aluno: rônel da silva francisco

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1
ORIENTAÇÃO PARA UM ATENDIMENTO
EMERGENCIAL INICIAL DE DOENÇA AGUDA
CEREBROVASCULAR EM UNIDADE QUE
NÃO DISPONHA DE EXAME DE
TOMOGRAFIA E SERVIÇO DE NEUROLOGIA
MACEIO AL - 2009
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ORIENTAÇÃO PARA UM ATENDIMENTO
EMERGENCIAL INICIAL DE DOENÇA AGUDA
CEREBROVASCULAR EM UNIDADE QUE
NÃO DISPONHA DE EXAME DE
TOMOGRAFIA E SERVIÇO DE NEUROLOGIA
ALUNO: RÔNEL DA SILVA FRANCISCO
Dissertação apresentada ao
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva,
como parte das exigências do curso de
Mestrado Profissional em Terapia Intensiva,
na área de concentração em Emergência e
Terapia Intensiva, para obtenção do título de "Mestre".
Professor Orientador: Prof. José Elson Gama
MACEIO AL - 2009
3
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO POR MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Assinatura: ________________________________ Data: __/__/__
Dados Internacionais de Catalogação
Sistema de Bibliotecas Publica
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
Curso de Mestrado em Terapia Intensiva
FRANCISCO, Rônel S.
ORIENTAÇÃO PARA UM ATENDIMENTO EMERGENCIAL INICIAL DE
DOENÇA AGUDA CEREBROVASCULAR EM UNIDADE QUE NÃO
DISPONHA DE EXAME DE TOMOGRAFIA E SERVIÇO DE
NEUROLOGIA / Rônel da Silva Francisco, – Maceió AL, 2011.
67f
Orientador – José Elson Gama
Trabalho de conclusão de Curso – Instituto Brasileiro de Terapia
Intensiva Curso de Mestrado Profissional em Terapia Intensiva
1. Atendimento Emergencial 2.. Doença Cérebro Vascular. 3. Orientação
4. Tomografia I. Título
MACEIO AL - 2009
4
ORIENTAÇÃO PARA UM ATENDIMENTO EMERGENCIAL INICIAL
DE DOENÇA AGUDA CEREBROVASCULAR EM UNIDADE QUE
NÃO DISPONHA DE EXAME DE TOMOGRAFIA E SERVIÇO DE
NEUROLOGIA
ALUNO: RÔNEL DA SILVA FRANCISCO
Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi julgado adequado para obtenção
do título de Mestre em Terapia Intensiva e aprovado em sua forma final junto ao
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva – IBRATI
_____________________________________
Prof. Douglas Ferrari
Presidente do IBRATI
____________________________________________
Prof. Ricardo Jorge da Silva Pereira
Coordenador do Curso de Mestrado Profissional em Terapia Intensiva-Maceió AL
Apresentada à Banca Examinadora, integrada pelos Professores:
_____________________________________
Prof. José Elson Gama
Orientador
_____________________________________
Prof. Douglas Ferrari
Banca Examinadora
______________________________________
Prof. Ricardo Jorge da Silva Pereira
Banca Examinadora
MACEIO AL - 2009
5
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho ás pessoas que
direta e indiretamente contribuíram
para a elaboração do mesmo,
principalmente, à minha esposa
Claudia e minhas filhas
Natalie e Stefanie, por terem me
incentivado na conclusão de mais uma
etapa em minha vida profissional e
por terem suportado a minha ausência em
momentos importantes, por estar
em atividade discente em outro estado.
MACEIO AL - 2009
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu professor e orientador
Dr. Elson Gama, por elucidar minhas dúvidas
e me ajudar com a elaboração desse trabalho.
Agradeço ao Dr. Douglas Ferrari,
Presidente do IBRATI e professor,
por me favorecer com seus
conhecimentos e fazer com que eu
enxergasse as necessidades
dos pacientes críticos.
Agradeço ainda a ambos por se tornarem
meus amigos.
Agradeço aos inúmeros pacientes aos quais
tive a satisfação em poder dar um pouco de
mim para a sua recuperação e aqueles aos
quais não conseguimos recuperar, mas, que
nos permitiram um melhor aprendizado de
sua doença.
Por fim, agradeço aos colegas de
turma, que com sua participação em sala
de aula, me incentivaram na continuação
e conclusão do curso.
MACEIO AL - 2009
7
"COMPROMISSO
DO INTENSIVISTA”
DEDICADO A TODOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS COM O PACIENTE CRÍTICO
Nós intensivistas nos comprometemos a exercer nossa profissão baseada nos
preceitos dos códigos de ética.
Devemos ser profissionais qualificados para atendermos os pacientes graves em
qualquer circunstância e idade.
Temos um compromisso em desenvolver, com amparo da tecnologia, o melhor de
nós.
Nenhum paciente em condições críticas deixará de ter o nosso socorro.
Reconhecemos que o intensivismo é antes de tudo a presença, a dedicação e a
vontade de superar a morte.
Sabemos que o intensivismo é antes de tudo a vontade de trazer a vida.
A cada caminho que traçarmos nas UTIs, não esqueceremos os preceitos que
norteiam a dignidade humana, ou seja, o amor ao próximo, o respeito a pessoa e
suas vontades.
Somos intensivistas porque entendemos que somos capazes de estarmos
atuando nos momentos de maior angústia e sofrimento humano.
Nossas conquistas ultrapassam o físico, transcendem a glória das vitórias.
Sempre estaremos, no acolher dos braços, com o paciente e sua família.
Em nosso ato, fazemos da especialidade intensiva o encanto sonhar.
Nas UTIs as luzes não se apagam.
Mas, mesmo na despedida, estenderemos a mão amiga, cumpriremos nosso
dever para jamais abandonar a quem agoniza.
Nossa honra baseia-se no juramento, na conduta e compromisso em ser para
sempre o verdadeiro intensivista.
(Ferrari D)
MACEIO AL - 2009
8
RESUMO
As doenças cerebrovasculares são um grupo de doenças que acometem o
cérebro através dos vasos sanguíneos, tendo como principal fator desencadeante
a hipertensão arterial, que atualmente atinge cerca de 30% dos indivíduos
adultos, podendo chegar a 50% nos indivíduos de meia idade e até 90% nos
indivíduos da melhor idade. A principal doença aguda representada por esse
acometimento é o AVC, que se não tratado corretamente em sua fase inicial,
pode ter um desenlace fatal a esses acometidos. Por trabalhar em serviço de
emergência do maior hospital na Bahia, vivencio com pesar, que profissionais que
atuam em sua maioria no interior do estado, tem um receio especial por esse tipo
de patologia, a qual é avaliada primariamente de maneira superficial, sendo a
“ambulanciaterapia” o seu maior aliado na luta contra ela. Dessa forma, a
proposta desse trabalho é tornar mais conhecida essa patologia através de uma
linguagem simples e sob a visão de um não especialista, porém, de um
profissional clinico com vivência em serviço de emergência e ainda sob uma
forma simples de orientação no atendimento e condução do tratamento inicial e
emergencial da mesma.
Palavras-chave: 1. Doenças cerebrovasculares; 2. AVC; 3. Hipertensão
arterial.
MACEIO AL - 2009
9
ABSTRACT
Cerebrovascular diseases are a group of diseases that attack the brain
through the blood vessels, having as main factor triggering hypertension, which
currently reaches about 30% of adult individuals, which may reach 50% in middleaged individuals and up to 90% in individuals of best age. The main acute disease
is represented by this Bout is the AVC, which if not treated correctly in its initial
stages, can have a fatal outcome to such suffering. By working in the emergency
service of the largest hospital in Bahia, now experience with regret, that
professionals who work mostly within the State, has a special concern for this type
of
Pathology,
which
is
evaluated
primarily
superficial
way,
being
the
"ambulanciaterapia" its greatest ally in the fight against it. Thus the proposal of this
work is to make known this pathology in simple language and under the vision of a
non-expert, however, a clinical Professional with experience in emergency service
and in a simple way of orientation in attendance and conduct initial emergency
treatment and the same.
Keywords: 1. Cerebrovascular diseases; 2. AVC; 3. Arterial hypertension.
MACEIO AL - 2009
10
SUMÁRIO
1.
Introdução ...........................................................................................
13
2.
Fisiopatologia ......................................................................................
15
3.
Classificação .......................................................................................
16
4.
Anatomia e fisiologia ...........................................................................
17
4.1.
Córtex límbico .....................................................................................
19
4.2.
Lobo frontal .........................................................................................
20
4.3.
Lobo occipital ......................................................................................
21
4.4.
Lobos temporais .................................................................................
22
4.5.
Lobos parietais ...................................................................................
23
5.
Estado de consciência ........................................................................
24
6.
Diagnostico clinico ..............................................................................
26
7.
