Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Integradas Área de Concentração em Odontologia MAURA CRISTIANE GONÇALES ORÇATI DORILÊO AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E DETERMINAÇÃO DE METAIS EM CIMENTOS PORTLAND E À BASE DE MTA Cuiabá, 2013 MAURA CRISTIANE GONÇALES ORÇATI DORILÊO AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E DETERMINAÇÃO DE METAIS EM CIMENTOS PORTLAND E À BASE DE MTA Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas Integradas, da Universidade de Cuiabá – UNIC, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Ciências Odontológicas Integradas, Área de Concentração Odontologia. Orientador: Prof. Dr. Álvaro Henrique Borges. Cuiabá, 2013 FICHA CATALOGRÁFICA Catalogação na Fonte D697a Dorilêo, Maura Cristiane Gonçales Orçati. Avaliação das propriedades físico-químicas e determinação de metais em cimentos portland e à base de MTA/ Maura Cristiane Gonçales Orçati Dorilêo – Cuiabá: Universidade de Cuiabá - UNIC, 2013. 144 f. : il. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas da Universidade de Cuiabá – UNIC, para obtenção do título de Mestre em Ciências Ontológicas Integradas área de concentração Odontologia. Orientador: Prof. Dr. Álvaro Henrique Borges. 1. Odontologia 2. Endodontia. 3. Propriedades Físico-química 4. Cimento Portland – MTA - Clinquer. 5. Tratamento Endodôntico. 6. Material Odontológico. I. Título. II. Dorilêo, Maura Cristiane Gonçales Orçati III. Universidade de Cuiabá - UNIC. CDU: 616.314.18 Bibliotecárias Patrícia Jaeger / CRB1-1736 Valéria Oliveira dos Anjos / CRB1-1713 MAURA CRISTIANE GONÇALES ORÇATI DORILÊO AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E DETERMINAÇÃO DE METAIS EM CIMENTOS PORTLAND E À BASE DE MTA Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas Integradas, da Universidade de Cuiabá – UNIC como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Ciências Odontológicas Integradas – Área de Concentração Odontologia. Orientador: Prof. Dr. Álvaro Henrique Borges BANCA EXAMINADORA __________________________________ Orientador Prof. Dr. Álvaro Henrique Borges __________________________________ Membro Titular Prof. Dr. Ricardo Dalla Villa __________________________________ Membro Titular Prof. Dr. Fábio Luiz Miranda Pedro Cuiabá, _____ de _______________ de 2013. Conceito Final: _____________ Dedico este trabalho a Deus por me conduzir e colocar no meu caminho pessoas especiais que acreditaram nos meus sonhos. AGRADECIMENTOS Ao meu Orientador e Coordenador do Programa de Mestrado em Ciência Odontológicas Integradas, Prof. Dr. Álvaro Henrique Borges, por permitir desde o primeiro momento em que nos conhecemos que eu fosse sua amiga e colega de trabalho. Sei que nosso encontro não é só uma passagem, somos muito mais que isso, te considero meu irmão de VIDA. Muito obrigada pela confiança, pelos ensinamentos, orientação e condução deste trabalho com carinho e incentivo. Admiro você pela pessoa que é e por tudo que construiu, real bagagem que vai levar para a eternidade. Cito agora uma parte da música “Coração de estudante“: Coração de estudante A que se cuidar da vida A que se cuidar do mundo.... ...continue cuidando do mundo, através dos seus ensinamentos e condutas. Aos meus pais Dorival Orçati e Maria Luiza Gonçales Orçati. Pessoas que dedicaram a vida para o bem-estar da nossa família, sem medir esforços. Sei que o combustível para isso foi o AMOR INCONDICIONAL que pais têm por seus filhos. Não me vejo sendo fruto de outra árvore, e agradeço muito a Deus por esta dádiva. Sinto-me orgulhosa por ter vocês como condutores de vida. Vocês sempre me disseram que conseguiria. Esta vitória é nossa. Ao meu marido Marco Aurélio Oliveira Dorilêo. Meu companheiro de vida. Mesmo passando por momentos que achamos que não conseguiríamos, nós nos apoiamos e conseguimos alcançar nossos objetivos. Crescemos juntos, e entendemos que Deus nos uniu para que aprendêssemos. Hoje me sinto mais forte, mais confiante e, com você, tenho certeza de que conquistaremos muito mais. TE AMO. Aos meus filhos Guilherme Orçati Dorilêo e Henrique Orçati Dorilêo. Depois que vocês nasceram entendi o que é o verdadeiro AMOR. Deus me brindou com anjos que souberam entender o meu afastamento e ausência, meu nervosismo e intolerância. Agradeço por ter vocês ao meu lado. Sei que mesmo passando estes períodos muito atribulados, vocês tem o entendimento de que isso tem um objetivo. Obrigada pelo apoio e compreensão. AMO vocês. Aos meus irmãos, Luiz Fernando Gonçales Orçati, Maria de Lourdes Orçati Campos e Tânia Regina Gonçales Orçati. Obrigada pelas palavras de incentivo e carinho que muito me fortaleceram. Aos meus cunhados e cunhadas: Márcio Frederico Oliveira Dorilêo, Danielle Daltro Dorilêo, André Luiz Zanetti, Leniane Aparecida Dorilêo Zanetti, Renata Orçati e Paulo César Campos: Sei que tenho em vocês verdadeiros irmãos. Espelho-me em muitos dos seus esforços e conquistas. Obrigada. Aos meus sogros: Joira Leite de Oliveira Dorilêo e Aureliano Gonçalves Dorilêo. Sempre acreditando e me apoiando. Obrigada por tudo. Aos meus tios e tias: Cida, Tonhão, Paulo, Zezé, Zenaide, Nice, Joirce, Zeca, Inês e Fátima. Vocês e suas famílias fazem parte da construção da pessoa que sou hoje. Amo vocês! Ao tio Beto (in memorian), grande defensor e incentivador da continuidade no estudo. Sua presença sempre será importante para mim. Ao professor Dr. Ricardo Dalla Villa – professor responsável pelo Laboratório de Análises de Contaminantes Inorgânicos (UFMT): Por acreditar no nosso projeto e me aceitar dentro de seu laboratório, dispendendo em muitos momentos seu tempo precioso na condução e orientação deste trabalho. Pessoas raras como o senhor temos que enaltecer e reiterar que o educador é aquele que não vê impedimentos no horizonte do aprendizado. Meus sinceros agradecimentos. Ao diretor de Pesquisa e Pós-graduação Stricto Sensu, professor Dr. Carlo Ralph De Mussis – Obrigada pelo seu empenho e conduta que sempre tranformaram os nossas conversas em momentos de aprendizado. A sua maneira de enfrentar o mundo muito me inspira a ser uma educadora melhor a cada dia. Ao Diretor do Curso de Odontologia da Unic. Dr. Fábio Luís Miranda Pedro. Gostaria de mostrar neste momento o meu orgulho por te ver galgar degraus com tanta delicadeza e carinho. Tenho uma satisfação enorme em ser sua colega de trabalho, sua aluna e sua amiga. Que Deus te proteja e te conduza para caminhos que você merece como ser humano capaz e coerente que é. Admiro muito você. Ao Diretor do ICET/UFMT e titular no Departamento de química da UFMT, Professor Dr. Edinaldo de Castro e Silva – Agradeço a sua disponibilidade em nos receber e nos conduzir da melhor forma para que pudéssemos realizar este trabalho dentro do departamento de química da UFMT. Aos Professores do curso de Mestrado em Ciências Odontológicas Integradas: Agnes de Fátima Faustino, Álvaro Henrique Borges, Andreza Maria Fábio Aranha, Artur Aburad de Carvalhosa, Alessandra Nogueira Porto, Alex Semenoff Segundo, Evanice Menezes Marçal Vieira, Fábio Luiz Miranda Pedro, Luiz Evaristo Ricci Volpato, Tereza Aparecida Delle Vedove Semenoff, Thiago Cruvinel da Silva e Vinícius Canavarros Palma. Os momentos de convívio agradáveis e proveitosos, sempre rodeados de incentivo para que fosse possível esta formação didática e científica, não serão por mim esquecidos. Sou grata pela paciência e profissionalismo com que a equipe conduz a pós-graduação. Às secretárias do mestrado: Auxiliadora Cristina Rosa da Silva e Cátia Balduino Ferreira pela atenção e prontidão na resolução de tudo que precisei.Vocês são especiais. Aos meus colegas de curso do mestrado: Ana Tereza de S. Campos Neves, Carlos Lucio Antunes, Carlos Rodrigo Barros de Siqueira, Alessandro Tadeu Corrêa Marques, Débora Prado Martins, Kássia Dianny Ramos de Moura, Hevelin Pimenta, Hedilza Harras Cardinal, Hozanah Nunes Souza, Marcus Vinícius Corrêa da Costa, Maria Carmen P. F. Volpato, Maísa Oliveira C. C. Morales, Maria Sônia da Silva Feitosa Oliveira, Valdinei Anísio dos Santos, Rafaelle Aparecida Verão Quevedo Gomes Rausch, Wissem Khalil. Queridos, nosso encontro serviu para mostrar que são infinitas as maneiras que Deus coloca as pessoas para que possamos nos relacionar. Acredito que somos mais fortes hoje. Obrigada pela parceria nos trabalhos, seminários, pelos empurrões quando achei que não iria conseguir, por tudo mesmo. Fiz amigos que serão para a vida inteira, independente de onde eu estiver. Aos meus amigos: Kássia, Marcos Vinícius, Hévelin, Maisa e Rafaelle. O convívio com vocês me fez mais forte. Obrigada por todos os momentos, vocês são realmente especiais na minha vida. Ao meu amigo Alessandro Tadeu: por me ajudar nos testes radiográficos. Amigo, divido o mérito do trabalho com você. Obrigada Aos meus colegas de docência. Realmente eu não sei o que faria sem o apoio de vocês. Em nome de todos citarei alguns que estiveram mais próximos de mim: Durvalino de Oliveira: mesmo que eu quisesse muito, não teria palavras para adjetivar este ser humano bondoso e que sempre tem uma palavra de carinho e atenção. Sempre pronto para ajudar a todos. Me sinto muito grata por fazer parte da sua família, meu TIO de coração. Ricardo Botter: pelo seu carinho, apoio e atenção sempre que precisei. Tenho muita sorte de ter você ao meu lado e me brindar sempre com sua ética, honestidade e bondade. Obrigada de todo o coração. Sandro Marco Stefanini: agradeço seu carinho, seu poder de escuta e conselhos para que eu pudesse vencer alguns obstáculos. Aprendi com você a dizer obrigada sempre e a tudo o que nos acontece. À Adriana Santos Silva. Obrigada por se dedicar à minha pesquisa, mesmo sabendo que estaria deixando de fazer a sua. Talvez nunca poderei agradecer, mas saiba que nunca esquecerei dos seus esforços. Aos meus alunos da Iniciação científica: Luiz Fillipi Shiraia, Jeferson Diaz de Oliveira, Yasmine Dalabrida, Rubia Azevedo, Danielle Mendes Ferreira, Laíse Aparecida Tolomeu, Monique Crestani, Maria Juliana Pereira da Silva. Vocês foram grandiosos no que fizeram. Acredito que a ciência é feita disso, de não cansar nunca e sempre estar em busca de mais e mais descobertas e conquistas. Assim diz Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Obrigada pela ajuda, pelo incentivo, e pelo aprendizado que sempre tenho com vocês. A todos os que me incentivaram e acreditaram em mim: Monye Perini, Monique Sobral, Ana Tereza Arruda e Júlio Modesto. Aos Funcionários da Faculdade de Odontologia de Cuiabá: Obrigada pelo carinho e ajuda em todos os momentos. Á UNEMAT- Por ter nos ajudado com a aprovação do nosso projeto. À UNIVERSIDADE DE CUIABÁ (UNIC): Me sinto honrada por fazer parte da história desta instituição como aluna desde a graduação, especialização e agora como mestranda. Sou filha da casa e trabalho para que melhore e permaneça como instituição de referência no nosso estado. “Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. Então você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não poderia mais. Entende que a VIDA tem valor e que você tem valor diante da VIDA.” William Shakespeare Este trabalho foi realizado com apoio da FAPEMAT, através do Edital Universal nº 009/2001 RESUMO RESUMO DORILÊO, M. C. G. O. Avaliação das Propriedades físico-químicas e determinação de metais em cimentos Portland e à base de MTA. 2013. 139 f. Dissertação (Mestrado) – Pós-Graduação em Ciências Odontológicas, Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2013. O presente estudo teve como objetivo avaliar a solubilidade, potencial hidrogeniônico (pH), condutividade elétrica, radiopacidade e a determinação de metais (zinco, bismuto, chumbo níquel, crômio, cobre, cádmio, cálcio manganês e ferro) dos cimentos Portland e à base de MTA. Os estudos de solubilidade, pH, condutividade elétrica e radiopacidade seguiram os padrões determinados pela especificação n° 57 da ANSI/ADA (2000). Analisou-se o pH e condutividade elétrica nos períodos de 1, 3, 5, 15, 30, 60, 120, 180, 240, 360, 540, 720, 1440, 2880, 4320, 5760, 8640, 10080, 21600 e 43200 min. Para determinação da radiopacidade foi utilizado o sistema Digora. A determinação dos metais foi feita por espectrômetro de absorção atômica. Os resultados evidenciaram menores solubilidades (p>0,05) dos cimentos ProRoot MTA® (0,05%) e MTA BIO® (0,06%). O cimento MTA Fillapex® apresentou a maior solubilidade (2,88%). Na análise da variação do pH não foram encontradas diferenças significantes (p<0,05) entre os materiais. Após a imersão dos corpos-de-prova em meio aquoso, o pH da solução permaneceram superiores a 9,81 por todo o período do teste. No teste de condutividade os materiais tiveram comportamento semelhante, sem diferenças significantes entre os materiais (p<0,05). No teste de radiopacidade, os cimentos à base de MTA apresentaram valores (p>0,05) acima do degrau 3 da escala de alumínio (150,40 mm.Al), e os cimentos Portland obtiveram valores abaixo desse nível (p>0,05). No que refere-se aos metais, o cimento Portland branco estrutural demonstrou os maiores valores para cálcio (p>0,05). Maiores valores de ferro foram encontradas nos cimentos Portland cinza dos tipos II e IV (p>0,05). O MTA FillApex® evidenciou os menores valores de zinco, cobre, chumbo, níquel, manganês e cromo (p>0,05). O cimento Porland branco estrutural e não estrutural apresentaram os maiores valores de arsênio (p>0,05). Os menores valores de bismuto foram encontrados nos cimentos Portland (p>0,05). Apesar de detectado, não foi possível quantificar o cádmio. Concluiu-se, que o MTA BIO® e o ProRoot MTA® foram os menos solúveis. Todos os cimentos tiveram comportamento semelhante na análise do pH e condutividade elétrica. Somente os cimentos à base de MTA apresentaram radiopacidade satisfatória. Os metais estudados foram detectados em todos os materiais. Palavras-chave: Odontologia. Endodontia, Solubilidade, Cirurgia parendodôntica. ABSTRACT ABSTRACT DORILÊO, M. C. G. O. Evaluation of Physico-chemical properties and the determination of metals in Portland cement and MTA based. 2013. 139 f. Dissertation (Master’s Program) - Postgraduate Dental Science Integrated, University of Cuiabá-UNIC, Cuiaba, 2013. This study aimed to evaluate the solubility, hydrogenionic potential (pH), electrical conductivity, radiopacity and detection / quantification of metals (zinc, bismuth, lead, nickel, chromium, copper, cadmium, calcium, manganese and iron) of Portland cement and MTA-based cements. The solubility studies, pH, electrical conductivity and radiopacity followed the standards determined by the specification No. 57 of ANSI / ADA (2000). The pH was examined at 1, 3, 5, 15, 30, 60, 120, 180, 240, 360, 540, 720, 1440, 2880, 4320, 5760, 8640, 10080, 21600 and 43200 min. For the determination of radiopacity, a Digora System was used. For the determination and quantification of metals was used atomic absorption spectrometer. The results showed lower solubilities (p> 0.05) of cement ProRoot MTA ® (0.05%) and MTA BIO® (0.06%). The MTA Fillapex® cement showed the highest solubility (2.88%). In the analysis of pH variation were not found significant differences (p <0.05) between the materials. After dipping the bodies of the test piece in an aqueous medium, the pH showed alkali remaining stable throughout the test period. Similar behavior was observed with electrical conductivity, with no significant differences between the materials (p <0.05). In the test of radiopacity, the MTA-based cements showed values (p> 0.05) higher than the third step of the escale aluminum (150.40 mm.Al), and Portland cements obtained values below that level (p> 0.05). As refers to metals, white Portland cement structural showed the highest amount of calcium (p> 0.05). Larger quantities of iron were found in the gray Portland cement types II and IV (p> 0.05). The MTA FillApex® showed the lowest quantities of zinc, copper, lead, nickel, manganese and chromium (p> 0.05). The white cement Porland structural and nonstructural showed the highest amounts of arsenic (p> 0.05). Smaller quantities of bismuth have been found in Portland cement (p> 0.05). Although detected, it was not possible to quantify cadmium. It was concluded that the MTA BIO® and ProRoot ® were the least soluble. All cements showed similar analysis of pH and electrical conductivity. Only the MTA-based cements showed satisfactory radiopacity. The metals studied were detected in all materials. Keywords: Dentistry. Endodontics, Solubility, Paraendodontic surgery. LISTA DE TABELAS LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Descrição dos cimentos utilizados com a respectiva composição e identificação do fabricante. ................................................................... 810 Tabela 2 - Concentração dos padrões (mg/L ), utilizados para análise dos metais 910 Tabela 3 - Parâmetros das lâmpadas para métodos de leituras de cada elemento............................................................................................... 923 Tabela 4 - Limites de detecção (LD) e quantificação (LQ) em mg/g..........................94 Tabela 5 - Solubilidade (em porcentagem) dos cimentos - valores originais, médias e desvio padrão. ...................................................................... 966 Tabela 6 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação da solubilidade. ......................................................................................... 977 Tabela 7 - Médias e desvio padrão da leitura do pH da solução com os respectivos cimentos. ........................................................................... 988 Tabela 8 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do pH. ............. 999 Tabela 9 - Fator de variação: tempo. Teste de Tukey. Avaliação do pH. ............... 100 Tabela 10 - Médias e desvio padrão da condutividade elétrica, em µS.cm-1, das soluções com os respectivos cimentos. ............................................. 1011 Tabela 11 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação da condutividade elétrica ......................................................................... 1022 Tabela 12 - Médias e desvio padrão da radiopacidade (em milímetros de alumínio) dos cimentos. ..................................................................... 1033 Tabela 13 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey ...................................... 1033 Tabela 14 - Quantificação dos metais (mg/g). ...................................................... 1044 Tabela 15 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do cálcio. .... 1055 Tabela 16 - Fator de variação cimento. Teste de Tukey. Avaliação do ferro. ....... 1066 Tabela 17 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do zinco. ..... 1066 Tabela 18 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do cobre. .... 1077 Tabela 19 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do manganês........................................................................................... 1077 Tabela 20 - Quantificação dos metais pesados (mg/g) ......................................... 1088 Tabela 21 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do arsênio. .. 1099 Tabela 22 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do chumbo.11010 Tabela 23 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do bismuto.11010 Tabela 24 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do níquel. .... 1111 Tabela 25 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do cromo. ... 1111 LISTA DE FIGURAS LISTA DE FIGURAS Figura 1 - (A) Molde circular de teflon confeccionado com 7,75mm de diâmetro interno e 1,5mm de espessura; (B) Molde preenchido com o cimento e com fio de nylon inserido na massa do material ainda amolecido; (C) Corpos-de-prova desinformados e pesados; (D) Amostras prontas com os corpos-de-prova imersos em 7,5mL de água destilada e deionizada.832 Figura 2 - Balança analítica de precisão com corpo-de-prova no seu interior .......... 84 Figura 3 - pHmetro digital com eletrodo imerso na solução a ser analizada. ........... 85 Figura 4 – Recipientes plásticos contendo os corpos-de-prova imersos em 7,5mL de água destilada e deionizada. ............................................................... 85 Figura 5 – (A) Condutivímetro digital. (B) Eletrodo imerso na solução testada. ....... 86 Figura 6 - Suporte de acrílico com o cone de raioX acoplado, as placas de acrílico carregadas com os cimentos e o penetrômetro de alumínio. ................... 87 Figura 7 - Imagem radiográfica dos corpos-de-prova para a análise de radiopacidade dos cimentos. .................................................................... 89 Figura 8 - (A) Balança analítica de precisão (B) Amostras em tubos de ensaio contendo ácidos clorídrico (37%) e nítrico (65%); (C) Amostras na chapa digestora; (D) Amostras em repouso para o resfriamento. ............ 90 Figura 9 - Amostras sendo filtradas e volumadas em 50,00 mL. .............................. 91 Figura 10 - Espectômetro de absorção atômica ....................................................... 92 LISTA DE ABREVIATURAS LISTA DE ABREVIATURAS As Arsênio ABCP Associação Brasileira dos Cimentos Portland ADA American Dental Association ANSI American National Standard Institute Bi Bismuto Ca Cálcio CaO Óxido de cálcio Cd Cádmio Cu Cobre Cr Cromo °C Graus Célsius FDA Food And Drugs Administration Fe Ferro HBSS Solução salina de Hank HCl Ácido clorídrico HNO3 Ácido nítrico ISO International Organization for Standardization LD, LQ Limite de detecção e Limite de quantificação do instrumento Mn Manganês mA Miliampere mg/g Miligrama em cada grama mL Mililitros mL/min Mililitros em cada minuto mm.Al Milímetros de Alumínio MTA Mineral Trioxide Aggregate µL Microlitros µS/cm Micro siemens por centímetro Ni Níquel pH Potencial hidrogeniônico Pb Chumbo Zn Zinco SUMÁRIO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 22 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 26 3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 79 4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 81 4.1 AVALIAÇÃO DA SOLUBILIDADE ....................................................................... 82 4.2 AVALIAÇÃO DO PH ............................................................................................ 84 4.3 AVALIAÇÃO DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA ................................................. 86 4.4 AVALIAÇÃO DA RADIOPACIDADE ................................................................... 86 4.5 DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE METAIS .................................................. 90 4.6 DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE ARSÊNIO................................................ 93 4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 94 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 96 5.1 AVALIAÇÃO DA SOLUBILIDADE ..................................................................... 966 5.2 AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DO PH ................................................................ 977 5.3 AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA...................... 100 5.4 AVALIAÇÃO DA RADIOPACIDADE ............................................................... 1022 5.5 DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE METAIS .............................................. 1044 5.6 DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE METAIS PESADOS ............................ 1088 6 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 1133 7 CONCLUSÕES ................................................................................................ 13030 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 1322 1 INTRODUÇÃO 22 1 INTRODUÇÃO A endodontia reforça a necessidade do eficiente esvaziamento e alargamento do canal radicular com objetivo de alcançar o biofilme bacteriano, promovendo sua ruptura, por meio da ação conjunta do preparo biomecânico, uso de soluções irrigadoras e medicação intracanal (ESTRELA et al., 2012a). O selamento endodôntico objetiva impedir que microrganismos e toxinas atingissem os tecidos apicais e periapicais, principal fator para o sucesso do tratamento (ESTRELA, 2009). Entretanto, nas situações clínicas nas quais não foi possível solucionar o problema via ortógrada, faz-se necessária outra abordagem que não seja essa (AZAMBUJA; BERCINI; ALANO, 2006). A apicectomia com obturação retrógrada, modalidade de cirurgia parendodôntica, definida como sendo a ressecção da porção apical radicular seguida da confecção de cavidade e consequente preenchimento com material retrobturador está indicada nesses casos (TORABINEJAD; WATSON; PITT FORD, 1993; CARVALHO et al., 2005; ORSO; FILHO, 2006; BORTOLUZZI et al., 2006). Para essa finalidade, diversos materiais têm sido indicados. Para que o material de preenchimento seja considerado ideal, ele deve apresentar estabilidade dimensional, insolubilidade ao contato com os fluidos tissulares, radiopacidade, facilidade de inserção e manipulação, adequado tempo de trabalho e presa, atividade antimicrobiana, biocompatibilidade e possibilidade de estimular o reparo (GROSSMAN, 1958; GARTNER; DORN, 1992). Até o momento, nenhum material reúne todas essas qualidades. (BRANSTETTER; FRAUNHOFER, 1982; ESTRELA et al., 2000; DUARTE et al., 2002; BERNABÉ et al., 2007; BARBOSA et al., 2007; PARIROKH; TORABINEJAD, 2010; MINOTTI, 2011). Em 1993, na Universidade de Loma Linda/Estados Unidos, um novo cimento à base de Agregado de Trióxido Mineral (MTA), com a indicação para selamento de áreas perfuradas em dentes humanos foi desenvolvido (LEE; MONSEF; TORABINEJAD, 1993). Os resultados apontaram excelentes propriedades físicas (LEE; MONSEF; TORABINEJAD, 1993, TORABINEJAD et al., 1994; GANCEDO-GARAVIA; GARCIA-BARBERO, 2006; ISLAM; CHNG; YAP, 2006b; NANDINI; BALLAL; KANDASWAMY, 2007; BORGES et al, 2010), químicas (TORABINEJAD; WATSON; PITT FORD, 1993; CAMILLERI et al., 2005a; SONG et 23 al., 2006; ISLAM; CHNG; YAP, 2006b; CAMILLERI, 2007; BORGES et al., 2011) e biológicas (HOLLAND et al., 1999; TORABINEJAD; CHIVIAN, 1999; HOLLAND et al., 2002; ABDULLAH et al., 2002; CAMILLERI; PITT FORD, 2006; DAMMASCHKE et al., 2010; NDONG et al., 2012). Esse material foi descrito inicialmente como derivado primário do óxido de cálcio (50-75%), dióxido de silicato (15-25%) e óxido de alumínio (3-8%) que durante o processo de produção resulta em combinações de silicato tricálcio (TCS) (Ca3SiO5), silicato dicálcio (Ca2SiO4) e aluminato tricálcio (Ca3Al2O6) (TORABINEJAD; WHITE, 1995; CAMILLERI et al., 2005a). Em 1999, o MTA foi avaliado e aprovado pela FDA (Food and Drugs Administration) sendo a partir de então comercializado com o nome de ProRoot MTA ® (Tulsa Dental Products, Tulsa, OK, USA) (CAMILLERI et al., 2005b; PARIROKH; TORABINEJAD, 2010). Mais tarde, ficou esclarecido que este material seria um cimento Portland comum, do tipo I, com maior grau de fineza e presença de óxido de bismuto como agente radiopacificador (ESTRELA et al., 2000; FUNTEAS; WALLACE; FOCHTMAN, 2003; ASGARY et al., 2005; CAMILLERI et al., 2005a; HWANG et al., 2011). Em virtude disso, a Dentsply/Tulsa, em 2001, revelou a composição do MTA como sendo 75% de cimento Portland, acrescido de 20% de óxido de bismuto e 5% de sulfato de cálcio dihidratado (MINOTTI, 2011). Nessa mesma época, foi introduzido no mercado brasileiro o MTA Angelus®, com 80% de cimento Portland e 20% de óxido de bismuto (DUARTE et al., 2003; SONG et al., 2006). Atualmente, o cimento MTA é encontrado comercialmente em duas formulações, disponibilizado nas cores cinza e branca (CAMILLERI et al., 2005a; CAMILLERI et al., 2005b; ISLAM; CHNG; YAP, 2006a). O material de cor branca apresenta composição similar ao cinza, no entanto, sem óxidos de ferro, magnésio e alumínio, na sua composição (ASGARY et al., 2005; ROBERTS et al., 2008). Nesse mesmo contexto, o cimento Portland é encontrado na variedade branca e cinza (ISLAM; CHNG; YAP, 2006a). O cimento branco pode ser classificado em dois subtipos: estrutural e não estrutural, de acordo com a quantidade de material carbonático na sua composição (ABCP, 2002). Embora os cimentos Portland e à base de MTA possuam propriedades biológicas semelhantes, diferenças importantes podem ser notadas em relação às características da massa dos materiais e propriedades físico-químicas (DAMMASCHKE et al., 2005; SONG et al., 2006, CAMILLERI, 2007; BORGES et al., 24 2010; GONÇALVES et al., 2010, BORGES et al., 2011; FORMOSA et al., 2012a). Estudos tem detectado a presença de metais contaminantes que foram agregados durante o processo de produção (DUARTE et al., 2005; BRAMANTE et al., 2008; DE-DEUS et al., 2009; CHANG et al., 2010; GONÇALVES et al., 2010; MATSUNAGA et al., 2010; SCHEMBRI; PEPLOW; CAMILLERI, 2010; CHANG et al., 2011; BORGES et al., 2012; CAMILLERI et al.,2012), em consequência da substituição de combustíveis primários por alternativos (ACHTERNBOSCH et al., 2005; MINOTTI, 2011). Este fato é preocupante em função dos elementos contaminantes eventualmente provocar alterações orgânicas importantes por intoxicação, levando o indivíduo a desenvolver doenças como neoplasias (TREAS; TYAGI; SINGH, 2012), alteração de funções neurológicas (MOREIRA; MOREIRA, 2004), hepáticas, renais, auditivas, chegando até à morte por intoxicação (AZEVEDO; CHASIN, 2003). Para o emprego clínico, segurança de indicação ou mesmo a escolha de um material alternativo, é importante que o cirurgião dentista tenha conhecimento do comportamento destes materiais. Desta forma, é compulsória a realização de estudos no sentido de se compreender o comportamento físico-químico destes materiais. 