revisão - Portal de Periódicos da UNIRIO

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ISSN 2175-5361
DOI: 10.9789/2175-5361.2013v5n5esp36
Silva RP, Barreto BMF, Tenório DM et al.
Revisão integrativa sobre…
RREEVVIISSÃÃO
O
Integrative review on administration of drugs in nursing care
Revisão integrativa sobre administração de medicamentos na assistência de enfermagem
Revisión integradora acerca de administración de medicamentos en la atención de enfermería
Rafael Pires Silva1, Bruna Maiara Ferreira Barreto2, Danielle Moura Tenório3, Alessandra Conceição Leite
Funchal Camacho4, Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira5
AABBSSTTRRAACCTT
Objective: Analyze the publications focusing on the administration of drugs in nursing care which were made
available in the databases within the period from 2007 to 2011. Method: This is an integrative review study
carried out in databases of the Virtual Health Library (LILACS and SciELO), in May and June 2011. Results: In the
discussions stood out: training with the aid of the virtual learning environment through distance education, errors
in prescriptions which led to errors in drug administration, and importance of prevention to avoid mistakes.
Conclusion: If the prescriptions are prepared having guidelines, recommendations, and team training as a basis,
besides communication between the professionals, one may say that the risks related to errors in drug
administration tend to sharply decrease. Descriptors: Administration of drug therapy, Nursing care, Nursing.
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UM
MO
O
Objetivo: Analisar as publicações enfocando a administração de medicamentos na assistência de enfermagem que
foram disponibilizadas nas bases de dados no período de 2007 a 2011. Método: Trata-se de um estudo de revisão
integrativa realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (Lilacs e SciELO), em maio e junho de
2011. Resultados: Destacaram-se nas discussões: capacitação com auxílio do ambiente virtual de aprendizagem
por meio da educação a distância, erros nas prescrições que levaram a erros na administração de medicamentos e
importância da prevenção para evitar erros. Conclusão: Se as prescrições forem elaboradas com base em
orientações, recomendações e treinamento da equipe, além da comunicação entre os profissionais, pode-se dizer
que os riscos relacionados a erros na administração de medicamentos tendem a diminuir acentuadamente.
Descritores: Administração de terapia medicamentosa, Assistência de enfermagem, Enfermagem.
RREESSU
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MEEM
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Objetivo: Analizar las publicaciones enfocando la administración de medicamentos en la atención de enfermería
que se volvieron disponibles en las bases de datos en el de periodo 2007 a 2011. Método: Esto es un estudio de
revisión integradora llevada a cabo en las bases de datos de la Biblioteca Virtual de Salud (Lilacs y SciELO), en
mayo y junio de 2011. Resultados: Se destacaron en las discusiones: capacitación con la ayuda del ambiente
virtual de aprendizaje por medio de la educación a distancia, errores en las prescripciones que llevaron a errores
en la administración de medicamentos e importancia de la prevención para evitar errores. Conclusión: Si las
prescripciones fueren preparadas bajo orientaciones, recomendaciones y entrenamiento del equipo, además de la
comunicación entre los profesionales, se puede decir que los riesgos relacionados con errores en la administración
de medicamentos tienden a disminuir drásticamente. Descriptores: Administración de terapia medicamentosa,
Atención de enfermería, Enfermería.
1,2,3
Acadêmico(a) de Enfermagem do 5º período no curso de Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de
Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense (EEAAC/UFF). Monitor(a) da disciplina Fundamentos de
Enfermagem I. 4Enfermeira. Professora Adjunta na EEAAC/UFF. Doutora em Enfermagem pela Escola de
Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEAN/UFRJ). E-mail:
[email protected]. 5Enfermeira. Professora Titular da EEAAC/UFF. Doutora em Enfermagem pela
EEAN/UFRJ. E-mail: [email protected].
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A administração de medicamentos em uma instituição de saúde é um processo complexo e
multidisciplinar, em que todos os profissionais envolvidos têm por objetivo prestar assistência de
qualidade, com segurança e eficácia, ao paciente. A organização do processo de administração de
medicamentos de uma instituição hospitalar, a eficiência e a segurança oferecida aos pacientes,
dependem da gestão do plano terapêutico estabelecida pelo enfermeiro responsável e pelo
envolvimento da equipe multidisciplinar.