Exame físico .......................................................................................
29
8.
Exame clínico neurológico ..................................................................
31
8.1
Nervos cranianos ................................................................................
32
8.1.I
Nervo olfatório ..................................................................................
32
8.1.II
Nervo ocular ....................................................................................
32
8.1.III
Nervo Oculo motor ..............................................................................
33
8.1.IV
Nervo Troclear ....................................................................................
34
8.1.V
Nervo Trigêmeo ..................................................................................
34
8.1.VI
Nervo Abducente ................................................................................
34
8.1.VII
Nervo Facial ........................................................................................
34
8.1.VII
I
8.1.IX
Nervo Vestíbulo-coclear .....................................................................
35
Nervo Glossofaríngeo .........................................................................
35
MACEIO AL - 2009
11
8.1.X
Nervo Vago .........................................................................................
35
8.1.XI
Nervo Acessório .................................................................................
36
8.1.XII
Nervo hipoglosso ................................................................................
37
9.
Atendimento e tratamento inicial ........................................................... 38
10.
Nimodipino ............................................................................................
40
11.
Manitol ..................................................................................................
41
12.
Paracetamol ..........................................................................................
41
10.
Cuidados básicos .................................................................................. 42
11.
Exames laboratoriais ............................................................................
45
12.
Conclusão .............................................................................................
46
13
Referências ...........................................................................................
47
14.
Anexo .................................................................................................... 49
15.
14.1. Anexo 1 Anatomia do cérebro humano.......................................
49
14.2. Anexo 2 Esquema de um corte do cérebro .................................
50
14.3. Anexo 3 Cortex cerebral ..............................................................
51
14.4. Anexo 4 Tomografia AVCi e AVCh ..............................................
52
14.5. Anexo 5 Tomografia crânio com mntz PIC ..................................
53
14.6. Anexo 6 Lobos cerebrais..............................................................
54
14.7. Anexo 7 Funções do cérebro .......................................................
55
14.8. Anexo 8 Funções do cérebro .......................................................
56
14.9. Anexo 9 Núcleos da base ...........................................................
57
Figuras .................................................................................................
58
15.1. Figura 1 Escala do AVCi de NIHSS ............................................
58
15.2. Figura 2 Anormalidades neurológicas em AVCi .........................
60
MACEIO AL - 2009
12
15.3. Figura 3 Escala de Ramsay ........................................................
61
15.4. Figura 4 Orientação para controle da H A Severa ......................
62
15.5. Figura 5 Escala de Glasgow .......................................................
63
15.6 Figura 6 Protocolo HGT ...............................................................
64
15.7 Figura 7 Escala de Cincinatti .......................................................
65
15.8 Figura 8 Ritmos Respiratórios .....................................................
66
MACEIO AL - 2009
13
1. INTRODUÇÃO
São várias as patologias que determinam um atendimento emergencial em
neurologia, porém, o AVC, classificado em Isquêmico e Hemorrágico, é a principal
dessas patologias e a que corresponde a 90% dos atendimentos emergenciais.
O AVC constitui uma emergência neurológica, onde a perda de tempo para
a abordagem destes pacientes significa uma pior evolução. Portanto, é uma
emergência médica e deve ser conduzida prontamente por equipe médica,
preferencialmente
coordenada
por
Neurologista
clínico
ou
Emergencista
devidamente treinado.
Esse trabalho foi realizado através de revisão da literatura existente,
visando à orientação no atendimento ao paciente com patologia neurológica
emergencial, em unidades que não disponham de Unidades de Tratamento
Intensivo, Serviços Tomográficos ou Serviços Neurológicos. Atualmente, o que
ocorre na atenção aos portadores de patologia aguda cerebral nessas unidades, é
um atendimento superficial aos mesmos, sendo de rotina, a colocação desses
pacientes em uma ambulância e encaminhados como situação emergencial a
uma Unidade de Saúde de maior complexidade, sem que sejam tomados os
devidos cuidados com o atendimento primário necessário. Essas unidades na
maioria das vezes estão distantes em demasia de seu local de origem, O objetivo
desse trabalho é fornecer orientação e informação aos profissionais dessas
unidades, bem como conhecimento sobre essa patologia, de modo, haver
aprimoramento no atendimento aos acometidos por AVC e fazer com que as
pessoas acometidas por essa patologia emergencial neurológica, que chegam as
unidades distantes, possam ter identificada a sua doença neurológica aguda e
receberem, de maneira adequada os atendimentos primários básicos, para
MACEIO AL - 2009
14
posteriormente serem encaminhadas as unidades de maior complexidade, onde
poderão complementar seu tratamento com serviço especializado.
Palavras-chave: 1. Atendimento. 2. Neurológica. 3. Emergencial. 4. Doença
Cérebro Vascular. 5. Tomografia.
MACEIO AL - 2009
15
2. FISIOPATOLOGIA
O Acidente Vascular Cerebral é interpretado como uma súbita parada do
fluxo sanguíneo cerebral, determinando dessa forma alterações a nível mental, de
acordo com o respectivo tempo dessa parada. Na literatura, verificamos que o
fluxo normal de sangue a nível cerebral, varia entre 50 e 55 ml por minuto para
cada 100 gramas de cérebro. Como o peso do cérebro de um indivíduo adulto é
em torno de 1400 gramas, podemos dizer que o fluxo de sangue que passa num
todo pelo cérebro, é em torno de 700 a 770 ml por minuto que corresponde a 14%
do débito cardíaco e a 18,5% do consumo de oxigênio. A natureza organiza de tal
forma esse fluxo sanguíneo cerebral, de modo que não haja alteração do mesmo
em face de diferentes condições, inclusive, naqueles momentos em que a
atividade cerebral é mais intensa.
Experimentalmente, já se demonstrou que quando há diminuição do fluxo
sanguíneo cerebral para cerca de 20 ml por minuto por cada 100 gramas de peso
cerebral, ocorre parada da atividade elétrica cerebral, com as células
permanecendo integras e com potencial de recuperação funcional. Porém,
quando o fluxo cai para cerca 08 ml por minuto por cada 100 gramas de peso
cerebral, ocorrem falência da membrana celular com provável morte da célula.
Baseado nesses dados, podemos afirmar que o menor tempo entre a
instalação de um AVC e o início de seu tratamento, seja fundamental para que
possamos salvar a área cerebral afetada temporariamente, em um processo
isquêmico, sendo compatível com a sua recuperação anátomo-fisiológica
integralmente. Essa área afetada é chamada de Zona de Penumbra.
MACEIO AL - 2009
16
3. CLASSIFICAÇÃO
Dentre as doenças cerebrovasculares, cerca de 90% dos acidentes
vasculares encefálicos são de origem isquêmica e 10% hemorrágicos. Dentre as
hemorrágicas, cerca de 10% são hemorragias intraparenquimatosas e 5%
hemorragias subaracnóideas. Devemos tomar o cuidado para não confundir, AVC
hemorrágico (AVCH) com Hemorragia Subaracnóidea (HSA).
- AVCH é o derramamento agudo e espontâneo de sangue no
parênquima cerebral, em consequência da ruptura de pequenas arteríolas que
irrigam o encéfalo ou da rupturas de vasos próximos a camada cortical;
- HSA está normalmente está associado com ruptura de aneurismas.
Em 70% dos casos, a hemorragia ocorre nos núcleos da base (putamen e
tálamo), em 20% dos casos ocorre na periferia dos lobos cerebrais e em 10% dos
casos se localiza no cerebelo ou tronco cerebral.
O AVCH é o acidente vascular encefálico mais letal. A mortalidade nas
décadas passadas chegava a 50% dos casos. Atualmente, ela é menor graças ao
impacto que as unidades de terapia intensiva geral e neurológicas, além das
unidades de AVC, têm tido no manejo agudo dos pacientes com hematoma.
Contudo, a mortalidade global ainda é alta, aproximadamente 30%, sendo que
entre os pacientes que são admitidos após as primeiras 3 horas do inicio dos
sintomas, a mortalidade é maior, chegando a 40%. Os pacientes com hematomas
volumosos costumam apresentar rápido rebaixamento do nível de consciência,
associado a um déficit motor mais evidente, associados com náuseas, vômitos e
elevados níveis pressóricos. Por todos esses motivos, torna-se necessária a
chegada mais rápida desses pacientes as emergências.
MACEIO AL - 2009
17
4. ANATOMIA E FISIOLOGIA
Para qualquer tipo de atendimento que se venha a realizar em qualquer
especialidade, é necessário que tenhamos um conhecimento prévio da anatomia
e fisiologia do órgão alvo, para que possamos identificar as alterações pertinentes
a eles. Portanto, vamos rever a anatomia cerebral.