2 REVISÃO DE LITERATURA 26 2 REVISÃO DE LITERATURA Grossman (1958), almejando um cimento de cor clara, sem a coloração cinza dos cimentos à base de prata, preconizou um novo cimento obturador de canais radiculares. O autor baseou-se na fórmula de um cimento preconizado em 1936, com as seguintes modificações: remoção da prata e adição do subcarbonato de bismuto e do sulfato de bário como agentes radiopacificadores. Esse novo cimento, além de não manchar as estruturas dentais, deveria apresentar facilidade de manipulação, boa plasticidade, adesividade satisfatória e radiopacidade adequada. No líquido, foi adicionado óleo de amêndoas doces ao eugenol, com finalidade de obter um tempo de endurecimento mais longo. O líquido deveria ser usado apenas na forma líquida e transparente, uma vez que, quando escurecido, significaria a oxidação do eugenol, o que acarretaria aceleração do tempo de endurecimento. Manipulado de maneira correta, o cimento deveria se apresentar como uma massa branca, suave e sem grânulos. Manson-Hing (1961) avaliou a radiopacidade correlacionando a liga de alumínio com diferentes espessuras às estruturas dentárias humanas. Foi confeccionada uma escala de alumínio (penetrômetro) com espessura que variou entre 1 e 8 mm, sobrepondo fatias de alumínio nas dimensões de 4 X 4 mm e espessura de 1 mm cada. Além disso, foram confeccionadas escalas com a sobreposição de tecido dentinário e esmalte, obtidos a partir de dentes humanos íntegros. As escalas foram radiografadas a uma distância foco-objeto de 40 cm e as imagens comparadas e correlacionadas conforme o grau de radiopacidade. Os resultados evidenciaram que o contraste do esmalte foi maior que a dentina em áreas de espessura fina, por outro lado, em áreas espessas, o contraste da dentina foi maior. O contraste da dentina, esmalte e do alumínio comportaram de maneira inversamente proporcional à quilovoltagem. A partir de então, foi proposta a utilização das escalas de alumínio em substituição às de dentina, nos estudos de radiopacidade. Branstetter e Von Fraunhofer (1982) avaliaram as propriedades físicas de cimentos obturadores de canais radiculares. Foi realizado um levantamento de artigos científicos que tratavam de propriedades físicas dos cimentos: ProcoSol, Diaket, Tubliseal e Nogenol. Foram avaliados o pH, absorção de água, solubilidade, 27 alteração dimensional e resistência à compressão. Os resultados demonstraram que as resistências à compressão do ProcoSol, Diaket e Tubliseal foram satisfatórias. O Diaket foi o cimento mais estável no que se refere a alteração dimensional. O ProcoSol e o Tubliseal apresentaram alta solubilidade e desintegração em meio aquoso. Os autores concluíram que havia grande incoerência quanto aos valores obtidos sobre as propriedades físicas dos cimentos, por diversos pesquisadores. Advogaram ainda sobre a necessidade de padronização dos métodos de avaliação. Gartner e Dorn (1992), por meio de revisão conceitual, criticaram o termo apicectomia e propuseram a substituição da designação de cirurgia perirradicular. Com o incremento da importância dessa modalidade cirúrgica e melhor preparo técnico do profissional, uma quantidade maior de dentes passou a ser mantida, quando antes a perspectiva era somente a extração. O material retrobturador ideal deveria ter estabilidade dimensional, bom comportamento frente à umidade, fácil manipulação, insolubilidade aos fluidos bucais, radiopacidade necessária para identificação por meio de imagens, não toxico, bem tolerado pelos tecidos periapicais e não alterar o processo de reparo. Novos materiais retrobturadores, como por exemplo, o Super-EBA e o IRM, em substituição ao amálgama, reduziram a infiltração apical, e assim, aumentando a porcentagem de êxito, em casos cirúrgicos. Lee, Monsef e Torabinejad (1993) avaliaram a capacidade de impedir a infiltração de três cimentos utilizados para preenchimento de perfurações radiculares. Cinquenta molares superiores e inferiores foram utilizados neste estudo. As perfurações foram realizadas experimentalmente na raiz mesial, com brocas esféricas, inclinadas 45° em relação ao longo eixo do dente e preenchidas com amálgama, IRM e do cimento MTA (agregado trióxido mineral), distribuidos em grupos. Os dentes foram imersos em solução salina, por 4 semanas, para simular as condições clínicas e por mais 48 horas em corante azul de metileno. As amostras foram seccionadas e examinadas sob um microscópio óptico. Os resultados mostraram que o MTA apresentou significantemente menor infiltração que o IRM e o amálgama. Torabinejad, Watson e Pitt Ford (1993) avaliaram a capacidade seladora de três materiais retrobturadores. Trinta dentes unirradiculares foram limpos e, após a obturação do canal radicular, as superfícies externas das raízes foram 28 impermeabilizadas com esmalte de unha. A porção apical foi preparada e, em seguida, preenchida com o material a ser testado (amálgama, Super-EBA e MTA). Os dentes foram distribuídos em três grupos de acordo com o agente de preenchimento, permanecendo imersos em solução de Rodamina B fluorescente, por 24 horas. A extensão da penetração do corante foi avaliada por meio de microscopia óptica. Os resultados evidenciaram menor grau de infiltração no grupo do MTA quando comparado ao amálgama e Super-EBA. Os maiores valores de infiltração foram encontrados no grupo do amálgama. O Super-EBA apresentou valores intermediários. Foi possível concluir, por meio da metodologia empregada que o MTA foi o melhor material retrobturador, quando comparado ao amálgama e Super-EBA, no que se refere ao selamento apical. Torabinejad et al. (1994) compararam a capacidade seladora de quatro materiais retrobturadores, na presença de sangue. Foram selecionados 90 dentes anteriores unirradiculares, os quais foram instrumentados e obturados. As raízes foram seccionadas na sua porção apical e as cavidades preparadas com brocas esféricas penetrando-se 2 a 3 mm no interior do canal radicular. Os grupos foram distribuídos conforme o material selador a ser testado: GI - amálgama; GII - SuperEBA: GIII - IRM e GIV – MTA, e um grupo controle sendo 5 raízes obturadas com guta-percha sem cimento e 5 raízes com cera pegajosa. Metade da quantidade das raízes de cada grupo recebeu o material com a cavidade apical completamente seca, enquanto na outra parte o material foi inserido somente após a contaminação das raízes com sangue. Os dentes foram imersos em corante azul de metileno a 1% por 72 horas e posteriormente clivados para a análise da infiltração linear, por meio de microscopia eletrônica de varredura. Os autores concluíram que a infiltração linear do corante ocorreu independentemente da presença ou não do sangue. Dentre os materiais avaliados, o MTA foi o que apresentou menor grau de infiltração. Torabinejad et al. (1995) estudaram a composição química e o pH do MTA. Neste experimento, os autores compararam também, o tempo de endurecimento, a força de compressão, a solubilidade e a radiopacidade do MTA com a do amálgama, Super-EBA e IRM. A análise foi realizada por meio de espectrômetro de energia dispersiva, e o pH foi medido por meio de pHmetro. Os testes de radiopacidade seguiram as normas ISO. Os testes para definição de tempo de presa e a resistência à compressão seguiram o método da Bristish Standards 29 Institution, e a solubilidade foi determinada seguindo as normas da ADA. A análise mostrou que os principais constituintes do MTA são os íons de cálcio e fósforo. O cimento, após tomar presa, passa a ser constituído por óxido de cálcio, na forma de cristais discretos e fosfato de cálcio, com estrutura amorfa e aparência granular. A composição média dos prismas é de 87% de cálcio, 2,47% de sílica e o restante de oxigênio. As áreas de estrutura amorfa contem 33% de cálcio, 49% de fosfato, 2% de carbono, 3% de cloreto e 6% de sílica. O pH inicial da mistura foi de 10.2, aumentando para 12.5, após três horas, onde permaneceu constante. Os resultados revelaram que o amálgama mostrou o menor tempo de endurecimento (4 min) e o MTA, o maior (2 h e 45 min). Quanto à força de compressão o MTA evidenciou os menores valores (40 MPa), nas primeiras 24 h, aumentando para 67 MPa após 21 dias, superando a do IRM e ficando próxima a do Super-EBA (78,1 MPa). O amálgama, Super-EBA e MTA não mostraram sinais de solubilidade em meio aquoso. Com exceção do IRM, os materiais apresentaram solubilidade dentro das especificações exigidas pela ADA. A radiopacidade apresentada pelo cimento MTA (7,17 mm/ Al) foi maior que a do Super-EBA e IRM, no entanto, menor que a do amálgama. Os autores concluíram que o MTA tem propriedades físicas adequadas para ser indicado como material retrobturador. Holland et al. (1999) compararam a biocompatibilidade do cimento MTA e do hidróxido de cálcio. Foram implantados tubos de dentina preenchidos com os materiais no tecido subcutâneo de ratos. Os animais foram sacrificados depois de 7 e 30 dias, e as peças preparadas para estudo histológico. Algumas peças foram descalcificadas para análise por meio da luz polarizada e da técnica de Von Kossa. Os resultados mostraram que na abertura dos tubos haviam granulações birrefrigentes a luz polarizada. Próximo às granulações, o tecido formado apresentava aspecto irregular. As paredes dentinárias exibiam no interior dos túbulos uma estrutura altamente birrefringente. Os autores concluíram que os mecanismos de ação de ambos materiais eram similares. Torabinejad e Chivian (1999) descreveram algumas aplicações clínicas para o MTA, como por exemplo, em capeamento pulpar em dentes com pulpite reversível e na apicificação e reparo cirúrgico e não cirúrgico de perfurações radiculares. Baseados em estudos in vitro e in vivo, os autores afirmaram que o MTA tem sido proposto, como uma boa opção de material de preenchimento e 30 estimulador de reparo tecidual. Salientaram a biocompatibilidade do material, bem como a sua capacidade de prevenir a microinfiltração e promover a regeneração de tecidos, quando em contato com a polpa dental ou tecidos perirradiculares. Wucherpfennig e Green (1999) compararam as características micro e macroscópicas, e a biocompatibilidade dos cimentos Portland e MTA. A análise das características foi realizada a partir de difração de raios-X. Para análise da compatibilidade dos materiais, culturas de células osteoblásticas (MG-63) foram cultivadas na presença dos cimentos. Nos experimentos in vivo, com ratos adultos, os cimentos Portland e MTA foram usados em capeamento pulpar direto de molares superiores. Constataram que os cimentos Portland e MTA apresentavam características micro e macroscópicas semelhantes, sendo constituídos, principalmente, por cálcio, sílica, fosfato e que endurecem na presença de água. Quanto à biocompatibilidade, os dois materiais mostraram, após 4 e 6 semanas, formação da mesma matriz. A análise mostrou, por meio de microscopia óptica, que tanto o MTA quanto o cimento Portland induziram a formação de barreira de tecido mineralizado, no período de estudo. Como conclusão os autores sugeriram que o cimento Portland poderia ser um bom material de preenchimento, tanto quanto o MTA. A American National Standard Intitute/American Dental Association estabeleceu uma série de normas e testes para avaliar os materiais obturadores endodônticos, com a finalidade de promover a uniformidade dos resultados. Os testes de escoamento, espessura de película, tempo de trabalho, tempo de presa, solubilidade e desintegração, radiopacidade e estabilidade dimensional foram incluídos na Especificação n° 57 da ANSI/ADA. (ANSI/ADA, 2000). Estrela et al. (2000) investigaram a ação antimicrobiana do MTA, cimento Portland, pasta de hidróxido de cálcio, Sealapex e Dycal, e analisaram a composição química do MTA e cimento Portland. Foram utilizadas quatro cepas isoladas de bactérias, uma de fungo e uma mistura delas. Para análise dos elementos químicos foi utilizado um espectômetro de fluorescência. Os autores verificaram que o ProRoot MTA e o cimento Portland apresentaram atividade antimicrobiana similar entre si, porém menor que a pasta de hidróxido de cálcio. Os cimentos MTA, Portland e Sealapex apresentaram apenas zonas de difusão, sendo que a maior delas foi encontrada no grupo do Sealapex. Relataram também que o MTA e 31 cimento Portland apresentaram praticamente a mesma composição, diferindo apenas na presença do óxido de bismuto, presente no ProRoot MTA, e o cimento Portland pode conter algumas impurezas, dependendo do local de onde é extraído. Laghios et al. (2000) compararam a radiopacidade de 11 materiais retrobturadores (amálgama, Diaket, IRM, guta percha, Super-EBA, ProRoot MTA, Advance, Fuji II LC, Geristore, Vitrebond, Ketac Fil) e um agente radiopacificador (fosfato de tetracálcio) à radiopacidade da dentina humana. As amostras dos materiais foram acondicionadas em anéis metálicos de 10mm de diâmetro e 2mm de espessura. Esses anéis foram apoiados sobre uma película de raios-x juntamente com uma escala graduada de alumínio, e submetidos a exposição radiográfica. As densidades ópticas dos espécimes foram correlacionadas, por meio de uma equação de análise regressiva, à espessura da escala de alumínio, equivalente. Nove cimentos testados, dentre eles o MTA, apresentaram radiopacidade aceitável. O fosfato de tetracálcio e 2 cimentos de ionômero de vidro não apresentaram radiopacidade suficiente. O amálgama apresentou a maior radiopacidade dentre os materiais avaliados. Abdullah et al. (2002) estudaram a biocompatibilidade dos cimentos Portland com e sem acelerador de presa, ionômero de vidro e MTA. A análise consistiu na observação de células sadias e mortas encontradas próximas aos materiais avaliados. Os resultados mostraram células necróticas foram no grupo do cimento de ionômero de vidro, enquanto células saudáveis foram identificadas próximas aos cimentos Portland, com e sem acelerador de presa, e MTA. Por meio do teste de ELISA, foram observados níveis de interleucina e osteocalcina significantemente maiores no cimento Portland, comparados ao grupo controle e o ionômero de vidro. Baseado nesses achados, os autores concluíram que os cimentos Portland, nas suas duas variações, assim como o MTA não apresentaram toxidade além de mostrarem potencial de reparo ósseo. Deal et al. (2002) compararam as propriedades químicas e físicas do ProRoot MTA, cimento Portland e de um material experimental, o MTA de presa rápida. Foi empregada eletroscopia de energia dispersiva e teste de inductibilidade de plasma, para análise química. O pH e o tempo de endurecimento foram avaliados segundo as normas da ANSI/ADA, especificação nº 96. A proporção pó-líquido utilizada foi de 1 g de pó para 0,35 mL de água, para todos os materiais testados. Os 32 resultados mostraram que os materiais apresentaram composição química semelhante, inclusive com a presença de bismuto de 20,1% para o ProRoot MTA®, 17,3% para o cimento Portland e 15,5% para o MTA de presa rápida. Imediatamente após a manipulação, o pH foi de 11,72 para o ProRoot MTA ®, 11,74 para o cimento Portland e 11,69 para o MTA de presa rápida; depois de 30 min, foi de 12,3 para os dois primeiros cimentos, não havendo leitura para o MTA de presa rápida, uma vez que o mesmo encontrava-se endurecido. O tempo de presa foi de 156 min para o ProRoot MTA®, 159 min para o cimento Portland e 17 min para o MTA de presa rápida. Segundo os autores, o MTA de presa rápida apresentou propriedades químicas semelhantes às dos outros materiais, porém com tempo de presa significantemente reduzido. Duarte et al. (2002) averiguaram a contaminação existente nos cimentos MTA e Portland. Foi avaliada as contaminações bacteriana e fúngica presentes no MTA-Ângelus e no cimento Portland de um saco recém-aberto e de outro aberto há dois meses. Os materiais foram colocados em 3 mL de caldo de BHI ágar e incubados a 37°C, por 24 horas, e em 3 mL de caldo Sabouraud e incubados a 25°C, por 72 horas. Foi então realizada a agitação e repique dos caldos em placas com meios específicos para o crescimento de Staphylococcus, Pseudomonas, Enterococcus e fungos. As placas com meio específico para bactérias foram incubados a 37°C, por 24 horas, e as com meio específico para fungos mantidos a 25°C, por 15 dias. Os resultados mostraram não haver contaminação nos materiais testados. Guarienti, Etikam e Figueiredo (2002) analisaram a microestrutura superficial e a composição química do MTA e de duas marcas comerciais de cimento Portland. Os corpos-de-prova foram armazenados em locais sem exposição de luz por período de 38 dias, para em seguida serem analisados por meio de microscopia eletrônica de varredura e raios-X de energia dispersiva. Os resultados obtidos mostraram estruturas microscopicamente similares entre os materiais, com exceção da presença do óxido de bismuto, exclusivo no MTA. Os constituintes principais do MTA também foram encontrados nos cimentos Portland, com pequenas diferenças quantitativas, sendo que a presença de molibdênio foi observada apenas nos cimentos Portland. Holland et al. (2002) avaliaram a biocompatibilidade do cimento MTA 33 branco e cinza. Foram implantados tubos de dentina preenchidos com o cimento a ser analisado no tecido subcutâneo de ratos. Decorridos 7 e 30 dias, os animais foram sacrificados e as peças removidas para análise histológica. A interpretação das peças não descalcificadas foi realizada por meio de análise histológica com luz polarizada e a dos tecidos mineralizados pela técnica de Von Kossa. Os resultados mostraram granulações birrefringentes à luz polarizada seguida de estrutura irregular, na forma de ponte, ambos Von Kossa positivos. Foi observado também, no interior dos túbulos dentinários uma camada com granulações birrefringentes à luz polarizada. Não houve diferença no comportamento biológico entre os tipos de MTA. Os autores concluíram que os mecanismos de ação do MTA branco e cinza são similares. Ambos foram bicompatíveis. Regalado et al. (2002) analisaram as variações do pH dos cimentos Portland cinza e branco, ProRoot MTA® e MTA-Ângelus. Os cimentos foram manipulados na proporção de 0,18 mg de pó para 60 μL de água destilada e deionizada. Após a mistura, os cimentos foram colocados em cilindros de polietileno de 5 mm de comprimento e 1,5 mm de diâmetro, com abertura em apenas uma das extremidades. Cinco corpos-de-prova de cada cimento foram imersos em recipientes com 5 mL de água destilada. Um pHmetro digital foi utilizado para as leituras nos períodos de 0, 15, 30 minutos 1, 2, 24 e 48 horas. Os resultados obtidos mostraram que todos os cimentos apresentaram pH altamente alcalino logo após a inserção em meio aquoso (entre 9,1 e 11,3), mantendo-se alto por todo o período de observação. O cimento Portland branco apresentou pH significantemente menor em relação aos demais cimentos, com valores de pH de 9.1, 10 e 10.5 nos períodos de 0, 15 e 30 minutos, respectivamente. Nos tempos de 1 e 2 horas, não houve diferença estatisticamente significante entre os materiais. Nos tempos de 6 horas houve diferenças apenas entre os cimentos Portland branco (10.3) e cinza (11.7). O mesmo comportamento foi observado no período de 24 horas, com diferenças apenas entre os Portland cinza (10.2) e branco (9.2). Não foram encontradas diferença entre o ProRoot MTA® (9.6) e MTA-Ângelus (9.3), nesse mesmo período de análise. Em 48 horas, não houve diferenças significantes entre os materiais: MTA-Ângelus (8.2), ProRoot MTA® (8.1), Portland branco (8.2) e cinza (8.6). Silva et al. (2002) compararam a estabilidade dimensional e solubilidade/desintegração dos cimentos Portland e ProRoot MTA ®. Para análise da 34 estabilidade dimensional, os corpos-de-prova com 12 mm de altura e 6 mm de espessura foram imersos em 30 mL de água destilada. Após 30 dias, os corpos-deprova foram removidos da água, secos e novamente medidos. A variação percentual entre as medidas finais e iniciais determinaram as alterações dimensionais. Nos testes de solubilidade e desintegração os corpos-de-prova com dimensões de 1,5 mm de espessura por 20 mm de diâmetro foram inicialmente pesados e mantidos em 50 mL de água destilada, durante 7 dias. Decorrido esse prazo, os corpos-deprova foram removidos, secos e pesados novamente. Foi determinada a relação entre a massa final e inicial dos corpos-de-prova, percentualmente. Os resultados mostraram que o ProRoot MTA® apresentou-se mais estável dimensionalmente que o cimento Portland. Quanto à solubilidade/desintegração não houve diferença estatisticamente significante entre eles. Os autores observaram que apesar dos materiais apresentarem comportamentos diferentes em relação à estabilidade dimensional, ambos encontravam-se com valores dentro da especificação № 57 da ADA (American Dental Association). Quanto às propriedades de solubilidade e desintegração, ambos mostraram-se valores acima dos parâmetros recomendados. Silveira (2002) estudou o grau de radiopacidade das resinas compostas diretas, de baixa e de alta fuidez, por meio de radiografia digital. Foram utilizadas 6 placas de acrílico, com 3 mm de espessura, 4 cm de comprimento e 3 cm de largura. Nessas placas foram confeccionados 18 orifícios com 5 cm de diâmetro e com distância de 1 mm, entre eles. Em um desses orifícios foi condensado amálgama de prata e outro foi deixado vazio, sem nenhum material. Nos 16 orifícios restantes, foram aplicadas as resinas e, em seguida, fotopolimerizadas. A tomada radiográfica foi realizada com aparelho de raios-X de 70 Kvp, 8 mA e distância foco-objeto de 40 cm. A radiografia foi revelada e analisada utilizando o sistema Digora. Os resultados mostraram, em ordem decrescente, os seguintes valores médios de radiopacidade: Tetric Ceram (202,1); Surefil (192,8); Prodigy Condensável (191,3); Fill Magic Condensável (185,1); P60 (169,1); Solitarie (164,1); Alert (160,3); Glacier (152,1); Tetric Flow (184,1); Flowline (169,8); Flow-It (164,1); Fill Magic Flow (161,6); Filtek Flow (155,5); Natural Flow (155,0); Revolution (145,5) e Wave (134,5). O autor concluiu que o sistema digital foi efetivo para comparação da radiopacidade das resinas fluidas. Duarte et al. (2003) avaliaram a liberação de íons cálcio e o pH de 35 cimentos usados para preenchimento de perfurações. Amostras dos materiais testados (ProRoot MTA® e MTA-Ângelus) foram colocadas em tubos plásticos e imersas em água deionizada para a leitura do pH nos períodos de 3, 24, 72 e 168 horas. Na seqüência, os corpos de prova foram imersos novamente em água deionizada. Este líquido foi analisado em espectofotômetro de absorção atômica para determinação e quantificação da liberação de íons cácio. Os resultados mostraram que a liberação de íons cálcio e o pH dos dois materiais foram inicialmente altos. Os valores encontrados para o grupo do MTA-Ângelus, tanto para o pH quanto a quantidade de íons cálcio foram ligeiramente superiores àqueles encontrados no ProRoot MTA®, para todos os tempos estudados. Os pesquisadores chamaram a atenção para o fato de que esses materiais liberam cálcio em meio aquoso, proporcionando pH alcalino. Fridland e Rosado (2003) analisaram a solubilidade, porosidade e determinaram os elementos químicos liberados do MTA, em diferentes proporções pó/água. Quatro conjuntos de amostras utilizando o ProRoot MTA® foram distribuídos seguindo as proporções água/pó de 0.26, 0.28, 0.30 e 0.33. A solubilidade dos cimentos foi medida de acordo com a especificação № 30 da ANSI/ADA e ISO 6876/ 2001. O pH da água onde os corpos-de-prova foram imersos, para o teste de solubilidade, foi medido utilizando um pHmetro e os resíduos que foram solubilizados na água foram submetidos a análise, por meio de espectrômetro de absorção atômica para a quantificação de alguns elementos químicos. Segundo os autores, o grau de porosidade e solubilidade aumentava à medida que a proporção água/pó também aumentava. Os valores de solubilidade em porcentagem foram 1.76, 2.25, 2.57 e 2.83. O pH das soluções ficou entre 11,94 e 11,99. As análises dos elementos químicos demonstrou que o cálcio foi o principal componente liberado (482 mg/L), seguido de potássio (45 mg/L), sódio (21,40 mg/L), sulfato (5,20 mg/L) e ferro (4,96 mg/L). Pôde-se afirmar que o cálcio liberado estaria na fase de hidróxido devido ao pH ser elevado. Esta capacidade de liberação de hidróxido de cálcio é de relevância clínica, pois estaria relacionado com a capacidade comprovada do MTA de induzir a reparação. Funteas, Wallace e Fochtman (2003) compararam a composição do cimento Portland e MTA. Duzentos gramas de cada cimento foram pesados e adicionados ácido cítrico e peróxido de hidrogênio para posterior digestão. Após o 36 preparo inicial, as amostras foram submetidas à analise por meio de espectrometria de emissão com fonte de plasma acoplado. As análises comparativas revelaram semelhança entre os materiais. De 15 elementos detectados (alumínio, arsênio, bário, bismuto, cálcio, cromo, cobre, ferro, magnésio, manganês, níquel, chumbo, titânio, vanádio e zinco), 14 foram comuns à composição dos dois cimentos. Apenas o óxido de bismuto, encontrado no cimento MTA, não estava presente na composição do cimento Portland. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes na quantificação desses elementos comuns. Os autores concluíram que os cimentos Portland têm sido empregados para diversas finalidades na construção civil, sem, no entanto, ser originalmente empregado como material retrobturador. Pela similaridade na composição dos materiais, o cimento Portland pode ser constituir numa possibilidade de substituição dos cimentos à base de MTA. Moreira e Moreira (2004) buscaram informações recentes sobre os efeitos não confirmados atribuídos ao chumbo. Um levantamento bibliográfico de artigos com base de dados na PubMed e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) acerca dos riscos para a saúde humana associados à exposição ao chumbo e seus compostos , especialmente nas exposições ocupacionais e nas crianças. Os autores concluíram que o chumbo afeta adversamente vários órgãos e sistemas, sendo que as alterações subcelulares e os efeitos neurológicos sobre o desenvolvimento parecem ser os mais críticos. As crianças são as mais vulneráveis aos efeitos deste metal, por razões neurológicas, metabólicas e comportamentais. Archternbosch et al. (2005) investigaram o impacto do uso de combustíveis secundários nas matérias primas e agentes de mistura dos cimentos e concretos. Os elementos contaminantes incorporados, que podem ser liberados para o meio, também foram analisados. Uma avaliação geral do uso. A liberação de contaminantes foi pequena durante a fase de utilização e maior durante as fases de demolição. Asgary et al. (2005) compararam a composição química dos cimentos de MTA. Para este estudo foi utilizado o cimento ProRoot MTA, branco e cinza. As amostras foram preparadas e analisadas por meio de microscópio eletrônico de varredura equipado com detector espectrométrico de energia dispersiva. Em todas 37 as amostras de cimentos testadas foram observadas complexas misturas de minerais com distribuição aleatória de tamanho de partículas de óxido de bismuto. Os tamanhos dos cristais formados no cimento cinza mostraram-se maiores do que aqueles formados no cimento branco, o que sugere que o MTA branco resultou numa mistura mais homogênea. Os resultados indicaram a presença predominante de óxido de cálcio, sílica e óxido de bismuto tanto na amostra de MTA branco quanto na do cinza, perfazendo um total de 82 e 73% do total analítico, respectivamente. As quantidades de óxido de alumínio (1,92%), óxido de magnésio (1,35%) e particularmente óxido de ferro (0,40%) no MTA branco foram consideravelmente menores do que as encontradas no MTA cinza. Os autores concluíram que a ausência significante de óxido de ferro no MTA branco pode ser o fator determinante da mudança da cor do cinza para o branco, quando da comparação das duas amostras de MTA. Camilleri et al. (2005) estudaram a constituição química dos cimentos ProRoot MTA branco e cinza. O material foi estudado na forma de pó, para determinação e identificação dos constituintes, e após a espatulação. Os resultados, por meio dos raios-X de energia dispersiva, mostraram que o MTA branco é composto primariamente por cálcio, sílica, bismuto e oxigênio, assim como o MTA cinza, no qual foram observados também pequenos cristais de ferro e alumínio. A formação de cristais foi observada quando da imersão do material em solução aquosa. Os autores concluíram que a versão comercial do MTA é similar ao cimento Portland, exceto pela adição de óxido de bismuto. Os íons de ferro estão presentes em maior quantidade na constituição do MTA cinza. Camilleri et al. (2005) avaliaram a constituição química dos cimentos Portland cinza e branco, Portland sem gesso e MTA cinza e branco, por meio de raios-X de análise de energia dispersiva e raios-X de difração. A biocompatibilidade dos materiais foi testada pelo método direto, no qual a proliferação de células de osteosarcoma humano foi mensurada, usando corante azul de Alamar, e pelo método indireto, no qual o crescimento e a proliferação celular foram avaliados, usando metiltetrazolium, para testes in vitro. Os resultados obtidos mostraram que os principais constituintes dos materiais foram o cálcio, a sílica e o alumínio. Os cimentos na versão branca diferenciaram da cinza pela ausência dos íons de ferro, enquanto que o MTA diferenciou do cimento Portland pela presença do óxido de 38 bismuto. Todos os materiais analisados mostraram constituição primária de silicato tricálcico e quantidade menor de silicato dicálcico. Nos testes de biocompatibilidade, o teste indireto, para todos os cimentos, mostrou aumento da atividade celular, após o período de 24 horas, em comparação ao grupo controle. O teste de contato direto com os cimentos resultou numa queda da viabilidade celular em todos os períodos estudados. Os autores concluíram que a constituição química dos materiais foi bastante similar. Todos os cimentos mostraram-se biocompatíveis, entretanto o crescimento celular foi pobre, pelo método direto. Por outro lado, o hidróxido de cálcio produzido durante a reação de hidratação do cimento induziu a proliferação celular. Carvalho et al. (2005) demonstraram o uso de MTA em cirurgia parendodôntica com obturação retrógrada. Através de um relato clínico, propuseram discutir a utilização do MTA como alternativa para obturação retrógrada, sendo indicada após todas as alternativas de tratamento endodôntico convencional fracassarem. Concluíram que as propriedades físicas, químicas e biológicas do MTA, somadas à sua aplicabilidade clínica, indicam uma atuação promissora deste material na Odontologia. Chng et al. (2005) analisaram o pH, tempo de endurecimento, solubilidade, radiopacidade, alterações dimensionais e capacidade de selamento apical dos cimentos VERRM e MTA cinza e branco. O pH foi mensurado por meio da imersão do eletrodo de leitura a cada 2 minutos, até o tempo final de 60 minutos. Os tempos de endurecimento, inicial e final, foram medidos, por meio da agulha de Gillmore, de acordo com a ASTM C266-03, para cimentos hidráulicos. Os testes de solubilidade, radiopacidade e alteração dimensional seguiram as normas da ISO 6876/ 2001. Para verificação da capacidade de selamento apical foram confeccionadas retrocavidades, de 3 mm de profundidade, nas raízes de 22 dentes pré-molares humanos, para colocação dos materiais a serem testados. Os resultados mostraram que o pH dos cimentos subiu para 12,2 aproximadamente 10 minutos após a imersão em meio aquoso. Aos 60 min, o pH do MTA branco foi significante maior que os demais cimentos, não havendo diferença entre o MTA cinza e o VERMM. O tempo de endurecimento inicial apresentou diferenças significantes entre os cimentos. O VERRM apresentou menor tempo de endurecimento (40 min) que os demais cimentos, enquanto que o MTA cinza 39 apresentou maiores valores (70 min). O tempo de endurecimento final do MTA cinza foi significantemente maior (175 min) que o do VERRM (140 min). A solubilidade do VERMM (2,14) foi significantemente maior que a do MTA cinza (1,28) e branco (0,97), medida em porcentagem. Quanto à radiopacidade foi notado que apesar do VERMM ser significantemente menos radiopaco (4,5 mm.Al) que o MTA cinza (6,5 mm.Al) e branco (6,7 mm.Al), apresentou valores dentro da exigência mínima da ISO 6876/ 2001. A estabilidade dimensional foi semelhante para os 3 materiais testados, não havendo diferenças estatísticas entre eles. O MTA branco e o VERMM mostraram maior penetração do corante em comparação ao MTA cinza. Os autores concluíram que esse novo cimento pode ser indicado, com segurança, para uso clínico. Dammaschke et al. (2005) analisaram as propriedades físico-químicas dos cimentos Portland e MTA. Os componentes principais dos cimentos, na forma de pó, foram