VIII ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA Caderno de Resumos 27 e 28 de junho de 2011 CENTRO DE ARTES E CONVENÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO CADERNO DE RESUMOS VIII ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Ouro Preto – Minas Gerais 2011 VIII ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO João Luiz Martins Reitor Antenor Rodrigues Barbosa Júnior Vice-Reitor ESCOLA DE FARMÁCIA Marta de Lana Diretora Carla Penido Serra Vice-Diretora CADERNO DE RESUMOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS George Luiz Lins Machado Coelho Chefe do Departamento COLEGIADO DE MEDICINA Márcio Antonio Moreira Galvão Presidente 27 e 28 de junho de 2011 CENTRO DE ARTES E CONVENÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO OURO PRETO – MINAS GERAIS CADERNO DE RESUMOS ISSN 2178-0455 REALIZAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO COMISSÃO ORGANIZADORA Professor Dr. Márcio Antônio Moreira Galvão Professora Dra. Palmira de Fátima Bonolo Professora Dra. Fabiana Alves Nunes Maksud Professor Dr. Rodrigo Pastor Alves Pereira Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP) Acadêmica de Medicina Bárbara Vidigal dos Santos (UFOP) Acadêmica de Medicina Joyce Carvalho Martins (UFOP) Acadêmico de Medicina Breno Bernardes de Souza (UFOP) CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR Professor Dr. Rodrigo Pastor Alves Pereira Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP) Acadêmica de Medicina Bárbara Vidigal dos Santos (UFOP) Acadêmico de Medicina Alessandro de Sousa Veiga (UFOP) SUMÁRIO PREFÁCIO 1 APRESENTAÇÕES ORAIS Avaliação de ações educativas para a melhoria da qualidade de vida e da convivência com a dor crônica na ESF Bem Viver – Cachoeira do Campo, Ouro Preto – MG. O papel da atenção primaria no diagnóstico tratamento, prevenção e promoção das principais doenças crônicas do Brasil. Projeto “Menos sal, mais vida”: ação educativa para o controle da hipertensão e prevenção de agravantes na estratégia de saúde de Padre Viegas, Mariana – MG. Mortalidade infantil no município de Ouro Preto caracterizando a população pediátrica. Ação educativa sobre verminoses endêmicas na região do PSF-Vida (Cachoeira do Campo/MG). Projeto Fala Sério – educação sexual para adolescentes e suas dificuldades de realização na Unidade Básica de Saúde – Vida, Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto – Minas Gerais. Estratégias educacionais com adolescentes para a vivência da sexualidade e da atividade sexual segura. “Fala Sério” - Educação em saúde com adolescentes do distrito de Bandeirantes em Mariana-MG. Depressão do idoso. Projeto de intervenção no Lar São Vicente de Paulo para melhora do quadro depressivo e da qualidade de vida dos idosos – PSF Alvorada, Ouro Preto – Minas Gerais. Atividades educativas e recreativas com grupos de idosos na Estratégia de Saúde da Família-1 Cabanas em Mariana – MG. Transtornos mentais e as estratégias de acolhimento da rede pública de saúde brasileira. Curso de medicamentos e urgência/emergência: formação continuada dos monitores da Comunidade da Figueira, Casa Lar Estrela e APAE – Mariana, MG. Projeto Acolher na Figueira. Métodos para o estudo da qualidade de vida de médicos e de estudantes de medicina. O controle social do SUS no município de Ouro Preto. Análise da percepção dos usuários acerca da ESF (Estratégia de Saúde da Família), no distrito de Cachoeira do Campo – Ouro Preto – MG. 2 APRESENTAÇÃO DE PÔSTERES Abdome agudo hemorrágico em paciente com leucemia. Abordagem inicial do atendimento à urgência do paciente pediátrico com anemia falciforme. Acompanhamento e avaliação do risco de um paciente com diabetes e soropositivo para HIV e hepatite B. Alterações neuroanatômicas vinculadas ao transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Análise anatomoclínica do adenoma hipofisário: estudo de caso. Análise comparativa da abordagem convencional e videolaparoscópica da apendicite aguda Análise comparativa da abordagem convencional e videolaparoscópica da apendicite aguda Análise da percepção dos usuários acerca da ESF (estratégia de saúde da família), no distrito de Cachoeira do Campo – Ouro Preto – MG. Aplicação de escala de risco familiar e genograma no contexto da disciplina vigilância em saúde. Asma em crianças de 0 a 5 anos no PSF Caminhar – Piedade. Aspectos anatomoclínicos da encefalite letárgica. Aspectos atuais em cirurgia bariátrica. Avaliação dos fatores de risco para hipertensão arterial em pacientes cadastrados em uma unidade básica de saúde de Patrocínio-MG. Avaliação do risco cardiovascular em pacientes cadastrados no hiperdia – PSF Bauxita. Baixo peso infantil: um projeto de manejo e resolução. Cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais (notes) – realidade atual. Correlações neuroanatômicas, neuroquímicas e clínicas entre a privação sensorial da visão e o ciclo sono vigília. Considerações anatomoclínicas do autismo: envolvimento dos lobos temporais. Considerações anatomoclínicas da plexopatia braquial bilateral: relato de caso raro. Déficits neurológicos aumentam o risco de queda em idosos: uma revisão da literatura. Diagnóstico diferencial entre o coma, o estado vegetativo persistente e a síndrome do encarceramento: considerações anatomo-clínicas. Dinâmica de raciocínio clínico em discussão de casos na disciplina de semiologia. Fatores relacionados ao aumento das taxas de cesariana no brasil, suas consequências e reais indicações. Geografia médica no Brasil: um perfil histórico e bibliográfico. Planejamento em saúde: uma intervenção contra a diarréia na escola dó-ré-mi do bairro Bauxita, Ouro Preto, Minas Gerais. Prevalência de queixas de incontinência urinária de esforço no pré-parto e pósparto imediato em gestantes e púerperas da Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio-MG. Projeto Saúde em Dia. Grupos operativos como estratégia de educação em pacientes com diabetes mellitus: relato de experiência. Projeto Saúde em Dia. O impacto de grupos operativos no controle de diabetes mellitus. Promoção da saúde aplicada à hipertensão arterial sistêmica. Síndrome de Alice no País das Maravilhas. Síndrome do membro fantasma: bases anatômicas e neurofisiopatológicas. Teoria da ocupação do espaço-doença: a contextualização da Doença de Chagas no estado de São Paulo. Teoria dos fatores de risco de Macmahon aplicada ao uso de drogas por adolescentes. Terapêutica da doença do refluxo gastroesofágico. Transtorno do Pânico: considerações neuroanatômicas e neuroquímicas. Uma análise sobre gravidez ectópica. Visita domiciliar como ferramenta de abordagem em vigilância em saúde. PREFÁCIO Prezados colegas, O curso de graduação em Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto vem, desde 2007, promovendo a formação de médicos com visão ampla e integral de sua inserção social e profissional. Para isso, atua em conjunto com as instituições e serviços de saúde desde a entrada até aos períodos finais do curso. Como não poderia deixar de ser, tal interação vem se mostrando profícua na produção de conhecimentos contextualizados para a melhoria das práticas locais em saúde. O Encontro Didático-Científico, que nasceu junto ao curso, tem como objetivo apresentar e discutir a sua produção científica. Mais ainda, assim fazendo também oportuniza aos seus participantes a aprendizagem ativa de habilidades caras a profissionais contemporâneos tais como, a apresentação em público, a confecção de pôsteres e a discussão de casos e protocolos de cuidado, dentre outros. Nos últimos anos, tem crescido o interesse e participação de professores e alunos de diversas áreas do curso, favorecendo assim a uma discussão multidisciplinar da saúde em geral e da medicina em particular. Este caderno de resumos diversidade e riqueza. Bom proveito, Prof. Rodrigo Pastor Alves Pereira é prova concreta dessa APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS AVALIAÇÃO DE AÇÕES EDUCATIVAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E DA CONVIVÊNCIA COM A DOR CRÔNICA NA ESF BEM VIVER – CACHOEIRA DO CAMPO, OURO PRETO - MG Aihancreson Kirchoff Vaz Oliveira Breno Bernardes de Souza Liliane Alves Matos Natália Corrêa de Assis Nayane Maia Moura Patrícia Junqueira Resende Leonardo Cançado Monteiro Savassi Ana Paula Pereira Carlota Raphaela Caroline Damas de Oliveira Introdução: Qualidade de Vida (QV) é um termo subjetivo e amplo, influenciado por várias dimensões, que são marcas de sociedades e culturas diferentes. Uma dimensão de grande influência na QV é a saúde, já que sem ela não é possível sentir-se bem. Dentre as facetas da saúde, as dores crônicas – dores persistentes por mais de três meses – interferem na QV do indivíduo em vários níveis, como no psicológico, social, físico e religioso. Os distúrbios orgânicos que levam à dor crônica não estão bem elucidados e o tratamento farmacológico não é tão eficiente. Assim, seu tratamento é sintomático e visa restaurar o desempenho e QV do paciente, sendo as atividades físicas e fisioterápicas uma possibilidade. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida e a convivência com a dor em pessoas com dores crônicas antes e depois de intervenções realizadas por um grupo operativo com ensino de técnicas fisioterápicas. Metodologia: selecionou-se 19 participantes com queixa de dores prolongadas. O grupo teve seis encontros em um espaço reservado para o ensinamento das técnicas educativas fisioterápicas. No primeiro e no último encontro, foram aplicados 2 questionários: o WHOQoL-Bref1 e o Brief Pain Inventory2 (versão reduzida), destinados a aferir qualidade de vida (nos domínios físico, psicológico, social e ambiental) e quantificação da dor, respectivamente. Resultados: Quatro indivíduos desistiram e seus dados não foram incluídos na análise. Os resultados do WHOQoL-Bref, antes e após a ação, sugerem melhora na QV. No domínio físico, na primeira aplicação, o escore obtido foi 63,23 e, na segunda, 71,93; no domínio psicológico, na primeira aplicação, o escore foi 61,51 e, na segunda, 70,83; no domínio social, na primeira aplicação, 65,44 e, na segunda, 75,59; no domínio ambiente, na primeira aplicação, 67,38 e, na segunda, 72,67. Quanto ao Brief Pain Inventory, a análise dos dados revelou que, na primeira avaliação, a média da pontuação das questões de dimensão da intensidade da dor foi 3,77 e, na segunda aplicação, 2,98. Na dimensão da interferência da dor nas atividades gerais, a média da pontuação das questões na primeira avaliação foi 2,90 e, na segunda aplicação, 2,71. Em relação ao diagrama corporal do Brief Pain Inventory para a localização da dor, observou-se diminuição da área de dor dos participantes após a ação educativa. Esta última análise se deu pela visualização da área corporal colorida em vermelho nos diagramas. Conclusão: A intervenção educativa do grupo operativo parece ter melhorado a QV das pessoas, bem como reduzido a dor percebida. É necessário aprofundar a avaliação e ampliar o número de participantes para confirmar esta hipótese. Palavras-chave: dor crônica; qualidade de vida; atividades fisioterápicas. Referências: 1. FLECK, Marcelo PA et al. Application of the Portuguese version of the abbreviated instrument of quality life WHOQOL-bref. Rev. Saúde Pública. 2000, v.34, n.2, pp. 178183. 2. FERREIRA, Katarine A., TEIXEIRA, Manuel Jacobsen, MENDONZA, Tito R, CLEELAND Charles S. Validation of brief pain inventory to Brazilian patients with pain. Support Care Cancer (2011) 19:505–511, 2010. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS O PAPEL DA ATENÇÃO PRIMARIA NO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO, PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS DO BRASIL. Christiane Felício Torres Larissa Lauriano Amaral Nathália Alves Pedroso Kassio Lohner Prado Túlio Henrique Versiani de Oliveira Palmira de Fátima Bonolo Introdução: Diabetes e Hipertensão são as principais doenças crônicas da saúde publica brasileira. Estas doenças representam grande custo econômico para o governo, visto que ambas demandam altos custos para o seus respectivos tratamentos, além alto custo não econômico para essas doenças como o impacto da doença nas famílias, amigos e comunidade a qual o portador pertence. A Atenção Primária possui um importante papel frente a esse quadro. Seus pilares, prevenção, promoção, diagnóstico, tratamento e reabilitação fazem parte de um conjunto de intervenções de saúde que devem ser focados para que melhorias frente às doenças crônicas possam ser atingidas. Portanto, o sistema de Atenção Primária deve ser orientado de forma a lidar com os problemas educativos, de comportamento, nutricionais e de assistência e cuidado continuado que estão impulsionando as doenças crônicas, principalmente, a diabetes e a hipertensão. Objetivos: Explicitar o papel da atenção primária na prevenção e promoção das principais doenças crônicas do brasil, estabelecendo parâmetros de comparação de dados nacionais e regionais, através dos dados do hiperdia. Discussão: As doenças cardiovasculares representam hoje no Brasil as maiores causas de mortes. O numero estimado de portadores de diabetes e hipertensão é de 23 milhões. Na região de Ouro Preto-Minas Gerais, o distrito de Antônio Pereira apresenta o diagnóstico de ambas as doenças em cerca de 11,9% da população( dados do cadastro do hiperdia). O diabetes mellitus se configura hoje como uma epidemia mundial sendo um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudaveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes. A carga econômica dessas doenças produz elevados custos para os sistemas de saúde e da previdência social devido à mortalidade e invalidez precoces. Conclusões: A política da atenção primaria a saúde em Minas Gerais vem sendo implantada através do Programa de Saúde da Família, atuando na prevenção e promoção das doenças crônicas, através do cadastro do hiperdia. No município de Ouro Preto cerca de 43.3% é hipertensa, no distrito de Antônio Pereira o cadastro do hiperdia registrou cerca de 96,3% de hipertensos, 3,7% de diabetes exclusivos e 11,9% de portadores simultaneos dessas doenças. Palvras Chave: Atenção primária, Hiperdia, doenças crônicas Referências: 1-RAMIRO, L.P.; ARAUJO, S.A.; CRUZ, T.A.R.; BONOLO, P.F. Paciente de Ouro:Fatores de Risco em Pacientes Hipertensos na APS. In: XI Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, 2011. 2-MINAS GERAIS, Escola de Saúde Pública. Implantação do plano diretor da atenção primária á saude, 2009. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PROJETO “MENOS SAL, MAIS VIDA”: AÇÃO EDUCATIVA PARA O CONTROLE DA HIPERTENSÃO E PREVENÇÃO DE AGRAVANTES NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DE PADRE VIEGAS, MARIANA – MG Guilherme Rezende Isabella Neiva Laura Sefair Laurice Freitas Michelle Montrezor Adriana Maria de Figueiredo. Taís Efigênia de Faria Introdução: O projeto foi realizado no Posto de Saúde de Padre Viegas, distrito de Mariana – Minas Gerais, após realização de reunião com a equipe do Posto e análise de dados fornecidos pela mesma, na qual verificamos, dentre os principais problemas de saúde da população, a presença de um grande número de hipertensos. Devido a isso, iniciamos um trabalho de ação educativa focado nesse grupo, sendo que fomos os primeiros acadêmicos a realizarem um projeto educativo nesse distrito. Objetivos: Iniciar um trabalho de ação educativa, mostrando à população atendida a importância e a necessidade do auto-cuidado, além da interação com a equipe do Posto de Saúde e com o grupo operativo na promoção a saúde. Pretendemos, também, detectar as principais dúvidas a serem esclarecidas em relação à doença e as principais demandas referentes ao Posto de Saúde, visando direcionar trabalhos futuros. Desenvolvimento: Foi realizada análise de dados da população cadastrada no PSF, com posterior separação de quatro grupos de hipertensos, que participariam de dinâmicas em quatro dias diferentes. Em cada encontro completamos as fichas de hiperdia, coletamos dados antropométricos e realizamos duas dinâmicas. A primeira, “Dinâmica do Espelho”, foi realizada para falarmos a respeito da importância de cada um para o projeto e da necessidade do autocuidado. A segunda dinâmica, denominada “Dinâmica da Batata-quente”, consistiu em perguntas feitas aos participantes a respeito da doença. Assim poderíamos detectar o conhecimento que eles possuem sobre a hipertensão e a forma com que lidam com ela. Algumas dúvidas puderam ser esclarecidas durante os encontros. Além disso, abrimos um espaço ao final das dinâmicas para que cada participante pudesse falar o que aprendeu naquele dia e quais assuntos gostaria que fossem abordados em encontros futuros. Resultados: A população se mostrou interessada e receptiva aos encontros. Além disso, se tornou mais informada a respeito do funcionamento do PSF, o que pode levar a uma maior relação entre ela e a equipe do Posto. A intervenção contribuiu de forma valorosa para o grupo, pois aprendemos a lidar com pessoas que possuem conhecimento restrito em relação à doença, melhorando nossa comunicação e nos acrescentando tanto como indivíduos quanto como acadêmicos. Quanto às demandas apresentadas pelos participantes, as principais foram a aquisição de glicosímetros para o Posto, a presença de um fisioterapeuta e o esclarecimento futuro de dúvidas pontuais, como “o que é colesterol”. Conclusão: A maioria das pessoas desconhece a definição correta da doença. Porém, quanto às consequências e às formas de controle, mostraram ter um conhecimento básico, apesar de defasado. De uma forma geral, os participantes não seguem todas as recomendações para o controle da hipertensão, mesmo aqueles que mostraram maior conhecimento. Verificou-se a importância de se iniciar um grupo operativo para estabelecer um primeiro contato conscientizador com a população, abrindo espaço para realização de trabalhos futuros. É importante, também, o empenho da equipe em atrair a população para as atividades educativas. Existe dificuldade em se obter resultados altamente eficazes, pois muitas pessoas já possuem pensamentos e opiniões pré-formadas e difíceis de serem mudadas. Palavras- chave: hipertensão, Padre Viegas, prevenção. Referências: 1. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção a saúde do adulto: hipertensão e diabetes. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. p.198. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/publicacoes/linha-guia/linhasguia/LinhaGuiaHiperdia.pdf />. Acessado em 09 de mar. 2011. 2. ZIMERMAN, D. E. & OSORIO, L .C. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre, 1997: Artes Médicas. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS MORTALIDADE INFANTIL NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO CARACTERIZANDO A POPULAÇÃO PEDIÁTRICA Fabiana Paula Bueno da Silva Fernanda de Faria Mariano Maria Júlia Martins Mourão Mariana Gonçalves Teixeira Renata Barbosa Nogueira Roberta Alves Pereira Talles Augusto Martins Gomes Fátima Lúcia Guedes Silva Introdução: A taxa de mortalidade infantil é uma referência que caracteriza o desenvolvimento socioeconômico de uma determinada região. A partir deles é possível relacionar as condições de saúde infantil e as condições socioeconômicas e ambientais da população de um determinado espaço de convivência. Em Ouro Preto, as taxas foram analisadas pelo grupo e identificadas como altas em relação ao aceitável pela OMS(10 mortes para cada mil nascimentos). A mortalidade infantil por causas evitáveis é uma problemática de ordem mundial que atrai cada vez mais as atenções das áreas de saúde, e por isso, é relevante propor algumas soluções. Objetivos: Caracterizar a população pediátrica de Ouro Preto considerando a mortalidade infantil e propor subsídios para políticas públicas. Realizar uma comparação entre dados nacionais e do município, estudando os fatores determinantes que culminam na mortalidade infantil de Ouro Preto. Metodologia: Estudo retrospectivo e descritivo, utilizando dados fornecidos ou divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto, pelo Painel de Monitoramento de Mortalidade Infantil e Fetal do Ministério da Saúde (DataSUS), e pelo Comitê de Prevenção de Óbitos Maternos e Infantis da Microrregião de Itabirito. Resultados: A partir da análise numérica dos dados, nota-se que os índices de mortalidade infantil no município de Ouro Preto, por mais que se identifique no decorrer das últimas décadas uma melhora, encontram-se ainda indesejáveis dentro dos parâmetros da OMS. Os óbitos neonatais precoces são os mais significativos nessas taxas. Em 2009, por exemplo, foram registrados 13 óbitos em 796 partos e destes, seis eram neonatos precoces, perfazendo, portanto, quase 50% da amostra. Conclusões: A caracterização da população pediátrica dentro dos parâmetros de mortalidade permite identificar as necessidades ou falhas do sistema de saúde e a partir disso, sugerir políticas públicas com objetivo de sanar esses problemas. O investimento em saúde materna, por exemplo, envolvendo a atenção primária, promovendo o acompanhamento prénatal é fundamental para uma gestação saudável. Além disso, a infraestrutura para neonatos precoces e o acompanhamento pediátrico durante os partos (Portaria 031/SAS-MS) são condições que devem ser seguidas para contribuir para a melhora dos índices do município. Palavras-chave: Mortalidade infantil; população pediátrica; neonatos precoces. Referências: 1. Painel de monitoramento da Mortalidade infantil e fetal. Disponível em: <http://svs.aids.gov.br/dashboard/mortalidade/infantil.show.mtw>. Acesso em: 16 de junho de 2011. 2. GUERRA, Adriana. Comitê de Prevenção de Óbitos Maternos e Infantis da Microrregião de Itabirito. Itabirito, Junho de 2011. (Comunicação Oral) APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS AÇÃO EDUCATIVA SOBRE VERMINOSES ENDÊMICAS NA REGIÃO DO PSFVIDA (CACHOEIRA DO CAMPO/MG) Bryan Ferraz Freitas Jordan Mariano de Souza Araújo Mariana Augusta Sacramento Sobral Marcos Santana Firme Marcos Vinicios Rasmussen Leonardo Cançado Monteiro Savassi INTRODUÇÃO: As verminoses apresentam, ainda hoje, uma ameaça à saúde da população brasileira, principalmente nas zonas rurais, sendo responsável por significativo número de intervenções curativas nos centros de saúde brasileiros. A prevalência de uma dada parasitose reflete deficiências de saneamento básico, nível de vida, higiene pessoal e coletiva, sendo a educação uma ferramenta de combate a essas doenças. OBJETIVO: Fazer dos estudantes do CAIC disseminadores de conhecimento sobre as principais verminoses que acometem a sua região (ascaridíase, teníase, cisticercose, oxiurose e esquistossomose), por meio de uma ação educativa lúdica, visando prevenir a transmissão das doenças aos alunos e às pessoas de seu convívio. MÉTODOS: Foi desenvolvida uma palestra na qual se utilizou vídeos, gravuras e textos didáticos para tornar a apresentação mais envolvente e facilitar a compreensão dos estudantes. O CAIC foi o local escolhido para a atuação do grupo. Com o intuito de concretizar a temática trabalhada, obtivemos parasitas provenientes dos laboratórios de parasitologia e zoologia do Departamento de Ciências Biológicas da UFOP. A fim de verificar o aprendizado com a intervenção, foi montada uma dinâmica, na qual os alunos foram divididos em grupos que deveriam montar o ciclo de uma das parasitoses. RESULTADOS: Ao termino da oficina e da dinâmica, pode-se dizer que o do conhecimento grupo de alunos foi consolidado, pois os alunos corretamente identificaram os ciclos na atividade lúdica. DISCUSSÃO: A oficina e a dinâmica ocorreram no auditório da escola que possui capacidade para se trabalhar com as duas salas do sétimo ano na data em que não estava prevista a ocorrência de nenhuma paralisação dos professores da rede municipal. As conversas paralelas foram um empecilho durante a apresentação da oficina devido ao grande número de alunos (aproximadamente 60). As paralisações escolares e a paralisação dos técnicoadministrativos da UFOP impediram-nos de cumprir as mesmas oficinas com as turmas do oitavos anos. Também não podemos atribuir essa concretização do saber à oficina ou às aulas ministradas pelo professor de ciências ou a ambos. CONCLUSÃO: Para afirmar se a ação educativa foi efetiva ou não com os alunos do CAIC e tornar os estudantes disseminadores de conhecimento é preciso um trabalho contínuo em conjunto com a escola por um período prolongado. Seria interessante também a realização de uma palestra para conscientizar os pais dos estudantes e as cozinheiras escolares da comunidade sobre os perigos dessas verminoses e como evitá-las, já que esses são os responsáveis pela preparação dos alimentos, principal via de contaminação de verminoses. Palavras-chave: verminoses, atividade lúdica, ação educativa. Referências: 1. FREI, Fernando; JUNCANSEN, Camila; RIBEIRO-PAES, João Tadeu.Levantamento epidemiológico das parasitoses intestinais: viés analíticodecorrente do tratamento profilático. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n.12, Dec. 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2008001200021&lng=en&nrm=iso&gt;.access on 20 June 2011. doi: 10.1590/S0102-311X2008001200021 2. FERREIRA, Glauco Rogério; ANDRADE, Carlos Fernando Salgueirosa. Alguns aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais e avaliação de uma intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 38, n. 5, Oct. 2005. Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003786822005000500008&lng=en&nrm=iso&gt;. access on 20 June 2011. doi: 10.1590/S0037-86822005000500008. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PROJETO FALA SÉRIO – EDUCAÇÃO SEXUAL PARA ADOLESCENTES E SUAS DIFICULDADES DE REALIZAÇÃO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE – VIDA, CACHOEIRA DO CAMPO, DISTRITO DE OURO PRETO – MINAS GERAIS Gabriel Guandalini Gustavo Resende Furtado Joyce Carvalho Martins Marília Fontenelle e Silva Naline Silva Jaques Leonardo Savassi Norberto José dos Reis Introdução: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) desenvolvido no primeiro semestre de 2011 na Unidade Básica de Saúde- UBS Vida, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, Minas Gerais teve como foco o desenvolvimento de intervenções com a faixa etária adolescente. Para isso, levantou-se as principais necessidades da comunidade e, por meio de depoimentos de profissionais da área de saúde e de educação e pelos dados fornecidos pela UBS, verificou-se a relevância da intervenção. Criou-se o Projeto Fala Sério que abordaria o tema sexualidade, tendo como local de atuação a Escola Munipal Professra Haydée Antunes, e como público-alvo os alunos do sexto ano do Ensino Fundamental. Durante a intervenção, foram encontradas dificuldades para a realização do Projeto planejado, que mudou, no decorrer do processo, a forma de abordagem e as atividades pretendidas pelo grupo. Assim, decidiu-se incluir a discussão desses empecilhos na temática do trabalho. Objetivos: Acrescentar informações acerca do tema sexualidade em sua abrangência aos adolescentes da escola, de modo que esses possam fazer suas próprias escolhas a partir do que lhes foi passado; desmitificar preconceitos e quebrar tabus a respeito do tema apresentado; expor as principais dificuldades em se desenvolver atividades de intervenção no programa PETSaúde. Desenvolvimento: Inicialmente foi planejado uma intervenção educativa com aulas e dinâmicas expositivas com os alunos do sexto ano da escola sobre o tema sexualidade. A abordagem tangeria os aspectos biológico e psicossocial, buscando não se limitar ao conceito puramente técnico. Conheceu-se os alunos do sexto ano, por meio de dinâmicas e conversas informais que introduziram o tema. Realizou-se posteriormente aula expositiva diferenciando os aspectos envolvidos com a temática e finalizou-se a intervenção com a cartilha “Sexualidade e Saúde”, que conteria assuntos que não foram abordados nas aulas e incentivaria a procura dos adolescentes pelo posto de saúde, sendo esta distribuída na escola e na UBS. Durante a execução do Projeto, o atraso do transporte responsável por levar o grupo à UBS, as diversas paralisações que ocorreram nas Escolas Municipais de Ouro Preto e os conflitos de opiniões entre UBS, o grupo e a escola sobre a abordagem do tema com os alunos surgiram como problemas e provocaram mudanças no cronograma, inviabilizando ações do grupo e mudando a forma de intervenção direta com os adolescentes. Resultados: Não houve uma forma de mensurar a efetividade da ação realizada, já que o número de intervenções com os alunos foi insuficiente. Dessa forma, fez-se necessária a confecção de uma cartilha informativa como intervenção indireta na faixa etária proposta. Ressaltou-se a complexidade de se desenvolver ações que envolvam educação em saúde. Conclusão: Trabalhar o tema sexualidade com adolescentes é de suma importância para garantir a qualidade de vida dos jovens; há inúmeras barreiras que podem surgir no desenvolvimento de um projeto do PET-Saúde sendo que algumas delas fogem da esfera de resolução do grupo; é possível contornar eventualidades e ainda assim realizar algum tipo de ação para a comunidade. Palavras-chave: sexualidade, ação interventiva, problematização. Referências: TAQUETTE, S. R. Sexualidade na Adolescência. Portal virtual do Ministério do Saúde, 2005. CALAZANS, G. Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. Ed. Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2005. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS COM ADOLESCENTES PARA A VIVÊNCIA DA SEXUALIDADE E DA ATIVIDADE SEXUAL SEGURA . Fernanda Souza Pereira Geysa Carvalho Mendes Silva Janaína Drumond Rocha Fraga Marcelo Pinto Maciel Marina Letícia Massote Couto Viviane Felício da Cunha Rodrigues Leonardo Cançado Monteiro Savassi Deivison Lopes Alves da Silva Identificação do Problema: A sexualidade é um tema de importância pelas circunstâncias das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e ao aspecto psicossocial que a envolve. A iniciação sexual de adolescentes é precoce¹, e 26% das meninas de 15 a 24 anos já engravidaram, sendo esta gravidez indesejada para 40% delas2. A iniciação sexual não se acompanha de cuidados com a anticoncepção e prevenção de DST. Objetiva-se neste estudo promover a educação sexual para adolescentes visando conscientizá-los sobre os riscos da vida sexual, DST, métodos contraceptivos e incentivar a procura pela Equipe de Saúde da Família (ESF) para orientação sexual. Cenário: O trabalho desenvolve-se com alunos do 9º ano escolar, na faixa etária de 13 a 17 anos, da Escola Municipal Juventina Drummond sobre cuidados para a vida sexual saudável. Sua unidade de saúde de referência é a ESF Andorinhas, que atende cerca de 5.000 pessoas de Morro Santana e Morro da Queimada. Desenvolvimento: Foram utilizados métodos pedagógicos verbais, com aulas expositivas sobre os Sistemas Reprodutores e DST; intuitivos, pela demonstração dos métodos contraceptivos através de modelos artificiais; e ativos, por grupos de discussão e apresentação pelos alunos da escola. Realizaram-se cinco encontros com participação ativa dos alunos. A temática desenvolvida foi: sistemas reprodutores feminino e masculino, métodos contraceptivos, aspectos gerais das DST, seguidos de um encontro de fechamento. O trabalho sofreu influência de greves da UFOP e dos servidores municipais. Uma dificuldade percebida pelo grupo foi trabalhar a sexualidade sem incentivar a vida sexual, sendo esta também uma preocupação compartilhada pela escola. Resultados. Ao final dos encontros, a maioria dos alunos demonstrou conhecimento do conteúdo proposto de maneira expositiva. Conclusão: Questões sobre DST e gravidez indesejada são importes e muitas vezes ignoradas ou raramente expostas de maneira clara para adolescentes. É aconselhavel que a orientação sexual para adolescentes inicie-se no lar, onde a própria família pode desvendar mitos e esclarecer dúvidas. Projetos e campanhas no âmbito escolar também podem conscientizá-los acerca da sexualidade. Estas abordagens podem minimizar o contágio por DST e a ocorrência de gravidez indesejada. Palavras chaves : Saúde do Adolescente, Educação Sexual, Doenças Sexualmente Transmissíveis; Referências: 1. FURLANI, Jimena. Sexos, sexualidades e gêneros: monstruosidades no currículo da Educação Sexual. Educ. rev. [online]. 2007, n.46, pp. 269-285. ISSN 0102-4698. doi: 10.1590/S0102-46982007000200011. 2. CANO, M.A.T.; FERRIANI, M.das G.C. Sexualidade na adolescência: um estudo bibliográfico. Rev.latino- am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS “FALA SÉRIO” - EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ADOLESCENTES DO DISTRITO DE BANDEIRANTES EM MARIANA-MG Douglas Donadone Soares Pauline Dias Soares Rodrigo Magno Vinícius Chinellato L. de Carvalho Adriana Maria de Figueiredo Silvia Vilaça Caroline M. Magalhães Janaína Bartelega Maria Gabriela R. Madeira Natália Carvalho Thales Miranda Sales Introdução: A falta de oportunidade para construir e concretizar um projeto de vida pode levar o jovem a um futuro menos promissor, podendo ocasionar problemas sociais como alcoolismo, violência doméstica, drogadição e diminuição da expectativa de vida. Com base na necessidade da população jovem em ter uma melhor perspectiva de vida, assim sendo capazes de ter condições melhores de vida e trabalho, foram realizadas atividades com pré-adolescentes e adolescentes do 6º ao 9º ano da E. E. Cônego Mauro de Faria, da comunidade de Bandeirantes, distrito de Mariana-MG, através do PET-Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde) em associação com a disciplina de Práticas em Serviços de Saúde II, do curso de Medicina. Objetivos: Estimular o senso crítico nos jovens participantes e aumentar o conhecimento de temas como sexualidade, afetividade, higiene, autoestima, entre outros. Desenvolvimento: Sob a temática da melhoria da perspectiva de vida dos alunos, sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis, foram realizadas dinâmicas, grupos de discussão e exposições dialogadas. Conclusões: A partir do trabalho desenvolvido com os alunos da escola em questão verificamos um grande interesse dos mesmos para com os temas discutidos durante os encontros, o que nos revela a necessidade dessas reflexões ao longo da formação dos jovens. Os alunos puderam ainda sugerir outros temas, o que poderá ser utilizado em futuros projetos a serem desenvolvidos pelo PET-Saúde, na comunidade dos Bandeirantes, assim como em outros locais. Palavras-chave: Adolescentes, sexualidade, escola. Referências: 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 96 p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica; n. 24) 2. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção à saúde do adolescente: Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 152 p. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS DEPRESSÃO DO IDOSO Aline Ferreira Ricieri Gabriella Noronha Frois João Luís de Freitas Maria Gabriela Ribeiro Madeira Natália Cristina Carvalho de Souza Samuel Silva Ferreira Dra. Ana Maria Lopes de Figueiredo Introdução: A depressão em idosos caracteriza-se como uma síndrome heterogênea quanto à etiologia e às manifestações clínicas. As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de um conjunto amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. Os pacientes e seus familiares nem sempre são capazes de identificar os sintomas apresentados como decorrentes de um quadro depressivo. Tais sintomas ainda podem ser confundidos com tristeza ou até mesmo como uma tentativa de chamar a atenção dos familiares. Objetivos: O grupo teve como objetivo evidenciar a dificuldade de a sociedade como um todo perceber que a depressão do idoso é uma doença perigosa e frequente, que pode provocar danos psicológicos e ate mesmo a manifestação de problemas fisícos. Tentamos ressaltar que a prevenção ainda é a melhor alternativa, devido à dificuldade de administrar medicamentos, já que esses geralmente são de alto custo e podem causar efeitos colaterais, que podem agravar doenças pré-existentes. Discussão: A análise de situações como aposentadoria, luto, perda do status social, perda da capacidade de realizar atividades rotineiras, podem desencadear um quadro de depressão, que muitas vezes é negligenciado por médicos e familiares que podem interpretar os sintomas como uma consequência natural do envelhecimento. Conclusões: Ao analisar o impacto positivo de projetos como o RecriaVida de Mariana, que visa melhorar a qualidade de vida dos idosos, concluímos que a criação de mais programas voltados para a promoção da saúde mental e física destinados a essa faixa etária são de fundamental importância para a prevenção e para o tratamento eficaz da depressão do idoso. Porém, não se deve excluir a importância da participação da família na percepção dos sintomas, no estímulo à prevenção e nos cuidados com o tratamento. Palavras-chave: depressão do idoso, envelhecimento, diagnóstico Referências: 1. Cançado,F .A. Noções Práticas de Geriatria. Belo Horizonte,1994. Coopmed Editora. 2. Guimarães, R.M; Cunha, U.G.V. Sinais e Sintomas em Geriatria, 2ª Edição. Editora Atheneu. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PROJETO DE INTERVENÇÃO NO LAR SÃO VICENTE DE PAULO PARA MELHORA DO QUADRO DEPRESSIVO E DA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS – PSF ALVORADA, OURO PRETO – MINAS GERAIS Rafael Resende do Vale Filipe Vidica Teodoro Barcelos Leonardo Augusto Panzera Taylla Mendes Prof. Dr. Leonardo Savassi Maria Luiza Introdução: Graças à transição demográfica, o número de idosos está crescendo enormemente. Esse fato, com certeza, é motivo de comemoração. Mas, ele também traz vários problemas, cujo principal é uma nova procura por atendimentos médicos, pois os idosos necessitam de um atendimento especial. Atendimento este que é voltado para as peculiaridades dos idosos, incluindo as doenças que mais os acometem: doenças cardiovasculares, doenças cérebro–vasculares, câncer, artrite, diabetes e transtornos mentais, sendo a depressão o principal. No caso da depressão, o número de idosos afetados torna-se ainda maior se analisarmos os que foram abandonados pelas famílias. Segundo vários estudos, os idosos institucionalizados são os que mais sofrem de depressão. Por isso, surgiu o interesse do grupo de trabalhar em um asilo para tentar melhorar esse quadro depressivo. O asilo escolhido foi o Lar São Vicente de Paulo, localizado no bairro Cabeças, aonde residem 65 idosos, sendo a maioria dependente para atividades de vida diárias básicas e alguns apresentando características depressivas. Objetivos: É importante salientar que esse projeto de intervenção é um projeto de longa duração (2 anos), e que foi designado para nosso grupo apenas a aplicação e análise dos questionários que avaliam os quadros depressivos nos idosos. Dessa forma, o objetivo específico do grupo foi: avaliar os quadros sugestivos de depressão nos idosos no início da intervenção. E o objetivo geral do projeto é: tentar melhorar o quadro depressivo e a qualidade de vida dos idosos. Metodologia: Antes de iniciarmos a aplicação dos questionários, foi necessária a aplicação do TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) com os idosos participantes. Depois disso, iniciamos então a aplicação das Escalas Geriátricas de Yesavage e de Whoqol, que avaliam os quadros depressivos em idosos e o Índice de Katz, que avalia a dependência para atividades de vida diárias básicas. Com o termino da aplicação dos questionários, iremos iniciar as atividades/dinâmicas com os idosos. E ao fim do projeto, iremos aplicar os questionários novamente para avaliar se houve alguma melhora no quadro depressivo dos idosos participantes. Resultados: Os questionários foram aplicados com 34 idosos. A análise das escalas que avaliam os quadros sugestivos de depressão mostrou que 23 idosos estão normais, 5 apresentam indícios de quadros depressivos leves e 6 apresentam provável depressão severa. A análise do Índice de Katz mostrou que 23 idosos são independentes, 2 são parcialmente dependentes, 1 é dependente e 8 são totalmente dependentes para atividades de vida diárias básicas. Nós buscamos ainda uma relação entre os dois questionários e observamos que os idosos dependentes para atividades de vida diária básicas possuem os maiores índices de depressão dentre os outros idosos do asilo. Conclusão: A partir da análise dos questionários foi observado que os idosos do Lar São Vicente de Paulo confirmam a tese de que idosos institucionalizados possuem maiores índices de depressão, o que acaba justificando os objetivos da nossa intervenção no asilo, ou seja, a intervenção se faz necessária no asilo, como já esperávamos. Esperamos agora por meio das atividades trazer algum benefício à vida dessas pessoas. Palavras-chave: depressão, idosos institucionalizados e intervenção. Referências: 1. CHELONI, C. F. P., PINHEIRO, F. L. S., FILHO, M. C., MEDEIROS, A. L. Prevalência de depressão em idosos institucionalizados no município de Mossoró/RN segundo escala de depressão geriátrica (Yesavage). Expressão, Mossoró, 34(1-2); p. 61-73; jan.-dez.-2003. 2. GAZALLE F. K. et al. Sintomas depressivos e fatores associados em população idosa no sul do Brasil. Rev. de Saúde Pública, 38(3), p. 365-71, 2004. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ATIVIDADES EDUCATIVAS E RECREATIVAS COM GRUPOS DE IDOSOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA-1 CABANAS EM MARIANA – MG Bárbara Alves Salgado Costa Camila Biazussi Damasceno Maíra Lopes Xavier Mirla Fiuza Diniz Nícolas Santos de Oliveira. Adriana Maria de Figueiredo Kássia Castro Correa Introdução: A área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família-1 (ESF-1) localizada em Marina- MG, ilustra a tendência demográfica brasileira de envelhecimento da população, já que apresenta um número relativamente grande de idosos adscrito e ainda não oferece opções de lazer ou atividades educativas no contexto da saúde desse grupo etário. Objetivo: Melhorar a qualidade de vida dos idosos, promover a aproximação entre os integrantes do grupo operativo e a unidade de saúde, através de atividades recreativas e educativas. Metodologia: Os idosos foram divididos em três grupos, de aproximadamente 20 integrantes, para possibilitar maior contato e maior atenção a cada um deles. Visando conhecer melhor as preferências do grupo atendido pelo projeto, foi elaborado um questionário para ser aplicado no primeiro encontro. Após o primeiro contato, os dados obtidos pelos questionários serviram de base para o planejamento das atividades subseqüentes. Os grupos operativos seriam reunidos, aproximadamente, uma vez por mês e contarão com atividades educativas e recreativas desenvolvidas previamente pela equipe do PET-Saúde. Resultados: Nos três encontros realizados podemos perceber a boa aceitação e interesse dos integrantes do grupo. Com isso espera-se que os nossos objetivos de melhorar a qualidade de vida dos idosos, de intrui-los para o auto-cuidado e aproxima-los da unidade de saúde sejam alcançados. Conclusão: A boa aceitação dos idosos pelas atividades desenvolvidas pela equipe do PET-Saúde demonstra que existe a necessidade do desenvolvimento de programas voltados para a atenção a essa faixa etária, visando a melhoria da qualidade de vida dessa crescente população. Palavras-chave: Atividades educativas e recreativas, Idoso e Atenção Básica de Saúde. Referências: 1. Garrido, R. e Menezes, P. R. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por uma perspectiva epidemiológica. Rev Bras Psiquiatr 2002;24(Supl I):3-6. 