15º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo Interação entre Policátions e Lisozima Rubens Araújo da Silva (IC) *, Denise F. S. Petri (PQ) *e-mail: [email protected] Palavras Chave: Polieletrólitos, Policátions, Polímeros Bactericida e Lisozima. A compreensão das interações entre polieletrólitos e biomoléculas vem despertando interesse na área acadêmica conforme os recentes trabalhos reportados na literatura1,2. Em sistemas formados por polieletrólitos e proteínas, a força iônica, o pH do meio e as densidades de carga do polieletrólito e da proteína governam a formação de diferentes complexos (coacervados)2 em solução. Por possuírem em sua estrutura química cargas positivas, negativas, e resíduos hidrofóbicos e hidrofílicos; as proteínas se apresentam como macromoléculas complexas, determinando o formato o do coacervado formado em solução. A força motriz para a formação destes coacervados é o ganho entálpico devido às interações de natureza eletrostática e o ganho entrópico devido à liberação de contra-íons em solução. Neste trabalho foi estudado a interação entre os polieletrólitos poli(brometo de etil-vinil piridinio) (QPVP-C2) ou poli(brometo de pentilvinil piridinio) (QPVP-C5) com lisozima (Liz), e a ação bactericida conjunta e individual desses polieletrólitos com a enzima. Resultados e Discussão A Liz, como muitas outras proteínas e enzimas, apresenta efeito tensoativo. Solução de Liz 2,5 g/L reduz a tensão superficial da água para (60,5 ± 0,5) mN/m, como indicado pela linha tracejada na Figura 1. Misturas de Liz (2,5 g/L) e QPVP-C5 em concentração variável foram preparadas. Soluções de QPVP-C2 não apresentaram efeito tensoativo. A variação da tensão superficial em função da concentração de QPVP-C5 puro e na mistura com Liz está apresentada na Figura 1. Podemos observar que o efeito na tensão superficial da mistura QPVP-C5 e Liz é maior do que da Liz pura ou do QPVP-C5 puro, indicando co-adsorção de Liz e QPVP-C5 na interface líquido-ar. Os grupos hidrofóbicos laterias pentil do QPVP-C5 se orientam para a interface liquido-ar juntamente com os resíduos hidrofóbicos da Liz. -1 C5 + Liz (2,5 g.L ) C5 70 γ / (mN/m) Introdução -1 --- Liz (2,5 g.L ) 60 50 0 5 10 15 [QPVP-C5] / (g/L) Figura 1: Tensão superficial em função da concentração de QPVP-C5 puro (azul) e na presença de Liz, 2,5g/L,(vermelho) a 23ºC. A atividade bactericida da Liz, QPVPC5, QPVP-C2, e das misturas Liz/QPVP-C2 e Liz/QPVP-C5 foi testada para micrococcus luteus em solução tampão citrato-fosfato em pH 7,0. A atividade bactericida é caracterizada pela diminuição da turbidez da solução à medida que ocorre a morte celular. As medidas de turbidez foram realizadas por espectrofotometria em 650 nm. Conclusões A utilização de polieletrólitos como agentes biocidas pode ser um modo de baratear os custos em aplicações às quais a lisozima é utilizada. Além disso, polieletrólitos e Liz juntos apresentaram sinergismo na atividade bactericida. Agradecimentos CNPq e Fapesp pelo apoio financeiro e a Prof. Dra. Marcela Urzúa pelos polieletrólitos QPVP-C2 e QPVP-C5 fornecidos. Referências Bibliográficas 1 Grymonpre, K. R., Staggemeier, B. A., Dubin, P. L., Mattison, K. W. Biomacromolecules 2001, 2, 422. 2 Azegami, S., Tsuboi, A., Izumi, T., Hirata, M., Dubin, P.L., Wang, B. L., Kokufuta, E. Langmuir 1999, 15, 940.