analisados por espectroscopia e raios-X de fotoelétrons e de energia dispersiva. Os componentes de menor importância foram identificados por espectrometria de emissão e plasma indutivamente acoplado. A forma da superfície dos cimentos e suas alterações após o endurecimento foram analisadas por meio de microscopia eletrônica de varredura. Os resultados mostraram que o ProRoot MTA tem menos metais pesados (Cu, Mn, Sr), menos cromóforos (Fe+3), menos alumínio e a metade da quantidade de gesso que os cimentos Portland. Foi observada a presença de bismuto apenas nas amostras de MTA. A quantidade de enxofre para os três cimentos foi três vezes maior na superfície da massa que no pó, indicando que no mecanismo de reação de endurecimento, um sulfato pode prolongar o seu tempo de presa. As partículas que compõem os cimentos Portland mostraram-se de tamanhos maiores e irregulares, enquanto que o MTA apresentou partículas menores e uniformes. Os autores concluíram que apesar dos materiais estudados serem similares não devem ser considerados iguais, não indicando a substituição do MTA pelo cimento Portland. Duarte et al. (2005) determinaram a quantidade de arsênio liberado em cimentos Portland, cinza e branco, e à base de MTA. Após a manipulação, os materiais foram colocados em tubos plásticos e imersos em frascos contendo água em pH 5. Após períodos de 3 e 168 horas, a solução de imersão das amostras dos 40 cimentos foi analisada para determinação da presença de arsênio, por meio da espectrofotometria de absorção atômica com geração de hidretos. Os resultados mostraram que os níveis de arsênio foram similares nos cimentos estudados. A quantidade encontrada do metal foi considerada menor que os níveis tóxicos aceitáveis. Os pesquisadores concluíram que os cimentos Portland e MTA podem ser considerados seguros para o uso clínico, no que se refere à presença de arsênio. Fridland e Rosado (2005) avaliaram a o pH e a solubilidade do cimento ProRoot MTA®, em meio aquoso, nas proporções pó-líquido de 0,28 e 0,33. A solubilidade do cimento foi avaliada de acordo com a ISO 6876/ 1986, para cimentos obturadores de canais radiculares, e a especificação № 30 da ADA (1991), para cimentos a base de óxido de zinco e eugenol. A diferença do peso final em relação ao inicial das amostras foi considerada como sendo a solubilidade do material, medida em porcentagem. Os espécimes foram removidos diariamente, durante o período de 78 dias, para análise dos sais formados e novamente imersos em água. O pH da água que ficou em contato com as amostras foi medido. Os resultados mostraram que o MTA na proporção de 0,33 solubilizou 22,06% em relação ao peso inicial da massa do cimento e a 0,28 apresentou solubilização de 31,95%. Na proporção de 0,28, o pH foi de 11,88 na primeiras 24 h e permaneceu entre 11,57 e 11,60 ao longo do estudo. Com a proporção de 0,33, o pH foi de 11,95 em 24 h e manteve-se entre 11,65 e 11,72. Os autores concluíram que a proporção de 0,33 foi a mais indicada para o preparo do cimento de MTA, nas condições desse estudo. Além disso, o pH do MTA manteve-se alcalino por todo o período de teste em conseqüência do hidróxido de cálcio, principal substância formada pela hidratação do MTA. Santos et al. (2005) avaliaram a liberação de íons cálcio, pH e condutividade elétrica de um cimento experimental em comparação com o MTAÂngelus. Cinco amostras de cada cimento foram preparadas usando tubos pláticos de 1 mm de diâmetro e 10 mm de comprimento, e então, imersas em um recipiente contendo 10 mL de água deionizada. As amostras foram então analisadas nos períodos de 24, 48, 72, 96, 192, 240 e 360 horas. A concentração de íons cálcio foi realizada por meio de espectrofotometria de absorção atômica. Os resultados mostraram que o pH da solução de estoque não foi afetado pela variação da 41 proporção pó/água nos cimentos estudados, nem pela variação do tempo. Entretanto, o tempo de imersão foi significante para ambos os materiais nos testes de condutividade elétrica e liberação de íons de cálcio, onde os cimentos mostraram comportamentos diferentes. Não foram observadas diferenças significantes nas medidas do pH dos cimentos, em cada intervalo de tempo de análise. Até o período de 24 horas, o cimento experimental liberou mais íons cálcio (11,36 mg/dL) do que o MTA (7,32 mg/dL), aumentando a condutividade elétrica mais rapidamente. Depois desse período, ambos os cimentos comportaram-se de maneira similar, quanto a liberação de íons cálcio e condutividade elétrica. Os autores puderam concluir que o cimento experimental, no que se refere ao aumento do pH da solução de estoque, comportou-se de maneira similar ao MTA-Ângelus. Por outro lado, o cimento experimental mostrou aumento significantemente maior na liberação de íons cálcio, em comparação ao MTA-Ângelus, no período após 24 horas. Sarkar et al. (2005) estudaram a interação do cimento ProRoot MTA® com uma solução tampão fosfato, simulando o fluido tecidual, e as paredes dentinárias do canal radicular de dentes humanos extraídos. Na primeira parte do experimento, as amostras de cimento foram preparadas e então, imersas numa solução tampão fosfato (pH 7,2). As amostras foram analisadas por meio de espectrometria de absorção atômica. Na segunda parte do experimento, os dentes foram preparados, obturados com MTA via ortógrada e estocados no fluido tecidual sintético a 37° C, durante 2 meses. Decorrido este tempo, os espécimes foram clivados e a interface dentina-material analisada, no terço apical, por meio de microscopia óptica, microscopia eletrônica e microscopia de difração. Os resultados mostraram que o MTA exposto ao fluido liberou constituintes metálicos, principalmente cálcio, fósforo, traços de bismuto, sílica e alumínio. Foram produzidos precipitados com a composição e estrutura similar a hidroxiapatita. Não foram observados espaços entre o material e as paredes dentinárias dos canais radiculares. Os autores puderam concluir que o MTA reage com o fosfato do fluido tecidual sintético, formando hidroxiapatita. O cimento parece aderir às paredes do canal radicular, por meio de reação entre a sua superfície de apatita e a dentina. Segundo os pesquisadores, a capacidade de selamento, biocompatibilidade e atividade dentinogênica do MTA são atribuídas a essas reações físico-químicas. Azambuja, Bercini e Alano (2006) ilustraram o objetivo geral da cirurgia 42 parendodôntica que é o de ser a alternativa para a manutenção de elementos dentários após a endodontia convencional ter esgotado suas possibilidades terapêuticas, ou para dar condições a que ela possa ser realizada com sucesso. Foi realizado um levantamento bibliográfico e a descrição de dois casos clínicos. O primeiro caso clínico tratava-se de indicação para cirurgia parendodôntica e obturação simultãnea dos canais radiculares, e o segundo indicado para cirurgia parendodôntica e vedamento de uma perfuração radicular. Concluíram que a cirurgia parendodôntica deve ser bem indicada e cinduzida para que se obtenha êxito no tratamento. Bortoluzzi et al. (2006) analisaram a influência de um acelerador de presa na variação do pH e liberação de íons cálcio dos cimentos Portland e MTA. Tubos de polietileno foram preenchidos com os materiais testes e depois imersos em recipientes contendo 10mL de água deionizada. As análises foram realizadas a 30, 60 minutos e 24 horas após a mistura dos cimentos. Os resultados evidenciaram aumento imediato no pH das amostras de cimentos acrescidos de cloreto de cálcio. Nos demais períodos de análise, os resultados mostraram-se similares. Além disso, produtos com cloreto de cálcio liberaram mais íons de cálcio do que os materiais puros no período de 24 horas. Os autores concluíram, por meio dos resultados, que a adição de cloreto de cálcio melhorou as propriedades físico-químicas do MTA. O acelerador de presa facilitou a espatulação dos cimentos, requerendo quantidade menor de água, durante o processo de mistura. Bozeman, Lemon e Eleazer (2006) analisaram os cristais precipitados formados e elementos liberados pelos cimentos MTA branco e cinza e um material experimental Dentalcrete, quando imersos em solução tampão. Quarenta e cinco cilindros plásticos foram confeccionados e distribuídos de acordo com os testes a serem realizados. No primeiro teste, 12 cilindros de cada grupo foram colocados em 40mL de solução tampão, por período de 40 dias, e realizadas análises da composição e quantidade de cristais formados, por meio de microscopia eletrônica de varredura, raios-X de difração e espectrofotômetro de difração atômica. No segundo teste, 3 cilindros de cada material foram suspensos em água destilada deionizada para análise liberação de íons cálcio em 24, 72 horas e 5, 7, 10, e 14 dias, por meio de espectometria de absorção atômica em plasma indutivamente acoplado. Os resultados mostraram que os cimentos MTA branco e cinza têm alta 43 liberação inicial de íons cálcio, seguido de um declínio e depois, novo aumento. O MTA cinza mostrou maior quantidade de cristais na sua superfície em comparação ao branco, o que pode ser clinicamente significante. Após 14 dias, os dois tipos de MTA liberaram traços de alumínio, bismuto, ferro e magnésio. Foi relatada similaridade química e estrutural entre os cristais formados pelos cimentos de MTA e a hidroxiapatita. Camilleri e Pitt Ford (2006) realizaram levantamento bibliográfico sobre os constituintes e as propriedades biológicas do cimento MTA. Na Medline os autores identificaram 206 artigos publicados no período de novembro de 1993 a agosto de 2005. Inicialmente, todos os trabalhos foram lidos para identificação e posterior classificação dos artigos nas duas categorias dessa revisão. Baseados nessa análise e revisão dos artigos, 13 foram incluídos na categoria dos constituintes e 53 na categoria da biocompatibilidade do MTA. Dos artigos selecionados para biocompatibilidade, 27 fizeram avaliação citológica e 26 estudaram a interação do material com a resposta tecidual do hospedeiro. Os autores concluíram que apesar do pouco conhecimento dos constituintes do material e das suas interações com os tecidos dos hospedeiros, o MTA tem se mostrado biocompatível. Danesh et al. (2006) analisaram as propriedades físico-químicas de dois tipos de cimentos Portland e do MTA. Para o teste de solubilidade, 12 amostras de cada cimento foram preparadas, distribuídas em grupos e as médias das diferenças de peso analisadas nos períodos de 1, 10 minutos, 1, 24, 72 horas e 28 dias, após a imersão em água destilada. Para microdureza, 5 moldes de silicone foram confeccionados para cada cimento e testados com ponta de diamante de 100 gramas, por 30 segundos. No teste de radiopacidade, foram utilizados 5 moldes para cada cimento e comparados com a radiodensidade dos degraus da escada de alumínio de acordo com o padrão ISO 6876/2001. Os resultados mostraram que o MTA apresentou a menor solubilidade em todos os períodos do teste. Entre os dois tipos de cimento Portland, não houve diferença significativa na solubilidade, ao longo do período de estudo. As médias da microdureza do MTA foram quase duas vezes e meia maiores que as dos cimentos Portland. O MTA foi significantemente mais radiopaco que os dois cimentos Portland. Os autores concluíram que o MTA demonstrou propriedades físico-químicas superiores a ambos cimentos Portland testados. 44 Gancedo-Caravia e Garcia-Barbero (2006) avaliaram a influência da umidade e tempo de endurecimento na força de resistência do MTA cinza. Perfurações foram realizadas em blocos de dentina, retirados de dentes extraídos, e preenchidas com cimento ProRoot MTA®, o qual endureceu na presença e ausência de umidade, por períodos de 1, 3, 7, 21 e 28 dias. As obturações foram submetidas às forças mecânicas gradativas até o seu deslocamento das cavidades. Os resultados mostraram que a umidade aumentou a resistência do MTA. Na ausência de umidade, a força de deslocamento não aumentou significantemente até 24 h. Após 3 dias, não foram observadas diferenças significantes na força de deslocamento. Na presença de umidade, foram observadas diferenças estatisticamente significantes em todos os períodos de tempo. O grupo de 24 h foi diferente dos demais, e os grupos de 3 e 21 dias foram diferentes entre si. Não foram observadas diferenças significantes entre os grupos de 21 e 28 dias. Os autores concluíram que a umidade e o tempo de endurecimento podem influenciar positivamente a resistência do MTA. Gu et al. (2006) propuseram o método digital para mensuração da radiopacidade de materiais intra-orais em comparação aos protocolos estabelecidos pela ANSI/ADA e ISO, quando do uso de filmes radiográficos. Foram confeccionadas amostras de três materiais com 1 mm de espessura e radiografadas, por meio de radiografia digital, ao lado de uma escada de alumínio de liga 1100 com aparelho de raios-X de 70 Kvp. Foram determinadas combinações diferentes de distância foco-objeto e tempos de exposição. Para cada combinação, uma escala de valores de cinza foi convertida em absorvância e plotada de acordo com a espessura. Dessa forma, a absorvância foi convertida em radiopacidade. Os resultados mostraram que a correlação entre a absorvância e espessura da escada de alumínio foram lineares. A variação do tempo de exposição não afetou significantemente a radiopacidade média, na distância foco-objeto de 30cm. Variando-se a distância foco-objeto, a mensuração da radiopacidade não foi afetada significantemente. Os autores concluíram que o método digital constitui numa possibilidade rápida, simples e segura na mensuração da radiopacidade. Islam, Chng e Yap (2006a) avaliaram as propriedades físico-químicas dos cimentos Portland e MTA. A análise da variação do pH dos cimentos foi realizada a cada 2 minutos, a partir da mistura dos cimentos, até o período de 1 hora. A 45 radiopacidade foi avaliada comparando-se as amostras com os degraus da escada de alumínio padrão. Empregou-se uma agulha de Gillmore para a mensuração do tempo de endurecimento e as medidas do teste de alteração dimensional foram realizadas, no início do experimento e 28 dias após. Em relação à força de compressão as medidas foram observadas aos 3 e 28 dias após a mistura dos cimentos, por meio de uma máquina Instron. Os resultados mostraram que o MTA e o cimento Portland apresentaram propriedades físico-químicas similares. No entanto, a radiopacidade do cimento Portland é muito menor que apresentada pelo MTA. A força de compressão do MTA, medida em 28 dias, foi maior que a do cimento Portland. Foi verificado que o cimento MTA era constituído na sua maior parte por cimento Portland. Os autores concluíram que devido à similaridade das propriedades físico-químicas entre os dois materiais e, em razão do seu baixo custo, é razoável considerar o cimento Portland como possível substituto do MTA em tratamentos endodônticos. Por outro lado, o cimento Portland, manufaturado industrialmente nos Estados Unidos, não está aprovado com essa finalidade e assim contra-indicado para situações clínicas em humanos. Mais estudos, in vitro e in vivo, especialmente de biocompatibilidade, deveriam ser realizados para obtenção da aprovação da FDA (Food and Drugs Administation) e, assim, liberado seu uso para finalidade de promoção de saúde. Islam, Chng e Yap (2006b) investigaram os constituintes dos cimentos Portland e MTA. As amostras dos cimentos, na forma de pó, foram padronizadas para realização dos testes e os resultados comparados ao perfil de difração de elementos conhecidos, encontrado no Centro Internacional de Dados para Difração. Os resultados dos testes mostraram que os principais constituintes dos cimentos foram o silicato tricálcio, aluminato de tricálcio, silicato de cálcio e aluminoferrito de tetracálcio. Esses constituintes foram encontrados em ambos os cimentos e com presença adicional de óxido de bismuto no MTA. Os autores concluíram que os cimentos testados apresentaram constituintes principais similares, sendo que o cimento Portland deveria ser usado para desenvolvimento ou modificação do MTA. As características físicas do cimento Portland poderiam ser melhoradas e assim haver expansão da sua aplicação clínica. Orso e Filho (2006) analisaram diferentes métodos e propuseram um enfoque contemporâneo de quando e como fazer a cirurgia parendodôntica. Fizeram 46 uma revisão bibliográficada da cirurgia parendodôntica, onde foram encontrados diversos métodos cirúrgicos de abordagem apical, com indicações distintas, sendo a apicectomia e obturação retrógrada os mais visados na pesquisa. Concluíram que todos os métodos estudados são válidos desde que o objetivo proposto seja alcançado, ou seja, remoção do agente causal. Song et al. (2006) avaliaram a composição química do pó e as estruturas cristalinas formadas após a espatulação dos cimentos Portland e dois tipos de cimentos MTA. A análise por raio-X de difração foi utilizada para identificar e caracterizar as fases cristalinas, e a determinação da composição química dos materiais foi realizada por espectrometria de energia dispersiva. Tanto a forma de pó quanto a massa foram analisadas. Os resultados apresentaram semelhança entre os cimentos para ambos os estudos, exceto pela presença do óxido de ferro, exclusiva no MTA cinza. O MTA era composto, principalmente, por óxido de bismuto e óxido silicato de cálcio. O cimento Portland mostrou-se constituído, principalmente por óxido silicato de cálcio e por não apresentar na sua composição o óxido de bismuto. O MTA-Ângelus apresentou menor quantidade de óxido de bismuto em comparação ao ProRoot MTA. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes na composição química e estruturas cristalinas dos materiais, em pó ou endurecido. Os autores concluíram que o cimento Portland diferiu do MTA pela ausência dos íons de bismuto e pela presença de íons de potássio. O MTA cinza apresentou quantidade significantemente maior de ferro quando em comparação com o MTA branco. Além disso, o MTA-Ângelus cinza apresentou quantidade menor de óxido de bismuto em relação ao ProRoot MTA. Barbosa et al. (2007) investigaram o desempenho do cimento Portland (CP) quando utilizado como material odontológico. Foi realizado um levantamento bibliográfico a partir de artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais que se propunham avaliar as propriedades físicas, químicas e biológicas deste cimento, bem como sua ação antimicrobiana. Concluíram que existe similaridade na composição química entre o CP e o MTA, sua efetividade no selamento das vias de comunicação entre o canal radicular e os tecidos periodontais, a ação antimicrobiana satisfatória, além de exibir propriedades biológicas favoráveis, estimulando a deposição cementária e sendo indutor de resposta tecidual pulpar reparadora. 47 Bernabé et al. (2007) avaliaram a resposta biológica dos cimentos de óxido de zinco e MTA. Lesões periapicais foram induzidas em 24 pré-molares inferiores de dentes de cães. Doze dentes ficaram abertos e sem preparo do canal. Os canais radiculares dos outros 12 dentes foram preparados, obturados e o acesso coronário restaurado. Os 3mm apicais dos dentes foram seccionados e retrocavidades confeccionadas, por meio de pontas de ultra-som, para recebimento dos cimentos. Depois de 180 dias os animais foram sacrificados e blocos de tecidos removidos para processamento histológico. A severidade da inflamação e a formação de cemento foram os parâmetros adotados para avaliação da reação dos tecidos periapicais. Os resultados mostraram diferenças significantes entre o MTA cinza/dente fechado e o óxido de zinco, quanto aos níveis de inflamação. Entre os grupos de MTA não foram observadas diferenças. Houve formação de cemento apenas com o MTA. Os autores concluíram que houve menos inflamação no grupo do MTA cinza, mesmo quando da ausência de obturação do canal radicular e restauração coronária. Camilleri (2007) investigou o mecanismo de hidratação do cimento MTA, estudando a composição química do material, por meio da microscopia eletrônica de varredura, taxas de plotagem atômicas, análise de quantidade de energia dispersiva com raios-X e pelo cálculo da quantidade de escórias de minerais anidros. Os resultados mostraram que o MTA não-hidratado era composto de tricálcio e dicálcio impuros e óxido de bismuto. Na hidratação do cimento Portland branco foi produzida uma estrutura densa feita de silicato de cálcio hidratado, hidróxido de cálcio, monosulfato e ettringite como produtos principais. Para o MTA, a hidratação produziu uma estrutura porosa, com baixos níveis de ettringite e monosulfato. O cimento MTA mostrou baixa porcentagem de alumina sugerindo que o material não tenha sido preparado em forno rotatório. A hidratação afetou a produção de ettringite e monosulfato, usualmente formados na hidratação do cimento Portland. Quanto à microestrutura, para o cimento MTA, mostrou-se mais fina que a do cimento Portland. Carvalho Jr. et al. (2007a) avaliaram a radiopacidade dos cimentos obturadores por meio de radiografia digital. Os cimentos testados foram o AH Plus, Endofill, EndoREZ e Epiphany. Os cones de guta percha e resilon foram também testados. Placas de acrílico com 6 orifícios, medindo 1 mm de profundidade e 5 mm 48 de diâmetro, foram preparadas para os testes e preenchidas com os materiais. As amostras foram radiografadas junto com a escada de alumínio. Para exposição radiográfica, sensores de imagem digital e aparelho de raios-X a 70 kVp e 8mA foram calibrados. A distância foco-objeto foi determinada em 30 centímetros e o tempo de exposição de 0,2 segundos. Após o processo de leitura óptica, o software determinou a radiopacidade das áreas estandardizadas, usando uma escala de cinza, calculando a média da densidade radiográfica de cada material. A densidade dos materiais, expressa em milímetros, equivalente de alumínio, foi em ordem decrescente: Resilon (13,0), AH Plus (11,2), guta percha (9,8), Epiphany (8,0), Endofill (6,9) e EndoREZ (6,6). Os autores concluíram que todos os materiais apresentaram radiopacidade acima dos 3mm de alumínio, recomendado pela ANSI/ADA, especificação número 57. Carvalho Jr. et al. (2007b) estudaram a possibilidade de redução das proporções dos corpos-de-prova para os testes de solubilidade e alteração dimensional dos cimentos obturadores. Esse estudo foi baseado na especificação número 57 da ANSI/ADA. O volume, a massa e a densidade dos corpos-de-prova foram determinados. Seis diferentes amostras de dimensões menores foram propostas para cada teste. Para o teste de solubilidade, 2 amostras foram pesadas, estocadas em água destilada e deionizada, por período de 24 horas, secadas e novamente pesadas. A solubilidade foi calculada baseada na perda de peso da amostra, medida em porcentagem. Para análise da alter ação dimensional, as medidas das amostras foram feitas antes e depois da imersão em água deionizada, por 30 dias. Para ambos os testes, a correlação entre os dados foi observada. Os resultados mostraram que o cimento Endofill solubilizou significantemente mais que o AH Plus. O cimento Endofill apresentou 0,56% de redução e o AH Plus 0,62% de expansão. Os autores concluíram que as dimensões menores para os corpos-deprova foram alternativas viáveis. Dessa forma, uma quantidade menor de cimento foi recomendada para a realização dos testes. Coomaraswamy, LumLey e Hofmann (2007) investigaram o efeito do óxido de bismuto sobre as propriedades de um cimento à base de cimento Portland. O material foi preparado usando 55-95% em peso de cimento Portland, 0-40% de óxido de bismuto e 5% de sulfato de cálcio. As amostras foram misturadas na proporção pó-líquido de 0,33 g/mL com água destilada e colocadas em um molde 49 cilíndrico de 6 mm de diâmetro e 12 mm de altura, por 6 horas a temperatura de 37°C. Após isso, as amostras foram extraídas e armazenadas em água destilada, a 37°C durante 10 dias. O ProRoot MTA® foi utilizado como controle. Para o teste de resistência à compressão foi utilizado um aparelho de ensaio universal. A variação da porosidade foi obtida a partir de cálculos que utilizam a densidade seca. Neste experimento os pesquisadores verificaram que a adição de 10% de óxido de bismuto, no peso total do pó do cimento, reduziu de 82 para 40 MPa a resistência à compressão. A resistência foi reduzindo gradualmente até 29 MPa a partir da adição de 40% do peso. A adição de óxido de bismuto também aumentou a porosidade do cimento após a presa, de 15 para 31%. Os autores concluíram que havia uma correlação entre o aumento da porosidade, a densidade do material e a adição do óxido de bismuto ao cimento. Desta forma, chamam a atenção salientando que o óxido de bismuto altera drasticamente as propriedades do cimento tipo Portland. Nandini, Ballal e Kandaswamy (2007) investigaram por meio do espectrofotômetro de laser Raman, a influência do cimento de ionômero de vidro no tempo de endurecimento do MTA. Quarenta moldes acrílicos, perfurados, foram preenchidos com MTA. Nos espécimes do grupo 1, o MTA foi coberto com cimento de ionômero de vidro, quarenta e cinco minutos depois. Procedimentos similares foram realizados nos grupos 2 e 3, nos intervalos de tempo de 4 horas e 3 dias, respectivamente. Os espécimes do grupo 4, não receberam a camada de cimento de ionômero de vidro, sendo assim determinado, grupo controle. Cada amostra foi escaneada por diversos intervalos de tempo. A cada intervalo de tempo, a interface entre o MTA e o cimento de ionômero de vidro foi, também, escaneada, exceto no grupo 4. Os resultados obtidos revelaram que o cimento de ionômero de vidro depositado por cima do MTA após quarenta e cinco minutos, não afetou o seu tempo de endurecimento. Os autores observaram a presença de sais de cálcio formados na interface entre os dois materiais. Oliveira et al. (2007) realizaram análise comparativa dos componentes dos cimentos Portland e MTA. Para cada cimento, foram confeccionados 12 corposde-prova e analisados por meio de microscopia eletrônica de varredura, seguindo a técnica de espectroscopia por dispersão de energia, definido o porcentual dos componentes químicos (carbono, oxigênio, magnésio, silício, cálcio, ferro, alumínio e bismuto). As médias dos elementos químicos encontrados nos três cimentos foram 50 comparadas por meio de análise estatística descritiva. Os resultados mostraram que as composições químicas dos cimentos foram similares entre si, havendo apenas pequena variação entre eles. O bismuto estava presente somente nos cimentos a base de MTA. Apesar da similaridade na composição química, os materiais apresentaram diferenças nas texturas e tamanho das partículas.Concluiu-se que os cimentos testados apresentaram similaridade em seus constituintes, o que indica, considerando-se a composição, a possibilidade de futura utilização clínica do cimento Portland como alternativa ao MTA. Watts et al. (2007) avaliaram os efeitos do pH e dos veículos, utilizados no preparo do cimento, na resistência mecânica do MTA branco e cinza. Duzentas e quarenta e oito amostras foram subdivididas de acordo com o tipo de cimento (MTA branco e cinza), veículo (solução anestésica e água destilada), pH (básico e ácido) e tempo (7 e 28 dias). Após a confecção dos corpos de prova os mesmo foram levados à uma máquina Instron para a realização dos testes de resistência mecânica. Os resultados mostraram que o MTA branco foi significantemente mais resistente à compressão que MTA cinza, quando o veículo utilizado foi a solução anestésica. Não houve diferença entre as amostras com a água destilada. Quando os cimentos foram misturados à solução anestésica e mantidos em pH ácido, houve uma redução da resistência mecânica. No entanto, quando o veículo utilizado foi a água destilada, esta diminuição não foi observada, independentemente do pH e tipo de cimento. No período de tempo de 28 dias de permanência dos cimentos na solução tampão houve uma diminuição significante da resistência à compressão. Nas amostras misturadas com água, o tempo não teve influência direta na resistência dos materiais. Os autores concluíram que o pH ácido causou diminuição na resistência mecânica dos cimentos MTA cinza e branco misturados com solução anestésica. Salientaram também que os cimentos quando misturados à água, essa propriedade tende a aumentar. Wiltbank et al. (2007) avaliaram a influência de substâncias utilizadas como aceleradores de presa, nas propriedades físico-químicas dos cimentos MTA e Portland. Foram utilizados neste experimento, aceleradores de presa classicamente empregados ao cimento Portland (cloreto de cálcio, nitrito/nitrato de cálcio e formato de cálcio), os quais foram incorporados ao cimento MTA branco e cinza e ao cimento Portland. Os autores analisaram o tempo de endurecimento inicial, 51 estabilidade dimensional, temperatura durante o endurecimento e o pH. Os resultados mostraram que os 3 aceleradores utilizados diminuíram o tempo de endurecimento do cimento MTA cinza e Portland, no entanto, somente o cloreto de cálcio e o formato de cálcio promoveram endurecimento mais rápido para o MTA branco. A estabilidade dimensional não apresentou resultados significantemente diferentes entre os grupos. Quanto a temperatura, houve aumento significante em apenas um grupo, porém este aumento foi considerado desprezível clinicamente (menos de 3°C). Os cimentos misturados com o cloreto de cálcio não apresentaram alterações significantes do pH. No entanto, a mistura de nitrito/nitrato de cálcio promoveu uma diminuição significante do pH nos grupos do MTA cinza e cimento Portland. Já o formato de cálcio promoveu aumento do pH somente para o grupo do cimento MTA branco, sendo significantemente diferente em relação ao grupo controle, ou seja, sem adição de acelerador. Os autores ressalvam que os cimentos Portland e MTA cinza e branco quando misturados à esses aceleradores necessitam de mais estudos para avaliação da biocompatibilidade e capacidade de selamento apical. Bodanezi et al. (2008) analisaram a solubilidade dos cimentos Portland cinza, suplementado com 20% de óxido de bismuto, nos intervalos de tempos de 3, 24,72, 168, 336 e 672 horas. Os cimentos foram misturados na proporção de 1 g de cimento para 0,33 mL de água. As diferenças entre a massa inicial e final foram determinadas e consideradas como solubilidade do cimento, medida em porcentagem, nos diversos intervalos de tempo. Os resultados mostraram que a solubilidade do cimento Portland (ganho de peso de 0,98%) foi significantemente menor que a do MTA (ganho de peso de 0,32%) no período de 3 horas. Depois de 24 horas, houve uma tendência estatisticamente significante maior de ganho de peso do MTA em relação ao cimento Porltand. Esse comportamento foi também observado nos intervalos de 72 e 168 horas. No período de 336 horas, o cimento Portland perdeu mais peso (0,24%) do que o MTA (-0,08%). Essa tendência não foi observada no período de 672 horas. As conclusões do estudo indicam que, em um ambiente aquoso o MTA é mais solúvel que o cimento Portland e excede a perda de peso máxima considerável aceitável pelas normas do padrão 12 da ISO 6876/2001. Bramante et al. (2008) determinaram a quantidade de arsênio em vários tipos de cimentos à base de MTA e Portland. Os cimentos MTA-Ângelus, branco e 52 cinza, CPM, CPM Sealer, MTA-Obtura, ProRoot MTA® e