamos que
sempre estávamos disponíveis para prestar ajuda às monitoras/educadoras quando
solicitávamos.
No início do estágio surgiram algumas dificuldades, nomeadamente no
enquadramento dentro da área escolhida, apresentando alguma desmotivação. Apesar
que isso seja normal em qualquer estágio, mas com o passar do tempo e com a ajuda
dos orientadores e das educadoras fomos acostumando e entregamos de corpo e alma
ao estágio e quando demos por conta já haviam passados os 6 meses de estágio.
Assim, tudo se normalizou e o processo de enquadramento e integração tornou-se mais
favorável.
Ainda a elaboração deste relatório não foi de todo modo fácil, pois tínhamos de
conciliar o estágio e o percurso académico.
Relativamente ao projecto de Reabilitação do Parque Infantil, realçamos que a
execução deste pequeno e modesto projecto de intervenção foi algo muito cansativo,
mas com o nosso esforço, dedicação, conseguimos colocá-lo em prática, contando com
a ajuda de vários parceiros.
Ao longo deste período de estágio, fomos tomando consciência da pertinência
das informações fornecidas, das orientações dos supervisores, das observações e das
dificuldades que o Jardim vive diariamente. Essas informações vieram elucidar-nos de
um modo pormenorizado em vários aspectos, e contribuíram para o desenvolvimento
de algumas competências que são de suma importância para o nosso futuro
desempenho profissional como: a capacidade de ver, observar, compreender para
intervir e responder.
84
Está bem visível a importância da educação desde os primeiros anos de vida e da
qualidade dos contextos na vida da criança. Sendo a nossa sociedade, de um ponto de
vista geral, uma sociedade de classe média, há todo um interesse em preparar as nossas
crianças para serem cidadãos capazes de agir na sociedade de uma forma coerente e
assertiva.
O trabalho, permitiu-nos identificar algumas questões que deveriam ser
implementadas com o objectivo de melhorar a educação pré-escolar no JAC, bem
como no nosso país. Em primeiro lugar, vimos que parece existir uma grande
desresponsabilização do Ministério de Educação e Desporto para com este nível de
ensino, permitindo o funcionamento dos jardins com algumas insuficiências,
nomeadamente, nas condições das infra-estruturas, dos recursos humanos e financeiros
etc.
Pensamos também que ainda existe uma desvalorização dessa área por parte da
nossa sociedade, atendendo a que alguns pais e encarregados de educação continuam
vendo o jardim como um “local de guarda das crianças” e pelo lado de algumas
coordenadoras (es) que vê como um meio de rendimento.
Não obstante, parece-nos aqui pertinente reflectir: o que está por detrás desses
comportamentos: uma desvalorização da educação de infância, ou uma situação de
extrema carência económica e de espírito?
Face a estas problemáticas, sugerimos:
• Comprometimento do MED no investimento da qualidade na educação préescolar, criando uma equipa multidisciplinar nos jardins, (Assistente Social, Psicólogo,
etc.);
• Articulação entre os jardins-de-infância para socialização de boas práticas e
experiências;
• Envolvência da comunidade onde está integrada os jardins nas actividades que
são realizadas ao longo do ano lectivo;
• Apoio de outros técnicos (nutricionista, professor de música, ginástica, etc.)
para auxiliar no desenvolvimento das rotinas/quotidiano dos jardins;
• Os pais/encarregados de educação, devem dar mais importância e atenção a
este nível de ensino, sendo mais participativos e ajudar sempre que possível não só as
crianças, mas também o próprio jardim;
• O Jardim deve munir-se de mais materiais audiovisuais e didácticos para o bom
funcionamento;
85
• É preciso estabelecer parcerias com empresas públicas e privadas para ajudar
as crianças desfavorecidas no pagamento das propinas.
Não obstante todos esses constrangimentos, anteriormente referidos, acreditamos
que ainda que não seja uma tarefa fácil, mas não impossível, se houver um maior
engajamento por parte do Governo, Família/Jardim e a Comunidade poder-se-á
minimizar os problemas que vão surgindo.
86
Referências Bibliográficas
ALMADA David Hoffer (2010), Cabo Verde A Revisão Constitucional e o Advento
da Nova Republica, Praia Editor: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro (IBNL).
