Caracterização molecular de genes do complexo KIR em

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51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
[email protected]
Palavras-chaves: KIR, ameríndios, polimorfismo de DNA
Ewerton, PD; Magalhães, M; Leite, MM; Santos EJM
Laboratório de Genética Humana e Médica, UFPA.
Caracterização molecular de genes
do complexo KIR em populações
indígenas da Amazônia
Os receptores imunoglobulina-símiles de células natural killer (KIR) são receptores de superfície,
com dois (KIR2D) ou três domínios (KIR3D) expressos nas células NK. Há 17 loci descritos,
divididos, com base na sua estrutura e função, em inibitórios (L) e estimulatórios (S). O número
de genes presentes nos cromossomos varia, levando a existência de vários fenótipos, também
chamados perfis. Os perfis de genes KIR foram caracterizados em um número restrito de
populações, porém, até o momento, esse é o primeiro estudo desse complexo em populações
Amerindias. O objetivo do trabalho é caracterizar a variabilidade do complexo de genes KIR
nestas populações. Usando-se PCR-SSP, preliminarmente, 16 indivíduos foram genotipados
para a presença ou ausência de 15 loci KIR, sendo estes índios pertencentes a cinco aldeias
diferentes: Kokraimoro e Xicrin (Kaiapós), Parakanã, Awá-Guajá e Arara do Laranjal. Para cada
indivíduo foram realizadas 29 PCR`s, que incluem dois diferentes pares de iniciadores para cada
um dos 14 genes KIR, e um par de iniciadores para o gene KIR (2DS5). Foi utilizado também um
par de iniciadores para amplificar o controle interno. A visualização do produto da amplificação foi
feita em gel de agarose, corado por brometo de etídio. As freqüências alélicas relativas à presença
de cada gene KIR nos cromossomos foram comparadas às de Asiáticos, Africanos e Europeus. Em
virtude da ligação entre os genes gerar autocorrelação entre as freqüências alélicas, as relações entre
as populações foram evidenciadas por análise de componentes principais (CP). Considerando-se os
três primeiros CP, a análise permitiu separar, de forma bastante eficiente, Indígenas de Europeus,
Asiáticos e Africanos. Estes resultados foram corroborados pelo fato de que 56% de perfis de genes KIR
encontrados entre indígenas não foram observados em outras populações. A análise de componentes
principais demonstrou grande diferenciação genética entre as etnias. No entanto, essa diferenciação
pode não ser conseqüência apenas de efeitos estocásticos. Pelo fato da função reguladora dos KIRs
na atividade citolítica de células NK ocupar um papel central na resposta imune inata, a grande
diferenciação genética observada pode também refletir diferentes histórias seletivas.
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