4.1 ANATOMO-FISIOLOGIA
A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o córtex é a
camada mais externa do cérebro. A espessura do córtex cerebral varia de 2 a 6
mm. O lado esquerdo e direito do córtex cerebral são ligados por um feixe grosso
de fibras nervosas chamado de corpo caloso. Em mamíferos superiores (como
humanos, primatas e cetáceos), o cérebro tem uma superfície irregular, cheia de
áreas mais protuberantes (chamadas de giros), intercaladas com pequenos vales
(chamados de sulcos) e que dão à aparência de "enrugado" ao cérebro ( anexo1).
As funções do córtex cerebral são: Pensamento, Movimento voluntário,
Linguagem, Julgamento e Percepção. (anexo 7)
O córtex cerebral, que é parte externa dos hemisférios, com somente
poucos milímetros de espessura, é composto de substância cinzenta, em
contraste com o interior do encéfalo, constituído potencialmente de substância
branca.
A substância cinzenta é formada principalmente dos corpos das células
nervosas e gliais, enquanto a substância branca consiste predominantemente dos
processos ou fibras dessas células.
O interior dos hemisférios cerebrais, incluindo o diencéfalo, contém não
somente substância branca, mas também massas bem delimitadas de substância
cinzenta, coletivamente conhecida como gânglios da base (conjunto de células
MACEIO AL - 2009
18
nervosas dentro do sistema nervoso central que é geralmente chamado núcleo,
enquanto um conjunto dessas células fora do sistema nervoso central é
comumente denominado gânglio). Os mais destacados são os núcleos caudado,
lentiforme e os tálamos (anexo2).
O interior do encéfalo encerra também cavidades denominadas ventrículos,
repletas de líquido cerebrospinal.
Uma
porção
do
córtex
cerebral
denominada
ínsula
localiza-se
profundamente ao sulco lateral.
A área do córtex imediatamente anterior ao sulco central é conhecida como
área motora e está relacionada com a atividade muscular, sobretudo a metade
oposta do corpo.
O córtex de cada hemisfério cerebral está dividido arbitrariamente em
lobos: frontal, parietal, occipital e temporal (anexo6).
A massa cinzenta é constituída pelo corpo celular dos neurônios que
processam a informação no cérebro; a massa branca é composta dos axônios
através dos quais um neurônio envia informação para outro.
MACEIO AL - 2009
19
4.2 Córtex límbico:
•
Atua como uma área de associação de controle do comportamento;
•
A ablação da parte posterior do córtex orbital frontal traz insônia e
inquietude;
•
Os giros cingulados anteriores e giros subcalosos mantêm a
conexão entre o sistema límbico e o córtex pré-frontal. A ablação dessa região
pode trazer um alto grau de raiva (anexo6).
De acordo com a história e avaliação clinica do paciente podemos supor a
região acometida, levando-se em conta os parâmetros funcionais de cada região
cerebral, que descrevemos a seguir:
MACEIO AL - 2009
20
4.2 Lobo Frontal
O lobo frontal, que inclui o córtex motor e pré-motor e o córtex pré-frontal,
está envolvido no planejamento de ações e movimento, assim como no
pensamento abstrato. A atividade no lobo frontal aumenta nas pessoas normais
somente quando temos que executar uma tarefa difícil em que temos que
descobrir uma sequência de ações que minimize o número de manipulações
necessárias.
A parte da frente do lobo frontal, o córtex pré-frontal, está relacionada com
estratégia: decidir que sequências de movimento ativar, em que ordem deverá ser
realizado e avaliar o seu resultado.
Dentre as suas funções parecem incluir o pensamento abstrato e criativo, a
fluência do pensamento e da linguagem, as respostas afetivas e a capacidade
para ligações emocionais, o julgamento social, a vontade e determinação para a
ação e a atenção seletiva. Traumas no córtex pré-frontal fazem com que uma
pessoa fique presa obstinadamente a estratégias que não funcionam ou quea
mesma não consiga desenvolver uma seqüência lógica ou de ações corretas.
MACEIO AL - 2009
21
4.3 Lobo occipital
O lobo occipital está localizado na parte inferior do cérebro. Coberta pelo
córtex cerebral, esta área é também designada como córtex visual, porque
processa os estímulos visuais. É constituída por varias subáreas que processam
os dados visuais recebidos do exterior depois de terem passado pelo tálamo: há
zonas especializadas em processar a visão da cor, do movimento, da
profundidade, da distância, etc.
Depois de percebidas pela área visual primária, estes dados passam para
a área visual secundária. É nesta área que a informação recebida é comparada
com os dados anteriores que permitem, por exemplo, identificar um cão, um
automóvel, uma caneta.
A área visual, se comunica com outras áreas do cérebro que dão
significado ao que vemos, tendo em conta a nossa experiencia passada e as
nossas expectativas. É por isso, que o mesmo objeto, não é percebido da mesma
forma por pessoas diferentes. Além disso, muitas vezes o cérebro é orientado
para discriminar estímulos. Uma lesão nesta área provoca agnosia, que consiste
na impossibilidade de reconhecer objetos, palavras e em alguns casos, os rostos
de pessoas conhecidas ou de familiares.
MACEIO AL - 2009
22
4.4 Lobos temporais
Os lobos temporais estão localizados nas zonas acima das orelhas,
bilateralemente, tendo como principal função processar os estímulos auditivos.
Os sons produzem-se quando a área auditiva primária é estimulada. Tal
como no lobo occipital, é uma área de associação - área auditiva secundária - que
recebe os dados e que, em interação com outras zonas do cérebro, lhes atribui
um significado, permitindo ao ser humano, reconhecer o que ouve.
MACEIO AL - 2009
23
4.5 Lobos Parietais
Os lobos parietais, localizados na parte superior do cérebro, bilateralmente,
são constituídos por duas subdivisões - a anterior e a posterior. A zona anterior
designa-se por córtex somatossensorial e tem por função possibilitar a recepção
de sensações, como o tacto, a dor e a temperatura do corpo. Nesta área primária,
que é responsável por receber os estímulos que têm origem no ambiente, estão
representadas todas as áreas do corpo.
São as zonas mais sensiveis que ocupam mais espaço nesta área, porque
têm mais dados para interpretar. Os lábios, a língua e a garganta recebem um
grande número de estímulos, precisando, por isso, de uma maior área.
A área posterior dos lobos parietais é uma área secundária que analisa,
interpreta e integra as informações recebidas pela área anterior ou primária,
permitindo-nos a localização do nosso corpo no espaço e o reconhecimento dos
objetos através do tato.
MACEIO AL - 2009
24
5. ESTADO DE CONSCIENCIA
O estado de alerta com mentalidade normal, requer uma interação intacta
entre as funções cognitivas dos hemisférios cerebrais e dos mecanismos de
ativação
da
formação
reticular
(a
extensa
rede
de
núcleos
e
fibras
interconectantes, encontradas em grande parte do diencéfalo, mesencéfalo, ponte
e medula).
O Prejuízo da consciência pode ser breve ou prolongado, leve ou profundo.
• Na inconsciência breve ocorre com síncope; com episódios convulsivos e a
inconsciência, que pode durar por um período um tanto mais longo e em caso de
concussão, até 24h.
• A inconsciência prolongada usualmente resulta de distúrbios metabólicos ou
lesões intracranianas graves.
O embotamento, que é a redução no estado de alerta, usualmente está
combinado com hipersonia.
O Estupor é a não responsividade, da qual o paciente pode ser retirado
apenas levemente, através de estimulação vigorosa e repetida.
O coma é a não reatividade, não responsividade; no coma profundo,
mesmo os reflexos primitivos de defesa podem estar ausentes.
A hipersonia (sono excessivamente profundo ou prolongado cujo paciente
só desperta com estimulação enérgica), o delírio e os estados confusionais
também são estados de alteração da consciência.
Um estado de consciência deprimido ou obscurecido implica em disfunção
do hemisfério cerebral ou da porção superior do tronco cerebral ou de ambos.
Inicialmente, lesões focais em estruturas supratentoriais podem danificar
extensamente ambos os hemisférios ou podem produzir um edema tão acentuado
MACEIO AL - 2009
25
que os hemisférios comprimem o sistema de ativação diencefálico e mesencéfalo
(herniação transtentorial), causando danos para o tronco cerebral.
Lesões subtentoriais primárias (cerebelar ou tronco cerebral) podem
comprimir ou danificar diretamente o sistema de ativação reticular em qualquer
local entre o nível da porção média da ponte e (por pressão ascendente) o
diencéfalo. (anexo3)
Doenças
infecciosas ou
metabólicas
podem
deprimir
as
funções
hemisféricas ou do tronco cerebral através de uma alteração na composição
sangüínea ou de um efeito tóxico direto.
O prejuízo na consciência também pode ser devido a redução no fluxo
sangüíneo (como em síncope ou infarto) ou uma alteração na atividade elétrica
(como em epilepsia). O fluxo sangüíneo inadequado, bem como uma alteração
química podem causar mudanças na atividade elétrica.