2. Ministério da saúde. Cadernos de atenção básica: envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, DF; 2006 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS TRANSTORNOS MENTAIS E AS ESTRATÉGIAS DE ACOLHIMENTO DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE BRASILEIRA Amanda Freire Vieira Heloisa Cirilo Sousa Raquel Domingos da Costa Waleska Brito Rabelo Wanessa Torres Bernardes Professor Dr. Márcio A. Moreira Galvão Professor Hugo Alejandro Cano Prais Introdução: Transtornos mentais acometem a população brasileira e tornam-se mais comuns a cada dia. Foi pensando nesse assunto que o grupo escolheu abordar três doenças muito frequentes, como: o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que é um transtorno de ansiedade caracterizado por obsessões; a Síndrome do Pânico, que se manifesta com uma ansiedade em pico; e o Transtorno Bipolar do Humor, que se caracteriza por variações extremas de humor. Objetivo: O projeto tem como objetivo buscar uma maior compreensão sobre o assunto, bem como um maior conhecimento sobre o suporte oferecido a esses doentes pelo sistema público de saúde e a atitude da sociedade com relação aos doentes. Metodologia: Foram realizadas pesquisas sobre os distúrbios abordados e também a sua relação com o sistema de saúde público brasileiro, com enfoque na cidade de Ouro Preto. Especialistas foram entrevistados e posteriormente realizou-se um questionário com a população para se conhecer o grau de informação acerca do assunto. Resultados: O questionário mostrou que é de conhecimento da maioria da população as três doenças abordadas (sendo a Síndrome do Pânico do conhecimento de todos), como também pessoas que tiveram pelo menos uma delas. Com relação à ajuda que essas pessoas procurariam, houve várias sugestões, sendo a ajuda de psicólogo e/ou psiquiatra a mais comum. Além disso, a grande parte dos entrevistados acredita que o SUS não está preparado para receber os doentes e que a população possui preconceito com essas pessoas.Conclusão: Após realização do trabalho, chega-se à conclusão que a população apresenta um breve conhecimento das doenças, pois ainda desconhece alguns aspectos relacionados a esses distúrbios, tais como o diagnóstico e seu tratamento. Apesar de o SUS apresentar em sua estrutura um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), a população acredita que esse sistema não esteja preparado para atender os doentes, uma vez que ela não conhece esse serviço que é pouco divulgado. Palavras-chave: Transtornos mentais; Centro de Atenção Psicossocial (CAPS); Sistema Público de Saúde (SUS). Referências: 1. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_caps.pdf. Acessado em 18/06/2011. 2. AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial, 2.ed.,Rio de Janeiro,2008. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CURSO DE MEDICAMENTOS E URGÊNCIA/EMERGÊNCIA: FORMAÇÃO CONTINUADA DOS MONITORES DA COMUNIDADE DA FIGUEIRA, CASA LAR ESTRELA E APAE – MARIANA, MG PROJETO ACOLHER NA FIGUEIRA Bárbara Vidigal dos Santos Keilly Fonseca e Andrade Lillian Guimarães de Faria Lívia do Ó e Souza Luiza Fagundes Lima Rafaela Carvalho Gersanti Rayanna Mara de Oliveira Santos Pereira Thales Miranda Sales Adriana Maria de Figueiredo Márcio Antonio Pereira Galvão Célia Maria Fernandes Nunes Naiara Alves PET-Pedagogia Pollyana Zadra Valadares Ricardo Luis Narciso Moebus Identificação do problema: O despreparo dos cuidadores de deficientes de diversas instituições de Mariana-MG para lidar com situações cotidianas que exigem atendimento de urgência/emergência e administração de medicamentos. Cenário: A Lei de Diretrizes e Bases da educação número 9394 prevê a introdução de portadores de necessidades especiais no ensino regular, desde que amparados por profissionais especializados. Na Comunidade Figueira, que assiste deficientes físicos e mentais, os cuidadores não possuem conhecimento específico de noções básicas de urgência/emergência e do uso de medicamentos. Outra dificuldade dessa instituição é a competição entre os cuidadores que compõem a equipe. Desenvolvimento: Realizamos visitas de campo para diagnóstico das necessidades da Comunidade Figueira, como o déficit de capacitação para lidar com crises convulsivas, com desmaios, com superdosagem de medicamentos e outras intercorrências. Com auxílio de profissionais de saúde do Previne de Mariana, elaboramos um curso de primeiros socorros na forma de quatro estações: desmaio visto e engasgo; desmaio encontrado e parada cardiorrespiratória; crise convulsiva, crise conversiva e febre; ferimentos e queimaduras. Durante o curso, os cuidadores tiveram oportunidade de colocar em prática o conteúdo aprendido. Confeccionamos, junto ao PETPedagogia, uma apostila para esse curso, como posterior fonte de consulta. Para abordar a questão da superdosagem de medicamentos, recebemos informações do professor de psiquiatria da Universidade Federal de Ouro Preto sobre as classes de medicação utilizada pelos deficientes da Comunidade Figueira. O curso de medicamentos foi ministrado na forma de palestra com auxílio do professor Márcio Galvão, na qual abrimos espaço para discussões sobre superdosagem, bem como para relatos vivenciados pelos cuidadores. Além de auxiliar na apostila, o PET-pedagogia nos ajudou a montar a programação do dia dos cursos: o cronograma das atividades e as dinâmicas de integração e confiança para tentar resolver a desagregação da equipe da Figueira. No dia dos cursos, também foi ministrada uma palestra sobre o que é deficiência, pelo sociólogo Ubiratan Vieira. Ao fim do dia, distribuímos aos participantes questionários nos quais constavam questões sobre a relevância e a efetividade dos cursos realizados. Principais resultados: Constatamos que os cuidadores demonstraram desenvoltura em grande parte dos procedimentos básicos de primeiros socorros ensinados. O curso de medicamentos suscitou muitas discussões e relatos de casos, propiciando uma boa integração do grupo, assim como as dinâmicas. Identificamos, através dos questionários, uma boa aceitação do curso e o desejo de estendê-lo a outras instituições. Conclusões: As apresentadas pelos cuidadores puderam, em sua grande parte, ser sanadas por meio das instruções que fornecemos. Dessa forma, é evidente que o trabalho realizado por uma equipe multiprofissional consegue ter um impacto significativo. Vê-se, além disso, que projetos como este são o primeiro passo para a educação permanente em saúde, pois esta se constrói a longo prazo e com a troca de saberes entre profissionais e a população. Palavras-chave: Curso de medicamentos; Curso de urgência/emergência; Despreparo dos cuidadores. Referências 1. FRAME, Scott. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado 2. BRASIL 1996, Lei de Diretrizes e Bases APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS MÉTODOS PARA O ESTUDO DA QUALIDADE DE VIDA DE MÉDICOS E DE ESTUDANTES DE MEDICINA Ana Luiza Martins Reggiani Bruno de Araújo Pinheiro Gabriela Oliveira Leopoldo Jéssica Almeida Horta Duarte Lígia de Oliveira Barros Luísa Martino Avelar Adriana Maria de Figueiredo Gustavo Meirelles Ribeiro Introdução: Trabalho desenvolvido a partir de uma revisão literária tem como propósito analisar a importância da qualidade de vida dos estudantes de medicina e dos médicos, investigando sobre a dificuldade de se definir um conceito para a qualidade de vida e os seus métodos de avaliação (quantitativos e qualitativos). Objetivos do estudo: Visamos uma futura pesquisa sobre a Percepção da qualidade de vida dos estudantes de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto. Métodos: Revisão literária como a primeira parte do nosso trabalho, tendo em vista que precisamos de maiores estudos no assunto para continuar com o projeto. Discussão: A qualidade de vida tem sido analisada por meio de diferentes instrumentos de acordo com a finalidade das pesquisas tais como (citar whoqol, IDH e ets.), mostrando-se temática de relevância , mas de complexidade ainda não plenamente delineada, o que justifica a construção de estratégias diferentes e complementares para sua análise. Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, trata-se de uma síntese cultural de todos os fatores que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. É um termo dotado de relatividade, mesmo dentro de uma mesma sociedade, uma vez que dependente de conhecimentos, experiências e valores adquiridos não só em coletividade, mas também individualmente. O curso de medicina é marcado por inúmeros fatores geradores de estresse que podem influenciar a qualidade de vida do estudante. Para sobreviver a tantos desafios, é necessário que haja adaptação e mudança de estilo de vida, porém nem sempre essas alterações são benéficas. Conclusão: O desgaste profissional do médico, devido à falta de tempo, aos estressores acadêmicos, à sobrecarga de trabalho, fadiga e privação de sono e tempo para lazer, se reflete na sua vida pessoal, provavelmente em maior medida do que ocorre em outros ofícios. Palavras-chave: Qualidade de vida, Estudantes de Medicina, Médicos, Saúde Referências: 1. SEIDL, Eliane Maria Fleury; ZANNON, Célia Maria Lana da Costa. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, Apr. 2004 . Available from<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X20040002 00027&lng=en&nrm=iso>. access on 21 June 2011. doi: 10.1590/S0102311X2004000200027. 2. RAMOS-DIAS, João Carlos et al . Qualidade de vida em cem alunos do curso de Medicina de Sorocaba PUC/SP. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 34, n. 1, Mar. 2010 . Available from<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100550220100001000 14&lng=en&nrm=iso>.ccess on 14 Sept. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S010055022010000100014. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS O CONTROLE SOCIAL DO SUS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO Wanderley Souza Christian Gomes Cardoso Viana Rodrigo Vilela Venturra Keyla Aline de Souza Duarte Luiza Lima Sílvio Vassão Andre Silva Groberio Palmira de Fátima Bonolo Introdução:O embasamento para a propositura do controle social do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Ouro Preto está contido na constituição federal de 1988, , na Lei Orgânica da Saúde e a resolução nº 333, do Conselho Nacional de Saúde. A legislação citada preconiza o envolvimento da população no controle social do sistema de saúde como forma de exercício da cidadania, e mecanismo estratégico na garantia do direito à saúde, fundamentado na democratização do poder decisório no SUS1.Desde o movimento da reforma sanitária, no início da década de 1970, a participação popular assumiu importante papel na saúde coletiva, em que os conselhos de saúde vêm convergindo como instâncias de ação política, para transformar e reconstruir, democraticamente, o espaço público e as relações entre a sociedade civil e o poder público. Os conselhos facilitam a disseminação de uma cultura participativa própria de uma comunidade cívica que encontra na justiça, na solidariedade, na equidade, na confiança e na tolerância seus princípios fundamentais. Estudos têm demonstrado entraves para a efetiva participação da sociedade civil nos conselhos de saúde, além de uma diversidade no modo de funcionamento nos municípios brasileiros2. Entrevistas com pessoas envolvidas no conselho de saúde da cidade de Ouro Preto e análise da legislação municipal 18/98 nos revela uma noção dos desafios encontrados, e as possibilidades apresentadas para uma efetiva participação popular no SUS. Objetivo: Diante das perspectivas expostas, o trabalho ora apresentado tem como objetivo analisar a estrutura e atuação do conselho de saúde de Ouro Preto nas decisões na área da saúde, destacando os aspectos de previsão legal, além da legitimidade, representatividade, autonomia, organicidade, permeabilidade, visibilidade e articulação. Discussão: Embora implementado e atuante, o conselho municipal de saúde de Ouro Preto, apresenta algumas dificuldades no seu efetivo papel, principalmente em relação a divergências da legislação municipal e a legislação federal. Dos aspectos analisados, todos apresentam deficiências, que segundo integrantes do conselho dependem de uma participação popular mais ampla na formulação e deliberação das políticas públicas, que pode ser feito por meio de uma articulação entre as Comissões Administrativas de Unidade (CAU) e o conselho e uma adequação das deliberações da Secretaria de Saúde Municipal com os regulamentos vigentes. Acrescenta-se, a necessidade de educação permanente dos integrantes do conselho para que possam atuar de forma a seguir as atualizações legais pertinentes ao exercício de sua respectiva representatividade. Conclusões: Os conselhos de saúde representam uma inovação política institucional e cultural do SUS, apesar dos imensos avanços propostos em lei, ou seja, participação na formulação e deliberação das políticas públicas em saúde, ainda se vislumbram muitos desafios e conquistas aos atores envolvidos na efetivação das futuras ações em políticas de saúde pública, como há de ser em todo processo democrático e de exercício da cidadania. Ademais, vale ressaltar que o mero funcionamento regular do conselho não garante que exista efetivo controle social. Sugerese que outras análises sejam feitas, como forma de levantar e divulgar aspectos relacionados ao funcionamento dos Conselhos de Saúde, conduzindo ao fortalecimento do controle social no SUS. Palavras-chave: controle social do SUS; participação social; cidadania. Referências: 1.Brasil, Ministério da Saúde. Saúde no Brasil: desafios e perspectivas. Brasília: Ministério da Saúde; 1988. 2.Correia MVC. Desafios para o controle social: subsídios para capacitação de conselheiros da saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2005. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS ACERCA DA ESF (ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA), NO DISTRITO DE CACHOEIRA DO CAMPO – OURO PRETO – MG Catarine Alves Silveira Cecília Carneiro e Silva Fernanda Mendes de Oliveira Rossi Letícia Aparecida de Figueiredo Lídia Lélis Leal Mariana Cardoso Gomes Segato Palmira de Fátima Bonolo Introdução: O sistema de saúde brasileiro vem desenvolvendo intervenções que buscam maiores e melhores resultados. Com o Programa Saúde da Família (PSF), o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a incorporar atividades de cunho mais coletivo e abrangente, com o objetivo de gerar um impacto significativo na qualidade de saúde e de vida da população. Na esfera da atenção básica, a Estratégia Saúde da Família (ESF), uma ampliação do PSF, busca romper com paradigmas cristalizados e incorpora novo modo de pensar e agir na perspectiva de mudança e conversão do modelo assistencial. Além disso, o cuidado deve considerar o princípio da integralidade e usuário é visto como protagonista. Objetivos: verificar se as pessoas utilizam os serviços da ESF e identificar a percepção de usuários sobre a atuação da ESF e o nível de satisfação da comunidade, por meio de métodos qualitativos. Metodologia: Para realizar a pesquisa sobre conhecimento e apreciação sobre a Estratégia Saúde da Família (ESF), houve participação do grupo numa ação da Secretaria de Meio Ambiente para os moradores de Cachoeira do Campo, Ouro Preto – MG. Houve alerta sobre o dengue, brinquedos para as crianças, aferição de pressão e aplicação de questionário com perguntas semi-estruturadas sobre a ESF. Não houve a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Apenas perguntava-se às pessoas se elas gostariam de responder algumas perguntas, em caráter de anonimato, para contribuir para a melhora do atendimento da unidade básica de saúde, caracterizando uma amostra de conveniência. Resultados Participaram 55 pessoas, sendo a maioria do sexo masculino (n=34; 61,8%), com média de idade de 56 anos (idade mínima de 24 e máxima de 85 anos); com baixa escolaridade (≤ 8 anos) (n=33; 60%; 41,8% com 1º grau incompleto e 18,2% com o 1º grau completo), variando do 1º grau incompleto até superior completo. A maioria dos entrevistados conhece a ESF (64,8%) e utiliza a ESF (80%) para diversos tipos de atendimentos (consultas, vacinação, aferição de pressão arterial, glicemia, preventivo ginecológico, etc.). A maioria recebe vistas domiciliares (52,7%) principalmente das ACS. As principais sugestões dadas pelos entrevistados para melhoria da ESF foram maior rapidez de atendimento e de resultados de exames, e aumento do número de profissionais, incluindo inserção de especialistas. Conclusão Apesar de que a maioria dos entrevistados tenha afirmado conhecer a ESF, percebe-se que a estratégia ainda não é bem aceita pela população ou ainda não está bem estabelecida no local, visto que alguns usuários ainda sugerem a presença de mais especialistas na Unidade de ESF (sendo que as especialidades são características da atenção secundária). Pode-se atribuir esse fato à recente implantação da ESF e considerar que os usuários estão passando por um período de adaptação a esse sistema. Palavras-chave: Estratégia de Saúde da Família, percepção, Sistema Único de Saúde, conhecimento. Referências: 1. NEVES, C. F.; CAVALCANTE, J. P. R.; BEZERRA, J. I. A.; PEREIRA, J. F.; PITTERI, J. S. M.; BARBOSA, M. A. - Percepções da população sobre o programa saúde da família em Palmas-TO. Revista da UFG, Vol. 6, No. Especial, dez 2004 on line (www.proec.ufg.br) 2. ARAÚJO, M.F.S et al. (2005) - O Programa de Saúde da Família (PSF) sob a ótica dos usuários nas comunidades Santa Clara e Alto do Céu em João Pessoa-PB CAOS Revista Eletrônica de Ciências Sociais Número 9 –Pág. 1-15 3. SOUZA, E.C.F. et al (2008) - Acesso e acolhimento na atenção básica: uma análise da percepção dos usuários e profissionais de saúde Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 Sup 1:S100-S110 POSTERES ABDOME AGUDO LEUCEMIA HEMORRÁGICO EM PACIENTE COM Giselle Oliveira Silva Marco Antônio Marçon Iure Kalinine Ferraz de Souza Hugo Correa de Andrade Urbano Frederico Anselmo Keyla Chiristy C. Mendes Sampaio Cunha Luis Paulo Vilela Lemos Introdução - O termo abdome agudo refere-se a um quadro de dor abdominal súbita de pouco tempo de evolução, que requer diagnóstico urgente e cujo tratamento, geralmente, envolve cirurgia. No caso do abdome agudo hemorrágico ocorre dor abdominal de início súbito, de intensidade moderada, sem sinais de irritação peritoneal importante e com sinais de choque hipovolêmico diretamente proporcionais à intensidade do sangramento. A Leucemia prómielocítica é um subtipo da Leucemia mielóide aguda, que acarreta em uma redução das três séries sanguíneas (eritrograma, coagulograma e leucograma), tendo como manifestações frequentes a anemia, risco aumentado de sangramentos e infecções. Este trabalho apresenta um caso clínico de abdome agudo hemorrágico em paciente com leucemia pró-mielocítica aguda, com ênfase nas principais complicações pós-operatórias decorrentes dessa doença. Metodologia - As informações apresentadas foram obtidas a partir de dados dos registros de internação da paciente na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Vila da Serra (Nova Lima-MG), sendo a discussão embasada em revisão da literatura sobre o tema. Resultados - LFAR, 25 anos, gênero feminino, foi submetida a uma laparotomia de urgência após chegada no pronto atendimento, que identificou cisto ovariano roto e bridas. No pós-operatório imediato foi admitida com pancitopenia e neutropenia febril, sendo prescrito linezolida, cefepime, ácido transretinóico (ATRA), e transfusão de concentrado de hemácias e de plaquetas, além de plasma fresco. Evoluiu com queda dos níveis hematimétricos e derrame pleural à direita no raio-x de tórax. Hemotórax descartado e síndrome ATRA confirmada após ultrassonografia. Iniciou-se a quimioterapia, diurético e corticóide. Após 30 dias de internação paciente recebeu alta, mas voltou ao CTI com quadro de queda do estado geral, febre, palidez cutâneo-mucosa, dispnéia, taquicardia, sem edema, jugulares planas e presença de lesões sugestivas de mucosite, herpes e candidíase na cavidade oral. Iniciou com fluconazol e aciclovir, com alta após 60 dias, em bom estado geral. Encontra-se em recuperação com tratamento quimioterápico. Discussão - É discutida a redução das células sanguíneas no paciente com leucemia pró-mielocítica aguda, lembrando-se que o próprio processo quimioterápico também compromete a produção de hemácias, leucócitos e plaquetas. Isso leva então a um aumento significativo no risco de sangramentos devido à plaquetopenia e maior risco de infecções devido à leucocitose. Transfusões de hemácias e plaquetas podem ser usadas como medidas de suporte ao tratamento, além de antibióticos, mesmo sem se localizar o foco infeccioso. Discute-se ainda o uso do ácido transretinóico como terapia para Leucemia pró-mielocítica aguda, associado à quimioterapia, e os efeitos colaterais que podem advir dessa terapia, chamados Síndrome de atra-like. Com a análise do caso e baseado em dados literários, conclui-se que as possíveis complicações pósoperatórias em um paciente leucêmico são significativamente mais graves e frequentes, em comparação com aquelas em pacientes não portadores dessa enfermidade, sendo tal achado de suma importância em uma abordagem mais específica aos portadores dessa doença. Palavras-chave: Abdome agudo hemorrágico – Leucemia – Complicações pósoperatórias Referências: 1 – Consenso do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia. Algoritmo no Diagnóstico do Abdome Agudo. Boletim CBC ed esp; 2006; 2 – Estey E, Dohner H. Acute myeloid leukaemia. Lancet 2006; 368: 1894-907 POSTERES ABORDAGEM CLÍNICO-CIRÚRGICA INICIAL DO PACIENTE QUEIMADO Paula Baccarini Thaís Marina Batisteli Camêlo Introdução: As queimaduras estão entre as principais causas externas de morte registradas no Brasil. Os avanços no atendimento hospitalar têm contribuído para a sobrevivência de pacientes que sofreram trauma térmico, resultando em redução na taxa de mortalidade entre vítimas de lesões por queimaduras. O médico deve estar preparado para o primeiro atendimento deste paciente, ou encaminhamento quando necessário. Objetivo: O objetivo principal é orientar o médico da atenção primária sobre a melhor maneira de abordar o paciente para que as seqüelas e danos sejam minimizados e para que o paciente tenha as melhores possibilidades de recuperação. Metodologia: Para estudo do tema foram usados livros didáticos e artigos científicos retirados dos bancos de dados Scielo e PubMed. Desenvolvimento: A abordagem inicial do paciente queimado deve incluir a avaliação da profundidade, severidade, localização e extensão da queimadura, a escolha do tratamento apropriado da ferida e anelgesia adequada do paciente. A literatura apresenta diversas possibilidades de manejo adequado da dor, proteção do local da ferida e controle de cicatrizes. Para isso, o médico deve conhecer a anatomia da pele, fisiopatologia da queimadura, bem como os primeiros cuidados ao paciente vítima de trauma. Conclusão: A abordagem do paciente vítima de queimadura deve ser integral e multidisciplinar. O médico da atenção primária precisa estar preparado para prover os primeiros cuidados e saber quando encaminhar para o centro epecializado. Deve-se considerar que tratamento do paciente queimado tem como objetivos principais a manutenção da vida e redução das seqüelas futuras. POSTERES ABORDAGEM INICIAL DO ATENDIMENTO À URGÊNCIA DO PACIENTE PEDIÁTRICO COM ANEMIA FALCIFORME Geysla Almeida Carvalhais Mourão Lídia Lacerda Guimarães Luciano de Barros Mendes Marcos Vinícius Pimentel Cardoso Keila Cristhy C. M. Sampaio Cunha Introdução: a doença falciforme é o distúrbio hereditário mais comum, sendo um grupo de alterações caracterizadas pela predominância da hemoglobina (Hb) S: anemia falciforme (HbSS), HbSC, S-talassemias e outras. A produção da hemoglobina S decorre da troca de um aminoácido na cadeia β da globina, alterando as propriedades físico-químicas da molécula desoxigenada. Isso causa a mudança da forma da célula para a de foice, sendo este o principal mecanismo fisiopatológico. A gravidade varia, mas muitos têm doença crônica e grave, exacerbada pelas “crises". A morbidade e a mortalidade resultam de infecções, anemia hemolítica e de micro-infartos decorrentes de oclusão microvascular. De 1998 a 2001, em 1.060.757 exames, foram encontrados 34.765 pacientes com traço falciforme e 811 com doença falciforme. Objetivo: Explicitar a conduta médica adequada frente às crises de falcização na criança. Métodos: Consulta bibliográfica de livros, protocolos de centros de referência e bases de dados do PubMed, Scielo e Cochrane, acerca do manejo das crises infantis. Resultados: Nas primeiras 2 décadas, os eventos mais comuns são episódios álgicos, síndrome torácica aguda, acidente vascular encefálico, crise de seqüestro esplênico agudo e infecções. Crises de dor: níveis de HbF são inversamente relacionados à freqüência. Muitas vezes a dor é tratada em casa (40% não apresentam dor que justifique ida ao hospital), sendo a freqüência da dor subestimada pelas idas ao hospital. A dor costuma preceder a síndrome torácica aguda, que pode ocasionar falência orgânica múltipla. Assim, dor intensa ou contagem leucocitária muito alta ou de hematócrito muito baixo, exigem mais cuidado. Deve ser tratada com analgésicos em doses habituais e fixas, via oral e hidratação (1.5 a 2 vezes o valor das necessidades). Se não houver melhora, o paciente deve ser internado. Infecções: Patógenos mais freqüentes: bactérias encapsuladas (o pneumococo causa 70%). Outros: Haemophilus influenzae, estafilococos, neisseria e mycoplasma. Salmonelas podem ser causa de infecção grave, alcançando o sangue devido à vaso-oclusão intestinal. Menores de 3 anos são mais propensos a septicemias (mortalidade de 20%) e meningites. Internação nos casos sem localização do foco infeccioso, para antibioticoterapia venosa. Crise de Sequestro Esplênico Agudo: 2° causa mais comum de morte em menores de 5 anos, de etiologia desconhecida, mas infecções virais parecem preceder a maioria. Hospitalização imediata. Correção da hipovolemia com cristalóides, enquanto se aguarda a transfusão de hemácias. Síndrome Torácica Aguda: tratamento hospitalar, por tratarse de complicação complexa, multifatorial, com alto risco de gravidade e complicação. A 1°causa de morte, em qualquer idade. O tratamento visa corrigir hipoxemia, elevação dos níveis de hemoglobina e redução da HbS. Acidente Vascular Encefálico: principalmente, em pacientes com HbSS, raro nos com HbSC e Sβ-talassemias. As crianças são mais afetadas (5% a 10% até os 17 anos). O tratamento é hospitalar. Devem passar por avaliação neurológica. Crise aplásica: principal causa é o Parvovírus B19, devido ao tropismo pelas células precursoras eritropoiéticas, que acomete principalmente crianças de 4 a 10 anos. É transitória e o tratamento consiste na estabilização hemodinâmica por transfusão de hemácias. Conclusão: Hidratação e analgesia são fundamentais para o manejo das complicações da anemia falciforme. Opióides são necessários nas crises álgicas graves. O desenvolvimento de centros de referência é necessário, pois tais centros nos Estados Unidos reduziram a incidência de natimortos, neomortos e prematuridade. Palavras chave: anemia falciforme, manejo, crises agudas. Referências: 1. Protocolo de Atendimento aos Eventos Agudos na Doença Falciforme - Centro de Educação e Apoio às Hemoglobinopatias (CEHMOB). 2. LEE, G. Richard, BITHELL, Thomas C., FOERSTER, John et al. Wintrobe Hematologia Clínica. 1.ed. São Paulo: Manole,1998. 2v. 2623p. POSTERES ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO RISCO DE UM PACIENTE COM DIABETES E SOROPOSITIVO PARA HIV E HEPATITE B Bruno Terra Junho Cássia Rafaela Leão de Brito Geizon Souza Barbosa Guilherme Almeida Maia Lívia Ferreira Fernandes Marcos Kamilo de Castro e Fonseca Mariana Carla Santos Rossini Nathália Silveira Vieira Tatiane Rufino Vieira Palmira de Fátima Bonolo Introdução: O início da pandemia de HIV gerou um novo paradigma na atenção médica, demandando para o seu tratamento um esforço conjunto de uma equipe multiprofissional. O que se observa é que apesar dos imensos avanços e opções farmacológicas, os pacientes ainda padecem dos graves efeitos colaterais desse arsenal. Assim, uma atenção global aos pacientes é fundamental e possibilita uma significativa redução da morbimortalidade, além do aumento da qualidade de vida. Objetivos: Analisar as relações de apoio e vínculo com a equipe de saúde da área de residência de um paciente diabético, HIV + e co-infectado pelo vírus HBV. Métodos: Entrevista com o paciente e análise das múltiplas relações envolvidas em sua assistência bem como avaliação de seu risco. Consulta para monitoramento da diabetes. Resultados: Durante a entrevista médica foi possível estabelecer o vínculo para assistência ao problema diabetes apresentado pelo paciente. Além disso, foi possível trabalhar com o paciente e aumentar seu conhecimento acerca da dieta, cuidados com os pés e possíveis complicações da doença, aumentando assim o auto-cuidado e co-responsabilidade no tratamento. Conclusões: A assistência integral e a criação de vínculos entre a equipe de saúde e o paciente constitui ferramenta imprescindível na melhora da qualidade de vida e diminuição da morbimortalidade. Palavras-chave: HIV; diabetes; risco. Referências: 1. COELHO, F. L. G.; SAVASSI, L.C. M. Aplicação de Escala de Risco Familiar como instrumento de priorização das Visitas Domiciliares. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2. PIRES, A. C.; HIV-AIDS e Diabetes Melito: O encontro de duas epidemias. Sociendade Brasileira de Diabetes, 8 de Abril de 2010. Disponível em : http:// www.diabetes.org.br/colunistas-dasbd/diabetes-em-evidencia/1277. Acesso em : 20 de junho de 2011. POSTERES ALTERAÇÕES NEUROANATÔMICAS VINCULADAS AO TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE Marcelo Pinto Maciel Marcos Vinicios Rasmussen Loures Vanessa Cristine Rezende Guilherme Freitas Bernardo Ferreira Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Caracteriza-se por desatenção, inquietude e impulsividade que são atribuídos, em parte, a variações neuroanatômicas. As alterações anatômicas presentes nos portadores de TDAH foram descobertas recentemente e caracterizam-se por modificações no volume cerebral e presença de anormalidades no tálamo, estrutura diencefálica relacionada com o processamento de informações motoras, sensoriais e responsável pela ativação cortical difusa. Estudos de imagem associados ao conhecimento neuroanatômico são fundamentais para o entendimento do TDAH e de suas alterações morfológicas. Objetivos: Integrar as descobertas neuroanatômicas aos dados neuroquímicos já estabelecidamente relacionados ao TDAH e relatar as conseqüências neurológicas advindas do tratamento farmacológico por meio de drogas psicoativas do sistema nervoso central. Discussão: Estudos anatômicos de pacientes com TDAH sugerem redução generalizada do volume total do cérebro e cerebelo, enquanto estudos de neuroimagem funcional sugerem que indivíduos afetados ativam áreas mais difusas do que o grupo controle durante a execução de tarefas cognitivas. Mais precisamente, as reduções foram observadas no volume total do cérebro, no córtex pré-frontal, núcleos da base (principalmente o estriado), córtex cingulado anterior dorsal, corpo caloso e cerebelo. Através de exames de ressonância magnética foram feitos mapas da superfície do tálamo que revelaram volumes significativamente menores na região do pulvinar, bilateralmente em jovens com TDAH em relação ao grupo controle. Volumes menores na região lateral direita e esquerda posterior da superfície do tálamo foram associados com sintomas predominantes de hiperatividade, enquanto os maiores volumes regionais na superfície talâmica medial direita foram associadas com sintomas mais severos de desatenção. A área pulvinar é relativamente alargada em pacientes tratados com estimulantes quando comparados aos não tratados. Conclusão : O conhecimento da neuroanatomia encefálica permite melhor compreensão e entendimento da gênese do TDAH e hiperatividade. Alterações neuroanatômicas são verificadas nos portadores através de diferentes exames de imagem. Dependendo da área que sofre variação, os sintomas podem ser mais ou menos graves. A ação medicamentosa tem mostrado bons resultados, como no alargamento na área pulvinar de pacientes acometidos por esse transtorno. Palavras chaves : TDAH; alterações neuroanatômicas; exames neuroimagem. Referências: 1. EMOND, V.; JOYAL, C.; POISSANT, H. [Structural and functional neuroanatomy of attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD)]. Encephale, v. 35, n. 2, p. 107-14, Apr 2009. ISSN 0013-7006. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19393378 >. Acesso em 4/junho/2011. 2. IVANOV, I. et al. Morphological abnormalities of the thalamus in youths with attention deficit hyperactivity disorder. Am J Psychiatry, v. 167, n. 4, p. 397-408, Apr 2010. ISSN 1535-7228. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20123910 >. Acesso dia 4/juhno/2011. POSTERES ANÁLISE ANATOMOCLÍNICA DO ADENOMA HIPOFISÁRIO: ESTUDO DE CASO Isabella Neiva Liboreiro Laura Rodrigues Sefair Taylla Mendes Silva Vinícius Boaratti Ciarlariello Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: O adenoma hipofisário é uma neoplasia benigna que pode causar sintomas neurológicos e endócrinos. Morfologicamente pode ser classificado como microadenoma, que esta localizada no interior da sela túrcica na base do osso esfenóide ou macroadenoma, tumor com diâmetro maior que se estende além dos limites da sela, comprimindo estruturas adjacentes. Funcionalmente, é dividido em adenoma secretor de hormônios e não secretor. Os sinais e sintomas dessa patologia incluem anormalidades endócrinas e efeitos de massa. No estudo de caso em questão apenas os efeitos de massa foram relevantes na expressão de sinais e sintomas característicos da lesão. Entre esses efeitos destacam-se a perda visual por compressão do nervo óptico que percorre a hipófise lateralmente e cefaléia, pela distensão das estruturas próxima à sela túrcica, em especial a dura-máter. Objetivos: Geral: Apresentar as características anatômicas gerais do adenoma hipofisário e a sintomatologia causada pela doença. Específicos: Correlacionar a neuroanatomia por meio de exames tomográficos e de ressonância magnética com os sintomas clínicos do quadro da paciente D.N.L., 21 anos de idade, a fim de esclarecer quais prováveis estruturas anatômicas podem ser lesadas por compressão pelo adenoma. Associar os sintomas apresentados pela paciente com a classificação, o tamanho e a posição do tumor. Analisar o tipo de tratamento a que a mesma foi submetida. Discussão: O diagnóstico preciso do adenoma hipofisário requer grande conhecimento neuroanatômico para análise das imagens de ressonância magnética da região da sela túrcica, visto que muitos sintomas por ele apresentados podem ser confundidos com outras patologias. Além disso, a imagem por ressonância magnética facilita o acesso cirúrgico e a distinção da hipófise normal do tecido tumoral. No estudo de caso em questão, D.N.L. apresentava frequentes queixas de cefaléia e somente a ressonância magnética permitiu o diagnóstico conclusivo. Alterações endócrinas não foram observadas uma vez que o adenoma era não secretor. Devido à extensão da massa tumoral, a ressecção do tumor via transesfeniodal foi o tratamento indicado para a paciente. A única sequela observada em D.N.L. foi o desenvolvimento de diabetes insípidus devido à baixa secreção de hormônio antidiurético por lesão do lobo posterior da hipófise na ressecção tumoral. Conclusão: A sintomatologia do adenoma depende do tipo (secretor ou não secretor), da extensão do tumor e das áreas adjacentes afetadas. Como o estudo de caso em questão analisa os efeitos de um microadenoma não secretor, não foram observadas perda visual nem alterações endócrinas. A análise das imagens da ressonância magnética permitiu a detecção precisa da localização tumoral, além do nível de lesão provada pelo adenoma. A ressecção tumoral via cirurgia transesfenoidal provocou lesão do lobo posterior da hipófise, resultando em deficiência na secreção de hormônio antidiurético. Palavras-chave: adenoma hipofisário, ressonância magnética, neuroanatomia Referências: 1. Robbins e Cotran, bases patológicas das doenças/Vinay Kumar[et al.] Tradução de Patrícia Dias Fernandes et al. –Rio de Janeiro:Elsiever,2010 2. BRONSTEIN, Marcello D. and MELMED, Shlomo. Tumorigênese hipofisária. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2005, vol.49, n.5, pp. 615-625. ISSN 0004-2730 < acessado em 05/06/11 via www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000427302005000500003&lang=pt>. POSTERES ANÁLISE COMPARATIVA DA ABORDAGEM CONVENCIONAL E VIDEOLAPAROSCÓPICA DA APENDICITE AGUDA João Duarte de Carvalho Luis Paulo Vilela Lemos Introdução- A apendicectomia é o tratamento de escolha para os casos de apendicite aguda e a evolução das técnicas operatórias faz da videocirurgia boa opção terapêutica, assim como a cirurgia convencional. Objetivo - Analisar e comparar dados a respeito da apendicectomia convencional e laparoscópica, a fim de entender a viabilidade, as vantagens e desvantagens dessas técnicas, bem como a evolução intra e pós-operatório dos pacientes submetidos a apendicectomia. Métodos - Foram utilizados artigos da Sociedade Americana de Cirurgia Gastrointestinal, do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo – Hospital das Clínicas de Porto Alegre, da Revista Brasileira de Coloproctologia e Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva disponíveis nos sites da Scientific Eletronic Library Online, do PubMed e da COCHRANE. Resultados – O tempo de internação hospitalar normalmente é maior para pacientes submetidos à apendicectomia aberta, entretanto em crianças não foram observadas diferenças quanto ao tempo. O tempo cirúrgico depende do estágio em que se encontra a apendicite, entretanto a videolaparoscopia normalmente é mais demorada. A videolaparoscopia tem boa indicação para pacientes nos estágios iniciais da apendicite, classificados com I ou II de acordo com American Society of Anesthesiologists (ASA), do sexo feminino, obesos e grávidas. Além disso, a videolaparoscopia tem na maioria das vezes maior custo, menor incidência de infecção da ferida pós-operatória, mais abscessos intraabdominais, motilidade intestinal normalizada em menor tempo. Em relação ao préâmbulo e ao retorno às atividades diárias os resultados ainda são controversos. Conclusão - Percebe-se que existe uma gama de variáveis quanto à melhor intervenção cirúrgica na apendicite aguda, e apesar de vários estudos, é inconclusiva a melhor abordagem para esta situação. Portanto, uma análise clínica do paciente, condições do hospital e experiência do médico irão levar a uma intervenção mais viável, mas não necessariamente mais adequada. POSTERES ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS ACERCA DA ESF (ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA), NO DISTRITO DE CACHOEIRA DO CAMPO – OURO PRETO – MG Catarine Alves Silveira Cecília Carneiro e Silva Fernanda Mendes de Oliveira Rossi Letícia Aparecida de Figueiredo Lídia Lélis Leal Mariana Cardoso Gomes Segato Palmira de Fátima Bonolo Introdução: O sistema de saúde brasileiro vem desenvolvendo intervenções que buscam maiores e melhores resultados. Com o Programa Saúde da Família (PSF), o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a incorporar atividades de cunho mais coletivo e abrangente, com o objetivo de gerar um impacto significativo na qualidade de saúde e de vida da população. Na esfera da atenção básica, a Estratégia Saúde da Família (ESF), uma ampliação do PSF, busca romper com paradigmas cristalizados e incorpora novo modo de pensar e agir na perspectiva de mudança e conversão do modelo assistencial. Além disso, o cuidado deve considerar o princípio da integralidade e usuário é visto como protagonista. Objetivos: verificar se as pessoas utilizam os serviços da ESF e identificar a percepção de usuários sobre a atuação da ESF e o nível de satisfação da comunidade, por meio de métodos qualitativos. Metodologia: Para realizar a pesquisa sobre conhecimento e apreciação sobre a Estratégia Saúde da Família (ESF), houve participação do grupo numa ação da Secretaria de Meio Ambiente para os moradores de Cachoeira do Campo, Ouro Preto – MG. Houve alerta sobre o dengue, brinquedos para as crianças, aferição de pressão e aplicação de questionário com perguntas semi-estruturadas sobre a ESF. Não houve a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Apenas perguntava-se às pessoas se elas gostariam de responder algumas perguntas, em caráter de anonimato, para contribuir para a melhora do atendimento da unidade básica de saúde, caracterizando uma amostra de conveniência. Resultados Participaram 55 pessoas, sendo a maioria do sexo masculino (n=34; 61,8%), com média de idade de 56 anos (idade mínima de 24 e máxima de 85 anos); com baixa escolaridade (≤ 8 anos) (n=33; 60%; 41,8% com 1º grau incompleto e 18,2% com o 1º grau completo), variando do 1º grau incompleto até superior completo. A maioria dos entrevistados conhece a ESF (64,8%) e utiliza a ESF (80%) para diversos tipos de atendimentos (consultas, vacinação, aferição de pressão arterial, glicemia, preventivo ginecológico, etc.). A maioria recebe vistas domiciliares (52,7%) principalmente das ACS. As principais sugestões dadas pelos entrevistados para melhoria da ESF foram maior rapidez de atendimento e de resultados de exames, e aumento do número de profissionais, incluindo inserção de especialistas. Conclusão Apesar de que a maioria dos entrevistados tenha afirmado conhecer a ESF, percebe-se que a estratégia ainda não é bem aceita pela população ou ainda não está bem estabelecida no local, visto que alguns usuários ainda sugerem a presença de mais especialistas na Unidade de ESF (sendo que as especialidades são características da atenção secundária). Pode-se atribuir esse fato à recente implantação da ESF e considerar que os usuários estão passando por um período de adaptação a esse sistema. Palavras-chave: Estratégia de Saúde da Família, percepção, Sistema Único de Saúde, conhecimento. Referências: 1. NEVES, C. F.; CAVALCANTE, J. P. R.; BEZERRA, J. I. A.; PEREIRA, J. F.; PITTERI, J. S. M.; BARBOSA, M. A. - Percepções da população sobre o programa saúde da família em Palmas-TO. Revista da UFG, Vol. 6, No. Especial, dez 2004 on line (www.proec.ufg.br) 2. ARAÚJO, M.F.S et al. (2005) - O Programa de Saúde da Família (PSF) sob a ótica dos usuários nas comunidades Santa Clara e Alto do Céu em João Pessoa-PB CAOS Revista Eletrônica de Ciências Sociais Número 9 –Pág. 1-15 3. SOUZA, E.C.F. et al (2008) - Acesso e acolhimento na atenção básica: uma análise da percepção dos usuários e profissionais de saúde Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 Sup 1:S100-S110 POSTERES APLICAÇÃO DE ESCALA DE RISCO FAMILIAR E GENOGRAMA NO CONTEXTO DA DISCIPLINA VIGILÂNCIA EM SAÚDE Palmira de Fátima Bonolo Alexandrina Batista Rodrigues Diego Andrade Leal Fabiana Chamon de Moura Helivelton Rocha Azevedo Leonardo Pereira Ramiro Samuel de Andrade Araújo Stéphanie Duffles Rocha Franco Vitor Alves Dourado Introdução: O Plano Estadual de Saúde – MG propõe que “(...) realizar o diagnóstico local, tendo em vista a territorialização, o cadastramento das famílias, o levantamento dos problemas das famílias e a classificação familiar por grau de risco.”1Dentre os ferramentas propostas está a estratificação de risco das famílias sob cobertura de cada Unidade Básica 1. Através dessa classificação podem-se identificar as famílias que apresentam maior vulnerabilidade quanto a morbidades e agravos. O Genograma é uma representação gráfica da família e tem sido utilizado em diversos contextos. As informações reunidas nesse instrumento podem incluir aspectos genéticos, médicos, sociais, comportamentais, relacionais e culturais, que denotam a estrutura e configuração da família dando indícios de seu funcionamento e dinâmica. Objetivos: Aplicar o Roteiro para Classificação das Famílias por Grau de Risco da Secretaria Estadual de Saúde – MG e construir um Genograma de uma família atendida pela Unidade Básica de Saúde de Passagem, Mariana – MG. Métodos: Uma família foi selecionada pelo Grau de Risco Médio ou Alto previamente avaliado pela equipe e pela disponibilidade para receber visitas dos alunos. Foram realizadas duas visitas em que foi aplicado o Roteiro para Classificação das Famílias por Grau de Risco e o construído o Genograma Familiar. Resultados e Conclusão:A família selecionada foi classificada como Grau de Risco Médio - 3 (Fatores Socioeconômicos = 0, Presença de Condições ou Patologias Crônicas Prioritárias = 3). Através do Genograma foi possível identificar relações hostis intrafamiliares para com o indivíduo etilista crônico, o que implica em menor apoio familiar levando a uma situação de vulnerabilidade não identificável pela estratificação de risco. Apesar de se dispor de um roteiro para a classificação familiar por grau de risco, o levantamento dos problemas das famílias transcende os itens que constam nesse instrumento. Pelas características de aplicação e pelas informações reunidas, o Genograma se mostrou um instrumento válido para ampliar o diagnóstico local focando a saúde da família como uma unidade, considerando-se tanto os fatores individuais quanto contextuais dos determinantes do processo saúde-doença. Palavras-chave: Vigilância em saúde, Atenção Primária à Saúde, risco familiar. Referências: 1- MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Saúde. Plano Estadual de Saúde 20082011. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/publicacoes/planejamento-gestaoem-saude/sistema-de-gestao-do-sus/Plano%20Estadual%20de%20Saude.pdf> aceso em 1 jun. 2011 2- WENDT, Naiane Carvalho; CREPALDI, Maria Aparecida. A Utilização do Genograma como instrumento de coleta de dados na pesquisa qualitativa. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 21, n. 2, 2008 . Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010279722008000200016&lng=en&nrm=iso>. accesson 06 June 2011. doi: 10.1590/S0102-7972200800020001 POSTERES ASMA EM CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS NO PSF CAMINHAR – PIEDADE Aline Fernandes Silva Bruno de Oliveira Rocha Monize Romualdo de Carvalho Rocha Natália Maira Resende Núbia Bernardes Carvalho Tatiane Cínthia Nascimento Palmira de Fátima Bonolo Introdução: A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas. Manifesta-se por meio de episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, desconforto torácico e tosse, particularmente à noite e pela manhã. Levou à internação de 10 crianças de zero a nove anos em Ouro Preto, 2,5% do total das internações, evidenciando a necessidade de uma sistematização do serviço de saúde local a fim de melhorar a qualidade de vida dessas crianças e de evitar o agravamento dessa doença. Objetivos: Adequar o protocolo de manejo da asma à realidade da comunidade do bairro Piedade, em Ouro Preto – MG; Melhorar o conhecimento acerca da doença e a adesão ao tratamento da asma; Promover uma educação continuada da equipe de saúde do PSF Caminhar – Piedade para melhor identificação/captação das crianças asmáticas. Metodologia: Foram feitas visitas domiciliares supervisionadas pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). Para a elaboração do protocolo, realizou-se pesquisa bibliográfica sobre a fisiopatologia, classificação, diagnóstico e tratamento da asma nas bases de dados MEDLINE, Scielo, BVS e nos sites da Secretaria de Saúde do Governo Federal e da Associação Médica Brasileira. Promoveu-se educação continuada da equipe de saúde por meio de palestras que abordavam a fisiopatologia da asma e o uso dos medicamentos. Além disso, realizaram-se grupos operativos com os cuidadores das crianças e foram distribuídas cartilhas explicativas para a comunidade. Discussão: O diagnóstico da asma é um grande desafio, refletindo em subdiagnóstico e em baixa adesão ao tratamento. Além disso, a ausência de um acompanhamento sistemático dessa população no serviço primário resulta em maior número de procura de Unidades de Atendimento Secundário e, consequentemente, em maior número de internações. A adequação de um protocolo para o manejo da asma possibilitou maior e melhor identificação desses pacientes, sistematizando as condutas a serem tomadas. Juntamente com o protocolo, a educação continuada das ACSs propiciou a formação de multiplicadores dos conhecimentos básicos da asma. A realização de grupos operativos com as mães tornou possível o esclarecimento de dúvidas pré-existentes quanto ao conceito de asma e seus tratamentos e de condutas para minimizar o número de crises. Nos grupos operativos, o ensino de técnicas simples de armazenamento e limpeza de bombinhas e espaçadores, além da confecção destes com materiais recicláveis, propiciaram a conscientização da corresponsabilidade diante do tratamento. Conclusão: As características climáticas de Ouro Preto e, mais precisamente, a situação social da comunidade do bairro Piedade contribuem para o agravamento do quadro clínico de pacientes asmáticos. Essa situação peculiar respalda a necessidade de intervenções como as iniciadas pelo Projeto. A falta de uma sistematização gera uma sobrecarga de determinados profissionais e do sistema secundário de saúde, além da cronificação e agravamento da doença. A continuidade do Projeto possibilitará um melhor acompanhamento de crianças portadoras de asma, reduzindo diretamente as morbidades decorrentes desta doença. Palavras-chave: asma, educação continuada, protocolo. Referências: 1. Asma na infância e adolescência. Disponível em: <http://www.homolog.telessaudebrasil.org.br/php/level.php?lang=pt&component=36&i tem=14>. Acesso em: 20 de abril de 2011. 2. Protocolo do Programa Criança que Chia. 36f. Prefeitura de Belo Horizonte. POSTERES ASPECTOS ANATOMOCLÍNICOS DA ENCEFALITE LETÁRGICA Mirla Fiuza Diniz Camila Biazussi Damasceno Thiago Andrade Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: A encefalite letárgica é uma encefalite viral que se manifesta por sonolência progressiva, letargia e tremores, sendo que o tipo de vírus vinculado ainda não foi descoberto. No inicio do século XX houve uma epidemia desta doença e os indivíduos que sobreviveram à infecção inicial exibiram várias sequelas graves, como o desenvolvimento de parkinsonismo pós-encefalítico, com sintomas de bradicinesia ou acinesia, tremor em repouso e rigidez muscular, sintomas cardinais do parkinsonismo. Fármacos como a levodopa, precursor de dopamina, foram administrados a pacientes acometidos pela encefalite letárgica, contudo a resistência ao medicamento foi desenvolvida com o tempo e os efeitos que deveriam ser benéficos foram inferiores aos inconvenientes posteriores. Alguns estudos visam compreender os mecanismos por traz dessa doença, como o dano oxidativo advindo de produtos da metabolização da dopamina, contudo as informações a esse respeito ainda são restritas. A revisão a respeito deste abrangeria o conhecimento em núcleos da base com o enfoque patológico e, desta forma, complementariam as informações obtidas na graduação. Objetivos: Evidenciar os aspectos neuroanatômicos envolvidos na encefalite letárgica ao promover uma revisão bibliográfica sobre esta doença complexa. Discussão: As principais estruturas envolvidas na encefalite letárgica são os núcleos da base, compostos principalmente pelos núcleos caudado, putâmen, subtalâmico, globo pálido e substância negra do mesecéfalo. Estas áreas compreendem um grupo de núcleos do encéfalo funcionalmente interconectados com o córtex cerebral, tálamo e tronco encefálico. O mistério que envolve a encefalite letárgica foi a principal motivação para a busca por trabalhos publicados a seu respeito, pois se trata de uma encefalite atípica, que se relaciona com o parkinsinismo pos-encefalitico por provocar tremores. A epidemia de 1915 não foi compreendida completamente, e um dos primeiros a descrever a doença e seus sintomas foi Constantin von Economo. O relato dessa epidemia esta presente, também, na obra do neurologista Oliver Sachs, Awakenings (1973), que relata o efeito temporário da levodopa no tratamento de pacientes com encefalite letárgica, já que não existe cura conhecida para a encefalite letárgica e o tratamento consiste em cuidados paliativos. Conclusão: A encefalite letárgica está fortemente correlacionada ao parkinsonismo secundário, sua etiologia é controversa e estudos adicionais são necessários para uma maior compreensão dessa doença. Observou-se também, que o tratamento com levodopa mostrou-se ineficiente de acordo com os autores. A revisão realizada possibilitou um aprendizado mais profundo das informações adquiridas na graduação sobre as várias áreas neuroanatômicas, suas funções e toda a sintomatologia decorrente de suas lesões. Palavras-chave: Encefalite letárgica – Parkinsonismo – Neuroanatomia. Referências: 1. DALE, R. C. et al. Encephalitis lethargica syndrome: 20 new cases and evidence of basal ganglia autoimmunity. Brain [S.I.], v. 127, n. Pt 1, p. 21-33, Jan 2004. 2. FOSTER, H. D.; HOFFER, A. The two faces of L-DOPA: benefits and adverse side effects in the treatment of Encephalitis lethargica, Parkinson's disease, multiple sclerosis and amyotrophic lateral sclerosis. Med Hypotheses [S.I.], v. 62, n. 2, p. 17781, 2004. POSTERES ASPECTOS ATUAIS EM CIRURGIA BARIÁTRICA Lídia Lacerda Guimarães Luciano de Barros Mendes Prof. Iure Kalinine Introdução: A obesidade é caracterizada por um aumento no acúmulo de tecido adiposo no organismo resultante de um balanço calórico positivo.Sua causa é multifatorial e compreende além de fatores genéticos e metabólicos, aspectos comportamentais, sociais e culturais. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) 1,6 bilhões de pessoas acima de 15 anos foram classificadas em sobrepeso e 400 milhões estavam obesas em 2005.Nesse contexto, a cirurgia bariátrica tem alcançado um papel cada vez mais importante no tratamento da obesidade. De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), foram realizadas, em todo o Brasil, 6.155 cirurgias bariátricas entre 2001 a 2005.Objetivo:Realizar uma revisão ampla dos aspectos atuais relacionados à cirurgia bariátrica.Discussão:A obesidade é classificada de acordo com o índice de massa corporal (IMC) em grau I (moderado excesso de peso) com IMC entre 30 e 34,9 kg/m², grau II (obesidade leve ou moderada) com IMC entre 35 e 39,9 kg/m² e grau III (obesidade mórbida) com IMC maior ou igual a 40 kg/m². Dependendo do grau da obesidade, a intervenção terapêutica pode envolver várias abordagens que variam de tratamentos não farmacológicos, farmacológicos até cirúrgicos. O tratamento não farmacológico consiste principalmente na mudança de estilo de vida, o qual envolve principalmente a dieta e a atividade física. O tratamento farmacológico da obesidade está indicado quando o paciente tem IMC maior que 30 ou quando o indivíduo apresenta doenças associadas ao excesso de peso com IMC superior a 25 em situações nas quais não obteve sucesso com a mudança de estilo de vida. Os medicamentos são classificados em pré-absortivos (derivados β-fenetilamínicos e fenilpropanolamínicos, Mazindol e inibidores seletivos da recaptação de serotonina) e em pósabsortivos (análogos da lipstatina). O balão intragástrico é uma modalidade não cirúrgica que pode ser usado por tempo limitado com o intuito de auxiliar o pré-cirúrgico. O tratamento cirúrgico é indicado para pacientes com IMC > 40kg/m² ou com IMC > 35kg/m² associado a determinadas comorbidades. No que tange às técnicas cirúrgicas temos a seguinte classificação:cirurgias puramente restritivas, como a bandagem gástrica ajustável, e as cirurgias restritivas e mal-absortivas, como a derivação gástrica em Y de ROUX. Como complicações da cirurgia pode-se citar a má absorção de nutrientes e a síndrome de dumping.Conclusão:A cirurgia bariátrica tem se mostrado uma importante ferramenta no tratamento da obesidade. Contudo , sua eficácia depende do comprometimento do paciente e equipe de saúde. Palavras-chave: obesidade, tratamento,cirurgia. Referência: 1. GONZAGA,M.F.M.Manejo clínico de pacientes com obesidade grave tratados com cirurgia bariátrica. Brasília Med 2008;45(3):198-207. 2. FANDIÑO,J.;BENCHIMOL,A.K.;COUTINHO,W.F.;APPOLINÁRIO,J.C.Cirurgia Bariátrica: aspectos clínicos-cirúrgicos e psiquiátricos R. Psiquiatr. RS, 26'(1): 47-51, jan./abr. 2004. POSTERES AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PACIENTES CADASTRADOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PATROCÍNIO-MG Ademar Gonçalves Caixeta Neto Andréa Caixeta Gonçalves Fernanda Machado de Sá Ferreira Geraldo Magela Cardoso Filho Introdução: A hipertensão arterial é conceituada pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2009), como uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados, associados a alterações metabólicas, hormonais e fenômenos tróficos, sendo considerada um dos principais fatores de risco para morbi-mortalidade cardiovascular, representando no Brasil um dos problemas de saúde pública mais comuns. No país, estudos epidemiológicos estimam prevalências de 22% a 43% da população adulta com mais de 40 anos. Objetivo: Verificar quais fatores de risco sugerem maior associação com a hipertensão arterial e quais são as classes de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados por pacientes cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde de Patrocínio-MG. Metodologia: Trabalho realizado em julho de 2010, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI). Foi selecionada amostra aleatória de 50 pacientes (35 mulheres e 15 homens) - de um universo de 200 indivíduos - com idades entre 24 e 86 anos, atendidos em uma unidade básica de saúde do município de Patrocínio-MG. A coleta de dados envolveu questionário semi-estruturado, aferição da pressão arterial, peso e altura. Quanto às variáveis antropométricas, o peso foi aferido por meio da balança Conthey®, enquanto que a estatura foi determinada pela utilização do estadiômetro da marca ALTURAEXATA®. Foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) como a razão do peso (kg) pela altura (cm²), sendo os indivíduos classificados como portadores de baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade, segundo as recomendações propostas pela World Health Organization (WHO, 1998) para adultos e por Lipschitz (1994) para idosos. Em relação à estatística, a base de dados foi construída em planilha de Excel (Office versão 2003) e os resultados foram expressos em média, desvio-padrão e/ou porcentagem. Para aferição da pressão artéria, a qual foi medida 3 vezes, com intervalo de 5 minutos entre as mesmas, e obtida pela média aritmética destas, utilizou-se esfigmomanômetro mecânico aneróide da marca BD® (735095, Brasil), estetoscópio da marca Littmann® (Classic II S.E.). A hipertensão foi diagnosticada através da pressão arterial sistólica > 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica > 90 mmHg e/ou uso de medicação anti-hipertensiva. Resultados: A prevalência de hipertensão arterial foi maior em indivíduos do sexo feminino (70%), brancos (76%), sobrepeso/obesidade (74%) e com idade igual ou superior à 40 anos (96%). Os antihipertensivos mais utilizados foram os inibidores de ECA (48%) e os diuréticos tiazídicos (46%). Conclusão: Os resultados sugerem associação positiva com idade, IMC, sedentarismo, sexo e etnia com Hipertensão Arterial. As classes de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizadas foram inibidores de ECA, diuréticos tiazídicos, betabloqueadores, diuréticos de alça e inibidores adrenérgicos. Palavras-chave: Hipertensão Arterial, Fatores de Risco, Anti-hipertensivos. Referências: 1. WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Obesity: preenting and managing the global epidemic. Genebra, 1998.; 2. LIPSCHITZ, D.A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care. 1994; 21(1):55-67. POSTERES AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES CADASTRADOS NO HIPERDIA – PSF BAUXITA Ana Carolina Santana e Silva Jean Felipe Medeiros João Antônio Tempesta Baratti² Juliana Nascimento Natália Reis de Carvalho Renato Souza Malverde Robert Eduardo Emídio Palmira de Fátima Bonolo Introdução: A constatação da prevalência da hipertensão arterial criou a necessidade de programas governamentais para acompanhamento da população acometida. O HIPERDIA é um Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus. Objetivo: O objetivo do estudo foi classificar os pacientes da Estratégia Saúde da Família (ESF) Bauxita na cidade de Ouro Preto cadastrados no HIPERDIA segundo risco cardiovascular e relacioná-lo à pressão arterial sistólica (PAS). Métodos: Estudo desenvolvido por monitores do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), Universidade Federal de Ouro Preto e Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto. Análise de corte transversal a partir da avaliação de registros dos pacientes cadastrados no HIPERDIA da ESF Bauxita, tendo como critério de inclusão ter consulta em 2010 ou 2011. O escore de Framingham (Mafra et al, 2008) foi usado para o cálculo do risco cardiovascular (RCV). Realizou-se análise descritiva de características sociodemográficas (idade, sexo); comportamental (tabagismo) e clínicas (controle da Pressão Arterial Sistêmica – PAS –, diabetes). O parâmetro da PAS foi compensada (<140 mmHg) e descompensada (≥140 mmHg) e do RCV foi agrupado em risco muito baixo e baixo (RCVb) e risco moderado e alto (RCVa). Para a análise estatística avaliouse a associação entre as variáveis de exposição e o RCV. Foi verificada a Razão de Chances (OR) com p ≤ 0,05. Resultados: Analisou-se 564 registros, dos quais 253 tinham consulta em 2010 e 2011. Destes, 95 (37,5%) continham dados necessários para o cálculo do RCV. Padrão de frequências: idade maior que 60 anos (63,2%), sexo feminino (76,8%), não diabéticos mellitus (61%), não tabagistas (84,2%), PAS controlada (53,7%), HDLc > 40 (83,2%), e RCVb (73,7%). O grupo com PAS não controlada mostrou uma propensão quatro vezes maior de desenvolver o RCVa (OR=4,35 e p>0,0027). Conclusão: A análise do perfil dos cadastrados no HIPERDIA com consultas entre 2010 e 2011 permitirá o estabelecimento de protocolos mais eficientes de atendimento. Apesar dos registros médicos incompletos inviabilizarem uma amostra maior, a associação entre PAS não controlada e RCVa confirmou os resultados esperados pela literatura. Palavras-Chave: PET-Saúde, Risco Cardiovascular, HIPERDIA. Referências: 1) MAFRA, Felipa; OLIVEIRA, Helena. Avaliação do Risco Cardiovascular – Metodologias e suas implicações na prática clínica. Rev Port Clin Geral 2008;24:391-400. [cited 2011-04-04]. Available from: <http://www.apmcg.pt/files/54/documentos/20080717113606390471.pdf>. 2) SBC. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Portal Cardiol. 2006. [cited 2011-06-06]. Available from: <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2006/VDiretriz-HA.asp>. POSTERES BAIXO PESO INFANTIL: UM PROJETO DE MANEJO E RESOLUÇÃO André Aguiar Souza Furtado de Toledo André Mendonça Henriques Diniz Chimeny Brugnara Penido Isabella Santiago Ramos Mariana Benzaquen Ferreira Marilucy de Oliveira Santos Michelline Guilherme Corrêa Natália Baldin Bastos Pedro Henrique Braga Identificação do problema: A desnutrição é considerada um problema social e de saúde pública, por causa da sua natureza multicausal. A principal causa de desnutrição infantil é a pobreza, a qual está diretamente relacionada com baixa ingestão de alimentos, dieta inadequada, capacidade de cuidado da mãe, falta de orientação nutricional, aprendizado cultural, desemprego/subemprego familiar, saneamento básico escasso e atenção primária à saúde deficitária. Cenário: Centro de Saúde Flor de Liz (Padre Faria), localizado no município de Ouro Preto – MG, que apresenta uma população adscrita de 4.132 pessoas, divida em sete microrregiões. Desenvolvimento: Diante da magnitude e complexidade deste problema, foram propostas intervenções que minimizem a desnutrição e buscou-se avaliar a evolução do quadro em um integrante de uma família de risco. Na entrevista, constatou-se que a criança foi alimentada exclusivamente com leite materno até 13 meses de vida e que, somente a partir dessa idade, introduziram-se outros alimentos. É digno de nota a baixa renda familiar, o analfabetismo do pai e o transtorno psiquiátrico da mãe. Realizaram-se medidas antropométricas periódicas, a fim de se avaliar o ganho ponderal e o desenvolvimento da paciente em questão. Resultados: Quanto à avaliação antropométrica, verificou-se um aumento da estatura e uma redução do IMC, em função da lenta e variável evolução do ganho de peso nos quatro momentos de aferição. Além disso, foi detectado o frágil vínculo da família com o centro de saúde, refletindo no não comparecimento da mãe às consultas e na sua resistência às visitas domiciliares. Conclusões: A partir dos resultados, nota-se a complexidade da intervenção em um quadro de desnutrição dada à ampla gama de fatores implicados na sua gênese e manutenção. Neste contexto, ressalta-se o não estabelecimento de um vínculo efetivo entre família e sistema de saúde como possível determinante do insucesso desta intervenção. Provoca-se, assim, devido a uma reação de defesa da família, uma consulta que não reflete a realidade vivida e, consequentemente, adotam-se medidas incompatíveis com as necessidades identificadas no quadro do paciente. Palavras-chave: desnutrição, intervenção, vínculo. Referências: 1. Blössner, Monika, de Onis, Mercedes. Malnutrition: quantifying the health impact at national and local levels. Geneva, World Health Organization, 2005. (WHO Environmental Burden of Disease Series, No. 12 2. COUTINHO, Janine Giuberti; GENTIL, Patrícia Chaves and TORAL, Natacha. A desnutrição e obesidade no Brasil: o enfrentamento com base na agenda única da nutrição. Cad. Saúde Pública [online]. 2008, vol.24, suppl.2, pp. s332-s340. ISSN 0102-311X. doi: 10.1590/S0102-311X2008001400018. POSTERES CIRURGIA ENDOSCÓPICA TRANSLUMINAL POR ORIFÍCIOS NATURAIS (NOTES) – REALIDADE ATUAL Geysla Almeida Carvalhais Mourão Marcos Vinícius Pimentel Cardoso Iure Kalinine Souza Introdução: A prática médica é marcada por constante evolução em todos seus ramos. Isso também ocorre na Clínica Cirúrgica. O advento da anti-sepsia e assepsia, a antibioticoterapia e o entendimento cada vez mais profundo da biologia molecular, são exemplos desses avanços. As técnicas também evoluem cada à medida que novas medidas diagnósticas e terapêuticas são criadas. A busca por procedimentos minimamente invasivos e de baixo custo ocorre desde o século 19. Um grande avanço que marcou a cirurgia moderna foi a videolaparoscopia (cirurgia minimamente invasiva), em 1985, quando Muhe realizou uma colecistectomia laparoscópica. Devido as suas já conhecidas vantagens, a laparoscopia foi difundida e é utilizada como rotina em diversas especialidades cirúrgicas. O próximo passo na evolução das cirurgias pode ser representado pelas cirurgias sem incisões abdominais. Objetivos: revisamos a literatura utilizando o banco de dados da pubmed a fim de esclarecer o que são as cirurgias endoscópicas transluminais através de orifícios naturais (NOTES, do inglês “Natural Orifice Translumenal Endoscopic Surgery) e evidenciar seus avanços, limitações e perspectivas. Discussão: As NOTES englobam novas vias de abordagem endoscópica do abdome fundamentadas na possibilidade de operar a partir de orifícios naturais, surgindo como uma nova perspectiva da cirurgia, baseada no princípio da abordagem sem incisões abdominais. É uma abordagem que converge técnicas endoscópicas intraluminais (endoscopia) e extraluminais (laparoscopia), que requer novos equipamentos, treinamento especial e colaboração interdisciplinar. A maioria das críticas contra as NOTES ecoa do que foi dito contra aqueles que foram pioneiros em cirurgia laparoscópica. Já existe número crescente de adeptos desta técnica, com sociedades já formadas e outras em criação. Atualmente, um dos principais órgãos de desenvolvimento das operações por orifícios naturais é a Sociedade Européia de Cirurgia com intuito de oferecer recomendações, guia e suporte para esta nova modalidade. Existem questões técnicas que ainda não estão devidamente esclarecidas na literatura, como o desenvolvimento de instrumentos adaptados; o local ideal para realizar a incisão; a forma de proteção dos órgãos adjacentes; como os tecidos vizinhos seriam afastados; como alterações fisiológicas seriam controladas caso; como seria a aproximação e síntese dos tecidos; como enfrentar situações de peritonite ou gordura intra-abdominal excessiva; em quais centros seriam realizados treinamentos para aquisição de conhecimentos e experiência. Teoricamente, apresentam vantagens, mas precisam ser consolidadas como prática segura factível e com bons resultados não só a curto, mas também a longo prazo. Para tal, estudos prospectivos necessitam ser realizados. Conclusões: É esperado que em breve seja possível saber se as NOTES serão de fato a nova tendência cirúrgica mundial, se será uma técnica complementar à laparoscopia ou utilizada em pacientes selecionados, ou se não passarão apenas de uma promessa. Palavras chave: cirurgias orificiais, cicatriz, incisões Referências: 1-ZORRON, Ricardo; COELHO, Djalma; FLACH, Luciana; LEMOS, Fabiano B.; MOREIRA, Moacyr S.; OLIVEIRA, Priscila S.; BARBOSA, Alain M. Cirurgia por orifíciosnaturais transcolônica: acesso NOTES peri-retal (PNA) para excisão mesoretal total. Rev bras. colo-proctol. vol.30 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2010 2-Portincasa P, Moschetta A, Palasciano G. Cholesterol gallstone disease. Lancet. 2006; 368(9531):230-9. POSTERES CORRELAÇÕES NEUROANATÔMICAS, NEUROQUÍMICAS E CLÍNICAS ENTRE A PRIVAÇÃO SENSORIAL DA VISÃO E O CICLO SONO VIGÍLIA Lillian Guimarães de Faria Luiza Fagundes Lima Maíra Lopes Xavier Vinícius Boaratti Ciarlariello Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: O ciclo sono vigília é o mais proeminente de todos os ritmos biológicos circadianos. Um ritmo circadiano tem duração aproximada de 24 horas, podendo haver variações para mais ou para menos. Além do ciclo sono vigília, há diversos outros processos que se repetem diariamente no organismo. Para que haja ritmicidade endógena é necessário que alguma estrutura opere como um marcapasso. Em mamíferos, neurônios dos núcleos supraquiasmáticos, localizados no hipotálamo e adjacentes ao quiasma óptico, exercem esse papel. Esses sistemas de temporização interna são sincronizados à variação temporal exógena principalmente pela alternância claro- escuro. A luz que passa através do nervo óptico não tem a finalidade apenas de ser transformada em cores e imagens, ela também exerce papel fundamental no sistema circadiano. Objetivos: Investigar através de revisão da literatura as bases fisiopatológicas dos distúrbios no ciclo sono vigília e sua relação com a privação sensorial da visão. Discussão: Sabe-se que o estímulo luminoso, após ser captado pela retina, segue pelo nervo óptico até o núcleo supraquiasmático, que funciona como um sensor para inibir a produção de melatonina pela glândula pineal. Essa dependência da luz solar para sincronização da ritmicidade circadiana levanta uma questão: há um perfil diferenciado no ritmo circadiano de indivíduos com privação sensorial da visão? Em indivíduos cegos, a captação precária de luz pela retina pode alterar o funcionamento do sistema circadiano, pois sem informações corretas sobre o ambiente externo, o organismo pode não ser capaz de estabelecer uma relação de sincronia entre a ritmicidade endógena e exógena. Comparados às pessoas que enxergam normalmente, deficientes visuais apresentam distúrbios do sono com mais freqüência, contudo, as mesmas investigações enfatizam que é necessária uma avaliação criteriosa antes de se deduzir que tais problemas do sono são produto da cegueira, visto que a maioria das pessoas consideradas realmente cegas tem pelo menos alguma percepção da luz. Pesquisas demonstram que mesmo com a ruptura do nervo óptico de ratos, o ciclo circadiano persiste, sugerindo a existência de outros mecanismos endógenos naturais, além do estímulo luminoso, participantes do sistema circadiano. As implicações desses estudos são múltiplas: já é sabido que relógios biológicos perturbados estão associados a distúrbios metabólicos, como diabetes, problemas de saúde mental e mesmo câncer. Conclusão: A luz solar tem sido identificada como principal mecanismo oscilatório ambiental usado pelo sistema de temporização circadiano. Apesar disso, constatou-se que muitos deficientes visuais mantêm um mecanismo de temporização endógeno a despeito de sua percepção luminosa reduzida ou ausente. Esse fato sugere a existência de padrões intrínsecos de regulação cronotrópica independentes do estímulo luminoso, sendo necessários mais estudos que permitam a identificação precisa de tais padrões. Palavras-chave: ciclo circadiano; privação sensorial da visão; estímulo luminoso Referências: 1- FELIPPE, Maria Cristina Godoy Cruz. Estudo da ocorrência das queixas de distúrbios do sono em crianças e adolescentes com deficiência visual: cegueira e baixa visão, 2008. 2- ARAUJO, John Fontenele. Relógios Biológicos Existem? Revista Neurociências; Editora ATLÂNTICA, volume 2, julho/agosto 2005. POSTERES CONSIDERAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS DO AUTISMO: ENVOLVIMENTO DOS LOBOS TEMPORAIS Aihancreson Kirchoff Vaz Oliveira Michelle Simões Montrezor Thiago Pereira Andrade Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: O autismo infantil é um grave transtorno de desenvolvimento que atinge a linguagem, a cognição e a interação social. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o autismo é uma síndrome que tem como características respostas anormais a estímulos auditivos e/ou visuais, como também dificuldade na compreensão da linguagem e padrões de comportamento estereotipados. O entendimento atual da neuropatologia do autismo é possível devido às novas técnicas de imagens cerebral, como a tomografia por emissão de pósitrons, tomografia por emissão de fóton único, a morfometria baseada em voxels e ressonância magnética funcional. O diagnóstico complementar baseado em imagens requer grande conhecimento neuroanatômico de estruturas cerebrais para possível identificação de anormalidades que poderão ser correlacionadas às evidências clínicas do aspecto autista. Objetivo: Relatar algumas áreas cerebrais envolvidas no transtorno autista, possibilitando uma melhor compreensão das relações entre os lobos temporais e a maioria dos comportamentos evidenciados nesta síndrome. Discussão: Estudos que realizaram estimulação auditiva em pessoas autistas sugeriram que o autismo está associado a um padrão anormal de ativação auditiva do córtex temporal esquerdo. Esta área se relaciona com a organização da linguagem e, portanto, uma anormalidade nessa região pode causar prejuízos na linguagem e na resposta aos sons. Estudos de neuroimagem funcional detectaram, em indivíduos não acometidos pelo autismo, acentuada ativação dos giros occipto-temporais laterais ou giros fusiformes de cada lobo temporal em resposta ao reconhecimento de faces. Esta resposta estava notavelmente diminuída em autistas. Em indivíduos não afetados existe uma área seletiva para a voz e esta encontra-se ausente em autistas. Combinando-se os resultados de percepção anormal de faces e vozes, pode-se explicar porque os portadores do transtorno autista possuem dificuldade de interação social. Além disso, alterações foram detectadas nas bordas do sulco temporal superior de indivíduos autistas, como a redução de substância cinzenta. Este local é importante para a percepção da voz e para os movimentos biológicos (movimentos dos olhos, boca, mãos e corpo). Estes dados ajudam a explicar porque os autistas possuem déficits na percepção do olhar, contato visual pobre durante a comunicação e padrões de comportamento estereotipados. Todas as disfunções mencionadas ocorrem nos lobos temporais, que se acredita ser uma área central para o processamento de estímulos ambientais que ingressam no sistema nervoso por meio dos órgãos sensoriais visuais e auditivos. Portanto, anomalias nessa área explicam a maioria dos sinais clínicos observados no autismo. Conclusão: O conhecimento da neuroanatomia clínica é imprescindível para o entendimento da clínica neurológica do autismo, pois áreas dos lobos temporais apresentam-se hipoativas no transtorno autista. Isso é compatível com os sintomas clínicos apresentados e explica a dificuldade na execução de tarefas que requerem interação social. Palavras-chaves: autismo, lobo temporal, anatomia clínica. Referências: 1. Fernandes FDM. Sugestões de procedimentos terapêuticos de linguagem em distúrbios do espectro autístico. In: Limongi S, organizadora. Procedimentos terapêuticos em linguagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. p. 55-66. 2. ZILBOVICIUS, Mônica; MERESSE, Isabelle and BODDAERT, Nathalie. Autismo: neuroimagem. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2006, vol.28, suppl.1, pp. s21-s28. ISSN 1516-4446. doi: 10.1590/S1516-44462006000500004. POSTERES CONSIDERAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS DA PLEXOPATIA BRAQUIAL BILATERAL: RELATO DE CASO RARO INTRODUÇÃO: O plexo braquial representa o suprimento nervoso para os membros superiores. É formado pelos ramos anteriores dos nervos C5, C6, C7, C8 e T1. Por meio da união dos ramos, formam-se três troncos: superior (C5 e C6); médio (C7) e inferior (C8 e T1). Cada tronco forma duas divisões: uma anterior e uma posterior. As divisões posteriores se unem para formar o fascículo posterior; as divisões anteriores do tronco superior e do médio formam o fascículo lateral e a divisão anterior do tronco inferior forma o fascículo medial. Os nervos terminais originados após a formação dos fascículos são: musculocutâneo, ulnar, axilar, radial, mediano. As lesões do plexo braquial acima descrito são comuns, pois o membro superior é pouco fixado ao tronco quando comparado ao membro inferior e mais facilmente afetado por forças de tração. Ocorrem na maioria dos acidentes motociclísticos (causa de 54% de lesões desse plexo) e também em recém nascidos devido à tração de seu braço durante o parto, com prevalência entre 0,2 a 2,0 a cada 1000 partos. Os músculos supridos pelos nervos periféricos lesados exibem paralisia flácida e atrofia. Lesões bilaterais do plexo braquial são raras e podem ser confundidas com lesões da medula espinhal. OBJETIVO: Descrever um relato de caso de plexopatia braquial bilateral grave e suas considerações anatomoclínicas. DISCUSSÃO: A.S, 20 anos, sexo masculino sofreu acidente motociclistico e foi encaminhado ao Hospital João XXIII, em Belo Horizonte – Minas Gerais, onde foi diagnosticada lesão bilateral do plexo braquial. Após ressonância magnética da coluna cervical, se observou sinais de avulsão da raiz neural esquerda C6 e uma coleção líquida epidural anterior, desde a altura de C1 até T1-T2, causando compressão da face ventral da medula. A eletroneuromiografia dos membros superiores encontrou potenciais de ação sensitivos com amplitudes bastante reduzidas nos nervos medianos e ulnar direito e ausentes nos radiais e no ulnar esquerdo. Os potenciais de ação motor estavam reduzidos à esquerda e ausentes à direita nos nervos medianos (deficiência de músculos da eminência tênar, músculo abdutor curto do polegar e oponente do polegar) e ulnares. As velocidades de condução sensitiva estavam normais bilateralmente e a velocidade motora estava levemente diminuída à esquerda. Dado essas anormalidades neurofuncionais de caráter axonal, o diagnóstico foi de plexopatia braquial bilateral grave. Para o tratamento, foi indicado acompanhamento de fisioterapia e terapia ocupacional, além do uso contínuo de injeções de vitamina B12 intramuscular. Esse medicamento possui um mecanismo de ação antiálgica por intervenção no metabolismo da mielina, possibilitando condições de regeneração do cilindro-eixo da célula nervosa. CONCLUSÃO: O conhecimento neuroanatômico do plexo braquial é indispensável para o entendimento da plexopatia braquial, para que, desta forma, seja possível orientar as ações de saúde tanto para o planejamento da assistência ao traumatizado como para a definição de manobras para prevenção. PALAVRAS-CHAVE: Lesão do plexo braquial bilateral. Acidente motociclístico. Relações anatomoclínicas. REFERÊNCIAS: 1. MOORE, K. L.; DALLEY, A.F. Anatomia Orientada para a Clínica. Quinta Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2007. 1101 p. 2. FLORES, L. P. Estudo epidemiológico das lesões traumáticas do plexo braquial em adultos. Disponível em: <http://www.scielo.org>. Acesso em 02 de jun. 2011. POSTERES DÉFICITS NEUROLÓGICOS AUMENTAM O RISCO DE QUEDA EM IDOSOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA Marina Letícia Massote Couto Nayane Moura Maia Patrícia Junqueira de Resende Thiago Pereira Andrade Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: Com o aumento da expectativa de vida da população a partir dos investimentos médicos e socioeconômicos na área da saúde, a discussão sobre geriatria está se tornando cada vez evidente. Os problemas de saúde relacionados aos idosos geram conseqüências importantes para a funcionalidade e independência. As quedas são eventos traumáticos na vida dos idosos e interferem diretamente na qualidade de vida, podendo acontecer tanto dentro das residências quanto fora e por diversos fatores. O equilíbrio é um processo complexo que envolve os esforços conjugados de mecanismos aferentes dos sistemas sensoriais visual, vestibular e proprioceptivo, assim como de mecanismos eferentes dos sistemas motores, que compreendem a força muscular dos membros superiores e inferiores e flexibilidade articular. As respostas aferentes e eferentes são organizadas por uma variedade de mecanismos centrais ou funções do sistema nervoso central que recebem e organizam as informações sensoriais e programam respostas motoras apropriadas. Com o aumento da idade, a atividade deste processo se torna mais difícil e ocorrem as quedas. Objetivo: Analisar as causas neurológicas associadas às quedas em pessoas idosas. Discussão: A origem da queda pode ser associada a fatores intrínsecos – decorrentes de alterações fisiológicas do envelhecimento, doenças e efeitos de medicamentos, e a fatores extrínsecos – circunstâncias sociais e ambientais que oferecem desafios ao idoso. Existem fatores ambientais que oferecem riscos de quedas aos idosos, como exemplo piso escorregadio no banheiro e calçados inadequados. Existem déficits neurológicos associados ao avançar da idade que influenciam a marcha e o equilíbrio, tais como eficácia reduzida dos neurotransmissores, redução da eficácia das conexões sinápticas, número diminuído de neurônios, tempo de reação prolongado, número diminuído de unidades motoras, capacidade sensorial reduzida e aumento do limiar para as informações sensoriais. Paralelo a isso, existem doenças neurológicas que podem ser causas de quedas como doença de Alzheimer, compressão da medula espinhal, doença de Parkinson, degeneração espinocerebelar, doença labiríntica e lesão vestibular. Estudos recentes mostraram que as mulheres idosas são mais susceptíveis às quedas do que os homens idosos. As quedas apresentam diversos impactos na vida de um idoso, que podem incluir morbidade importante, mortalidade, deterioração funcional, hospitalização, institucionalização e consumo de serviços sociais e de saúde. Além das conseqüências diretas da queda, os idosos restringem suas atividades devido a dores, incapacidades, medo de cair, atitudes protetoras de familiares e cuidadores ou até mesmo por aconselhamento de profissionais de saúde. Por isso, deve-se buscar de todas as formas evitá-las através da redução dos fatores de riscos ambientais e prática de atividade física. Conclusão: Doenças e disfunções neurológicas podem ser consideradas umas das principais causas de quedas. Palavras-chave: doença de Alzheimer, idosos, fraturas Referências: 1. Melo, Eduardo Gomes de; Azevedo, Elaine. Quedas no idoso. Temas de Reumatologia clínica- vol.8- nº4- dezembro de 2007.p.121-127. 2. Ribeiro, Adalgisa Peixoto; Souza, Edinilsa Ramos de; Atie, Soraya; Souza, Amaro Crispim de; Schilithz, Arthur Orlando. Influências das quedas na qualidade de vida dos idosos. Ciênc. saúde coletiva;13(4):1265-1273, jul.