AZEVEDO, Carlos A. Moreira & AZEVEDO Ana Gonçalves (2006), Metodologia
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90
APÊNDICE
Apêndice nº 1: Plano de estágio
Dados do estagiário
Nome:
Silvino Ferreira Delgado Sousa
Curso:
Serviço Social
Ano de Curso:
4º ano
Periodo:
Nocturno
Correio Electrónico:
[email protected]
Endereço:
Chã Alecrim - São Vicente
Telemovel:
00238 970 71 81
Área de estudo:
Educação Pré-escolar
Numero de matrícula:
20090104
Dados da Supervisora de Campo
Nome:
Alicia Mendes Machado
Instituição:
Jardim Infantil Amílcar Cabral
Formação Profissional:
Curso de Educadora de Infância
Função:
Coordenadora
Telemóvel:
00238 9917327
Correio Electrónico:
Dados do Supervisor Académico
Nome:
Misael Fonseca Reyes
Universidade Lusófona de Cabo Verde
Instituição:
Dr. Baltazar Lopes da Silva (ULCV)
Formação
Mestre Ciência de Educação/Licenciatura Física e
Profissional:
Matemática
Telemóvel:
9706766
Correio Electrónico:
[email protected]
91
1. Apresentação do plano de Estágio
O Plano de Estágio é um documento que define rumos e metas a serem
desenvolvidas durante o estágio, por isso deve ter todos os procedimentos que se
pretende colocar em prática nessa actividade curricular, indo de encontro com os
objectivos preconizados pelo curso Serviço Social que se pretende obter o grau de
Licenciado.
Tem como finalidade inicial dar a conhecer o trabalho que pretendemos
realizar ao longo estágio na área de educação a que foi nomeado para fazer no jardim
Amílcar Cabral, trabalho este que será abrangido na sua íntegra (o jardim, as salas de
aulas, as educadoras, as monitoras, a comunidade, bem como os encarregados de
educação).
Não tem uma estrutura rígida, pelo contrário, é dotado de uma flexibilidade
para melhor se adaptar às eventualidades das situações encontradas na vivência das
organizações.
O estágio é uma actividade curricular obrigatória desenvolvida a partir da
inserção do aluno no espaço sócio institucional, objectivando capacitá-lo para o
exercício profissional, o que pressupõe supervisão sistemática.
Considera-se Estágio Curricular todas as actividades práticas inerentes ao
processo formativo do académico, que se configura na aprendizagem vivencial, ou
seja, é o momento em que o académico vivencia situações reais do exercício
profissional. 79
O estágio é um momento fundamental no processo de formação do
profissional. Constitui-se em um treinamento que permite os estudantes colocar em
prática o que foi apreendido durante a formação.
A elaboração do mesmo, pelo estagiário, constitui como um exercício prático
do processo de planeamento, levando o discente a uma reflexão dos seus propósitos no
estágio e uma revisão das teorias referentes a área em que pretende aprofundar seus
estudos.
Para Serrano (2008:37) 80, a planificação implica saber onde estou ou qual o
ponto de partida, com que recursos posso contar e que procedimentos vou utilizar
79
Manual de Orientação de Estágio em Serviço Social da ULCV, elaborado pela docente Dra. Dorisa
Évora.
80
SERRANO, Gloria Pérez. (2008) Elaboração de Projetos Sociais-Casos Práticos. Editora: Porto
Editora
92
para alcançar as metas, mediante a realização de actividades que desenvolvam os
objectivos programados a curto, médio e longo prazo.
O referido plano de estágio, irá descrever, os procedimentos como o estágio
será realizado. Desde dos objectivos do estagiário, a área de estudo, os problemas que
afectam a instituição, as metodologias que serão utilizados no estágio pelo estagiário,
as actividades a serem realizados durante o estágio e a cronograma da realização do
estágio.
2. Objectivos do Estágio
Objectivos Gerais:
•
Adquirir conhecimentos e experiências práticas profissionais para actuar no
campo da área (educação pré-escolar).
•
Conhecer o modo de funcionamento, os objectivos e missão da Instituição
(JAC).
Objectivos Específicos:
•
Analisar os documentos da Instituição (relatórios, projectos e programas).
•
Observar como é feito o trabalho no pré-escolar;
•
Elaborar e aplicar questionários;
•
Fazer observação dentro e fora das salas de actividades;
•
Fazer visitas domiciliares;
•
Participar nas palestras, reuniões, workshops, formações etc.
3. Área de Estudo
A área de estudo é a educação Pré-Escolar, em que o Ministério da Educação,
estabelece como princípio geral que a “educação pré-escolar é a primeira etapa da
educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da
acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo
a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena
inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário”.
4. Metodologia do Trabalho
Segundo Gil (2007:26) 81, pode-se definir método como caminho para se chegar
a determinado fim. No decorrer do trabalho pretendemos recorrer à observação
participante, na medida em que permite apurar a nossa percepção acerca de uma
81
GIL, António Carlos (2007) Métodos e técnicas de pesquisa social - 5. ed. - 8. reimpr. -São Paulo:
Atlas.