Em relação à complexidade da administração de medicamentos na equipe multidisciplinar, há
de se pensar no desafio do sistema de saúde vigente, caracterizado pela revolução tecnológica e pelo
elevado nível de especialização nesse contexto.
Basicamente, essa equipe é constituída por médicos, responsáveis pelas prescrições dos
medicamentos, enfermeiros, responsáveis pela administração dos medicamentos, e farmacêuticos,
responsáveis pela manipulação. Na função do médico, a prescrição, além de ser legível, deve atender
as necessidades do paciente, o que exige uma análise diagnóstica exequível de acordo com a realidade
do paciente. Em relação ao enfermeiro, sua função requer pensamento e o exercício de juízo
profissional na análise das medicações a ser administradas. O farmacêutico, ao manipular e
encaminhar a medicação, auxilia toda a equipe por meio da identificação de dados do paciente,
checagem da correspondência de doses e avaliação dos componentes quanto à estabilidade,
compatibilidade e possíveis interações.
Desse modo, pode-se observar que esse processo envolve muita atenção, inclusive a
comunicação entre a equipe, e é muito importante, pois uma falha em qualquer fase do processo pode
causar transtornos a toda a equipe multidisciplinar e até mesmo ao paciente, levando, assim, a erros
na administração de medicamentos1, que podem acarretar graves problemas.
Para que a assistência na administração de medicamentos seja segura e de qualidade, faz-se
necessário que o sistema de comunicação seja eficaz, permitindo que a equipe multidisciplinar se
relacione de forma clara e correta e que as informações sejam transmitidas entre todos os
profissionais.1
A comunicação multidisciplinar, seja verbal ou não verbal, oriunda do registro, deve fornecer
informações relevantes sobre o paciente e qualificam a assistência prestada. Além disso, como um
instrumento básico de cuidado, deve refletir habilidades compatíveis com a atuação da equipe
multisdisciplinar.2
Outro ponto relevante refere-se aos efeitos adversos, que são implicações indesejáveis
decorrentes do uso de um medicamento. Os efeitos adversos podem envolver efeitos tóxicos ou efeitos
colaterais. Um efeito tóxico é um efeito adverso que surge em consequência da intensificação do
mesmo efeito farmacológico responsável pelo efeito terapêutico do fármaco; por conseguinte, trata-se
de um efeito relacionado com a dose. Um efeito colateral refere-se a um efeito adverso que surge
através de alguma reação farmacológica distinta daquela que produz o efeito terapêutico (esses
efeitos podem estar relacionados ou não com a dose).3
Na terapia medicamentosa são necessárias algumas informações para se entender algum efeito
adverso, e estas são: a reação adversa que pode dever-se a prejuízos relacionados à medicação em
doses normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico e/ou tratamento de determinada
enfermidade; algum erro na medicação que será definido como uma falha no processo de
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administração de medicamentos, que pode estar relacionado a prescrição, preparo, administração e
monitoramento; também podem ocorrer erros potenciais, isto é, eventos ocorridos, mas que não
causam dano ao paciente, pois o erro foi corrigido a tempo ou a dose administrada não foi prejudicial.
Os efeitos adversos são aqueles inesperados e que causam dano ou lesão ao paciente, seja por
uso ou não uso de qualquer medicamento quando necessário.
Logo, ao se identificar quais são os erros mais comuns da equipe de enfermagem (enfermeiro,
técnico ou auxiliar) na hora de administrar um medicamento, há a necessidade de identificar os
fatores de risco que levam a tais erros e tomar medidas preventivas para evitá-los ao máximo.4
Com relação ao aspecto ético, o enfermeiro deve preparar e administrar as medicações
venosas, soros e qualquer outro tipo de medicação a ser administrada ao paciente, pois, assim, evitará
as penalidades administrativas, que são decorrentes de mau cuidado ao paciente. Essas penalidades
estão previstas no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.5
De acordo com o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, pautado na Resolução Cofen
n. 311, de 2007, o enfermeiro deve ter competência ética, científica, técnica e legal para realizar suas
atribuições com segurança, sem danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Esses são
alguns dos princípios básicos da assistência de enfermagem.6
Além disso, o profissional de enfermagem, de acordo com a Lei n. 7.498, de 25 de junho de
1986, tem como atividade privativa as seguintes atribuições: o planejamento, organização,
coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de enfermagem; prescrição da
assistência de enfermagem; cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base
científica e capacidade de tomar decisões imediatas. Essas atividades privativas destacam as
responsabilidades em relação às atribuições específicas do exercício profissional do enfermeiro na
administração de medicamentos.7
Assim, diante dessas considerações, o objetivo deste trabalho é analisar as publicações que
enfocam a administração de medicamentos na assistência de enfermagem que foram disponibilizadas
nas bases de dados de 2007 a 2011.
