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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A ARQUITETURA E URBANISMO
PROFESSORA: ELOANE CANTUÁRIA
TURMAS: 1ARQV-1 e 1ARQN-1
UNIDADE I – Arquitetura e Urbanismo: introdução conceitual
Notas de aula – Parte 1
MACAPÁ-AP
MARÇO/2006
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A ARQUITETURA E URBANISMO
PROFESSORA: ELOANE CANTUÁRIA
UNIDADE I – Arquitetura e Urbanismo: introdução conceitual
1.1 – ARQUITETURA
1.1.1 - Definições
A palavra arquitetura deriva do grego arché, que significa primeiro ou principal e tékton, que
quer dizer construção, portanto, refere-se a arte ou técnica de projetar e construir ambientes. Como
atividade humana, existe desde que o homem passou a se abrigar das intempéries e a construir ou
organizar o ambiente em que vivia.
Na atualidade, definir o que seja Arquitetura, não é tarefa das mais fáceis, visto que a
complexidade e a dinâmica da vida contemporânea, nos obriga a uma constante revisão de conceitos e no
agir. Lúcio Costa 1 , reconhecido arquiteto e urbanista brasileiro, em 1940, definiria arquitetura das
seguintes maneiras:
"Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de
ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção. E nesse
processo fundamental de ordenar e expressar-se ela se revela igualmente arte plástica, porquanto nos
inumeráveis problemas com que se defronta o arquiteto desde a germinação do projeto até a conclusão
efetiva da obra, há sempre, para cada caso específico, certa margem final de opção entre os limites máximo e mínimo - determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo meio,
reclamados pela função ou impostos pelo programa, - cabendo então ao sentimento individual do arquiteto,
no que ele tem de artista, portanto, escolher na escala dos valores contidos entre dois valores extremos, a
forma plástica apropriada a cada pormenor em função da unidade última da obra idealizada."
"A intenção plástica que semelhante escolha subentende é precisamente o que distingue a arquitetura da
simples construção."
"Por outro lado, a arquitetura depende ainda, necessariamente, da época da sua ocorrência, do meio
físico e social a que pertence, da técnica decorrente dos materiais empregados e, finalmente, dos objetivos
e dos recursos financeiros disponíveis para a realização da obra, ou seja, do programa proposto."
"Pode-se então definir arquitetura como construção concebida com a intenção de ordenar e organizar
plasticamente o espaço, em função de uma determinada época, de um determinado meio, de uma
determinada técnica e de um determinado programa."
Para Colin 2 a arquitetura é antes de mais nada uma profissão de nível superior, mas é também
um produto cultural e uma forma de arte. É uma atividade complexa que compõe-se de várias disciplinas
como a matemática, as ciências exatas, as artes, a tecnologia, as ciências sociais, a política, a história, a
filosofia, etc.
Stroeter 3 acredita que qualquer tentativa de definição de arquitetura, remetere a uma teoria, por
exemplo, para Vitruvio ela seria sintetizada pela tríade firmitas/utilitas/venustas, ou seja, solidez, utilidade
e beleza. Le corbusier acreditava que “a casa é a máquina de morar”, mas também precisava emocionar e
ser utilitária.
Frank Lloyd Wrigth dizia que a arquitetura deveria procurara a qualidade das coisas e a
experiência com a natureza dos materiais. Ela deveria ser orgânica, ou seja, estar em harmonia com a
natureza. Dizia que “economia não quer dizer necessariamente simplicidade”.
1
COSTA, Lúcio (1902-1998). Considerações sobre arte contemporânea (1940). In: Lúcio Costa, Registro de uma
vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995.
2
COLIN, Silvio. Uma introdução à arquitetura. Rio de Janeiro: UAPÊ, 2000 (p .21)
3
STROETER, João Rodolfo. Arquitetura e Teorias. São Paulo: Nobel, 1986.
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Francesco Milizia, arquiteto italiano, em 1871, propunha nove princípios que deveriam ser
seguidos na construção, muitos deles vieram compor algumas das correntes do modernismo, como o
funcionalismo e o racionalismo:
• Simetria;
• Unidade e variedade;
• Decoro;
• Tudo deve parecer necessário;
• As Ordens não são ornamentos e sim esqueletos;
• O que não tiver papel no edifício ou integrado à arquitetura, não deve ser visto; o que for
representado deve estar funcionando;
• Nada deve ser feito sem que haja, para tanto, boas razões;
• A arquitetura deve derivar da arquitetura primitiva natural: a cabana;
• A autoridade do passado jamais inibirá quem estiver seguindo os princípios da razão.
Homem vitruviano, reinterpretado por Leonardo da Vinci
Na Bauhaus, rejeitava-se a especulação estética, as doutrinas e o formalismo. Walter Gropius
dizia “recusamo-nos a reconhecer os problemas da forma: só reconhecemos os problemas da edificação.
A forma não é o objetivo de nosso trabalho, apenas o resultado. A forma não existe por si só. A forma
como objetivo é formalismo, e nós rejeitamos”.
No Movimento Moderno, acreditava-se que a perfeita adequação ao uso conferiria ao edifício
qualidades estéticas, portanto, o projeto, deveria ser direcionado para satisfazer uma necessidade, que era
sua utilidade prática e social. O modernismo também corroborava com a idéia de que a arquitetura surgia
de um programa, e que este incorporava as variáveis sociais, culturais, econômicas e artísticas de um
determinado momento histórico. A teorização proposta na Arquitetura Moderna englobava também toda a
arquitetura produzida antes dela, no entanto combatia a cópia de outros momentos históricos no momento
contemporâneo.