Concussão e distúrbios psicológicos prejudicam a consciência sem
alterações estruturais detectáveis no cérebro.
MACEIO AL - 2009
26
6. DIAGNÓSTICO CLINICO
O diagnóstico clínico do AVC se baseia em dados de avaliação clínica e
neurológica, além do exame radiológico.
No aspecto clinico:
- em história de alteração súbita dos movimentos em hemicorpo;
- no distúrbio de fala e linguagem;
- em diplopia;
- na vertigem; e
- na perda visual e/ou alteração do nível de consciência.
O quadro clínico observado na fase aguda do AVC pode ser semelhante a
outras condições neurológicas.
O rebaixamento do nível de consciência, pode estar associado a um déficit
neurológico focal, podendo ainda estar presente em alguns pacientes com
hipoglicemia. A redução isolada do nível de consciência raramente está associada
ao AVC.
A história clínica e o exame físico são as bases para o diagnóstico clínico e
determinam a estratégia terapêutica para os pacientes que chegam aos serviços
de emergência com suspeita de AVC.
Dentro da avaliação clínica do paciente, devemos:
- realizar a história clínica, que deverá ser obtida com o paciente ou com os
familiares;
- verificar o tempo de início dos sintomas;
- avaliar a forma de instalação do quadro;
- os sintomas e sinais associados;
- a doença médica pregressa e
- a presença de fatores de risco.
MACEIO AL - 2009
27
Essas informações são essenciais no esclarecimento diagnostico bem
como na tentativa em se estabelecer o tipo clínico do distúrbio circulatório.
Os doentes com AIT (Ataque Isquêmico Transitório) estão em risco elevado
de AVC recorrente precoce (até 10% nas primeiras 24 horas). Esses doentes
necessitam consequentemente de um diagnóstico clínico urgente para tratar
alterações gerais associadas, modificar fatores de risco e identificar causas
específicas tratáveis, particularmente, estenoses arteriais ou outras fontes
embólicas. O tratamento preventivo imediato irá reduzir as chances de apresentar
o AVC, com redução da incapacidade e diminuição do risco de morte do paciente.
Doentes com AVC menor não incapacitante e com recuperação clínica
espontânea também estão em risco elevado de AVC recorrente.
É essencial a exclusão das seguintes condições clínicas: epilepsia e
estados
pós-convulsivos,
tumores,
trauma
crânio-encefálico,
hemorragias
intracranianas (espontâneas ou traumáticas), enxaqueca, amnésia global
transitória, distúrbios metabólicos (principalmente hipo e hiperglicemia), infecções
do sistema nervoso central, esclerose múltipla, labirintopatias, efeitos de
medicamentos ou drogas de abuso e distúrbios psicossomáticos.
A avaliação clínica neurológica deve ser feita por neurologista habilitado,
ou
na
falta
desse
por
um
clínico
experiente,
que
deverá
procurar
fundamentalmente confirmar a suspeita clínica, aplicando a escala de AVC do
NIHSS
(fig.1).
A avaliação inicial deve ser breve e sistemática, priorizando o tempo
comprovado de início dos sintomas, avaliar critérios de exclusão, devendo o
exame clínico dar ênfase para sinais vitais – pressão arterial (PA), freqüência
cardíaca, freqüência respiratória e temperatura e o exame neurológico.
Na avaliação clínica inicial e seqüencial, é obrigatório o uso de método de
monitoração do nível de consciência e do déficit neurológico. Recomenda-se para
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este fim a aplicação da escala de Glasgow
(fig.5)
Institutes of Health (NIHSS) (fig.1).
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e a escala do AVC do National
29
7. EXAME FISICO
O Exame físico é uma etapa importante da avaliação do paciente
acometido por patologia neurológica, pois é o momento em que o profissional
dependerá apenas de seus conhecimentos prévios, para a formatação do
diagnóstico. Portanto, devemos observar e estarmos atentos para:
1. Temperatura corpórea, para afastar a possibilidade de qualquer processo
infeccioso; Uma temperatura corporal acima de 37 graus Celsius imediatamente
após o derrame é reconhecidamente uma causa de piora no prognóstico, uma vez
que cada grau a mais duplica a possibilidade de uma má recuperação. Cerca de
um terço dos pacientes com AVC apresenta temperaturas acima de 37,5 graus .
2. Pele – Cor, evidência de trauma ou injeções hipodérmicas (narcóticos,
insulina), erupções cutâneas, petéquias;
3. Couro cabeludo – Verificar a existência de contusões ou lacerações;
4. Olhos – Tamanho da pupila e reação a luz, paralisia ocular, reflexos da córnea,
reflexos óculo-cefálicos (resposta em “olhos de boneca” para rotação da cabeça),
sinais fúndicos de papiledema, esclerose vascular ou retinite urêmica ou
diabética;
5. Ouvido, nariz e boca – Perda de Liquido Cefalo-Raquidiano ou sangue,
cicatrizes ou mordidas na língua e odor da respiração (álcool, acetona,
paraldeídos, amêndoas azedas [cianeto];
6. Padrão Respiratório – Hiperventilação; respiração de Cheyne-Stokes
(periódica) – inspiração profunda ritmada; Ritmo de Kussmaul -
Ritmo de Biot –
irregularidade respiratória (anexo9)
7. Sinais Cardiovasculares – Ritmo e freqüência apical, caráter do pulso, Pressão
Arterial em ambos os braços, sinais de descompensação cardíaca, esclerose de
vasos periféricos, cianose ou baqueteamento de dedos e artelhos;
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8. Abdome – Avaliar a presença de espasmo e rigidez;
9. Sinais Neurológicos – Presença de paresia, rigidez de nuca, reflexos
acentuados ou abolidos, abalos musculares, convulsões.
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8. EXAME CLINICO NEUROLÓGICO
A avaliação neurológica fornece indícios se a doença é supratentorial,
subtentorial, ou metabólica.
A respiração de Cheyne-Stokes periódica está relacionada com doença
hemisférica e a irregular com doença em ponto medular
(Fig.8).
Ocorrendo hiper ou
hipoventilação, existe relacionamento com doença metabólica.
As pupilas quando pequenas e reativas a luz estão relacionadas com
patologia pontina ou hipotalâmica ou intoxicação por narcóticos; Quando estão
fixas e em posição média, relacionam-se com lesão de mesencéfalo ou com
superdosagem intensa de glutetimida. As pupilas são reativas à luz em presença
de distúrbios metabólicos; Elas estão dilatadas quando existe anóxia ou
compressão do terceiro par de nervos e normalmente são reativas com doença
hemisférica ou não responsividade psicogênica.
A resposta óculo-vestibular ao estímulo de calor apresenta desvio
conjugado tônico bilateral com depressão hemisférica; estão ausentes ou
desconjugadas na lesão de tronco cerebral e são normais em não responsividade
psicogênica.
As respostas motoras aos estímulos dolorosos são hemiplégicas com
lesões hemisféricas.
A rigidez em descerebração (nuca, dorso e membros estendidos;
mandíbula cerrada) ocorre em disfunção diencéfalo-mesencefálica; flacidez com
disfunção do tronco cerebral ponto medular.
Anormalidades motoras simétricas, frequentemente incluindo asterixis
ou mioclonias multifocais, ocorrem com doenças metabólicas e sinais motores e
reflexos
que
são
normais
em
não
responsividade
psicogênica.
Caracteristicamente em lesões supratentoriais de massa, causando coma ou
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estupor, os sinais e sintomas neurológicos indicam primeiramente um
envolvimento de um hemisfério cerebral. Então, devido ao aumento da massa e
consequente desvio nos tecidos do cérebro como resultado de alterações de
pressão, os sinais evidenciam deterioração rostral-caudal progressiva, indicando
envolvimento primeiro do diencéfalo e finalmente do tronco cerebral. Com
inconsciência por lesão primária do tronco cerebral, sinais pupilares e
oculomotores são anormais desde o início.
8.1 Nervos Cranianos:
Para finalidades práticas, o exame dos nervos cranianos não requer
aparelhagem especial, exceto pelo oftalmoscópio. No entanto, frente a queixas
específicas, é necessária uma avaliação detalhada, por vezes por outros
especialistas e com aparelhagem própria. Serão discutidos aqui apenas os
métodos simples e rápidos de avaliação dos pares cranianos. Conhecimentos
básicos de neuroanatomia são importantes para compreensão das vias, núcleos e
conexões dos nervos cranianos.
8.1.I - Nervo Olfatório
Nervo sensitivo tem função única de olfato. Devido às conexões com
terminações de nervos relacionados ao paladar, a perda do olfato pode ser
interpretada como perda do paladar por alguns pacientes, especialmente quando
a perda do olfato é unilateral. O exame clínico do nervo olfatório deve ser
realizado com substâncias de odor característico que não sejam irritantes.