Este estudo se mostrou relevante para pesquisa e ensino de Enfermagem, devido aos
recorrentes erros na administração de medicamentos e as graves consequências que esses erros podem
acarretar, causando problemas à equipe e, principalmente, ao paciente. A abrangência do tema
também é relevante, pois se trata de um estudo que envolve múltiplas profissões e, apesar de
frequentemente comentado e noticiado, poucos estudos científicos discutem a problemática.
M
MEETTO
ODDO
OLLO
OG
GIIAA
Para viabilizar o desenvolvimento deste estudo, foi realizada uma revisão integrativa. O período
da coleta de dados foi de 20/05/2011 à 18/06/2011 e as seguintes bases de dados da Biblioteca Virtual
da Saúde foram utilizadas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e
Scientific Electronic Library Online (SciELO).
A revisão integrativa é um método que proporciona uma síntese de conhecimento e a
aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática.8
Outro aspecto relevante é que a revisão integrativa é a mais ampla abordagem metodológica
referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não experimentais para buscar
uma compreensão abrangente do fenômeno analisado. Combina também dados da literatura teórica e
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empírica, além de incorporar um vasto leque de propósitos: definição de conceitos, revisão de teorias
e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular. A ampla amostra, em
conjunto com a multiplicidade de propostas, deve gerar um panorama consistente e compreensível de
conceitos complexos, teorias ou problemas de saúde relevantes para a enfermagem.8
Destaca-se que foram utilizados os seguintes descritores:
administração de terapia
medicamentosa; assistência de enfermagem; enfermagem.
Os critérios de inclusão dos estudos foram: aderir ao objetivo proposto; ter sido publicado entre
2007 e 2011; abordar a temática administração de medicamentos na área de enfermagem.
Realizamos uma leitura flutuante inicial dos estudos e, portanto, dos 14 estudos encontrados na
Lilacs, somente 5 tiveram aderência ao objetivo proposto; dos 36 estudos encontrados no SciELO, 11
tiveram aderência e foram aproveitados de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos.
Na base de dados da SciELO, das 11 estudos selecionados: todas eram referentes ao campo do
conhecimento saúde e enfermagem. Portanto, ao realizar uma leitura em profundidade, foi observado
que os 11 estudos selecionados abordavam, de fato, erros na administração de medicamentos. Na base
de dados Lilacs foram selecionados 5 estudos e todos foram aproveitados. Portanto, 16 estudos foram
avaliados, sendo 11 (68,75%) da SciELO e 5 (31,25%) da Lilacs.
Nesse contexto, a revisão integrativa proporciona aos profissionais de diversas áreas de atuação
na saúde o acesso rápido a resultados relevantes de pesquisas que fundamentam as condutas ou a
tomada de decisão, construindo um saber crítico.9
RREESSU
ULLTTAADDO
OSS EE DDIISSCCU
USSSSÃÃO
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Para a análise das informações, o conteúdo encontrado foi organizado quanto a ano, tipo de
publicação e métodos/técnicas utilizadas, essência do conteúdo e produção do conhecimento, além
das recomendações dos autores.
Portanto, em relação ao quantitativo de estudos por ano, há os seguintes resultados: de 2011
não foram encontrados estudos que contemplassem os critérios estabelecidos. No entanto, houve
37,5% de estudos de 2010; 18,75% de 2009; 18,75% de 2008; e 25% de 2007. Esse demonstrativo indica
que, no período de 2007 a 2011, ocorreu um pequeno aumento no número de publicações referentes a
erros na administração de medicamentos, levando em consideração as questões da assistência de
enfermagem e as situações iatrogênicas.
Ao analisar o tipo de publicação referente ao tipo de método e técnicas de pesquisa utilizadas,
constatou-se que 43,75% dos estudos envolvem pesquisa descritiva e exploratória; 25% dos estudos são
revisões de literatura; 6,25% dos estudos abordaram coleta de dados; 6,25% dos estudos foram
realizados por meio da revisão de literatura.