Portland branco e cinza foram testados. Inicialmente, os cimentos, em triplicata foram diluídos em ácido clorídrico e, após 15 minutos, o material filtrado e diluído em água deionizada para análise por meio de espectrofotometria de absorção atômica. Os valores médios, em mg/Kg, obtidos foram: CPM (11,06), CPM Sealer (10,30), MTA-Obtura (0,39), MTA Ângelus branco (1,03), MTA-Ângelus cinza (5,91), ProRoot-MTA® (5,25), Portland cinza (34,27) e Portland branco (0,52). Concluíram que todos os materiais testados apresentaram arsênio em sua composição. A forma do arsênio e a sua toxicidade não foram analisadas. Apenas o MTA-Obtura, MTA-Ângelus branco e o cimento Portland branco apresentaram arsênio em níveis abaixo do que é preconizado pelo padrão ISO 9917-1. Camilleri (2008) analisou o tempo de endurecimento, a força de resistência, a variação do pH e a absorção de água dos cimentos Portland branco, Portland branco sem gesso e Portland branco com óxido de bismuto 25%. O tempo de endurecimento foi verificado de acordo com a EM 196-3. A força de resistência dos cimentos foi testada por meio de máquina Instron, nos períodos de 1, 7 e 28 dias. O pH dos cimentos foi medido imediatamente após a imersão dos corpos-deprova na solução e subseqüentemente, nos intervalos de 1, 5 e 24 h, 7 e 28 dias. Para a absorção de água, a diferença da massa final em relação à inicial foi determinada nos intervalos de tempo de 1, 7 e 28 dias. Os resultados mostraram que cimento Portland sem gesso endureceu em 8 min, enquanto que o Porltand branco com óxido de bismuto endureceu com 12 min. Resultados significantemente diferentes aos encontrados com o cimento Porltand branco (468 min), que serviu de grupo controle. A força de resistência do cimento sem gesso foi comparável ao original, em todos os intervalos de tempo. A adição do óxido de bismuto fez com que ocorresse aumento do tempo de endurecimento e diminuição da força de compressão. Todos os cimentos testados aumentaram o peso em média 12% quando em comparação ao peso inicial, após a imersão em água por 1 dia. Não houve diferenças de peso em 28 dias de imersão. A absorção de água pelo cimento foi maior quando da adição do óxido de bismuto (18-19%), em relação ao cimento Portland original e sem gesso. Todos os cimentos mostraram pH alcalino, com medidas variando entre 10 e 11. O autor concluiu que o tempo de endurecimento do cimento Portland branco pôde ser reduzido pela exclusão do gesso, durante a sua 53 manufatura, sem afetar outras propriedades físicas. A adição de óxido de bismuto reduziu a força de resistência e aumentou a absorção de água. Komabayashi e Spangberg (2008) caracterizaram a distribuição das partículas de cimentos Portland e MTA. Os cimentos foram analisados por meio de sistema de imagem para fluxo de partículas. Os resultados mostraram que o ProRoot MTA teve distribuição de tamanho de partículas similar ao cimento Portland. O ProRoot MTA teve menor quantidade de partículas de tamanho grande quando em comparação ao MTA-Ângelus. O MTA-Ângelus mostrou maior número de pequenas partículas que o ProRoot MTA®. O cimento ProRoot MTA® branco evidenciou pequenas partículas com estreita diferença de tamanho entre si, comparado ao ProRoot MTA® cinza. As partículas do MTA-Ângelus apresentaram forma circular irregular e variação de tamanho das grandes partículas e assim, menos homogêneo que o ProRoot MTA®. Roberts et al. (2008) fizeram uma revisão de literatura sobre a composição, propriedades, biocompatibilidade, e os resultados clínicos envolvendo o uso do MTA no tratamento endodôntico. Um levantamento de artigos científicos, por meio eletrônico, de janeiro de 1990 a agosto de 2006, foi realizado utilizando bases como PubMed e Scopus, resultando em 156 citações científicas. O MTA é derivado dos cimentos Portland e tem se demonstrado como um material biocompatível, com capacidade de formar hidroxidoapatita quando exposto às soluções fisiológicas, e por isso, indicado como material para reparação. Com algumas exceções, os materiais à base de MTA, proporcionam uma proteção à infiltração marginal de fluidos e bactérias. Nos estudos em animais e humanos, o MTA tem se mostrado um excelente material para capeamento pulpar e pulpotomias, mas estudos com acompanhamento à longo prazo são limitados. Estudos preliminares sugerem a utilização favorável do MTA como material para preenchimento apical, em lesões de furca, e em tratamentos de apicificação e apicigênese, snedo, no entanto, necessários estudos clínicos nestas áreas. Concluíram que o MTA demonstrou ter uma natureza biocompatível com os tecidos vivos e excelente potencial para o uso endodôntico, desencorajaram a substituição do MTA pelo cimento Portland, e disseram haver a necessidade de se realizar mais estudos clínicos randomizados com durações suficientes para a sua indicação clínica. Tanomaru-Filho et al. (2008) avaliaram a radiopacidade do MTA-Ângelus, 54 branco e cinza, IRM, Super EBA e Sealer 26. Foram preparadas cinco amostras (10 mm de diâmetro e 1 mm de espessura) de cada cimento e então radiografados ao lado de uma escala de alumínio (espessura de 2 a 16 mm). As radiografias foram digitalizadas e a radiopacidade dos materiais, em milímetros de alumínio, foi comparada à da escala de alumínio por meio de software específico. Os resultados obtidos evidenciaram variação de radiopacidade entre 3 mm Al a 5.9 mm.Al. O Sealer 26 e o IRM apresentaram valores de radiopacidade significantemente maiores, enquanto o MTA, cinza e branco, e o Super EBA apresentaram os menores valores. Os autores concluíram que os materiais testados apresentaram diferentes radiopacidades, sendo o MTA, cinza e branco, e o Super EBA os materiais menos radiopacos. Tingey, Bush e Levine (2008) descreveram a distribuição química e a morfologia da superfície do ProRoot MTA®, na presença de soro bovino fetal. O cimento foi aglutinado com água destilada e colocado em moldes contendo 2 recipientes, com profundidade de 3mm. Cada recipiente foi preenchido com MTA, branco e cinza, e depois deixado para tomar presa, imerso em água esterilizada ou soro fetal bovino. As características morfológicas foram avaliadas por meio de microscopia eletrônica de varredura. A composição química do cimento endurecido foi investigada por meio de raios-X de energia dispersiva e fluorescência. Os resultados obtidos não mostraram diferenças entre o MTA cinza e branco, quando tomados presa na mesma solução. Entretanto, o MTA no soro bovino e na água, apresentou diferenças morfológicas e distribuição química diferente. Quando tomado presa em soro bovino, a superfície do MTA mostrou distribuição química homogênea e aparência globular lisa. A superfície do MTA tomado presa imerso em água foi bifásica, contendo grandes estruturas hexagonais cristalinas compostas de cálcio, imersos em cristais globulares irregulares. Asgary et al. (2009) compararam a composição química e as características superficiais de cimentos à base de MTA e um novo cimento endodôntico. Foram preparados amostras de 9 marcas de MTAs, cimentos Portland e cimento experimental (NEC). O material foi fotografado e analisado através de microscopia eletrônica e energia dispersiva de raios-X. Três milímetros de raiz foram preparados e preenchidos com o MTA e o NEC, e as imagens destas amostras foram analisadas por SEM e sonda eletrônica de microanálise. Os resultados 55 revelaram diferenças nos compostos dominantes dos materiais testados. As composições de MTA e cimento Porland foram semelhantes, com exceção da presença de bismuto no primeiro. As diferenças mais significativas foi quanto à presença maior de ferro nos cimentos MTA e cimento Portland cinzas, quando comparado com os brancos. Não houve elementos diferentes no MTA, enquanto que no grupo do NEC os padrões de distribuição de cálcio, oxigênio e fósforo tiveram níveis. Foi possível concluir, por meio da metodologia empregada, que o NEC tem composição química diferente do MTAs e cimentos Portalnd. Foi demonstrada composição superficial comparável à dentina adjacente, quando como material de preenchimento radicular. Bortoluzzi et al. (2009) avaliaram a influência da adição de 10% de cloreto de cálcio sobre o tempo de presa, solubilidade e pH dos cimentos Portland e MTA brancos. O tempo de endurecimento foi determinado de acordo com a especificação 57 da ANSI/ADA e a presa final de acordo com a ASTM. Para os testes de solubilidade e pH, anéis de teflon foram preenchidos com os cimentos e pesados. Após 24 horas, foram pesados novamente e imersos em água miliqué, por 24 e 72 horas, 7,14 e 28 dias. Decorridos esses prazos, os corpos-de-prova retirados dos recipientes, secos e pesados novamente. O pH da água na qual as amostras foram imersas foi determinado por meio de pHmetro digital. Os resultados obtidos evidenciaram redução significativa (50%) no tempo de presa inicial dos cimentos. O tempo de presa final do MTA branco foi reduzido em 35,5% e do Portland branco, em 68,5%. O MTA branco, com o cloreto de cálcio, ganhou peso com o tempo, exceto no período de 24 horas. A adição de cloreto de cálcio no cimento Portland branco determinou significativa redução da solubilidade. O MTA branco, acrescido de cloreto de cálcio, aumentou o pH imediatamente a imersão das amostras em água e após 24 e 72 horas. Para o cimento Portland branco, o aumento do pH ocorreu imediatamente após a imersão em água e no após o período de 24 horas. Por meio dos resultados obtidos foi possviel concluir que a adição de cloreto de cálcio nos cimentos Portland e MTA brancos reduziu o tempo de presa e solubilidade, e aumentou o pH, nos períodos iniciais. Camilleri (2009) avaliou a quantidade adequada de um polímero solúvel em água necessária para que se consiga uma espessura e viscosidades do MTA de acordo com as normas ISO 6876. O MTA foi misturado na proporção de 4 e 3,33 de 56 pó para 2µL a 20µL de polímero solúvel em água. Foram realizados testes de radiopacidade usando métodos sugeridos pela ISO 6876 (2002) e usou material de capeamento pulpar (PSC) como material de controle. O efeito da adição do polímero sobre as características de hidratação do MTA e cimento de silicato de cálcio foi avaliado após 30 dias com 50 análises quantitativas dos produtos de hidratação, por meio de microscopia eletrônica de varredura. Parcelas de Al/Ca em relação a Si/Ca e S/Ca e Al/Ca foram retiradas. Foram necessárias quantidades elevadas de polímero para que conseguisse um cimento com fluidez e viscosidades dentro dos padrões aceitáveis. O cimento resultante apresentou menor radiopacidade que o PCS, mas maior que a espessura exigida pelo padrão internacional (3 mm.Al). A adição do polímero não alterou o mecanismo de hidratação do MTA. Concluíram então que, a adição do polímero solúvel em água no MTA não alterou o mecanismo de hidratação do material e resultou num material com propriedades melhoradas, adequadas para utilização como material endodôntico selador. De-Deus et al. (2009) determinaram a quantidade de arsênio (III,V e o ácido dimetilarsínico) em cimentos Portland e à base de MTA. Os diferentes tipos de arsênio foram separados por meio de cromatografia líquida de alto desempenho, utilizando coluna de permuta aniônica forte com conversão em arsinas. Foram utilizados 0,2g de cada cimento, previamente digerido em solução ácida. Os dados foram expressos em parte por milhão e a análise preliminar dos revelou distribuição em forma de sino. Em todos os cromatogramas obtidos, apenas o arsênio tipo III pode ser detectado. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os cimentos. A quantidade mínima de arsênio foi detectada em amostras de ProRoot MTA® branco e máxima em amostras de MTA BIO®. Não foi possível a detecção do metal nas amostras dos cimentos MTA-Ângelus cinza, ProRoot MTA® cinza e cimento Portland. Por meio da metodologia empregada, foi possível concluir que todos os cimentos mostraram quantidades insignificantes de arsênio, do tipo III. Estes valores para arsênio presentes nos cimentos hidráulicos testados não podem ser vistos como contra-indicação para emprego clínico. Hwang et al. (2009) compararam a composição química, a radiopacidade e a biocompatibilidade de cimentos à base de MTA. Os cimentos utilizados no estudo foram cimento Portland contendo óxido de bismuto (cimento experimental), cimento Portland e MTA. Para a análise da composição química empregaram a 57 microscopia eletrônica de varredura e energia dispersiva de raios X. A radiopacidade foi determinada pelo método ISO/6876. A biocompatibilidade foi testada através do ensaio de MTT e reação do tecido. Os resultados mostraram que os materiais apresentaram constituição similar, sendo que em relação às partículas, observaram que estas eram maiores e mais irregulares no cimento Portland e no Cimento Portland experimental. Os resultados da radiopacidade do cimento experimental foram semelhantes aos do MTA. O MTA se mostrou ligeiramente mais biocompatível que os outros materiais, mas não houve diferenças estatísticas entre eles. Os autores concluíram que o cimento experimental pode ser empregado como substituto ao MTA. Tanomaru et al. (2009) avaliaram a radiopacidade de cimentos endodônticos à base de hidróxido de cálcio (SealApex, Sealer 26, Acroseal, e Epiphany), óxido de zinco (Intrafill) e MTA (Endo CPM Sealer). Cinco corpos de prova (10 mm de espessura e 1 mm de diâmetro) foram fabricados a partir de cada um dos materiais, de acordo com o padrão ISO 6876/2001. Após a presa do material as radiografias foram realizadas, utilizando-se de filme oclusal e penetrômetro de alumínio, com espessura variando de 2 a 16 mm. A unidade de raios-X foi padronizada em 50 kVp, 10 mA, 18 pulsos/s e distância foco-objeto de 33,5 cm. As radiografias foram digitalizadas e as radiopacidades de cada cimento, em milímetros de alumínio, comparadas com a do penetrômetro de alumínio, por meio de software especifico. Os resultados obtidos mostraram que o Epiphany e Intrafill apresentaram maiores valores de radiopacidade (8,3 e 7,5 mm Al, respectivamente), seguido por Sealer 26 (6,1 mm Al) e CPM Endo Sealer (6 mm Al). Acroseal foi o material menos radiopaco (4 mm Al). Foi possível concluir que os cimentos à base de hidróxido de cálcio e MTA tiveram radiopacidades significantemente diferentes. No entanto, todos os materiais apresentaram valores acima do mínimo recomendado pelo padrão ISO 6876/2001. Borges et al. (2010) avaliaram as propriedades físico-químicas dos cimentos Portland branco estrutural e não-estrutural, Portland cinza, ProRoot MTA, cinza e branco, e MTA BIO®. Foram avaliadas a razão pó-líquido, tempo de endurecimento, solubilidade e variação de pH. Os testes seguiram as normas da especificação 57 da ANSI/ADA, para cimentos obturadores, e a variação de pH foi determinada por meio de um pHmetro digital. Os resultados não evidenciaram 58 diferenças estatisticamente significantes entre os cimentos no que se refere à proporção pó-líquido. O MTA BIO® mostrou os menores valores de tempo de endurecimento, enquanto o ProRoot MTA® cinza, os maiores resultados. Todos os materiais mostraram valores de solubilidade dentro dos padrões da ANSI/ADA, sendo que o cimento ProRoot MTA® cinza apresentou os menores valores e o Portland branco não estrutural, os maiores. No que se refere à variação de pH, não houve diferenças significantes entre os materiais. Os níveis de pH mostraram-se altamente alcalinos, imediatamente após a imersão em água, mantendo-se estável ao longo do período de teste. Concluiu-se que os cimentos estudados tiveram proporções pó-líquido similares. O MTA BIO® apresentou tempo de endurecimento mais curto e a menor solubilidade foi apresentada pelo ProRoot MTA ® cinza. Todos os cimentos tiveram comportamento semelhante na análise do pH. Camilleri (2010) investigou a influencia de diferentes radiopacificadores no mecanismo de hidratação dos cimentos de silicato de cálcio. Foram utilizados cimentos de silicato de cálcio acrescidos com sulfato de bário, ouro, prata ou liga de estanho e MTA. Os cimentos foram misturados com água e a massa foi compactada em moldes circulares. Após a cura foram imersos em recipientes com água a 37°C, por 30 dias, sendo então realizadas as análises. Foi realizada a análise por meio de energia dispersiva de raios-X nos produtos de hidratação para avaliar a inclusão de metais. Os produtos lixiviados na solução foram analisados por aparelho de plasma indutivamente acoplado. Os cimentos de silicato de cálcio hidratados eram compostos de silicato de cálcio hidratado, hidróxido de cálcio, etringite e monossulfato. Não foram detectados metais pesados, exceto o bismuto no MTA. O cálcio foi lixiviado rápido em grande quantidade e reduziu com o tempo. O bário e o bismuto foram liberados em quantidades crescentes. O cobre foi o mais solúvel em solução alcalina, seguido por bismuto e bário. Concluiu-se que o óxido de bismuto pode ser substituído por outros radiopacificadores que não afetam o mecanismo de hidratação do material resultante. Chang et al. (2010) avaliaram os níveis de 10 metais pesados (arsênio, bismuto, cádmio, cromo, ferro, cobre, manganês, níquel, chumbo e zinco) em cimentos Portland, cinza e branco, e MTA, cinza e branco. Um grama de cada cimento foi digerido a 80° C em “água-régia” (7mL de HNO3 a 60% e 21mL de HCL a 35%), filtrados e analisados em espectrômetro de absorção atômica conjugado 59 com emissão de plasma acoplado. As análises foram feitas e os resultados mostraram que as concentrações de arsênio e chumbo foram maiores no cimento Portland cinza. Este cimento apresentou maior concentração de metais que os outros cimentos. Os MTAs apresentaram maior pureza que os cimentos Portland, particularmente quanto à quantidade de arsênio. Os autores concluíram que para a utilização clínica dos cimentos Portland e MTA devem ser considerados as diferenças de pureza. Dammaschke et al. (2010) compararam a reação tecidual do MTA e hidróxido de cálcio em proteção pulpar direta. Setenta e dois primeiros molares superiores de 36 ratos Wistar foram distribuídos em quatro grupos e tiveram suas polpas expostas, a região preenchida com os matérias propostos e selado com resina. Os ratos foram sacrificados em 1, 3, 7, e 70 dias após o capeamento pulpar. As polpas foram analisadas histologicamente para infecção bacteriana, células inflamatórias, necrose e dentina reparadora, e classificadas de acordo com a ocorrência em notas de 1 a 4. O grupo do MTA mostrou sinais de necrose após 1 e 3 dias, estatisticamente mais baixos, quando comparado com o hidróxido de cálcio. Após 70 dias todas as polpas exibiram tecido saudável. Os autores concluíram que o MTA mostrou resultados parecidos com o hidróxido de cálcio e pode ser recomendado para uso clínico de proteção pulpar direta. Gonçalves et al. (2010) avaliaram o potencial hidrogeniônico, condutividade elétrica e liberação de arsênio e cálcio dos cimentos Portland e MTA. Foram confeccionados cinco corpos-de-prova, a partir de moldes de teflon, e então, imersos em água destilada, nos períodos de 3, 24, 72 e 168 horas. Para avaliação do pH foi utilizado pHmetro digital e para determinar a condutividade elétrica, o condutivímetro. A liberação de íons cálcio foi analisada por meio de espectrômetro de absorção atômica. Para a análise de arsênio as soluções foram acidificadas para pH 2.0, através da diluição destas em ácido clorídrico e, analisadas em espectrômetro de absorção atômica. Os resultados revelaram que não houve diferenças significantes entre as variações de pH e condução elétrica, em todos os cimentos. Os cimentos Portland branco não-estrutural e MTA BIO® liberaram quantidade significantemente maior de íons cálcio na solução, enquanto para liberação de arsênio, não foi encontrada diferença significante entre todos os materiais. Os resultados indicaram que as propriedades físico-químicas dos 60 cimentos Portland e MTA foram similares. Todos estes cimentos produzem alcalinidade no meio e, podem ser considerados seguros para uso clínico, de acordo com a liberação de arsênio. Os valores da condução elétrica e da liberação de cálcio aumentaram com o tempo. Matsunaga et al. (2010) investigaram se a concentração de arsênio liberado dos cimentos MTAs estariam de acordo com as normas internacionais para cimentos dentários. As preparações das amostras seguiram o método ISO 9917-1 (2003). Após a centrifugação das amostras dissolvidas, a concentração de arsênio trivalente final no sobrenadante foi analisada através de espectofotômetro de absorção atômica de alto desempenho. A concentração de arsênio nos cimentos MTAs foi muito menor que o valor para cimentos odontológicos especificados pela ISO 9917-1 (2ppm). As concentrações de arsênio no MTA branco estavam abaixo do recomendado para água pelas normas ambientais. Este estudo in vitro demonstrou que a quantidade de arsênio contida nos cimentos MTA, nas marcas disponíveis no mercado, não oferecem ameaças à saúde quando utilizados na prática endodôntica. Parirokh e Torabinejad (2010) apresentaram uma revisão de literatura sobre estudos em animais, as aplicações clínicas, desvantagens e mecanismo de ação do MTA. Foi realizada uma revisão de literatura por meio eletrônico no período de 1993 a 2009. O MTA é um material promissor para retrobturações, reparo de perfurações, proteção pulpar direta ou pulpotomia, e formação de barreira apical para dentes com rizogênese incompleta. Apesar da presença de numerosos relatos sobre o MTA, há poucos estudos sobre as aplicações clínicas deste material. O MTA tem alguns inconvenientes conhecidos como seu tempo de cura longo, alto custo e potencial de descoloração da estrutura dentária. Cristais de hidroxiapatitas se formam sobre o MTA quando em contato com fluido corporal sintético, e podem atuar para a formação de estruturas calcificadas após a sua utilização em tratamentos endodônticos. Os autores concluíram que o MTA é o material de escolha para algumas aplicações clínicas. Mais estudos clínicos são necessários para confirmar sua eficácia quando comparado com outros materiais. Schembry, Peplow e Camilleri (2010) avaliaram a quantidade de arsênio, chumbo e cromo em diferentes cimentos Portland, cinza e branco, e à base de MTA. Foi analisada a lixiviação de íons metálicos em água deionizada e fluida corporal 61 simulada. Os cimentos passaram por processo de digestão ácido e então, analisado em espectrofotômetro de absorção atômica e forno de grafite. A liberação de íons metálicos em água e fluido corporal simulado também foi determinada. Os resultados encontrados evidenciaram que todos os cimentos apresentaram altos valores de cromo, em comparação com arsênio e chumbo, tanto no material lixiviado como no conteúdo total. O cimento Portland cinza mostrou a maior quantidade de metais totais. O cimento Portland branco e o MTA-Ângelus apresentaram valores mais baixos para os íons metálicos. Os dois tipos de MTA liberaram arsênio em quantidades superiores as especificadas na ISO 9917-1. Os cimentos Portland e à base de MTA mostraram evidências de metais pesados sob a forma solúvel em ácido, bem como em lixiviados em água deionizada e fluido corporal simulado. O MTA mostrou níveis de arsênio maiores que o limite de segurança especificado pela ISO 9917-1. Silva et al. (2010) avaliaram as propriedades físicas do ProRoot MTA ® e MTA Ângelus. A resistência à compressão dos materiais foi realizada após 21 horas e 14 dias de imersão em água. A avaliação da radiopacidade foi mensurada em função da espessura de alumínio. Com relação à propriedade de tempo de presa, tanto o tempo de presa inicial como o final foram determinados. A solubilidade foi calculada em função da percentagem de massa perdida após a imersão em água. Os valores de pH foram medidos em três diferentes tempos (inicial, 1 e 24 horas) de imersão em água. Todos os testes foram realizados de acordo com a norma ISO 6876-2/2001. Os dois materiais apresentaram valores de resistência à compressão e pH de acordo com os valores especificados na norma. Os dois cimentos apresentaram radiopacidade superiores ao limite de 3mm de alumínio. Ambos os materiais mostraram resultados de solubilidade inferiores ao limite de 3%. O tempo de presa também ficou de acordo com as especificações. Adicionalmente foram avaliadas as superfícies dos materiais por meio de microscopia eletrônica de varredura e ambos apresentaram fases estruturais amorfas e cristalinas. Concluiu-se que os dois materiais avaliados estão de acordo com as normas ISO 6876-2/2001, permitindo o seu uso como material de preenchimento de canais radiculares. Vivan et al. (2010) avaliaram pH, liberação de cálcio, tempo de presa e solubilidade de dois cimentos à base de MTA e três cimentos experimentais Para a avaliação do pH e da liberação de íons cálcio, tubos de polietileno (1 mm de 62 diâmetro interno e 10 mm de comprimento) foram preenchidos com os cimentos e imediatamente imersos em frascos contendo 10 mL de água deionizada. Os tubos foram removidos após 3, 24, 72 e 168 horas e a solução dos tubos foi avaliada por meio de pHmetro e espectofotômetro de absorção atômica. Para a determinação do tempo de presa foram utilizadas agulhas Gillmore pesando 100 g e 456,5 g, de acordo com a especificação C266-03 da ASTM. A solubilidade foi testada seguindo a norma ISO 6876/2001. Todos os cimentos liberaram íons cálcio e deixaram o meio alcalino com tendência decrescente ao longo do tempo. Após 3 horas o MTA BIO® e o cimento Portland com óxido de bismuto apresentaram pH significantemente maior, enquanto que o MTA fotopolimerizável, o mais baixo. Após uma semana, o MTA BIO® apresentou o maior pH e o MTA fotopolimerizável, o mais baixo. Com relação a liberação de íons cálcio, após 3 horas, o cimento Portland acrescido de óxido de bismuto apresentou níveis significantemente maiores e, após uma semana, o MTA BIO® apresentou os maiores valores. O cimento resinoso e o MTA fotopolimerizável liberaram níveis significantemente baixos de cálcio, em todos os períodos de avaliação. O MTA Ângelus branco e o MTA BIO® apresentaram tempos de presa significantemente mais curtos, seguidos pelo cimento Portland com óxido de bismuto, que apresentaram tempos intermediários, e o cimento com base em resina epóxica que apresentaram valores altos para este teste. Os materiais que apresentaram os menores valores no teste de solubilidade foram o cimento à base de resina epóxica, cimento Portland com óxido de bismuto e o MTA fotopolimerizável, sendo os maiores valores apresentados pelo MTA Ângelus branco e MTA BIO®. Os autores concluíram que o MTA Ângelus branco e o MTA BIO® apresentaram os menores tempos de presa, maiores valores de pH e de liberação de íons cálcio, além de elevada solubilidade. Já os cimentos à base de resina epóxica e o MTA fotopolimerizável, apresentaram valores mais baixos de pH, solubilidade e liberação de íons cálcio. Wang et al. (2010) apresentaram, por meio de revisão sistemática, as características de composição e comportamento de hidratação do MTA. O levantamento realizado constatou que o material é amplamente utilizado em aplicações clínicas, tais como apicificação, reparação de raízes com reabsorção, como material retrobturador. A capacidade vedação e biocompatibilidade foram constatadas em muitos estudos, no entanto, não é um material de fácil manuseio e 63 possui tempo de presa longo, dificultando resultados consistentes na aplicação clínica. Para lidar com estas dificuldades existem maneiras de alterar a composição do MTA e consequentemente superar tais dificuldades. O aluminato tricálcico é o componente mais reativo do MTA e o silicato tricálcico é o responsável pela resistência inicial, durante a reação de hidratação. Assim, por meio de mudanças adequadas nas composições de silicato e aluminato tricálcico do MTA, foi possível mudar o comportamento, durante a reação de hidratação. No entanto, há um limite de concentração a ser respeitado para o silicato tricálcio, em consequência da toxicidade. Estudos sendo realizados para melhorar este material e mais evidências serão necessários para confirmação destes resultados. Por outro lado, há estudos para o desenvolvimento de um cimento de silicato de cálcio como alternativa ao MTA, melhorando o seu tempo de presa e propriedades de manipulação. Isso também poderia contribuir para a melhoria na aplicação clínica. Borges et al. (2011) avaliaram, por meio de sistema digital, a radiopacidade dos cimentos Portland e à base de MTA. Os testes realizados seguiram a especificação 57 da ANSI/ADA. Após a espatulação, os materiais foram inseridos em 5 placas de acrílico contendo 6 orifícios com dimensões de 1 mm de profundidade e 5 mm de diâmetro interno. Cada uma das placas de acrílico contendo os cimentos foi posicionada, no momento da exposição radiográfica, ao lado de outra placa de acrílico contendo um penetrômetro de alumínio, confeccionado de liga 1100, com espessura variando de 1 a 10 mm, em degraus uniformes de 1 mm cada. O conjunto foi radiografado com 30 cm de distância focoobjeto e com 0,2 segundos de tempo de exposição. Após as tomadas radiográficas, as leituras foram feitas por software específico que determinou as leituras de densidade radiográficas de cada material e da escada de alumínio. Os resultados mostraram que os cimentos à base de MTA apresentaram radiopacidade significantemente maior que os demais cimentos, enquanto que os cimentos Portland apresentaram menor radiopacidade. Concluiu-se que apenas os cimentos à base de MTA apresentaram radiopacidade de acordo com as especificações da ANSI/ADA. Camilleri (2011) avaliou a variação da alteração dimensional, em direção vertical em função nas condições ambientais, captação de fluido, solubilidade e lixiviação dos cimento Portland e MTA, armazenados em solução salina balanceada 64 de Hank, durante período de 28 dias. A alteração dimensional foi determinada ao longo dos 28 dias por meio transdutor diferencial de variável linear. A absorção de fluidos e a solubilidade foram avaliadas seguindo as normas ISO 6876/2002. As liberações de alumínio, bismuto, cálcio e silício em água e solução de Hank foram determinados por meio de análise por indução atômica de plasma acoplado. Os resultados evidenciaram que MTA foi significantemente mais solúvel que o cimento Portland. Os dois materiais absorveram água e solução fisiológica, sendo que o cimento Portland exibiu menor absorção. Os cimentos, quando em contato com a solução fisiológica, liberaram elevados níveis de íons cálcio. O MTA lixiviou bismuto. A liberação de cálcio e bismuto nos dois materiais ocorreu em maiores níveis quando imersos em solução fisiológica do que em água. Por meio dos resultados obtidos foi possível concluiu que o MTA foi mais solúvel e apresentou maior absorção de água e solução salina que o cimento Portland. Quanto a liberação de cálcio, os cimentos Portland foram superiores ao MTA nas duas soluções ao longo dos 28 dias. Os dois cimentos liberaram alumínio, cálcio e silício, e o MTA liberou bismuto. Os íons foram mais liberados em solução salina do que em água. Com relação à estabilidade dimensional o MTA resultou em maior encolhimento do material quando em contato com o meio fisiológico. A adição do óxido de bismuto ao MTA reduziu a liberação de íons cálcio, aumentou a solubilidade e