A definição de Vitrúvio, apesar de estar inserida em um contexto próprio, constitui a base para
praticamente todo o estudo feito da arquitetura, valendo até a atualidade. Ainda que teóricos, em especial,
da modernidade, tenham ido de encontro a aspectos do pensamento vitruviano, este ainda pode ser
considerado universal para a arquitetura.
1.1.2 - O Arquiteto e sua atuação
Segundo IAB-SP 4 , o Arquiteto é um profissional de formação superior, reconhecido pelo
Ministério do Trabalho de acordo com a Lei Federal nº 5194/1966 e sua formação é obtida por meio dos
cursos de arquitetura e urbanismo, que tem duração de cinco anos.
4
Site http://www.iabsp.org.br/oquearquitetofaz.asp
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No curso de arquitetura são abordados temas como história da arte, história da arquitetura e do
urbanismo, representação gráfica, informática, resistência dos materiais, construção, planejamento urbano,
projeto de edificações, conforto ambiental, paisagismo, conservação e restauro, arquitetura de interiores,
entre outras disciplinas.
No Brasil, as primeiras escolas de arquitetura originaram-se nos cursos de Belas Artes (Rio de
Janeiro) e Engenharia (São Paulo). Atualmente existem mais de 140 escolas e cursos de arquitetura
espalhados pelo Brasil.
A formação do arquiteto possibilita atuação em várias áreas, essa habilitação é expressa pela
Lei Federal 5194/1966 e pela resolução 218/1973 que determinam as atribuições do arquiteto e urbanista,
com as especificações de serviços que podem executar. Cabe ao arquiteto as seguintes atividades 5 :
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Supervisão, coordenação e orientação técnica.
Estudo, planejamento, projeto e especificação.
Assistência, assessoria e consultoria.
Direção de obra e serviço técnico. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer
técnico.
Desempenho de cargo e função técnica.
Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica e extensão.
Elaboração de orçamento.
Padronização, mensuração e controle de qualidade.
Execução de obra e serviço técnico.
Fiscalização de obra e serviço técnico.
Produção técnica e especializada.
Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção.
Execução de instalação, montagem e reparo.
Operação e manutenção de equipamento e instalação.
Execução de desenho técnico.
1.1.3 - O trabalho do Arquiteto
O trabalho do profissional de arquitetura pode ser iniciado com a escolha do terreno para a
implantação do projeto, auxiliando na localização, legislações, aspectos ambientais, topográficos, etc.
Antes de iniciar os estudos deverá existir uma etapa de montagem de programa preliminar a ser
desenvolvido em conjunto com o cliente. Com a definição do terreno e esses dados e inicia-se a fase do
projeto, com as seguintes etapas 6 :
1. Estudo Preliminar: Estudo do problema para determinação da viabilidade de um programa e
do partido a ser adotado.
2. Anteprojeto ou Projeto Pré Executivo: Solução geral do problema com a definição do partido
adotado, da concepção estrutural e das instalações em geral possibilitando clara compreensão
da obra a ser executada.
3. Projeto Legal: Desenhos e textos exigidos por leis, decretos, portarias ou normas e relativos
aos diversos órgãos públicos ou concessionárias, os quais o projeto legal deve ser submetido
para análise e aprovação.
4. Projeto Básico (opcional): Solução intermediária do Projeto Executivo Final, que contém
representações e informações técnicas da edificação que possibilitem uma avaliação de custo,
já compatibilizadas com os projetos das demais atividades projetuais complementares.
5
Referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores;
planejamento físico, local, urbano e territorial, e serviços afins.
6
Consultar o site http://www.iabsp.org.br/oquearquitetofaz.asp
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5. Projeto Executivo Final: Solução definitiva do Anteprojeto, representada em plantas, cortes,
elevações especificações e memoriais de todos os pormenores de que se constitui a obra a
ser executada: determinação da distribuição dos elementos do sistema estrutural e dos pontos
de distribuição das redes hidráulicas, sanitárias, telefônicas, ar condicionado, elevadores e de
informática.
6. Coordenação: A coordenação e orientação geral dos cálculos complementares ao projeto
arquitetônico tais como: calculo de estrutura, das instalações hidráulicas, elétricas e sanitárias,
das instalações elétricas, telefônicas e de informática, caberão sempre ao arquiteto o qual, a
seu critério, poderá indicar profissionais legalmente habilitados para sua execução.
O arquiteto também pode acompanhar a execução da obra através de várias maneiras: desde
simplesmente como fiscalizador da execução, até ser responsável por todas etapas da execução, desde a
compra do material, até a finalização da obra. O arquiteto também pode ser contratado para uma etapa
seguinte à obra executada, que é o de desenvolvimento do projeto de arquitetura de interiores, que, nas
mesmas fases anteriores, aborda todo tratamento e mobiliário do interior da edificação.
1.1.4 – Referências Bibliográficas
COLIN, Silvio. Uma introdução à arquitetura. Rio de Janeiro: UAPÊ, 2000
COSTA, Lúcio. Considerações sobre arte contemporânea. In: Lúcio Costa, Registro de uma vivência. São Paulo:
Empresa das Artes, 1995.
STROETER, João Rodolfo. Arquitetura e Teorias. São Paulo: Nobel, 1986.
Site http://www.iabsp.org.br/oquearquitetofaz.asp
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