-ago. 2008. POSTERES DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE O COMA, O ESTADO VEGETATIVO PERSISTENTE E A SÍNDROME DO ENCARCERAMENTO: CONSIDERAÇÕES ANATOMO-CLÍNICAS Bárbara Vidigal dos Santos Joyce Carvalho Martins Marília Fontenelle e Silva Vinícius Boaratti Ciarlariello Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: O coma é o estado em que o indivíduo não demonstra conhecimento de si e do ambiente, caracterizado pela diminuição do nível de consciência. No estado vegetativo persistente, o paciente pode apresentar abertura de olhos, mas não orientados por estímulo, sem percepção do ambiente e passa a readquirir ciclos normais de vigília-sono. A síndrome do encarceramento, decorrente da lesão da porção ventral da ponte, leva à perda da motricidade sem afetar a consciência do indivíduo. A única forma de comunicação deste paciente com o meio externo dá-se por movimentos verticais dos olhos. Comumente, coma, estado vegetativo persistente e síndrome do encarceramento podem ser confundidos devido às similaridades dos quadros clínicos e das classificações dadas pela Escala de Coma de Glasgow, que utiliza três parâmetros para análise do nível de consciência: abertura ocular, reação motora e resposta verbal. Objetivo: Evidenciar as diferenças anatômicas e sintomatológicas entre os três estados clínicos. Discussão: A diminuição do nível de consciência é gerada por lesão do sistema ativador reticular ascendente ou lesão intensa e difusa do córtex cerebral ou de ambas as áreas. Após três semanas de instalação do coma, o paciente pode apresentar quadro de estado vegetativo persistente, cujas atividades do tálamo e do tronco cerebral, que controlam os ciclos do sono, a temperatura corporal, a respiração e a frequência cardíaca mantém-se preservadas. Se o estado vegetativo persistente se prolongar durante mais alguns meses, é improvável que o paciente recupere a consciência. No entanto, uma pessoa pode viver muitos anos nesta situação, o que gera reflexões éticas acerca dos limites entre a vida e a morte. A síndrome do encarceramento ocorre por lesões, geralmente de natureza vascular, deixando preservado o tegmento pontino e os segmentos mais craniais do tronco encefálico. Fibras eferentes motoras que provêm do córtex cerebral não conseguem chegar ao destino, dado que estão interrompidas ao nível da ponte. Os pacientes permanecem conscientes, já que a porção dorsal da ponte, onde se situa o sistema ativador reticular ascendente, mantém-se íntegra. Para medir a consciência do indivíduo e a evolução das lesões, como as citadas anteriormente, usa-se a escala de coma de Glasgow. O neurologista pede para que os indivíduos abram os olhos e provoca situações capazes de gerar reações motoras e verbais, oferecendo pontos de acordo com a resposta do paciente: 13 a 15 pontos-Lesão leve; 10 a 12 pontos-Lesão moderada; 4 a 9 pontos-Lesão grave; 3 pontos-Morte cerebral. Conclusão: A escala de coma de Glasgow pode ser considerada limitada para realizar diagnóstico diferencial entre os estados de coma, vegetativo persistente e a síndrome do encarceramento, já que ela avalia respostas que, muitas vezes, são comuns nesses três estados clínicos. Assim, faz-se necessário uma investigação detalhada por meio de ressonância magnética e monitoramento do grau de consciência a fim de evitar um diagnóstico equivocado. Palavras-chave: Neuroanatomia do coma, Estado Vegetativo Persistente, Síndrome do Encarceramento. Referências: 1. Muniz, Elaine Cristina S et al. Utilization of the Glasgow Coma Scale and Jouvet Coma Scale to evaluate the level of consciousness. Disponível em http://www.scielo.br/scielo. Data de acesso: 03/06/2011 2. NITRINI, R.; BACHESCHI, L.A.: A neurologia que todo médico deve saber.; 2003; Editoração;Livro; Português; 490; ; Atheneu; São Paulo; BRASIL; Impresso. POSTERES DINÂMICA DE RACIOCÍNIO CLÍNICO EM DISCUSSÃO DE CASOS NA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA Ana Carolina Santana e Silva Ana Yin Yin Mao Fernanda Valério Henriques Laissa Reis Paixão Maria Eugenia Silveira Robert Eduardo Emídio Rosana Aparecida Rodrigues Cardoso Fabiana Alves Nunes Maksud Identificação do problema: O aprendizado baseado em discussão de casos é cada vez mais utilizado em diferentes disciplinas e estratégias no ensino médico. A disciplina de Semiologia II do 6º período do curso de Medicina da UFOP tem como objetivo continuar o aprendizado da semiologia médica; e entre os domínios cognitivos de aprendizagem desta, destacamos o desenvolvimento de habilidades para identificar queixas clínicas e achados semiológicos ao exame físico e elaborar hipóteses diagnósticas, etapas essenciais no raciocínio clínico efetivo. Cenário: Atividade de grupos de discussão (GD) de temas relativos ao programa da disciplina. Desenvolvimento: A cada tema teórico previamente definido para os GDs, um aluno apresentava um ou dois casos clínicos verídicos ou fictícios. Após esta apresentação, o grupo de estudantes discutia sobre o assunto do GD e os possíveis diagnósticos diferenciais das síndromes clínicas abordadas, em seguida o aluno apresentava novamente os casos clínicos e cada estudante definia de forma anônima a provável hipótese diagnóstica (HD). Após a elucidação da verdadeira hipótese diagnóstica, cada estudante expunha seu ponto de vista caso a sua hipótese fosse diferente. Principais resultados: A docente que acompanhou o grupo reconhece que atividade foi muito proveitosa, pois os estudantes participaram mais ativamente da discussão, trazendo diferentes fontes de estudo e reforça que esta atividade não tem como objetivo a busca de consenso entre os participantes, e sim recolher diferentes pontos de vista utilizando conhecimentos adquiridos anteriormente em estudos individuais, aulas teóricas e/ou atendimentos realizados. A definição da HD de forma anônima pode ter propiciado uma menor pressão de acerto pelos estudantes. Na visão dos alunos a estratégia desperta um interesse maior pelo assunto discutido, contribuindo não somente para o interesse na busca de atualizações e semiotécnicas por vezes extrapolando o objetivo da disciplina, ao comtemplar tratamentos e seus efeitos; como também para a sedimentação dos conhecimentos e esquematização de uma ordem de pensamento lógico, colaborando para a memorização dos sinais de alerta que devem ser pesquisados em cada queixa. A ponderação do professor juntamente com o conhecimento prévio do aluno é fundamental para direcionar argumentações e conclusões. O ensino ministrado durante os anos de graduação deve visar o aprendizado não apenas de conhecimentos, mas de habilidades e atitudes, discutidas nessa atividade, a qual incentiva a autonomia de raciocínio por parte dos alunos. Conclusões: Estratégias didáticas que favorecem a aprendizagem da semiologia, valorizando o conhecimento prévio do aluno e a avaliação crítica dos achados clínicos podem ser uma importante ferramenta no desenvolvimento do raciocínio clínico. Palavras-chave: Ensino, Semiologia, Raciocínio Clínico. Referências: 1. REA-NETO, A. Raciocínio clínico: o processo de decisão diagnóstica e terapêutica. Rev. Assoc. Med. Bras., 44 (4), 1998. 2. PEDROSO, J. L. A importância do raciocínio clínico e do diagnóstico diferencial: uma abordagem em atenção primária para “dor na perna”. 2005. Disponível em: <www.nates.ufjf.br/novo/revista/pdf/v008n2/importancia>. POSTERES FATORES RELACIONADOS AO AUMENTO DAS TAXAS DE CESARIANA NO BRASIL, SUAS CONSEQUÊNCIAS E REAIS INDICAÇÕES Tábata Passos Ferreira Raíssa Lage Coimbra Iure Kalinine Ferraz de Souza Introdução: Cesariana é a intervenção cirúrgica que consiste na retirada do feto da cavidade uterina por via abdominal. Na era moderna, o aumento da quantidade de cesáreas a partir da década de 1970 vem alertando a comunidade científica. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo enumerar as indicações obstétricas e as complicações clínicas nas quais a cesariana é a melhor opção, além de abordar questões referentes ao aumento crescente da incidência de cesarianas eletivas, através de revisão da literatura especializada. Discussão: O Brasil possui uma das taxas de realização de cirurgias cesarianas mais elevadas do mundo. Este fato está relacionado a fatores socioculturais, institucionais, financeiros e legais. Existem situações especificas em que a cesariana é o melhor método a ser empregado. Nas demais, o parto normal é a melhor opção uma vez que é mais seguro, mais barato, a recuperação é mais rápida e possui menor índice de complicações per e pós operatórias. Conclusão: Portanto, a opção pela cesariana deverá feita quando a equipe médica, a paciente e a família estiverem em comum acordo que este é o método mais seguro e mais adequado à paciente e ao feto. Palavras-chave: cesariana, obstetrícia, cirurgia obstétrica Referências: 1. Faúndes A, Cecatti JG. A operação cesariana no Brasil. Incidência, tendências, causas, consequências e proposta de ação. Cad Saúde Pública 1991; 7 150 - 73 2. Belizan JM, Althabe F, Barros FC, Alexander S. Rates and inplications of caesarean section in Latin America: ecological study. BJM 1999; 319 397 – 400 POSTERES GEOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL: UM PERFIL HISTÓRICO E BIBLIOGRÁFICO Ludmylla Gomes Neves Camila de Alcântara Casagrande Castro Carolina Silva Bernardes César Augusto Nunes Costa Lorena de Souza Bueno Flávia Assad Gostaldon Marina Costa Jonas Sarah Mendes Mendonça Souza Márcio Antônio Moreira Galvão Introdução: “A Geografia Médica tem por fim o estudo da distribuição e da prevalência das doenças na superfície da terra, bem como de todas as modificações que nelas possam advir por influência dos mais variados fatores geográficos e humanos” (PESSOA, 1960). Resultante da interligação dos conhecimentos geográficos e médicos, a Geografia Médica nasceu com Hipócrates. Representou o primeiro esforço sistemático para apresentar as relações causais entre fatores do meio físico e doença. No Brasil, a construção dos conceitos de Medicina Geográfica iniciou-se com a conquista e colonização pelos países imperialistas. Objetivos: Traçar o perfil da história da Geografia Médica no Brasil; avaliar e divulgar a produção científica sobre geografia e saúde no Brasil. Discussão: O desenvolvimento da Geografia Médica no Brasil iniciou-se com os relatos de viajantes que descreveram as moléstias locais. Posteriormente, a fundação da Faculdade de Medicina do Brasil (1808) fez surgir inúmeras teses em patologia ou higiene, que abordaram questões referentes à geografia das doenças. Em 1844, Sigaud publicou “Du Climat et des maladies du Brasil” com o objetivo de traçar uma climatologia, esboçar a geografia médica do país e descrever as doenças que constituíam a patologia intertropical. Essa obra foi considerada o primeiro tratado brasileiro de Geografia Médica. No final do século XIX, houve um declínio da Medicina Geográfica com o surgimento da Era Bacteriológica e a Teoria da Unicausalidade, em que se enfocava a etiologia e o modo de transmissão das doenças infecciosas. Em 1908, a Academia Nacional de Medicina publicou uma lista bibliográfica que pontuava aspectos topográficos e climatologia médica. Santos Filho, por sua vez, em História da Medicina no Brasil, retrata memórias dessa época versando sobre Geografia Médica. A partir da metade do século XX, surge a Teoria da Multicausalidade, em que a doença é considerada um processo decorrente de diversas causas – biológica, ambiental, social, econômica, psicológica e cultural – que agem sobre um indivíduo susceptível. Essa concepção, assim, reconsiderou a importância da Geografia Médica e sua correlação com as doenças. Dentre as publicações da época, estão: “A Geografia da fome”, de Josué de Castro; “Clima e Saúde”, de Afrânio Peixoto; e “Ensaios Médico-Sociais”, de Samuel Pessoa. Conclusão: A documentação das observações sobre Geografia Médica tem se mostrado importante para os estudos epidemiológicos e, consequentemente, para o planejamento de estratégias em vigilância em saúde. Dessa forma, existe a necessidade de que mais pesquisadores desenvolvam estudos dos laços que unem o homem ao seu ambiente biológico e social. Palavras-chave: Geografia Médica, Era Bacteriológica, Teoria da Multicausalidade. Referências: 1. PAIVA, C.H.A, Samuel Pessoa: uma trajetória científica no contexto do sanitarismo campanhista e desenvolvimentista no Brasil, Instituto de Medicina Social/Uerj, Hist. cienc. saude-Manguinhos vol.13 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2006 . 2. LEMOS, J.C, LIMA, S. C. A geografia médica e as doenças infecto-parasitárias. Caminhos de Geografia 3(6), jun/ 2002. POSTERES PLANEJAMENTO EM SAÚDE: UMA INTERVENÇÃO CONTRA A DIARRÉIA NA ESCOLA DÓ-RÉ-MI DO BAIRRO BAUXITA, OURO PRETO, MINAS GERAIS. Ariane Cavalcante do Nascimento Felipe Moreira Dias Flávio Alexandre Pereira Pinto Ismael Eliazer Azevedo Alves Felício Ludmila Naves Magalhães Luis Felipe Conceição Palmira de Fátima Bonolo Introdução: A diarréia constitui importante problema de saúde pública em países em desenvolvimento. De acordo com relatório da UNICEF e OMS, a afecção é responsável por uma em cada cinco mortes em crianças de 0-5 anos. Segundo Departamento de Água e Esgoto Municipal, o único tratamento que a água de Ouro Preto recebe é a cloração. Dados do DATASUS mostram, em 2009, uma taxa de mortalidade infantil por diarréia em Ouro Preto de 1,4 por 1000 nascidos vivos; em 2008, a taxa de hospitalização por desidratação foi 17,3 por 1000 crianças menores de 5 anos. Uma dentre as vinte e cinco crianças da escola DO-RE-MI, bairro Bauxita, Ouro Preto – MG, foi hospitalizada esse ano devido a desidratação como complicação de diarréia. A partir de questionário, foi constatada, nessa comunidade, a deficiência de projetos de orientação e educação de mães e cuidadores de crianças de 0-5 anos, no que tange a prevenção e tratamento apropriado da diarréia, o que constitui importante fator determinante de complicações, como desidratação. Esse fato justifica a intervenção deste projeto. OBJETIVO: Aumentar de 68% para 90,0% a porcentagem de mães e cuidadores que tomam alguma precaução para evitar a diarréia. Aumentar de 56% para 100,0% a porcentagem das mães participantes que conhecem a Terapia de Reidratação Oral. Assim como, aumentar a iniciativa e frequência de lavagem das mãos (avaliado por observação de mudança de hábito de higienização das mãos). MÉTODOS: No planejamento da intervenção, utilizou-se o método de Estimativa Rápida Participativa para o diagnóstico situacional de saúde. No processo de intervenção foram realizados: grupo de discussão com as cuidadoras da escola, teatro de marionetes com os alunos e confecção de cartazes e cartilhas. Resultados: Após a intervenção o número de mães que tomam algum cuidado para evitar diarréia passou de 17 em 25 (68%) para 24 (96%). O número de mães que conhecem a Terapia de Reidratação Oral passou de 14 em 25(56%) para 25 (100%). O número de cuidadores que tomam alguma precaução para evitar diarréia para evitar diarréia passou de 4 em 5 (80%) para 5 (100%). Todas cuidadores acharam que a intervenção dos alunos do 6º período de medicina na escola Dó-ré-mi abordando foi importante para prevenir diarréias nas crianças. Conclusão: Com o término do projeto verificou-se que ações educativas para minimizar a incidência e prevalência da diarréia e os impactos da afecção instalada têm grande validade ao informar sobre o assunto, simultaneamente conscientizando pais e cuidadores de crianças de 0 a 5 anos. Contudo ficou notório que a mudança dos hábitos de higiene das crianças e a implantação de medidas de prevenção pelos pais depende de uma ação mais ampla e abrangente. Palavras-chave: Diarreia, criança, prevenção, educação, pais, cuidadores Referências: Informante-chave – Diretora da escola Dó-ré-mi. Bauxita – MG Neves, K.O. Estudo microbiológico da água de consumo de bairros periféricos de Ouro Preto e diarréia infantil. 2002. POSTERES PREVALÊNCIA DE QUEIXAS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO NO PRÉ-PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO EM GESTANTES E PÚERPERAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PATROCÍNIO-MG Andréa Caixeta Gonçalves Ademar Gonçalves Caixeta Neto Juliana Araújo Freitas Silva Introdução: A incontinência urinária (IU) é definida por Baracho (2002) como uma condição em que a perda involuntária de urina é um problema social, higiênico e objetivamente demonstrável. Segundo Ramos (2006), cerca de 45% da população feminina apresenta algum tipo de incontinência urinária. Estima-se que 50% das pacientes tenham incontinência urinária de esforço, 20% tenham incontinência urinária de urgência e 30% apresentam a sintomática. Objetivo: Mostrar a prevalência de queixas de Incontinência Urinária de Esforço pré e pósparto em gestantes internadas na Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio-MG e identificar o tipo de sintomas urinários mais freqüentes no pré e pós-parto imediato. Metodologia: Trabalho realizado entre os meses de julho à setembro de 2008, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Cerrado - Patrocínio (UNICERP). Foi selecionada amostra aleatória de 80 mulheres, sendo 40 gestantes que se encontravam no 3° trimestre de gestação e 40 puérperas no pós-parto imediato. Foi realizada a coleta de dados através do King’s Health Questionnaire validado por Fonseca et al. (2005), traduzido e modificado de acordo com as necessidades da pesquisa. Foram adotados como critérios de inclusão gestantes no 3° trimestre e puérperas no pós-parto imediato, tendo como idade mínima 15 anos e máxima 40 anos. Foram excluídas gestantes nos 2 primeiros trimestres de gestação, idade inferior a 15 anos e superior a 40 anos e que estejam no pós-parto imediato. A análise estatística foi realizada de forma qualitativa e quantitativa, por meio do teste do qui-quadrado (x²), com índice de significância estabelecido com p < 0,05. Resultados: A prevalência de queixas de IU em gestantes foi de 42.5%, enquanto que nas puérperas foi de 25%. As situações em que houve perda urinária em gestantes de forma mais comum foram: espirar (70.58%), tossir (58.22%), rir (17.64%), pegar peso (11.76%) e andar (5.88%). Nas púerperas houve perda urinária ao espirar (70%), tossir (60%), rir (20%) e andar (10%). Conclusão: A prevalência de IU foi maior em gestantes quando comparados às púerperas. Não houve diferença significante estatisticamente entre púerperas e gestantes quanto à perda urinária ao espirar, tossir e rir. Não foi relatada perda urinária ao carregar peso em púerperas. Palavras-chave: Incontinência Urinária de Esforço, Pré-Parto, Pós-Parto Imediato. Referências bibliográficas: 1. BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia. 3ª ed., Rio de Janeiro: Medsi., 2002; 2. FONSECA, E.S.M. et al. Validação do questionário de qualidade de vida (King’s Health Questionnaire) em mulheres brasileiras com incontinência urinária. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27(5): 235-42. POSTERES PROJETO SAÚDE EM DIA. GRUPOS OPERATIVOS COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Ana Luiza Leite Costa Gustavo André A. Oliveira Juliana Nascimento Robert Eduardo Emídio Rosana Aparecida Rodrigues Cardoso Adriana Maria de Figueiredo Adriana Carla Oliveira Identificação do Problema. Foi identificado, pela Equipe de Saúde da Família juntamente com os monitores do PET-Saúde no início de 2010, um total de 96 diabéticos na ESF-03 Cabanas, dentre estes 38 portadores de Diabetes Mellitus exclusivamente e/ou que fazem uso de insulina, os quais eram até o momento pouco assistidos pela equipe. Os demais eram acompanhados pelos grupos operativos do programa HiperDia, voltado para hipertensos. Diante disso, optamos por acompanharmos a saúde desses pacientes por meio de grupos operativos, de forma a minimizar as complicações decorrentes da doença. O trabalho vem ao encontro da possibilidade de desenvolvimento de estratégias de autocuidado e de estabelecimento de vínculos entre participantes e profissionais de saúde, propondo o desenvolvimento de grupos operativos, a fim de promover a socialização da experiência e o acolhimento pela equipe de saúde. Cenário. A Unidade de Saúde Cabanas, em Mariana-MG, atende os bairros Santa Rita de Cássia, Cabanas, São José e Vale Verde. De acordo com os dados referentes à equipe 03, o total de famílias cadastradas é de 954, sendo 96 pessoas portadoras do DM, 402 pessoas são portadoras da Hipertensão Arterial Sistêmica. O padrão sócio econômico baixo é realidade de grande parte da população. Desenvolvimento. Os grupos operativos aconteceram de junho a dezembro de 2010, quinzenalmente, de forma simples e objetiva com dinâmicas e atividades práticas externas. Os temas eram escolhidos em conjunto ao longo do trabalho, abordando sinais e sintomas, complicações do diabetes, alimentação, atividade física, contando com a participação da nutricionista e da médica da unidade de saúde em momentos estratégicos. Resultados. Mais que informações, foi oferecido um tratamento diferenciado que se preocupava com o bem-estar físico e mental, proporcionando um ambiente acolhedor, contribuindo para os efeitos alcançados. Aos monitores, as experiências tiveram âmbito particular e coletivo, com troca de vivências entre os participantes, no entendimento da doença na percepção dos diabéticos. O acompanhamento dado pela atenção primária apresenta uma grande relevância no encorajamento do paciente ao autocuidado, estratégias de aproximação da equipe médica com os pacientes são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida da população de qualquer nível social. Foi experimentado na prática, tudo o que foi passado aos monitores na teoria, como princípios básicos do SUS e da cidadania que estão presentes na Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde. Conclusões. O enriquecimento na formação profissional, tanto no âmbito da humanização na relação médico/paciente quanto no conhecimento intelectual sobre os assuntos abordados, foi significante e diferencial para os monitores. Encarar um problema sozinho, qualquer que seja ele, gera medo e muitas dúvidas. O convívio com um Grupo de pessoas que partilham essa característica ajuda a encará-la. À medida que se constrói uma relação de cumplicidade e confiança, as pessoas tendem a expor seus sentimentos e dúvidas de modo a saná-las em conjunto. Palavras chaves: Grupo Operativo, Diabetes Mellitus, autocuidado. Referências: 1- Pereira, F. R. L.; Torres, H.C.; Cândido, N. A.; Alexandre, L. R. Promovendo o autocuidado em diabetes na educação individual e em grupo. Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599 2- Torres, H.C.; Franco, L. J. ; Stradioto, M. A.; Hortale, V. A.; Schall, V. T. Avaliação estratégica de educação em grupo e individual no programa educativo em diabetes Rev. Saúde Pública vol.43 no.2 São Paulo Apr. 2009 Epub Feb 13, 2009. POSTERES PROJETO SAÚDE EM DIA. O IMPACTO DE GRUPOS OPERATIVOS NO CONTROLE DE DIABETES MELLITUS. Ana Luiza Leite Costa Gustavo André A. Oliveira Juliana Nascimento Robert Eduardo Emídio Rosana Aparecida Rodrigues Cardoso Adriana Maria de Figueiredo Adriana Carla Oliveira Introdução. Em termos mundiais, cerca de 240 milhões de indivíduos apresentavam Diabetes Mellitus (DM) em 2005, com projeção de atingir 366 milhões em 2030, dos quais dois terços habitarão países em desenvolvimento, sendo no Brasil a estimativa de 11,3 milhões de pessoas para o ano de 2030. Foi identificado, pela Equipe de Saúde da Família juntamente com os monitores do PET-Saúde no início de 2010, um total de 96 diabéticos na ESF-03 Cabanas, dentre estes 38 portadores de Diabetes Mellitus exclusivamente e/ou que fazem uso de insulina, os quais eram até o momento pouco assistidos pela equipe. Os demais eram acompanhados pelos grupos operativos do programa HiperDia, voltado para hipertensos. Objetivos. Conscientizar os portadores de Diabetes Mellitus a respeito de sua patologia através da educação em saúde/grupo operativo, favorecendo maior adesão ao tratamento e promoção de saúde, evitando complicações decorrentes da doença. Métodos. Os grupos operativos aconteceram de junho a dezembro de 2010, quinzenalmente, de forma simples e objetiva com dinâmicas e atividades práticas externas. Os temas eram escolhidos pelos monitores e pelos participantes ao longo do trabalho, abordando sinais e sintomas, complicações do diabetes, alimentação, atividade física, contando com a participação da nutricionista e da médica da unidade de saúde em momentos estratégicos. Verificou-se a glicemia em jejum ou pós-prandial, IMC, Pressão Arterial Sistólica e Diastólica e circunferência Abdominal em cada grupo operativo, classificando-se os pacientes em um score atribuindo-se +1 ponto para cada fator dentro da normalidade e -1 para cada fator fora desta, utilizando-se os critérios da IDF (2005). Resultados. Além de uma melhora do controle do Diabetes, vista por exames laboratoriais, houve uma melhora no autocuidado, na compreensão da doença e uma minimização do impacto da doença no psicossocial dos pacientes. Dos pacientes mais assíduos, apenas um paciente teve declínio em seu score, mesmo assim teve a pontuação nos dois últimos GO estáveis. Ressalta-se a situação de uma paciente, que no início apresentava score -5, e ao final -3, fato este importantíssimo para a sua saúde. Ela se apresentava com DM descontrolado e encontrava muitas dificuldades para manter o tratamento por ser analfabeta e depender de terceiros para aplicação da insulina. Conclusões. A dinâmica em grupo favorece melhor assimilação pelos usuários quanto ao tema abordado, reafirmando a importância da Atenção Primária para a promoção da saúde e prevenção de doenças. A adequação da linguagem utilizada nos GO foi fundamental para melhor compreensão dos assuntos trabalhados. Isso favoreceu o aumento da aderência dos pacientes aos cuidados da doença e desenvolveu uma maior proximidade dos participantes com a unidade de saúde. As atividades realizadas apresentaram potencial para estimular o diabético a refletir sobre a adoção de um estilo de vida saudável, bem como a adoção do autocuidado para melhorar sua qualidade de vida, maior adesão ao tratamento e assim prevenir possíveis complicações. Palavras chaves: Grupo Operativo, Diabetes Mellitus, autocuidado. Referências: 1- SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), Aspectos epidemiológicos do diabetes mellitus e seu impacto no indivíduo e na sociedade. [On-line]. Disponível em: http://www.diabetesebook.org.br/novo/modulo-1/2-aspectos-epidemiologicos-do-diabetesmellitus-e-seu-impacto-no-individuo-e-na-sociedade. Acessado em 17 de Outubro de 2010. 2- Wild S, Roglic G, Green A, Sicree R, King H. Global prevalence of diabetes. Estimates for the year 2000 and projections for 2030: Diabetes Care 27(5): 1047-53, 2004. POSTERES PROMOÇÃO DA SAÚDE APLICADA À HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Alyne Hoth Trindade Amanda de Assis Silveira Camila Nicolela Geraldo Martins Caroline Guimarães Dantas de Siqueira Luiza Gonçalves Martins Lahis Cristina Bragança de Souza Ramine Almeida Torreão Mota Márcio Antônio de Moreira Galvão Introdução: História natural da doença é o conjunto de processos interativos compreendendo as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento. É divida em dois períodos: o pré-patogênico e o patogênico. Essa divisão permite definir pontos no curso da doença nos quais é possível interferir em seu desenvolvimento por meio de medidas inseridas em diferentes níveis de prevenção. Entretanto, esse modelo mostrou-se insuficiente para caracterizar a evolução das doenças crônicodegenerativas que se tornaram mais prevalentes devido a mudança no perfil epidemiológico. A hipertensão arterial sistêmica, doença crônico-degenerativa, é potente fator de risco para doenças cerebrovasculares, predominante causa de morte no Brasil. Objetivo: Considerar as diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) para analisar a história natural da hipertensão e avaliar a relevância dessas medidas na prevenção dessa doença. Metodologia: Revisão bibliográfica sobre a prevenção da hipertensão arterial sistêmica baseada nas diretrizes da PNPS e artigos relacionados. A partir disso, correlação com o modelo da História Natural da Doença. Discussão: Ao desenvolverem esse modelo, Leavell & Clark utilizaram o conceito de promoção da saúde, constituído por níveis de prevenção, nos quais é possível aplicar medidas estratégicas, de acordo com a história natural de cada doença. Entretanto, após a segunda revolução epidemiológica, a promoção da saúde passou a associar-se a medidas preventivas sobre o ambiente físico e os estilos de vida, e não mais voltadas exclusivamente para indivíduos e famílias. Nesse contexto a PNPS mostra-se mais abrangente para definir estratégias profiláticas para doenças crônico-degenerativas no intuito de impedir a instalação e reduzir a incidência. Modificações de estilo de vida são importantes na terapêutica e na prevenção da hipertensão. Evidências demonstram que essas modificações são eficazes para controlar os níveis pressóricos e no Brasil, os programas educativos sobre tais fatores de risco são escassos. Conclusão: A prevenção de doenças e a promoção à saúde são temas que ganharam relevância dentro das ações de saúde. No entanto, essas ações podem ser potencializadas se houver união de esforços no que diz respeito à redução dos fatores de risco de doenças crônico-degenerativas, como é o caso da hipertensão. Palavras-chave: História natural da doença, promoção da saúde, hipertensão Referências: 1. BRASIL. Ministério da Saúde. 2005. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pd f> Acessado em jun. 2011 2. QUADRA, A.A. Viver é resistir: o modelo de história natural das doenças. Rio de Janeiro, Achite, 1983. POSTERES SÍNDROME DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS Breno Bernardes de Souza Liliane Alves Mattos Natália Corrêa de Assis Guilherme Freitas Bernardo Ferreira Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: A Síndrome de Alice no País das Maravilhas (SAPM), também conhecida por Síndrome de Todd foi descrita em 1955 pelo psiquiatra inglês John Todd. Trata-se de uma desordem neurológica caracterizada por uma distorção na percepção do formato, tamanho, distância e relação espacial dos objetos e do próprio corpo. Esses sintomas são condizentes com a situação vivenciada pela personagem Alice, de Lewis Carroll, o que justifica a nome da síndrome. Objetivos: Definir a síndrome, sua etiologia, áreas cerebrais acometidas, fisiopatologia e tratamento por meio de revisão bibliográfica. Discussão: A SAPM caracterizase por uma percepção distorcida do formato e tamanho das pessoas ou objetos, os quais parecem ser maiores (macropsia) ou menores (micropsia) que o normal. Dessa forma, um cachorro pode aparentar o tamanho de um rato e um carro pode apresentar-se reduzido em escala. Além disso, na SAPM, também há uma alteração considerável da perspectiva, do senso de tempo, da sensibilidade tátil, da audição e da linguagem. O portador pode perceber o tempo passar mais rápido ou lentamente, ouvir sons contínuos e que não existem, sentir que o chão não está firme, que está caminhando em uma estrada sem fim, que as partes do corpo estão aumentando ou diminuindo, que os objetos estão perdendo as cores, entre outros. Esses episódios alucinantes acontecem por aproximadamente vinte minutos, podendo ocorrer uma ou mais vezes na semana, deixando o indivíduo atordoado, fazendo-o procurar um ambiente isolado para que ele possa se acalmar. Essa síndrome acomete principalmente crianças, desaparecendo quando se atinge a adolescência. A SAPM é uma rara manifestação de muitas doenças comuns, como enxaqueca, epilepsia, mononucleose devido ao vírus Epstein-Barr, tumores cerebrais, hiperpirexia, uso de drogas psicoativas, encefalopatia tifóide, distúrbios psiquiátricos como depressão e dores de cabeça pulsantes. Técnicas de medicina nuclear demonstraram que os portadores da SAPM possuem perfusão cerebral anormal na região temporal-medial, hipocampal, temporo-occipital ou temporo-parieto-occipital. Não existe tratamento direto para esta síndrome, uma vez que a sua causa raiz é quem deve ser tratada. Conclusão: A Síndrome de Alice no País das Maravilhas é um distúrbio do sistema nervoso central que é uma rara conseqüência de algumas doenças. Assim, o conhecimento dessa síndrome é importante para que o médico, quando diagnosticar sintomas desta, conduza seu pensamento clínico no caminho da enxaqueca, epilepsia, encefalopatia tifóide, entre outros; podendo fornecer um diagnóstico e tratamento antecipados, resultando em um melhor prognóstico. Palavras-chave: Síndrome de Alice no país das Maravilhas, distorção, neuroanatomia. Referências: 1. TODD, John. Syndrome of Alice in Wonderland. Canadian Medical Association Journal, Ottawa, 1955, 73: 701-70. 2. KITCHENER, Nabil. The International Journal of Child Neuropsychiatry Vol. 1 (1) Sep. 2004. POSTERES SÍNDROME DO MEMBRO FANTASMA: BASES ANATÔMICAS E NEUROFISIOPATOLÓGICAS Bryan Ferraz Freitas Janaina Drumond Fraga Thiago Pereira Andrade Vinicius Chinellato Lima de Carvalho Luciana Hoffert Castro Cruz INTRODUÇÃO: A síndrome do membro fantasma se refere a um fenômeno no qual o paciente amputado apresenta a experiência de uma sensação desagradável na parte cirurgicamente removida ou amputada por origem traumática. A incidência deste fenômeno varia de 2% até 97%. Este transtorno pode ser caracterizado pela sensação, percepção e cinesia do membro ausente, com alto grau de realidade. Também pode estar presente a dor do membro fantasma, causada pela despolarização de vias álgicas e interpretação pelo córtex cerebral desta informação como sendo provenientes da região amputada. A dor aparece geralmente na primeira semana após a amputação e persiste por meses ou até anos. OBJETIVO: Analisar os princípios neuroanatômicos e neurofisiológicos envolvidos no fenômeno do membro fantasma, correlacionando-os à sintomatologia apresentada pelos pacientes. DISCUSSÃO: A síndrome do membro fantasma advém do fato que um nervo, quando estimulado ao longo de seu trajeto, gera a sensação tátil, térmica e dolorosa, além da percepção e cinesia não no ponto estimulado, mas no território cortical por ele inervado. Em pacientes amputados, áreas corticais adjacentes assumem a função do território sensorial responsável pela região amputada, devido à plasticidade cerebral, o que permite a sensação do membro fantasma quando estimula dermátodos diferentes daqueles localizados no membro amputado.A dor do membro fantasma decorre da atividade dos nociceptores (modulada pela ação de algogênicos liberados em elevada concentração nos tecidos em decorrência de processos inflamatórios, traumáticos e/ou isquêmicos), que conduzem impulsos nervosos aos neurônios que se encontram no corno posterior da medula espinhal. Esses neurônios emitem axônios que seguem pelo tracto espino-talâmico lateral. Junto a esse tracto seguem fibras espino-reticulares, também condutoras de impulsos dolorosos até o tálamo, onde novas sinapses ocorrem. Axônios talâmicos dirigem-se para o giro póscentral do córtex cerebral de mesmo lado, local de processamento de informação sensorial. Influxos anormais de estímulos nociceptivos, podem modificar a atividade no próprio sistema nervoso central, de maneira que estes impulsos nervosos podem ser desencadeados por informações aferentes cutâneas e eferentes simpáticas, modulados pela atividade cerebral. Achados clínicos sugerem que a medula espinhal tem atuação na modulação da dor do membro fantasma, pois lesões deste órgão estão associadas à dor fantasma também observadas em pacientes amputados. CONCLUSÃO: Apesar do alto nível de complexidade de entendimento e funcionamento do sistema nervoso central e das suas vias grandes aferentes e eferentes, muitos aspectos da síndrome do membro fantasma ainda devem ser elucidados, com a utilização de técnicas de imagem e exames eletroneuromiográficos, sempre associados às correlações anatomoclínicas presentes em cada caso. Palavras-chave: síndrome do membro fantasma, neuroanatomia, dor neuropática Referências: 1. LENT, Robert. O sistema Sensorial Somático. In: LENT, Robert.Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência. Rio de Janeiro: Atheneu, 2004. p. 387-422. 2. SCHMIDT, André Prato; TAKAHASHI, Márcia Emy; POSSO, Irimar de Paula. Phantom limb pain induced by spinal anesthesia. Clinics, São Paulo, v. 60, n. 3, June 2005 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180759322005000300014&lng=en&nrm=iso>. access on 06 June 2011. doi: 10.1590/S1807-59322005000300014. POSTERES TEORIA DA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO-DOENÇA: A CONTEXTUALIZAÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DE SÃO PAULO Armanda Resende Diógenes Coelho Júnior Helbert José da Silva Humberto Rodrigues Parreira Michele Carolina de Araújo Pedro Marcos Silva e Gonçalves Rogério Magno do Nascimento Filho Márcio Antônio Moreira Galvão Introdução: O modelo clássico epidemiológico é usado para explicar a distribuição de doenças infecto-parasitárias, baseando-se em fatores como a imunidade, temperatura e virulência lado a lado com a pobreza, ocupação e desequilíbrio ecológico de modo que estes últimos diante desse modelo perdem a historicidade que lhes é própria. Sendo assim esse modelo é insuficiente para explicar certos processos de saúde-doença que são intrínsecos à historicidade local, correlacionada com a história da doença.No caso da distribuição da doença de Chagas em São Paulo, uma análise da expansão da fronteira agrícola cafeeira paulista ajuda a entender como se deu a chegada do Triatoma infestans e a consequente endemia chagásica, intrinsecamente relacionada com a economia vigente local. Objetivos: Através da teoria de ocupação do espaço geográfico mostrar a evolução da doença de Chagas com a expansão da fronteira agrícola no Estado de São Paulo. A partir dessa correlação, mostrar a necessidade de readequação dos modelos clássicos para um entendimento mais completo da doença a partir de sua historicidade. Metodologia: Realização de busca e revisão de textos na literatura que descrevem a temática. Discussão: Segundo Luiz Jacintho, a existência do T. infestans no Brasil não é mencionada em correlatos históricos anteriores a era da expansão verde em São Paulo, evidenciando que este vetor é de introdução recente no estado. A hipótese mais aceita é a de que o T. infestans se introduziu através do contato terrestre do comércio de equinos e muares vindos da Argentina para o centro-sul brasileiro para suprir a demanda da agricultura cafeeira, encontrando uma um espaço bastante propício para sua disseminação: aspectos climáticos favoráveis, alta densidade demográfica, maior dispersão na organização dos empreendimentos agrícolas e grande mobilidade populacional, aliados aos aspectos socioeconômicos. Além disso, um aspecto importante é que a doença se limitou a um espaço específico, o planalto ocidental, mas não se desenvolveu tão bem no Vale do Paraíba, mesmo esta área não sendo inóspita ao T. infestans. Podemos notar certa inadequação da conceituação clássica, pois no estado de São Paulo não percebemos a domicialiação do T. infestans e nem a relação casa de pau-a-pique/doença no local. Além disso, é notório que se o espaço não oferecesse condições favoráveis para sustentar a transmissão da doença, o vetor poderia ter sido introduzido, mas existiriam apenas pequenos focos que se extinguiriam com o passar do tempo, sem que se estabelecesse uma situação endêmica. Assim, para melhor explicar os fatores epidemiológicos determinantes no surgimento da endemia chagásica em São Paulo, propôs-se a teoria de ocupação do espaçodoença, que leva em conta diversos fatores que acompanham a historicidade da doença paralelamente com a historicidade do local. Conclusão: A reestruturação do espaço agrário levou ao maior declínio da transmissão da doença de Chagas, o que evidenciou a influência da economia cafeeira no aumento da distribuição da doença no estado de São Paulo. O êxodo rural decorrente da mecanização da agricultura levou a uma diminuição no processo de transmissão e disseminação da doença, pois houve uma diminuição da população e de domicílios rurais à partir da década de 1950. Observa-se assim que não houve influência direta do processo de melhoria das condições socioeconômicas para o controle da endemia chagásica em São Paulo, mas sim uma reabilitação de um cenário agrário, economicamente importante, através de investimento maciço de capital e trabalho. Portanto, a teoria de ocupação do espaço-doença foi determinante para a melhor compreensão de como se deu o estabelecimento da doença e de seu vetor no estado de São Paulo. Palavras-chave: Doença de Chagas, São Paulo, Teoria de ocupação do espaço e doença. Referências Bibliográficas 1. SILVA, Luiz Jacintho da; Organização do Espaço e Doença. Textos de apoio, epidemiologia. Ed. Abrasco, 1985. 2. SILVA, Luiz Jacintho da; Desbravamento, agricultura e doença: a doença de Chagas no Estado de São Paulo. Cadernos de Saúde Pública, 1986. 2(2):124-140. POSTERES TEORIA DOS FATORES DE RISCO DE MACMAHON APLICADA AO USO DE DROGAS POR ADOLESCENTES Cynthia Mairink Félix da Silveira Débora Londe Moura Fernanda Carolina Moreira Gabriela Miranda Mendes Ivy Carolina Capeoli Pereira de Oliveira Lívia Isabela de Oliveira Maria Cristina Fernandes Tânia Mara Quintão Castro Marcio Antônio Moreira Galvão Introdução: A teoria dos fatores de risco, desenvolvida pelo epidemiologista Brian MacMahon, aborda os padrões de saúde e doença que podem ser explicados por uma complexa trama de fatores de risco e fatores de proteção interligados. Essa teoria leva à compreensão da situação de vulnerabilidade que desencadeia o desenvolvimento ou não de determinada enfermidade pelo indivíduo. Na área da saúde, risco é um conceito que envolve conhecimento e experiência acumulada sobre o perigo de alguém ou de a coletividade ser acometida por doenças e agravos. Os fatores de risco se referem às características dos indivíduos, ao seu meio social ou, ainda, a condições estruturais e socioculturais mais amplas. Os levantamentos epidemiológicos sobre o consumo de drogas lícitas e ilícitas entre os jovens no mundo e no Brasil, mostram que a adesão a estes entorpecentes é iniciada geralmente na passagem da infância para a adolescência. Isso ocorre em virtude de a adolescência constituir uma época de exposição e vulnerabilidade ao uso de substâncias químicas viciantes, já que se trata de um período crítico para o desenvolvimento de competências pessoais e interpessoais. Objetivos: Correlacionar os fatores que levam ao uso de droga por adolescentes à Teoria dos Fatores de Risco de MacMahon. Metodologia: Foi realizada pesquisa bibliográfica de artigos científicos relacionados ao tema, sequida de discussão para melhor compreensão do assunto abordado. Resultados: Os fatores de risco para a adesão às drogas incluem conflitos familiares graves, comportamentos problemáticos, baixo aproveitamento escolar e susceptibilidade ao uso. É fundamental que pais e educadores estejam atentos a alguns parâmetros relacionais, tais como comunicação livre e fluente; elogios às conquistas dos filhos e dos educadores a seus alunos; compartilhamento de valores, atitudes e crenças; educação com autoridade, porém com afeto; incentivo ao engajamento nas atividades da escola, da comunidade e de movimentos sociais. Essas características promovem o fortalecimento emocional do jovem, evitam o envolvimento em comportamentos de risco, aumentam a auto-estima, favorecem o desenvolvimento psicológico saudável e o sucesso escolar do adolescente. Discussão: O uso de drogas é uma questão complexa que envolve a vida individual e social nas quais as representações sociais que levam à adesão ou à não adesão dependem do contexto sociocultural, familiar e religioso. A família tem um papel fundamental, pois possibilita ao jovem mais chance de ter um desenvolvimento saudável. É importante ressaltar que a problemática não se reduz ao contexto familiar, pois o jovem está inserido numa rede de relações que envolvem o histórico de vida e o ambiente no qual ele está inserido. Deficiências nessas relações promovem uma situação de vulnerabilidade, aumentando os fatores de risco para o abuso de drogas. Conclusão: Como o uso de drogas freqüentemente inicia-se na adolescência, torna-se importante conhecer a população exposta ao risco do abuso destas substâncias para agir de forma eficiente. Além disso, para minimizar os fatores de risco é primordial refletir sobre condições que podem ser protetoras e que portanto previnam a adesão a entorpecentes. Palavras chaves: fatores de risco, adolescência, droga Referências: 1. SCHENKER, M., MINAYO, M. C. S. Fatores de risco e de proteção para o uso de drogas na adolescência. Ciência e Saúde coletiva, 10 (3): 707-717, 2006. 2. PENNA, M. L. F. Reflexões sobre a Epidemiologia Atual. Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 7 (1): 109-121, 1997. POSTERES TERAPÊUTICA DA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO Tiago César Pereira Ferreira Marlus Sergio Borges Salomão-Junior Iure Kalinine Ferraz Souza Introdução:A Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE) caracteriza-se pelo defeito da barreira anti-refluxo, permitindo o retorno anormal de conteúdo gástrico para o esôfago. Possui alta prevalência na população ocidental acometendo tanto homens quanto mulheres. As manifestações usualmente dependem da gravidade do quadro e variam desde pirose a lesões teciduais podendo apresentar ou não complicações. Para um diagnóstico mais acurado, diversos exames complementares são citados na literatura, sendo a pHmetria o exame de escolha. Objetivos: Apresentar e comparar os principais tipos de técnicas realizadas para fundoplicatura. Discussão: Com o objetivo de aliviar a sintomatologia do paciente, o tratamento clínico é a primeira opção. A medicação usada dependerá do grau de gravidade do quadro segundo os critérios de classificação endoscópica. Tal classificação e resposta ao tratamento clínico são alguns dos critérios que nortearão a indicação ao tratamento cirúrgico. O tratamento cirúrgico da DRGE tem como objetivo o estabelecimento de uma anatomia anti-refluxo. A escolha da técnica para a cirurgia tem sido tradicionalmente baseada em considerações anatômicas, levando em conta a experiência e preferência do cirurgião. Conclusão: É recomendado realizar a fundoplicatura por videolaparoscopia em detrimento da técnica de cirurgia aberta. Através da laparoscopia observam-se os resultados mais precocemente, reduz-se a permanência do doente no hospital e retorno das atividades habituais, além das menores complicações pós-operatórias. POSTERES TRANSTORNO DO PÂNICO: CONSIDERAÇÕES NEUROANATÔMICAS E NEUROQUÍMICAS Luciana Hoffert Castro Cruz Guilherme Rezende Gustavo Resende Furtado Introdução: O transtorno do pânico é um fenômeno neuropsiquiátrico caracterizado pela presença de ataques súbitos de ansiedade, acompanhados de sintomas físicos e afetivos. Trata-se de um grave problema de saúde pública que tem um curso crônico, afetando 3,5% da população geral ao longo da vida. Esse mal interfere de modo prejudicial na qualidade de vida de pacientes, estando frequentemente relacionado a outros quadros, como ansiedade (simples e generalizada) e agorafobia (medo de locais de difícil escape). Nesse sentido, é de fundamental relevância a explicitação da patologia, abrangendo seus aspectos anatômicos, fisiológicos e neurológicos clínicos. Objetivo: Analisar as bases neuroanatômicas e neuroquímicas envolvidas nas diferentes vias de desencadeamento de ataques de pânico, a fim de possibilitar um maior entendimento acerca das suas causas biológicas. Discussão: O transtorno do pânico ou síndrome do pânico caracteriza-se pela ocorrência de ataques de pânico recorrentes, com crises súbitas de mal-estar envolvendo sensação de perigo iminente e sintomas como taquicardia, sudorese, tremores, sensação de sufocamento ou asfixia, desconforto torácico ou abdominal, tontura e parestesias. Esse mal se dá pelo disparo anormal das vias neurais relacionadas ao medo. As estruturas encefálicas responsáveis pelo desencadeamento do mecanismo fóbico envolvem o núcleo central do corpo amigdalóide, que capta as informações provenientes do tronco cerebral e tálamo sensorial e atua como centro de disseminação dessas informações. Daí partem vias eferentes para o núcleo parabraquial, núcleo lateral do hipotálamo, locus ceruleus, núcleo paraventricular do hipotálamo e substância cinzenta periaquedutal. A resposta do organismo aos estímulos do medo se dá pelo desencadeamento do aumento da frequência respiratória (núcleo parabraquial), atuação simpática (núcleo lateral do hipotálamo), maior liberação de noradrenalina (locus ceruleus) e adrenocorticóides (núcleo paraventricular do hipotálamo) e respostas comportamentais de evitação fóbica (substância cinzenta periaquedutal). Há hipóteses neuroquímicas que relacionam o desencadeamento de ataques de pânico a três diferentes vias: noradrenérgica, serotoninérgica e gabaérgica. Apesar de envolverem vias distintas, as teorias não são excludentes entre si. Conclusões: Os ataques de pânico envolvem não uma estrutura determinada do sistema nervoso central, mas sim uma rede de estruturas cerebrais e vias neuroquímicas. A compreensão desse complexo como um todo faz-se indispensável na compreensão do transtorno do pânico em si e na elaboração de tratamentos adequados destinados ao quadro. Palavras-chave: transtorno do pânico, medo, neurofisiologia Referências 1. MEZZASALMA, M. A. et al. Neuroanatomia do transtorno de pânico. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 26, n. 3, Sept. 2004 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462004000300010&lng=en&nrm=iso>. doi: 10.1590/S1516-44462004000300010. Acesso em: 4 de jun. 2011. 2. RAMOS, R. T. As bases biológicas do transtorno de pânico. Disponível em: http://www.amban.org.br/profissionais/artigos.asp?hyperlink=artigos&art=2. Acesso em: 4 de jun. 2011. POSTERES UMA ANÁLISE SOBRE GRAVIDEZ ECTÓPICA Cecília de Souza Monteiro Márcio Figueiredo Mendonça Iure Kalinine Ferraz de Souza Introdução: A gravidez ectópica é denominada a gestação cuja implantação e desenvolvimento do ovo ocorrem no exterior da cavidade corpórea do útero. A gravidez ectópica é um problema grave e uma condição de saúde comum que pode acarretar em consideráveis riscos para mulheres em idade reprodutiva. Além dos riscos imediatos de hemorragia ameaçadora da vida e aos relacionados ao seu tratamento, as mulheres que já tiveram uma gravidez ectópica apresentam um risco subseqüente aumentado de infertilidade e de ocorrência de gestações ectópicas recorrentes. Objetivo: O objetivo do atual estudo consiste na elaboração de uma revisão sobre o tema gravidez ectópica, abordando, com ênfase, o tratamento cirúrgico como também outros aspectos dessa enfermidade como: definição, antecedentes históricos, epidemiologia, fisiopatologia, etiologia, classificações, quadro clínico, exames complementares e tratamento clínico. Em virtude da sua crescente incidência e significativos índices de morbi-mortalidade no mundo, a gravidez ectópica é considerada questão de saúde pública. Dessa forma, a escolha do tema gravidez ectópica para elaboração desta monografia justifica-se pela tamanha relevância desta enfermidade nos sistemas de saúde em todo o mundo. Discussão: A gravidez ectópica geralmente está associada a fatores de risco que causam lesão tubária ou prejuízo no transporte ovular. A doença inflamatória pélvica causa obstrução tubária, diminuição do número e movimento dos cílios e destruição das fímbrias. O uso de dispositivo intrauterino aumenta a chance de gravidez ectópica em 6,4 vezes. Mulher com antecedente de gravidez ectópica tem risco de 6 a 8 vezes maior de nova gravidez ectópica. Tanto a estimulação da ovulação, quanto as técnicas de transferência de embriões estão relacionadas ao aumento da gravidez ectópica. A tuba uterina representa o local mais freqüente de gravidez ectópica, sendo responsável por cerca de 98% dos casos. A gravidez ectópica de localização extratubária é uma entidade rara, somente 1,4% é ovariana, 0,15% é abdominal e 0,15% é cervical. São descritas nesse trabalho as classificações da gravidez ectópica. O diagnóstico fundamenta-se nas manifestações clínicas, na presença de fatores de risco, no exame físico e nos exames complementares. Dor abdominal, sangramento vaginal e atraso menstrual são considerados a tríade clássica que compõem o quadro clínico da gravidez ectópica. O diagnóstico confirmatório de gravidez ectópica é definido pela dosagem sérica de gonadotrofina coriônica humana associada ao exame ultra-sonográfico do útero. Conclusão: A necessidade de diagnóstico e tratamento cada vez mais precoce levou ao desenvolvimento de opções cirúrgicas e não-cirúrgicas. A escolha do tratamento, incluindo conduta médica expectante e abordagens cirúrgicas, depende da localização ectópica, sintomas, idade gestacional, e desejo futuro de engravidar. O objetivo está em prol de realizar diagnóstico o mais precoce possível e prover o procedimento mais adequado e menos invasivo, ao mesmo tempo que se poupa a fertilidade caso desejado pela paciente. Palavras-chave: gravidez, ectópica, cirurgia Referências: 1. Zugaib M. Zugaib Obstetrícia, 1. ed., Manole, 2008. 550-63p. 2. Junior JE. et al.Gravidez ectópica não rota:diagnóstico e tratamento.Situação atual. Rev Bras Ginecol Obstet., 2008; 30(3):149-59 POSTERES VISITA DOMICILIAR COMO FERRAMENTA DE ABORDAGEM EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE André Silva Rodrigues Felipe dos Santos Nascimento Filipe Garcia Moreira Júlia Bamberg Cunha Melo Luís Felipe Cintra Pereira Luiz Augusto Martins Silva Taís Dias Murta Tiago Soares Baumfeld Professora Palmira de Fátima Bonolo Identificação do problema: O aumento da prevalência da obesidade tem se verificado, também, em países em desenvolvimento, como o Brasil. Estamos assistindo em nosso país à chamada transição nutricional, que consiste na redução dos índices de desnutrição e aumento na prevalência da obesidade. Cenário: No contexto da disciplina Vigilância em Saúde, realizou-se uma pesquisa-ação utilizando-se como ferramenta de exploração a visita domiciliar com uma paciente selecionada do Centro de Saúde São Cristovão - Ouro Preto/MG. O objetivo desse trabalho foi compreender o processo saúde doença e o contexto social da família em estudo. Objetivou-se também desenvolver práticas de prevenção e promoção à saúde, de modo a impactar positivamente a qualidade de vida da paciente e de seus familiares. Desenvolvimento: Paciente chegou ao ambulatório para uma consulta de retorno já em tratamento de HAS, com Raio-X que indicava um discreto aumento da área cardíaca e uma leve congestão pulmonar. À fundoscopia apresentou retinopatia hipertensiva. Paciente obesa de grau I. Não aderiu à prescrição dietética. Queixou-se de episódios anteriores de eliminação anal de “vermes”. O cônjuge da paciente é hipertenso e já sofreu um IAM. Filha, 30 anos, com diagnóstico de epilepsia, tem 2 filhos e é gestante. Os dois netos são hígidos e são cuidados pela avó materna. Principais resultados: De acordo com os dados da visita relacionados a ficha A do SIAB, o score de risco da família é de 2: HAS (1 ponto);Analfabetismo (1 ponto), caracterizando um baixo risco. Quanto às verminoses, nenhuma das duas crianças apresentou alterações clínicas significativas ao exame físico feito na visita. O principal fator a ser destacado é em relação à má higiene das crianças, com dentes em péssimo estado de conservação. A família foi orientada quanto à necessidade de lavar alimentos, bem como utilizar água filtrada e fervida. A mãe foi aconselhada a levar as crianças ao ambulatório para acompanhamento médico. Na consulta, foi prescrita dieta para a paciente e durante a visita reiterou-se sua importância. Procurou-se conhecer o cotidiano alimentar da família, de modo a aumentar a chance de adesão da paciente. Conclusão: Apesar do limitado poder em mudar hábitos de vida próprios da família, a visita domiciliar representa uma importante ferramenta na tentativa de se aproximar a família dos serviços de saúde, trabalhar os risco e vulnerabilidades eminentes e promover a saúde de forma mais integral . Segundo a paciente, a visita no dia anterior ao que ela completaria 67 anos foi como um presente de aniversário, um importante dado qualitativo da importância dessa intervenção. Além disso, apesar da família ter baixo risco verificado na aplicação do SIAB (Ficha A), e por isso não ser priorizada em visitação da Agente Comunitária de Saúde (ACS), percebe-se, com a aplicação da classificação do Grau de Risco proposta pela Secretaria Estadual de Saude de Minas Gerais, que a família apresenta risco alto. Tal achado justifica a importância da visita e, talvez, o viés relacionado à priorização das visitas domiciliares segundo as diferentes ferramentas de classificação de risco. Palavras-chave: Vigilância em saúde, visita domiciliar, genograma Referências: 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Saúde da Família. Manual de Enfermagem Institudo de Desenvolvimento da Saúde. Universidade de São Paulo. Brasília – DF – 2001. 2. MAZZA, M. M. P. R. A visitar domiciliar como instrumento de assistência à saúde. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento. 4 (2) 60-68. Jul-Dez 1994 IX ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA Caderno de Resumos 15 e 16 de dezembro de 2011 CENTRO DE ARTES E CONVENÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO CADERNO DE RESUMOS ISSN 2178-0455 IX ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Ouro Preto – Minas Gerais 2011 IX ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO João Luiz Martins Reitor Antenor Rodrigues Barbosa Júnior Vice-Reitor ESCOLA DE FARMÁCIA Marta de Lana Diretora Carla Penido Serra Vice-Diretora CADERNO DE RESUMOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS Iure Kalinine Ferraz de Souza Chefe do Departamento COLEGIADO DE MEDICINA Márcio Antonio Moreira Galvão Presidente 15 E 16 DE DEZEMBRO DE 2011 CENTRO DE ARTES E CONVENÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO OURO PRETO – MINAS GERAIS REALIZAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO COMISSÃO ORGANIZADORA Professor Dr. Rodrigo Pastor Alves Pereira Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP) Acadêmica de Medicina Bárbara Vidigal dos Santos (UFOP) Acadêmica de Medicina Joyce Carvalho Martins (UFOP) Acadêmica de Medicina Lidia Lelis Leal (UFOP) Acadêmica de Medicina Luiza Fagundes Lima (UFOP) CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP) Acadêmica de Medicina Bárbara Vidigal dos Santos (UFOP) SUMÁRIO PREFÁCIO APRESENTAÇÕES ORAIS 1. Abdome agudo: enfoque propedêutico 2. Abordagem clínica das fístulas gastrintestinais 3. Abordagem clínico-cirúrgica do câncer de pele 4. Abordagem das hérnias inguinais 5. Abordagem dos maus-tratos na infância 6. Abordagem psicossexual do início de 7. Ação educativa em saúde em prol de mães e filhos na Esf (estratégia de saúde da família) Cabanas, em Mariana/ MG 8. Ações educativas com diabéticos, hipertensos e suas famílias no distrito de cachoeira do Brumado – Mariana/MG 9. Ações educativas de prevenção das parasitoses em crianças do ensino infantil do distrito de Monsenhor Horta/Mariana-MG 10. Atualidades em câncer de mama 11. Atualização do uso de antimicrobianos em cirurgia como profilaxia de complicações infecciosas 12. Avaliação da capacidade cognitiva em Glaura - distrito de Ouro Preto/MG 13. Câncer de próstata: Rastreamento, diagnóstico e abordagem cirúrgica 14. Capacitação dos técnicos de enfermagem em atenção ao idoso no município de Ouro Preto – MG 15. Diabetes mellitus tipo 1 na infância - o desafio da acessibilidade e adesão ao tratamento 16. Doenças negligenciadas: uma análise do problema social frente aos interesses da indústria farmacêutica 17. Educação em saúde para mães e crianças na Esf-Amarantina 18. Expectativas e realidades da atuação em medicina da família: relatos de médicos atuantes em unidades básicas de saúde nas regiões de ouro preto e mariana, em Minas Gerais 19. Humanização do pré-natal: cuidados com a saúde da gestante e da criança - Esf Vida no distrito de Cachoeira do Campo - Ouro Preto/MG 20. Identificação e prevenção da obesidade infantil na escola municipal Padre Carmélio, Ouro Preto, MG 21. Insuficiência mesentérica arterial aguda 22. Maconha: porta de entrada e porta de saída? 23. Manejo da doença hemorroidária 24. Opinião e conhecimento dos estudantes de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) sobre doação e transplante de órgãos. 25. Pet-saúde: experiência de interação e humanização com a população idosa no distrito de Santa Rita de Ouro Preto 26. Pneumotórax: uma revisão da literatura científica 27. Projeto caminhando para a saúde - Estratégia de educação em saúde no distrito de Padre Viegas de Mariana-MG sobre hipertensão e doenças relacionadas 28. Proposta de protocolo para classificação dos hipertensos do Psf Caminho dos Diamantes –Glaura/OP- segundo o escore de Framingham 29. Reações emocionais e orgânicas apresentadas pelas crianças em função da hospitalização – este tema ainda merece atenção? 30. Relato de caso sobre um paciente portador de tuberculose 31. Resistência na prevenção da neoplasia prostática 32. Transplante, a realidade da espera 33. Treinamentos de ACs em técnicas de geoprocessamento aplicadas ao planejamento de ações em saúde no distrito de Antônio Pereira – Ouro Preto – MG 34. Vigilância em saúde: cuidado integral da criança que convive com dependentes químicos PÔSTERES DE DISCIPLINAS 1. A Influência da Fundação Rockefeller no Histórico da Vigilância Epidemiológica da Febre Amarela no Brasil 2. Análise Epidemiológica através dos agravos de notificação coletados pelo Sinan Em Ouro Preto-MG 3. Análise da frequência de comorbidades em população idosa do Bairro Piedade, Em Ouro Preto-MG. 4. Análise do Padrão de nascidos vivos no município de Ouro Preto e correlação com o teste de APGAR 5. Caracterização da nosologia ginecológica do Centro de Saúde da UFOP 6. Contribuição da clínica para o desenvolvimento da Saúde Pública – Uma Revisão Bibliográfica 7. Desbravamento, Agricultura E Doença: A Doença de Chagas no estado de São Paulo 8. Elaboração de Máscara de prontuário da Clínica Médica para a Unidade Básica de Saúde da Universidade Federal De Ouro Preto (UBS-UFOP) 9. Estratificação dos idosos de acordo com a idade e os “Gigantes Da Geriatria”: Uma análise da UBS Flor De Liz, Ouro Preto, Minas Gerais. 10. Investigação de riscos para a dengue no município de Ouro Preto – MG 11. Malária, Tuberculose, Hanseníase, Varíola e a História Natural da Doença na literatura de Guimarães Rosa 12. Mortalidade geral em Ouro Preto no período de 2009 a 2011 13. Mortalidade por doenças cardiovasculares em Ouro Preto 14. O Mapa Fantasma PÔSTERES LIVRES 1. Acidente vascular encefálico hemorrágico e suas correlações clínicas: relato de caso 2. Aspectos anatomoclínicos do Kernicterus 3. Bases anatomo-clinicas da Narcolepsia 4. Bases anatomoclínicas da Síndrome da Heminegligência: relato de caso 5. Bases neuroanatômicas da Prosopagnosia 6. Bases neuroanatômicas da Nevralgia do Trigêmio 7. Bases anatomoclínicas da Síndrome de Tourette 8. Lesão dos nervos laríngeos recorrentes: etiologia e considerações anatomoclínicas 9. Perfil de medicamentos anti-hipertensivos utilizados por pacientes atendidos em uma unidade básica de saúde de Patrocínio-MG 10. Perfil dos fatores de risco para hipertensão arterial em pacientes atendidos em uma unidade básica de saúde de Patrocínio-MG 11. Relato de caso clínico: anemia hemolítica e deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase PREFÁCIO O Encontro Didático-Científico é um instrumento integrador das diferentes disciplinas e atividades do curso de medicina que acolhe também as reflexões, experiências e pesquisas em saúde realizadas por estudantes de outros cursos de graduação e profissionais de saúde. Desta forma, contribui para a consolidação dos conhecimentos construídos no âmbito das instituições de ensino e de assistência voltadas para a saúde. Seu caráter didático se mostra também na mobilização de habilidades relacionadas com a produção científica. Os Encontros têm primado pela excelência dos trabalhos evidenciando o compromisso realizadas de todos os junto às envolvidos nas ações e intervenções comunidades dos distritos e da municípios de Mariana e Ouro Preto. Adriana Maria de Figueiredo Coordenadora da Comissão Organizadora sede dos APRESENTAÇÕES ORAIS ABDOME AGUDO: ENFOQUE PROPEDÊUTICO André Silva Rodrigues Luis Felipe Cintra Pereira Taís Dias Murta Tiago Soares Baumfeld APRESENTAÇÕES ORAIS ABORDAGEM CLÍNICA DAS FÍSTULAS GASTRINTESTINAIS Fístula corresponde a uma comunicação anormal entre duas superfícies epitelizadas. Com relação ao trato gastrointestinal, pode acometer qualquer porção de seu lúmen, inclusive o trato biliar e o pâncreas. Corresponde a uma complicação frequente no período pós-operatório de cirurgias abdominais e, devido ao alto grau de morbidade e mortalidade relacionados a esse quadro, é necessário enfatizar a importância da sua detecção precoce e manejo clínico ou cirúgico. A abordagem da fístula gastrintestinal é complexa, e necessita de atuação multiprofissional envolvendo as áreas de Clínica Geral, Nutrição e Cirurgia. Este trabalho tem como objetivo a revisão da literatura sobre o tema, enfocando etiologia, fisiopatologia, tipos específicos, diagnóstico e terapêutica atual. Palavras-chaves: Fisiopatologia Fistula Trato Gastrointestinal, Terapêutica, Diagnóstico, APRESENTAÇÕES ORAIS ABORDAGEM CLÍNICO-CIRÚRGICA DO CÂNCER DE PELE Iure Kalinine Ferraz Souza João Duarte de Carvalho Luis Paulo Vilela Lemos Marlus Sérgio Borges Salomão Júnior Tiago Araújo Alves Tiago César Pereira Ferreira Introdução: o câncer de pele é um problema de saúde pública no Brasil, constituindo uma relevante causa de morte por doença no país. A exposição solar ou a luz ultravioleta, maior longevidade, genética em alguns casos e supressão imunológica estão entre as principais causas de câncer de pele. Objetivos: abordar as principais características clínicas e abordagem clínico-cirúrgica dos principais tumores malignos de pele, sendo eles o carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Métodos: foram feitas revisões bibliográficas baseadas em artigos do PUBMED e SCIELO, além da base de dados do MEDSCAPE/MEDLINE e AJCC ( American Joint Committee on Cancer), com posterior análise comparativa dos resultados. Resultados: O câncer de pele, neste trabalho representado por três de suas principais manifestações, apresenta muitas variações quanto à etiologia e manifestações clínicas, sendo de suma importância a diferenciação entre elas para uma melhor abordagem. Quanto ao aspecto cirúrgico, percebe-se que a excisão e sutura da lesão, se possível, apresenta-se como melhor opção na maioria das vezes, o que não dispensa o uso de outras técnicas se necessário. Conclusão: os tumores malignos de pele, apesar de todos enquadrados como câncer de pele, apresentam diferenças importantíssimas e que devem ser observadas para que o manejo adequado do paciente seja alcançado, com melhora de sua morbidade e mortalidade. Palavras-chave: Melanoma maligno – Carcinoma basocelular – Carcinoma espinocelular Referências Bibliográficas 1. Carucci JA, Leffell DJ. Basal cell carcinoma. In:Freedberg IM, Eisen AZ, Wolff K, Austen KF, GoldsmithLA, Katz SI, editors. Fitzpatrick’s dermatology in generalmedicine. USA: McGraw-Hill; 2003. p.747-54. 2. Naldi L, Dilandro A, D’Avanzo B, Parazzini F. Oncologycooperative group of the Italian group for epidemiological research in dermatology. Host-related and environmental risk factors for cutaneous basal cell carcinoma: Evidence from an Italian case-control study. J Am Acad Dermatol. 2000;42:446-52. APRESENTAÇÕES ORAIS ABORDAGEM DAS HÉRNIAS INGUINAIS Felipe dos Santos Nascimento Filipe Garcia Moreira Júlia Bamberg Cunha Melo Luiz Augusto Martins Silva INTRODUÇÃO - No seu conceito mais amplo, hérnia é a protrusão de qualquer estrutura, víscera ou órgão, através de uma abertura, congênita ou adquirida. Nas hérnias da da região inguinal a protrusão do conteúdo abdominal ocorre ou através do anel inguinal profundo ,hérnia indireta ou através da parede posterior do canal inguinal, hérnia indireta.Na maioria das vezes é possível distinguir hérnias inguinais de outras causas de massa inguinal a partir de características clínicas. DIAGNÓSTICO - Os diagnósticos diferenciais de hérnias inguinais variam desde processos assintomáticos até processos com dor de grande intensidade. Nos casos em que as hérnias inguinais não podem ser diferenciadas de outras massas inguinais, os exames de imagem podem ser úteis. Os principais diagnósticos diferenciais de hérnia inguinal são: Hidrocele, Varicocele, Torção testicular, Torção do apêndice testicular, Testículo retrátil, Hérnia femoral, Linfadenite inguinal e Câncer testicular. TRATAMENTO Existem dois tipos de cirurgia para reparo de hérnia inguinal: a técnica aberta e a laparoscópica. Em ambos os casos, uma tela de polipropileno pode ser utilizada, o que nem sempre acontece no caso do reparo aberto. A técnica aberta mais utilizada é a de Liechestein, mas existem outras, como a de Bassini e McVay. Na laparoscopia, podem ser utlizadas as técnicas de Reparo Totalmente Extraperitoneal (TEP) ou Reparo Transabdominal Pré-peritoneal (TAPP).CONCLUSÃO Defensores da técnica laparoscópica citam diversas vantagens, como redução da dor pós-operatória e retorno precoce às atividades normais. Entretanto, sérias complicações são documentadas: lesões de nervos e grandes vasos, obstrução intestinal e danos vesicais. Em relação ao reparo aberto de hérnia inguinal, alguns estudos concluíram que houve menores índices de recorrência e a experiência do cirurgião não era determinante nas complicações pós-operatórias. APRESENTAÇÕES ORAIS ABORDAGEM DOS MAUS-TRATOS NA INFÂNCIA Alessandro de Sousa Veiga Aline Fernandes Silva Daniel do Nascimento Antonio Daniela Andrade Albergaria Diogo Milioli Ferreira Gustavo Andre Almeida de Oliveira Marco Túlio Froes Duarte Tatiane Duarte Figueiredo Thiago Amorim Ribeiro da Cruz Palmira de Fátima Bonolo APRESENTAÇÕES ORAIS ABORDAGEM PSICOSSEXUAL DO INÍCIO DE RELACIONAMENTOS AFETIVO-SEXUAIS NA ADOLESCÊNCIA Filipe Nappi Mateus Jane Morais Ramos Priscila Cintra Campos Thaís Borges Finotti Washington Miguel Almeida Adriana Maria de Figueiredo Leonardo Cançado Monteiro Savassi Introdução: As questões sobre sexualidade não são exclusivas da adolescência, na medida em que o desenvolvimento psicossexual lhe é muito anterior, mas é nesta fase que se inicia a organização sexual definitiva, tanto do ponto de vista somático, sociológico quanto psicológico e que a identidade sexual se torna importante. O exercício da sexualidade traz implicações no processo reprodutivo e na saúde biopsicossocial do adolescente (FERREIRA E TORGAL, 2009). O trabalho apresenta uma revisão livre da literatura a respeito da sexualidade na adolescência, no que tange os aspectos biológicos e psicossociais e como a educação sexual orientada sob a óptica dos profissionais da saúde, juntamente com educadores, influenciam a percepção destes adolescentes sobre o seu próprio corpo, sua saúde e o seu futuro. Objetivos: Levantamento de informações acerca do comportamento e da expressão da sexualidade na adolescência e a aquisição de conhecimentos para a orientação da prática dos profissionais de saúde juntamente com educadores acerca do tema, como os adolescentes a vivem e o que a entrada tão precoce destes na vida sexual implica em suas vidas. Discussão: A partir da revisão da literatura nas bases de dados Google Acadêmico e Biblioteca Virtual de Saúde, percebe-se que decisão de iniciar as relações sexuais acontece paralelamente às modificações na vida deste adolescente, gerando situações indesejadas como a ocorrência de gravidez, aborto, doença sexualmente transmissível (DST), etc. que repercutem na adolescência e também na vida futura destes jovens, segundo Amaral et al. (2005). Mais jovens do sexo masculino iniciam sua vida sexual precocemente do que mulheres e alguns destes adolescentes negligenciam o uso de métodos contraceptivos julgando-os desnecessários, sendo este um fator de risco, uma vez que há ainda um grande número de adolescentes grávidas e jovens com DST. É neste contexto que o profissional de saúde e os educadores tem um papel central, agindo de forma efetiva na construção da sexualidade destes adolescentes no intuito de incutir nestes o conhecimento correto sobre o tema e desmistificar possíveis mitos e tabus ainda existentes. Conclusão: Pelas análises bibliográficas percebe-se que o tema é amplo e necessita de uma abordagem empírica para a sua consolidação. Contudo observou-se a fragilidade da relação dos adolescentes com os pais, uma vez que, a abordagem da sexualidade era feita na maioria das vezes com amigos e que a capacitação e uma nova abordagem dos profissionais de saúde e educadores podem ser de grande valia para uma nova visão e vivência desta sexualidade. Palavras chave: Adolescente, relacionamentos, sexualidade Referências: 1. AMARAL, M. A.e FONSECA, R. M.G.S. da. Entre o desejo e o medo: As representações sociais das adolescentes acerca da iniciação sexual. Rev Esc Enferm USP. São Paulo; 2005. p 469-475. APRESENTAÇÕES ORAIS AÇÃO EDUCATIVA EM SAÚDE EM PROL DE MÃES E FILHOS NA ESF (ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA) CABANAS, EM MARIANA/ MG Adriana Maria de Figueiredo Aline Ferreira Ricieri Fernanda Mendes de Oliveira Rossi Waleska Brito Rabelo Identificação do Problema: A saúde das crianças é muitas vezes dependente dos cuidados que lhe são oferecidos. A partir disso, constatou-se então, através de conversas com enfermeiras, médicos e também com a coordenação da ESF (Estratégia de Saúde da Família) localizada no bairro Cabanas/MG, que havia uma demanda de informações relacionadas a problemas enfrentados por mães, sejam elas gestantes ou não, e por seus filhos de 0 a 2 anos. Desse modo, o projeto visa à realização de ações educativas que propõem melhorias na qualidade de vida desses grupos. Cenário: A intervenção foi realizada no município de Mariana, Minas Gerais, no bairro Cabanas. O projeto foi desenvolvido na Policlínica Municipal Cônego José Arimatéia de Pinho, que abriga três equipes de ESF, que são responsáveis pela assistência à saúde de 2945 famílias, com 562 crianças de 0 a 2 anos. A população local inclui famílias em situação de vulnerabilidade social, seja por baixa escolaridade, renda familiar ou violência, sendo a educação em grupo uma medida de fortalecimento na atenção à saúde da criança. A atividade foi direcionada ás famílias nas quartas feiras pela manhã, que é também o dia no qual a Unidade de Saúde oferece os serviços de puericultura, que é o acompanhamento direcionado ao desenvolvimento infantil. Desenvolvimento: A princípio realizou-se uma pesquisa bibliográfica e documental sobre o local, a população, a unidade de saúde e sobre as principais adversidades encontradas pelos profissionais de saúde no atendimento de mães e filhos. Após análise dos dados, definiu-se: o objetivo do projeto - informar a população sobre assuntos voltados para a saúde da mãe e da criança, elucidando dúvidas; os temas a serem trabalhados - higiene, amamentação, inserção dos alimentos, vacinação, doenças e acidentes prevalentes na infância; a forma de exposição - explicação do tema, através de cartazes e slides, dinâmica do “Mito ou Verdade”, etc; a quantidade de encontros - dois por cada tema; os nomes fantasias - “Saúde é coisa séria... Mas pode ser divertido!”, além de nomes específicos para cada encontro; e a forma de avaliação - aplicação de cédulas para medir o nível de satisfação, além de diagnóstico de resultados junto aos profissionais da Unidade de Saúde. Resultados: Dentre os participantes 90% consideraram as informações recebidas relevantes e completas, 10% dos participantes consideraram as intervenções relevantes, porém incompletas, e nenhum participante considerou as ações irrelevantes. Quanto aos funcionários da Unidade Básica de Saúde, todos demonstraram satisfação com o projeto, embora reconhecendo as limitações do mesmo, e manifestaram o desejo de continuidade. Conclusão: Apesar de ser difícil mensurar o que de fato foi aprendido em uma ação educativa, devido ao pequeno tempo de atuação, o projeto mostrou-se eficaz em instigar as dúvidas dos participantes, além de levantar questões muitas vezes negligenciadas, tais como: amamentação, inserção correta dos alimentos, doenças prevalentes na infância e acidentes domésticos. Esperamos que o trabalho tenha surtido melhoras na qualidade de vida das mães e de seus filhos e que contribua para o crescimento e desenvolvimento saudável destas crianças. Palavras-chave: Ação educativa; puericultura; saúde da criança. Referências: Blank. Danilo. A puericultura hoje: um enfoque apoiado em evidências (artigo de revisão) Jornal de Pediatria Copyright © 2003 by Sociedade Brasileira de Pediatria. Jornal de Pediatria - Vol.79, Supl.1, 2003. GONÇALVES, F.D. et al. Health promotion in primary school. Interface - Comunic. Saúde, Educ., v.12, n.24, p.181-92, jan./mar. 2008. APRESENTAÇÕES ORAIS AÇÕES EDUCATIVAS COM DIABÉTICOS, HIPERTENSOS E SUAS FAMÍLIAS NO DISTRITO DE CACHOEIRA DO BRUMADO – MARIANA/MG Ana Luiza Martins Reggiani Cecília Carneiro e Silva Gabriela Oliveira Leopoldo Luísa Martino Avelar Raquel Domingos da Costa Wanessa Torres Bernardes Adriana Maria de Figueiredo . Identificação do problema:Ao longo dos últimos trinta anos, houve uma mudança drástica do perfil de morbimortalidade da população brasileira com grande predomínio das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), dentre elas as doenças cardiovasculares e o Diabetes Mellitus. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a mais freqüente das doenças cardiovasculares. Já o Diabetes Mellitus se configura hoje como uma epidemia mundial sendo um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. No Brasil, a hipertensão arterial e o diabetes são responsáveis, de longe, pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos primários em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à diálise. O distrito de Cachoeira do Brumado reflete a situação do Brasil, uma vez que possui um grande número de hipertensos e diabéticos, além de uma alta mortalidade em decorrência dessas doenças. Cenário:Cachoeira do Brumado se localiza na cidade de Mariana e sua área de abrangência é de 805 famílias e 3393 pessoas divididas em seis micro-áreas. Nesse distrito há 87 portadores de diabetes mellitus e 397 portadores de hipertensão arterial, segundo dados de 2008. Desenvolvimento:Após a avaliação situacional da Policlínica Honório José da Silva Ramos e a apresentação de um breve histórico de atividades realizadas pela enfermeira e pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) durante os últimos anos decidimos, conjuntamente, trabalhar com a abordagem dos temas diabetes e hipertensão através de grupos operativos, como indicado pelo Ministério da Saúde. Além disso, foi confeccionada uma cartilha com os principais assuntos abordados nos grupos e uma tabela de medicamentos foi feita para resolver o problema da similaridade das embalagens fornecidas pelo SUS. O grupo de pacientes portadores de hipertensão e Diabetes Mellitus foi dividido em três. Cada grupo participou de dois encontros na forma de grupos operativos e no encontro final, para término das atividades, foi realizada uma caminhada com todos os participantes. No primeiro encontro de cada grupo, os assuntos abordados foram os conceitos, definições, fatores de risco e como prevenir a hipertensão e o diabetes. No segundo encontro, os temas abordados foram os cuidados com os pés e alimentação. No último encontro, o assunto abordado foi atividade física. Principais Resultados:Os grupos operativos apresentaram uma boa adesão dos portadores de doença crônica, porém obtivemos uma baixa adesão dos familiares. A cartilha com atividades interativas possibilitou o caráter lúdico do trabalho e ao mesmo tempo informativo, além de ser uma forma de avaliar o aprendizado dos participantes. Conclusões:Os grupos operativos, com discussões e relatos, possibilitaram a troca de experiências entre os participantes e a oportunidade de falar, escutar, refletir e aprender. O aprendizado no PET Cachoeira do Brumado foi mútuo, se por um lado conseguiu-se uma maior conscientização sobre a importância da prevenção de agravos decorrentes do diabetes e da hipertensão, por outro, viu-se a superação do grupo diante de dificuldades e um grande envolvimento com a comunidade. Palavras chave: Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial, Grupos Operativos Referências: GUTIERREZ, Denise Machado Duran; MINAYO, Maria Cecília de Souza. Produção de conhecimento sobre cuidados da saúde no âmbito da família. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 2011 . http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232010000700062&lng=en&nrm=iso>. access on 23 Oct. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000700062 PACE, Ana Emilia et al . O conhecimento sobre diabetes mellitus no processo de autocuidado. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 14, n. 5, Oct. 2006 Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692006000500014&lng=en&nrm=iso>. access on 23 Oct. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692006000500014 APRESENTAÇÕES ORAIS AÇÕES EDUCATIVAS DE PREVENÇÃO DAS PARASITOSES EM CRIANÇAS DO ENSINO INFANTIL DO DISTRITO DE MONSENHOR HORTA/MARIANA-MG Bruno de Araújo Pinheiro Larissa Amaral Lauriano Maria Gabriela Ribeiro Madeira Natália Cristina Carvalho de Souza Objetivos: Um dos primeiros objetivos da equipe ao entrar em contato com a população foi saber qual o nível de conhecimento desta a respeito do problema ao qual seria abordado e, a partir de então, consolidar as informações dessas pessoas sobre o tema. Além disso, objetivamos também sensibilizá-las quanto ao cuidado em lavar as mãos e os alimentos, bem como ao cuidado na ingestão de água. O objetivo principal foi despertar a análise crítica dos participantes das palestras em relação ao assunto. Atividades desenvolvidas: A intervenção consistiu em encontros com as crianças e mães por meio de palestras informativas. Cada palestra foi realizada separadamente para cada escola local, totalizando em quatro encontros, dois encontros com a Escola Municipal Jadir Macedo e dois com a Escola Estadual Cônego Braga. Decidimos abordar as parasitoses mais comuns relatadas na região e, para que cada encontro não ficasse demasiadamente grande e cansativo, o conteúdo da palestra foi dividido em duas partes. Na primeira delas foram abordadas as seguintes verminoses: ascaridíase, giardíase, teníase e amebíase. Já na segunda parte, as doenças abordadas foram as seguintes: esquistossomose, ancilostomose e enterobiose. Assim, o enfoque foi nos modos de transmissão, o ciclo de vida dos parasitas, os sintomas e as medidas profiláticas. No encontro, foram esclarecidos os questionamentos tanto das crianças quanto dos pais sobre o assunto abordado. Ao final de cada encontro foi realizado um Quiz com os participantes para torná-lo mais participativo e também para verificar o quanto eles aprenderam. Para a realização das palestras, contou-se com o apoio das diretoras das devidas escolas. Para aumentar a adesão das mães aos encontros foi decidido sortear brindes na segunda parte das palestras. Posteriormente, as palestras foram apresentadas às Agentes Comunitárias de Saúde (ACS´s), ficando estas, cientes do conteúdo abordado nas palestras e assim podendo sanar as dúvidas que perdurassem nos moradores que as questionassem. Discussão: Durante o contato do grupo de PET com o público nos momentos das palestras, ficou claro que, apesar da população já possuir um conhecimento prévio a respeito da temática, o trabalho foi válido. Afinal, esse conhecimento foi mais consolidado mediante as novas informações repassadas durante os encontros, principalmente, no quesito medidas profiláticas. Inicialmente, o tema escolhido pelo grupo pode parecer irrelevante levando em conta que não há tratamento de água e esgoto no distrito e a solução desses problemas de infraestrutura, envolvem órgãos políticos fora do nosso alcance. Entretanto, a partir da promoção da saúde por meio da educação, a população fica mais consciente e crítica acerca do contexto em que está inserida, ou seja, mais habilitada para questionar e exigir melhorias da saúde e da infraestrutura de modo geral. Esse desenvolvimento crítico da população é uma das diretrizes da abordagem da saúde interface à escola como pode ser vista no caderno do Ministério da Saúde: “Escolas Promotoras da Saúde: experiências no Brasil.” Conclusões: Um dos grandes desafios encontrados foi que a Unidade de Saúde em que o trabalho foi desenvolvido trabalha com demanda espontânea, o que acarreta em uma dificuldade de se conhecer realmente a população e as suas necessidades. Outro desafio se deve à grande parte da população morar na zona rural do distrito, o que apresenta um grau de dificuldade no deslocamento. Concluímos que, diante do contexto em que o grupo estava inserido, a constatação de que houve fixação do conhecimento pelas crianças, como, por exemplo, a maneira correta de lavar as mãos, já justificou o projeto. Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 96 p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica; n. 24, APRESENTAÇÕES ORAIS ATUALIDADES EM CÂNCER DE MAMA Marcos Vinícius Pimentel Cardoso Mariana Sales Costa Núbia Carvalho Pena de Oliveira Raíssa Lage Coimbra O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo e no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. Cerca de 1,4 milhões de casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2008 em todo o mundo, o que representa 23% de todos os tipos de câncer. Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer da mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Dentre as formas de detecção para complementar a anamnese e exame físico, temos os métodos de imagens como mamografia, ecografia, ressonância nuclear magnética, sendo a primeira ainda como a forma mais barata, rápida e eficaz nos casos selecionados. Como recursos diagnósticos, temos a PAAF, o Core Biopsy, a Mamotomia e as biópsias abertas. A core biopsy e mamotomia fornecem amostra para análise histológica, A PAAF tem limitações para estabelecer invasão e definir o tipo histológico da lesão pesquisada, e a biópsia aberta é utilizada na impossibilidade de realizar punções. Os tratamentos atualmente recomendados são, o tratamento loco-regional, o cirúrgico, o sistêmico, sendo os fatores prognósticos (status axilar, tamanho tumoral, metástases à distância, grau de diferenciação tumoral, idade, status menopausal, receptores hormonais, HER-2) e preditivos (receptores hormonais e HER-2) os responsáveis pela ausência ou não de resposta terapêutica. Enfim, o objetivo atualmente é a prevenção através de programas de rastreamento para a detecção precoce que proporcione melhora na sobrevida e permita tratamentos conservadores menos agressivos e menos mutiladores, buscando melhorar a qualidade de vida das pacientes acometidas e evitar que câncer em estágios mais avançados sejam detectados mais tardiamente. APRESENTAÇÕES ORAIS ATUALIZAÇÃO DO USO DE ANTIMICROBIANOS EM CIRURGIA COMO PROFILAXIA DE COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS Helivelton Rocha Azevedo Stéphanie Staislof Duffles Franco Alexandrina Batista Fernandes Fabiana Chamon Moura Cassia Rafaela Leão Brito Iure Kalinine F Souza Sávio Lana Siqueira APRESENTAÇÕES ORAIS AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE COGNITIVA EM GLAURA DISTRITO DE OURO PRETO/MG Leonardo Cançado Monteiro Savassi Lídia Lelis Leal Lígia Barros de Oliveira Mariana Cardoso Gomes Segato Mariana Gonçalves Teixeira Renata Barbosa Nogueira Introdução: O projeto “Avaliação da Capacidade Cognitiva em Glaura – distrito de Ouro Preto/MG” baseia-se na complementação e ampliação dos recursos existentes em saúde mental na Equipe da Saúde da Família (ESF) “Caminho dos Diamantes”, localizada em Glaura. O foco, dentro da saúde mental, é atuar na capacidade cognitiva da população local. O distrito acompanha a tendência nacional de envelhecimento da população com índice elevado de idosos, faixa etária em que o envelhecimento cerebral está associado a aumento do risco de déficit cognitivo. Visando avaliar o nível de qualidade de vida cognitiva dessa população, foi aplicado o Mini-exame do Estado Mental (MEEM), teste de rastreio para perda/avaliação cognitiva. Além disso, foram realizadas ações educativas e atividades relacionadas à cognição com as pessoas que participaram. O campo da saúde mental não se baseia em um modelo fechado, mas é um processo social e complexo, que necessita de estratégias que perpassem vários setores sociais. É fundamental criar vínculos que completem e ampliem os recursos existentes na rede de serviços. Nesse sentido, o projeto atua de modo complementar ao atendimento médico em parte devido à falta de tempo hábil do médico responsável para aplicar os testes necessários para tal diagnóstico, além da ausência de atividades relacionadas à saúde mental na ESF. Objetivos: Avaliar as funções cognitivas dos participantes do “Mutirão da Memória” e classificar sua necessidade de atendimento médico. Realizar uma ação educativa voltada para melhoria de suas habilidades cognitivas propondo meios para a continuidade do projeto. Metodologia: Foi realizado o “Mutirão da Memória”, evento que consistiu na aplicação do MEEM aos participantes voluntários e na prática de ações educativas destinadas à melhora das funções cognitivas. Posteriormente, outros encontros aconteceram no sentido de integrar a já vigente prática de exercícios físicos à prática de mais ações educativas visando à continuidade daquelas previamente introduzidas. Os resultados do MEEM foram utilizados para analisar o desempenho dos participantes, sendo encaminhados aqueles com alterações ao médico da ESF “Caminho dos Diamantes”. Resultados: Foi aplicado o MEEM em 25 voluntários. Levando em consideração a escolaridade dos participantes e a pontuação correspondente no MEEM, um deles apresentou pontuação inferior ao limite estabelecido, caracterizando uma possível demência. Conclusão: As ações interventivas e educativas são importantes para a promoção e a manutenção da capacidade cognitiva. Levando em consideração a alta porcentagem de idosos no município de Glaura, faz-se necessário a manutenção de tais ações. As boas pontuações no MEEM revelam que não é necessário tratar esses pacientes, mas atentar para os cuidados devidos manutenção dessa pontuação. APRESENTAÇÕES ORAIS CÂNCER DE PRÓSTATA: RASTREAMENTO, DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM CIRÚRGICA Iure Kalinine Nivan Gribel Paula Baccarini Cunha Tábata Passos Ferreira Thaís Marina Batisteli Camêlo INTRODUÇÃO: O câncer de próstata é o carcinoma mais prevalente em homens e o sexto tipo mais frequente no mundo. No Brasil, estima-se um risco de 54 casos novos a cada 100 mil homens. É o tipo de câncer mais frequente em todas as regiões do país e, ao longo dos anos, observa-se uma tendência de aumento na incidência. Acredita-se que esse aumento esteja relacionado à evolução dos métodos diagnósticos, ao aumento da expectativa de vida da população e à melhoria da qualidade dos sistemas de informação do país. É considerado uma patologia de bom prognóstico quando diagnosticada e tratada oportunamente. Em geral, a sobrevida média mundial estimada em cinco anos é de 58%. OBJETIVOS: realizar uma revisão bibliográfica a respeito do câncer de próstata, seus fatores de risco, métodos clínicos e propedêuticos de diagnóstico, rastreio e tratamento. DISCUSSÃO: dentre os fatores de risco relacionados ao câncer de próstata citam-se idade, história familiar, herediariedade, dieta e infecções. O tipo histológico mais prevalente é o adenocarcinoma prostático e a localização mais frequente é a zona periférica, sendo multifocal em 50% dos casos e estendendo-se frequentemente ao ápice. A maioria dos pacientes com câncer de próstata em estágio incipiente é assintomática e pode apresentar ao exame clínico exame retal digital alterado. Como exames complementares, cita-se a dosagem de PSA e ultrassom transretal com biópsia prostática (TRUS com biópsia). O rastreio para o câncer de próstata é controverso, sendo o ERD e PSA considerados por alguns como técnica de rastreio adequada. A terapia padrão-ouro para esse tipo de câncer consiste na prostatectomia radical, que é realizada pelas técnicas perineal, retropúbica, laparoscópica ou robótica. CONCLUSÕES: Apesar de o padrão ouro para o tratamento do adenocarcinoma ser a prostatectomia radical, vários estudos tem sido realizados como intuito de desenvolver técnicas operatórias com menor morbimortalidade intra e pós operatória e menores taxas de recidiva. O diagnóstico tem sido cada vez mais precoce, mas para isso é necessário que haja conscientização da população e dos próprios profissionais de saúde quanto aos métodos disponíveis hoje para rastreamento. Palavras-chave: CÂNCER DE PRÓSTATA; RASTREAMENTO; PROSTATECTOMIA Referências: 1. TANAGHO, McAninch Urologia Geral. 