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Resposta do Quiabeiro à Aplicação de Doses Crescentes de Cloreto de
Mepiquat.
Flávia L. Yamaki.1; Shizuo Seno.2; Alexsander Seleguini1; José L. S. Sasaki 2
FE/UNESP, Depto. Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio-Economia, Av. Brasil, 56, 15.385-000 Ilha
Solteira (Mestrandos em Agronomia);
2
Professor Adjunto; Email: [email protected]
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo estudar a influência do regulador de crescimento
(cloreto de mepiquat) em doses crescentes na cultura do quiabo. Adotou-se o
delineamento experimental inteiramente casualizado com 4 repetições. Os tratamentos
constaram de cinco doses de Pix (5% de cloreto de mepiquat): 0; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e 5,0
litros por hectare, subdivididas em três aplicações quinzenais a partir do 40o dia após o
transplante das mudas. Foram realizadas avaliações da altura da planta, número de fruto
por planta, massa média de fruto, número de ramos secundários e produção de frutos
(t/ha). Verificou-se que o número de fruto por planta, massa média de fruto, número de
ramos secundários e produção de frutos não foram influenciados pelas doses de Pix. Em
relação à altura na primeira avaliação efetuada aos 55 dias apõs o transplante (dat) não
houve efeito significativo das doses de Pix no crescimento da planta, entretanto nas
demais avaliações o crescimento da planta diminuiu linearmente com o aumento das
doses de Pix, verificando-se uma redução de 15cm aos 70odat até 48cm aos 125odat
quando comparado a maior dose de Pix com a testemunha.
Palavras-chave: Abelmoschus esculentum L., regulador de crescimento, altura de
planta, produtividade.
ABSTRACT
Response of the okra crop on the application of growing doses of mepiquat
chloride.
The present work had as objective studies the influence of the growth regulator (mepiquat
chloride) in growing doses in the culture of the okra. The experimental design was
randomized entirely with 4 repetitions. The treatments consisted of five doses of Pix (5%
of mepiquat chloride): 0; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 and 5,0 L/ha, subdivided in three biweekly
applications starting from the 40o day after the transplant of the seedlings. Evaluations of
the height of the plant were accomplished, fruit number/plant, medium mass of fruit,
number of secondary branches and production of fruits (t/ha). It was Verified that the fruit
number for plant, medium mass of fruit, number of secondary branches and production of
fruits were not influenced by the doses of Pix. In relation to the height in the first
evaluation made to the 55 days after the transplant (dat) there was not significant effect of
the doses of Pix in the growth of the plant, however, in the other evaluations the growth of
the plant decreased lineally with the increase of the doses of Pix, being verified a
reduction from 15cm to the 70o dat up to 48cm to the 125o dat when compared the
largest dose of Pix with the control.
Keywords: Abelmoschus esculentum L., growth regulator, plant height, productivity.
O cloreto de mepiquat pode auxiliar no estabelecimento de culturas mais
lucrativas, uma vez que seus benefícios potenciais são: redução do crescimento
vegetativo, melhoria da arquitetura das plantas, abertura precoce dos frutos, melhor
eficiência na colheita mecanizada e superior qualidade do produto final (Barbosa &
Castro, 1983).
Comercialmente conhecido como Pix, o regulador de crescimento cloreto de N, Ndimetil perinidium ou simplesmente cloreto de mepiquat é amplamente utilizado na
cultura do algodão e o seu principal objetivo é a redução do porte das plantas. Na cultura
do quiabeiro o porte elevado das plantas tem dificultado os tratos culturais e colheita de
frutos. Neste sentido, técnicas para redução da altura das plantas têm sido objetivos de
estudos, porém, tais práticas não devem interferir de forma negativa na produtividade.
Souza (2001) estudando doses de 1,0; 2,0 e 3,0 litros por hectare de cloreto de
mepiquat e três épocas de aplicação (52, 60 e 70 dias após a emergência das plantas),
verificaram que a produção, número de ramos secundários, número de internódios e
número de fruto por planta não foram influenciados pelas doses e épocas de aplicação
de Pix. Quanto à altura da planta, não houve efeito significativo para épocas de
aplicação, no entanto para doses, evidenciaram uma redução significativa na altura da
planta de aproximadamente 20 cm.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi de verificar outras doses de Pix (cloreto
de mepiquat) na cultura do quiabo, na região de Ilha Solteira / SP.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em área da Fazenda de Ensino e Pesquisa da
Faculdade de Engenharia-UNESP, Câmpus de Ilha Solteira/SP com coordenadas
geográficas de 20o 25’S de latitude, longitude 51o 21’ WGR e altitude de 330m, em um
solo do tipo Argissolo. Utilizou-se a cultivar Santa Cruz 47, semeada em bandeja de
isopor em 17/11/2003, com transplantio em 10/12/2003 no espaçamento de 1,20 x 0,50m.