Alterações na mucosa nasal, rinites de repetição, sinusite, hipertrofia de cornetos
e outras doenças nasais podem levar à alteração do olfato sem que haja lesão do
nervo olfatório e/ou de suas conexões.
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8.1.II - Nervo Óptico
Não é exatamente um nervo periférico, mas sim uma via que conecta a
retina ao cérebro.
II.1 Exame do nervo óptico:
II.1.a - acuidade visual: geralmente avaliada pelo oftalmologista, pode
estar alterada por defeitos de refração, por lesões do nervo óptico ou doenças do
globo ocular.
II.1.b - campos visuais: se necessário, podem ser avaliados por
campimetria. Porém, de forma rotineira, podem ser avaliados pelo método de
confrontação. O paciente fica em frente ao examinador e manter o olhar fixo nos
olhos do examinador, que faz o mesmo em relação ao paciente. Usando a
aproximação de seu dedo indicador, o examinador observa se os campos visuais
do paciente são comparáveis ao seu próprio.
II.1.c - fundo de olho: deve ser praticada de rotina pelo profissional, para
que possa se familiarizar com o uso do oftalmoscópio e com fundos de olho
normais. Substâncias midriáticas podem ser utilizadas para realização do fundo
de olho, porém se forem usadas, isto deverá ser feito ao final de todo o exame
neurológico. Em pacientes internados, uma anotação na evolução clínica
referente ao uso de midriáticos deve ser feita, incluindo o horário de aplicação e a
dose usada. Não usar midriáticos em apenas um olho, especialmente em
pacientes com alteração do nível de consciência.
II.1.d - reflexo fotomotor: a via aferente deste reflexo é o nervo óptico, a
via eferente é o nervo óculo motor. Os reflexos pupilares serão discutidos a
seguir.
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8.III- Nervo Óculo motor
Junto com o nervo troclear (IV) e o nervo abducente (VI), é responsável
pela movimentação do globo ocular dentro da cavidade orbitária. O exame da
movimentação ocular é feito visando a avaliação destes três pares de nervos
cranianos. O nervo óculo motor é também responsável pela elevação da pálpebra
superior e pela contração da pupila. Assim sendo, em caso de alteração funcional
do III par, nota-se um desvio lateral do globo ocular, ptose palpebral e midríase.
As paralisias do III par podem também ser parciais e dependendo do nível da
lesão apenas uma das funções pode estar alterada. Por exemplo, na
oftalmoplegia interna, com lesão no nível da saída do tronco cerebral, observa-se
apenas midríase. A oftalmoplegia externa se apresenta apenas com paralisia da
musculatura extraocular.
Reflexos pupilares:
1- fotomotor: contração da pupila mediante a aplicação de luz diretamente
sobre o olho.
2- consensual: como resultado da semi decussação das fibras do nervo
óptico, uma resposta de contração pupilar é também observada contra
lateralmente.
3- acomodação: convergência dos olhos para um objeto próximo,
causando contração pupilar.
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8.IV - Nervo Troclear
O menor dos nervos cranianos inerva exclusivamente o músculo oblíquo
superior. A paralisia do IV se manifesta pelo desvio do globo para cima e para
fora.
8.V - Nervo Trigêmeo
Tem uma porção motora e uma porção sensitiva. A porção motora inerva
músculos mastigatórios e desvio da mandíbula para o lado lesado. Atrofia da
musculatura da face e flacidez do palato também podem ser observados na lesão
motora do V. A sensibilidade da face deve ser testada, com o cuidado de se
avaliar as sensações nas regiões providas pelos três ramos sensitivos do V par
isoladamente.
O reflexo corneal (fechamento das pálpebras devido a um leve estímulo
da córnea) pode ser facilmente testado com um fino fio de algodão.
8.VI - Nervo Abducente
Inerva o músculo reto-lateral e sua paralisia provoca o desvio medial do olho
afetado. É um nervo longo, cuja paralisia pode ser decorrente de uma série de
processos intracranianos que cursem com aumento de pressão intracraniana ou
edema intracerebral.
8.VII - Nervo Facial
Predominantemente um nervo motor, cuja função pode ser avaliada rapidamente
pedindo ao paciente que, em sequência, enrugue a testa, feche os olhos e sorria.
A paralisia facial periférica, que pode ocorrer a vários níveis após a emergência
da ponte, cursa com déficit de todas estas funções motoras, em maior ou menor
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grau. A paralisia facial de origem central ou supranuclear cursa com desvio da
rima oral - outras anormalidades do movimento da face não são comuns e, se
encontradas, são muito discretas. Podem ser também encontradas anomalias na
função secretória salivar em decorrência da paralisia facial, uma vez que as
glândulas salivares são inervadas pelo VII. Envolvimento sensitivo na lesão do
nervo facial é raro.
8.VIII - Nervo Vestíbulo-Coclear
Relacionada a audição e equilíbrio.
8.VIII.a. Coclear: A função auditiva, quando alterada, deverá ser testada
através de aparelhagem própria, pelo otorrinolaringologista. Testes simples de
transmissão vibratória óssea e condução aérea podem ser efetuados facilmente
com um diapasão.
8.VIII.b. Vestibular: A porção vestibular do VIII está relacionada ao
equilíbrio e pode ser avaliada através das provas de equilíbrio e marcha. Estas se
encontram desviadas para o lado hipoativo principalmente e por vezes
exclusivamente, durante o fechamento dos olhos. A presença de nistagmo
também pode sugerir lesão de vias vestibulares.
8.IX - Nervos Glossofaríngeo e 8.X – Nervo Vago
Geralmente avaliados juntos,
são
responsáveis pelos movimentos
harmônicos de deglutição e fala. Reflexos relacionados a estes nervos cranianos
podem ser avaliados facilmente [reflexo do vômito, da deglutição, da tosse].
8.XI - Nervo Acessório
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Possui uma porção craniana e uma porção espinal. É responsável pela inervação
do músculo esternocleidomatoideo e promove a rotação contralateral da cabeça.
Pode ser testado através do movimento de empurrar a mão do examinador com a
cabeça. Inerva também o músculo trapézio, e pode ser testado pela
movimentação superior do ombro contra a mão do examinador.
8.XII - Nervo Hipoglosso
Nervo motor da língua projeta a hemilíngua ipsilateral. Sua lesão causa paralisia
ou paresia da hemilíngua e quando crônica evolui com atrofia.
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ATENDIMENTO E TRATAMENTO INICIAL
No atendimento emergencial a um paciente com provável patologia
cerebral, devemos inicialmente estabilizar o ABC (via aérea, ventilação e
circulação). Na fase inicial do atendimento vamos avaliar os sinais vitais e corrigir
as perturbações da oxigenação e circulação.

Lavagem gástrica é requerida para diagnóstico e tratamento de
suspeita de intoxicação, com cuidado para evitar perfuração gástrica
ou esofágica no caso de intoxicação por corrosivos.

Para pacientes em coma profundo, a intubação endotraqueal deve
preceder a lavagem para evitar aspiração pulmonar.

Em casos urgentes, não diagnosticados, deve ser executado
punção lombar, o mais cedo possível, a menos que haja aumento
de pressão intracraniana (cefaléia, vômitos e papiledema) devido a
suspeita de uma lesão em expansão.
Os achados imediatos podem exigir medidas de emergência que é o
suporte básico de vida:
01- Controle da hemorragia – Diferenciar AVC hemorrágico, traumatismo e
hemorragia subdural;
02- Reanimação cardiopulmonar – suporte básico de vida;
03- Manutenção da via aérea superior (por intubação ou traqueostomia) –
suporte avançado de vida;
04- Tratamento do choque;
05- Administração de O2 é recomendada em caso de hipóxia (gasometria ou
satO2 <92% na oximetria).
06- Cateterização vesical, sonda nasogástrica e/ou sonda nasoentérica;
07- Hidratação e Reposição de fluidos ou eletrólitos e medicamentos;
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08- Controle dos sinais vitais - Temperatura, pulso, respiração e pressão
arterial devem ser checados em intervalos frequentes. - Se o diagnóstico não for
imediatamente evidente, pode ser iniciada infusão de glicose, após a
determinação da glicose sangüínea.
09- Para prevenir a broncoaspiração, nada deve ser administrado via oral.
1 0- Deve-se evitar o uso de estimulantes.
11 - A morfina está contraindicada porque deprime a respiração.
12- Alimentação parenteral e
13- Prevenção de úlceras de pressão é essencial em casos de inconsciência
prolongada.
14- Em caso de hipertensão arterial NÂO modificar para hipotensão abrupta,
transformando dessa forma um processo isquêmico em hemorrágico.