93
realidade concreta do tema em estudo. Ainda destacamos outras técnicas como
conversas informais, pesquisa de textos e documentação na instituição, observação
dentro e fora do jardim, o lançamento de questionários, registos, acompanhamento
social, relatórios e visitas domiciliares. Estas metodologias contarão com recursos
humanos e financeiros.
Durante o decorrer do estágio contar-se-á com a folha de produção diária,
conversas informais.
No uso da técnica da observação participante, o nosso objectivo não é fazer
críticas ou expressar juízos de valor sobre o meio observado, mas sim inteirar de
melhor forma a dinâmica da instituição bem do seu funcionamento.
Observação:
Segundo Azevedo (2006:29) 82, et. al.
"a observação é a técnica por
excelência para estudar fenómenos através das manifestações comportamentais".
5. Suporte Teórico
O estágio tem um papel fundamental, pois é o momento onde o estagiário coloca
na prática aquilo que aprendeu no decorrer da sua formação. Tem por objectivo
habilitar o estagiário para o trabalho profissional.
Para a realização do estágio curricular, tivemos como suporte teórico os
seguintes documentos:
• ÉVORA, Doriza, Orientações para Realização do estágio em Serviço Social,
Mindelo, 2011. O Manual de estágio que foi elaborado com o objectivo de informar e
esclarecer acerca das normas pedagógicas a serem seguidas pelos alunos do curso de
Serviço Social da Universidade Lusófona de Cabo Verde com efeito o cumprimento
do estágio curricular em Serviço Social.
• SERRANO, Gloria, Elaboração de Projectos Sociais, Portugal, Porto Editora
LDA, 2008. Encontra-se importantes indicações práticas para a elaboração de
projectos de intervenção social, também nos mostra os princípios e técnicas para a
elaboração e avaliação de projectos para a organização de um trabalho social.
• AZEVEDO, Carlos A. Moreira 2006 et. al. Metodologia Cientifica:
Contributos práticos para a elaboração de trabalhos académicos. Aveiro – 8ª edição Lisboa: UCE
82
AZEVEDO, Carlos A. Moreira & AZEVEDO Ana Gonçalves. 2006 Metodologia Cientifica:
Contributos práticos para a elaboração de trabalhos académicos. Aveiro – 8ª edição - Lisboa: UCE.
94
• GIL, António Carlos 2007. Métodos e técnicas de pesquisa social - 5. ed. - 8.
reimpr. - São Paulo: Atlas.
6. Resultados Esperados
Com a execução do plano de estágio espera-se atingir todos os objectivos
traçados no início, possibilitando uma melhor actuação no campo de estágio e durante
a elaboração do relatório final.
O plano de estágio guiará para um melhor caminho, e não nos deixará sair das
margens definidas pelo manual de estágio solicitado pela universidade.
7. Actividades a Desenvolver
Durante a realização do estágio, as actividades serão realizadas de seguinte
forma: Primeiro, na teoria, os estagiários irão assistir os seminários, e orientações do
supervisor académico com objectivos de obterem informações para uma melhor
estruturação do plano de estágio, da análise institucional, do enquadramento teórico,
do projecto de intervenção e do relatório final.
Na prática, os estagiários, no campo de estágio, irão conhecer a realidade
socio-institucional da mesma organização, com a finalidade de colocar em prática,
aquilo que aprenderam durante a formação.
Estando no campo de estágio, os estagiários colaboram em todas as actividades
da instituição, nomeadamente nas datas comemorativas do dia do pai, da mãe,
aniversário das crianças, dia internacional da criança, passeios, jogos, dança, teatro
entre outros actividades que poderão surgir.
Poderão ainda, realizar e participar nas visitas domiciliares, com o intuito de
conhecer a realidade social dos utentes, participar nas actividades realizados pela
instituição, como por exemplo palestras, reuniões, workshops etc.
Colaborando nessas actividades, isto constitui uma mais-valia para o estagiário,
pois, ele adquire conhecimento, experiência e capacidades para actuar na sua área
profissional como Assistente Social.
