ALTERNATIVAS PARA O CONTROLE POPULACIONAL DE AEDES AEGYPTI EM ÁREAS ANTROPIZADAS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. Alunos: MARIANA VARGAS DA SILVEIRA, ÍTALO VICENTE CORREIA MARQUES Colaboradores: Tamires Lopes Rodrigues, Maria Julia Cunha, Marriane Mendes da Silva, Luana Araruna Cabral, Janaína Martins dos Santos, Bianca da Silva Fonseca Santos, Mônica Vieira Serrão, Vanessa Valladares Cardoso Monteiro dos Santos, Marjorie Moreira de Farias Cunha e Carlos Eduardo Pedreira Orientador: PROF. CLEBER BARRETO ESPINDOLA Curso: Ciências Biológicas, Tijuca Introdução A família Culicidae, pertencente à Ordem Díptera, Sub ordem Nematocera, são popularmente conhecidos como mosquitos, pernilongos, muriçocas ou carapanãs. Atualmente reconhecem-se, aproximadamente, 3600 espécies nesta família. Os mosquitos passam por duas fases em sua vida, uma aquática - com quatro instares: L1, L2, L3 e L4 e pupa - e outra fase terrestre - o mosquito alado (Espindola et al 2008). As fêmeas dos culicídeos possuem hábitos hematofágicos, através dos quais se tornam importantes vetores de doenças. As doenças transmitidas por vetores de importância em Saúde Pública estão associadas à sua distribuição geográfica e a prevalência dessas doenças aumenta de acordo com as condições ambientais, favoráveis à adaptação destes vetores ao meio ambiente. A família Culicidae é conhecida pela sua complexa dinâmica interpopulacional, visto que as várias espécies desta família adaptam-se a vários tipos de criadouros naturais e/ou artificiais (FORATTINI, 2002). Desta forma, a chuva e outros fatores climáticos são fatores chave para o aumento da abundância de algumas espécies, mas também podem ser fatores redutores de outras populações destes mosquitos. Chuvas torrenciais prejudicam a reprodução, a eclosão e a locomoção de culicídeos (GOMES, et al., 2007), mas podem formar novos criadouros para as larvas. Por outro lado, o desenvolvimento urbano desordenado tem favorecido o crescimento populacional de dípteros desta família, como é o caso do Aedes aegypti L. e Aedes albopictus Skuse (Espindola et al 2008). O mosquito Aedes aegypti é o vetor do vírus dengue e da febre amarela urbana (Natal & Ueno 2004) e está presente em todas as regiões de nosso território, tornando-se assim um dos mais importantes vetores de doença do país. Desta forma, o presente estudo tem por finalidade estudar a dinâmica populacional dos dípteros da família Culicidae em áreas antropizadas nos arredores da Universidade Veiga de Almeida, assim como buscar formas alternativas para o controle populacional destes vetores. Metodologia Monitoramento da Fauna de Culicídeos: quinzenalmente, fazem-se coletas em 10 pontos estratégicos localizados no Campus da UVA, distribuídas de acordo com a metodologia de captura a ser empregada. Captura de larvas Para este estudo, utilizam-se armadilhas de oviposição conhecidas no Brasil como ovitrampas, que consistem de um frasco de vaso plástico para cultivo de plantas ou mesmo potes plásticos de boca larga, de diversas cores: verde, amarela; vermelha; negra e branca, com volume aproximado de 200 ml. Como substrato para a coleta de ovos, utilizaremos um compensado de madeira, de 1,5 X 5,5 cm, do tipo eucatex/duratex (palheta) que apresenta uma das superfícies rugosa. As armadilhas instaladas permanecem por sete dias em 10 pontos no Campus da Tijuca, na área urbana da cidade do Rio de Janeiro. Após o recolhimento das armadilhas, as palhetas são colocadas para secagem por 48 horas, levadas ao laboratório para contagem dos ovos em microscópio estereoscópio e para posterior imersão em água para a eclosão dos ovos. As larvas emergidas dos ovos são criadas até a fase adulta para identificação das espécies. O Índice de Diversidade de Shannon-Wiener e de riqueza de espécies de Morrisita será utilizado para avaliar e comparar diferenças na composição das comunidades em cada ponto de coleta e entre as cores das armadilhas. A correlação de Spearman será utilizada para fornecer os coeficientes de correlação (R) entre diversas cores testadas e as frequências dos culicídeos observadas em cada um dos pontos de coleta. A Análise Fatorial de Correspondência servirá para avaliar a relação entre os espécimes coletados com as armadilhas de coleta e com as diversas cores utilizadas e com cada ponto de coleta. Análise de Cluster será feita para verificar a semelhança entre os ambientes e entre os espécimes coletados. Para as análises estatísticas serão utilizados os programas MVSP, BIOESTAT 2.0 e STATISTICA 5.0. Resultados e Discussão Os mosquitos capturados estão sendo triados e identificados no laboratório de Ciências do Meio Ambiente e os dados populacionais serão confrontados e correlacionados com os aspectos de atratividade por cores dos espécimes para posteriormente utilizarmos na confecção de armadilhas mais funcionais para captura e controle do mosquito Aedes aegypti. Ao longo das coletas só foi identificado no Campus da Tijuca, até o momento, a espécie Aedes aegypti. Análises de correlação são realizadas para comprovar a preferência desta espécie pela oviposição em depósitos artificiais de cores específicas. No entanto, as cores vermelhas, marrom e preta aparentemente são as mais eficientes para capturar esta espécie. Conclusão Aparentemente o mosquito Aedes aegypti possui preferência quanto à coloração dos depósitos para oviposição. Esta característica poderá ser utilizada na confecção de armadilhas mais eficientes para a captura e controle deste importante vetor. Referências ESPINDOLA, C.B., R.N GUEDES & R.C.P. SOUZA. 2008. Avaliação da Eficácia do Bacillus thuringiensis var. israelensis no Controle de Formas Imaturas do Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) em Ambiente de Laboratório. EntomoBrasilis, 1(1): 10-13. www.periodico.ebras.bio.br/ojs FORATTINI, O. P., Culicidologia médica, v 2, Edusp, São Paulo, 2002. GOMES, A. C.; NATAL, D.; PAULA, M. B.; UBINATTI, P. R.; MUCCI, L. F.; BITNCOURT, M. D., 2007. Riqueza e abundância de Culicidae (Díptera) em área impactada, Mato Grosso do Sul, Brasil, Revista de Saúde Pública, FSP da USP, 41 (4); 661-4. NATAL D, UENO H M (2004) Vírus do Nilo Ocidental: características da transmissão e implicações vetoras. Entomol Vect 11: 417-433.