Essa tendência demonstra a importância do desenvolvimento de pesquisas sobre a temática de
administração de medicamentos e suas implicações para o exercício profissional da enfermagem e,
consequentemente, para a assistência à clientela.
Além disso, ainda sobre o tipo de publicação, 6,25% dos estudos foram desenvolvidos por meio
de pesquisa experimental; 6,25% dos estudos são do tipo descritivo e retrospectivo; e 6,25% são
estudos descritivos com delineamento transversal. Nesse período, as publicações estavam voltadas, em
sua maior parte, a pesquisa do tipo descritivo e exploratório, em detrimento das demais modalidades.
Em relação à essência do conteúdo e produção do conhecimento, constatou-se que 18,75% dos
estudos mostraram uma tendência de capacitação com o auxílio do ambiente virtual de aprendizagem,
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por meio da educação a distância; 18,75% dos estudos mostraram diversos erros nas prescrições; e
12,5% dos estudos relataram a importância da prevenção.
Os erros na administração de medicamentos foram levantados por meio da conferência das
prescrições médicas (horários, dose e apresentação dos medicamentos fornecidos pela farmácia). Essa
é uma atitude que visa a reduzir as falhas na administração de medicamentos. É importante ressaltar
que a enfermagem é o elo final do processo de administração de medicamentos, e suas ações podem
prevenir possíveis erros, ou não. Além disso, há o próprio relato do erro pelo paciente. O paciente só
saberá o que está sendo administrado se o profissional de enfermagem falar qual medicamento será
ministrado, dose, via, entre outras informações. Os pacientes estão começando a participar mais de
sua terapia medicamentosa e acabam reconhecendo o medicamento por cor, formato, consistência e,
com isso, passam a auxiliar na prevenção dos erros. O erro detectado no prazo da prescrição, momento
este que requer muita atenção, leva o profissional a detectar e prevenir novos erros, além do envio de
medicações incorretas pela farmácia.10
Visando à prevenção desses erros, dentre outros, é importante considerar a prescrição escrita e
eletrônica, quando possível (para ser legível), ou que seja coerente em relação à necessidade do
cliente, utilização de código para medicamentos e identificação do paciente, indicação da dose
unitária, preparação de medicação observando sempre os princípios básicos de administração de
medicamentos, para a segurança química, notificação de efeitos adversos, interação multidisciplinar
(farmácia, médicos e enfermeiros) e revisão contínua da prescrição.
O desenvolvimento e implementação de cursos a distância para a capacitação dos profissionais
de enfermagem constituem uma tônica relevante, na medida em que promove, através das tecnologias
de informação e comunicação, uma educação que busca a interatividade, estimula a pesquisa,
favorecendo a participação ativa dos profissionais de enfermagem, logo, também contribui para que os
pacientes tenham uma assistência de enfermagem diferenciada.
A elaboração e planejamento dessa forma de ensino foram realizadas de acordo com as
atividades a ser implementadas pelos alunos. Foram elaboradas várias formas de interação aluno/aluno
e aluno/professor, como, por exemplo: apoio à leitura, perguntas frequentes, entre outros. Isso
possibilitou uma forma de aprendizagem melhor, mais dinâmica e abrangente.11
Ainda sobre a essência do conteúdo, 6,25% dos estudos fizeram coletas de dados de dúvidas da
equipe de enfermagem; 6,25% referem categorização de artigos e periódicos sobre a temática de
administração de medicamentos; 6,25% dos estudos foram realizados por meio de questionários
aplicados à equipe de enfermagem para avaliar seu conhecimento a respeito da administração de
medicamentos; 6,25% relataram acidentes de trabalho durante o preparo de medicamentos; 6,25%
mostraram as orientações, ações e atividades do enfermeiro na administração de medicamentos; 6,25%
dos estudos relataram que o próprio enfermeiro que preparou o medicamento é quem deve
administrar; 6,25% dos estudos relatam diversos métodos, técnicas de administração de medicamentos
em pacientes com sonda nasoenteral; e 6,25% dos estudos relataram que a enfermagem ainda se
mostra tradicional diante dos avanços na administração de medicamentos.