alterou a estabilidade dimensional do material. Camilleri, Cutajar e Mallia (2011) investigaram a microestrutura, pH e a lixiviação em solução fisiológica do cimento Portland com óxido de zircônio em ambas as relações pó-água ou água-cimento 0,3 para utilização como material de obturação endodôntica. Foi avaliado comportamento ótimo segundo suas características de hidratação. O cimento Portland foi substituído por óxido de zircônio em quantidades variáveis de 0 a 50%, em incrementos de 10 e distribuidos em dois grupos. Um grupo foi preparado seguindo a razão água/cimento enquanto o outro seguiu a razão água/pó 0,3. O cimento Portland e o MTA foram usados como controle. Os materiais foram analisados sob microscopia eletrônica de varredura e os produtos de hidratação foram determinados. Os raios-X de energia dispersiva foram utilizados para analisar a composição elementar dos produtos de hidratação. O pH e a quantidade de de lixiviados em solução salina de Hank foram avaliados. A microestrutura do material protótipo e do cimento Portland, usado como controle, foi 65 avaliado após 30 dias, utilizando microscopia eletrônica e diagramas de razão atômica de Al/Ca versus Si/Ca e S/Ca versus Al/Ca. Os produtos de hidratação do cimento Portland substituído por 30% de óxido de zircônio misturados na relação água/ cimento de 0,3 foram o silicato de cálcio hidratado, hidróxido de cálcio e quantidades mínimas de etringita e monossulfato. O hidróxido de cálcio liberado em solução de HBSS resultou no aumento do pH. O cimento protótipo (Portland com 30% de óxido de zircônio) liberou íons cálcio, no processo de hidratação, que reagiram com os fosfatos presentes nos fluídos teciduais simulados. Isto resultou em um cimento bioativo que poderia ser utilizado como material de preenchimento endodôntico. O óxido de zircônio atuou como material de preenchimento inerte e não participou da reação de hidratação do cimento. Chang et al. (2011) investigaram e compararam o Ortho MTA e o ProRoot MTA quanto aos níveis de arsênio, cromo, cromo hexavalente e chumbo. Cinco amostras dos cimentos contendo 1 grama cada passaram pelo processo de digestão ácida com uma mistura de ácidos nítrico e clorídrico. As amostras foram filtradas e analisadas por meio de plasma indutivamente acoplado e espectrômetro de emissão óptica. Os resultados da concentração de arsênio no ProRoot MTA foi de 1.16 ppm, e este elemento não foi detectado no Ortho MTA. O cromo hexavalente e o chumbo não foram detectados nestes cimentos. O Ortho MTA apresentou significativamente menos cromo que o ProRoot MTA®. Os autores concluíram que os dois cimentos atendem as especificações da ISO 9917-1 sobre os limites seguros de concentração para arsênio e chumbo e são considerados seguros quanto a pureza para arsenio, cromo hexavalente e chumbo. Chung et al. (2011) analisaram o tempo de presa, resistência à compressão, pH, infiltração e citoxicidade da associação entre a resina 4metacriloxietil trimelitato/ metilmetacrilato-tri-n-butyl borano (4-META/MMA-TBB) e o ProRoot MTA. Estudos preliminares foram realizados para estabelecer a proporção adequada para aglutinação do material resinoso ao cimento. O MTA misturado com água estéril foi usado como controle. O tempo de endurecimento foi analisado por meio de agulha Gillmore. A resistência à compressão foi testada por máquina universal de ensaios mecânicos. Um pHmetro digital foi utilizado para mensuração da variação do pH. O azul de metileno serviu como corante de penetração para o teste de infiltração. A citotoxidade foi avaliada através do teste MTT com células 66 MC3T3-E1. O tempo de endurecimento do MTA/4-META foi significativamente mais baixo do que a do MTA. A resistência à compressão média do MTA/4-META, após 24 horas, foi significativamente maior do que o MTA. O MTA/4-META mostrou infiltração menor que o MTA. O pH da solução na qual os cimentos estavam imersos mostrou-se alcalino imediatamente após a imersão dos corpos-de-prova e permaneceu assim até o final dos ensaios. O pH do ProRoot MTA ® foi maior que o do MTA/4-META em todos os peíodos, mas a diferença foi significativa até 48 horas. O MTA e o MTA/4-META não mostraram citotoxidade. Por meio da metodologia empregada foi possível concluri que a resina 4-META/MMA-TBB, como veículo de mistura para o MTA, pode melhorar o seu tempo de presa e propriedades de manuseio deste material, podendo manter ou melhorar as propriedades biofísicas. Cutajar et al. (2011) investigaram a influência do óxido de zircônio na radiopacidade, resistência, tempo de presa, absorção de água, solubilidade e porosidade dos cimentos Portland e à base de MTA. O cimento Portland recebeu incrementos de óxido de zircônio em quantidades variáveis de 0% a 50% e em grupos de 10 foram misturados à água-pó ou água-cimento na proporção de 0,3. Os cimentos Portland e ProRoot MTA® foram utilizados como grupos controles. A microestrutura dos materiais foi investigada utilizando-se microscopia óptica. A formulação ideal foi determinada usando método digital de lógica. O cimento Portland substituído com 30% de óxido de zircônio e misturado na proporção àgua/cimento de 0,3, apresentou a melhor combinação de propriedades. Este material exibiu resistência a compressão, tempo de presa, solubilidade e absorção comparável ao ProRoot MTA®. Ao exame da microscopia ambos apresentaram solubilidade e sorção que indicaram porosidade que consistiu principalmente de poros vazios com ar aprisionado. Foi possível concluir que a inserção de 30% de óxido de zircônio nos cimentos Portland resultou em um material com propriedades comparáveis ao ProRoot MTA®. Galdolfi et al. (2011) caracterizaram um novo material desenvolvido à base de cimento de silicato de cálcio contendo resina com finalidade de redução de tempo de endurecimento e incremento de propriedades adequadas para favorecimento do reparo. Foi testada a solubilidade, tempo de presa, absorção de água, liberação de cálcio, atividade alcalinizante, bioatividade (capacidade de formação de hidróxido- apatita), crescimento e proliferação celular. A capacidade de 67 formação de apatita foi investigada por meio de microscopia tipo Raman, ATRFTIR e ESEM/EDX após imersão a 37°C por 1-28 dias em DPBS OU DMEM+FBS. A adaptação marginal do cimento na raiz de dentes extraídos foi avaliada por ESEM/EDX, e a viabilidade da célula Saos-2 nos cimentos também foi avaliada. Os resultados evidenciaram tempo de presa rápida (2 min), baixa solubilidade, elevada liberação de cálcio (150-200 ppm) e pH de 10-12. Houve promoção da formação óssea e apatita, logo após 1 dia. A apatita preencheu as porosidades e interfaces e criou uma perfeita adaptação marginal. Este material provou ser viável permitindo o crescimento das células Sao-2 e por não apresentar toxicidade. Os resultados apresentados permitiu concluir que é possível desenvolver um cimento à base de silicato de cálcio com presa através de luz, capaz de tomar presa em 2min. Este material apresentou alta bioatividade, com formação de depósitos precoces de apatita. A resina possibilita a criação de uma rede polimérica capaz de estabilizar a superfície exterior para absorver agua. A formação de apatita na superfície do cimento e a redução do tempo de presa representam propriedades extremamente interessantes para um material projetado para aplicações odontológicas em tecidos duros, tornando-o uma alternativa atraente para a substituição dos cimentos de silicato de cálcio. Garcia et al. (2011) compararam qualitativamente os elementos químicos contidos no cimento Portland e MTA. Cem gramas de pó de MTA BIO® e cimento Portland foram submetidos à difração de raios-X, com comprimento de onda de 1,5418 Å e passo de 0,05/segundos e leitura de intervalo (2Ө) entre os ângulos 3 e 65°. As análises das difratometrias foram interpretadas pelo programa Eva-msc Application versão 2.2, no qual gerou um gráfico e os elementos químicos das amostras foram identificados utilizando fichas de identificação padronizadas Joint Commitee on Powder Difractin Standard. Os resultados mostraram a presença dos minerais calcita, silicato de cálcio e periclásico, em ambas as amostras. Não foi observada a presença da fase sulfato de cálcio e potássio na amostra de cimento Portland. A fase amorfa foi observada em ambas as amostras. Foi possível concluir que os elementos identificados mostraram semelhanças químicas entre o MTA BIO® e o cimento de Portland. Hwang et al. (2011) compararam a composição química, propriedades físicas e biocompatibilidade dos cimentos Portland, á base de MTA e cimento 68 experimental, fabricado a base de cimento Portland. A composição química dos materiais foi determinada por meio de microscopia eletrônica de varredura e raios-X de energia dispersiva. Para a determinação do tempo de presa foi utilizado um penetrador Vicat e para mensuração da resistência à compressão foi utilizada uma máquina de ensaio universal, nos períodos de 1, 3 e 7 dias após a mistura, seguindo as recomendações da ISO 9917-1. A biocompatibilidade foi avaliada usando microscopia eletrônica de varredura e ensaio em XTT. Os resultados mostraram que as partículas do MTA são menores e mais homogêneas, enquanto que as do cimento Portland tinham uma variedade de larguras e tamanhos. O cimento experimental evidenciou tamanhos maiores e mais irregulares das suas partículas. A composição química dos cimentos testados foi semelhante, principalmente os elementos cálcio, silício, alumínio e magnésio. Apenas o MTA apresentou bismuto. O enxofre foi encontrado somente no cimento Portland enxofre. O ferro foi encontrado no cimento experimental. O tempo de presa do cimento Portland experimental foi significantemente mais curto. A resistência à compressão do cimento Portland experimental foi menor que do MTA e cimento Portland. Os materiais apresentaram semelhança quanto à bicompatibilidade. Os resultados permitiram concluir que o cimento Portland experimental pode ser considerado como possível substituto para o MTA, de acordo com as propriedades testadas nesse estudo. Para o uso clínico, mais ensaios são necessários. Lee et al. (2011) avaliaram a viabilidade clínica de cimentos MTA misturados com aceleradores de hidratação. O grupo controle foi obtido pela aglutinação de MTA com água destilada. No grupo 2, o MTA contendo 10% de cloreto de cálcio foi misturado com água destilada. No grupo 3, o MTA foi misturado com 0,1% de ácido cítrico. No grupo 4, o MTA foi misturado com solução de gluconato lactato de cálcio. Para avaliação do tempo de presa e resistência à compressão, foi seguido o método da ISO 9917-1. Para a determinação do pH foi utilizado um pHmetro digital. Os resultados mostraram que o tempo de presa do MTA misturado com aceleradores de hidratação foi significativamente mais curto que o grupo controle, em particular quando misturado com a solução de gluconato lactato de cálcio. Os valores da resistência à compressão dos cimentos misturados com os aceleradores de hidratação foram significantemente inferiores quando comparado com o grupo controle. O pH do MTA misturado com os aceleradores de 69 hidratação foi significativamente menor que o do MTA misturado com água, sendo este segundo mais estável e mais elevado (pH 11-12). Por meio da metolodologia empregada, foi possível concluir que os aceleradores de hidratação contribuíram para a redução no tempo de presa do MTA, sem prejuízo das suas outras vantagens deste cimento. Massi et al. (2011) avaliaram o tempo de presa, pH e liberação de cálcio do MTA experimental, cimento Portland branco, MTA Ângelus branco e AH Plus. Para a avaliação do tempo de presa cada material foi testado usando agulhas tipo Gillmore. Tubos de polietileno, contendo os cimentos, foram imersos em água destilada para as medições do pH por meio de pHmetro digital. A análise da liberação de íons cálcio foi realizada por espectrometria de absorção atômica. Os testes foram realizados nos períodos de 3, 6, 12, 24 e 48 horas e 7, 14 e 28 dias. Os resultados obtidos evidenciaram que o MTA experimental mostrou liberação de íons cálcio significante maior, em todos os períodos. Houve significante aumento de pH em 48 horas. O material teste evidenciou tempo de presa significante maior que os outros cimentos. Foi possível concluir, baseado na metodologia empregada, que o MTA experimental apresentou propriedades favoráveis para sua indicação como cimento endodôntico. Minotti (2011) avaliou, microscopicamente, a reação tecidual em subcutâneo de ratos frente a utilização de quatro tipos de cimentos (MTA Angelus, cimento Portland Cinza, cimento Portland branco. Os implantes foram feitos em ratos Wistar albinos, distribuídos em quatro grupos experimentais, perfazendo 6 implantes por período de 9, 15, 30 e 60 dias. Os resultados mostraram uma maior densidade de células inflamatórias em 15 dias, coma a redução dessa densidade com o passar do tempo para todos os materiais. As análises descritivas mostraram inflamação crônica induzida pelos materiais, com intensidade de leve a moderada, e organização de uma cápsula fibrosa ao redor de todos os espécimes e em todos os períodos. Concluiu que todos os cimentos produziram respostas inflamatórias semelhantes, apenas com diferenças estatisticamente significante entre o cimento portland cinza e os demais, e não houve relação entre a concentração de arsênio presente na composição destes materiais e a intensidade da reação inflamatória. Oliveira e Pandolfelli (2011) mostraram a influência de aditivos no desenvolvimento de um cimento endodôntico à base de aluminato de cálcio. Foram 70 avaliadas as propriedades do novo cimento em comparação com o MTA, quando em contato com solução de fluido corporal simulado. Testes de manipulação e medidas de resistência a compressão, porosidade aparente, tempo de endurecimento, pH e condutividade iônica foram realizados para o MTA puro e o novo cimento, contendo um dispersante polimérico da família do poliglicol, cloreto de cálcio para indução de plasticidade ao cimento e óxido de zinco, como radiopacificador. A composição química dos cimentos foi determinada por meio de análise em espectrometria de absorção atômica, com fonte de plasma indutivamente acoplado. Comparativamente ao MTA, o novo cimento apresentou curto tempo de presa, capacidade de liberar íons cálcio e hidroxilas e capacidade de conferir alcalinidade ao meio. Este material alternativo, quando combinado à aditivos específicos, melhorou as características de fluidez, condições de manuseio, resistência mecânica, e porosidade. Além disso, os resultados quanto a variação de pH e condução iônica mostraram que o novo material é material bioativo em ambiente biológico simulado. Os autores concluíram que este material alternativo pode ser indicado para as múltiplas aplicações em endodontia. Borges et al. (2012) compararam as alterações na superfície da estrutura e distribuição elementar, bem como os níveis de liberação de íons de quatro cimentos endodônticos, submetidos a teste de solubilidade. Os cimentos testados foram o AH Plus, iRootSP, MTA FillApex®, SealApex e MTA-Ângelus. O teste de solubilidade seguiu a especificação 57 da ANSI/ADA, e a água deionizada que foi utilizada neste teste foi analisada através de espectômetro de absorção atômica para determinar e quantificar íons cálcio, sódio, potássio, zinco, níquel e chumbo. Além disso, alterações de superfície externa e interna, foram analisadas através de microscopia eletrônica de varredura e espectrômetro de raios-X de energia dispersiva. Os resultados para os teste de solubilidade foi expressa em ordem crescente, sendo o MTA-Ângelus o que apresentou menores valores, seguido do AH Plus, SealApex, MTA FillApex® e iRoot SP. O AH Plus e MTA foram estatisticamente semelhantes, mas diferentes dos outros materiais. Altos níveis de íons calcio liberados foram observados em todos os grupos, exceto no cimento AH Plus. O MTA Ângelus apresentou os maiores níveis de liberação de íons sódio e potassio, enquanto a liberação de zinco foi observada apenas nos cimentos AH Plus e SealApex. Após o teste de solubilidade, todas as superfícies apresentaram 71 alterações morfológicas. A análise evidenciou níveis elevados de cálcio e carbono na superfície do SealApex, MTA Fillapex® e iRoot SP. Foi possível concluir que o AHPlus e o MTA-Ângelus estavam de acordo com as exigências da ANSI/ADA em relação a solubilidade, enquanto o iRootSP, MTA FillApex e SealApex apresentaram resultados que não condizem com esta especificação. Altos níveis de liberação de íons cálcio foram observadas em todos os materiais, exceto no AHPlus. As análises das superfícies revelaram alterações morfológicas externas e internas, após o teste de solubilidade. Elevados níveis de cálcio e carbono foram também observados na superfície de todos os materiais testados, exceto AHPlus e o MTA Ângelus. Camilleri et al. (2012) determinaram a composição química e investigaram a quantidade total e lixiviável do arsênio, chumbo e cromo nos cimentos Portland, silicato tricálcico puro, Biodentine, Bioaggregate e MTA-Ângelus. A composição química dos materiais foi determinada por meio de raios-X de fluorescência (XRF). A quantificação de arsênio, chumbo e cromo foi determinada pela espectrometria de massa-plasma indutiva acoplado (ICP-MS), seguida pela digestão ácida do material hidratado e em lixiviação, imersos em solução salina balanceada de Hank (HBSS). Todos os cimentos analisados apresentaram composição similar de óxidos, principalmente de cálcio e silício. Os cimentos Portland e MTA-Ângelus tiveram presença adicional de óxido de alumínio. Todos os materiais estudados apresentaram quantidade de arsênio na forma ácida maior do que a recomendada pela ISO 9917-1. Referente ao chumbo, os níveis determinados foram aceitáveis. Apesar do alto nível desses elementos presentes nos materiais, a liberação in HBSS foi mínima para os materiais dentários, ao contrário dos que aconteceu com o cimento Portland. Os autores concluíram que os materiais dentários a base de cimento silicato e MTA Ângelus liberaram quantidade mínima dos elementos químicos analisados, quando em contato com o meio artificial. Os resultados da extração em meio ácido podem ter sido afetados por efeitos não-específicos da matriz do cimento. Dorilêo et al. (2012) avaliaram a solubilidade de cimento Portland branco estrutural e não – estrutural, cimento Portland cinza, MTA BIO® misturados à agua destilada, e MTA FillApex®. O teste foi realizado de acordo com a especificação 57 da ANSI/ADA. (ANSI/ADA, 2000). Os cimentos foram colocados em anéis de teflon (1,5 mm de espessura e 7,75 mm de diâmetro interno) e esperou-se três vezes mais 72 que o seu tempo de presa. As amostras (n=5) foram pesadas e imediatamente imersas em 7,5 mL de água destilada e deionizada por 24 horas. Após este tempo as amostras foram removidas da água e passaram por um processo de secagem por 24 horas. A solubilidade foi determinada pela diferença da massa final e inicial de cada amostra. Os resultados foram comparados pelo teste estatístico ANOVA com pós-teste de Tukey, com nível de significância de 5%. A solubilidade do MTA BIO® foi significantemente menor que os outros cimentos testados. Os cimentos portland brancos e cinza apresentaram valores intermediários, mas diferentes entre si. O MTA FillApex® apresentou os maiores valores. Os autores concluíram que o cimento MTA FillApex® foi o mais solúvel, enquanto o MTA BIO® apresentou solubilidade de acordo com a ANSI/ADA. Duarte et al. (2012b) avaliaram a influência do propilenoglicol (PG) na fluidez, tempo de endurecimento, pH e liberação de íons cálcio dos cimentos a base de MTA. Os cimentos foram misturados em diferentes proporções: 100% de água destilada, 80% de água destilada e 20% de PG; 50% de água destilada e 50% de PG, 20% de água destilada e 80% de PG, 100% de PG. O teste de fluidez seguiu a determinação da especificação 57 da ANSI/ADA e o de tempo de endurecimento as normas da ASTM C266-08. Para avaliação do pH e liberação de íons cálcio, 50 dentes de acrílico com canais preparados foram preenchidos com os materiais e imersos, individualmente, em frascos contendo 10 mL de água deionizada. Após 3, 24, 72 e 168 horas, os dentes foram removidos e a solução nas quais estavam imersos tiveram o pH determinado, por meio de pHmetro, e a liberação de íons cálcio por meio de espectrometria de absorção atômica, utilizando-se lâmpada com cátodo específico. Os dados foram analisados estatisticamente e evidenciaram os maiores valores de fluidez com as proporções de MTA com 20% de água destilada e MTA com 80% PG. Os menores valores foram determinados com a mistura de 100% de água destilada. A presença de PG não alterou a liberação de íons cálcio, sendo que a mistura com 100% de PG evidenciou os maiores valores de pH e liberação de íons cálcio, após o período de 3 horas. O aumento da quantidade de PG interferiu significantemente no tempo de endurecimento, na proporção de 100% o cimento não tomou presa. Por meio dos resultados obtidos, os autores concluíram que a adição de PG ao MTA-Ângelus aumentou o tempo de endurecimento, pH e liberação de íons cálcio, além de haver melhora na fluidez do material, nos períodos iniciais. A 73 proporção de 80% de água destilada e 20% de propilenoglicol ao cimento é recomendada. Duarte et al. (2012a) avaliaram pH, liberação de íons cálcio, tempo de endurecimento, solubilidade dos cimentos MTA e Portland brancos, combinados com diferentes agentes radiopacificadores. Cinquenta dentes de acrílico tiveram seus canais preenchidos com os materiais e a seguir, imersos em água ultrapura. Estas soluções foram utilizadas para medir pH (pHmetro digital) e liberação de íons cálcio (espectrometria de absorção atômica) nos tempos de 3, 24, 72 e 168 horas. Para a avaliação do tempo de presa, cada material foi analisado de acordo com as diretrizes de ASTM 266/08. O teste de solubilidade foi realizado de acordo com a especificação 57 da ANSI/ADA. Os resultados obtidos demostraram valores significantemente maiores de pH e liberação de íons cálcio nos períodos de 3 e 24 horas. O cimento Portland branco foi o material que apresentou maiores valores para ambas as propriedades. O MTA branco teve maior solubilidade entre todos os materiais. Todos os radiopacificadores aumentaram o tempo de presa do cimento Portland branco, e o MTA branco teve menor tempo de presa entre todos os materiais. Por meio dos resultados obtidos, foi possível concluir que todos os materiais liberaram íons cálcio. Com exceção do cimento Portland branco misturado com tungstato de cálcio, em 168 horas, todos os materiais promoveram alcalinidade ao meio. Com base nestes resultados, os óxidos de zircônio e tungstato de cálcio podem ser considerados como potenciais agentes radiopacificadores a serem utilizados na combinação com o cimento Portland. Estrela et al. (2012a) discutiram a influência de estratégias de sanificação no sucesso do tratamento da periodontite apical. A partir da análise crítica da literatura observou-se uma superestimativa de sucesso do tratamento endodôntico. Foram tratados os temas relacionados ao mecanismo de agressão bacteriana, os critérios de identificação dos fracassos, considerações sobre as limitações radiográficas e os desafios a serem vencidos para que se alcance o êxito no tratamento endodôntico. Os autores concluíram que o sucesso endodôntico no tratamento da periodontite apical será alcançado à partir da adoção de um protocolo terapêutico que valoriza o rigor no processo de sanificação dos canais infectados. Estrela et al. (2012b) caracterizaram e compararam a presença de óxido de cálcio (CaO) na composição dos materiais usados para o tratamento de 74 perfurações radiculares. Foram testados MTA branco e cinza, cimento Portland, MTA cinza + 5% de CaO, MTA cinza + 10% de CaO e CaO puro. Dezoito tubos de prolietileno com diâmetro interno de 3 mm e comprimento de 3 mm foram preenchidos e em seguido transferidos para uma câmara com 95% de umidade relativa e temperatura de 37°C. Os compostos químicos foram analisados por Energia dispersiva de raio-X (EDX). As concentrações de CaO foram de 59,28% no MTA cinza, 63,09% no MTA branco, 72,51% no cimento Portland, 63,48% no MTA cinza + 5% de CaO e 67,55% no mTA cinza + 10% de CaO. Houve também detecção de picos elevados de cálcio, bismuto e silício, vestígios de magnésio, sódio e alumínio. O bismuto não foi detectado no cimento Portland. Os autores concluíram que os materiais testados apresentaram concentrações de CaO diferentes entre si. O cimento Portland apresentou os maiores valores, mesmo quando comparados com os cimentos que receberam incrementos de 5 e 10% de CaO. Formosa et al. (2012) investigaram as propriedades físicas do cimento silicato tricálcico, com e sem a adição de um radiopacificador, e o compararam com os cimentos Portland, comum e radiopaco. Foram testados a radiopacidade, força de compressão, tempo de endurecimento e estabilidade dimensional. Os testes foram realizados nos períodos de 1 e 28 dias, sob condições de 37°C e 100% de umidade ou imersos em solução balanceada de Hank (HBSS). Os cimentos sem óxido de bismuto apresentaram valores de radiopacidade menores que a espessura de 3 mm de alumínio, especificada como o limite mínimo para radiopacidade de materiais odontológicos pela ISO 6876. Em contrapartida, todos os materiais que continham óxido de bismuto apresentaram valores próximos a 8 mm de alumínio. A adição de 20% de óxido de bismuto resultou em uma radiopacidade adequada. Os cimentos sem radiopacificadores melhoraram as características de resistência quando imersos em HBSS, enquanto os cimentos acrescidos de radiopacificadores apresentaram maior resistência quando em água. O cimento silicato tricálcico demonstrou o tempo de preza mais curto. A adição do óxido de bismuto aumentou o tempo de presa dos cimentos, enquanto o HBSS inibiu a presa nos cimentos acrescidos com óxido de bismuto. A alteração dimensional exibida nos espécimes foi maior nas primeiras horas, e estabilizou com o tempo. Os autores concluíram que a adição de um agente radiopacificador é necessária para a utilização dos cimentos silicato tricálcicos como material odontológico. Os cimentos silicato tricálcio exibiram propriedades físicas 75 adequadas e, portanto, seguro como substituto do cimento Portland no MTA. O óxido de bismuto aumentou drasticamente o tempo de presa. Formosa, Mallia e Camilleri (2012) avaliaram a microestrutura e características superficiais do cimento silicato tricálcio radiopaco expostos a diferentes tempos de endurecimento, acondicionados a umidade de 100% ou imersos em água ou meio artificial, simulando fluidos corporais, a temperatura de 37°C. Os materiais analisados foram os cimentos de silicato e Portland, com e sem adição de óxido de bismuto. A caracterização do material foi realizada em cimentos hidratados utilizando a combinação de microscopia eletrônica de varredura e análises com raios-X de energia dispersiva e de difração. A análise da morfologia superficial foi investigada por meio de perfilometria óptica. Os cimentos permaneceram nas condições de umidade e temperatura propostas pelos testes, por 1 e 28 dias. Além disso, a análise do material lixiviado foi realizada por raios-X de fluorescência, na solução armazenada. O pH foi também determinado. Os resultados evidenciaram a produção de silicato hidratado de cálcio e hidróxido de cálcio, durante a reação de hidratação dos materiais. O silicato tricálcio apresentou maior reação que o cimento Portland, e a adição do óxido de bismuto provavelmente aumenta a reação, com mais produção de silicato hidratado de cálcio e hidróxido de cálcio, demonstrado pela microscopia eletrônica, raios-X e pelos depósitos nas superfícies dos materiais, observados pelo perfilômetro. A imersão do cimento em meio artificial resultou na deposição de fosfato de cálcio durante os estágios iniciais, seguindo da imersão e extensiva calcificação, após 28 dias. O pH de todas as solução teve comportamento alcalino, sendo maior quando os cimentos foram imersos na água destilada. A análise da lixiviação demonstrou altos níveis de cálcio em todos os cimentos, significantemente maiores no silicato tricálcio e naqueles acrescidos de bismuto. Os autores concluíram que o cimento tricálcio foi mais bioativo que o Portland. Essa propriedade foi determinada pela mensuração da produção de hidróxido de cálcio e formação de fosfato de cálcio quando em contato com os fluidos corporais simulados. Gandolfi, Siboni e Prati (2012) avaliaram as propriedades físico-químicas do TheraCal, ProRoot MTA® e Dycal. Foram avaliadas a liberação de íons cálcio e hidroxila, absorção de água, solubilidade, profundidade de presa e radiopacidade. Os resultados mostraram que o TheraCal liberou quantidade significantemente maior 76 de ions cálcio que o ProRoot MTA® e Dycal durante todos os períodos de teste, isto é, até 28 dias. O TheraCal foi capaz de alcalinizar o meio, inicialmente a pH 10-11 (3h- 3 dias) e subsequentemente para pH 8-8,5 (7-14 dias). A profundidade de cura desse material foi de 1.7 mm e solubilidade significantemente menor que o Dycal e ProRoot MTA®. A quantidade de absorção de água pelo TheraCal foi maior que o Dycal e menor que o ProRoot MTA®. Dessa forma, concluiu-se que o TheraCal apresentou maior capacidade de liberação de íons cálcio e menor solubilidade que os outros materiais. A capacidade de presa a uma profundidade de 1,7mm do TheraCal pode evitar riscos de dissolução prematura. Essas propriedades ofereceram maiores vantagens para a utilização deste material nos tratamentos de capeamento pulpar. Ndong et al. (2012) determinaram as propriedades físicas e biológicas do cimento parcialmente estabilizado (PSC) quando acrescido de zinco (Zn). O nitrato de ferro foi substituído no processo sol-gel do cimento Portland parcialmente estabilizado. As análises das fases cristalinas foram realizadas utilizando-se difração de raio-X. Os grupos foram MTA, PSC acrescido de 1% de Zn, PSC com 3% de Zn e PSC com 5% de Zn, imersos em fuido corporal simulado, durante 3 horas, 1 e 3 dias. A microestrutura e a morfologia da superfície foram analisadas por microscopia eletrônica de varredura. Os tempos de presa inicial e final foram determinados utilizando agulha Vicat. Para a avaliação da citotoxidade foram usados osteoblastos primários. A adição de uma porcentagem elevada de Zn resultou em uma fase estável que favoreceu a formação de uma estrutura monoclínica com reação de hidratação aumentada e tempo de endurecimento reduzido. O teste de citotoxidade revelou que o material não foi tóxico. Os autores concluíram que o material PSC-Zn apresentou tempo de endurecimento reduzido e biocompatibilidade adequada. Treas, Tyagi e Singh (2012) avaliaram os efeitos da crônica exposição ao estrogênio e arsênio, isolados ou combinados, sobre a expressão dos genes de regulação e consequências epigenéticas sobre a modificação do DNA e de padrões de células epiteliais da próstata humana. Foi realizada a análise por Western Blot. O resultado deste estudo revelou que a exposição ao arsênio, ao estrogênio, e sua combinação altera a expressão de genes reguladores epigenéticos, mudança nos padrões de DNA e modificação de histomas, sendo maiores e quando em contato como arsênio, e quando este foi combinado com o estrogênio. Os resultados deste 77 estudo poderão ajudar a explicar o mecanismo da carcinogênese da próstata induzida por exposição ao estrogênio e arsênio. Silva et al. (2013) avaliaram a citotoxidade e propriedades físico-químicas do MTA FillApex® e do AH Plus. A avaliação da citotoxidade foi realizada seguindo a recomendação da ISO 10993-5. A radiopacidade e a viscosidade foram avaliadas segundo as especificações da ISO 6876/2001. Os níveis de pH foram mensurados nos períodos de 3, 24, 72 e 168 horas utilizando um pHmetro digital. Os dados foram analisados estatisticamente por análise de variância e teste de Tukey com nível de significância de 5%. Em todos os períodos testados o MTA FillApex® apresentou-se mais citotóxico que o AH Plus. O AH Plus apresentou maior radiopacidade, sendo que os dois cimentos mostraram valores mínimos exigidos pela ANSI/ADA. O MTA FillApex® apresentou pH alcalino em todos os tempos experimentais, enquanto o cimento AH Plus apresentou pH neutro. Quanto a viscosidade o AH Plus mostrou valores ligeiramente menores que o FillApex®. Concluíram que o MTA FillApex® mostrou boas propriedades físico-químicas, embora mais estudos quanto as propriedades biológicas devem ser realizados para confirmar seu uso na terapia endodôntica. 