17ª ed. São Paulo. Editora artmed. 2010 APRESENTAÇÕES ORAIS CAPACITAÇÃO DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM EM ATENÇÃO AO IDOSO NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO - MG Ana Cláudia Ramos Donatelli; Ana Luiza Leite Costa; Daniela Fernanda de Almeida Santos; Luiz Felipe Miranda Mendes; Marcella Barbosa Sampaio; Raphael Botelho Sá APRESENTAÇÕES ORAIS DIABETES MELLITUS TIPO 1 NA INFÂNCIA - O DESAFIO DA ACESSIBILIDADE E ADESÃO AO TRATAMENTO Thayssa Lorrainne Lima Bruno de Oliveira Rocha Déglia Kennia Rodrigues Santana Monize Romualdo de C. Rocha Janaína Flávia Corrêa Lopes Camila de Freitas Corrêa Natalia Maira Resende Nubia Bernardes Carvalho Tatiane Cinthia Nascimento Leticia Pereira Azevedo APRESENTAÇÕES ORAIS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS: UMA ANÁLISE DO PROBLEMA SOCIAL FRENTE AOS INTERESSES DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA Débora Dumont Cruz Nunes Najla Braz da Silva Vaz Pedro Gadbem Bobst Samira Karolyne da Silva Romão Simone Alves Edmundo Márcio Antônio Moreira Galvão Introdução: Denominamos doenças negligenciadas, um grupo de doenças endêmicas que se manifestam principalmente nas regiões subdesenvolvidas como América Latina, África e Ásia. Dentre as principais patologias, destaca-se: Leishmaniose, Doença de Chagas e Malária. Atualmente, o Brasil vem liderando a lista dos países em desenvolvimento que mais tem aplicado recursos em estudos de novas formas de tratamento para essas doenças, que afetam populações mais empobrecidas. Segundo a Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas: “Apesar do esforço do setor público em promover uma solução efetiva, esse processo esbarra na falta de interesse da indústria farmacêutica que não investe nesse mercado pelo fato de não ser suficientemente lucrativo, para justificar a pesquisa de medicamentos mais eficazes e acessíveis a população carente.” Objetivo: Atentar para o fato paradoxal dessas doenças, que apesar de afetarem e levarem a óbito um contingente significativo, que envolve milhões de pessoas; continuam negligenciadas. Discussão: Diversos fatores contribuem para que essas doenças continuem ignoradas do interesse público em geral, dentre eles, destaca-se: conhecimentos técnico-científicos insuficientes, mercado de medicamentos aliado aos interesses lucrativos da Indústria Farmacêutica; e irregularidade na atuação pública frente à saúde da população. A principal entidade que atua nesse campo é a Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, em inglês) criada pela ONG, Médicos sem Fronteiras. Essa entidade, atua de forma a incentivar tratamentos que atendam os pacientes, além de fortalecer a capacidade de pesquisa nos países endêmicos, bem como conscientizar a opinião pública e despertar maior responsabilidade dos governos sobre a necessidade de desenvolver novos tratamentos e possibilitar maior controle sobre as doenças negligenciadas. Conclusão: Nos países ricos, o progresso técnico-científico dos últimos 30 anos gerou avanços sem precedentes e um ganho substancial na expectativa de vida. No entanto, doenças tropicais fatais, que muitas vezes podem ser prevenidas, tratadas e curadas continuam a assolar comunidades pobres nos países em desenvolvimento, devido, em grande parte a falhas de mercado e de políticas públicas. Palavras chave: doenças negligenciadas, descaso com a saúde pública, interesses de grupos farmacêuticos. Referências: http://www.finep.gov.br/imprensa/revista/edicao6/inovacao_em_pauta_6_doencas_negl .pdf http://www.dndi.org.br/pt/doencas-negligenciadas/panorama.html http://www.senado.gov.br/sf/comissoes/cas/ap/AP_20080604_Doencas_Negligenciadas .pdf APRESENTAÇÕES ORAIS EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA MÃES E CRIANÇAS NA ESFAMARANTINA Gabriella Noronha Frois Jéssica Almeida Horta Duarte João Luis de Freitas Rodrigo Vilela Ventura Leonardo Cançado Monteiro Savassi Thaline Identificação do problema: baseando-se no relato de informantes-chave, notou-se a carência de informação das mães e crianças que são atendidas no dia semanal de puericultura na ESF-Amarantina. Através do contato direto com o público-alvo pôde-se perceber que as principais dúvidas tratavam de higiene, alimentação, crescimento e desenvolvimento das crianças. Cenário: o prédio contém seis consultórios distribuídos em dois andares, um salão comunitário, recepção e três banheiros. A unidade conta com dezoito integrantes na equipe multiprofissional característica de cada ESF: médico da família, enfermeira, duas técnicas de enfermagem, sete ACSs, etc. Desenvolvimento: foi elaborada e entregue às mães uma cartilha informativa, contendo dados simples e figuras, tornando-a bastante didática. Cada integrante do grupo conversou pessoalmente com cada mãe, buscando esclarecer suas dúvidas e transmitindo os pontos principais do projeto, e com cada criança, entregando o kit de higiene bucal e tentando ensinar basicamente a higiene. A abordagem às mães e crianças foi feita no salão comunitário ou na recepção, enquanto estes esperavam pelo atendimento médico. Para as pessoas que aguardavam o atendimento médico e a conversa com os alunos, ou com os quais já haviam conversado, foi disponibilizado algum tipo de passa-tempo, como material para desenho. Além dessas atividades, um integrante por dia de visita acompanhou a consulta de puericultura executada pela enfermeira, isso foi feito com o objetivo de constatar a atmosfera e o funcionamento da consulta, possibilitando melhor identificação dos problemas e melhorando a intervenção do grupo na comunidade. Como forma de avaliação foi utilizada uma urna, na qual as mães depositavam anonimamente figuras denotando “satisfação”, “indiferença” ou “descontentamento”. Principais Resultados: a maioria das dúvidas das mães pôde ser esclarecida no ato da pergunta, enquanto que a resposta para algumas exigiram estudo posterior dos integrantes. Mães revelaram que esta foi a primeira intervenção deste tipo; aparentemente ficaram satisfeitas tanto com as informações dadas, quanto pela forma de abordagem que, segundo elas, foi feita de forma correta e aproveitava o tempo de espera. A grande maioria das mães e crianças se sentiu à vontade para interagir com o grupo, mas algumas, mais reservadas, preferiram manter distância, talvez por receio. Conclusões: baseando-se nos votos inseridos na urna e no feedback dado pela preceptora, pode-se perceber os resultados positivos colhidos da intervenção. Apesar da subjetividade destes resultados, eles foram utilizados como parâmetro pois os resultados palpáveis de intervenções do tipo são a longo prazo; para isso, esperamos que o trabalho seja levado adiante por grupos. Palavras-chave: puericultura; intervenção; atenção primária Referências: 1. Candice Boppré Besen; Mônica de Souza Netto; Marco Aurélio Da Ros; Fernanda Werner da Silva; Cleci Grandi da Silva; Moacir Francisco Pires. A Estratégia Saúde da Família como Objeto de Educação em Saúde. Saúde e Sociedade v.16, n.1, p.57-68, jan-abr 2007. APRESENTAÇÕES ORAIS EXPECTATIVAS E REALIDADES DA ATUAÇÃO EM MEDICINA DA FAMÍLIA: RELATOS DE MÉDICOS ATUANTES EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NAS REGIÕES DE OURO PRETO E MARIANA, EM MINAS GERAIS Adriana Maria de Figueiredo Ana Cláudia dos Santos Guilherme Ângelo dos Santos Silva Luciana Silva de Godoy Natália Dias do Nascimento Sebastião Leonardo Silva Leite Com o crescente fomento pela atuação em medicina de família, sendo exemplificado pela tramitação da lei de Serviço Civil na Estratégia de Saúde da Família, como forma de bonificação na pontuação em residências médicas, constatamos que, enquanto acadêmicos de medicina do primeiro período, conhecemos pouco sobre a Residência Médica em Saúde da Família e a realidade da profissão. Buscando conhecer a realidade dessa atuação, fomos a campo entrevistar médicos, que trabalham na Estratégia de Saúde da Família, com e sem especialização na referida área. Tendo como intuito, conhecer as expectativas dos mesmos antes de adentrar no serviço, a sua realidade de trabalho e sua opinião sobre a residência em Medicina de Família. As entrevistas se deram regidas por um roteiro semi-objetivo, que tinha como questionamentos os principais pontos compilados da nossa bibliografia base, a tese de doutorado “O generalista da Estratégia de Saúde da Família: um Hércules na reforma da reforma.” Os médicos entrevistados apresentam tempo de atuação na Estratégia de Saúde da Família entre 1 ano e 1 mês a 12 anos, com tempo de atuação na referida Unidade Básica de Saúde variando de 1 mês a 2 anos. Informaram rotatividade de médicos variando de baixa a alta, nas diferentes Unidades Básicas relatadas. Todas contam pelo menos com médico, enfermeiro, técnico em enfermagem, nutricionista e agentes comunitários de saúde. Variando em quantidade. Os fatores motivantes para a atuação, mais relatados foram atuação em saúde pública e o desafio no campo de trabalho. E os desmotivantes mais prevanlentes, foram remuneração e rotina de trabalho. Houve também relatos de atuação em outros serviços, como plantões e consultórios particulares. Com relação à residência em medicina de família, todos manifestaram-se entusiastas da idéia, porém os interessados em seguir nessa área, relataram optar por prova de título, ao invés da residência, para se tornarem especialistas em medicina de família. Concluímos que existem profissionais dispostos a atuar na área de medicina de família, cumprindo a carga horária exigida, se submetendo à concurso público para essa função e investindo em capacitação profissional, tendo como sua especialidade a Medicina de família. Porém, sabemos que para outros profissionais esse trabalho é apenas temporário até que se consiga o ingresso em uma residência tradicional, para atuação em uma das especialidades clássicas da medicina, por exemplo. Contudo, nosso objetivo não foi generalizar a situação local para a Estratégia de Saúde da Família como um todo, mas entendemos ser interessante que hajam mecanismos de gratificação para aqueles profissionais que trabalham em medicina na família, sendo especialistas na área. Sem demérito dos que não são. Esse bônus poderia ocorrer através da implementação de um cargo específico de supervisor dos médicos da Unidades Básicas de Saúde, para esses especialistas. Poderia se pensar, também, em gratificação salarial ou redução em sua carga horária de trabalho. Palavras chave: Residência Médica, Medicina de Família e Estratégia de Saúda da Família. Bibliografia: 01 - FONSECA, Janaína Molinari Veloso. O generalista na estratégia de saúde da família: um Hércules na Reforma da Reforma. Fevereiro de 2011. Tese de doutorado. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais. 02 - CAMPOS, G.W.D.S. Tratado de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009. Cap. 25,. APRESENTAÇÕES ORAIS HUMANIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL: CUIDADOS COM A SAÚDE DA GESTANTE E DA CRIANÇA - ESF VIDA NO DISTRITO DE CACHOEIRA DO CAMPO - OURO PRETO/MG Amanda Freire Fernanda de Faria Mariano Heloisa Cirilo Sousa Letícia Aparecida de Figueiredo Leonardo Cançado Monteiro Savassi Cássia Aparecida Barboza IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: A gravidez é um período de grandes modificações, em que muitas mulheres, principalmente as que terão filho pela primeira vez, apresentam muitas dúvidas com relação à gestação e o cuidado com o recémnascido. São dúvidas freqüentes: estágios de desenvolvimento do bebê, cuidados com a saúde durante a gestação, o parto, como cuidar do bebê, dentre outras. CENÁRIO DE ESTUDO: A ESF Vida situa-se no distrito de Cachoeira do Campo, pertencente ao município de Ouro Preto – Minas Gerais. Ela abrange uma região dividida em sete microáreas, com um Agente Comunitário de Saúde cada. A população adstrita é de 4690, sendo 642 crianças, 817 adolescentes, 440 jovens, 2746 adultos e 485 idosos. Na ESF Vida, estão cadastrados 396 hipertensos, 27 diabéticos, 87 hipertensos e diabéticos e 31 gestantes. DESENVOLVIMENTO: Foram feitos Grupos Operativos com as gestantes que foram à Unidade fazer pré-natal, utilizando de apresentações didáticas. Após os Grupos Operativos, as monitoras acompanharam as consultas de pré-natal,onde puderam ter um contato maior com cada gestante e saber quais são suas principais dúvidas para que pudessem ser solucionadas nos grupos operativos. Foi confeccionado um panfleto informativo para todas as gestantes, com o resumo das recomendações dadas durante as apresentações do Grupo Operativo. Tal panfleto foi entregue nos encontros de encerramento do projeto para as gestantes presentes e armazenados no ESF Vida para que outras gestantes pudessem ter acesso.Também foi feita uma visita à maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto com as gestantes que se interessaram, a fim de mostrá-las o lugar em que iriam dar à luz a seus filhos, e também para esclarecer possíveis dúvidas que surgissem.Além disso, foram feitas visitas às casas das gestantes após os nascimentos dos bebês (que nasceram durante o desenvolvimento do projeto) para a entrega do panfleto informativo e para enfatizar a importância de acompanhar o desenvolvimento do bebê, levando-o ao ESF Vida. Como parte da avaliação do projeto, durante os encontros de encerramento foi medida a satisfação das gestantes por meio de avaliação anônima constando das opções “gostei”, “pode melhorar” e “não gostei” com respectivas faces alegre, indiferente e triste. PRINCIPAIS RESULTADOS: Durante os grupos operativos, as gestantes mostraramse interessadas e participativas, relatando experiências pessoais e buscando esclarecer as dúvidas. Além disso, elas demonstraram sua satisfação através de elogios para o médico e para a enfermeira da unidade de saúde. Por meio da avaliação final, constatou-se que todas as gestantes gostaram do trabalho desenvolvido durante o projeto. CONCLUSÃO: As gestantes apresentavam dúvidas e elas só tinham a oportunidade de obter instruções sobre o período de gestação numa consulta individual, nas quais podia haver receio por parte delas, inibindo-as de perguntar sobre suas dúvidas. Com o grupo operativo, nota-se que elas se sentiram mais livres pra fazer suas perguntas e trocarem experiências pessoais. PALAVRAS-CHAVE: Gestação; Pré-natal; Humanização REFERÊNCIAS: Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=24085. Acesso em 23/11/11, às 9h03min. APRESENTAÇÕES ORAIS IDENTIFICAÇÃO E PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL NA E SCOLA MUNICIPAL PADRE CARMÉLIO, OURO PRETO, MG Bárbara Furquim Werneck Campos Valadão Lucas Leandro Silva Maíra Lucília Monteiro Ferreira Rafaela Gontijo Manso Sâmara Corrêa Silva Sanny Kemelly Miquelante Yoshida APRESENTAÇÕES ORAIS INSUFICIÊNCIA MESENTÉRICA ARTERIAL AGUDA Cecília de Souza Monteiro Halisson Flamini Arantes Marília Faleiro Malaguth Mendonça Talis Vieira Girardi Mendonça de Oliveira Tchalton Amador Corrêa A isquemia mesentérica é causada pela diminuição do fluxo sanguíneo intestinal, mais comumente devido à oclusão, vasoespasmo e/ou hipoperfusão do sistema vascular mesentérico. Suas conseqüências clínicas podem ser catastróficas, incluindo sepse, infarto intestinal e morte, de forma que diagnóstico e tratamento rápidos tornam-se imperativos. De acordo com a velocidade com a qual o comprometimento do fluxo sanguíneo se estabelece, a IM pode ser classificada em aguda(da qual tratará este trabalho) ou crônica. A incidência de isquemia mesentérica na população em geral é de 1 em 100.000 por ano. A injúria isquêmica do intestino se desenvolve quando há entrega insuficiente de oxigênio e nutrientes necessários para o metabolismo celular. O intestino é capaz de compensar uma redução aguda de aproximadamente 75% do fluxo sanguíneo mesentérico por até 12 horas sem danos substanciais. As principais causas de oclusão arterial mesentérica aguda incluem são embolia e trombose. A forma nãooclusiva corresponde a 20% das causas de isquemia mesentérica aguda. Apesar de não haver obstrução fixa, o vasoespasmo nas artérias mesentéricas pode ocasionar infarto do intestino. O paciente pode se queixar de dor abdominal isolada ou associada a outros sintomas, como náuseas, vômitos, diarréia, perda progressiva de peso, entretanto, tais queixas representam um quadro clínico amplo e que pode estar presente em outros distúrbios do trato gastrointestinal. Os achados laboratoriais mais comumente encontrados são hemoconcentração, leucocitose com desvio para a esquerda (> 20.000), e acidose metabólica com ânion gap elevado, que é encontrada em mais de 75% dos pacientes. A dor intensa, os gases, a distensão abdominal, a imobilidade do paciente e a sua falta de cooperação dificultam muito a utilização de exames de imagem, na maioria das vezes, inviabilizando um diagnóstico preciso. O tratamento endovascular deve se limitar aos estágios iniciais do quadro isquêmico e apenas na ausência de sinais de irritação peritoneal. Em um primeiro momento, é importante realizar ressuscitação volêmica endovenosa com solução cristalóide e hemodrivados, antibioticoprofilaxia de largo espectro e terapia anti-coagulante. A presença de sinais de irritação peritoneal indica infarto transmural do intestino, o que torna mandatório a realização de uma laparotomia de emergência para revascularização do território arterial acometido e excisão do segmento intestinal infartado (enterectomia). O tratamento cirúrgico pode resultar em retiradas funcionais ou não de extensão significativa do intestino delgado. Este procedimento origina má-absorção grave e pode evoluir para um quadro denominado Síndrome do intestino curto. A profilaxia para isquemia mesentérica aguda deve ser feita atuando-se sobre fatores de risco cardiovascular (sedentarismo, estados de hipercoagulabilidade, hipertensão arterial, hiperglicemia e hipercolesterolemia). .pdf. APRESENTAÇÕES ORAIS MACONHA: PORTA DE ENTRADA E PORTA DE SAÍDA? Ricardo Luiz Narciso Moebus Amália Assis de Freitas Ana Clarisse da Costa Porto Eliana Fernandes Maia Emilia Calil Silva Júlia Carvalho Oliveira Introdução: A maconha trata-se de uma substância inserida nos contextos recreativo, religioso e medicinal, cujo uso demanda uma análise atualizada e multidisciplinar. Apresenta-se como tema extremamente controverso e, sobretudo, distante de um consenso científico ou social. Assim, como forma de melhor compreendermos e debatermos o uso da maconha e a eventual estigmatização do seu usuário, propomos uma discussão baseada em dois pólos: a maconha como “porta de entrada” - vez que se apresentaria como vetor ao consumo de outras drogas ilícitas, consideradas mais “pesadas” - e como “porta de saída” – utilizada no tratamento de dependentes químicos por redução de danos e indivíduos com transtornos mentais como depressão, esquizofrenia e ansiedade. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo promover uma reflexão teórico-metodológica sob uma visão científica e multidisciplinar acerca do tema maconha, ampliando os conhecimentos dos estudantes e dos profissionais de saúde. Discussão: Esse debate baseia-se em publicações recentes e controversas do Departamento de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos Sobre Drogas (ABRAMD). Como porta de entrada, tem-se a visão unilateral da ABP, que aborda o tema sob o ponto de vista psiquiátrico, considerando a saúde e a dependência química como uma questão meramente médica. Em contrapartida, tem-se a visão multidisciplinar da ABRAMD, que aborda o uso da maconha como porta de saída, considerando a contribuição pluralista de sociólogos, educadores, juristas, antropólogos, religiosos e outros especialistas que poderiam ampliar o significado da questão. Conclusão: Faz-se necessária uma abordagem transdisciplinar e intersetorial do presente tema. Afinal, esta discussão não deve limitar-se a apenas uma das versões – seja estritamente médica ou sócio-antropológica – uma vez que o conhecimento de ambas as facetas é fundamental para que seja evitada uma visão preconceituosa e limitada sobre o uso da maconha, abstendo o usuário da estigmatização pelo profissional de saúde. Palavras chave: maconha; multidisciplinaridade; estigmatização REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Revisão Científica: Maconha e Saúde Mental. Disponível em: <http://www.abpbrasil.org.br/departamentos/coordenadores/coordenador/noticias/?dep= 4&not=69.> Acesso em: 24 nov. 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA MULTIDISCIPLINAR DE ESTUDOS SOBRE DROGAS. Maconha: Uma visão multidisciplinar. Disponível em: <www.neip.info/html/objects/_downloadblob.php?cod_blob=743>. Acesso em: 24 nov. 2011. APRESENTAÇÕES ORAIS MANEJO DA DOENÇA HEMORROIDÁRIA Geizon Souza Barbosa Marcos Kamilo Castro e Fonseca Lívia Ferreira Fernandes Tatiane Rufino Vieira APRESENTAÇÕES ORAIS OPINIÃO E CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP) SOBRE DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS. Adriana Maria Figueiredo Gustavo Meirelles Ribeiro Bernardo Arantes Neves de Abreu Daniel Guilherme de Oliveira e Silva Gabriela Cunha Arantes Giovanny Viegas Rodrigues Fernandes Robson Moraes dos Santos Introdução: O Brasil desenvolveu-se muito no setor de transplantes nas últimas décadas e hoje possui um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. Porém, esse grande número de cirurgias no país confronta-se com a dificuldade de captação de órgãos devido à baixa quantidade de doadores existentes e à elevada necessidade de realizações dessa prática. Estudos e propostas para aumentar a captação de órgãos foram motivados por essa carência. Os médicos brasileiros, segundo a literatura, possuem conhecimento insuficiente sobre o tema, o que pode ser causa da pequena captação de órgãos nesse meio. Esse déficit deve ser ainda mais acentuado em estudantes durante a graduação médica. Portanto se vê necessária a compreensão do conhecimento dos discentes e a discussão do tema. Objetivos: O estudo visa investigar a opinião e conhecimento dos alunos do curso de Medicina da UFOP sobre doação e transplante de órgãos e identificar o perfil dos sujeitos do estudo, comparando os resultados obtidos com os descritos na literatura (GALVÃO, 2007 e TESSMER,2009). Métodos: Aplicação de questionário que vise determinar o conhecimento dos estudantes acerca da sua visão em relação à doação e transplante de órgãos aos alunos do 1°, 5° e 9° períodos do curso de medicina da UFOP, tabulação e análise dos resultados comparando com outros artigos já publicados. Resultados: A intenção de ser doador após a morte foi de 86,17%, sendo maior no 1° (91,18%) e menor no 9° período (74,07%), e intervivos foi de 88,29%, apesar de 70,21% declarar conhecimento regular, ruim ou péssimo. Dos alunos, 78,72% consideram que o tema deve ser conteúdo da graduação, contudo no primeiro período esse percentual é de 94,12% enquanto no 9° período é de 44,44%, este valor é inferior ao encontrado na literatura, 92% (GALVÃO, 2007), apontando uma possibilidade de mudança de opinião sobre o assunto no decorrer do curso de graduação. Dentre os discentes 58,51% consideram o consentimento informado/expresso como o melhor critério de doação e 86,17% optam pela gravidade da doença do paciente como melhor forma de alocação. O entendimento sobre transplante aumentou conforme o avanço no curso de graduação. Conclusão: O trabalho apontou que apesar de grande parte dos discentes admitirem ter conhecimento regular, ruim ou péssimo sobre o tema, estes demonstraram uma atitude positiva sobre doação e transplante de órgãos, a intenção de doar é opção da maioria das pessoas também em outros artigos(GALVÃO, 2007 e TESSMER, 2009). Quando questionados sobre quando deveria haver matéria sobre o assunto a maioria no primeiro período respondeu que durante a graduação, sendo decrescente este índice conforme o período, já no 9° período 55,55% considera que deveria ser durante a pós-graduação. Observamos que estudantes do 9° período optaram pela não exclusão de pacientes alcoólatras, não doadores, usuários de drogas ilícitas, estrangeiros e criminosos para transplante de fígado, em uma proporção maior que os alunos dos 1° e 5° período. Este resultado difere do estudo realizado anteriormente (GALVÃO, 2007), em que essa exclusão foi maior. Palavras-chave: transplante, órgãos e opinião Referências GALVAO, F. H. F. et al. Conhecimento e opinião de estudantes de medicina sobre doação e transplante de órgãos. Rev. Assoc. Med. Bras., Out 2007, vol.53, no.5, p.401406. TESSMER, M. S., MIELKE, G. I., RAMIS, T. R., MORAES, B. P., TESSMER, C. S. Doação de órgãos: o que pensam os estudantes da Universidade Federal de Pelotas; In: XVIII Congresso de Iniciação Científica, 2009, Pelotas. APRESENTAÇÕES ORAIS PET-SAÚDE: EXPERIÊNCIA DE INTERAÇÃO E HUMANIZAÇÃO COM A POPULAÇÃO IDOSA NO DISTRITO DE SANTA RITA DE OURO PRETO Palmira de Fátima Bonolo Aline Sanches Oliveira Elen Cristina da Mata Fábio Fernandes de Mendonça Rafaela Arantes Identificação do problema: O contato no primeiro período de medicina com a comunidade por meio do Programa Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) teve o objetivo de promover uma integração junto aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e aos profissionais de saúde, incluindo trabalho conjunto com uma equipe multidisciplinar a fim de desenvolver as capacidades de lidar com aqueles que serão nossos futuros pacientes, sendo focado no lado humanístico do graduando em Medicina. Cenário: O projeto foi desenvolvido no distrito de Santa Rita de Ouro Preto, na Estratégia de Saúde da Família Veredas - ESF Veredas. A população total é de 4588 habitantes, sendo 1714 da zona urbana e 2874 da zona rural, constituindo como foco a população urbana idosa acometida por doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Desenvolvimento: Iniciamos nossas atividades com uma equipe composta por estudantes de medicina e de educação física da Universidade Federal de Ouro PretoUFOP, o preceptor da área odontológica, o tutor sendo um professor da educação física e a coordenadora, professora do curso de medicina. As primeiras informações sobre a comunidade a ser trabalhada vieram das agentes comunitárias de saúde e enfermeira da ESF, através da listagem dos idosos hipertensos/diabéticos e acesso às fichas do Hiperdia. A partir de então, passamos a visitar as residências destes com a finalidade de conhecê-los, uma vez que o nosso próximo passo será a implantação de atividades de educação e promoção à saúde em grupos, de modo que sejam trabalhados temas multidisciplinares. Essa forma de intervenção coletiva e interdisciplinar contribui para a superação do modelo biomédico no contexto do SUS, uma vez que serão desenvolvidas ações em que a saúde é trabalhada visando sua positividade (MARGARIDO, 2010). Durante as visitas, aprendemos como abordar e lidar com o indivíduo idoso, que apresenta modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Achamos essencial para a consolidação do aprendizado a análise das necessidades da comunidade e tal experiência se torna um grande auxílio durante a fundamentação teórica, o que é reforçado por Silvestre e Neto (2003), que relataram que o profissional da saúde deve conhecer detalhadamente a realidade das famílias residentes em sua área de abrangência, identificar os problemas prevalentes e então promover suas ações. Principais resultados: Pela integração ensino-serviço-comunidade estamos desenvolvendo as nossas capacidades de compreender e contribuir de algum modo para o bem-estar da comunidade. Os idosos apresentaram grande receptividade, se mostrando dispostos a conversar sobre nossos questionamentos. As visitas domiciliares nos proporcionaram a contextualização do indivíduo em seu meio ambiente e a compreensão da saúde em seu sentido mais abrangente. Entre outros fatores que justificam a intervenção, observamos alto nível de sedentarismo, uso de grande número de medicação e dieta inadequada. Conclusão: O contato com a ESF nos possibilitou conhecer e interagir com a população idosa, em um processo de mútua aprendizagem. Além disso, propiciou a ampliação de nossa visão acerca do SUS e a equipe multidisciplinar. Palavras-chave: PET-Saúde, promoção da saúde, saúde do idoso. MARGARIDO, E. R. L. A importância da grupoterapia no controle das doenças crônicas não transmissíveis (HAS e DM) – um relato de experiência. 2010. Dissertação (Mestrado em Saúde e Gestão do Trabalho) – Centro de Ciências da Saúde, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2010. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Elaine%20Ribeiro%20Lino%20Margarido.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2011. APRESENTAÇÕES ORAIS PNEUMOTÓRAX: UMA REVISÃO DA LITERATURA CIENTÍFICA Diego Andrade Leal Leonardo Pereira Ramiro Samuel de Andrade Araújo Vitor Alves Dourado Sávio Lana Siqueira Pneumotórax é uma condição médica comum passível de ocorrer em qualquer idade. Independentemente de uma etiologia, a conduta é dirigida pela gradação dos sintomas,pelo volume do pneumotórax e descompensação cardiorrespiratória. Alguns “guidelines” têm sido produzidos por grupos de estudos isolados, porém com linhas de abordagem desatualizadas e não apoiadas em fortes evidências, no mesmo cenário em que surgem terapias como a Cirurgia Assistida por Video-toracoscópica (VATS), que vem se tornando uma ferramenta de sucesso no tratamento emergencial, bem como na prevenção da recorrência do pneumotórax. O escopo deste trabalho foi realizar uma revisão crítica sobre o tema, enfocando as suas bases fisiopatológicas, classificação, apresentação clínica, propedêutica, abordagem prática e construir fluxogramas básicos de conduta, confluindo as várias visões em um sistema de orientação mais didático.Para tal, realizou-se uma grande busca em bases de dadosNCBI/PubMed utilizando o parâmetro de busca MeSH (Medical SubjectHeadings), com limite para publicações dos últimos 5 anos, pesquisa em seres humanos e artigos de revisão ou meta-análise, salvo algumas poucas que ultrapassavam estes limite devido seu grau de relevância.Como resultado, pode-se constatar novas percepções em voga sobre pneumotórax presentes na linguagem científica. Os achados clínicos mais comuns encontrados foram dor torácica e dispnéia. A maior parte das publicações relacionadas à abordagem terapêutica dos casos de pneumotórax parte de um algoritmo base em que o paciente deve ser primeiramente classificado quanto a sua condição em estável/assintomático/oligossintomáticoou instável/sintomático. As divergências encontradas em relação à classificação e as propostas de abordagem criam dificuldades metodológicas que tornam a comparação dos resultados dos vários trabalhos dispendiosa e pouco precisa. Nesta revisão propusemos alguns fluxogramas de classificação e conduta para a abordagem do paciente com suspeita de pneumotórax. A aplicação desses fluxogramas na prática dos serviços de saúde pode contribuir na avaliação das melhores opções de tratamento. APRESENTAÇÕES ORAIS PROJETO CAMINHANDO PARA A SAÚDE ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO DISTRITO DE PADRE VIEGAS DE MARIANA-MG SOBRE HIPERTENSÃO E DOENÇAS RELACIONADAS Catarine Alves Silveira Samuel Silva Ferreira Silvio Vassão Júnior Tulio Henrique Versiani de Oliveira Talles Augusto Martins Gomes Guilherme Rezende Laurice Barbosa Freitas Taís Efigênia de Faria Adriana Maria de Figueiredo Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica é a mais frequente das doenças cardiovasculares. Essa doença crônica atinge aproximadamente de 22,3% a 43,9% da população adulta brasileira, utilizando-se como critério de diagnóstico a pressão maior ou igual a 140/90 mmHg. O que torna a hipertensão, uma das enfermidades passíveis de intensa mobilização a favor da diminuição desses índices. O distrito de Padre Viegas da cidade de Mariana-MG conta com uma população de 765 habitantes e destes, 106 são considerados hipertensos. Objetivo: Promover um trabalho de educação em saúde acerca do tema hipertensão e doenças relacionadas com a população atendida e afetada por esse problema na unidade básica de saúde de Padre Viegas. Metodologia: Foram realizados quatro encontros com cada participante ao longo do desenvolvimento do projeto. Os 106 hipertensos listados foram divididos em dois grupos de 53 pessoas e, cada grupo foi convidado ao encontro de 15 em 15 dias. Durante os encontros o tema hipertensão foi trabalhado de uma forma ampla e dinâmica. A hipercolesterolemia e o diabetes também foram temas recorrentes e que foram relacionados à hipertensão. Uma alimentação adequada, prática de exercícios físicos e o acompanhamento médico foram pontos muito enfatizados durante a execução do projeto. Resultados: Foram gravadas entrevistas de alguns participantes do grupo, um agente comunitário de saúde (ACS) e uma técnica em enfermagem do posto de saúde para análise dos resultados. A partir dos relatos dos participantes entrevistados foi percebido um bom conhecimento acerca dos temas trabalhados, condizendo com tudo que foi exposto pelo grupo nas dinâmicas. Além disso, os entrevistados se mostraram gratos ao trabalho e manifestaram interesse pela continuidade da execução do projeto. Segundo o ACS e a técnica de enfermagem houve um aumento da frequência ao posto principalmente para aferição de pressão demonstrando parte da efetividade do trabalho. Ainda nos foi exposto que pessoas que antes raramente iam ao posto passaram a frequentá-lo mais assiduamente para um maior controle da saúde. Conclusão: A intervenção em educação em saúde é fundamental para que haja uma mudança de comportamento da população a partir do conhecimento construído. A atenção primária tem um papel importante no controle da hipertensão, pois a mudança de hábitos é a base de um bom tratamento. Esse nível de atenção desperta nos pacientes o reconhecimento da importância do autocuidado por contar com a participação direta do atendido. O grupo operativo, utilizando-se de dinâmicas, permitiu uma boa participação de todos e, de acordo com relatos dos próprios participantes, um bom conteúdo teórico. Embora o projeto desenvolvido tenha surtido alguns resultados a continuidade deste é muito importante para que os efeitos sejam mais significativos. Palavras-chave: Hipertensão arterial sistêmica; educação em saúde; grupo operativo. Referências: 1. Cadernos da Atenção Básica – Hipertensão arterial sistêmica. Cadernos da Atenção Básica nº 15. Ministério da Saúde. Brasília. 2006. 2. TOLEDO, Melina Mafra, et al. Educação em saúde no enfrentamento da hipertensão arterial: uma nova ótica para um velho problema. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2007 Abr-Jun. APRESENTAÇÕES ORAIS PROPOSTA DE PROTOCOLO PARA CLASSIFICAÇÃO DOS HIPERTENSOS DO PSF CAMINHO DOS DIAMANTES – GLAURA/OP- SEGUNDO O ESCORE DE FRAMINGHAM Ana Paula Alves Santos Athina Hetiene de Oliveira Irineu Eduardo Gonçalves Martins da Costa Leonardo Savassi, Rodrigo Pastor Anderson Melo Queiroz Introdução: Protocolos são as rotinas dos cuidados e das ações de gestão de um determinado serviço, equipe ou departamento, elaboradas a partir do conhecimento científico atual, respaldados em evidências científicas, por profissionais experientes e especialistas em uma área e que servem para orientar fluxos, condutas e procedimentos clínicos dos trabalhadores dos serviços de saúde. Os protocolos são instrumentos importantes para o enfrentamento de problemas na assistência e gestão dos serviços. Eles seguem as diretrizes do SUS e são estratégias fundamentais no processo de planejamento, implementação e avaliação de ações. Os protocolos podem ser clínicos e/ou de organização dos serviços de saúde. Objetivos: A disciplina de Atenção Primária à Saúde teve como um de seus objetivos a elaboração de um protocolo, pelos discentes do nono período de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto, que suprisse uma demanda específica do serviço de saúde por eles detectada. Dessa forma, os alunos consideraram relevante a elaboração de um protocolo que sistematizasse a coleta dos dados dos hipertensos atendidos pelo PSF Caminho dos Diamantes, localizado no distrito de Glaura, em Ouro Preto, Minas Gerais, e que permitisse, futuramente, a classificação deles pelo escore de Framingham. Metodologia: Inicialmente foram digitalizados no programa Microsoft Excel os dados dos prontuários dos hipertensos de Glaura, totalizando 108 pacientes. A partir disso, verificou-se que apenas 8 (7,4%) dos pacientes apresentavam em seus prontuários os dados suficientes para serem classificados. Confirmado o problema organizacional, a caracterização do problema e o plano de intervenção, foi proposto o protocolo de organização dos serviços de saúde baseado em problemas usando como modelo os Protocolos de Cuidado à Saúde e de Organização do Serviço elaborado pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da UFMG. Resultados: Foi organizada uma folha de rosto cujo conteúdo era composto por um cabeçalho com dados de identificação do paciente; uma tabela para relato de problemas crônicos, eventos cardiovasculares relacionados e medicamentos em uso; e uma segunda tabela para apontamento dos resultados de exames solicitados de colesterol total, HDL e LDL, bem como medida de Pressão Arterial à consulta e registro de informações como tabagismo, presença de diabete melito e total de pontos para classificação de Framingham. Realizou-se ainda, através de reunião com a equipe de saúde, a divisão de funções quanto às atividades organizacionais planejadas pelos alunos. Principais Recomendações: A principal proposta é de que a folha de rosto seja anexada ao prontuário de cada paciente hipertenso para que a equipe tenha maior acessibilidade aos dados e, assim, mantenha atualizada a classificação dos mesmos para que sejam acompanhados adequadamente. Além disso, uma vez que os dados de cada hipertenso já estão digitalizados, a equipe de saúde poderá utilizar esse banco de dados para atualizar de forma mais eficiente os dados e, consequentemente, automatizar a classificação. Dessa forma, não apenas se cumpriria o proposto pelo Ministério da Saúde como também se permitiria a elaboração de estratégias mais específicas para melhorar a qualidade de vida da população atendida. APRESENTAÇÕES ORAIS REAÇÕES EMOCIONAIS E ORGÂNICAS APRESENTADAS PELAS CRIANÇAS EM FUNÇÃO DA HOSPITALIZAÇÃO – ESTE TEMA AINDA MERECE ATENÇÃO? Clayton Marcos dos Santos Géssica Santana Marota Ludyanne da Silva Gomes Márcio Massao Santana Sueto Nicollai Silvério Silva Kerlane Ferreira Costa Gouveia Introdução: A experiência de hospitalização tem sido considerada como fonte de stress e ansiedade para a maioria das crianças. Ao conjunto das reações emocionais e orgânicas apresentadas pelas crianças em função da hospitalização, principalmente quando esta se concretiza como uma situação de privação afetiva foi denominada, por vários autores de hospitalismo. Ao longo dos anos, a criança passou a ser vista com mais importância e preocupação pela sociedade, levando ao surgimento de diversas ações com finalidade de conseguir um equilíbrio entre as necessidades básicas da criança e o ambiente hospitalar, passando este, de um local totalmente asséptico e frio, para um local mais humanizado e acolhedor. Objetivos: Realizar uma revisão bibliográfica sobre hospitalização e hospitalismo e avaliar as impressões e o conhecimento dos profissionais do Setor Pediátrico da Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto acerca do hospitalismo, assim como as várias atividades hoje implementadas no sentido de minimizar as reações negativas das crianças frente à hospitalização. Metodologia: Pesquisa bibliográfica sobre o tema para posterior elaboração de uma revisão narrativa. Baseando-se na triangulação de métodos, elaborou-se um questionário semi-estruturado com a finalidade de se conhecer as impressões dos profissionais de saúde sobre o assunto, seguido de visitas ao hospital para conhecimento da estrutura, funcionamento do serviço e aplicação dos questionários. Resultados: A partir dos questionários, observou-se que mais da metade dos profissionais consideram o ambiente hospitalar agradável e que a hospitalização é positiva para o desenvolvimento da criança. Ainda assim, algumas reações negativas estão presentes. Todos os profissionais entrevistados tinham conhecimento de mais de uma estratégia que visa minimizar o hospitalismo, e a grande maioria sabiam quais eram implementadas no hospital. Conclusões: Apesar das evoluções e melhorias sabe-se que muitos dos fatores negativos da hospitalização jamais serão superados, pois eles são inerentes a prática necessária para o restabelecimento da saúde. Mas não se pode deixar de perceber que muitos avanços foram conquistados e vem sendo implementados, visando cada vez mais o bem-estar da criança. Palavras-chave: Hospitalização, Hospitalismo e Criança. Referências: Ranña, Wágner. – Aspectos psicossociais da assistência a criança hospitalizada, Pediat.