15- Nos casos em que se suspeite de pacientes com hemorragia intracerebral:
15.a- Evitar que a PA sistólica ultrapasse 180 mmHg e que a PA diastólica
supere 105 mmHg.
15.b- Se a PA sistólica estiver entre 185 e 230 mmHg ou a PA diastólica
entre 105 e 120 mmHg, deve-se administrar o metoprolol na dose de 5 mg por
via intravenosa em 2 a 3 minutos. Tal dose pode ser repetida a cada 10-20
minutos até o máximo de 20 mg.
15.c- Se a PA sistólica estiver acima de 230 mmHg ou a PA diastólica
entre 121 e 140 mmHg, é indicada a administração de metoprolol da mesma
forma.
15.d- Se não ocorrer resposta satisfatória, pode-se utilizar nitroprussiato de
sódio (0,5 a 1,0 μg/kg/minuto), titulando-se a dose para manter uma redução de
20 % da PA diastólica.
16.
Deve-se evitar o uso da nifedipina e qualquer redução drástica da PA.
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17.
Evitar e tratar a hipotensão, especialmente em doentes instáveis, através
da administração de quantidades adequadas de fluídos e quando necessário
expansores de volume e/ou catecolaminas (adrenalina 0,1-2 mg/h e dobutamina
5-50 mg/h).
Há relativo consenso de que hiperglicemia (glicemia > 126 mg/dL) é
deletéria na fase aguda do AVC, independentemente da idade do paciente ou da
extensão e tipo do AVC. Deve-se então, realizar a glicemia capilar na entrada e
monitorizar a glicemia através do hemoglicoteste (HGT) durante a internação de
todo paciente com AVC agudo, sugerindo-se intervalo de 6 horas para realização
do teste (figura6). Evitar utilização de soluções parenterais de glicose e preferir o uso
de soluções cristalóides como soro fisiológico a 0,9% com potássio (caso não
exista hipertensão arterial) ou Ringer lactato na reposição volêmica; evitar o uso
de esteróides e tratar causas adicionais de hiperglicemia, como infecção; evitar
hipoglicemia e outras alterações metabólicas.
Utilização de medicação contínua:
1. Nimodipino:
É indicado na profilaxia e tratamento das alterações neurológicas isquêmicas
decorrentes de espasmo dos vasos cerebrais após hemorragia subaracnóidea
espontânea por ruptura de aneurisma ou hemorragia traumática.
Inicia-se o tratamento com uma dose de 1 mg de nimodipino (= 5 ml de
Nimodipino), a cada hora, durante 2 horas (cerca de 15 µg/kg de peso/h). Caso se
verifique boa tolerância, especialmente com ausência de acentuada queda da
pressão arterial, aumenta-se a dose após a segunda hora para 2 mg de
nimodipino (= 10 ml de Nimodipino/h, ou seja, cerca de 30 µg/kg de peso/h).
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2.
Manitol: O manitol é um fármaco diurético antiglaucomatoso de
administração intravenosa. Ele atua impedindo a reabsorção de água,
aumentando a excreção de sódio e cloreto. Edema cerebral; hipertensão
intraocular; hipertensão intracraniana; insuficiência renal aguda.
Uso no adulto
Como diurético: infusão IV, 50 a 100g em solução de 5 a 25% para manter um
fluxo urinário de, pelo menos, 30 a 50 ml por hora;
No edema cerebral, hipertensão endocraniana, glaucoma: infusão IV, 1,5 a 2g/kg
em solução de 15 a 25% durante 30 a 60 minutos.
Doses pediátricas usuais
Como diurético: infusão IV, 2g/kg em solução de 15 a 20% durante um período
de 2 a 6 horas;
No edema cerebral, pressão intracraniana elevada ou glaucoma: infusão IV, 1 a
2g/kg em solução de 15 a 20% durante 30 a 60 minutos;
Limite de dose para adultos: 6 g por kg de peso num período de 24 horas.
3.
Paracetamol: É sabido que uma temperatura corporal acima de 37 graus
imediatamente após o AVC é indício de pior prognóstico, uma vez que cada grau
a mais duplica a possibilidade de uma má recuperação. Cerca de um terço dos
pacientes com AVC apresenta temperaturas acima de 37,5 graus. Uma dose
diária de seis gramas de paracetamol reduz a temperatura corporal em 0,3 graus.
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CUIDADOS BÁSICOS
Os cuidados básicos incluem:
- O posicionamento da cabeça com uma elevação até 30º;
- Evitar estímulos nocivos;
- Alívio de dor, com uso de analgésicos;
- Oxigenação apropriada. A hiperventilação é uma conduta de emergência,
sendo efetiva e recomendada no controle inicial de pacientes cujas condições
estejam deteriorando secundariamente à hipertensão intracraniana aguda
(Glasgow < 8), incluindo-se aqueles com síndrome de herniação; e
- Normalização da temperatura corporal. A hipertermia deve ser tratada
adequadamente porque existem evidências que o aumento da temperatura
exacerba a lesão neurológica na vigência de isquemia cerebral.
Recomenda-se ainda mobilização precoce para prevenir complicações
como pneumonia de aspiração, trombose venosa profunda e úlcera de pressão.
Reabilitação imediata
– mais de 40 % dos pacientes com AVC necessitam de reabilitação;
– a reabilitação ativa deve ser iniciada imediatamente, após estabilidade clínica;
– a reabilitação passiva no inconsciente ou paralisado também deve ser
praticada;
– deve-se realizar a reabilitação contínua até o máximo de recuperação.
Os quadros infecciosos devem ser tratados precocemente.
A profilaxia com heparina subcutânea em baixa dose ou heparina de baixo
peso molecular deverá ser considerada em doentes com risco elevado de
TVP ou embolismo pulmonar.
Deve-se dar inicio precoce da alimentação (dentro de 48 horas) por sonda
nasogástrica em doentes com AVC e disfagia.
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A pneumonia bacteriana é uma das complicações mais importante nos
doentes com AVC e é essencialmente causada por aspiração. A aspiração ocorre
frequentemente em doentes com alteração do estado de consciência e com
disfagia.
A alimentação oral deve ser suspensa até que o doente tenha demonstrado
capacidade de deglutir pequenas quantidades de água e capacidade de tossir por
comando ou realizar a alimentação mesma através de sonda nasogástrica.
Devemos realizar a profilaxia de hemorragia digestiva alta com o emprego
de protetores de mucosa gástrica.
A agitação e a confusão podem ser consequência de um AVC agudo, mas
podem também ser devida a complicações como febre, depleção de volume ou
infecção. O tratamento adequado da causa subjacente deve preceder qualquer
tipo de sedação ou tratamento antipsicótico.
Quanto ao uso de antiagregantes plaquetários, a droga de escolha é o
ácido acetilsalicílico, com dose que varia entre 50 mg a 325 mg, pelo baixo custo,
rápido início de ação e por ser o único antiagregante testado clinicamente no
tratamento da fase aguda do AVC. O Clopidogrel – 75 mg via oral seria a segunda
opção, em casos de intolerância ao uso do ácido acetilsalicílico.
O uso de anticoagulantes está indicado na trombose venosa cerebral e
como prevenção secundária nos casos de fibrilação atrial com possibilidade de
embolização cardiogênica. A anticoagulação oral é mais eficaz em doentes com
FA que têm um ou mais fatores de risco, tais como embolismo sistêmico prévio,
idade superior a 75 anos, hipertensão arterial ou má função ventricular esquerda,
devendo ser mantido o INR em 2.0 a 3.0.
O edema cerebral é a principal causa de complicações e de óbito após o
AVC e desenvolve-se geralmente entre o 2º e o 5º dia após a instalação do AVC,
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porém, até um terço dos doentes pode ter deterioração neurológica dentro de 24
horas após a instalação dos sintomas. Há evidências de benefícios como uso de
drogas hiperosmolares (manitol a 20 % em solução EV, em dose de 0,25 g/kg EV
a cada 4 a 6 horas). O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível
e mantido por um período aproximado de mínimo de 5 dias. Casos leves não
necessitam desta terapêutica. Merece especial cuidado e por vezes deve ser
contraindicada, nos doentes com insuficiência cardíaca, insuficiência renal e
diabetes.
A
dexametasona
deve
ser
contraindicada
como
tratamento
antiedematoso, por ter indicação somente em edema de natureza inflamatória.
A investigação dos pacientes com AIT na fase aguda segue as
recomendações adotadas aos pacientes com AVC isquêmico agudo. A internação
hospitalar é justificada para acelerar a investigação do paciente com AIT recente.
Recomenda-se administração de anticonvulsivantes para prevenção de
convulsões recorrentes pós-AVC, podendo ser utilizada a fenitoína (4 a 7
mg/Kg/dia) . Não se recomenda a administração profilática de anticonvulsivantes
a doente com AVC recente que não apresentou convulsões.