De acordo com os estudos analisados sobre os acidentes de trabalho em uma microrregião de
Minas Gerais, os profissionais de diversas faixas etárias estão relacionados à formação acadêmica, má
qualificação profissional e carga horária excessiva, entre outros. Esses acidentes de trabalho
prejudicam a imagem do profissional da saúde, pois são passíveis de prevenção e, no entanto, não são
prevenidos, fazendo assim a assistência de saúde ao paciente ser deficiente.12
A análise dos estudos relativos à causa primária dos erros na administração de medicamentos
mostra que os principais tipos de erros envolvem: doses; medicamentos não autorizados; horário e
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técnica; via; prescrição, entre outros. Contudo, observou-se que o processo de administração de
medicamentos é aplicado de acordo com o protocolo de cada instituição hospitalar, portanto, varia de
uma para outra.13
Percebemos, de acordo com os estudos analisados, que 25% dos erros na administração de
medicamentos estão relacionadas à falta de interação entre a equipe multidisciplinar, à falta de
conhecimento suficiente para resolver qualquer impasse na hora de se administrar o medicamento.
Dentro desses 25%, foram constatados muitos acidentes de trabalho que também estão relacionados à
falta de conhecimento prévio por parte dessa equipe de enfermagem na hora da administração de
medicamentos.
De acordo com os estudos, pode-se perceber que quando o conhecimento técnico e científico
não está sendo aplicado de acordo com os parâmetros regulamentados pelos órgãos responsáveis pela
Enfermagem e que é ensinado pelas instituições de Ensino Superior e Ensino Médio, então, acabam
tendo um déficit de conhecimento e logo se fazem necessárias orientações prévias pelo responsável da
equipe, para evitar erros na hora da administração de medicamentos.
Como evidenciado, 18,75% dos estudos tratam do modelo de ensino/aprendizagem por meio das
diversas mídias existentes, como, por exemplo, a internet, vídeos, entre outros, que têm sido
utilizadas para auxiliar no ensino a distância e têm-se mostrado muito úteis, com resultados positivos.
Assim, pode-se perceber que as diversas formas de comunicação são muitos úteis nos dias atuais para a
educação, em qualquer campo do conhecimento.
A proposta de ensino a distância por meio de novas tecnologias, observada nos estudos,
mostrou-se útil para a educação e capacitação de profissionais de enfermagem, levando-os a se
aprimorar e se inserir no mercado de trabalho de forma gradual. No entanto, pode-se observar que o
ensino a distância por meio de diversos meios de comunicação tem ajudado os profissionais de
enfermagem a se capacitar.
Com isso, pode-se ver que os meios de comunicação são ferramentas essenciais para o
ensino/aprendizagem a distância, pois irão promover a saúde do trabalhador por meio do ensinamento
concernente à proteção pessoal e, também, outras práticas de enfermagem e, assim, irão auxiliá-lo
em mudanças nos hábitos de vida. Esse processo de ensino por meio de mídias deve ser contínuo e
progressivo.14
Um erro na medicação pode causar ou levar ao uso inapropriado de certos medicamentos ou até
mesmo a lesões ao indivíduo. Os erros nas prescrições causam danos à saúde do paciente e, por isso, é
importante prevenir para evitar esses erros. O processo de administração de medicamentos envolve
diversos membros da equipe multidisciplinar. Porém, o enfermeiro possui o papel fundamental no
preparo e na administração de medicamentos, sendo assim, a total atenção é indispensável para a
prevenção dos erros.15
Constatou-se que 6,25% dos estudos mostram técnicos e auxiliares que têm dúvidas em relação
à administração de medicamentos, então, eles procuram o enfermeiro responsável pela instituição ou
pelo setor para tirar essas dúvidas, porém, quando não ocorre a resolução dessas dúvidas, a
probabilidade da ocorrência de erros na hora da administração de medicamentos aumenta.
Esses profissionais da saúde podem enfrentar processos judiciais por negligência, imprudência e
mesmo má prática ou inabilidade na hora da administração de medicamentos. Essa realidade vem
sendo mudada por muitos hospitais, por meio de treinamento, orientações de padrões e procedimentos
para esses profissionais da saúde. Isso levará a uma diminuição dos erros na hora de administrar os
medicamentos e levará uma melhor conduta para esses enfermeiros e técnicos e auxiliares de
enfermagem.10
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As dúvidas dos auxiliares e técnicos de enfermagem na administração de medicamentos,
observadas nos estudos analisados, o nome genérico ou de marca, a semelhança dos nomes podem ser
fatores de dúvidas para esses profissionais. Também há dúvidas em relação às prescrições médicas.
