EFEITO DO COBRE SOBRE A VIABILIDADE E TEMPO DE ECLOSÃO DE OVOS DE DANIO RERIO (CIPRINIFORMES) Contreira, S.G. 1,, Tarouco, F. M.1,#, Aguiar, L.M. 1,+, Marins, L.F.F., Rosa, C. E1,*. 1Universidade Federal do Rio Grande, Instituto de Ciências Biológicas. *[email protected] Palavras chave: cobre, desenvolvimento, eclosão Introdução No atual desenvolvimento tecnológico, a água serve como veiculo de transporte e diluição de diferentes compostos tóxicos (GEO-Recursos Hídricos, 2007). Entre eles o cobre, que é um micronutriente essencial para a vida. Entretanto, este pode se tornar tóxico em elevadas concentrações para diferentes tipos celulares (Wallner-Kersanach e Bianchini, 2008). O presente estudo tem por objetivo a visualização da taxa de mortalidade e tempo de eclosão em amostras testadas em diferentes concentrações de cobre nos embriões e larvas do peixe Paulistinha (Danio rerio). Material e Métodos O procedimento experimental segue o sugerido por (Lammer et al, 2009). Para exposição aos poluentes, a separação dos ovos recém fertilizados ocorreu em um tempo máximo de 1h e sua contagem e viabilidade determinada sob microscopia ótica. Ovos não fertilizados, com anomalias ou assimétricos foram descartados. Os embriões foram separados em grupos de 18 ovos por tratamento e expostos por 06, 24, 48, 54, 72, 78 e 96 hs às concentrações A (0,009 g/l), B (0,0009 g/l) e C (0,00009 g/l) de cobre, sendo que a concentração A é a máxima permitida para águas de classe especial, pela resolução CONAMA 357/2005. A renovação dos meios foi realizada a cada 24hs. A viabilidade e a eclosão foram determinadas pela visualização através de microscópio estereoscópio. Resultados Em relação à taxa de mortalidade, observou-se que após 6h de exposição à concentração A, 100% dos ovos estavam inviáveis. Nas concentrações B e C não foi registrada mortalidade durante o período observado. Quanto à eclosão, o tempo máximo no grupo controle foi de 72h, já na concentração C, nesse mesmo período, a taxa de eclosão foi de 94,44%. O atraso no desenvolvimento do embrião fica evidente ao analisar a concentração B, pois nas mesmas 72h de exposição, a taxa de eclosão foi de apenas 11,11%, atingindo 88,88% com 96h de exposição (gráfico 1). Gráfico 1: Taxa de desenvolvimento e eclosão dos ovos. 120 100 80 Ctrl 60 C B 40 20 0 24 48 54 72 78 96 O tempo médio de eclosão diferiu entre os grupos analisados, conforme observa-se no gráfico 2 (p<0,05). O grupo controle apresentou um tempo médio de eclosão de 58,33±2,41hrs, o grupo B de 66,33±2,44hrs e o grupo C de 87,33±2,53hrs. Tempo Médio de Eclosão 100 90 80 horas 70 60 50 40 30 20 10 0 Controle B C Tratamento Gráfico 2: Tempo médio de eclosão dos ovos. Discussão e Considerações Finais De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que o cobre em altas concentrações, além de causar uma grande taxa de mortalidade, induz um retardo no desenvolvimento embrionário de Danio rerio. Estes resultados são semelhantes aos descritos por Johnson et al., 2007. Estudos mais aprofundados estão sendo realizados, como a análise histológica para a verificação de possíveis alterações morfológicas e expressão dos genes após a exposição ao cobre através de PCR em Tempo Real. Bolsista PROBIC-FURG, #Bolsista PIBIC-CNPq, +Bolsista BIC-FAPERGS. Referências Bibliográficas GEO Brasil : recursos hídricos : componente da série de relatórios sobre o estado e perspectivas do meio ambiente no Brasil. / Ministério do Meio Ambiente ; Agência Nacional de Águas ; Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Brasília : MMA; ANA, 2007. 264 pp. Johnson, A. et al. 2007, Aq. Toxicol. 84, 431-438. Lammer E. et al., 1996. Comp. Biochem. Physiol. 149(C): 196-209. Walner-Kersanach M. & Bianchini A., 2008. Metais traço em organismos: monitoramento químico e de efeitos biológicos. Em: Poluição Marinha. Organizadores: Baptista-Neto J.A., Walner-Kersanach M., Patchineelam. Editora Interciência, Rio de Janeiro, 412pp.