PROFESSOR: Raphael Haddad BANCO DE QUESTÕES - FILOSOFIA-1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIOPARTE 3 ============================================================================================== 01“Segundo Anaximandro, o cosmos tal como o conhecemos surgiu de um princípio eterno, e eternamente em movimento, quantitativa e qualitativamente indefinido, o ‘ilimitado’ (ápeiron), por meio de um processo de estágios sucessivos.” (ALGRA, K. Primórdios da Filosofia Grega. Aparecida: Ideias e Letras, 2008, p. 94.) Essa descrição, que narra o surgimento do cosmos como um processo, admite: I. A existência de forças opostas e finitas. II. Que as forças opostas existentes jamais se separam e permanecem em equilíbrio. III. As forças opostas existentes são infinitas e ilimitadas. IV. Que a tensão entre as forças opostas inevitavelmente conduz a uma forte explosão, gerando novos elementos. •Entre as afirmações: (A) Apenas II e IV estão corretas. (B) Apenas I e III estão corretas. (C) Apenas I e IV estão corretas. (D) Apenas II e III estão corretas. 02“Nenhum deus, nenhum ser humano fez este cosmos, antes este sempre foi, é e será um fogo sempre vivo, inflamando-se a espaços e extinguindo-se a espaços.” (HUSSEY, E. In: Primórdios da Filosofia Grega. Heráclito. Aparecida: Ideias e Letras, 2008, p. 154.) •Segundo Heráclito, podemos afirmar que: (A) (B) (C) (D) O cosmos se constitui por acaso e permanece e permanecerá sempre o mesmo. O cosmos se formou mediante um lento processo que ao longo do tempo se estabilizou, possibilitando a vida. O cosmos, como o fogo, queimará até um dia chegar ao fim, sem poder ser restaurado. O cosmos se constitui como um eterno processo, formado por estágios que podem ser representados pelo “fogo sempre vivo”. 03“Todas as aparências contribuem igualmente para a teoria. Essa é uma posição que o atomismo compartilha com Protágoras, mas este último garante o status igual das aparências por meio do abandono da objetividade: no mundo protagórico, a realidade não passa da totalidade das aparências equipolentes.” (TAYLOR, C. C. W. “Os Atomistas”. In: Os Primórdios da Filosofia Grega. Aparecida: Ideias e Letras, 2008, p. 260). •Com base no trecho, assinale a alternativa incorreta: (A) Para os atomistas, a objetividade do conhecimento pode ser mantida, pois os corpos resultam da composição da matéria e não sofrem interferência exterior. (B) Para os atomistas, é possível buscar descrições físicas que superem a esfera da mera aparência. (C) A totalidade das coisas é, para os atomistas e para Protágoras, algo meramente subjetivo. (D) A objetividade do mundo físico pode contribuir para superar a dicotomia entre aparência e realidade. 04- Não é parte da lista de conteúdos pertencentes aos ensinamentos dos pitagóricos: (A) (B) (C) (D) Devemos levar uma vida que nos assegure um melhor renascimento. O número é o princípio de onde tudo deriva. Nossas ações nada representam para as divindades. A autodisciplina é adquirida por longos períodos de meditação e silêncio. 05- Empédocles e Anaxágoras são considerados filósofos representantes da escola pluralista. Ambos concordam que os princípios fundamentais presentes nos elementos pertencentes à natureza já haviam sido descritos por Parmênides, exceto a noção de: (A) (B) (C) (D) Identidade. Complementaridade. Unidade. Imutabilidade. Página 1 de 4 - 10/08/2014 - 11:32 06- Para atomistas como Leucipo e Demócrito, o universo é composto por: (A) (B) (C) (D) Ser, átomos e movimento finito. Devir, átomos e repouso. Espaço vazio, átomos e movimento perpétuo. Espaço vazio, átomos e repouso. 07"Os poemas de Homero serviram de alimento espiritual aos gregos, contribuindo de forma essencial para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus poemas, a harmonia, a proporção, o limite e a medida, assim como a presença de questionamentos acerca das causas, dos princípios e do porquê das coisas se faziam presentes, revelando depois uma constante na elaboração dos princípios metafísicos da filosofia grega. Adaptado de Giovanni Reale, História da filosofia antiga. Com base no texto e nos conhecimentos acerca das características que marcaram o nascimento da filosofia na Grécia, considere as afirmativas a seguir. I. A política, enquanto forma de disputa oratória, contribuiu para formar um grupo de iguais, os cidadãos, que buscavam a verdade pela força da argumentação. II. O palácio real, que centralizava os poderes militar e religioso, foi substituído pela ágora, espaço público onde os problemas da pólis eram debatidos. III. A palavra, utilizada na prática religiosa e nos ditos do rei, perdeu a função ritualista de fórmula justa, passando a ser veículo do debate e da discussão. IV. A expressão filosófica é tributária do caráter pragmático dos gregos, que substituíram