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EXAMES LABORATORIAIS
Seguindo-se a avaliação clinica, recomenda-se a realização em caráter de
emergência dos seguintes exames sanguíneos, se disponíveis:
Glicemia capilar, hemograma, glicose, creatinina, ureia, eletrólitos, gasometria
arterial, coagulograma, dosagem do colesterol total e frações, triglicérides e
fibrinogênio. Recomendam-se também reações sorológicas para a doença de
chagas e sífilis.
O diagnóstico de AVC baseia-se em dados de avaliação clínica e
neurológica, além do exame radiológico. Porém, como nosso objetivo é orientar
aqueles profissionais que estão em localidades que não disponham de
neurologista clínico e do exame tomográfico, nos deteremos apenas na avaliação
clinica e neurológica.
Em coma de causa desconhecida e para se afastar o coma por
hipoglicemia, o primeiro passo é coleta de sangue para determinação de glicose e
caso se constate a hipoglicemia então administrar 40 ml de glicose hipertônica a
25% EV.
Outras determinações sanguíneas devem incluir Hematócrito, gasometria,
leucócitos, uréia, creatinina, sódio, potássio, bicarbonato, Cloro, álcool, brometo e
espectroscopia para sulfa-hemoglobina e meta-hemoglobina.
A urina deve ser coletada por cateterização e examinada para açúcar,
acetonas, albuminas e sedativos.
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CONCLUSÃO:
O Acidente Vascular Cerebral, independente de seu tipo e grau é uma
entidade nosológica grave e, portanto, deve ser tratado como tal. Por isso, é
necessário que todos os profissionais de saúde, independente de seu local de
atuação, estejam familiarizados com a patologia, pois, cerca de 10% das mortes
em nossos dias tem essa etiologia. Quanto mais precoce for à intervenção sobre
essa patologia, melhor o prognostico do paciente acometido por ela. Pensar em
transferência para unidades de maior porte, somente após estabilização do
quadro clínico do paciente. Sempre lembrar, que é melhor um paciente grave
dentro de uma unidade de saúde, com um profissional médico ao seu lado, por
menor suporte que se tenha, do que na estrada, de maneira atabalhoada, em alta
velocidade, colocando em risco eminente a vida do paciente, do motorista, do
enfermeiro (a) ou técnico (a) de enfermagem e do acompanhante. Em face dessa
situação, foi elaborada essa orientação para aqueles profissionais que atuam em
locais onde não se têm serviços especializados em neurologia e radiologia.
Espera-se dessa forma contribuir para a diminuição de sinistros que evoluam para
um mal prognostico, evitando medidas afoitas e sem nenhuma indicação,
transformando uma atividade que seria médica, em uma mera atividade de
transporte para outra unidade.
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referência e elaboração. Rio de janeiro, 2002.
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FISIOLOGICA REGULAÇÃO METABÓLICA DE FLUXO SANGUINEO CEREBRAL. terça-feira, 1
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MACEIO AL - 2009
48
Werner Hacke, Heidelberg, Alemanha; Markku Kaste, Helsínquia, Finlândia; Julien Bogousslavsky,
ausanne, Suíça; Michael Brainin, Maria Gugging, Áustria; Angel Chamorro, Barcelona, Espanha;
Kennedy Lees, Glasgow, Reino Unido; Didier Leys, Lille, França; Hubert Kwiecinski, Varsóvia,
Polónia; Danilo Toni, Roma, Itália, European Stroke Initiative Recomendações 2003 AVC
Isquémico
Carlos G. Carlotti Jr; Benedicto O. Colli1 & Luiz A. A. Dias; HIPERTENSÃO INTRACRANIANA;
Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: MEDICINA INTENSIVA: II. TÓPICOS SELECIONADOS, 31:
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da SES/DF. 1ª. Ed. Revisada e ampliada – Brasília: Secretaria de Estado de Saúde do Distrito
Federal, 2006. 285 p.: il.
Felipe Quirino, João Ricardo A. Marcos, Leonardo Consani, Leonardo Marcolino, Manuela Dias,
Paula Natel, Rafael L. Ruback, Thais Ramos alunos do 5º periodo da Faculdade de Medicina da
FTESM. Orientadora: Maria de Lourdes A. Neto e Santos, docente da Cadeira de Clínica Médica,
Semiologia, da Faculdade de Medicina da F.TE.S.M.
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Anexos
Anexo 1
Anatomia do Cérebro Humano
Amígdala — Cerebelo — Córtex cerebral — Hipotálamo — Sistema límbico — Bulbo raquidiano — Hipófise (pituitária)
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Anexo 2
ESQUEMA DE UM CORTE DO CÉREBRO, MOSTRANDO A SUBSTÂNCIA
CINZENTA (CÓRTEX CEREBRAL) E A SUBSTÂNCIA BRANCA.
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Anexo 3
CORTEX CEREBRAL
O encéfalo humano apresenta três divisões que são: Prosencéfalo (Telencéfalo, Diencéfalo); Mesencéfalo (Visão,
Audição, Movimento dos Olhos, Movimento do Corpo); Rombencéfalo(Metencéfalo, Mielencéfalo).
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Anexo 4
Imagens de TAC do crânio mostrando lesão isquêmica cerebral
Imagens de TAC do crânio mostrando lesão hemorrágica
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Anexo 5
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Anexo 6
As diferentes partes do córtex cerebral estão divididas em quatro lobos cerebrais distintos:
O lobo frontal que fica localizado na região da testa; o lobo occipital, na região da nuca; o lobo
parietal, na parte superior central da cabeça; e os lobos temporais, nas regiões laterais da cabeça.
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Anexo 7
Imagem: McCRONE, JOHN. Como o cérebro funciona. Série Mais Ciência. São Paulo, Publifolha, 2002.
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Anexo 8
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Anexo 9
A região superficial do telencéfalo, constitui o córtex cerebral, formado a partir da fusão
das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas.
O córtex recobre um grande centro medular branco que formam os núcleos (gânglios) da
base ou núcleos (gânglios) basais - CAUDATO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e NÚCLEO
SUBTALÂMICO, envolvidos em conjunto, no controle do movimento.
Parece que os gânglios da base participam também de um grande número de circuitos
paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. Outros circuitos estão envolvidos em
certos aspectos da memória e da função cognitiva
Imagem: BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso.
Porto Alegre 2ª ed, Artmed Editora, 2002.
MACEIO AL - 2009
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Figuras
Figura 1
ESCALA DO AVCi DO NIHSS
National Institute of Health Stroke Scale
1. ESTADO MENTAL
a) Nível de consciência
b) orientação – mês, idade
c) comando – abrir/fechar olhos,
apertar/soltar as mãos
Alerta
Sonolento
Torporoso
Coma
Ambas as respostas corretas
Uma resposta correta
Incorreta
Obedece a ambos corretamente
Obedece a um corretamente
Não obedece/incorreto
0
4
2
3
0
1
2
1
2
3
Normal
Paralisia parcial do olhar
Desvio conjugado
0
1
2
Sem perda visual
Hemianopsia parcial
Hemianopsia completa
Hemianopsia bilateral
0
1
2
3
2. OLHAR
olhos abertos com o paciente
acompanhando o dedo do examinador
3. VISUAL
Analisar perimetria
4. PARALISIA FACIAL
Normal
Mínima
Parcial
Completa
5. MOTRICIDADE EM MEMBRO SUPERIOR
Sem desvio
Com desvio
a) esquerdo – membro elevado a 90º e
Não resiste a gravidade
mantido por 10 segundos
sem movimento contra gravidade
Sem movimento
Amputado, derrame articular.
Sem desvio
Com desvio
b) direito – membro elevado a 90º e
Não resiste a gravidade
mantido por 10segundos
sem movimento contra gravidade
Sem movimento
Amputado, derrame articular.
6. MOTRICIDADE EM MEMBROINFERIOR
Sem desvio
Com desvio
a) esquerdo – membro elevado a 30º e
Não resiste a gravidade
mantido por 5 segundos
sem movimento contra gravidade
Sem movimento
Amputado, derrame articular.