Com isso, o farmacêutico é uma das principais fontes para tirar dúvidas, porém, não é a mais indicada,
pois há dúvidas relacionadas à administração de medicamentos e somente o enfermeiro poderá tirálas.16
Sobre as recomendações dos autores, constatou-se que 18,75% dos estudos relatam que a
internet e outros meios de comunicação são essenciais para o ensino/aprendizagem a distância.
Quanto às demais recomendações, constatou-se que 6,25% dos estudos abordam os seguintes
itens: trabalho em equipe (multidisciplinar); elevação do número de artigos publicados; prescrições e
registros com mais informações quanto à medicação; maior conhecimento técnico e científico para
obtenção de menor quantidade de erros; maior atenção no descarte do material e administração de
medicamentos; terapia medicamentosa e orientações gerais; procura de fatores que levam a erros na
administração de medicamentos; melhora na comunicação entre o enfermeiro e o paciente; respeito
ao Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem; técnica correta para a administração de
medicamentos; aumento do número de funcionários da equipe; elaboração de estratégias e
recomendações para evitar erros; e uma terapêutica mais assistencial.
Com relação a um desses estudos, constatou-se que o trabalho multidisciplinar é de
fundamental importância para a existência de um ambiente de trabalho bom e adequado. Assim, há
maior interação entre a equipe, levando a um declínio na quantidade de erros da equipe de
enfermagem, coordenada por um enfermeiro.
Muitas recomendações são importantes para a melhoria da comunicação e garantia da
administração de medicamentos correta ao paciente; dentre essas recomendações encontram-se:
implantação de prescrição eletrônica; identificação do paciente com pulseiras ou braceletes; garantia
de um farmacêutico na equipe; entre outros.1
Por meio desses estudos, pode-se observar que a grande maioria dos erros na administração de
medicamentos ocorre por falta de conhecimento técnico e científico, erros no preparo e descarte de
material e a falta de comunicação e orientações prévias quanto à terapia medicamentosa. Contudo, se
tais erros forem evitados com orientações, recomendações e treinamento da equipe, melhor
comunicação entre os profissionais, então, o ambiente de trabalho ficará melhor e os riscos
relacionados aos erros na administração de medicamentos diminuirão acentuadamente.
CCO
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NCCLLU
USSÃÃO
O
De fato, percebe-se que muitos desafios no âmbito da terapia medicamentosa estão
relacionados à equipe de enfermagem. E uma das metas mais importantes é diminuir os erros na
administração de medicamentos a partir do conhecimento dos fatores causais e da criação de
estratégias para solucionar o problema. A administração de qualquer tipo de medicamento requer do
enfermeiro uma base de conhecimentos científicos e técnicos, além de habilidades profissionais para
executar a terapêutica medicamentosa.
Os princípios fundamentais da administração de medicamentos pelo enfermeiro incluem: avaliar
se o medicamento prescrito está correto; avaliar a capacidade do paciente para sua autoadministração
de medicamentos; determinar o melhor horário para administrar o medicamento; e monitorar os
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efeitos do medicamento. O enfermeiro que preparar o medicamento deve administrá-lo, e não delegar
essa tarefa aos auxiliares e técnicos de enfermagem. Esses procedimentos ajudaram muito na
diminuição dos erros na terapia medicamentosa, o que levará a uma melhora da assistência de
enfermagem.15
Entretanto, além dos fatores expostos, para diminuir os erros na administração de
medicamentos, deve-se considerar a carga de trabalho do profissional, o número de profissionais
trabalhando no setor, o treinamento em serviço por meio da educação continuada, e a qualificação do
profissional para atuar na atividade. Esses fatores, uma vez devidamente considerados, auxiliarão na
prevenção de erros e de acidentes de trabalho, fazendo com que o trabalho de enfermagem se torne
cada vez melhor e mais respeitado.
A atualização dos profissionais, o desenvolvimento da técnica, a comunicação eficaz entre os
profissionais, boas condições de trabalho e o respeito aos órgãos regulamentadores possibilitam a
administração eficaz de medicamentos, evitando ao máximo os erros.
RREEFFEERRÊÊN
NCCIIAASS
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