95
8. Cronograma do Estágio
Meses
Actividades
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Participação nas actividades
de natal
Observação dentro e fora da
sala
Conversa com Educadoras e
Coordenadora
Visitas de estudos
Conversa com os pais
Visitas domiciliárias
Participação no desfile de
carnaval
Entrega do plano estágio
Entrega análise Institucional
Entrega do relatório final
Defesa do relatório
Seminários
Elaboração do Projecto de
Intervenção
Realização do Diagnósticos
para
o
Intervenção
Projecto
de
96
Apêndice nº2: Estampagem/Impressão
Apêndice nº3: Construção de certificado para celebrar o dia do pai
Apêndice nº4: Aulas de capoeira
97
Apêndice nº5: Participação na Sessão de Workshop "A Ciência é
divertida"
Apêndice nº6:Visita de estudo no Madeiral
Apêndice nº7: Participação no desfile de carnaval
98
Apêndice nº8: Visita ao parque infantil da Cidade do Mindelo ( Nhô
Roque)
Apêndice nº9: Construção de um baloiço
Apêndice nº10: Campanha de limpeza no parque infantil
99
Apêndice nº11: Recolha de pneus
Apêndice nº12: Preparação e pintura dos equipamentos
Apêndice nº13: Plantação de árvore
100
Apêndice nº14: Inauguração do parque infantil
101
ANEXOS
Anexo nº1 - Horário e Rotina Diária do JAC
Rotina diária (período único)
Hora
Actividade
7h:30 min às
As mesmas actividades da rotina diária do período de manhã
12h:30 min
Das 12h:30 min
Preparação para o descanso
13h:00 min
Descanso
15h:00 min
Higiene e lanche
15h:20 min
Preparação das crianças que sairão as 16h:00min
16h:00 min
Entrega das crianças; Jogos ao ar livre; Reciclagem; Expressão
musical; Expressão dramática
17h:20 min
Higiene e refeição quente
17h:45 min
Saída
Rotina diária (período de tarde)
Hora
14h:00min
Actividade
Recepção e acolhimento das crianças
Rodinha – Actividades comunicativas (actividades de grande grupo,
14h:50 min
centros de interesse, contos, poesias, diálogos, teatro, canções,
marionetas, histórias, etc.)
15h:10 min
Actividades de pequeno grupo (actividades de mesa e nos cantinhos)
16h:00 min
Expressão motora ou capoeira
16h:30 min
Recreio (brincadeiras livres ou orientadas nos pátios)
17h:00 min
Relaxamento ou jogos sensoriais
17h:20 min
Higiene pessoal e refeição quente
17h:45min
Preparação e saída
–18h:00
min
102
Anexo nº2: Questionário aplicado ao corpo docente do Jardim Amílcar Cabral
Caro (a) educador (a)! Este questionário visa recolher dados para a elaboração de um
Relatório Estágio Académico a ser apresentada á Universidade Lusófona de Cabo
Verde, para a obtenção do grau de Licenciatura em Serviço Social, cuja área de estágio
é a Educação Pré-escolar no JAC. Tem por objectivo recolher informações sobre o
pré-escolar junto do pessoal docente do Jardim Amílcar Cabral. Solicitamos a sua
colaboração respondendo às questões abaixo apresentadas. Por questões éticas
garantimos a confidencialidade das suas opiniões e reposta.
Nas perguntas de resposta fechada assinale a sua escolha, no devido local, com X.
I Dados pessoais
Sexo: Feminino ___ Masculino___
2. Faixa etária
19- 25
26 -35
36-40
41 -50
3. Habilitações literárias______
4. Tempo de serviço __________
5. Habilitações Profissionais:
Magistério Primário _____ Instituto Pedagógico_____ Instituto Superior de
Educação____
Instituto Pedagógico do Mindelo Sem formação _____
Outras:_____________________________
II – Conhecimentos gerais sobre o pré-escolar
1. Que tipo de planificação realiza com a sua equipa?
Mensal Trimestral Quinzena Semanal
Diário
103
2. A sua formação como educadora/monitora permite trabalhar com as crianças
com facilidade?
Bastante
Muito
Razoável
Muito pouco
3. O tempo estabelecido (25min.) para cada actividade no nível pré-escolar é
suficiente?
Sim ___ Não__
1. Percepção da utilização do guia
Nunca Raras
Vezes
Algumas
Muitas
vezes
vezes
Sempre
Utiliza o guia curricular para fazer a
sua planificação?
A utilização do guia é importante
para ter ideias inovadoras?
O guia curricular permite fazer uma
intervenção
educativa
com/de
Qualidade?
2. Considera o guia curricular importante para o pré-escolar?
Bastante
Muito
Razoável
Muito pouco
3. Costuma assistir alguma formação sobre necessidades educativas especiais?
Nunca
Sempre
Raras vezes
Muitas vezes
Algumas vezes
4. Todas as actividades planificadas são realizadas na sala de actividades?
Sim___ Não___
Muito Obrigado pela sua colaboração!