3 PROPOSIÇÃO 79 3 PROPOSIÇÃO O presente estudo teve como objetivo avaliar a solubilidade, o potencial hidrogeniônico, a condutividade elétrica, a radiopacidade, a determinação de metais nos cimentos Portland cinza (tipos II, IV e V), cimentos Portland brancos (estrutural e não estrutural), MTA FillApex, ProRootMTA® e MTA BIO®®. 4 MATERIAIS E MÉTODOS 81 4 MATERIAIS E MÉTODOS Para este estudo foram utilizados cinco tipos de cimentos Portland e três tipos de MTA. As composições químicas dos cimentos estudados, fornecidas pelo fabricante, assim como a sua identificação, estão listadas na Tabela 1. Tabela 1 - Descrição dos cimentos utilizados com a respectiva composição e identificação do fabricante. Cimento Composição* Fabricante Portland branco estrutural (CPBE) Clínquer branco (100-75%) e gesso (3%) Material carbonático (0-25%) Votorantin, SP, Brasil Portland branco não estrutural (CPBNE) Clínquer branco(74-50%) e gesso (3%) Material carbonático (26-50%) Votorantin, SP, Brasil Portland Cinza (CPII) Clínquer (97%) e gesso (3%) Votorantin, SP, Brasil Portland IV (CP IV) Clínquer e gesso (45-85%), material posolânico (15-50%) e material carbonático (0-5%) Votorantin, SP, Brasil Portland V (CP V) Clínquer e gesso(100-95%) e material carbonático (0-5%) Votorantin, SP, Brasil Resina salicicato, resina diluente, resina natural, óxido de bismuto, sílica nanoparticulada, agregado trióxido mineral, pigmentos Ângelus Ind. Prod., PR, Brasil MTA FillApex MTA BIO ® 80% de cimento Portland ® ® Pro Root MTA 20% de óxido de bismuto Ângelus Ind. Prod., PR, Brasil 75% de cimento Portland Dentsply-Tulsa 20% de óxido de bismuto Dental, OK, EUA 5% de sulfato de cálcio diidratado *Informações fornecidas pelo fabricante Os NATIONAL testes realizados seguiram STANDARD a Especificação 57 INSTITUTE/AMERICAN DENTAL (AMERICAN ASSOCIATION- ANSI/ADA, 2000). O laboratório onde foram desenvolvidos os testes era dotado de dois aparelhos de ar condicionado, que possibilitaram o controle da temperatura, em torno de 23 ± 2° C. A umidade e a temperatura foram aferidas por meio de um termohigrômetro (Minipa Ind. e Com. Ltda, São Paulo, SP, Brasil). Foi utilizada a relação pó-líquido e pasta-pasta, simulando a situação de 82 uso clínico, seguindo as recomendações do fabricante que é de 3:1 para os cimentos pó/líquido. A proporção para o MTA FillApex® foi feita através de bicos dosadores que compõem o quite. 4.1 AVALIAÇÃO DA SOLUBILIDADE Cinco moldes circulares de teflon com 1,5 mm de espessura e 7,75 mm de diâmetro interno foram colocados sobre uma placa de vidro revestida por uma fina lâmina de papel celofane. O cimento, logo após sua espatulação, foi inserido no interior dos moldes e sobre o mesmo colocou-se uma das extremidades de um fio de nylon impermeável, com aproximadamente 70 mm de comprimento e 0,5 mm de diâmetro (Figuras 1A e 1B). Sobre os moldes preenchidos com cimento e o fio de nylon foi sobreposta outra placa de vidro revestida com papel celofane. As placas foram pressionadas manualmente até que tocassem a superfície do molde uniformemente, e mantidas em posição por meio de fita adesiva. Sobre esse conjunto, colocou-se um peso de 100 g que veio a fazer parte do sistema. Todo esse conjunto foi transportado para uma câmara climatizada, com temperatura de 37 ± 2 0 C e umidade relativa do ar de 95 ± 5%. Após decorrer intervalo de tempo três vezes maior ao tempo de presa de cada cimento, previamente determinado pelo fabricante, a amostra foi removida do molde e retirada quaisquer resíduos ou partículas soltas (Figura 1C), e foi pesada em uma balança de precisão de 4 dígitos (Ohaus Corporation, New Jersey, NJ, EUA). A amostra suspensa pelo fio de nylon foi colocada no interior de um recipiente de plástico com boca larga, contendo 7,5 mL de água destilada e deionizada, tomando-se o cuidado de não permitir nenhum contato entre a amostra e a superfície interna do recipiente (Figura 1 D). Esse recipiente foi fechado e levado para estufa a 37 ± 2° C, e 95 ± 5% de umidade, onde permaneceu por 24 horas. 83 Figura 1 – (A) Molde circular de teflon confeccionado com 7,75mm de diâmetro interno e 1,5mm de espessura; (B) Molde preenchido com o cimento e com fio de nylon inserido na massa do material ainda amolecido; (C) Corpos-de-prova desinformados e pesados; (D) Amostras prontas com os corpos-de-prova imersos em 7,5mL de água destilada e deionizada. Decorrido esse tempo, a amostra foi removida, enxaguada com água destilada, deionizada e retirada os excessos com a ajuda de lenço de papel absorvente. A amostra foi mantida no desumidificador por 24 horas e depois retirada para a segunda pesagem, aproximando-se novamente para os 0,0001g mais próximos (Figura 2). 84 Figura 2 – Balança analítica de precisão com corpo-de-prova no seu interior. A perda de massa de cada amostra foi anotada e expressa como a porcentagem da massa original do material. Essa perda consiste na solubilidade do material testado. A média de cinco repetições foi considerada, aproximada para os 0,01 percentuais mais próximos, como sendo a solubilidade do cimento estudado. 4.2 AVALIAÇÃO DO pH Cinco corpos-de-prova foram confeccionados para cada cimento testado, seguindo a metodologia preconizada para o teste de solubilidade Inicialmente o pHmetro digital (Quimis Ap. Científ. Ltda, Diadema, SP, Brasil) foi calibrado com soluções de pH 6,86 e 9,18. O pH da água destilada foi medido, antes da submersão dos corpos-de-prova no recipiente (Figura 3). Essa medida foi repetida por cinco vezes e obtida a média aritmética. 85 Figura 3 - pHmetro digital com eletrodo imerso na solução a ser analizada. Os corpos-de-prova foram imersos em 7,5 mL de água destilada e deionizada com pH de 5,68, contida em recipiente plástico de boca larga e tampa (Figura 4). Figura 4 – Recipientes plásticos contendo os corpos-de prova imersos em 7,5mL de água destilada e deionizada. As aferições do pH foram feitas nos intervalos de 1,3, 5, 15, 30, 60, 120, 180, 240, 360, 540, 720, 1440, 2880, 4320, 5760, 8640, 10080, 21600, 43200 minutos. Para cada período determinado, obteve-se a leitura do pH do meio no qual foi imerso o corpo-de-prova. Dessa forma, foram obtidas 5 aferições para cada material, estabelecendo-se ao final, a média aritmética. Durante todo o experimento, a leitura do pH, para cada amostra, foi realizada sempre no mesmo recipiente plástico, ou seja, sem que houvesse a substituição da água destilada e deionizada. 86 4.3 AVALIAÇÃO DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Cinco corpos de prova de cada cimento foram confeccionados, seguindo a metodologia descrita no teste de solubilidade. O condutivímetro (Quimis Ap. Científ. Ltda, Diadema, SP, Brasil) foi calibrado com o auxílio de uma solução de padronização de curva de 1408 uS/cm -1. Os corpos-de-prova foram imersos em 7,5 mL água destilada e deionizada com pH de 5,68, contida em recipiente plástico de boca larga e tampa. As aferições da condutividade elétrica foram feitas nos intervalos de 1,3, 5, 15, 30,60, 120, 180, 240, 360, 540, 720, 1440, 2880, 4320, 5760, 8640, 10080, 21600, 43200 minutos. Os valores das leituras foram anotados e posteriormente somados, estabelecendo-se uma média para cada material em cada período de tempo (Figura 5). Figura 5 – A-Condutivímetro digital; B- eletrodo imerso em solução testada. 4.4 AVALIAÇÃO DA RADIOPACIDADE Cinco placas de acrílico (2,2 cm x 4,5 cm x 1 mm) foram confeccionadas, contendo 9 orifícios com dimensões de 1 mm de profundidade e 5 mm de diâmetro interno. Essas placas de acrílico foram colocadas sobre uma placa de vidro recoberta por uma lâmina de papel celofane. Os cimentos foram espatulados 87 seguindo-se a proporção pó-líquido e pasta-pasta pré-estabelecida e os materiais introduzidos nos orifícios da placa de acrílico. Cada um dos orifícios foi preenchido com um dos cimentos estudados, seguindo a ordem do material com o maior para o de menor tempo de endurecimento. A disposição dos cimentos em cada uma das placas sempre ocorreu na mesma posição, no sentido de padronizar e facilitar a localização dos materiais durante a análise da radiopacidade. As placas, após o preenchimento, foram armazenadas em estufa a 37 ± 2° C e 95 ± 5% de umidade relativa do ar, durante o período de endurecimento dos materiais. Cada uma das placas de acrílico contendo os cimentos foi posicionada, no momento da exposição radiográfica, ao lado de outra placa de acrílico (1,3 cm X 4,5 cm X 1 mm) contendo um penetrômetro (escada) de alumínio, confeccionado de liga 1100, com espessura variando de 1 a 10 mm, em degraus uniformes de 1 mm cada (ANSI/ADA 2000). O conjunto das duas placas, uma contendo os cimentos e a outra o penetrômetro, foi confeccionado com medidas padronizadas para que correspondesse ao tamanho exato do sensor (placa de fósforo) do sistema Digora TM (Soredex Orion Corporation, Helsink, Finlândia), que foi usado para coletar as imagens radiográficas (Figura 6). Figura 6 - Suporte de acrílico com o cone de raio X acoplado, as placas de acrílico carregadas com os cimentos e o penetrômetro de alumínio. Para tanto, utilizou-se um aparelho de raios-X Spectro 70X (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil), de 70 kVp e 8 mA. A distância foco objeto utilizada foi de 88 30 cm e o tempo de exposição de 0,3 s, como recomendado pelo fabricante para radiografia digital de placa de fósforo. Um estabilizador de voltagem foi utilizado para evitar a oscilação da energia, padronizando assim, a voltagem do aparelho de raiosX. Para a padronização do posicionamento do sensor e assegurar que a distância foco-objeto fosse padronizada, um dispositivo posicionador de acrílico foi confeccionado com fixadores metálicos. O cabeçote do aparelho de raios-X foi fixado na mesma posição, direcionando o feixe central para incidir em ângulo de 90° com a superfície do conjunto placas de acrílico/sensor. Um colimador retangular (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil) com 3 cm x 4 cm de abertura foi acoplado na extremidade do cilindro para diminuir a possibilidade de radiação secundária. Antes das tomadas radiográficas, realizou-se a calibração prévia do aparelho de raios-X com o sensor. O mesmo sensor foi usado para todas as exposições para evitar possíveis diferenças entre as placas acrílicas. A dose de radiação foi padronizada de acordo com o software Digora for Windows 1.5, empregado para realizar as leituras. Após as tomadas radiográficas, o sensor foi introduzido no dispositivo de leitura óptica laser do sistema DigoraTM. O aparelho tem a capacidade de transformar o sinal analógico em digital e, por meio do software (Digora for Windows 1.5), quantificar a densidade da imagem radiográfica (análise densitométrica), diretamente na tela do computador. A análise densitométrica, nada mais é do que a análise da radiopacidade do material, por meio dos níveis de cinza (pixels) (Figura 7). 89 Figura 7 - Imagem radiográfica dos corpos-de-prova para a análise de radiopacidade dos cimentos. Assim que a primeira imagem foi evidenciada na tela do aparelho foram estabelecidos parâmetros oferecidos pelo próprio sistema Digora, que permitiu a padronização da imagem. Assim, foram utilizados os valores dos tons de cinza da área analisada, em torno de 2 mm2, de cada cimento e de cada degrau do penetrômetro, correspondentes a 30 x 30 pixels, identificados pelas coordenadas dos eixos X e Y, visualizados na tela do aparelho. A imagem padronizada oferecia densidade e contraste adequados, proporcionando qualidade e facilidade de visualização durante a leitura. Quando o sensor foi novamente introduzido no aparelho, a nova imagem projetada, enquadrava-se dentro dos parâmetros pré-estabelecidos, evitando assim, que esta nova imagem apresentasse tonalidades mais claras ou mais escuras que a imagem padrão. Por meio da imagem revelada na tela, o aparelho realizava a leitura da densidade radiográfica de cada cimento da placa de acrílico, assim como de cada degrau da escada de alumínio, fornecendo um valor numérico para cada leitura, o qual era anotado pelo observador. Após a análise das cinco placas de acrílico, foram estabelecidas cinco medidas para cada tipo de cimento e cada degrau do penetrômetro. 90 A partir de então foram determinadas as médias das densidades radiográficas, respectiva para cada material e degrau da escada de alumínio. 4.5 DETERMINAÇÃO DE METAIS Os metais analisados neste experimento foram: zinco, bismuto, chumbo níquel, crômio, cobre, cádmio, cálcio manganês e ferro. Para o preparo das amostras seguiu-se a determinação da ISO 9917-1 (2003). Três amostras de cada cimento foram pesadas utilizando-se uma balança analítica de precisão de 4 dígitos (Ohaus Corporation, New Jersey, NJ, EUA), considerando-se 1g para cada amostra. Estas amostras receberam uma solução contendo 7,00 mL de ácido nítrico (HNO3 a 65%) e 21,00 mL de ácido clorídrico (HCl à 37%). As amostras ficaram em repouso por duas horas, e, após este período, foram colocadas em chapa aquecedora, permanecendo por 150 minutos à uma temperatura de 80°C (Figura 8). Figura 8 – (A) Balança analítica de precisão; (B); Amostras em tubos de ensaio contendo ácidos clorídrico (37%) e nítrico (65%); (C) Amostras na chapa aquecedora; (D) Amostras em temperatura ambiente. 91 Decorrido este tempo, aguardou-se que as amostras atingissem a temperatura ambiente, estas foram filtradas utilizando-se filtro de papel nº40 (Whatman, GE, Healthcare Life Sciences, Pittsburgh, EUA) e volumadas para 50,00 mL com água deionizada (Figura 9). Figura 9 - Amostras filtradas e volumadas em 50,00 mL. Foram preparados padrões para cada metal, à partir de padrões universais (Merck, Darmstadt, Germany), conforme Tabela 2. Tabela 2 - Concentração dos padrões (mg/L ), utilizados para análise dos metais Padrões 1 2 3 4 5 Zn 0,50 1,00 2,00 4,00 _ Bi 0,10 0,50 1,00 2,00 4,00 Pb 0,10 0,50 1,00 2,00 4,00 Ni 0,10 0,50 1,00 1,50 2,00 Cr 0,10 0,50 1,00 2,00 4,00 Cu 0,10 0,50 1,00 2,00 4,00 Cd 0,10 0,50 1,00 2,00 3,00 Ca 0,15 0,25 0,50 1,00 2,00 Mn 0,10 0,50 1,00 2,00 4,00 Fe 0,10 0,50 1,00 2,00 4,00 Metais 92 Para a determinação dos metais foi utilizado um espectrômetro de absorção atômica Spectra A (Varian, Ind. e Com. Ltda, São Paulo, SP, Brasil) com taxa de aspiração de 2 mL/min (Figura 10). Para cada metal foi utilizada uma lâmpada (Varian, Ind. e Com. Ltda, São Paulo, SP, Brasil) com cátodo específico do metal analisado. Os parâmetros de leitura para cada lâmpada estão especificados na Tabela 3. Figura 10 - Espectômetro de absorção atômica Tabela 3 - Parâmetros das lâmpadas para métodos de leituras de cada elemento Corrente Elementos Comprimento de onda (nm) Abertura de fenda (nm) (mA) Cr 7,0 357,9 0,2 Cu 4,0 324,8 0,5 Mn 5,0 279,5 0,2 Bi 12,0 223,1 0,2 Cd 4,0 228,8 0,5 Ni 4,0 232,0 0,2 Zn 5,0 213,9 1,0 Fe 5,0 248,3 0,2 Pb 10,0 217,0 1,0 Ca 10,0 422,7 0,5 93 4.6 DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE ARSÊNIO Para a análise de arsênio foi utilizada o espectômetro de absorção atômica Spectra A (Varian Industria e Comércio Ltda – São Paulo - SP) com sistema para geração de hidretos com 3psi de pressão de hidrogênio no cilindro, nitrogênio em 50mL/min, solução de HCL em 10mol com taxa de aspiração de 1mL/min, 1% de boridreto de sódio em solução de hidróxido de sódio a 1% (Merck, Darmstadt, Alemanha) com taxa de aspiração de 1mL/min. A taxa de aspiração da amostra foi de 6mL/min um tempo de integração de 40s. Foram confeccionados padrões para arsênio com concentrações de 0,1; 0,25; 0,5; 1 e 2mg/L. Foi utilizada uma lâmpada com cátodo oco de arsênio (Varian Industria e Comércio Ltda – São Paulo – SPBrasil), com corrente de 10mA, comprimento de onda de 193,7nm e abertura de fenda de 0,5 nm, e uma chama de ar acetileno. Os limites de detecção e quantificação utilizados nas análises de cada metal estão expressos na Tabela 4. Tabela 4- Limites de detecção e quantificação em mg/g. Elementos Limite de detecção (LD) mg/g Limite de quantificação (LQ) mg/g Cr 0,000019 0,000058 Cu 0,000009 0,000028 Mn 0,000004 0,000011 Bi 0,000048 0,000144 Cd 0,000003 0,000010 As 0,000001 0,000002 Ni 0,000006 0,000017 Zn 0,000024 0,000074 Fe 0,000007 0,000020 Pb 0,000018 0,000054 Ca 0,000020 0,000062 94 4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA Para análise estatística dos resultados das avaliações de solubilidade, pH, condutividade elétrica, radiopacidade, quantificação de metais, os dados originais foram submetidos a testes preliminares, visando verificar a normalidade da amostra, com auxílio do software IBM- SPSS (IBM) Quando a distribuição amostral foi normal, aplicou-se a análise de variância. Na seqüência, aplicou-se o teste complementar de Tukey, no sentido de verificar quais materiais seriam diferentes entre si, com nível de significância de 5%. Quando a distribuição amostral foi não normal, aplicou-se o teste de Kruskal Wallis, para evidenciar diferença entre os materiais, com nível de significância de 5%. As comparações entre as médias foram efetivadas por análises de variâncias (ANOVAs), de um e dois fatores, sendo os pressupostos de aderência dos resíduos à distribuição normal e homogeneidade de variâncias avaliadas pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e Levene, respectivamente, sendo em todos os procedimentos considerados não significativos a um alfa de 5%. 5 RESULTADOS 96 5 RESULTADOS 5.1 AVALIAÇÃO DA SOLUBILIDADE Na Tabela 5 podem ser observados os valores obtidos referentes à solubilidade, medidos em porcentagem. Ao final de cada coluna estão expressas as médias das medidas e desvio padrão para cada grupo de material. Tabela 5 - Solubilidade (em porcentagem) dos cimentos - valores originais, médias e desvio padrão. Portland branco Portland Portland Portland Portland MTA MTA ProRoot ® ® ® branco estrutural cinza II cinza IV cinza V FillApex BIO MTA nao estrutural 1,54 1,77 1,22 1,02 0,38 2,88 0,14 0,02 1,68 1,67 0,87 1,29 0,72 3,01 0,04 0,06 1,36 1,55 1,12 1,04 0,38 3,18 0,06 0,02 1,34 1,69 1,37 1,67 0,73 2,56 0,03 0,08 1,44 1,45 1,21 0,98 0,39 2,77 0,07 0,11 M 1,47 1,62 1,18 1,05 0,52 2,88 0,06 0,05 Dp 0,14 0,12 0,14 0,13 0,18 0,23 0,04 0,03 Os resultados da análise de variância mostraram haver diferença estatisticamente significante (p<0,05) entre os cimentos, indicando haver diferença na solubilidade entre os materiais. No sentido de verificar quais dos cimentos apresentavam solubilidade diferente entre si, aplicou-se o teste de Tukey (Tabela 6). 97 Tabela 6 - Fator de variação: Tipo de cimento. Teste de Tukey. Avaliação da solubilidade. Cimentos Médias* Valor crítico Portland branco estrutural 1,47 a Portland branco não estrutural 1,62 a Portland cinza II 1,18 b Portland cinza IV 1,05 b Portland cinza V 0,52 c 0,031 MTA FillApex ® 2,88 d 0,06 e MTA BIO® ® ProRoot MTA 0,05 e *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes Quanto à solubilidade, foi possível observar que o cimento ProRoot MTA® e MTA BIO® formaram um grupo semelhante entre si (p˃0,05) com as menores médias de solubilidade e estatisticamente diferente dos demais cimentos (p<0,05). Os cimentos Portland cinza, dos tipos II e IV, apresentaram solubilidade intermediária, no entanto semelhante entre si (p˃0,05). Os cimentos Portland cinza do tipo V apresentou solubilidade intermediária, maior (p<0,05) que os cimentos ProRoot MTA® e MTA BIO® e menor (p<0,05) que os demais. O cimento Portland branco estrutural e não estrutural apresentaram solubilidade semelhante entre si (p˃0,05), entretanto, diferente dos demais cimentos. O cimento MTA FillApex evidenciou a maior média, diferente dos demais (p<0,05). 5.2 AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DO pH As médias das leituras do pH,das soluções em que os cimentos estavam imersos nos intervalos de tempo do experimento, estão listadas na Tabela 7. 98 Tabela 7 - Médias e desvio padrão da leitura do pH da solução com os respectivos cimentos. Portland Cimento Portland branco Portland Portland Portland MTA MTA ProRoot branco ® ® ® Tempo nao cinza II cinza IV cinza V FillApex BIO MTA estrutural (min) estrutural 1 10,13 10,44 9,90 10,01 9,84 7,96 10,43 10,20 3 10,76 10,77 10,53 10,68 10,63 9,20 10,61 10,63 5 11,08 10,90 10,58 10,99 11,02 9,61 10,86 11,00 15 11,22 11,15 10,94 11,28 11,17 9,73 11,22 11,35 30 11,50 11,27 11,10 11,37 11,29 9,81 11,19 11,27 60 11,55 11,50 11,32 11,55 11,45 9,98 11,44 11,48 120 11,58 11,86 11,69 11,75 11,60 10,17 11,81 11,72 180 11,95 11,92 11,87 11,88 11,95 10,23 11,95 11,81 240 12,12 11,99 12,01 12,07 12,08 10,31 12,00 11,89 360 12,23 12,02 12,06 12,16 12,11 10,34 12,05 12,01 540 12,20 12,07 12,04 12,07 12,11 10,31 12,09 11,97 720 12,19 12,12 12,09 12,15 12,12 10,28 12,14 11,95 1440 12,29 12,17 11,98 12,08 12,02 10,07 12,24 11,94 2880 12,09 11,99 11,57 11,79 11,90 10,01 12,16 11,88 4320 12,01 11,77 11,31 11,78 11,70 10,09 11,98 11,83 5760 11,81 11,89 11,13 11,78 11,54 10,08 12,07 11,73 8640 11,72 11,35 10,97 11,69 11,36 9,91 11,89 11,47 10080 11,64 11,38 10,79 11,61 11,05 9,93 11,71 11,51 21600 11,44 10,73 10,46 11,70 10,98 9,22 10,53 10,48 43200 11,35 10,57 10,33 11,54 10,93 9,12 10,39 10,44 Médias 11,64 11,49 11,23 11,59 11,44 9,81 11,53 11,42 Dp 0,55 0,56 0,66 0,53 0,59 0,57 0,64 0,57 Foi verificada a normalidade da amostra e na análise de comparação dos cimentos foi possível constatar que o MTA FillApex apresentou valores significantemente menores (p<0,05) de pH durante todo o período do experimento. 99 Não houve diferenças estatisticamente significantes (p˃0,05) quando da comparação de todos os outros cimentos entre si, conforme ilustra a Tabela 8. Tabela 8 - Fator de variação: Tipo de cimento. Teste de Tukey. Avaliação do pH. Tempo (minutos) Médias Valor crítico Portland branco estrutural 11,64 a Portland branco não estrutural 11,49 a Portland cinza II 11,23 a Portland cinza IV 11,59 a Portland cinza V 11,44 a 0,464 MTA FillApex MTA BIO ® ® 9,81 b 11,53 a ® ProRoot MTA 11,42 a *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes Quando levou-se em consideração o fator tempo, foram observadas diferenças significantes. Os menores valores foram observados no período de tempo de 1 minuto após a imersão do corpo-de-prova na solução aquosa (p<0,05). Os maiores valores de pH foram observados nos períodos de 360, 720, 540 e 1440 minutos (p<0,05). Os outros intervalos de tempo evidenciaram valores sem diferenças significantes entre si (p˃0,05), conforme descrito na Tabela 9. 100 Tabela 9 - Fator de variação: tempo. Teste de Tukey. Avaliação do pH. Cimentos Médias Valor crítico 1 9,86 a 3 10,47 a,b 5 10,75 a,b,c,d,e 15 11,00 b,c,d,e 30 11,10 b,c,d,e 60 11,28 b,c,d,e 120 11,52 b,c,d,e 180 11,69 c,d,e 240 11,80 d,e 360 11,87 e 540 11,85 e 720 11,88 e 1440 11,84 e 2880 11,67 c,d,e 4320 11,55 b,c,d,e 5760 11,50 b,c,d,e 8640 11,29 b,c,d,e 10080 11,20 b,c,d,e 21600 10,69 a,b,c,d 43200 10,58 a,b,c *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes 5.3 AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Os valores médios da condutividade elétrica, expressa em µS.cm-1, apresentada pelos diferentes grupos de materiais em função do tempo, estão disponíveis na Tabela 10. 101 Tabela 10 - Médias e desvio padrão da condutividade elétrica, em µS.cm-1, das soluções com os respectivos cimentos. Cimento Portland branco estrutural Portland branco nao estrutural Portland cinza II Portland cinza IV Portland cinza V MTA ® FillApex 1 186,72 91,14 122,30 159,10 208,80 14,02 65,55 85,40 3 311,20 167,44 217,12 219,74 491,00 19,83 165,97 142,09 5 423,20 221,78 302,00 278,18 581,00 25,71 208,15 240,90 15 547,80 294,16 377,60 549,80 718,40 30,71 273,83 304,18 30 643,20 395,20 445,40 910,00 805,60 41,32 355,33 353,40 60 946,00 704,00 696,40 1091,00 1096,80 56,08 735,00 505,80 120 1105,40 1019,00 906,00 1251,20 1271,40 80,68 983,50 783,00 180 1187,60 1261,00 1074,20 1357,20 1373,40 101,98 1152,00 909,40 240 1150,00 1409,60 1163,00 1402,40 1409,40 142,30 1317,83 1099,00 360 1204,20 1621,20 1334,20 1411,80 1500,00 154,24 1578,17 1164,20 540 1222,20 1722,40 1473,40 1382,00 1565,40 199,78 1834,17 1342,80 720 1265,60 1798,20 1558,60 1474,00 1597,00 252,92 1955,17 1377,20 1440 2185,20 1696,60 1627,60 2123,20 1806,60 352,68 2096,17 1515,00 2880 2209,60 1808,60 1677,20 2238,40 2216,20 382,50 2255,17 1474,80 4320 2126,80 1731,20 1748,40 2205,20 2269,60 425,60 2164,67 1436,80 5760 2006,20 1540,80 1666,20 2130,80 2256,20 543,60 2198,17 1496,00 8640 1838,60 1147,16 1344,80 1991,80 2066,60 554,60 2189,83 1424,20 10080 1904,20 1289,00 1303,00 2040,20 2073,60 579,00 1938,83 1245,80 21600 1821,40 1233,24 1590,20 1916,40 1823,40 745,60 1118,75 1399,80 43200 1980,80 1156,33 1736,40 1975,60 2323,40 733,32 1250,44 1452,12 Médias 1313,29 1115,40 1118,20 1405,40 1472,69 271,82 1291,83 987,59 Dp 664,04 595,66 563,10 689,98 651,49 248,99 778,51 521,94 Tempo (min) MTA ® BIO ProRoot ® MTA Foi verificada a normalidade da amostra e na análise de comparação dos cimentos foi possível constatar que o MTA FillApex® apresentou valores 102 significantemente menores (p<0,05) de condutividade elétrica, durante todo o período do experimento. Não houve diferenças estatisticamente significantes (p˃0,05) quando da comparação de todos os outros cimentos entre si, conforme ilustra a Tabela 11. Tabela 11 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação da condutividade elétrica Cimentos Médias Valor crítico Portland branco estrutural 1313,29 a Portland branco não estrutural 1115,40 a Portland cinza II 1118,20 a Portland cinza IV 1405,40 a Portland cinza V 1472,69 a MTA FillApex MTA BIO ® ® 0,231 271,82 b 1291,83 a ® ProRoot MTA 987,59 a *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes 5.4 AVALIAÇÃO DA RADIOPACIDADE As médias dos valores da densidade radiográfica dos cimentos, em milímetros de alumínio, em ordem crescente, ou seja, do material com menor radiopacidade para o de maior, foram: portland cinza II (100,40±3,04), portland cinza V (109,40±3,50), portland branco estrutural (110,40±5,36), portland cinza IV (119,00±11,16), MTA FillApex® (154,40±13,57), MTA BIO® (165,80±3,27) e ProRoot MTA® (177,40±7,30), conforme a Tabela 12. Os valores médios, em milímetros de alumínio, referentes a cinco medidas da densidade radiográfica dos degraus da escada de alumínio estão listados, a seguir: 1 mm (129,40±4,33), 2 mm (137,20±1,09), 3 mm (150,40±4,03), 4 mm (161,60±3,36), 5 mm (170,60±1,81), 6 mm (179,60±2,70), 7 mm (189,40±2,30), 8 mm (200,00±2,34), 9 mm (209,80±1,09) e 10 mm (212,50±3,56). 