A adubação realizada no plantio foi de 250kg/ha da fórmula 08-28-16, e a de
cobertura (06/01/2004) utilizando-se 166kg/ha da fórmula 20-00-20. Adotou-se o
delineamento experimental inteiramente casualizado com 4 repetições. Os tratamentos
constaram de cinco doses de Pix (5% de cloreto de mepiquat): 0; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e 5,0
litros por hectare, subdivididas em três aplicações quinzenais a partir do 40o dia após o
transplante das mudas. O volume de calda usado nas aplicações foi de 280 litros por
hectare. Foram realizadas as seguintes determinações: número de fruto por planta,
massa média de fruto, número de ramos secundários (maior de 50 cm) por planta,
produção (t/ha) e crescimento da planta a partir da altura no momento da primeira
aplicação do Pix (55o até 125o dat).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As temperaturas máxima, média e mínima ocorrida durante a realização do ensaio,
encontra-se na Figura 1.
Na Tabela 1 verifica-se que o número de fruto por planta, massa média de fruto,
número de ramos secundários por planta e produção não foram influenciados pelas
doses de Pix, concordando com os resultados obtidos por Souza (2001). Entretanto
Aguiar (1999) em plantas de algodão e Tavares & Luchesi (1999) na cultura da batata
observaram um aumento na produtividade.
Temp. máxima
Temp. média
Temp. mínima
o
Temperatura ( C)
35
30
25
20
15
nov
dez
jan
fev
mar
abr
Meses
Figura 1. Medias mensais das temperaturas máximas, médias e mínimas observadas
durante os meses de novembro de 2003 a abril de 2004. Ilha Solteira, Unesp, 2004.
Tabela 1. Produção (t/ha), Número de fruto por planta, Massa média de fruto e Número
de ramos secundários por planta em função de doses de Pix (cloreto de mepiquat) na
cultura do quiabo. Ilha Solteira, Unesp, 2004.
Cloreto de
mepiquat
(L pc/ha)
0
1
2
3
4
5
Regressão
C.V. (%)
Produção
(t/ha)
14,30
13,00
13,33
13,55
13,78
12,45
ns
15,84
Número de
Massa Média
Número de
fruto por
de fruto
ramos
planta
56,53
51,63
52,20
52,17
54,50
49,73
ns
14,63
(g)
15,18
15,15
15,28
15,58
15,10
15,10
ns
3,52
secundários
7,10
7,40
5,93
5,50
5,98
5,40
ns
14,15
ns = não significativo
Na Figura 2 observa-se que na primeira avaliação (55dat) não houve efeito
significativo das doses de Pix no crescimento da planta. Este resultado deve-se ao fato
da planta ter recebido até a presente data apenas 1/3 das doses avaliadas. Entretanto
nas demais avaliações o crescimento da planta diminuiu linearmente com o aumento das
doses de Pix, verificando-se uma redução de 15cm aos 70odat até 48cm aos 125odat
quando comparado a maior dose de Pix com a testemunha.
Figura 2. Crescimento da planta aos 55, 70, 103 e 125 dias após o transplante, em
função da aplicação de doses de Pix (cloreto de mepiquat) na cultura do quiabo. Ilha
Solteira, Unesp, 2004.
A redução no crescimento da planta foi maior do que os obtidos por Souza (2001),
possibilitando uma maior facilidade durante o manejo e colheita manual dos frutos do
quiabeiro.
LITERATURA CITADA
AGUIAR, P.H. Mato Grosso: liderança e competitividade. Rondonópolis: fundação MT,
1999, p.82, 150-156. (Boletim, 3).
BARBOSA, L.M.; CASTRO, P.R.C. Desenvolvimento e produtividade de algodoeiros sob
efeito de reguladores vegetais. Anais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Piracicaba, v.40, n.1, p.36-83, 1983.
FILGUEIRA, F.A.R. Malváceas: a família do quiabo. In ____. Manual de olericultura:
cultura e comercialização de hortaliças. 2ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1981, v.1,
p.324-333.
SOUZA, T.C.R. Efeito de épocas e doses de aplicação de Pix (cloreto de mepiquat) em
plantas de quiabo (Abelmoschus esculentum L. Moench). 2001. 24p. Tese (Graduação
em Agronomia), Universidade Estadual Paulista ¨Júlio de Mesquita Filho¨, UNESP, Ilha
Solteira.
TAVARES, S.; LUCCHESI, A. A. Reguladores vegetais na batata cv. Monalisa, após a
tuberização. Sci. Agric., out/dez. 1999, vol.56, no.4, p.975-980.
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