(S.Paulo) 10:59-66; 1988 Barros, Luísa – As conseqüências psicológicas da hospitalização infantil: Prevenção e Controle, 1 (XVI): 11-28; 1988 APRESENTAÇÕES ORAIS RELATO DE CASO SOBRE UM PACIENTE PORTADOR DE TUBERCULOSE Alessandro de Sousa Veiga Aline Fernandes Silva Daniel do Nascimento Antonio Daniela Andrade Albergaria Diogo Milioli Ferreira Gustavo Andre Almeida de Oliveira Marco Túlio Froes Duarte Tatiane Duarte Figueiredo Thiago Amorim Ribeiro da Cruz Roberto Veloso Gontijo APRESENTAÇÕES ORAIS RESISTÊNCIA NA PREVENÇÃO DA NEOPLASIA PROSTÁTICA Nivan Gibrel Adélie Nicolli Martins Gai Luiz Gustavo Minare Conessa Maira Kroetz Boufleur Sara Helena Resende Carvalho Taylane Glória Magalhães Coelho Introdução: A neoplasia prostática, no contexto de saúde pública mundial, demonstra níveis expressivos de mortalidade, que em parte se deve à resistência do exame preventivo. Vários fatores interferem na adesão ao exame preventivo do câncer de próstata, tais como: constrangimento, desinformação, receio e preconceito em realizar os exames básicos de toque retal. Objetivos: Verificar a transformação acerca da concepção masculina sobre a importância da realização do exame preventivo do câncer de próstata. Metodologia: Pesquisa bibliográfica entrevista com usuários do sistema público e privado de saúde. Resultados: Uma comparação feita entre estimativas de 2005 e 2012 evidenciou um aumento de 30% na incidência do câncer de próstata. De acordo com a pesquisa realizada, dos 50 usuários dos serviços de saúde, 74% tinham mais de 40 anos, 84% vão ao médico pelo menos 1 vez ao ano , 78% dos homens vão ao médico preventivamente, 92% sabem que a prevenção começa aos 40 anos, 98% já fizeram ou fariam o exame de toque retal e 48% vão ao médico por vontade própria. Os resultados, tanto no SUS quanto na rede privada, foram homogêneos. Conclusão: Com o passar dos anos, os homens estão mudando sua postura quanto à realização do exame preventivo de toque retal, isto se relaciona com a melhoria do sistema de informação do país, através de campanhas públicas que visam a prevenção e promoção da saúde, o avanço da Medicina e maior abrangência no atendimento à saúde. Palavras chave: Neoplasia prostática, Prevenção, Resistência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.inca.gov.br, acessado em 29/11/11. APRESENTAÇÕES ORAIS TRANSPLANTE, A REALIDADE DA ESPERA Andressa Harpis Bastos Felipe Sabec Folgueral Fernanda dos Santos da Silva Márcio Antônio Moreira Galvão Paulo Henrique Castanha Miranda Vanessa Almeida de Camargos Introdução: O Brasil é o segundo país em número de transplantes e possui o melhor programa público de transplantação do mundo. Contudo, a demora no atendimento tem aumentado devido ao maior número de pessoas que necessitam do serviço. Objetivo: Analisar a realidade da espera do brasileiro por transplantes de diferentes órgãos, além dos problemas provenientes do aumento da demanda e dos problemas relacionados à infra-estrutura do sistema público de saúde. Metodologia: Análise de artigos com abordagem acerca da situação de pessoas que aguardam a doação de órgãos com posicionamento crítico sobre o sistema. Desenvolvimento: Com início em 1954, nos Estados Unidos, e 1965, no Brasil, a prática de transplantes cresce e tem ganhado espaço notório na política de saúde pública do estado nacional brasileiro, evidenciada pela criação do Sistema Nacional de Transplantes como órgão administrador dos transplantes financiados pelo Sistema Único de Saúde. Visto como uma terapia, a transplantação pode curar e propicia esperança para o enfermo que necessita de tal operação. Associada à necessidade de um novo órgão e à esperança de uma vida saudável, existe a perturbadora e cruel fila de espera, processo esse que aumenta com o decorrer do tempo. O aguardo por um órgão, muita vezes, resulta em uma piora na qualidade de vida do paciente ou até mesmo óbito, uma vez que o transplante, em muitos casos, é a única solução efetiva encontrada. Conclusão: O programa brasileiro de transplantes possui destaque no contexto internacional, sendo visto como um exemplo a ser seguido. Todavia, tal realidade e os prós encontrados, como amplo atendimento e cobertura pelo Sistema Único de Saúde, não são suficientes para tornar o programa satisfatório. Vale ressaltar que tal programa brasileiro não se encontra isolado da realidade da política de saúde publica ou da política social de bem-estar brasileiro, evidenciando certa integração entre o programa de transplantação e as políticas brasileiras de saúde e atendimento à população. PALAVRAS-CHAVE: TRANSPLANTES, ESPERA, SUS REFERÊNCIAS: GOMES. Fábio de Barros Correia. Critérios Legais e equidade no acesso a órgãos para transplante no Brasil. Cadernos ALEGIS. Nº 32 – setembro/dezembro de 2007. MARINHO. Alexandre. Um estudo sobre as filas para transplantes no Sistema Único de Saúde brasileiro. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(10): 2229 – 2239, outubro de 2006. APRESENTAÇÕES ORAIS TREINAMENTOS DE ACS EM TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO APLICADAS AO PLANEJAMENTO DE AÇÕES EM SAÚDE NO DISTRITO DE ANTÔNIO PEREIRA – OURO PRETO – MG André Caldeira Grobério Christian Gomes Cardoso Viana Christiane Torres Felício Roberta Alves Pereira Wanderley Souza Introdução: LACAZ (1972) conceitua a Geografia Médica como a disciplina que estuda a geografia das doenças, isto é, a patologia à luz dos conhecimentos geográficos. Segundo RIBEIRO (1988), poucos foram os estudiosos dos séculos XVIII e XIX que se preocuparam em relacionar as doenças aos aspectos geográficos. O mapeamento das doenças é fundamental quando se considera a necessidade de vigilância diante de uma endemia como a esquistossomose em que seu acometimento depende de condições geográficas específicas. A informação possui papel estratégico em organizações públicas ou privadas. Não só sustenta operações já existentes como também viabiliza o desenvolvimento de novas estratégias do Estado, em esfera Federal, Estadual e Municipal, ou em qualquer nível operacional. A tecnologia de informação faz com que dados sejam traduzidos em informação, a qual será utilizada para implementar novas estratégias. Para Walton (1994), a chave para uma eficaz implementação de novas ferramentas tecnológicas está no desenvolvimento da competência dos agentes operadores do sistema e no comprometimento desses operadores. Neste projeto, os discentes primeiramente e as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) do distrito de Antônio Pereira são os operadores.O trabalho de georreferenciamento e treinamento das ACS foi realizado no Distrito de Antônio Pereira, onde há grande presença de coleções de água, o que favorece o desenvolvimento do caramujo Biomphalaria glabrata, que veicula o parasita Schistossoma mansoni, agente etiológico da esquistossomose. Futuramente, o laboratório de doenças parasitárias da Universidade Federal de Ouro Preto será realizado o fichamento e cadastro de cada indivíduo para a prevenção desta doença. Objetivos: Realizar o georreferenciamento e geoprocessamento de todo o distrito mediante aparelhos de GPS e programa MAPINFO. Realizar um treinamento das ACS do distrito de Antônio Pereira para utilização de novas tecnologias da informação como ferramentas de coleta e processamento de dados, evidenciando o papel da ACS na manutenção do geoprocessamento e a importância deste no planejamento de ações públicas em saúde. Métodos: Consistiu na aquisição e processamento de dados geográficos obtidos no distrito, além do treinamento das ACS para continuar o georreferenciamento. Foram utilizados diversos recursos, como aparelhos de GPS (global positioning system) e softwares (MAPINFO) além de fornecimento de cartilhas sobre o assunto e apresentação oral para as ACS na Unidade Básica de Saúde de Antônio Pereira. Resultados: Foram concluídos com êxito o georreferenciamento do distrito de Antônio Pereira pelos discentes e colaboradores e também o ensinamento da utilização do GPS pelas ACS. Conclusão: Os recursos humanos são fatores primordiais para o sucesso das ações relacionadas com os agravos à saúde. Portanto, com educação, qualificação e envolvimento profissional das ACS poderemos obter resultados satisfatórios da atenção primária no combate aos focos de esquistossomose na área em estudo. As informações estarão em banco de dados disponível para consulta e planejamento de medidas políticas visando à saúde da população. Palavras chave: informação, Agente Comunitário de Saúde, geoprocessamento. Referências: 1. . LACAZ C. Introdução à Geografia Médica do Brasil. São Paulo: Editora E. Blücher, 1972. 2.MEADE F, FLORIN J, GESLER W. Medical Geography. New York: The Guilford Press, 1988. APRESENTAÇÕES ORAIS VIGILÂNCIA EM SAÚDE: CUIDADO INTEGRAL DA CRIANÇA QUE CONVIVE COM DEPENDENTES QUÍMICOS Palmira Bonolo Ana Carolina Santana e Silva Ana Yin Yin Mao Felipe Moreira Dias Fernanda Valério Henriques Gustavo de Freitas Flausino Janaissa Mara Neto Diniz Ribeiro Laissa Reis Paixão Maria Eugênia Silveira Robert Eduardo Emídio Rosana Aparecida Rodrigues Cardoso Introdução. A vigilância da saúde utiliza como paradigma explicativo a determinação social do processo saúde-doença, reconhecendo a importância das condições de vida sobre as condições de saúde da população, indo buscar na promoção estratégias de intervenção na realidade. O Programa Saúde da Família foi uma tentativa de reorganizar a atenção básica no país, que instituiu a Visita Domiciliar, como instrumento diferencial da atuação do Médico de Família. Para estabelecer prioridades na visita, elaborou-se escala de risco familiar baseada na Ficha A do SIAB que objetiva em apresentar os dados fundamentais para se estabelecer um corte dinâmico da família que se pretende abordar. Para análise das relações pessoais e familiares, o método do genograma tem sido utilizado, pois permite a visualização rápida e clara dos constituintes familiares assim como a ocorrência de relacionamentos próximos, conflituosos ou rompidos entre eles. O ecomapa é a representação gráfica das ligações de uma família às pessoas e estruturas sociais do meio em que habita que avalia a força, o impacto e a qualidade dessas ligações. Objetivos. Operacionalização do conceito de risco; Intervenção sobre problemas de saúde; articulação entre as ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação. Métodos. O trabalho foi realizado através da disciplina Vigilância em Saúde do 7º período do curso de Medicina da UFOP. A partir de consultas realizadas pelos alunos no ESF Flor de Liz, no bairro Padre Faria, em Ouro Preto, Minas Gerais, foi selecionada a família que apresentava uma maior vulnerabilidade. Foram realizadas visitas domiciliares para classificação do risco baseada na Ficha A do SIAB, realização de genograma e ecomapa e intervenção familiar. Resultados. Criança atendida pela clínica pediátrica apresentava histórico familiar de etilismo crônico. Crianças que convivem com pais etilistas crônicos são mais vulneráveis para comportamentos violentos, acidentes, depressão, suicídio, desordens alimentares, dependência química e gravidez na adolescência. A família foi orientada quanto ao cuidado da criança e a organização da sua família. Recomendou-se terapia familiar e auxílio escolar específicos para a criança. Ao final da intervenção, a avó relata uma melhor interação social da criança após início de acompanhamento psicológico, e retorno positivo da escola. O pai de criança ainda não procurou ajuda para tratar de sua dependência, mas trata o filho de maneira mais dócil, sem ofendê-lo. Conclusões. O tratamento e a prevenção desses transtornos têm impacto concreto no futuro das crianças que convive com etilismo familiar, favorecendo a diminuição da criminalidade, do abuso de substâncias, do abandono escolar, do desenvolvimento de transtorno de personalidade e dos transtornos mentais na vida adulta, além de propiciar que ela se desenvolva com maior capacidade de autonomia. Palavras chave: Vigilância em saúde, vulnerabilidade, criança Referências: 1. COELHO, Flávio Lucio G; SAVASSI, Leonardo CM. Aplicação de Escala de Risco Familiar como instrumento de priorização das Visitas Domiciliares. Revista Brasileira de Medicina de família e Comunidade- vol. 1, n. 2 (2004) 2. MILLER, W.R., ROLLNICK,S. Entrevista Motivacional. Editora ArtMed, 2001. Porto Alegre. PÔSTERES DE DISCIPLINA A INFLUÊNCIA DA FUNDAÇÃO ROCKEFELLER NO HISTÓRICO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE AMARELA NO BRASIL Anelisa Teixeira Afonso Bianca Cosme Bongiovani Diego Cristiano da Silva Lidiane Márcia Penido Natália Faria Mesquita Nathália Lohana Chaves Barbosa Nayara Moreira da Cunha Thaís Yoko Ferreira Koga Márcio Antônio Moreira Galvão Introdução: No ano de 1913, nasceu a Fundação Rockefeller, que teve como frente de ação principal a saúde pública. Apesar de utilizar um disfarce filantrópico para assegurar o seu êxito e a soberania dos EUA sobre a América Latina, a Fundação teve uma contribuição significativa para a implementação de vigilância epidemiológica. Objetivos: Analisar a influência da Fundação Rockefeller no Brasil, tendo como base a sua importância no planejamento e desenvolvimento de estudos epidemiológicos e laboratoriais no que diz respeito à febre amarela, para a formação de uma política de saúde pública adequada ao país. Discussão: A Fundação começou a atuar no Brasil no início dos anos 20, contribuindo com novos conhecimentos sobre a febre amarela mediante uma série de pesquisas de campo. A existência do ciclo silvestre da febre amarela foi descoberta em 1932, por meio de estudos epidemiológicos realizados no Vale do Canaã, Estado do Espírito Santo. Essa descoberta direcionou as pesquisas da Fundação na busca de possíveis vetores e hospedeiros, na tentativa de conhecer sua área geográfica de abrangência. Os resultados mostraram que a febre amarela silvestre seria a forma de ocorrência usual e que a modalidade urbana parecia ser uma forma exótica de manifestação. Concomitante a isso, houve a produção de um extenso acervo de imagens associadas a uma rica descrição epidemiológica, ambiental e social das viagens pelo interior do país, que incluía trabalho de campo, mapas aéreos, desenhos, representações cartográficas e atividades de laboratório. O conhecimento científico adquirido foi então utilizado para a organização das práticas sanitárias. Sendo tal modelo muito útil na abertura de linhas de pesquisa epidemiológica, por permitir a elucidação do comportamento da febre amarela e sua distribuição no território nacional. Conclusão: Assim, percebe-se que o período Rockefelleano deixou um legado indelével na organização das informações que podem ser geradas e processadas no espaço delimitado das práticas de saúde no Brasil, além de ter sido de extrema importância na construção da vigilância epidemiológica da febre amarela no país. Palavras-chave: Rockefeller, Febre Amarela, Vigilância Epidemiológica. Referências: 1. CAMPOS, C.; A Fundação Rockefeller e o desenvolvimento da higiene enquanto disciplina e modelo de administração sanitária em São Paulo. Revista Horizontes, vol. 22, n°2, págs.159-174, jul/dez 2004. 2. COSTA, Zouraide Guerra Antunes et al. Evolução histórica da vigilância epidemiológica e do controle da febre amarela no Brasil. Rev Pan-Amaz Saude, Ananindeua, v.2, n.1, março 2011. PÔSTERES DE DISCIPLINA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA ATRAVÉS DOS AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COLETADOS PELO SINAN EM OURO PRETO-MG Diógenes Coelho Júnior Igor Belo Fernandes Luís Fernando Resende Marques George Luiz Lins Machado Coelho Introdução: O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) foi desenvolvido com o propósito de coletar, transmitir e disseminar dados sobre doenças transmissíveis de notificação compulsória. A sua utilização permite o reconhecimento da existência de um evento na população e a realização de seu diagnóstico dinâmico, além de poder atuar no fornecimento de subsídios para explicações causais desses agravos. Outro fato notório é a sua capacidade de indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo com a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica e com a elaboração de estratégias de promoção à saúde. Objetivo: Realizar estudo epidemiológico da cidade de Ouro Preto-MG, através dos dados de janeiro de 2002 a junho de 2010 coletados pelo Sinan. Metodologia: Esse trabalho se deu através da análise e interpretação dos dados registrados nas Fichas Individuais de Notificação encaminhadas à Secretaria de Vigilância em Saúde através do Sinan, referentes ao período supracitado. Para esses fins, utilizou-se do programa Epi info e de revisão bibliográfica. Resultados: Dentre os agravos noticiados há maior frequência de, respectivamente, “exposição a outras forças mecânicas animadas e às não especificadas”, “contato com animais ou plantas venenosos, sem especificação” e “varicela sem complicação”. Observou-se também que, na grande maioria dos casos, as notificações ocorreram na zona urbana da cidade, com exceção da Hanseníase. Para todos os agravos, observou-se um grande aumento de notificações a partir de 2007, tendo um pico em 2008 e decrescendo nos anos seguintes. Discussão: Foram analisadas diferentes variáveis presentes no Sinan. A distribuição por zona geográfica mostrou maiores índices de notificação na zona urbana, embora isso não possa indicar menor ocorrência de agravos na zona rural. Além disso, pode ser observado um maior número de notificações na faixa etária de um a dez anos, mostrando que, possivelmente, essa seria a faixa de maior risco para ocorrência de agravos. No entanto, nem todas as variáveis apresentaram relevância estatística, como a frequência dos agravos por sexo, que revelou um predomínio muito discreto para os homens. Por fim, a partir de 2007 houve notória diferença no que diz respeito ao número de notificações, observando um maior número de notificações nos anos de 2007 e 2008, comparados aos anos anteriores, com decréscimo nos anos seguintes. Conclusão: Os dados revelados pelo estudo se mostraram de grande valia para o direcionamento de políticas de vigilância em saúde, possibilitando uma análise epidemiológica das notificações compulsórias de Ouro Preto. Além disso, é importante destacar que o aumento no número de notificações a partir de 2007 provavelmente não foi decorrente de uma piora nos serviços de saúde, mas devido a um viés de vigilância, aumentando o registro de notificações. No entanto, faltam dados para que seja feita uma análise mais abrangente da situação local. Palavras-chave: Agravos de notificação, Sinan, Ouro Preto. Referências Bibliográficas 1. Laguardia, J. et al. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan): desafios no desenvolvimento de um sistema de informação em saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2004; 13(3) : 135 – 147. PÔSTERES DE DISCIPLINA ANÁLISE DA FREQUÊNCIA DE COMORBIDADES EM POPULAÇÃO IDOSA DO BAIRRO PIEDADE, EM OURO PRETO-MG. Luiza Gonçalves Martins Amanda de Assis Silveira Caroline Guimarães Dantas de Siqueira Guilherme Freitas Bernardo Ferreira Ramine Almeida Torreão Mota Rodrigo Pastor Alves Pereira George Luiz Lins Machado Coelho Introdução: O Brasil vive um importante momento de sua transição demográfica: a cada ano, acrescentam-se 200mil pessoas acima de 60 anos à população brasileira, gerando uma demanda importante para o sistema de saúde (MS, 2005). Para Mota (1998), a falta de uma avaliação geriátrica adequada implica ao retorno da internação e ao maior uso dos serviços de saúde. Tendo em vista esse cenário, surge o instrumento da Avaliação Multidimensional do Idoso, que foi adaptado para a utilização por acadêmicos de graduação em medicina e aplicado para a população abrangida pela UAPS-Caminhar, no bairro da Piedade, em Ouro Preto-MG. Objetivos: Analisar a frequência de comorbidades presentes nos dados coletados pelo grupo do PET-Saúde a partir dos questionários aplicados em 16% dos idosos do bairro Piedade. Metodologia: Os dados coletados dos 32 pacientes foram analisados utilizando-se ferramentas do programa EpiInfo, versão 3.5.3. Resultados: Dos idosos entrevistados, a maioria (78,1%) é do sexo feminino, 19 (61,3%) tem entre 60 e 80 anos, 12 (38,7%) tem mais que 80 anos. A maioria (93,8%) é analfabeta. 26 idosos (92,9%) apresentam déficit visual uni ou bilateral e 22 (75,9%) responderam positivamente ao Teste do Sussurro. A metade (n=16, 50%) apresenta incontinência urinária e 50% não tiveram quedas no último ano. 66,7% dos idosos utilizam 4 ou menos medicamentos. Apenas 4 idosos (13,3%) encontram-se com peso ideal, sendo que 8 (26,7%) estão abaixo do peso e 18 (60%) encontram-se em sobrepeso ou obesos. 80% dos idosos estão com PA acima de 130x80, 15 (51,7%) estão com resultado do MEEM rebaixado. 4 idosos (12,5%) são completamente dependentes, e 46,2% estão com o humor rebaixado. Conclusões: De acordo com a alta frequência de comorbidades encontrada, verifica-se a importância de se alertar a comunidade sobre os fatores de risco a que as pessoas idosas estão expostas, no domicílio e fora dele, bem como de serem identificadas formas de intervenção para sua eliminação ou minimização. Referências: 1. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção a saúde do idoso. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 186 p. 2. MOTA, L.B. Levantamento do perfil de idosos internados em um hospital geral: análise do processo de internação frente às demandas da população geriátrica. Textos sobre envelhecimento. v. 1, n. 1.Rio de Janeiro: UNATI. 1998. p.48-9. 3. SILVA, A. L. A. AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DE UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS RESIDENTES NA CIDADE DE OURO PRETO, MINAS GERAIS, BRASIL,2002. Belo Horizonte. UFMG, 2005. PÔSTERES DE DISCIPLINA ANÁLISE DO PADRÃO DE NASCIDOS VIVOS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO E CORRELAÇÃO COM O TESTE DE APGAR Cynthia Mairink Félix da Silveira Helbert José da Silva Lívia Isabela de Oliveira Michele Carolina de Araújo Naline Silva Jaques Viviane Felício da Cunha Rodrigues O índice de Apgar é o método mais comumente empregado para avaliar o ajuste imediato do recém-nascido (RN) à vida extra-uterina. Consiste na avaliação de 5 itens do exame físico do RN, com 1, 5 e 10 minutos de vida. Os aspectos avaliados são: freqüência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele. Uma pontuação menor que 8 indica que a criança necessita de ajuda para estabilizar-se. Portanto, se o escore estiver entre 4 e 7 pontos, o neonato é considerado de risco e necessita de cuidados especiais; para escores entre 0 e 3 são necessários procedimentos de ressuscitação imediatos. O conhecimento dos fatores pré-natais e neonatais determinantes do Apgar de 1º minuto são importantes para orientar intervenções adequadas para melhorar as condições de nascimento. Objetivos: Analisar as influências de características maternas e dos RNs na pontuação do Apgar no 1° minuto de vida. Metodologia: Para atingir esses objetivos o banco de dados dos nascidos vivos em Ouro Preto no ano de 2009 (Sinasc, 2009), foi analisado utilizando o programa Epi Info. Os fatores analisados foram: tipo de parto (vaginal ou cesárea), sexo, estado civil da mãe (solteira, casada, viúva, separada), peso ao nascimento (baixo peso: < 2500g, peso normal: 2500 a 3600g; e sobrepeso: > 3600g) e cor da mãe (branca, negra, amarela, parda, indígena). Na análise estatística, a comparação de proporções foi realizada através do teste de Qui-quadrado, onde os dados foram agrupados em dois grupos (G1: valores de Apgar < 4 e G2: valores > 8. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados: A variável estado civil (p = 0,0295) se associou ao Apgar 1, sendo as viúvas as que apresentaram maior porcentagem de eventos Apgar 1 no G1 (7,7%) e as casadas as que tiveram mais resultados no G2 (88,5%). O tipo de parto também se associou ao Apgar 1 (p = 0,0004), sendo a cesárea a que apresentou maior porcentagem no G1 (3,4%) e o vaginal no G2 (88,6%). Recém nascidos com baixo peso (p<0,0001) foram mais freqüentes no G1 (8,9%) e aqueles com peso normal mais freqüentes no G2 (88,6%). Não foram observadas diferenças quanto ao sexo (p=0,1679), à raça/cor da mãe (p=0,4268) e à idade da mãe (p=0,9293). Conclusão: O fator mais significante para a ocorrência de Apgar1 no G1, que seria o mais preocupante já que engloba os valores de Apgar menores que 4, é o peso do RN seguido pelo tipo de parto. A partir desse resultado, percebe-se a importância de realizar um pré-natal adequado para reduzir o risco de baixo peso nos bebês e melhor planejamento do parto. Palavras- chaves: Apgar, recém-nascido, banco de dados. Referências: 1. JÚNIOR, Dioclécio Campos; LOPEZ, Fábio Ancona- Tratado de Pediatria - 2ª Ed – Editora Manole - 2009 - Sociedade Brasileira de Pediatria. Em: http://www.portaldaenfermagem.com.br/indicadores_read.asp?id=156 >Acesso em: 8 dezembro 2011 PÔSTERES DE DISCIPLINA CARACTERIZAÇÃO DA NOSOLOGIA GINECOLÓGICA DO CENTRO DE SAÚDE DA UFOP Isabella Santiago Ramos Julia Bamberg Cunha Melo Luis Felipe Cintra Pereira Luiz Augusto Martins Silva Mariana Benzaquen Ferreira Marilucy de Oliveira Santos Michelline Guilherme Corrêa Natália Baldin Bastos Pedro Henrique Braga Taís Dias Murta Tiago Soares Baumfeld Alexandre de Almeida Barra Introdução: Dados sobre a nosologia e a morbimortalidade ginecológica são escassos no Brasil (Camargos e cols, 2008). Nesse contexto, fez-se um estudo retrospectivo dos pacientes atendidos pelos alunos da subturma 33 do 8º período do curso de Medicina no Centro de Saúde da Universidade Federal de Ouro Preto (CSUFOP), durante o período de agosto a novembro de 2011. Objetivo: Caracterizar a nosologia dos atendimentos realizados; Comparar os dados locais com os nacionais. Metodologia: Utilizou-se os prontuários como fonte de dados dos atendimentos realizados semanalmente durante o semestre. Pesquisou-se em livros didáticos e no LILACS e PubMed dados sobre atendimentos ginecológicos no Brasil. Resultado: Durante as 14 semanas de atendimento foram realizadas 118 consultas, sendo 76 novas pacientes e 42 retornos, com uma média de 8,4 atendimentos por semana. Trinta prontuários (25%) não foram encontrados. Doze (18%) pacientes estavam no climatério, nove (13%) tinham corrimento vaginal, quatro (6%) tinham miomatose uterina, quatro (6%) realizaram prénatal, quatro (6%) tinham sangramento uterino anormal e quatro (6%) tinham nódulo mamário. As demais (45%) tinham moléstias variadas. Dados nacionais apontam que as queixas mais freqüentes nos ambulatórios de ginecologia são corrimento (30%), sangramentos genitais (25%) e dor pélvica (11,8%). Conclusão: A alta prevalência de climatério pode estar relacionada à idade mais elevada das pacientes atendidas no CSUFOP. Os dados nacionais são escassos e aqueles que estão disponíveis se referem à queixa das pacientes e não aos seus diagnósticos, dificultando a comparação direta com a nosologia encontrada nos prontuários do CSUFOP. A alta taxa de prontuários perdidos prejudicou a correta caracterização dos atendimentos realizados. Os dados encontrados revelam a grande variabilidade de patologias que os estudantes tiveram a oportunidade de abordar, contribuindo para a formação generalista proposta pelas atuais diretrizes do Ministério da Educação. Palavras chave: Nosologia, Ginecologia, Ambulatório. Referências: 1. Camargos AF, Melo VH, Carneiro MM, Reis FM. Ginecologia ambulatorial: baseada em evidências científicas – 2.ed – Belo Horizonte: Coopmed, 2008. 2. Pérer FJA, Caetano JPJ. Ginecologia & Obstetrícia: Manual para concursos/TEGO – 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. PÔSTERES DE DISCIPLINA CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA SAÚDE PÚBLICA – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Camila Abrão Borges Salomão Fernando Simões de Sena Henrique Leitão Gripp Maíra Lacerda Bomfim Pedro Henrique Miranda Raíssa Chades Pinheiro Fonseca Raphael Guerra David Reis Soraya Prates Eleutério Introdução: Focault dirigiu seu trabalho em “O Nascimento da Clínica” apontando para a necessidade de uma maior objetivação da medicina, exaltando a prática da observação. Esse fato exemplifica-se historicamente pelo aumento e refinamento da pesquisa, que permitiram remeter as observações da prática em bases teóricas realmente confiáveis e, portanto, mais eficazes. Nesse contexto, analisar a contribuição da clínica com suas grandes descobertas é essencial no estudo da evolução da saúde pública mundial. Objetivo: Avaliar sob a óptica proposta por Focault a contribuição da clínica para o desenvolvimento da saúde pública através da análise da obra de pesquisadores do final do século XIX e início do século XX. Discussão: Florence Nightingale criou as bases para a reforma hospitalar da segunda metade do Século XIX incluindo a reorganização dos serviços de enfermagem. A partir das informações recolhidas, pôde demonstrar o cálculo das taxas de mortalidade nos hospitais, os quais mostravam que uma melhoria nas condições sanitárias resultaria num decréscimo no número de mortes. Rudolf Virchow - Vinculado a teoria miasmática, entendia que a “ciência médica é intrínseca e essencialmente uma ciência social”. A prática de "saúde pública" implica necessariamente a intervenção na vida política e social para identificar e eliminar os fatores que prejudicam a saúde da população. Louis Pasteur desenvolveu a Teoria Germinal das doenças infecciosas defendendo que a maioria das doenças infecciosas é causada por germes. Segundo Pasteur era necessário estudar e identificar cada micróbio responsável por cada doença infecciosa e desse modo seria possível desenvolver métodos e técnicas para combater este agente infeccioso. John Snow testou doses controladas de clorofórmio em seres humanos. Escreveu o Ensaio "Sobre a maneira de transmissão da cólera" a partir do estudo da incidência desta doença no Soho. Sistematizou a metodologia da epidemiologia e hoje é considerado pai desta ciência. Robert Koch foi um dos fundadores da microbiologia e dos estudos de epidemiologia de doenças transmissíveis. Descobriu os métodos de fixação e coloração de bactérias para estudo no microscópio. Em 1882, descobriu o bacilo da tuberculose e sua responsabilização etiológica. Osvaldo Cruz atuou como médico sanitarista, bacteriologista e epidemiólogo. Foi Diretor Geral de Saúde Pública de 1903 a 1909, período em que combateu as epidemias de febre amarela e varíola promovendo o saneamento e a melhoria da saúde pública no Rio de Janeiro. Conclusão: Conhecer o processo do nascimento da clínica através de inovações propostas por grandes pesquisadores reforça, como definido por Focault, a importância da prática de observação. Essa prática foi essencial para o desenvolvimento da saúde pública mundial. No entanto, não podemos esquecer também da contribuição do conhecimento e das propostas de intervenção e transformação da realidade social buscada por esses autores, o que constitui o alicerce da medicina social. Palavras-Chave: Clínica, Saúde-Pública, Revisão Bibliográfica Referências: 1. FOUCAULT, Michel. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: ForenseUniversitária, 1977. 2. EYLER, J. M. The changing assessments of John Snow’s and William Farr’s cholera studies. Soz Praventivmed. 46(4):225-32, 2001 PÔSTERES DE DISCIPLINA DESBRAVAMENTO, AGRICULTURA E DOENÇA: A DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DE SÃO PAULO Eduardo da Costa Marçal Isadora Pinheiro Becker Juliana Firmino Amaral Luana Matos Braga Luiza Barros Oliveira Marcela Mitterhoffer Monteiro Mariana Ribeiro Vieira Vanessa Cristine Rezende Márcio Antônio Moreira Galvão Introdução: as explicações em Epidemiologia dependem da concepção de realidade previamente aceita pelo investigador e, desde seu surgimento, durante o século XIX, comportava diferentes interpretações. Um dos pontos de vista constitui a Epidemiologia Clássica, que levou a um grande avanço na observação, registro e análise dos dados, assim como uma explicação para determinantes biológicos, embora apresentasse dificuldade em lidar com fenômenos não naturais. Há também abordagens alternativas, que enfocam mais a determinação social da doença e a compreensão desses fatores sociais. Tentar justificar as doenças por apenas uma dessas visões seria muito simplista e poderia até mesmo levar a graves equívocos. Objetivo: interpretar uma estrutura epidemiológica fugindo da dicotomia artificial entre determinantes naturais e nãonaturais da doença. Discussão: foi feita a reconstrução histórica da endemia da Doença de Chagas no Estado de São Paulo, reconhecida em 1914. Não existia obstáculo aparente para sua disseminação pelo território paulista, pois não havia impedimentos climáticos e ambientais para proliferação do Triatoma infestans. Entretanto, a endemia só se desenvolveu em algumas áreas, sendo necessário analisar outras questões para se entender a dinâmica da doença. Essa enfermidade também não era superponível com os lugares mais pobres do Estado ou com áreas predominantes de casas de pau-a-pique, ecótopo para a doença. Contudo, observava-se que a disseminação da Doença de Chagas acompanhou a expansão da fronteira agrícola que, à época, correspondia ao desenvolvimento do café na região. A produção do café não pode ser considerada uma causa da endemia, pois havia áreas cafeicultoras paulistas que não a desenvolveram, como o Vale do Paraíba. O verdadeiro motivo para o seu aparecimento em determinadas áreas, como o Oeste Paulista, era a organização espacial. Esses locais apresentavam topografia suave; maior densidade populacional; maior contato entre as pessoas; maior dispersão e rotatividade da população e maior facilidade de transporte. No entanto, o café assume uma importância no processo de reconhecimento da endemia chagásica e na forma como tal questão tenta ser solucionada. Devido à grande crise mundial do século XX, a exportação do café reduz consideravelmente e assim, desencadeia um êxodo dos trabalhadores do campo para cidades periféricas, bem como um aumento da fronteira agrícola, uma vez que o café não mais pressupõe a destruição das matas para seu posterior cultivo. Dessa forma, ao chegarem a regiões urbanas periféricas, a população trabalhadora em contato com condições sanitárias deficientes e meios de transportes precários, corroboram com a urbanização do ciclo do triatomíneo. Diante desse quadro endêmico, desenvolvem-se políticas públicas de controle ao vetor da doença. Particularmente em São Paulo, elas foram bastante eficientes, pois o projeto epidemiológico desenvolvido abordou todo o processo de transmissão do vetor, a partir da identificação de cada fator biológico e social que pudesse interferir na disseminação da doença. Conclusão: a organização do espaço, mediante fatores econômico-sociais, influenciou consideravelmente o processo de ocorrência da endemia da Doença de Chagas no Estado de São Paulo. Palavras-chave: doença; epidemiologia; espaço. Referências: 1. Silva, L. J. da. Organização do Espaço e Doença. ABRASCO. Textos de apoio; Epidemiologia 1: PECENSP, 1985. p 157-185; 2. Silva, L. J. da. Desbravamento, agricultura e doenças: a doença de Chagas no Estado de São Paulo. Cadernos de Saúde Pública, R.J., 2(2): 124-140, abr/jun, 1986 PÔSTERES DE DISCIPLINA ELABORAÇÃO DE MÁSCARA DE PRONTUÁRIO DA CLÍNICA MÉDICA PARA A UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UBS-UFOP) Davi Gasparini Baraldi Débora Londe Moura Diego Pires de Melo Diogo Ruza de Queiroz Eduardo Marrara Brandão Fernanda Carolina Moreira Rocha George Luiz Lins Machado Coelho PÔSTERES DE DISCIPLINA ESTRATIFICAÇÃO DOS IDOSOS DE ACORDO COM A IDADE E OS “GIGANTES DA GERIATRIA”: UMA ANÁLISE DA UBS FLOR DE LIZ, OURO PRETO, MINAS GERAIS. Carolina Silva Bernardes Ludmylla Gomes Neve Flávia Assad Gostaldon Marina Costa Jonas Priscilla Bedeschi Araújo Miguel Arcângelo Serpa George Luiz Lins Machado Coelho Introdução: A estrutura etária brasileira mostra-se cada vez mais envelhecida. O maior desafio em relação a esse aspecto é o fato de doenças no idoso possuírem sinais e sintomas inespecíficos como Imobilidade, Instabilidade, Incontinência (Fecal e Urinária), Iatrogenia e Insuficiência Cerebral, os “Gigantes da Geriatria”, que podem ser a única manifestação clínica da doença. Assim, percebe-se a importância de se avaliar a frequência desses “Gigantes”, visando garantir uma melhor qualidade de vida a essa crescente parcela da população. Objetivos: Verificar a frequência dos “Gigantes” na amostra de idosos estratificada de acordo com a faixa etária; avaliar se há associação e relevância estatística entre esses dois parâmetros. Metodologia: Este estudo baseou-se em dados obtidos por questionário enviado pelo Ministério da Saúde para avaliar o perfil do idoso em relação aos “Gigantes”. Esse questionário foi aplicado na comunidade atendida pela UBS Flor de Liz em visitas domiciliares realizadas pelas ACSs durante Julho de 2011, cadastrando 378 idosos, estratificados em duas faixas etárias: 60 a 79 anos (G1) e acima de 80 anos (G2). Foi utilizado o programa EPI-INFO versão 3.5.3 para análise de dados. Resultados: Não foi observada diferença significativa (p>0,05) entre idosos com 80 anos ou mais de idade (G2) e os mais jovens (G1) com relação aos quesitos “Acamado”(gráfico 1) e “Instabilidade” (gráfico 2). Os idosos do G2 possuíam 15,4 vezes mais de “Alzheimer” (gráfico 4); 5,7 vezes mais de “ Esquecimento” (gráfico 5); 2,87 mais de “Incontinência Fecal” (gráfico 6) e 4,69 mais chance de “Incontinência Urinária” (gráfico 7). Discussão: Uma pesquisa realizada pela UFMG (FONSECA1, 2010) calcula que 2,5% da população idosa de Belo Horizonte está ”Acamada”, enquanto no presente estudo, esse valor corresponde a 5%. “Instabilidade” é causa de alta morbidade senil, sendo que a sua incidência é maior no grupo acima de 80 anos, o que pode ser ilustrado tanto por uma pesquisa de âmbito mundial (RIERA2, 2003) - 30% em maiores de 65 anos e 50% em acima de 80 anosquanto o atual estudo- 5,4% em G1 e 10,9% em G2. As demências, como Alzheimer, conforme PIMENTA4, 2006, prevalecem após os 70 anos e aumentam com a idade- 33,3% dos maiores de 80 anos- diferentemente desse estudo, em que a freqüência é de 4,7% em G2. PIMENTA4, 2006, ainda calcula que 8 a 34% das pessoas acima de 65 anos possuem algum grau de incontinência urinária, diferenciando-se desse estudo, em que se obteve 4%. Por fim, nota-se que a “Incontinência Fecal” é mais freqüente em idosos maiores de 80 anos do que na faixa de 60-80 anos, o que é corroborado por QUINTÃO5, 2010-52,10% e 47,90%, respectivamente- e o estudo em questão-7,8% e 2,9%, respectivamente. No entanto, há limitações nessas comparações, visto que há diferenças em suas estratificações. Conclusão: Considerando-se que as chances de haver os “Gigantes” é maior para maioria das variáveis nessa comunidade nos estratos etários acima de 80 anos, é de grande relevância identificar e intervir, principalmente nesse grupo, priorizando ações de promoção e prevenção à saúde, visando garantir uma melhor qualidade de vida para os idosos. Palavras-chave: Gigantes, Geriatria, Faixa etária Referências: 1. FONSECA, Hugo Leonardo Antunes . Caracterização dos principais problemas de saúde do idoso acamado, e desafio para equipe de saúde da família no acompanhamento destes. UFMG Faculdade de Medicina. Núcleo de Educação em Saúde Coletiva . Belo Horizonte, 2010. 28f.Monografia1 2. RIERA, R.; TREVISANI, V. F. M.; RIBEIRO , J. P. N. Osteoporose - A Importância da Prevenção de Quedas. Rev. Bras. Reum., vol.43, no6, São Paulo, Nov./Dez. 2003 2 3. GIACOMIM KC,Uchöa E, Firmo JOA,Lima-Costa MFF.Projeto Bambuí: um estudo de base populacional da prevalência e dos fatores associados à necessidade de cuidador entre idosos.Cad.Saúde Pública.2005;21(1):80-913 4. PIMENTA, Fausto, A P; BANDEIRA,Eliana,M.F.S; SOUZA, Miraneide,C. Atenção a saúde do idoso.MG. Secretaria de Estado de Saúde. BH: SAS/MG, 2006. 186 p.4 5. QUINTÃO, M G.; OLIVEIRA, S. A. S.; GUEDES H. M. Incontinência fecal: Perfil dos Idosos Residentes na Cidade de Rio Piracicaba, MG. Rev. Bras. Geriatria e Gerontologia, v.13, no2, R. Janeiro, Ago. 2010. 5 PÔSTERES DE DISCIPLINA INVESTIGAÇÃO DE RISCOS PARA A DENGUE NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO – MG Camila de Alcântara Casagrande Castro César Augusto Nunes Costa Lorena de Souza Bueno Maria Cristina Fernandes Souza Pedro Marcos Silva e Gonçalves Sarah Mendonça Mendes de Souza Palmira de Fátima Bonolo George Luiz Lins Machado Coelho Introdução: A dengue é uma arbovirose preocupante à saúde pública brasileira e mundial, de crescente importância epidemiológica. A incidência de casos autóctones de dengue em determinada região varia conforme as condições favoráveis ao ciclo de vida do vetor, como aumento de temperatura, pluviosidade e umidade do ar. Essas condições favorecem o aumento do número de criadouros e o desenvolvimento do mosquito, principalmente em locais com déficits de saneamento básico e com ocupação humana desordenada. Recentemente, a dinâmica populacional e a dispersão do vetor têm sido objeto de vários estudos, ressaltando-se a adaptação do mosquito a condições adversas, como altitudes elevadas, águas poluídas e estações secas. Em Ouro Preto, Minas Gerais, cidade de altitude elevada e com temperaturas médias relativamente baixas, foi observado um aumento de casos autóctones na região. Em vista deste novo contexto epidemiológico, é importante identificar áreas e fatores de risco de epidemia para que estudos da dinâmica espacial no município possam futuramente direcionar estratégias de controle. Objetivos: Investigar e identificar os fatores de risco para a dengue no município de Ouro Preto, por meio do trabalho integrado da Universidade com a Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto. Métodos: Observação da incidência da dengue em Ouro Preto no período de 2007 ao primeiro semestre de 2011, por meio da consulta do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. Investigação da classificação de risco residencial por meio da utilização de fichas-padrão da Secretaria de Saúde. Elaboração de gráficos e análise dos dados coletados no software EpiInfo versão 3.5.2. Resultados: A partir dos dados do SINAN, observou-se que mais de 50% (14) dos casos autóctones de dengue ocorridos na região, no tempo analisado, ocorreram no ano de 2010. Nos quatro anos e meio analisados, notificou-se maior número de casos descartados (89), seguidos dos casos de dengue clássico (35) e, por fim, dos de febre hemorrágica (1). Quanto à classificação de risco coletada no ano de 2011, das 4637 residências avaliadas, 55% foram classificadas como “Sem Risco”, 41% como “Alerta Baixo”, 3% como “Alerta Alto”, 1% como “Alerta Médio” e menos de 1% como “Alerta Máximo”. Das residências em Alerta Máximo: 3 localizam-se no bairro Alto da Cruz, 2 em Piedade e 1 no Jardim Itacolomy. Analisando os casos autóctones por bairro em 2010, Antônio Pereira responde pelo maior número de casos (6). Conclusão: O aumento do número de casos de dengue no município de Ouro Preto fortalece a necessidade de ações de combate ao vetor em caráter municipal. A identificação de fatores de risco em microambientes específicos, como os bairros e suas residências, poderá direcionar essas medidas. Além disso, esse estudo poderá contribuir para o entendimento de como as variáveis bióticas e abióticas influenciam na dinâmica das populações e na dispersão da doença. Por fim, o estudo abre espaço para investigações acerca das mudanças climáticas e as suas influências na alteração do padrão epidemiológico da dengue. Palavras-chave: Dengue, Riscos, Ouro Preto. Referências: 1. BRASIL. Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. Ficha de Investigação – DENGUE. 2007 a 2011. 