103 Tabela 42 - Médias e desvio padrão da radiopacidade (em milímetros de alumínio) dos cimentos. Portland Portland Portland Portland MTA MTA ProRoot Cimento Portland ® ® ® branco branco cinza II cinza IV cinza V FillApex BIO MTA Placa estrutural nao estrutural 1 101,00 119,00 98,00 116,00 111,00 145,00 165,00 167,00 2 113,00 128,00 100,00 123,00 104,00 173,00 166,00 180,00 3 113,00 134,00 97,00 124,00 111,00 160,00 161,00 178,00 4 114,00 136,00 103,00 108,00 113,00 156,00 170,00 175,00 5 111,00 123,00 104,00 124,00 108,00 138,00 167,00 187,00 Médias 110,40 128,00 100,40 119,00 109,40 154,40 165,80 177,40 5,36 7,17 3,04 11,16 3,50 13,57 3,27 7,30 Dp Os resultados evidenciaram diferença de radiopacidade entre os cimentos à base de MTA e os cimentos Porltand (p<0,05). No entanto, o parâmetro de referência é o degrau 3 da escada de alumínio, recomendação mínima da especificação № 57 da ANSI/ADA (2000). Os cimentos à base de MTA (MTA BIO®, MTA FillApex® e ProRoot MTA®) apresentar valores de radiopacidade significantemente maiores que o recomendado (p<0,05). Os cimentos Portland cinza (tipos II, IV e V) e branco (estrutural e não estrutural) apresentaram valores inferiores ao preconizado por essa especificação. Os dados estão descritos na Tabela 13. Tabela 53 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey Cimentos Portland branco estrutural Médias 110,40 a,b Portland branco não estrutural 128,00 c Portland cinza II 100,40 a Portland cinza IV 119,00 b,c Portland cinza V 109,40 a,b Degrau 3 MTA FillApex MTA BIO 150,40 d ® ® 154,40 d 165,80 d,e ® ProRoot MTA Valor crítico 177,40 e *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes 0,937 104 5.5 DETERMINAÇÃO DE METAIS Os valores referentes à quantificação dos metais estão apresentados na Tabela 14. Tabela 14 – Concentração de metais (mg/g) nos cimentos avaliados. Portland branco estrutural Portland branco nao estrutural Portland cinza II Portland cinza IV Portland cinza V MTA ® FillApex MTA ® BIO ProRoot ® MTA 352,33 270,61 181,26 229,43 244,64 73,11 266,81 198,83 302,27 298,22 181,91 187,91 228,62 78,92 225,13 200,79 294,54 284,75 191,13 230,95 247,41 66,57 254,19 245,00 Média 316,38 284,52 184,76 216,09 240,22 72,86 248,71 214,87 Dp 31,37 132,80 5,52 24,42 10,14 6,17 21,37 26,10 0,78 0,33 10,92 11,34 6,01 0,02 1,38 0,58 0,70 0,34 11,58 11,20 7,06 0,02 1,29 0,63 0,74 0,35 11,24 6,04 6,29 0,02 1,47 0,75 Média 0,74 0,34 11,24 9,52 6,45 0,02 1,38 0,65 Dp 0,04 0,01 0,33 3,02 0,54 0,00 0,09 0,08 0,12 0,08 0,10 0,13 0,14 0,007 0,02 0,015 0,15 0,04 0,11 0,12 0,12 0,008 0,03 0,014 0,14 0,03 0,10 0,13 0,12 0,006 0,04 0,016 Média 0,13 0,05 0,10 0,12 0,12 0,007 0,03 0,01 Dp 0,01 0,02 0,00 0,00 0,01 0,001 0,01 0,00 0,004 0,004 0,015 0,034 0,006 0,0002 0,005 0,005 0,005 0,004 0,015 0,029 0,006 0,0004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,015 0,035 0,006 0,0001 0,006 0,006 Média 0,004 0,004 0,015 0,032 0,006 0,0002 0,005 0,006 Dp 0,000 0,000 0,000 0,003 0,000 0,0001 0,001 0,000 0,056 0,028 0,082 0,488 0,307 0,017 0,064 0,074 0,051 0,031 0,080 0,392 0,304 0,019 0,067 0,087 0,058 0,028 0,078 0,505 0,332 0,016 0,069 0,087 Cimento Metal Cálcio Ferro Zinco Cobre Mangânes 105 Tabela 14 – Continua. Portland branco nao estrutural Portland cinza II Portland cinza IV Portland cinza V MTA ® FillApex MTA ® BIO ProRoot ® MTA Metal Portland branco estrutural Média 0,055 0,029 0,080 0,461 0,314 0,017 0,066 0,082 Dp 0,003 0,001 0,002 0,006 0,015 0,001 0,001 0,007 0,025 0,021 0,024 0,147 0,048 0,004 0,036 0,015 0,030 0,026 0,022 0,127 0,045 0,004 0,034 0,016 0,022 0,023 0,026 0,149 0,049 0,003 0,039 0,018 Média 0,025 0,023 0,024 0,141 0,047 0,003 0,036 0,016 Dp 0,004 0,002 0,002 0,012 0,001 0,000 0,002 0,001 Cimento Cromo Em todos os cimentos estudados foi encontrado cálcio. A quantidade deste metal no cimento portland branco estrutural foi significativamente maior (p<0,05) que nos demais cimentos. Foi formado um grupo pelos cimentos Portland cinzas (tipos II, IV e V) e branco não estrutural, cimentos à base de MTA (MTA BIO® e ProRoot MTA®) no qual foi detectada quantidades intermediárias de cálcio. A menor quantidade foi observada no MTA FillApex® (p<0,05). Os dados estão apresentados na Tabela 15. Tabela 15 - Fator de variação: Cimentos cimento. Teste de Tukey. Avaliação do cálcio. Médias Portland branco estrutural 316,38 a Portland branco não estrutural 284,52 b Portland cinza II 184,76 c Portland cinza IV 216,09 b,c Portland cinza V 240,22 b ® MTA FillApex MTA BIO ® Valor crítico 0,895 72,86 d 248,71 b ® ProRoot MTA 214,87 b,c *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes Em todos os cimentos estudados foi encontro ferro. A quantidade de ferro encontrada nos cimentos Portland cinzas (tipos II e IV) foi significantemente maior 106 que os outros materiais (p<0,05). O cimento Portland cinza tipo V apresentou quantidade intermediária. Os cimentos Portland brancos (estrutural e não estrutural), ProRoot MTA®, MTA BIO® apresentaram quantidades significantemente (p<0,05) inferiores do metal analisado, no entanto, semelhantes entre si (p˃0,05). As quantidades significantemente menores encontradas entre os cimentos foram detectadas no MTA FillApex® (p<0,05). Os dados estão apresentados na Tabela 16. Tabela 16 - Fator de variação cimento. Teste de Tukey. Avaliação do ferro. Cimentos Médias Portland branco estrutural 0,74 a Portland branco não estrutural 0,34 a Portland cinza II 11,24 b Portland cinza IV 9,52 b Portland cinza V 6,45 c MTA FillApex MTA BIO ® ® Valor crítico 0,895 0,02 a 1,38 a ® ProRoot MTA 0,65 a *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes Em todos os cimentos estudados foi encontrado zinco. As menores quantidades (p<0,05) desse metal foram observadas nos cimentos à base de MTA (MTA BIO®, ProRoot MTA® e MTA FillApex®). As maiores quantidades (p<0,05) foram detectadas nos cimentos Portland cinzas (tipos II, IV e V). Concentrações intermediárias foram encontradas nos cimentos Portland brancos, estrutural e não estrutural (p<0,05). Dados apresentados na Tabela 17. Tabela 67 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do zinco. Cimentos Médias Portland branco estrutural 0,13 a Portland branco não estrutural 0,05 b Portland cinza II 0,10 b,c Portland cinza IV 0,12 c Portland cinza V 0,12 c MTA FillApex MTA BIO ® ® 0,907 0,007 d 0,03 d ® ProRoot MTA Valor crítico 0,01 d *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes 107 Em todos os cimentos estudados foi encontrado cobre. As menores quantidades desse metal foram observadas nos cimento MTA FillApex®, diferentes dos demais cimentos (p<0,05). Quantidades significantemente maiores (p<0,05) foram detectadas nos cimentos Portland cinza tipo IV. Concentrações intermediárias foram encontrados com os cimentos Portland brancos, estrutural e não estrutural, Portland cinzas (tipos II e V), MTA BIO® e ProRoot MTA®. Dados apresentados na Tabela 18. Tabela 78 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do cobre. Cimentos Médias Portland branco estrutural 0,004 a Portland branco não estrutural 0,004 a Portland cinza II 0,015 b Portland cinza IV 0,032 c Portland cinza V 0,006 a MTA FillApex MTA BIO ® ® Valor crítico 0,984 0,0002 d 0,005 b ® ProRoot MTA 0,006 b *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes Em todos os cimentos estudados foi encontrado manganês. As maiores quantidades desse metal foram encontradas no cimento Portland cinza do tipo IV, significantemente maior que nos demais cimentos (p<0,05). Menores concentrações foram detectadas no MTA Fill Apex (p<0,05). Um grupo intermediário foi formado com os cimentos Portland cinzas (tipos II e IV), Portland branco, estrutural e não estrutural, MTA BIO® e ProRoot MTA®. Dados encontrados na Tabela 19. Tabela 89 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do manganês. Cimentos Portland branco estrutural Portland branco não estrutural Médias 0,055 a,b,c 0,029 a,b Portland cinza II 0,080 c Portland cinza IV 0,461 e Portland cinza V 0,314 d MTA FillApex MTA BIO ® ® 0,017 a 0,066 b,c ® ProRoot MTA Valor crítico 0,082 c *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes 0,979 108 5.6 DETERMINAÇÃO DE METAIS PESADOS Os valores médios da quantificação dos metais pesados, expressa em miligramas de metal pesado por cada 1g de cimento (mg/g), apresentada pelos diferentes grupos de materiais em função do tempo, estão disponíveis na Tabela 20. Tabela 20 - Quantificação dos metais pesados (mg/g) (n=3) Cimento Portland branco estrutural Portland branco nao estrutural Portland cinza II Portland cinza IV Portland cinza V MTA ® FillApex MTA ® BIO ProRoot ® MTA 0,0033 0,0045 0,0062 0,0054 0,0053 0,0021 *<LQ 0,0027 0,0039 0,0040 0,0062 0,0054 0,0050 0,0023 *<LQ 0,0025 0,0036 0,0038 0,0054 0,0053 0,0050 0,0024 *<LQ 0,0030 Média 0,0037 0,0041 0,0059 0,0054 0,0051 0,0022 *<LQ 0,0028 Dp 0,0001 0,0003 0,0005 0,0001 0,0002 0,0002 *<LQ 0,0002 0,04 0,03 0,04 0,04 0,04 0,02 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,04 0,04 0,02 0,03 0,03 0,02 0,02 0,04 0,04 0,05 0,01 0,04 0,04 Média 0,03 0,02 0,04 0,04 0,04 0,02 0,03 0,03 Dp 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,23 0,24 0,08 0,11 0,10 50,55 63,18 76,14 0,23 0,25 0,08 0,11 0,08 52,84 59,74 83,63 0,26 0,21 0,07 0,12 0,08 79,68 49,28 133,14 Média 0,24 0,23 0,07 0,11 0,08 61,02 57,40 97,63 Dp 0,01 0,02 0,00 0,00 0,01 16,19 7,23 30,97 0,02 0,04 0,03 0,06 0,02 0,002 0,01 0,01 0,03 0,05 0,03 0,04 0,02 0,003 0,02 0,01 0,03 0,04 0,03 0,05 0,02 0,002 0,02 0,02 Média 0,03 0,04 0,03 0,05 0,02 0,002 0,02 0,01 Dp 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,000 0,00 0,00 Metal Arsênio Chumbo Bismuto Níquel *<LQ menor que limite de quantificação de arsênio do instrumento (0,000002 mg/g) 109 Apenas o Cádmio, apesar de ter sido detectado em todos os cimentos, não foi possível quantificá-lo, pois estava abaixo do limite de detecção (LQ = 0,000010 mg/g) para este metal. Em todos os cimentos estudados foi encontrado arsênio. Apenas no MTA ® BIO , os valores encontrados do metal pesado estiveram abaixo LD do aparelho para este metal. As menores concentraçãoes (p<0,05) desse metal foram observadas nos cimento MTA FillApex®. Concentrações significantemente maiores (p<0,05) foram detectadas nos cimentos Portland cinza (tipos II e IV), no entanto semelhantes entre si (p˃0,05). Resultados intermediários foram encontrados com os demais cimentos. Apesar de detectado no MTA BIO®, não foi possível quantificá-lo. Os dados estão apresentados na Tabela 21. Tabela 91 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do arsênio. Cimentos Médias Portland branco estrutural 0,036 a Portland branco não estrutural 0,041 a Portland cinza II 0,0059 b Portland cinza IV 0,0053 b,c Portland cinza V 0,0051 c Valor crítico 0,980 MTA FillApex MTA BIO ® ® 0,0022 d <LD ® ProRoot MTA 0,0027 d *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes Em todos os cimentos estudados foi encontrado chumbo. As menores concentrações (p<0,05) desse metal foram observadas nos cimento MTA FillApex® e cimento Portland branco não estrutural. Concentrações significantemente maiores (p<0,05) foram detectadas nos cimentos Portland cinza (tipos II, IV e V) e ProRoot MTA®. Concentrações intermediárias foram encontrados nos os cimentos Portland branco estrutural e MTA BIO®. Dados encontrados na Tabela 22. 110 Tabela 102 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do chumbo. Cimentos Portland branco estrutural Portland branco não estrutural Médias Valor crítico 0,02 a,b,c,d 0,02 b,f Portland cinza II 0,04 c,d,e Portland cinza IV 0,04 d,e Portland cinza V 0,05 e 0,574 MTA FillApex MTA BIO ® ® 0,01 f 0,04 a,b,c,d ® ProRoot MTA 0,04 a,b,c,d,e *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes Em todos os cimentos estudados foi encontrado bismuto. As menores quantidades desse metal foram observadas nos cimento Portland cinzas (tipos II, IV e V) e brancos (estrutural e não estrutural), significantemente diferentes dos demais (p<0,05). Resultados intermediários foram encontrados com os cimentos MTA BIO® e MTA FillApex®. Concentrações significantemente maiores foram detectadas no ProRoot MTA® (p<0,05). Dados encontrados na Tabela 23. Tabela 113 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do bismuto. Cimentos Médias Portland branco estrutural 0,24 a Portland branco não estrutural 0,23 a Portland cinza II 0,07 a Portland cinza IV 0,11 a Portland cinza V 0,08 a Valor crítico 0,886 MTA FillApex MTA BIO ® ® 61,02 b 57,40 b ® ProRoot MTA 97,63 c *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes Em todos os cimentos estudados foi encontrado níquel. As menores 111 quantidades desse metal foram observadas nos cimento MTA FillApex®, diferentes dos demais cimentos (p<0,05). Concentrações significantemente maiores (p<0,05) foram detectadas nos cimentos Portland cinza tipo IV e branco não estrutural. Resultados intermediários foram encontrados com os cimentos Portland branco estrutural, Portland cinzas (tipos II e V), MTA BIO® e ProRoot MTA®. Dados estão apresentados na Tabela 24. Tabela 124 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do níquel. Cimentos Portland branco estrutural Médias 0,03 a,c Portland branco não estrutural 0,04 b Portland cinza II 0,03 a Portland cinza IV 0,05 b Portland cinza V 0,02 c,e MTA FillApex MTA BIO ® ® Valor crítico 0,907 0,002 d 0,02 e ® ProRoot MTA 0,01 e *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes Em todos os cimentos estudados foi encontrado cromo. As menores quantidades (p<0,05) desse metal foram observadas nos cimento MTA FillApex ®. Quantidades significantemente maiores quantidades (p<0,05) foram detectadas nos cimentos Portland cinza do tipo IV. Resultados intermediários foram encontrados com os cimentos Portland brancos, estrutural e não estrutural, Portland cinzas, tipos II e V, MTA BIO® e ProRoot MTA®. Os dados referente á essa situação estão dispostos na Tabela 25. Tabela 25 - Fator de variação: cimento. Teste de Tukey. Avaliação do cromo. Cimentos Portland branco estrutural Médias 0,025 a Portland branco não estrutural 0,024 a, b Portland cinza II 0,024 a, b Portland cinza IV 0,139 c Portland cinza V 0,047 d MTA FillApex MTA BIO ® ® 0,003 e 0,036 f ® ProRoot MTA Valor crítico 0,016 b *Letras diferentes correspondem a valores estatisticamente diferentes 0,988 6 DISCUSSÃO 113 6 DISCUSSÃO No presente estudo, para a execução das análises da solubilidade, potencial hidrogeniônico, condutividade elétrica e radiopacidade foram seguidas as orientações da especificação N° 57 (ANSI/ADA, 2000), para materiais obturadores. Foi seguida a proposta de redução de 80% em volume dos corpos-de-prova, possibilitando a realização dos testes com menor quantidade de material sem, contudo, haver prejuízo ou comprometimento dos resultados obtidos (CARVALHO Jr et al., 2007b). Para a análise da radiopacidade dos cimentos foi usado o sistema de raios-X digital (GU et al., 2006; CARVALHO Jr. et al., 2007a) que permite a redução do tempo de processamento e do números de etapas que interferem na qualidade final da imagem radiografica. A proporção pó-líquido utilizada para os cimentos à base de MTA seguiu as recomendações dos fabricantes que determinam a proporção pó-líquido de 3:1 (TORABINEJAD; WATSON; PITT FORD, 1993; TORABINEJAD et al., 1995; ISLAM; CHNG; YAP, 2006; SONG et al., 2006; BORGES et al. 2011). A mesma proporção foi indicada para os cimentos Portland. Para o cimento MTA FillApex, foi seguida a determinação de acordo com as orientações constantes na bula do material. Os cimentos Portland são compostos essencialmente por clínquer e adições. O clínquer, por sua vez, é composto basicamente de calcário e de argila moída. Estes, após serem misturados são levados a um forno com temperatura de 1450°C, transformando-os em novo material (clínquer). Ainda incandescente, o clínquer é bruscamente resfriado, e posteriormente moído, transformando-se em um pó fino. Este material em contato com a água desenvolve uma reação química, tornando-se primeiramente pastoso e endurecendo em seguida, adquirindo elevada resistência e durabilidade. (ABCP, 2002). Durante o processo de calcinação, a argila combina com o silicato para formar o silicato dicálcico (2CaO-SiO2) e silicato tricálcico (3CaO-SiO2), e com o alumínio para formar o aluminoferrito tetracálcico (4CaO-Al2O3-Fe2O3) (TORABINEJAD; WHITE, 1995; CAMILLERI et al., 2005b; WANG et al., 2010). Essa mistura é combinada com sulfato diidratado (gesso) (CaSO4.2H2O) para controlar o tempo de endurecimento do material (ABDULLAH et al., 2002; CHNG et al., 2005; SONG et al., 2006). 114 Existem no Brasil diferentes tipos de cimentos Portland, classificados de acordo com sua composição. Dentre eles podemos citar o comum (tipo I), composto (tipo II), pozolânico (tipo IV), alta resistência inicial (V) e os brancos (estrutural e não estrutural). Os cimentos tipo I são os precursores destes materiais e são compostos apenas por clínquer e gesso. Com o domínio tecnológico e cientifico sobre este material foi possível desenvolver cimentos compostos que atendem as necessidades do mercado. Surgiram, então, os do tipo II que têm na sua composição escórias granuladas de alto forno (6-34%), material pozolânico (6-14%) e material carbonático (6-10%), além do clínquer (56-94%). Atualmente este material é o mais encontrado no mercado, respondendo por aproximadamente 75% da produção industrial brasileira e, é utilizado na maioria das aplicações usuais, substituindo o tipo I (ABCP, 2002). Os cimentos do tipo IV são conhecidos como cimentos pozolânicos, pois recebem na sua constituição 15-50% de material pozolânico e 0-5% de material carbonático. O material pozolânico é extraído da natureza, podendo ser rochas vulcânicas ou matérias orgânicas fossilizadas, argilas queimadas em altas temperaturas e derivados de carvão mineral. Este material confere ao cimento redução da permeabilidade, difusibilidade iônica, aumento da estabilidade e da durabilidade do concreto, melhora no desempenho ante a ação de sulfatos e da reação álcali-agregado, diminuição do calor da hidratação e aumento da resistência à compressão. Os cimentos Portland tipo V tem a peculiaridade de atingir altas resistências, já nos primeiros dias de aplicação. Têm especificações de dosagem diferentes de calcário e argila na produção do clínquer e recebem um tratamento de moagem para que suas partículas fiquem mais finas. O resultado deste composto é um material que atinge elevadas resistências, com maior velocidade, quando comparado com os outros tipos de cimentos Portland (ABCP, 2002). Os cimentos Portland brancos são produzidos à partir da remoção do óxido de ferro, magnésio e alumínio dos cimentos cinzas, com custos de produção maiores (ASGARY et al., 2005; CAMILLERI et al., 2005; ROBERTS et al., 2008). São classificados ainda estrutural e não estrutural, de acordo com a quantidade de clínquer e material carbonático na sua constituição. Dessa forma, o cimento estrutural, em conseqüência da maior quantidade de clínquer (75-100%), é mais resistente que o cimento não estrutural (ABCP, 2002). Os cimentos ProRoot MTA® e MTA BIO® são constituídos basicamente de 115 cimento Portland, com adição de gesso, para controle do tempo de endurecimento (DAMMASCHKE et al., 2005) e de óxido de bismuto, para assegurar a radiopacidade do material (TORABINEJAD et al., 1995; ESTRELA et al., 2000; ASGARY et al., 2005; CAMILLERI et al, 2011). O cimento MTA FillApex é composto de agregado trióxido mineral, resina, óxido de bismuto, sílica nanoparticulada e pigmentos. Dos materiais testados é o único que tem sua forma de apresentação no sistema pasta-pasta (catalizadora e base) e está indicado para a obturação de canais radiculares. Levando-se em questão a propriedade da solubilidade, foi possível observar que os cimentos ProRoot MTA® e MTA BIO® apresentaram os menores valores. Esse comportamento está de acordo com a literatura (TORABINEJAD et al., 1995; BORGES et al., 2010; SILVA et al., 2010), e em desacordo com Silva et al. (2002) que não observou diferenças entre os cimentos Portland e ProRoot MTA ®. No entanto, quando o cimento Portland foi associado com óxido de zircônio, valores de solubilidade comparáveis aos do ProRoot MTA® foram observados (CUTAJAR et al., 2011). A solubilidade intermediária do cimento Portland tipo V pode ser explicada pelo fato desse cimento conter dosagem diferente de calcário e argila na produção do clínquer. Suas partículas são mais finas,com menor área superficial, de modo que a reação com a água é mais rápida, conferindo maior resistência (ABCP, 2002). Os cimentos Portland tipos II e IV apresentaram resultados similares entre si e maiores em comparação aos citados acima. Estes materiais tem menor velocidade de hidratação por conter material posolânico na sua constituição, o que explica a sua maior solubilidade em comparação ao tipo V (ABCP, 2002). Os cimentos Portland brancos apresentaram altos valores para a solubilidade, menores apenas que o MTA FillApex®. Estes resultados não estão de acordo com Silva et al. (2002), que comparando os cimentos Portland e ProRoot MTA®, não verificaram diferenças entre os materiais e além disso valores acima dos recomendados pelos parâmetros internacionais (ANSI/ADA, 2000). Já Camilleri (2011) utilizando o método descrito na norma ISO 6876 (2002) verificaram que MTA BIO® foi mais solúvel que o cimento Portland e apresentaram valores dentro dos limites estabelecidos pelas normas internacionais. Estes resultados estão de acordo com os trabalhos de Duarte et al. (2012a) e Bortoluzzi et al. (2009). O cimento MTA FillApex® evidenciou a maior média dentre os cimentos testados. Estes resultados estão de acordo com o 116 trabalho de Dorilêo et al. (2012). Apesar disso os resultados no presente trabalho ainda estão de acordo com as determinações da ANSI/ADA. Ao contrário disso, Borges et al. (2012) concluíram que este cimento não apresentou resultados condizentes e acima destes padrões. As diferenças dos resultados podem ser explicadas pelo entendimento da composição química destes cimentos testados, os quais, após a reação de endurecimento, apresentam estruturas diferentes (CAMILLERI, 2007). Os cimentos ProRoot MTA® e MTA BIO® contém menos enxofre e potássio e liberam cálcio com maior facilidade (DAMMASCHKE et al., 2005). A maior quantidade de maior de gesso cimentos Portland explica a presença maior de enxofre neste cimento quando em comparação ao ProRoot MTA®. Provavelmente, o tempo de endurecimento menor seria uma das razões da maior solubilidade do cimento Portland (DANESH et al., 2006). O gesso retarda o endurecimento permitindo que haja maior intervalo de tempo para que ocorra a acomodação das partículas que compõem o cimento, levando à formação de uma estrutura mais resistente e de maior durabilidade (ABCP, 2002). Considera-se também, a presença de óxido de bismuto nos cimentos MTAs tem baixa solubilidade em água, o que contribuiria para redução da solubilidade do material (FRIDLAND; ROSADO, 2003). A suplementação de 20% de óxido de bismuto em cimentos Portland podem ser observadas nos trabalhos de Bodanezi et al. (2008) e Vivan et al. (2010), que apresentaram os menores valores de solubilidade quando comparados aos cimentos de MTA. Neste estudo, comparando os cimentos Portland entre si, foi observado que os brancos foram mais solúveis que os cinzas. Este resultado pode estar relacionado aos baixos teores de óxido de ferro (AZEVEDO; CHAZIN, 2003), alumínio e manganês, e por serem submetidos a condições especiais de fabricação com relação ao resfriamento e à moagem do produto (ABCP, 2002). A relação direta entre a proporção pó/líquido e a solubilidade dos cimentos à base de MTA está descritas nos trabalhos de Fridland e Rosado (2003, 2005). Esses autores salientaram que as menores porcentagens de perda de peso dos materiais (solubilidade) foram obtidas com a proporção pó-líquido de 0,33. Valores muito próximos aos encontrados para todos os cimentos, nesse estudo. No entanto, os valores de solubilidade dos cimentos testados estiveram dentro do que preconiza a especificação № 57 (ANSI/ADA, 2000) que determina 117 valores para solubilidade de até 3% da massa original. Resultados similares foram encontrados por Torabinejad et al. (1995), Chng et al. (2005), Islam, Chng e Yap (2006a), Borges et al. (2010) e Duarte et al. (2012a). Todos os cimentos estudados são ricos em óxido de cálcio (ESTRELA et al., 2012b), o qual, quando em contato com a água, converte-se em hidróxido de cálcio. Este processo é responsável pelo aumento do pH através da dissociação em íons cálcio e hidroxila (DUARTE et al., 2003). Esta capacidade de liberação é de relevância clínica, pois está relacionado com a capacidade comprovada do MTA em induzir a reparação. (TORABINEJAD; CHIVIAN, 1999; FRIDLAND; ROSADO, 2003; SARKAR et al., 2005; ESTRELA et al., 2012b). Para a análise do potencial hidrogeniônico, foi utilizada água destilada e deionizada com valor médio de pH de 5,8 (FORMOSA; MALLIA; CAMILLERI, 2012). Os resultados mostraram que todos os cimentos testados apresentaram pH alcalino desde o primeiro minuto de imersão em meio aquoso, em acorde com os trabalhos de Regalado et al. (2002), Bortoluzzi et al. (2006), Wiltbank et al. (2007) e Bortoluzzi et al. (2009). Os valores aumentaram nas primeiras 24 horas. Este fato foi comprovado por Massi et al. (2011) que obteve aumento do pH até 48 horas, e por Duarte et al. (2012a) que encontrou os maiores valores nos períodos de 3 e 24 horas. Os valores de pH permaneceram alcalinos até a última leitura, ou seja, 30 dias após a hidratação dos materiais, acorde com Fridland e Rosado (2005). A reação de presa do cimento se baseia nas reações dos compostos anidros do cimento com a água. Nessa reação, os componentes individuais do cimento são atacados e reagem entre si formando compostos hidratados. A hidratação é, principalmente, uma hidrólise dos silicatos, liberando cal que se separa na forma de hidróxido de cálcio (ESTRELA et al., 2012b; FORMOSA et al., 2012) e produzindo um hidrato de silicato de cálcio (CHS gel) de menor basicidade (FRIDLAND; ROSADO, 2003). Dessa forma, podem-se considerar esses cimentos, após o endurecimento, como sendo hidróxido de cálcio contido numa matriz de silicato. A presença do hidróxido de cálcio é responsável pela alta alcalinidade do material (CAMILLERI et al., 2005; CAMILLERI, 2008; CAMILLERI; CUTAJAR; MALLIA, 2011). Deal et al. (2002) mostraram pH alcalino imediatamente após a manipulação dos cimentos ProRoot MTA®, Portland e MTA de presa rápida. Lee et al. (2011) mostraram que os aceleradores de hidratação cloreto de cálcio, ácido 118 nítrico e gluconato lactato de cálcio, misturados ao MTA produzem pHs significativamente menores quando comparados ao MTA foi misturado à água. No presente estudo a água foi utilizada como veículo para a mistura dos cimentos com apresentação em forma e pó. Mesmo sendo este o veículo mais empregado para as misturas de MTA (FRIDLAND; ROSADO, 2003; WATTS et al., 2007; CAMILLERI, 2008; CAMILLERI et al., 2011), outras substâncias podem ser empregadas com este fim. Duarte et al. (2012b) testou concentrações variadas de propilenoglicol na manipulação do MTA e obteve os maiores valores de pH quando esta concentração foi de 100%. O MTA FillApex®, neste estudo, apresentou valores significantemente menores de pH durante todo o período do experimento, quando comparado com os outros cimentos. Este fato é explicado por este conter, na sua composição, uma quantidade de menor de óxido de cálcio e consequentemente, menor formação do hidróxido de cálcio quando da sua hidratação (DUARTE et al., 2003). Não houve diferenças significantes quando da comparação de todos os outros cimentos entre si. Resultados semelhantes foram encontrados nos trabalhos de Torabinejad et al. (1995) e Regalado et al. (2002). Diferenças significantes foram encontradas quando o fator tempo foi analisado. Os menores valores foram observados no período de tempo de 1 minuto após a imersão do corpo-de-prova na solução aquosa. Os maiores valores foram observados nos períodos de 360, 720, 540 e 1440 minutos. No primeiro minuto do experimento, os cimentos Portland não estrutural, MTA BIO® e ProRoot MTA® apresentaram pH de 10.44, 10.43 e 10.20, respectivamente. Os maiores valores obtidos para todos os materiais ocorreram em 24 horas, sendo os cimentos Portland não estrutural e MTA BIO® os que apareceram com os maiores valores (12.29 e 12.24). Estes resultados estão de acordo com os trabalhos de Bortoluzzi et al. (2009), Silva et al. (2010), e ChunG et al. (2011). Vivan et al. (2010) relataram aumento significativo do pH das amostras de MTA BIO® e cimento Portland com óxido de bismuto após 3 horas, atingindo níveis máximos em uma semana. O ProRoot MTA® apresentou seu maior valor de 12.01 em seis horas de imersão. O aumento do pH em função do tempo para o cimento Portland foi observado também nos estudos de Deal et al. (2002), Fridland e Rosado (2005), Santos et al. (2005), Islam, Chng e Yap (2006a) e Borges et al. (2010). Os valores obtidos por Duarte et al. (2003) foram menores quando em 119 comparação aos observados neste trabalho. A diferença pode estar relacionada à metodologia utilizada, uma vez que os pesquisadores trocavam o meio aquoso a cada medida realizada. Dessa forma, logo após uma leitura, o pH da solução retornava próximo ao da água destilada, requerendo um intervalo de tempo maior para atingir um pH mais elevado. Apesar de existir uma pequena diferença em relação aos valores encontrados neste estudo, o pH manteve-se na faixa estabelecida como alcalina em todos os períodos. Este fato está de acordo com os trabalhos de Torabinejad et al. (1995), Fridland e Rosado (2005), Borges et al. (2010), Gonçalves et al. (2010), Chung et al. (2011), Formosa, Mallia e Camilleri (2012) e Silva et al. (2013). Na natureza, as cargas elétricas estão presentes em todos os materiais. Condutividade elétrica é a facilidade com o qual o material é capaz de conduzir uma corrente elétrica (MASTERTON; HURLEY, 1998). Esta capacidade, neste experimento, está diretamente relacionada à quantidade de íons liberados para o meio, que por sua vez é diretamente proporcional à solubilidade do material. (SANTOS et al., 2005). Este efeito caracterizaria a situação de equilíbrio químico. Com o passar do tempo, em função do maior período de contato com o solvente, há um aumento na quantidade de íons que deve se solubilizar o que explicaria o aumento da condutividade elétrica (MASTERTON; HURLEY, 1989). Para este teste foi utilizada água destilada e deionizada para a imersão dos corpos-de-prova, o que se torna importante na confiabilidade dos resultados. Os materiais avaliados têm diferentes graus de solubilidade em função da maior ou menor quantidade de clínquer em suas composições. Os componentes do corpo-de-prova devem se solubilizar em diferentes níveis, uma vez que apresentam diferentes valores do produto de solubilidade (Kps). No presente trabalho foi possível observar um crescente aumento dos valores de condutividade elétrica à medida que o corpo-de-prova estava sendo solubilizado. Este comportamento foi observado em todos os cimentos. Resultados parecidos foram obtidos por Gonçalves et al. (2010). Para este teste o fator tempo é relevante importância (SANTOS et al., 2005; GONÇALVES et al., 2010). Todos os períodos testados foram especificados em minutos de 1 até 43200 minutos, isto para que se padronizasse os resultados. Durante este período foi registrado o valor obtido na mesma solução de cada 120 amostra. Resultados parecidos foram registrados no trabalho de Santos et al. (2005). Foi possível constatar os menores valores para o MTA FillApex® apresentou durante todo o período do experimento. Não houve diferenças significantes quando da comparação de todos os outros cimentos entre si. Este fato demonstra que todos os corpos-de-prova sofreram o mesmo tipo ação do solvente. Resultados parecidos foram encontrados nos estudos de Gonçalves et al. (2010) e Oliveira e Pandolfelli (2011). Apesar do aumento significante da condutividade com o decorrer do tempo, deve ocorrer, possivelmente, estabilização da condutividade elétrica em função da saturação da solução. Santos et al. (2005) observaram oscilações dos resultados nos tempos estudados. Vale salientar que o método utilizado por estes autores, preconizava a substituição da água a cada medição realizada. No presente trabalho foram realizadas as medições nas mesmas soluções em todos os períodos avaliados. Radiopacidade é uma propriedade essencial para os materiais endodônticos. Estes cimentos devem possuir radiopacidade suficiente para possibilitar a distinção em relação às estruturas anatômicas adjacentes (LAGHIOS et al., 2000). Dessa forma, a radiopacidade de um material de preenchimento do canal radicular, segundo a especificação 57 (ANSI/ADA, 2000), deve ter correspondência mínima ao degrau 3 da escada de alumínio (MANSON-HING, 1961; TANOMARUFILHO et al., 2008; SILVA et al., 2010). Sabe-se que a radiopacidade de 1 mm de dentina equivale a 1mm da espessura da escada de alumínio (MANSON-HING, 1961). Para a análise radiográfica foi utilizado o sistema digital Digora (Digora Soredex Orion Corporation) considerado muito efetivo para este tipo de comparação. (SILVEIRA, 2002; GU et al., 2006; CARVALHO Jr et al., 2007a; BORGES et al., 2011). Dentre os materiais estudados, somente os cimentos à base de MTA (ProRoot MTA®, MTA BIO® e MTA FillApex®) atenderam às recomendações da ANSI/ADA. Resultados consonantes com a literatura (TORABINEJAD et al., 1995; TANOMARU-FILHO et al., 2008; TANOMARU et al., 2009; SILVA et al., 2010; BORGES et al., 2011; GALDOLFI; SIBONI; PRATI, 2012; SILVA et al., 2013). Alguns autores tiveram resultados parecidos com os deste trabalho, mesmo acrescentando aos cimentos Portland e MTAs substâncias para a melhoria de algumas de suas 121 propriedades físicas (CAMILLERI, 2009; HWANG et al., 2009; CAMILLERI, 2010). Esses resultados eram esperados em razão dos cimentos MTAs serem enriquecidos com óxido de bismuto (ESTRELA et al., 2000; DAMMASCHKE et al., 2005; ASGARY et al., 2009; CAMILLERI, 2010). O MTA BIO®® apresentou menor radiopacidade que o ProRoot MTA®. Este fato é explicado considerando que na composição do primeiro o óxido de bismuto está em menor quantidade que no segundo (DUARTE et al., 2003; DAMMASCHKE et al., 2005; SONG et al.,2006). Esses achados estão de acordo com os trabalhos de Chng et al. (2005), Danesh et al. (2006) e Islam, Chng e Yap (2006a). Camilleri (2010) testaram outros tipos de radiopacificadores e verificaram a possibilidade de substituição óxido de bismuto, por outros radiopacificadores, sem afetar o mecanismo de hidratação ou outras propriedades físicas do MTA. Dentre os cimentos à base de MTA, o MTA FillApex apresentou os menores valores em função da menor quantidade de óxido de bismuto na