a contemplação desinteressada dos mitos pela técnica utilitária do pensar racional. •Estão corretas apenas as afirmativas: (A) I e III (B) II e IV (C) III e IV (D) I, II e III (E) I, II e IV 08"Entre os “físicos” da Jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo formam um Universo unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physisque põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida. As vias pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência humana: a natureza não operou “no começo” de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o fogo seca uma vestimenta molhada ou quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se isolam e se reúnem." Jean-Pierre Vernant, As origens do pensamento grego. •Com base no texto, assinale a alternativa correta. (A) Para explicar o que acontece no presente, é preciso compreender como a natureza agia “no começo”, ou seja, no momento original. (B) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a aceitação de elementos sobrenaturais. (C) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação natural e esta pode ser compreendida racionalmente. (D) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos naturais, mas a explicação de sua totalidade está além da capacidade humana. (E) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e nem todas essas explicações podem ser racionalmente compreendidas. 09"Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima [...] podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental. Giovanni Reale, História da filosofia. • |A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado. (A) A ética, enquanto investigação racional do agir humano. (B) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte. (C) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos. (D) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo. (E) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação. Página 2 de 4 - 10/08/2014 - 11:32 10- Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia: (A) (B) (C) (D) (E) surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em oposição aos mitos gregos. retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-argumentativas. reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de alguma força divina. desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia cultural dos gregos. se estabeleceu como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição. 11"Do arco o nome é vida e a obra é morte." Heráclito, Sobre a natureza. •Esse fragmento ilustra bem o pensamento de Heráclito, que acreditou ser o mundo o eterno fluir, comparado a um rio no qual entramos e não entramos. Assinale a alternativa que explica o fragmento mencionado acima. (A) Todas as coisas estão em oposição umas com as outras, o que explica o caráter mutável da realidade. A unidade do mundo, sua razão universal, resulta da tensão entre as coisas, daí o emprego frequente, por parte de Heráclito, da palavra “guerra” para indicar o conflito como fundamento do eterno fluxo. (B) A harmonia que anima o mundo é aberta aos sentidos, sendo possível ser conhecida na multiplicidade daquilo que é manifesto, uma vez que a realidade nada mais é que o eterno fluxo da multiplicidade do logosheraclitídeo. (C) A unidade dos contrários, a vida e a morte, é imóvel, podendo ser melhor representada para o entendimento humano por intermédio da imagem do fogo, que permanece sempre o mesmo, imutável e continuamente inerte, e não se oculta aos olhos humanos. (D) O arco, instrumento de guerra, indica que a ideia de eterno fluxo, das transformações que compõem o fluxo universal, é o fundamento da teoria do caos, pois o fogo se expande sem medida, tornando a realidade sem nenhuma harmonia ou ordem. 12"Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filósofos, é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de ópticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da “imposição religiosa”, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade." Alberto Oliva, Pré-socráticos: a invenção da filosofia. •Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos. (A) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais. (B) A discussão crítica das ideias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas. (C) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela religião. (D) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento. (E) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de ópticas” conflitantes entre si. Página 3 de 4 - 10/08/2014 - 11:32 GABARITO 01- (C) 02- (D) 03- (C) 04- (C) 05- (B) 06- (C) 07- (D) 08- (C) 09- (D) 10- (B) 11- (A) 12- (B) MCS/1406/BANCODEQUESTOES/FILOSOFIA/FIOSOFIA - 2a SERIE – ENSINO MEDIO – 1a ETAPA – 2013 – RAPHAEL HADAD - PARTE3.DOC Página 4 de 4 - 10/08/2014 - 11:32