2. BESERRA, E. B. et al. Ciclo de vida de Aedes (Stegomyia) aegypti (Diptera, Culicidae) em águas com diferentes característicasIheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 99(3):281-285, 30 de setembro de 2009. PÔSTERES DE DISCIPLINA MALÁRIA, TUBERCULOSE, HANSENÍASE, VARÍOLA E A HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA NA LITERATURA DE GUIMARÃES ROSA Caroline Moreira Magalhães Carolina Braga Damasceno Luara Brandão Viveiros Luísa Coutinho Teixeira Paulo Henrique Ribeiro Sampaio Vinícius Antônio Ferreira Hespanhol Pedro Victor Silva Valente PÔSTERES DE DISCIPLINA MORTALIDADE GERAL EM OURO PRETO NO PERÍODO DE 2009 A 2011 Armanda Resende Ivy Carolina Pereira Oliveira Gabriela Miranda Mendes Saulo Ribeiro de Rezende Tânia Mara Quintão Castro George Luiz Lins Machado Coelho Introdução: O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, implantado em 1975/76, é a fonte habitual de informações sobre mortalidade no país. Trata de um sistema paralelo ao do IBGE, porém, que utiliza diretamente as Declarações de Óbito (DO) como fonte de informação. Desde início, além de proporcionar a divulgação de dados relativos a todo o país, o SIM possibilitou o acesso às informações sobre as causas de morte registradas na DO, em particular, sobre a causa básica do óbito. Metodologia: Foram analisados os dados de mortalidade do SIM de 2011 em Ouro Preto. Foi estimada a mortalidade proporcional, segundo sexo, faixa etária, bairro de ocorrência e causa de morte. Utilizou-se o Epi Info para analisar as informações obtidas. Resultados/discussão: Em Ouro Preto, há maior frequência de mortes no sexo masculino (54,26%). As faixas etárias (FE) com maior frequência de mortalidade são: acima de 50 anos (76,6%), seguida pela FE de 20-49 anos (18%) e a FE com menor frequência a de 1-4 anos (0,3%). Os bairros de maior ocorrência de morte são: Itacolomi (51,5%), São Cristóvão (10,1%) e Cachoeira do Campo (4%). As principais causas de morte são: doenças do aparelho circulatório (29,2%), doenças do trato respiratório (12,7%) e neoplasias (14,4%). As causas externas (CE) foram 8%, apesar de não estar entre as três principais causas. Pode-se perceber que através do índice de Nelson de Moraes a população de Ouro Preto possui um nível de saúde elevado, representado na curva em J. Isso se deve ao predomínio quase absoluto de proporção de óbitos de pessoas com idades mais avançadas. Conclusão: Os dados analisados para o município de Ouro Preto estão condizentes com os dados brasileiros uma vez que a maior frequência de mortalidade geral é maior no sexo masculino (57,08%), nos brasileiros acima de 50 anos (74,41%), a principal causa de morte são causas circulatórias (28,6%). Entretanto, a segunda principal causa de morte no Brasil é neoplasia (15,73%) e a terceira é por CE (12,47%) diferentemente de Ouro Preto. Assim, pode-se observar que o padrão de mortalidade no Brasil foi semelhante ao de Ouro Preto. Palavras chaves: Mortalidade, prevalência, Ouro Preto. Referências: 1. MEDRONHO, Roberto de A., et al. Epidemiologia. 2ª edição, editora Atheneu. São Paulo, 2009. 2. DATASU - Sistema de informações sobre mortalidade. Disponível em <http://www.datasus.gov.br/catalogo/sim.htm> acessado em 04 de dezembro de 2011. PÔSTERES DE DISCIPLINA MORTALIDADE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM OURO PRETO Alyne Hoth Trindade Camila Nicolela Geraldo Martins Lahis Cristina Bragança e Sousa Leonardo Augusto Souza Panzera Rogério Magno do Nascimento Filho. Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) aparecem em primeiro lugar entre as causas de mortalidade no Brasil representando em 2009 quase um terço dos óbitos totais, 31,25%. No município de Ouro Preto-MG essa prevalência se encontra em 12,5%. Objetivo: analisar os indicadores de mortalidade por DCV na região de Ouro Preto, segundo suas principais causas básicas, considerando prevalência de acordo com idade, sexo, raça e área de residência. Métodos: Utilizaram-se dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade referentes à Ouro Preto, e informações gerais de mortalidade do Banco de dados do Sistema Único de Saúde. Os números referentes a população foram retirados do IBGE. Os dados foram analisados pela plataforma EpiInfo. Calcularam-se os coeficientes de mortalidade e mortalidade proporcional por DCV. Resultados: O coeficiente de mortalidade por DCV no período de análise, 2009, foi de 184,2 por cem mil habitantes. A análise geral dos dados demonstrou que os homens são os mais afetados, 51,6% . A faixa etária mais atingida se encontra acima de 50 anos, 93%. A cor da pele predominante foi a parda, 58,7%, considerando viés de entrevista, já que 50,78% do total de óbitos não tiveram cor esclarecida.As três principais causas básicas encontradas foram acidente vascular cerebral,24,2%, infarto agudo do miocárdio, 22,7% e hipertensão essencial, 6,3%. Dentre as áreas de ocorrência de mortalidades por DCV, as mais afetadas foram Cachoeira do Campo, Morro Santana e Antônio Dias, com os respectivos índices, 17,6%, 7,4% e 7,4%. Conclusão: É importante que se conheça e analise a realidade epidemiológica das doenças cardiovasculares em Ouro Preto de acordo com áreas e perfil de população mais atingidos, a fim de implantar ações preventivas e de controle para que os índices sejam cada vez menores. Referências: 1. Moacir Fernandes de Godoy et al; Arq. Bras. Cardiol. vol.88 no.2 São Paulo Feb. 2007; Mortalidade por doenças cardiovasculares e níveis socioeconômicos na população de São José do Rio Preto, estado de São Paulo, Brasil 2. Banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS) 3. Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) 4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) PÔSTERES DE DISCIPLINA O MAPA FANTASMA Amanda Jackcelly Borges Neves Álisson Oliveira dos Santos Estevão Ferreira Barbosa Janaína Alves Bartelega Leopoldo de Freitas Araújo Rafael Miranda de Oliveira Sidney Batista Araújo Vinícius Boaratti Ciarlariello Márcio Antônio Moreira Galvão Introdução: Conta-se a história, em 1854, de quatro protagonistas: uma bactéria, uma cidade e dois homens talentosos, o Médico John Snow e o Padre Henry Whitehead.. Trata-se da história de um mapa que se encontra na intersecção de todos esses diferentes vetores, criado para ajudar a entender o sentido de uma experiência desafiadora à compreensão humana bem como um estudo de caso sobre como se dá a mudança na nossa sociedade; a maneira turbulenta por meio da qual, idéias equivocadas e ineficientes são superadas por outras melhores. Objetivos e Métodos: Analisar os aspectos envolvidos na investigação epidemiológica a respeito da transmissão do cólera desenvolvida por John Snow na Inglaterra. Utilizou-se a leitura do livro “O Mapa Fantasma”, de Steven Johnson, a fim de compreender os impactos deste estudo no desenvolvimento da epidemiologia como ciência. Resultados: Identificação do foco de transmissão da epidemia por meio da localização do abastecimento de água dos bairros de Londres, trabalho dificultado pela vigência da Teoria Miasmática. Esta atribuía aos odores fétidos da cidade a responsabilidade pela existência e transmissão do cólera. Snow passou a investigar com Whitehead, padrões de incidência do cólera. O padre, por meio de suas visitas, observou que famílias que viviam em condições ruins de habitação não desenvolveram a doença ao passo que outras, não tão carentes, desenvolveram. Além disso, médicos que ficavam em contato com os pacientes não adquiriam a doença. Ambos os fatos, refutavam a teoria miasmática e a “contagionista”, respectivamente. Snow passou a supor que a transmissão ocorresse pela água. Entretanto, os microscópios eram precários não sendo possível observar o vetor Vibrio colerae. Logo, ele passou a visitar casas de diversas regiões da cidade averiguando a origem da água. Observou que as regiões a montante de onde o esgoto da cidade era jogado, tinham índices desprezíveis dessa infecção, já a jusante, os índices eram elevados. Discussão: Snow questionou os miasmas, relacionando a transmissão do cólera com a ingestão de água. Para esta determinação, ele contou com uma ferramenta matemática denominada diagrama de Voronoi, oriundo de tentativas de anteriores de epidemiologistas para criação de um mapa que determinasse o foco de transmissão. Contou também com o apoio da comissão de saúde paroquial do Soho, liderada por Whitehead. Com a ajuda da comunidade, eles foram capazes de encontrar fundamentos para a teoria de transmissão do cólera pela água e de sugerir propostas. Conclusões: O mapa de Snow foi um triunfo de ciência e design, fornecendo um método epidemiológico capaz de ser reproduzido nas mais diversas sociedades. Proporcionou a instituição da Epidemiologia como Ciência capaz de investigar e sugerir mudanças intervencionistas. Além disso, enfraqueceu a Teoria Miasmática, fazendo emergir uma ciência factual. Vale ressaltar que comunidade tem um papel determinante para o desenvolvimento de novos métodos e novas maneiras de criar políticas públicas, pois são eles os agentes da realidade ainda que, em muitos casos, tenham que se expressar por medidas estatísticas. Palavras-chave: epidemiologia; miasmas; cólera. Referências: 1. JOHNSON, Steven. O Mapa Fantasma. 272 páginas. Editora Zahar.1ª Edição PÔSTERES LIVRES ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO HEMORRAGÍCO E SUAS CORRELAÇÕES CLÍNICAS: RELATO DE CASO Lidia Lelis Leal Guilherme Freitas Bernardo Ferreia Raquel Domingos da Costa Wanessa Torres Bernardes Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: No Acidente Vascular Encefálico (AVE) hemorrágico há ruptura de um vaso do cérebro, levando a um sangramento intracraniano. As hemorragias intracranianas são classificadas de acordo com a localização, com a natureza do vaso rompido ou com a causa. O AVE é a causa mais freqüente de óbito na população brasileira adulta (10%dos óbitos) e consiste no diagnóstico de 10% das internações hospitalares públicas. A maioria dos sobreviventes necessita de reabilitação para as seqüelas neurológicas conseqüentes. Os fatores de risco para o AVE incluem hipertensão arterial, doença cardíaca, diabetes, tabagismo, hiperlipidemia. Objetivos: Avaliar por meio de testes validados a capacidade cognitiva da paciente. Metodologia: Uma busca nas plataformas eletrônicas Lilacs, PubMed e Scielo foi realizada utilizandose as palavras-chave: acidente vascular encefálico hemorrágico artéria cerebral média e seus correspondentes na língua inglesa. Além da leitura dos artigos selecionados realizou-se o acompanhamento de um caso de AVE - com resolução - para determinação das comorbidades, utilizando-se o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e a Escala Funcional de Berg. Desenvolvimento: N.R.L.L. 74 anos, sexo feminino, hipertensa, sedentária, nega tabagismo e etilismo, não faz uso de repositores hormonais e possui 4 anos de escolaridade. Em 30/11/2003, a paciente deu entrada num hospital geral da cidade de Viçosa com cefaléia e vômito. Foi diagnosticada como vítima de AVE hemorrágico da artéria cerebral média direita e foi submetida à intervenção cirúrgica para retirada do coágulo sanguíneo e clipagem dessa artéria. Após a cirurgia apresentou leve redução da capacidade cognitiva e dificuldade de aprendizado de novas informações, sendo avaliada por meio dos testes já citados. Além disso apresentou, também, lentificação do processo da fala, hipotonia, hemiparesia esquerda, ptose palpebral e hemianopsia homônima. Resultados: Foram encontrados 1462 artigos, dos quais 20 foram selecionados. N.R.L.L. pontuou 17 pontos, em um total de 30 pontos no MEEM e pontuou 40, em um total de 56 pontos na Escala Funcional de Berg. Conclusão: O AVE Hemorrágico causa transtornos ao paciente; muitos não retornam ao seu trabalho e precisam de ajuda para caminhar. Nesse momento, o apoio familiar se torna fundamental para se evitar o isolamento social do paciente e motivá-lo a buscar a reabilitação. Palavras chave: Acidente Vascular Encefálico (AVE) hemorrágico; Artéria Cerebral Média; Dificuldade de aprendizado de novas informações. Referências: 1. Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR, “Mini-Mental State”: a practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician, J Psychiatr Res 1975; 12(3):189-98. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1202204, acesso em 23/11/2011; 2. http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/consulta_publica_AVC.pdf . PÔSTERES LIVRES ASPECTOS ANATOMOCLÍNICOS DO KERNICTERUS Catarine Alves Silveira Fernanda Mendes de Oliveira Rossi Letícia Aparecida de Figueiredo Vinícius Boaratti Ciarlariello Luciana Hoffert Castro Cruz Kernicterus é uma afecção neurológica decorrente da hiperbilirrubinemia seguida por deposição da bilirrubina indireta nos núcleos da base principalmente de recém-natos prematuros, devido à imaturidade da barreira hemoencefálica. A maioria dos pacientes apresenta retardo no desenvolvimento neuropsicomotor, alterações de tônus muscular, episódios de apneia, crises convulsivas e até óbito por falência respiratória. Desta forma, é importante conhecer a descrição anatômica dos locais freqüentemente acometidos, bem como os aspectos clínicos da patologia. Objetivo: Revisão bibliográfica acerca do kernicterus. Métodos: Busca nas plataformas eletrônicas Lilacs, PubMed e Scielo utilizando-se as palavras-chave: kernicterus, núcleos da base, hiperbilirrubinemia, neuroananatomia, lesão e seus correspondentes na língua inglesa. O critério de inclusão consistiu na presença da descrição anatômica e sintomas da lesão, sem restrição da data de publicação. Foram encontrados 11 artigos. Destes, seis condisseram com critério de inclusão e foram utilizados neste trabalho. Resultados: Os núcleos da base compreendem claustrum, corpo amigdalóide, núcleo caudado, putâmen, e globo pálido, que atuam num circuito que também envolve áreas do córtex cerebral e tálamo (circuito córtico-estriado-tálamo-cortical). Este circuito neuromotor faz com que informações originadas em áreas diversas do córtex cerebral sejam processadas no corpo estriado e influenciem a atividade motora somática através do tracto córticoespinhal. Acredita-se que esse circuito tem função importante no planejamento motor e sua função é comprometida pela deposição de bilirrubina nos núcleos da base, em especial no globo pálido. Conclusão: O conhecimento anatomoclínico do kernicterus contribui para o diagnóstico médico e muitas vezes para o prognóstico da doença, devido ao fato de o diagnóstico precoce do kernicterus ser o mais desejável e indicado, pois a demora nestes casos pode deixar sérias seqüelas. Embora a sintomatologia seja extremamente diversificada é prudente dar atenção aos distúrbios motores, uma vez que estes também acarretam graves consequências aos seus portadores. Palavras-Chave: Kernicterus, Hiperbilirrubinemia, Núcleos da base. Referências: 1. RIBEIRO, Arthur Jorge de Vasconcelos, et al. Kernicterus: relato de caso breve revisão de literatura. Arq Ciênc Saúde 11(1):55-8; jan-mar, 2004. 2. SILVA, A. P. Kernicterus: a importância do diagnóstico e tratamento precoce. 2008.00f. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Curso de Biomedicina, Universidade Bandeirante de São Paulo, São Paulo, 2008 PÔSTERES LIVRES BASES ANATOMO-CLINICAS DA NARCOLEPSIA Christiane Torres Felício da Silva Larissa Amaral Lauriano Renata Barbosa Nogueira Thiago Pereira Andrade Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: A narcolepsia é uma desordem neuropsiquiátrica caracterizada por episódios recorrentes de sono REM, devido a disfunções hipotalâmicas e redução dos níveis de hipocretina, gerando excesso de sono REM tanto em períodos diurnos quanto noturnos. Esta patologia está relacionada à cataplexia, alucinações hipnagógicas, sonolência diária excessiva e paralisia durante o sono. A etiologia da narcolepsia é influenciada por fatores auto-imunes, nos quais anticorpos próprios interagem com os neurônios produtores de hipocretina. Além disso, a predisposição genética e fatores ambientais são importantes no desenvolvimento da doença, que afeta 0,03 a 0,16% da população geral em vários grupos étnicos. Objetivos: Relacionar as estruturas neuroanatômicas e fisiologia relacionadas à patogênese da narcolepsia. Metodologia: Realizou-se uma busca por artigos científicos nas plataformas eletrônicas PubMed e Scielo, utilizando-se as palavras-chave narcolepsia, neuroanatomia, fisiologia e seus correspondentes na língua inglesa, sem restrição para período de publicação. Desenvolvimento: A base neuroanatômica da narcolepsia está relacionada à disfunção do hipotálamo lateral, local de síntese da hipocretina e outras estruturas encefálicas como locus coeruleus, área tegmentar ventral, núcleo dorsal da rafe e núcleo tuberomamilar. Baixas concentrações de hipocretina caracterizam a diminuição da atividade dos neurônios monoaminérgicos do núcleo da rafe e locus coeruleus e aumento da atividade colinérgica da formação reticular pontina, prosencéfalo basal e núcleo tegmentarl pontino dorsal e mediolateral. Esse distúrbio leva ao desencadeamento do sono REM. O tratamento da narcolepsia é somente sintomático. Para 94% dos pacientes ele baseia-se em intervenção farmacológica com administração de anfetaminas para sonolência diária excessiva e de antidepressivos para cataplexia. Com o desenvolvimento de novas pesquisas sobre a hipocretina, será possível encontrar um tratamento mais eficaz e até mesmo a cura. Conclusão: A partir do estudo da narcolepsia foi possível aprofundar os conhecimentos a respeito da anatomia do hipotálamo e estruturas relacionadas como locus coeruleus, núcleos da rafe, entre outros. Palavras-chave: Neuroanatomia - Narcolepsia – Hipotálamo Referências: 1. NISHINO, S. The hypothalamic peptidergic system, hypocretin/orexin and vigilance control. Neuropeptides, Vol.41, 117-133, June, 2007. 2. HUNGS, M; MIGNOT, E. Hypocretin/orexin, sleep and narcolepsy. Bioessays, Vol. 23(5), 397-408, May, 2001. PÔSTERES LIVRES BASES ANATOMOCLÍNICAS DA SÍNDROME DA HEMINEGLIGÊNCIA: RELATO DE CASO Amanda Freire Vieira Fernanda de Faria Mariano Waleska Brito Rabelo Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: A heminegligência ou síndrome da negligência unilateral é um distúrbio neuropsicológico complexo e refere-se à inabilidade do indivíduo em registrar, integrar ou responder a eventos provenientes de metade do corpo ou do espaço extracorporal. A principal etiologia é o acometimento da região temporo-parietal direita por isquemia de ramos da artéria cerebral média (ACM). Sintomas que envolvem respostas diminuídas a estímulo sensorial até distorções graves da percepção podem acometer 40% dos pacientes vítimas de acidentes vasculares cerebrais. Objetivo: Realizar uma pesquisa detalhada sobre a síndrome da heminegligência, através do estudo de artigos, casos clínicos e livros sobre o assunto. Após a pesquisa, correlacionar as informações com o relato de caso do paciente J.B. metodologia: Uma busca nas plataformas eletrônicas Lilacs, PubMed e Scielo foi realizada utilizando-se as palavras-chave: heminegligência, síndrome da negligência unilateral, acidente vascular cerebral, artéria cerebral média e seus correspondentes na língua inglesa. Os critérios de inclusão foram: publicação em português, textos completos disponíveis on-line, no período compreendido entre 2004 e 2011 e correlação entre as palavras-chave. A partir da leitura dos artigos selecionados, procedeu-se a redação deste trabalho e descrição do relato de caso. O paciente submetido ao relato foi J.B, do sexo masculino, 71 anos de idade, motorista de caminhão aposentado. Ele apresentou-se com diagnóstico médico de acidente vascular cerebral isquêmico da artéria cerebral média direita e diagnóstico funcional de heminegligência. Testes neuropsicológicos de cópia de desenho e Star Cancelation foram aplicados, assim como a avaliação física foi realizada. Resultados: Foram encontrados 6298 artigos, dentre os quais, 4 foram selecionados para análise. Em relação ao paciente, após os testes, ele apresentou déficit perceptual, alterações de postura e dificuldades em suas atividades funcionais de vida diária. J.B encontra-se em tratamento fisioterapêutico para a hemiplegia e heminegligência, apresentando considerável melhora no quadro clínico. Conclusão: É importante a realização de mais pesquisas sobre o assunto, de maneira a informar melhor os profissionais envolvidos na reabilitação dos pacientes sobre as implicações clínicas da síndrome da heminegligência. Palavras-chave: Heminegligência; síndrome da negligência unilateral; acidente vascular cerebral. Referências: 1. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004282X2007000700019&lang=pt Acessado em 18/11/2011. 2. LENT, Robert. Cem Bilhões de Neurônios? Conceitos Fundamentais da Neurociência.Editora Atheneu, 2010, 2ª edição. PÔSTERES LIVRES BASES ANATOMOCLÍNICAS DA SÍNDROME DE TOURETTE Aline Ferreira Ricieri Cecília Carneiro e Silva Mariana Cardoso Gomes Segato Thiago Pereira Andrade Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: A síndrome de Tourette é um distúrbio genético, de natureza neuropsiquiátrica, que se caracteriza pelo comprometimento psicológico e social de seus portadores, estando associada a problemas comportamentais e emocionais. Atualmente, há aumento no número de casos diagnosticados devido, entre outros fatores, ao maior conhecimento da doença e a sua divulgação entre os profissionais da saúde. Objetivo: Descrever as bases anatomoclínicas e etiológicas desta síndrome, correlacionando os sinais e sintomas à neuroanatomia. Metodologia: Realizou-se uma busca eletrônica nos portais PubMed e Scielo por artigos científicos, utilizando-se as palavras-chave síndrome de Tourette e neuronatomia, sem restrição para período de publicação. Foram consultados também livros clássicos da Medicina. Discussão: A síndrome de Tourette é caracterizada pelo surgimento de múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais, de forma repentina, ambos podendo ser simples ou complexos. A duração desses sinais deve ser de pelo menos um ano, com ocorrências diárias, e aparecer antes dos 18 anos de idade, não sendo relacionada a nenhuma resposta fisiológica medicamentosa ou a outra doença. O estudo de imagens neurológicas tem auxiliado no entendimento das implicações de base neural da síndrome. Os tiques são relacionados a alterações no circuito motor, ativado de forma anormal, que se constitui em projeções do córtex motor, motor suplementar e somatossensorial para o putâmen e porção dorso-lateral do núcleo caudado. Pacientes apresentam variações volumétricas no putâmen, caudado e globo pálido. O corpo estriado não inibe os neurônios glutaminérgicos do tálamo, que envia projeções excitatórias para o córtex. O tratamento consiste em abordagens tanto psicológicas quanto farmacológicas, incluindo antagonistas dos receptores dopaminérgicos. Conclusão: As implicações biológicas e comportamentais da síndrome de Tourette precisam ser mais bem compreendidas para que o diagnóstico e tratamento sejam precoces, fator importante para evitar possíveis danos psicológicos e sociais ao paciente. Palavras-chave: Síndrome de Tourette, tiques, núcleos da base. Referências: 1. LOUREIRO, Natália Isabel V. et al. Tourette: por dentro da síndrome. Rev. psiquiatr. clín. [online]. 2005, vol.32, n.4, pp. 218-230. ISSN 0101-6083. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832005000400004. 2. MERCADANTE, Marcos T.; ROSARIO-CAMPOS, Maria C.; QUARANTINI, Lucas C. e SATO, Fabio P.. As bases neurobiológicas do transtorno obsessivocompulsivo e da síndrome de Tourette. J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2004, vol.80, n.2, suppl., pp. 35-44. ISSN 0021-7557. http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572004000300006. PÔSTERES LIVRES BASES NEUROANATÔMICAS DA NEVRALGIA DO TRIGÊMIO Talles Augusto Martins Gomes Rodrigo Vilela Ventura Lígia Barros de Oliveira Guilherme Freitas Bernardo Ferreira Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: O nervo trigêmeo é um nervo misto, possuindo uma raiz sensitiva e uma motora, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam distalmente os três ramos ou divisões do trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça. A nevralgia do trigêmeo (NT) é uma síndrome de dor crônica, caracterizada por paroxismos de dor excruciante. A dor da NT afeta de maneira dramática a qualidade de vida dos pacientes acometidos. A incidência é de três a cinco casos por ano por 100.000 pessoas, aumentando com a idade. Objetivos: Descrever a doença, sua etiologia, sua sintomatologia, sua fisiopatologia e alguns possíveis tratamentos, correlacionando a neuroanatomia aos sinais e sintomas. Metodologia: Realizou-se uma busca eletrônica nos portais PubMed e Scielo por artigos científicos, utilizando-se as palavras-chave nevralgia do trigêmeo e neuronatomia, sem restrição para período de publicação. Foram consultados também livros clássicos da Medicina. O Artigo selecionado para este trabalho foi escolhido analisando a sua abrangência neuroanatômica e a abordagem acerca de possíveis tratamentos Discussão: A NT é a mais frequente das nevralgias craniofaciais. Caracteriza-se por recorrentes paroxismos de dor tipo choque, de breve duração, nos lábios, gengivas, bochechas, queixo e muito raramente na região inervada pela divisão oftálmica. Nenhuma teoria proposta para explicar a fisiopatologia da NT, até o momento, explica todos os aspectos clínicos desta condição. Tem sido sugerido que a NT seja causada pela compressão do nervo trigêmeo por vasos arteriais, principalmente, e também por veias ou tumores. Como resultado da pressão sobre o nervo neste ponto, a mielina é perdida e isto leva à despolarização anormal e à reverberação, resultando em impulsos ectópicos, os quais se manifestam sob a forma de dor. A terapia medicamentosa é considerada o tratamento de primeira linha para a NT. O anticonvulsivante carbamazepina tem sido usado desde 1960. O tratamento cirúrgico somente deve ser considerado, quando o paciente venha a tornar-se refratário à medicação sistêmica. Nestas situações, várias modalidades são preconizadas, incluindo procedimentos no gânglio trigeminal ou periféricos. Um dos processos cirúrgicos é caracterizado pela secção do trato espinhal (tractotomia), interrompendo-se assim as fibras que terminam no núcleo do trato espinhal do trigêmeo. Após a cirurgia há completa abolição da sensibilidade térmica e dolorosa do lado operado, sendo, entretanto, muito pouco alterada a sensibilidade tátil, pois as fibras que terminam no núcleo sensitivo principal não são lesadas pela cirurgia. Conclusão: A importância de se conhecer a neuroanatomia do nervo trigêmeo implica no melhor diagnóstico e tratamento da nevralgia do trigêmeo no sentido de melhorar a qualidade de vida dos pacientes acometidos, aliviando a dor intensa. Palavras-chave: Nevralgia do trigêmeo; dor; neuroanatomia. Referências: 1. MACHADO, Angelo. Neuroanatomia Funcional. Atheneu, ed. 2, 2007. PÔSTERES LIVRES BASES NEUROANATÔMICAS DA PROSOPAGNOSIA Rodrigo Vilela Ventura Talles Augusto Martins Gomes Tulio Henrique Versiani de Oliveira Guilherme Freitas Bernardo Ferreira Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: A prosopagnosia é a incapacidade de reconhecer visualmente faces, embora ela possa ser manifestada como a incapacidade de distinguir indivíduos. As funções intelectuais e o processamento visual, entretanto, se encontram intactos. Diferentes causas, como tumores, infarto da artéria cerebral posterior, traumatismos cranianos podem levar a essa patologia. Objetivos: Descrever a doença e os locais freqüentemente acometidos por meio de revisão da literatura científica atual, correlacionando a neuroanatomia e a clínica. Metodologia: Foram realizadas buscas nos portais Scielo e Google Acadêmico, utilizando-se a palavra-chave “prosopagnosia”, sem restrição por período ou região. Também foram revisados livros de medicina interna e anatomia. Do total de 7410 artigos encontrados, três foram selecionados e utilizados na elaboração deste trabalho Discussão: A percepção de faces se torna possível pelas conexões de diversas regiões cerebrais, principalmente entre os córtices dos giros occipito-temporal lateral e medial, observado por meio de técnicas de neuroimagem. Existem, nessa região, grupos de neurônios específicos que se ativam para estímulos faciais diferentes, como um sorriso ou uma expressão de tristeza e outros específicos para estruturas da face, como a boca ou o nariz. A lesão bilateral dessas áreas leva a um quadro de prosopagnosia. Há ainda, casos em que pacientes apenas com lesões no hemisfério direito do cérebro apresentaram essa síndrome. A distinção de faces exige o reconhecimento, a lembrança de diferenças mínimas e detalhes que são predominantemente não verbalizáveis. A identificação de faces se relaciona à memória, porém, não está unicamente ligado a ela, uma vez que pacientes com amnésia são capazes de reconhecê-las. A união das informações com a memória já existente proporciona a identificação da identidade de uma pessoa. Conclusão: O reconhecimento de faces se estabelece com a ativação conjunta de áreas corticais, por isso, o paciente com prosopagnosia é capaz de descrever uma face, porém não é capaz de associá-la a uma pessoa nem diferenciar faces com características grosseiras semelhantes. É importante a identificação da doença para que o paciente tenha um acompanhamento psicológico e para isto, o conhecimento da neuroanatomia é fundamental, uma vez que lesões nessa região cerebral podem confirmar o diagnóstico. Reconhecer faces inclui saber o que o outro sente e como ele está no momento, fazendo parte do relacionamento interpessoal. Palavras-chave: Prosopagnosia; face; giro occípito-temporal. Referências: 1. MACEDO, A. S., et al. O conceito de sistema neurofuncional aplica-se à percepção de faces?. Revista Neurociência, Campinas, p. 316-321, 2008. 2. MEADOWS, J. C.. The anatomical bases of prosopagnosia. Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry, 37, p. 489-501, 1974. PÔSTERES LIVRES LESÃO DOS NERVOS LARÍNGEOS RECORRENTES: ETIOLOGIA E CONSIDERAÇÕES ANATOMO-CLÍNICAS Luisa Martino Avelar Ana Luiza Martins Reggiani Gabriela Oliveira Leopoldo Jéssica Almeida Horta Duarte Luciana Hoffert Castro Cruz Introdução: O NLR direito origina-se do nervo vago quando este passa anteriormente à primeira porção da artéria subclávia direita. Ele circunda a artéria subclávia inferiormente e alcança o espaço entre a traquéia e o esôfago, iniciando seu trajeto cervical em posição mais lateral que o NLR esquerdo. Desta forma, sua trajetória ascendente é oblíqua, não se dispondo completamente no sulco traqueoesofágico. À esquerda, o nervo vago passa entre as artérias carótida e subclávia para colocar-se, já no tórax, junto ao contorno lateral do arco aórtico. É neste nível que ele origina o NLR esquerdo, o qual circunda inferiormente o arco aórtico, em torno do ligamento arterioso e ascende numa trajetória vertical em direção ao pescoço, para se situar no sulco traqueoesofágico. Ambos os nervos laríngeos recorrentes estão intimamente relacionados com a artéria tireóidea inferior e penetram na laringe posteriormente à articulação cricotireóide.Os nervos laríngeos recorrentes são responsáveis pela inervação da maioria dos músculos intrínsecos da laringe. A voz, importante função laríngea, é influenciada pela mobilidade das pregas vocais, e, por consequência, pela integridade do NLR. Aslesões do NLR, com incidênciade 1.5 a 14%, ocorremmajoritariamente durante cirurgias de acesso anterior à coluna cervical e tireoidectomias.Desta forma, é de extrema importância que se conheça a anatomia dos NLR e a etiologia de sua lesão. Objetivos: Descrever a anatomia do nervo laríngeo recorrente (NLR) bilateralmente, correlacionando-a com a etiologia e os principaismecanismos de sua lesão em abordagens cirúrgicas.Discussão:O NLR encontra-se vulnerável a lesões operatórias, principalmente em acessos anteriores a coluna cervical (AACC), devido a seu trajeto e por frequentes variações neste.As explicações propostas para a lesão do NLR são: secção traumática durante a cirurgia; edema pós-operatório dos tecidos perineurais levando à formação de cicatriz e constrição nervosa; estiramento; compressão pelo tubo endotraqueal.Todas essas explicações, com exceção da lesão causada pelo tubo endotraqueal, têm em comum a variação da situação anatômica do NLR.Estudosevidenciam que o NLR direito encontra-se mais vulnerável a lesões operatórias em decorrência de sua trajetória e comprimento,em virtude de apresentar trajetória mais oblíqua e desprotegida, não se relacionando de forma íntima com o sulco traqueoesofágico.Os sintomas das lesões do NLR variam conforme a extensão da lesão, podendo ocorrer desde alterações transitórias ou permanentes (rouquidão,tosse,fadiga vocal, disfagia).Numa lesão unilateral (lesão do nervo esquerdo ou direito), ocorre rouquidão e dificuldade de falar. A lesão bilateral (no direito e no esquerdo) tem como consequência a perda de voz (afonia) e provoca um som áspero e alto na inspiração. Conclusões:As lesões do nervo laríngeo recorrente causam grande prejuízo aos pacientes,logo observações acerca do trajeto do NLR e consequências de suas lesões são de fundamental importância para a construção de conhecimento acerca de novas técnicas cirúrgicas que minimizem os riscos de complicações pós operatórias. Palavras-chave: nervo laríngeo recorrente,anatomia,lesão,trajeto. Referencias: 1. ARANTES, Aluízio et al . Microsurgical anatomy of the recurrent laryngeal nerve: applications on the anterior approach to the cervical spine. Arq.NeuroPsiquiatr., São Paulo, v. 62, n. 3a, Sept. 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004282X2004000400026&lng=en&nrm=iso>.access on 06 Nov. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2004000400026. PÔSTERES LIVRES PERFIL DE MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS UTILIZADOS POR PACIENTES ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PATROCÍNIO-MG Ademar Gonçalves Caixeta Neto Andréa Caixeta Gonçalves Larissa Bueno Ferreira Sérgio Eustáquio Pereira Silvia Nascimento de Freitas Introdução: No âmbito do Sistema Único de Saúde, as doenças do aparelho circulatório constituem a principal causa de morte e de internações hospitalares da população adulta brasileira. A hipertensão arterial juntamente com o diabetes mellitus são considerados os principais fatores de risco modificáveis para doença coronariana e cerebrovascular, além da insuficiência cardíaca congestiva, entre outras doenças do aparelho circulatório. No Brasil, estima-se prevalência de hipertensão de aproximadamente 35% do total de indivíduos adultos com mais de 40 anos. O tratamento é baseado em terapias não-farmacológica, farmacológica e na adesão do cliente ao tratamento. Objetivo: Verificar quais são as classes de medicamentos antihipertensivos mais utilizados por pacientes cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde de Patrocínio-MG. Metodologia: Estudo transversal foi realizado entre agosto e outubro de 2008, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Cerrado-Patrocínio (UNICERP). Foi selecionada amostra aleatória de 31 pacientes, sendo 12 homens e 19 mulheres com idades entre 28 e 77 anos, os quais eram atendidos em uma unidade básica de saúde do município de Patrocínio-MG. A coleta de dados envolveu questionário semi-estruturado acerca dos medicamentos utilizados e a aferição da pressão arterial. A hipertensão foi diagnosticada através da pressão arterial sistólica > 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica > 90 mmHg e/ou uso de medicação anti-hipertensiva. Para aferição da pressão arterial utilizou-se esfigmomanômetro mecânico aneróide da marca BD® (735095, Brasil), estetoscópio da marca Littmann® (Classic II S.E.) a qual foi aferida 3 vezes, com intervalo de 5 minutos entre as mesmas, e obtida pela média aritmética destas para a classificação. Os resultados foram expressos em média, desvio-padrão e/ou porcentagem. Resultados: Os anti-hipertensivos utilizados nesta população no esquema de monoterapia ou terapia combinada foram os inibidores da Enzima Conversora da Antigiotensina (64.51%), diuréticos tiazídicos (51.61%), inibidores adrenérgicos (12.90%), bloqueadores dos canais de cálcio (9.78%) e outros (9.78%) conclusão: As classes de medicamentos antihipertensivos mais utilizados foram os inibidores da ECA e diuréticos tiazídicos, divergindo de outros trabalhos encontrados na literatura. Novos estudos são necessários para esclarecer melhor esta questão. Palavras-chave: Hipertensão Arterial, Prevalência, Anti-hipertensivos. Referências bibliográficas: 1. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Informática. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), 2000. [CD ROM]. Brasília (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), 2000. [CD ROM]. Brasília (DF); WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Obesity: preenting and managing the global epidemic. Genebra, 1998. PÔSTERES LIVRES PERFIL DOS FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PACIENTES ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PATROCÍNIO-MG Ademar Gonçalves Caixeta Neto Andréa Caixeta Gonçalves Patrícia de Freitas Cintra Sérgio Eustáquio Pereira Silvia Nascimento de Freitas Introdução: A hipertensão arterial é conceituada pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010), como uma síndrome e é caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados, que podem estar associados a alterações metabólicas, hormonais e fenômenos tróficos. Considerada um dos principais fatores de risco para morbi-mortalidade cardiovascular, representa no Brasil um dos problemas de saúde pública mais comuns, assim estima-se que sua prevalência varie de 22% a 43% da população adulta com mais de 40 anos. Objetivo: Verificar quais fatores de risco pode estar associados com a hipertensão arterial em pacientes cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde de Patrocínio-MG. Metodologia: Estudo transversal realizado entre agosto e outubro de 2008, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Cerrado-Patrocínio (UNICERP). Foi selecionada amostra aleatória de 31 pacientes atendidos em uma unidade básica de saúde do município de PatrocínioMG, sendo 12 homens e 19 mulheres, com idades entre 28 e 77 anos. A coleta de dados envolveu questionário semi-estruturado, aferição do peso, altura e da pressão arterial. Quanto às variáveis antropométricas, o peso foi aferido por meio da balança Conthey®, enquanto que a estatura foi determinada pela utilização do estadiômetro da marca ALTUREXATA®. Foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) como a razão do peso (kg) pela altura (cm²), sendo os indivíduos classificados como portadores de baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade, segundo as recomendações propostas pela World Health Organization (WHO, 1998) para adultos e por Lipschitz (1994) para idosos. Para aferição da pressão arterial utilizou-se esfigmomanômetro mecânico aneróide da marca BD® (735095, Brasil), estetoscópio da marca Littmann® (Classic II S.E.), sendo a mesma aferida 3 vezes, com intervalo de 5 minutos entre elas, e para a classificação foi obtida a média aritmética destas. A hipertensão foi diagnosticada através da pressão arterial sistólica > 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica > 90 mmHg e/ou uso de medicação anti-hipertensiva. Os resultados foram expressos em média, desvio-padrão e/ou porcentagem. Resultados: A prevalência de hipertensão arterial foi maior em indivíduos do sexo feminino (61.29%), brancos (67.74%), sobrepeso/obesidade (54.83%), não-tabagistas (93.55%), não-sedentários (51.61%) com idade igual ou superior a 43 anos (81%). Conclusão: Os resultados sugerem associação positiva com idade, IMC, sexo e etnia com Hipertensão Arterial. Fatores como sedentarismo e tabagismo não apresentaram relevância para esta população, divergindo de outros trabalhos encontrados na literatura, o que pode ser explicado pelo fato de ambos serem auto-referidos ou mesmo em decorrência do estudo ter sido realizado em uma unidade básica, o que pode ter ocasionado um viés de informação. Novos estudos são necessários para esclarecer melhor esta questão. Palavras-chave: Hipertensão Arterial, Prevalência, Fatores de Risco. Referências bibliográficas: 1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. São Paulo (SP): SBH, 2010; LIPSCHITZ, D.A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care. 1994; 21(1):5567. PÔSTERES LIVRES RELATO DE CASO CLÍNICO: ANEMIA HEMOLÍTICA E DEFICIÊNCIA DE GLICOSE-6-FOSFATO DESIDROGENASE Daniel do Nascimento Antonio Daniela Andrade Albergaria Tatiane Duarte Figueiredo Camila Cancela Introdução: Os estudos de casos clínicos são ferramentas importantes no ensino, pois ajudam a organizar, dinamizar e elaborar um raciocínio clínico. A deficiência de G-6PD é um dos distúrbios genéticos mais comuns, acometendo mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. Tal alteração pode causar anemia hemolítica quando os doentes entram em contato com determinadas substâncias indutoras de estresse oxidativo. Objetivo: Apresentar um caso vivenciado no Posto de saúde da Bauxita e os aspectos mais importantes da doença, como etiopatogenia, epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Métodos: Consulta de livros e artigos referentes a pesquisas atuais sobre a doença. Acompanhamento de histórias clínica e exames de paciente do Posto de saúde Bauxita. Discussão: G.H.C, 8 anos, sexo masculino, melanodérmico, procura o serviço ambulatorial com queixa de “urina escura” (sic). Durante a anamnese foi relatado um primeiro episódio, aos dois anos de idade, quando ficou internado por quatro dias, associado à vertigem, hiperglicemia e anemia. Como tratamento foi realizada transfusão sanguínea. O segundo episódio ocorreu em março de 2010, no qual o paciente apresentou concomitantemente erisipela acompanhada de urina escura, vertigem, anemia e adinamia. A conduta, novamente, foi transfusão sanguínea. Não foi constatado outro caso na história familiar. No momento da consulta paciente sem queixas e sem alterações ao exame físico, relacionadas ao quadro relatado. Exames laboratoriais: 16/06/2011 – eritrograma normal com leve plaquetopenia (137.000/mm 3); leucograma sem alteração; reticulócitos 1,2%; Testes de Coombs negativos; urina rotina sem hematúria. Foi realizada a hipótese diagnóstica de anemia hemolítica e solicitados novos exames laboratoriais. Observou-se aumento da contagem de reticulócitos (15%) e diminuição da G-6-PD (1 U/G Hb), dados concordantes com diagnóstico de deficiência de G-6-PD. Ultrassom abdominal completo foi solicitado e mostrou-se sem alterações. O paciente foi orientado sobre a doença e situações de risco para novas crises hemolíticas (infecções e alguns medicamentos), encaminhado para acompanhamento com hematologista. A deficiência de G-6-PD pode cursar com hiperbilirrubinemia neonatal, hemólise aguda ou crônica. A maioria dos pacientes será assintomática. A doença tem padrão de herança mendeliana ligada ao X. O diagnóstico será realizado através da avaliação da atividade enzimática. Durante a crise hemolítica, pode ocorrer resultado falso-negativo já que os reticulócitos apresentam atividade aumentada da enzima. Atualmente, através de técnicas de bilogia molecular pode-se confirmar o diagnóstico através da detecção de mutações associadas à doença. Conclusão: Nos quadros de hemólise, a deficiência de G6PD deve ser lembrada, para orientação adequada do paciente a fim de evitar novos episódios. Palavras Chaves: Glicose-6-fosfato, pediatria e anemia. Referências: 1. COMPRI, M. B.; SAAD, S. T.; RAMALHO, A. S., 2000; Investigação genéticoepidemiológica e molecular da deficiência de G-6-PD em uma comunidade brasileira. Caderno de Saúde Pública, vol.16, n.2, Rio de Janeiro. 2. ERICHSSEN, E.S., VIANA, L.G, FARIA, R.M.D e SILVANA, E.: Medicina Laboratorial para o Clínico, 1ª ed, Ed. Coopmed, 2009. 3. FRANK, J.E. Diagnosis and Management of G6PD Deficiency. Am Fam Physician 2005;72:1277-82.