Sem desvio
Com desvio
b) direito – membro elevado a 30º e
Não resiste a gravidade
mantido por 5 segundos
sem movimento contra gravidade
Sem movimento
Amputado, derrame articular
7. ATAXIA DE MEMBROS
Mostrar os dentes, enrugar a atesta,
fechar os olhos
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0
1
2
3
0
1
2
3
4
X
0
1
2
3
4
X
0
1
2
3
4
X
0
1
2
3
4
X
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testes do index – nariz e calcanhar–
joelho
Ausente
Presente em um membro
Presente em dois membros
0
1
2
Normal
Perda parcial
Perda severa
0
1
2
Sem afasia
Afasia leve a moderada
Afasia grave
Afasia total
0
1
2
3
Articulação normal
Disartria leve a moderada
Quase inteligível ou pior
Entubado ou outra barreira física
O
1
2
X
8. SENSIBILIDADE
Em face, membro superior e inferior
dos dois lados
9. LINGUAGEM
Nomear itens (caneta, relógio),
descrever figuras e ler sentenças
10. DISARTRIA
Avaliar a clareza da fala fazendo o
paciente repetir palavras listadas
(episcopal, presbiteriano, microfone)
11. NEGLIGENCIA
Usar informação da testagem prévia
para identificar ou extinção
Sem negligencia
Negligencia parcial
Negligencia completa
Escala de NIHSS
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0
1
2
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Figura 2
ANORMALIDADES NEUROLOGICAS EM AVCi
Síndromes Clínicas
Sinais e Sintomas
Topografia da Lesão
Amaurose fugaz
Perda visual monocular
Afasia, paresia e/ou Hipoestesia direita,
Hemianopsia direita, paresia do olhar
conjugado para a direita, Disartria,
dificuldade para ler, escrever e calcular.
Negligencia do espaço visual esquerdo,
Hemianopsia esquerda, hemiparesia
esquerda, hemi-hipostesia esquerda,
Disartria, desorientação no espaço.
Fraqueza da face ou dos membros de
um lado, sem anormalidades de funções
superiores, sensibilidade ou visão.
Hipoestesia da face ou membros de um
lado, sem anormalidades de funções
superiores, motricidade ou visão.
Vertigem, náusea e vômitos, déficit
motor ou sensitivo nos 4 membros,
ataxia, Disartria, olhar conjugado,
nistagmo, amnésia, perda visual em
ambos campos visuais
Retina
Hemisfério
esquerdo
Hemisfério direito
Déficit motor puro
Déficit sensitivo
puro
Fossa posterior
Hemisfério cerebral
esquerdo (mais frequente
em território carotídeo).
Hemisfério cerebral direito
(mais frequente em território
carotídeo)
Lesão pequena subcortical
em hemisfério cerebral ou
tronco cerebral
Lesão pequena subcortical
em hemisfério cerebral ou
tronco cerebral
Tronco cerebral, cerebelo
ou porções posteriores dos
hemisférios
Anormalidades neurológicas no AVC isquêmico
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Figura 3
Escala de Ramsay
Grau 1
Paciente ansioso, agitado.
Grau 2
Cooperativo, orientado, tranquilo.
Grau 3
Sonolento, atendendo aos comandos.
Grau 4
Dormindo, responde rapidamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro vigoroso.
Grau 5
Dormindo, responde lentamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro vigoroso.
Grau 6
Dormindo, sem resposta.
***Avalia o grau de sedação em pacientes internados em ambientes de terapia Intensiva.
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Figura 4
Dentro dos exames clinico e físico caso seja detectada alteração do nível tensional,
recomenda-se NENHUM ou mínimo tratamento inicial da Hipertensão Arterial leve a
moderada na fase aguda do AVC isquêmico.
Em casos de Hipertensão Arterial grave (PA sistólica > 220 mmHg ou PA diastólica > 120
mmHg ou PA média > 130 mmHg, sendo esta calculada somando-se a PA sistólica ao
dobro da PA diastólica e dividindo-se por três), a sua redução deve ser feita de maneira
bastante cautelosa. Deve-se usar Beta-bloqueadores por via intravenosa, sendo a primeira
escolha o metoprolol e em segundo lugar, nitroprussiato de sódio em infusão contínua.
A utilização precoce de drogas anti-hipertensivas parenterais também está indicada
quando a Hipertensão Arterial se associa à insuficiência renal secundária à hipertensão
acelerada, dissecção da aorta torácica, infarto agudo do miocárdio ou transformação
hemorrágica do infarto cerebral. A terapêutica por via oral também pode ser utilizada,
dando-se preferência aos inibidores da enzima conversora da angiotensina e betabloqueadores.
*Orientação para o controle da Hipertensão Arterial severa
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Figura 5
ESCALA DE GLASGOW
Abertura Ocular
Resposta Motora
Resposta Verbal
Abre os olhos espontaneamente
4
Ao comando verbal - Abre os olhos em resposta a um chamado
3
À dor - Abre os olhos em resposta a estímulo de dor
2
Ausente - Não abre os olhos
1
Obedece comandos
6
Localização à dor
5
Flexão inespecífica (retirada) - Flexão inespecífica (normal) Reflexo de
retirada a estímulos dolorosos
4
Flexão hipertônica - Flexão anormal a estímulos dolorosos
(decorticação)
3
Extensão hipertônica - Extensão a estímulos dolorosos
(descerebração)
2
Sem resposta - Não se movimenta
1
Orientado e conversando
5
Confuso, desorientado e conversando
4
Palavras inapropriadas - Pronuncia palavras desconexas
3
Emite sons incompreensíveis
2
Sem resposta - Emudecido
1
Interpretação
Pontuação total: de 3 a 15
3 = Coma profundo; (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo)
4 = Coma profundo;
7 = Coma intermediário;
11 = Coma superficial;
15 = Normalidade.
Classificação do Trauma cranioencefálico
3-8 = Grave; (necessidade de intubação imediata)
9-12 = Moderado;
13-15 = Leve.
Extraído do site da SOBRATI e adaptado
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Figura 6
PROTOCOLO DE UTILIZAÇÃO DA INSULINA REGULAR CONFORME O
HEMOGLICOTESTE (HGT)
< 200
O unidades
Entre 200 e 250
2unidades
Entre 250 e 300
4 unidades
Entre 300 e 350
6 unidades
Entre 350 e 400
8 unidades
Acima de 400
10 unidades
< 70
Aplicar glicose 25% - 04 ampolas
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Figura 7
ESCALA DE CINCINATI
A-
Paresia Facial
Fraqueza do Membro
Superior/
BFraqueza Motora
C- Fala
Normal: ambos os lados da face movempeça ao paciente que
se simetricamente.
mostre os dentes ou
Anormal: um lado da face não se move
sorria.
tão bem quanto o outro.
o paciente deve
fechar os olhos e
manter os MMSS
estendidos.
Normal: ambos os braço se elevam
simetricamente ou não se movem.
Anormal: um dos braços se eleva e
outro cai.
pedir para que o
paciente fale.
Normal: o paciente usa as palavras
corretamente.
Anormal: o paciente apresenta
dificuldade em falar, usa palavras de
forma inapropriada ou é incapaz de falar.
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Figura 8
RITMOS RESPIRATÓRIOS
A presença de alterações do padrão respiratório pode associar-se a distúrbios
fisiopatológicos específicos tendo importante valor semiológico no auxilío ao diagnóstico do
paciente.
Vão de alterações como o aumento ou diminuição da freqüência (taquipnéia e bradipnéia,
respectivamente) a variações na amplitude respiratória com ou sem períodos de apnéia, podendo
estar associadas a patologias graves com risco de morte iminente para o paciente.
Taquipnéia
- condições fisiológicas (ansiedade)
- patológicas (febre, lesões pulmonares)
Bradipnéia
- fisiológica (sono)
- lesões cerebrais com hipertensão
intracraniana
- intoxicação exógena com depressão do
centro respiratório
Ritmo de Cantani
Caracteriza-se pelo aumento da amplitude dos movimentos respiratórios, de modo regular.
Presente nos quadros onde há acidose metabólica (exemplos: cetoacidose diabética e
insuficiência renal).
Ritmo de Kussmaul
Traduz-se por alternância seqüencial de apnéias inspiratórias e expiratórias e surge à medida que
a acidose metabólica se agrava. As causas são as mesmas que geram o ritmo de Cantani.
Ritmo de Biot
É caracterizado por um padrão totalmente confuso, com movimentos respiratórios erráticos,
freqüência e amplitude irregulares. Surge em pacientes com hipertensão intracraniana e lesões do
sistema nervoso central.
Ritmo de Cheynes-Stockes
Caracteriza-se pela alternância de períodos de apnéia, seguidos por hiperpnéia crescente e
decrescente, até a instalação de nova apnéia, e, assim, sucessivamente. Ocorre mais comumente
em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva grave, podendo também estar presente em
vigência de lesões do sistema nervoso central e hipertensão intracraniana.
Autores: Felipe Quirino, João Ricardo A. Marcos, Leonardo Consani, Leonardo Marcolino, Manuela Dias, Paula
Natel, Rafael L. Ruback, Thais Ramos alunos do 5º periodo da Faculdade de Medicina da FTESM.
Orientadora: Maria de Lourdes A. Neto e Santos, docente da Cadeira de Clínica Médica, Semiologia, da Faculdade
de Medicina da F.TE.S.M.
Postado por Editor: prof.Eraldo dos Santos, Clínica Médica FTESM. às 22:31
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