104
Anexo nº3: Análise SWOT Interno e Externo
Pontos fortes Internos (Strenghts) Pontos fracos (Weaknesses)
1. Boas Relações interpessoais
– (As relações humanas são 1. Problemas
financeira,
aquisição
benéficas para troca da ideias e,
informáticos e também na reestruturação do
consequentemente,
edifício;
bom
materiais
didáctico
na
boas, criando assim, condições
ao
de
reflectindo
e
desempenho de todos);
2. Dois
interno
pátios
que
sendo
no
um
recreio
as
crianças se divertem e outro 2. Inexistência de Serviço Social dentro do
externo em que se realizam
jardim;
actividades físicas entre outras;
3. Existência de uma equipe de
profissionais
com
formação
académica específica na área de 3. Carência de um Psicólogo;
educação infantil;
4. Segurança em termos do 4. Parque infantil em péssimas condições para
espaço;
5. Bom
práticas de actividades de recreio;
nível
de
acompanhamento dos conteúdos 5. Inexistência de uma associação de pais;
por parte das crianças;
6. Prática de autoavaliação no
jardim;
7. Segurança
alimentar
-
FICASE.
Análise SWOT Externos
Oportunidades
Ameaças/Constrangimentos
1.Alta aderência ao jardim;
2.Criação de uma associação de
pais;
1.Fraco nível socioeconómico.
105
Anexo nº4: Grelha de Hierarquia de Prioridades
Dimensão do
problema.
Critério
Peso
/Problema
Problemas
Recursos
Gravidade
Sensibilidade da Sensibilidade
existentes
população
dos
população
pela sua
atingida pelo
técnicos
atingida
erradicaçã
projecto de
decisores
o
intervenção
Soma da
propriedade
4
4
1
3
3
15
de
4
4
2
3
3
16
um
3
3
2
3
3
14
Péssimas condições
5
5
2
5
4
21
4
4
2
2
2
14
financeiros
Inexistência
Serviço Social
Carência
de
psicólogo
do parque infantil
Inexistência de uma
associação de pais
106
Anexo nº5: Carta Pedido de Apoio para festividade do carnaval
Exmo. Sr. (a)____________________
Assunto: Pedido de Apoio
No âmbito da festividade do carnaval, o Jardim Amílcar Cabral situado na
Avenida 12 Setembro pretende levar as suas crianças a rua de Lisboa no dia 08 de
Fevereiro de 2013 para brincar o carnaval, cujo o objectivo é incutir valores culturais
nas crianças e vivenciar o carnaval.
Por esta via, viemos mui respeitosamente solicitar o vosso apoio/parceria, a fim
de levar em avante a referida actividade, que sozinhos não temos condições financeira
para tal.
Ciente de que o nosso pedido irá merecer toda a vossa atenção,
antecipadamente os nossos melhores agradecimentos.
Mindelo, aos 16 de Janeiro de 2013
Atenciosamente
O Estagiário
Silvino Ferreira Delgado Sousa
107
Anexo nº6: Carta Pedido de Apoio para o Pprojecto Intervenção
Exmo.Sr.(a)_______________________
Assunto: Pedido de apoio para Remodelação e Valorização do parque Infantil
O Jardim Amílcar Cabral, pertencente a Fundação Cabo-verdiana de
Solidariedade, no seu longo percurso em prol do bem comum tem investido
fortemente na busca de soluções adequadas almejando a igualdade entre todas as
crianças tentando minimizaras situações de desigualdade social.
Tendo em conta o estado de conservação em que se encontra o parque infantil,
o que põem em causa a integridade física das crianças que o frequenta, e no intuito de
proporcioná-las excelentes momentos de lazeres o Estagiário Silvino Ferreira Delgado
Sousa, pretende remodelar o parque infantil, aproveitando materiais reciclados (pneus
carro, garrafa de plástico, palete de madeira etc.).
Por esta via, veio mui respeitosamente solicitar o vosso apoio/parceria, a fim de
levar em avante a referida actividade,
Ciente de que o pedido irá merecer toda a vossa atenção, antecipadamente os
meus melhores agradecimentos.
Mindelo, ao 07 de Março de 2013
Atenciosamente
O Estagiário
Silvino Ferreira Delgado Sousa
108
Anexo nº7: Carta de Apresentação do Estudante
109
Anexo nº8: Termo de Autorização do Estudante
110
Anexo nº9: Fixa de Identificação do Estudante e do Estágio
111
Anexo nº10: Fixa de controlo do estágio
112
113
114
115
116
Anexo nº11: Fixa de acompanhamento do estagiário no local
117
118
Anexo nº12: Ficha de acompanhamento do estagiário na entidade local de
trabalho
119
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