composição, acorde informações do fabricante. No presente estudo, todos os tipos de cimento Portland apresentaram valores de radiopacidade abaixo do degrau 3 da escada de alumínio, dessa forma, não respeitando os requisitos mínimos da ANSI/ADA (ANSI/ADA, 2000). Estes resultados estão de acordo com os trabalhos de Danesh et al. (2006) e Borges et al. (2011). Isso pode ser explicado pelos baixos níveis de óxido de bismuto encontrados nestes cimentos em comparação aos achados nos cimentos de MTA. Cutajar et al. (2011) e Formosa et al. (2012) verificaram valores comparáveis aos dos cimentos de MTAs quando o cimento Portland foi enriquecido com diferentes radiopacificadores. Para a detecção e quantificação de metais nestes cimentos as amostras foram preparadas seguindo a especificação ISO 9917-1 (2003) que trata da preparação ácida destes materiais (DUARTE et al., 2005). Um espectrômetro de absorção atômica foi utilizado para estas leituras (LEITE, 2002). O mecanismo deste aparelho baseia-se na absorção da amostra, que sofre a ação de um atomizador gerando assim uma nuvem atômica gasosa no estado fundamental a partir dos íons presentes na solução. Essa nuvem é atingida por um feixe de radiação oriundo de uma lâmpada composta de um cátodo específico para cada um dos elementos a serem analisados. Os átomos não excitados, que permanecem na nuvem em estado fundamental absorvem a luz emitida pela lâmpada, fazendo com que a intensidade do feixe de luz diminua. Então o feixe de luz atenuado é medido por um detector 122 foto-sensível, que mostra a presença e concentração do elemento na solução vaporizada. Esta medida é expressa em mg/L (ppm) (SKOOG e al., 2005). Neste trabalho os valores foram convertidos em mg/g para que seja facilitado a comparação com os valores máximos aceitáveis pelo organismo humano. Sabemos que muitos destes elementos são tóxicos e podem provocar alterações orgânicas importantes (MOREIRA; MOREIRA, 2004; SHEN-TU et al., 2008; TREAS; TYAGI; SINGH, 2012). A composição semelhante dos cimentos Portland e à base de MTA se deve ao fato do primeiro fazer grande parte da constituição deste segundo (ESTRELA et al., 2000; TINGEY; BUSH; LEVINE, 2008; GARCIA et al., 2011). Funteas, Wallace e Fochtman (2003) e Islam, Chng e Yap (2006b) consideraram os cimentos Portland como uma possibilidade de substituição aos cimentos à base de MTA. A diferença está principalmente no tamanho e regularidade das partículas e na presença de bismuto nos cimentos MTAs (ESTRELA et al., 2000; CAMILLERI et al., 2005b). Hwang et al. (2009) compararam estes dois tipos de cimentos e mostraram que o MTA apresentou partículas menores e mais homogêneas, enquanto as partículas do cimento Portland tinham uma variedade de larguras e tamanhos. Komabayashi e Spanberg (2008) compararam o MTA BIO® e o ProRoot MTA® e acharam distribuição e tamanho das partículas similares entre si. Um dos principais componentes dos cimentos Portland é o óxido de cálcio (TORABINEJAD et al., 1995; ESTRELA et al., 2012b). Por este motivo, os íons cálcio foram os mais encontrados dentre todos os elementos pesquisados neste trabalho. Este fato foi comprovado nos experimentos de Torabinejad et al. (1995), Wucherpfennig e Green (1999), Duarte et al. (2003), Camilleri et al. (2005b), Camilleri et al. (2005a), Asgary et al. (2005), Borges et al. (2012), Galdolfi, Siboni e Prati (2012) e Formosa, Mallia e Camilleri (2012). Além do cálcio estes autores também acharam em quantidades importantes, a sílica e o bismuto, sendo este ultimo encontrado somente nos cimentos à base de MTA (FUNTEAS; WALLACE, FOCHTMAN, 2003; CAMILLERI; CUTAJAR; MALLIA, 2011). Mesmo nos trabalhos em que foram feitos testes com MTAs experimentais, ou que continham aditivos na sua composição, notou-se elevada liberação deste elemento (CAMILLERI; CUTAJAR; MALLIA, 2011; GALDOLFI et al., 2011; MASSI et al., 2011; OLIVEIRA; PANDOLFELLI, 2011; DUARTE et al., 2012a). Duarte et al. (2012b) combinaram 123 cimentos à base de MTA e cimentos Portland combinados com diferentes tipos de radiopacificadores, e, em todos eles houve liberação de íons cálcio. No presente estudo, o cimento Portland branco estrutural apresentou a maior quantidade do elemento químico, seguidos pelos cimentos Portland cinzas (tipos II, IV e V) e branco não estrutural, cimentos à base de MTA (MTA BIO® e ProRoot MTA®) com níveis intermediários e a menor quantidade observada no MTA FillApex. Borges et al. (2012) testaram os cimentos AH Plus, SealApex, MTA FillApex® , MTA BIO® e o iRoot SP que mostraram altos níveis de liberação de íons cálcio em todos os grupos. A presença de cálcio nestes materiais é de grande importância, visto que, a partir dele, ocorre a formação de hidróxido de cálcio quando o cimento é hidratado durante o processo de manipulação (DUARTE et al., 2003). O hidróxido de cálcio é responsável pela alcalinização do meio e pelo efeito bioativo deste material sobre os tecidos vivos, contribuindo assim para o processo de cicatrização (ROBERTS et al., 2008; ESTRELA et al., 2012b). Duarte et al. (2003) demonstraram que liberação de íons cálcio de amostras de cimento Portland e ProRoot MTA ® em água deionizada foi proporcional a atividade alcalinizante. Formosa, Mallia e Camilleri (2012) compararam um cimento silicato tricálcico ao cimento Portland e concluíram que o primeiro se mostrou mais bioativo. No presente trabalho todos os cimentos apresentaram concentrações altas de cálcio e similares entre si. Em relação aos cimentos MTA BIO® e ProRoot MTA®, o primeiro apresentou concentrações de cálcio maior (254,19 mg/g) que o segundo (245,00 mg/g). De acordo com o fabricante o MTA BIO® este é constituído de 80% de cimento Portland, enquanto o ProRoot MTA ®, por apenas 75%. Esta diferença de quantidade de clínquer pode explicar a diferença dos níveis de cálcio entre eles. Estes resultados estão em concordância com os trabalhos de Duarte et al. (2003), Bozeman, Lemon e Eleazer (2006), Oliveira et al. (2007), Vivan et al. (2010), Camilleri (2011) e Borges et al. (2012). Duarte et al (2003) atribuíram esta diferença à constituição destes cimentos, enquanto Oliveira et al. (2007) ao tempo de endurecimento de cada material. Já Bortoluzzi et al. (2006) observaram que mesmo com a diminuição do tempo de presa dos materiais houve um aumento significativamente na liberação de íons cálcio pelo cimento ProRoot MTA ®, quando comparado ao MTA BIO®. O Ferro é um dos elementos mais abundante, compondo 30% da massa 124 total do planeta. Junto ao Alumínio, é o mais importante elemento metálico no ambiente terrestre, aparecendo em sua maior parte combinado ao oxigênio, silício ou enxofre. Aparece na superfície da Terra na forma Fe 3+, forma menos solúvel em água (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). É um elemento essencial a todas as formas de vida, sendo componente – chave na manutenção da homeostase celular e principalmente no transporte do oxigênio pela hemoglobina (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). A necessidade diária de ferro para adultos é de 10-20mg/Kg (HAZARDOUS..., 2000). Tanto o excesso como a deficiência deste elemento no organismo humano podem trazer alterações importantes nas funções orgânicas. O excesso pode desenvolver alterações como anorexia, tonturas, fadiga, dores de cabeça e alterações hepáticas importantes (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). A dose letal em crianças de 2 anos é de 3 gramas, sendo que 1 grama pode trazer envenenamento importante. Nos cimentos Portland este elemento confere aumento da dureza na argamassa final (ABCP, 2002). Dos materiais avaliados neste trabalho os cimentos Portland cinzas apresentaram as maiores concentrações. Os do tipo II e IV apresentaram os valores maiores, quando comparados ao do tipo V. Os cimentos Portland brancos (estrutural e não estrutural), ProRoot MTA ®, MTA BIO® apresentaram quantidades inferiores e semelhantes entre si. O MTA FillApex® apresentou as menores valores neste teste. Este fato é explicado pela presença de óxido de ferro na composição dos cimentos cinzas, fato este comprovado nos trabalhos de Camilleri et al. (2005b), Song et al.(2006), Asgary et al. (2009) e Chang et al. (2010). Mesmo assim temos que considerar a presença do elemento ferro nos cimentos à base de MTA. Os maiores níveis foram apresentados pelo MTA BIO® (1,47 mg/g) quando comparado ao ProRoot MTA® (0,75 mg/g). Fridland e Rosado (2003) encontraram ferro liberado em meio aquoso por amostras de ProRoot MTA ® branco. Estes resultados estão de acordo com Dammaschke et al. (2005) e Bozeman, Lemon e Eleazer (2006). Além do cálcio e do ferro, o cobre, o zinco, e o cromo são considerados elementos essenciais à nossa vida com papeis fundamentais no funcionamento do nosso organismo. O cobre participa do processo de fixação do ferro na hemoglobina do sangue e na maturação dos neutrófilos (WORLD..., 1998), além de participar do processo de oxirredução (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). O seu limite de ingestão máximo aceitável é de 2 a 3 mg/Kg por dia para os adultos (WHO, 1998). O zinco 125 colabora no funcionamento do sistema imunológico, e é necessário na cicatrização de ferimentos e na síntese de DNA (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). Não é considerado tóxico, mas a absorção excessiva pode interferir na absorção de cobre e ferro. Para ser considerado tóxico para o organismo humano seu consumo deve ultrapassar 10 a 15 vezes o consumo diário que é de 15mg/dia para homens e 12mg/dia para mulheres (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, no máximo, 2 mg/L para valores deste elemento em água potável (GUIDELINES..., 2011). Ndong et al. (2012) observaram que quando o MTA foi acrescido de Zn houve redução do tempo de presa e aumento da reação de hidratação. No presente estudo os dois primeiros elementos foram detectados e quantificados em níveis baixos. Os maiores níveis estavam nos cimentos Portland cinzas (tipos II, IV e V) e os menores valores apresentados pelos cimentos à base de MTA (MTA BIO®, ProRoot MTA® e MTA FillApex®). O cobre apresentou níveis significantemente maiores nos cimentos Portland Cinza IV e os menores resultados no cimento MTA FillApex®. Estes resultados estão de acordo com Chang et al. (2010) que acharam menores concentrações destes elementos nos cimentos à base de MTA quando comparados aos cimentos Portland. Dammaschke et al. (2005) acharam menos cobre nas amostras de ProRoot MTA ®. As concentrações de cromo encontrados no cimento Portland cinza tipo IV foram significantemente maiores, enquanto que o MTA FillApex® apresentou os menores valores. Resultados parecidos são citados nos trabalhos de Shembri, Peplow e Camilleri (2010) e Camilleri et al. (2012) que encontraram os menores níveis de cromo nos cimentos à base de MTA. Este elemento também foi encontrado nos trabalhos de Funteas, Wallace Fochtman (2003). O cromo tem uma função importante na composição destes cimentos, fazendo com que o composto seja mais resistente à corrosão. (ABCP, 2002). Apesar de o cromo trivalente ser um elemento químico essencial à vida humana, participando do metabolismo dos lipídios, gorduras e proteínas, seu excesso e dependendo da sua forma oxidada, pode trazer problemas no sistema respiratório, mucosas e pele, câncer de pulmão, dentre outros (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). Chang et al. (2011) considerou o cimento ProRoot MTA ®. seguro para utilização quanto a concentração de cromo. O manganês é o segundo metal mais abundante na crosta terrestre depois do ferro. É considerado um oligoelemento para todas as formas de vida, nas 126 quais tem funções tanto estruturais quanto enzimáticas. A portaria N°33 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 1998) traz 5mg de ingestão diária recomendada deste elemento. Sua toxidez só ocorre através do seu cloreto bivalente com dose letal de cerca de 300 µmol/Kg (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). No presente trabalho os níveis deste elemento encontrados nos cimentos ficaram muito abaixo do que é recomendado como níveis tóxicos. Os cimentos Portland cinza tipo IV apresentaram os níveis significantemente maiores que os outros cimentos. As menores quantidades foram detectadas no MTA FillApex®. Dammaschke et al. (2005) acharam níveis menores deste elemento em cimentos à base de MTA quando comparados com cimentos Portland. De todos os metais pesados avaliados neste estudo somente o cádmio foi detectado em todas as amostras, mas não foi possível fazer a sua quantificação, pois os valores obtidos ficaram abaixo do limite de quantificação do instrumento. Este metal é muito tóxico para o organismo humano, mesmo em baixas concentrações. A concentração tolerável provisória é de 0,0002mg/kg/dia. A intoxicação por este elemento pode levar a dores reumáticas, mialgias, doença pulmonare crônica obstrutiva e distúrbios renais (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). O níquel é um metal pesado que no organismo humano forma radicais livres através da oxirredução de Ni3+ em Ni2+. A exposição á este metal não deve superar 0,05 mg/cm3 (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). O MTA FillApex® apresentou as menores concentrações de níquel, enquanto quantidades significantemente maiores foram encontradas no cimento Portland cinza IV e branco não-estrutural. O cimento Portland IV tem como característica a reação álcali-agregado (ABCP, 2002) explicada aqui por conter mais níquel em sua composição, o que lhe confere uma maior resistência à corrosão (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). Os demais cimentos apresentaram concentrações intermediárias de níquel. Estes resultados estão em conformidade com os resultados de Chang et al. (2010). Quanto ao chumbo, os valores quantificados deste metal em todas as amostras ficaram bem abaixo do que é recomendado como dose máxima que é de 1,5 mg/kg (ISO 9917-1, 2007). As menores concentrações foram observadas nos cimento MTA FillApex® e cimento Portland branco não estrutural. As maiores concentrações foram observados nos cimentos Portland cinza (tipos II, IV e V) e ProRoot MTA®. Resultados parecidos estão nos trabalhos de Chang et al. (2010) e 127 Schembry et al. (2010) que verificaram maiores níveis deste metal no cimento Portland cinza. Já Camilleri et al. (2012) não acharam diferença quando da comparação entre os cimentos Portland e à base de MTA. O bismuto é um metal pesado que praticamente não é tóxico, por ter baixa absorção pelo organismo humano (AZEVEDO; CHAZIN, 2003). Nos cimentos odontológicos este elemento é incluído em forma de óxido de bismuto, o que lhe confere maior radiopacidade (ESTRELA et al., 2000; CAMILLERI et al., 2005; HWANG et al., 2011). Alguns autores observaram que a adição deste elemento pode interferir propriedades destes materiais como aumento da hidratação (CAMILLERI, 2010) e aumento do tempo de presa (FORMOSA et al., 2012). Coomaraswamy, LumLey e Hofmann (2007) mostraram que o óxido de bismuto altera drasticamente algumas propriedades destes cimentos, como o aumento da porosidade e da densidade do material. No presente trabalho os maiores níveis de bismuto foram encontrados nos cimentos à base de MTA, sendo o ProRoot MTA ® o que apresentou concentrações significantemente maiores. Este fato foi também observado nos trabalhos de Song et al. (2006) e Asgary et al. (2009). Isto é explicado pela substituição por 20% de óxido de bismuto que estes cimentos recebem durante o processo de fabricação, para que o material confira radiopacidade adequada. Os menores valores foram encontrados nas amostras de Portland cinzas e brancos, significantemente diferentes dos demais. Neste trabalho foi possível quantificar este elemento em todas as amostras dos cimentos. Vários pesquisadores detectaram bismuto somente em amostras de MTA (ESTRELA et al., 2000; GUARIENTI; ETIKAN; FIGUEIREDO, 2002; FUNTEAS; WALLACE; FOCHTMAN, 2003; ISLAM; CHNG; YAP, 2006b; OLIVEIRA et al., 2007; CAMILLERI, 2011; HWANG et al., 2011). Já Deal et al. (2002) afirmaram ser semelhante a composição química do ProRoot MTA®, Portland e um MTA de presa rápida, mesmo considerando os diferentes níveis de bismuto. Borges et al. (2012) mostraram a dificuldade de detecção de bismuto em amostras de MTA FillApex® por meio da análise por energia dispersiva de raio X (EDX). O arsênio pode inibir a respiração celular, altera a expressão genética de proteínas de estresse, reage com grupos sulfidrilas inativando proteínas e enzimas. O seu mecanismo de ação tóxica está relacionado com o estado de oxidação deste elemento, sendo o As (III) o que causa maiores reações (AZEVEDO; CHAZIN, 128 2003). Para a determinação do arsênio, foi utilizado o espectrômetro de absorção atômica com aparato para geração de hidreto (DUARTE et al., 2005). Esta técnica está indicada para elementos que podem ser convertidos em hidretos, além de aumentar a sensibilidade de detecção e quantificação. O arsênio forma hidretos covalentes e voláteis na reação com o hidrogênio. Nesta reação ocorre a separação e enriquecimento deste elemento, diminuindo assim possíveis interferências na leitura (SKOOG et al., 2005). No presente estudo foi detectado arsênio em todos os cimentos estudados, e apenas no MTA BIO® os valores encontrados estiveram abaixo do limite de quantificação do instrumento. Quantidades significantemente maiores foram detectadas nos cimentos Portland cinza (tipos II e IV). Este fato pode ser explicado por este metal ser geralmente encontrado na natureza ligado ao enxofre e ferro (AZEVEDO; CHAZIN, 2003), elementos muito encontrados nos cimentos supra-citados. Os demais cimentos apresentaram concentrações intermediárias deste metal. Porém, nenhuma das concentrações de arsênio detectados atingiram o máximo recomendado pelo padrão ISO 9917-1 (2007) que é de 2 mg/kg. Estes fatos estão de acordo com os trabalhos de Funteas, Wallace e Fochtman (2003), Duarte et al. (2005), De-Deus et al. (2009), Gonçalves et al. (2010) e Chang et al. (2011). Matsunaga et al. (2010) afirmaram que os materiais odontológicos à base de MTA não oferecem ameaças à saúde com relação à quantidade de arsênio. Ao contrário dos resultados destes trabalhos, alguns autores acharam níveis de arsênio superiores ao máximo fixado pela norma ISO 9917-1 (2007) (SCHEMBRY; PEPLOW; CAMILLERI, 2010; CAMILLERI et al., 2012). Bramante et al. (2008) afirmaram que o MTA Obtura, MTA BIO® branco e o cimento Portland branco apresentaram níveis de arsênio inferiores ao preconizado pelo padrão ISO e que os outros cimentos testados (CPM, CPM Sealer, MTA BIO® cinza, ProRoot MTA® e Portland cinza) apresentaram níveis maiores que o exigido por este padrão. Minotti (2011) estudando a reação inflamatória que os cimentos Portland e MTA podem causar em tecidos vivos, não encontrou relação entre a concentração de arsênio presente na composição destes materiais e a intensidade desta reação. 7 CONCLUSÕES 130 7 CONCLUSÕES Diante dos resultados obtidos, e respeitando-se as limitações da metodologia empregada, é possível concluir que: 1. Quanto á solubilidade os cimentos ProRoot MTA® e MTA BIO® apresentaram as menores médias e o MTA FillApex® os maiores resultados. 2. Os cimentos testados tiveram comportamento semelhante quanto a variação do pH ao longo dos períodos avaliados. O aumento do pH foi evidenciado desde o primeiro minuto testado e com tendência a aumentar com o tempo. O MTA FillApex® apresentou os menores resultados, enquanto não houve diferenças estatisticamente significantes na comparação de todos os outros cimentos entre si. 3. Todos os cimentos tiveram comportamento semelhante quanto a variação da condutividade elétrica. Foi evidenciado aumento da condução elétrica no meio testado desde o primeiro minuto testado. O MTA FillApex® apresentou valores significativamente menores durante os períodos testados. Não houve diferenças estatisticamente significantes quando na comparação dos outros cimentos entre si. 4. Os cimentos à base de MTA apresentaram radiopacidade adequada segundo a especificação da ANSI/ADA que é de no mínimo 3 mm.Al. Os cimentos Portland cinza e branco apresentaram resultados inferiores à esta especificação. 5. Os elementos Ca, Fe, Ni e Zn foram detectados e quantificados em todos os cimentos testados. 6. Os metais pesados As, Pb, Bi, Cd, Mn e Cr foram detectados em todos os cimentos testados. O Cádmio, em todos os cimentos, e o Bismuto nas amostras de MTA BIO® não foram quantificados, por estarem abaixo dos limite quantificação do instrumento. REFERÊNCIAS 132 REFERÊNCIAS ABDULLAH, D; FORD, TR; PAPAIOANNOU, S, NICHOLSON, J; McDONALD, F. An evaluation of accelerated Portland cement as a restorative material. Biomaterials, v. 23, n. 19, p. 4001-10, 2002. ACHTERNBOSCH M, BRÄUTIGAM KR, HARTLIEB N, KUPSCH C, RICHERS U, STEMMERMANN P. Impact of the use of waste on trace element concentrations in cement and concrete. Waste Manag Res., v. 23, n. 4, p. 328-37, 2005. AMERICAN NATIONAL STANDARD INSTITUTE (ANSI). Specification 57. EUA: ANSI-ADA, 2000. ASGARY, S.; PARIROKH, M.; EGHBAL, M J.; BRINK, F. Chemical differences between white and gray mineral trioxide aggregate. J Endod., v. 31, n. 2, p. 101-3, Feb. 2005. ASGARY, S; EGHBAL, M G; PARIROKH, M; GHODDUSI, J; KHEIRIEH, S. BRINK, F. Comparison of mineral trioxide aggregate’s composition with portland cements and a new endodontic cement. J Endod., v. 35, n. 2, p. 243-50, Feb. 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Guia básico de utilização do cimento Portland. 7. ed. São Paulo: [s.n.], 2002. 28 p. AZAMBUJA, T. W. F.; BERCINI, F.; ALANO, F. Cirurgia paraendodôntica: revisão da literatura e apresentação de casos clínico-cirúrgicos. R Fac Odontol Porto Alegre, v. 47, n. 1, p. 24-29, 2006. AZEVEDO, F. A; CHAZIN, A. A. M. Metais: Gerenciamento da Toxicidade. São Paulo: Atheneu, 2003, 554 p. BARBOSA, A. V. et al. Propriedades do cimento Portland e sua utilização na odontologia. Pesq Bras Odontop Clin Integr., v. 7, n. 1, p. 89-94, Oct. 2007. BERNABÉ, P. F; GOMES-FILHO, J E; ROCHA, W C; NERY, M J; OTOBONI-FILHO, J A; DEZAN-JUNIOR, E. Histological evaluation of MTA as a root-end filling material. Int Endod J., v. 40, n. 10, p. 758-65, Oct. 2007. BODANEZI, A; CARVALHO, N; SILVA, D; BERNARDINELI, N; BRAMANTE, C M; GARCIA, R B; de MORAES, I G. Immediate and delayed solubility of mineral trioxide aggregate and Portland cement. J Appl Oral Sci., v. 16, n. 2, p. 127-31, Mar. 2008. BORGES, A. H; PEDRO, FL; MIRANDA, CE, SEMENOFF-SEGUNDO, A; PÉCORA, JD; FILHO, AM. Comparative study of physico-chemical Properties of MTA-Based and Portland Cements. Acta Odontol Latinoam., v. 23, n. 3, p. 175-81, 2010. BORGES, A. H; PEDRO FL, SEMANOFF-SEGUNDO A, MIRANDA CE, PÉCORA JD, CRUZ FILHO AM Radiopacity evaluation of portland and MTA-based cements by digital radiographic system. J Appl Oral Sci., v. 19, n. 3, p. 228-32, May/June 2011. BORGES RP, SOUSA-NETO MD, VERSIANI MA, RACHED-JÚNIOR FA, DE-DEUS 133 G, MIRANDA CE, PÉCORA JD. Changes in the surface of four calcium silicatecontaining endodontic materials and an epoxy resin-based sealer after a solubility test. Int Endod J., v. 45, n. 5, p. 419-28, May 2012. BORTOLUZZI EA, BROON NJ, BRAMANTE CM, GARCIA RB, DE MORAES IG, BERNARDINELI N.. Sealing ability of MTA and radiopaque Portland cement with or without calcium chloride for root-end filling. J Endod., v. 32, n. 9, p. 897-900, Sep. 2006. BORTOLUZZI EA, BROON NJ, BRAMANTE CM, FELIPPE WT, TANOMARU FILHO M, ESBERARD RM. The influence of calcium choride on the setting time, solubility, disintegration, and ph of Mineral Trioxide Aggregate and white portland cement with a radiopacifier. J Endod., v. 35, n. 4, p. 550-4, Apr. 2009. BOZEMAN, T. B.; LEMON, R. R.; ELEAZER, P. D. Elemental analysis of crystal precipitate from gray and white MTA. J Endod., v. 32, n. 5, p. 425-8, May 2006. BRAMANTE, C. M. DEMARCHI AC, DE MORAES IG, BERNADINELI N, GARCIA RB, SPÅNGBERG LS, DUARTE MA. Presence of arsenic in diferente types of MTA and White and gray Portland Cement. Oral Sug Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., v. 106, n. 6, p. 909-13, Dec. 2008. BRANSTETTER, J; VON FRAUNHOFER, J. A. The Physical properties and sealing action of endodontic sealer cements: a review of the literature. J Endod., v 32, n. 5, p. 425-8, 2006. CAMILLERI, J. KRALJ P, VEBER M, SINAGRA E.Characterization and analyses of acid: extractable and leached trace elements in dental cements. Int Endod J., v. 45, n. 8, p.737-43, Aug. 2012. CAMILLERI, J.; MONTESIN, F.E.; DI SILVIO, L.; PITT FORD, T.R. The chemical constitution and biocompatibility of accelerated portland cement for endodontic use. Int Endod J., v. 38, n. 11, p. 834-42, Nov. 2005a. CAMILLERI, J.; MONTESIN, F.E.; BRADY, K.; SWEENEY, R.; RICHARD V. CURTIS, R.V.; PITT FORD, T.R. The constitution of mineral trioxide aggregate. Dent Mater., v. 21, n. 4, p. 297-303, Apr. 2005b. CAMILLERI, J. Evaluation of selected Properties of Mineral Trioxide Aggregate sealer cement. J Endod., v. 35, n. 10, p. 1412-17, Oct. 2009. CAMILLERI, J. Evaluation of the Effect of Intrinsic Material Properties and Ambient Conditions on the Dimensional Stability of White Mineral Trioxide Aggregate and Portland Cement. J Endod., v. 37, n. 2, p. 239- 45, Feb. 2011. CAMILLERI, J. Hydration characteristics of calcium silicate cements with alternative radiopacifiers used as root-end filling materials. J Endod., v. 36, n. 3, p. 502-8, Mar. 2010. CAMILLERI, J. Hydration mechanisms of mineral trioxide aggregate. Int Endod J., v. 134 40, n. 6, p. 462-70, Jun. 2007. CAMILLERI, J. The physical properties of accelerated Portland cement for endodontic use. Int Endod J., v. 41, n. 2, p. 151-7, Feb. 2008. CAMILLERI, J.; CUTAJAR, A.; MALLIA, B. Hydration characteristics of zirconium oxide replaced Portland cement for use as a root-end filling material. Dent Mater., v. 27, n. 8, p. 845-54, Aug. 2011. CAMILLERI, J.; PITT FORD, T. R. Mineral trioxide aggregate: a review of the constituents and biological properties of the material. Int Endod J., v. 39, n. 10, p. 747-54, Oct. 2006. CARVALHO Jr, J.R.; CORRER-SOBRINHO, L., CORRER, A.B.; SINHORETI M.A.; CONSANI, S.; SOUSA-NETO, M.D. Radiopacity of root filling materials using digital radiography. I Endod J., v. 40, n. 7, p. 514-20, Jul. 2007a. CARVALHO Jr, J.R.; CORRER-SOBRINHO, L.; CORRER, A.B.; SINHORETI, M.A.; CONSANI, S.; SOUSA NETO, M.D. Solubility and dimensional change after setting of root canal sealers: a proposal for smaller dimensions of test samples. J. Endod., v. 33, n. 9, p. 1110-6, Sep. 2007b. CARVALHO, M. G. P; PEREZ, W.B; MATTER, S.B; BLAYA, D.S; ANHALD, A.C. Apicetomia seguida de obturação retrógrada com Agregado Trióxido Mineral (MTA): relato de caso clínico. Rev Endod Pesq Ens On Line, v. 1, n. 2, p. 1-8, jul./dez. 2005. CHANG, S. W; SHON WJ, LEE W, KUM KY, BAEK SH, BAE KS. Analysis of heavy metal contents in gray and white MTA and 2 kinds of portland cement: a preliminary study. Oral Sug Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., v. 109, n. 4, p. 642-646, Apr. 2010. CHANG, S. W; BAEK SH, YANG HC, SEO DG, HONG ST, HAN SH, LEE Y, GU Y, KWON HB, LEE W, BAE KS, KUM KY. Heavy metal analysis of ortho MTA and ProRoot MTA. J Endod., v. 37, n. 12, p. 1673-6, Dec. 2011. CHNG, H.K.; ISLAM, I.; YAP, A.U.J.; TONG, Y.W.; KOB, E.T . Properties of a new root-end filling material. J Endod., v. 31, n. 9, p. 665-8, Sep. 2005. CHUNG, H; KIM, M; KO, H; YANG, W . Evaluation of physical and biologic properties of the mixture of mineral trioxide aggregate and 4- META/MMA – TBB resin. Oral Sug Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., v. 112, n. 5, p. 6-11, Nov. 2011. COOMARASWAMY, K. S.; LUMLEY, P. J.; HOFMANN, M. P. Effect of bismuth oxide radiopacifier content on the material properties of an endodontic Portland cement– based (MTA-like) system. J Endod., v. 33, n. 3, p. 295-8, Mar. 2007. CUTAJAR, A. MALLIA B, ABELA S, CAMILLERI J.Replacement of radiopacifier in mineral trioxide aggregate; characterization and determination of physical properties. Dent Mater., v. 27, n. 9, p. 879-91, Sep. 2011. 135 DAMMASCHKE, T.; GERTH, H.U.V.; ZUCHNER, H.; SCHAFER, E. Chemical and physical surface and bulk material characterization of white ProRoot MTA and two portland cements. Dent Mater., v. 21, n. 8, p. 731-8, Aug. 2005. DAMMASCHKE, T; WOLFF, P; SAGHERI, D; STRATMANN, U; SCHÄFER, E. Mineral trioxide aggregate for direct pulp capping: a histologic comparison with calcium hydroxide in rat molars. Quintessence Int., v. 41, n. 2, p. e20-30, Feb. 2010. DEAL BF, WENCKUS CS, JOHNSON BR, FAYAD MI. Chemical and physical properties of MTA, Portland Cement, and a new experimental material, Fast-Set MTA. J Endod; v.28:252 (Abstr. No. OR 70), 2002. DANESH, G.; DAMMASCHKE, T.; GERTH, H.U.V.; ZANDBIGLARI, T.; SCHAFER, E. A comparative study of selected properties of ProRoot mineral trioxide aggregate and two Portland cements. Int Endod J., v. 39, n. 3, p. 213-9, Mar. 2006. DE-DEUS, G; DE SOUZA, MC, SERGIO FIDEL, RA; FIDEL, SR; DE CAMPOS, RC; LUNA, AS. Negligible Expression of Arsenic in some Comercially Avaiable Brands of Portland Cement and Mineral Trioxide Aggregate. J Endod., v. 35, n. 6, p. 887-90, Jun. 2009. DORILÊO, M. C. G. O; PEDRO, F L M, VOLPATO, L E, SEMENOFF SEGUNDO, A; SEMENOFF, T; PORTO, A. Solubility evaluation of portland and MTA: based cements. In: General Session & Exhibition of the IADR Latin American Regional Meeting, 90., 2012, Foz do Iguaçú. Summaries… Foz do Iguaçú, 2012. DUARTE, M. A. H; WECKWERTH, P.H; WECKWERTH, A.C.V.B; KUGA, M.C. Avaliaçäo da contaminação do MTA Angelus e do cimento de Portland. J Bras Clin Odontol Integr., v. 6, n. 32, p. 155-157, 2002 DUARTE, M.A.H.; DEMARCHI, A.C.C.O.; YAMASHITA, J.C.; KUGA, M.C.; FRAGA, S.C. Arsenic release provided by MTA and cement. Oral Sug Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., v. 99, n. 5, p. 648-50, May 2005. DUARTE, M. A. H; MINOTTI, PG; RODRIGUES, CT; ZAPATA, RO; BRAMANTE, CM; TANOMARU, FILHO M; VIVAN, RR; GOMES DE MORAES, I; BOMBARDA DE ANDRADE, F. Effects of radiopacifying agentes on the physicochemical properties of white portland cement and white mineral trioxide aggregate. J Endod., v. 38, n. 3, p. 394-7, Mar. 2012a. DUARTE, M. A. H; ALVES DE AGUIAR K, ZEFERINO MA, VIVAN RR, ORDINOLAZAPATA R, TANOMARU-FILHO M, WECKWERTH PH, KUGA MC. Evaluation of the propylene glycol association on some physical and chemical properties of mineral trioxide aggregate. Int Endod J., v. 45, n. 6, p. 565-70, Jun. 2012b. DUARTE, M.A.H.; DEMARCHI, A.C.C.O.; YAMASHITA, J.C.; KUGA, M.C.; FRAGA, S.C. pH and calcium ion release of 2 root filling materials. Oral Sug Oral Med Oral Patol Oral Radiol Endod., v. 95, n. 3, p. 345-7, Mar. 2003. ESTRELA, C ; SOUSA-NETO, M.D; GUEDES, O.A; ALENCAR, A.H, DUARTE, M.A, PÉCORA, J.D. Characterization of calcium oxide in root perforation sealer materials. Braz Dent J., v. 23, n. 5, p. 539- 546, Oct. 2012b. 136 ESTRELA, C. Endodontic science. São Paulo: Artes Médicas Dentistry, 2009. 1223 P. ESTRELA, C.; BAMMANN, L.L.; ESTRELA, C.R.A.; SILVA, R.S.; PÉCORA, J.D. Antimicrobial and chemical study of MTA, Portland cement, calcium hydroxide paste, Sealapex and Dycal. Braz Dent J., v. 11, n. 1, p. 3-9, 2000. ESTRELA, C; ALENCAR, A.H.G; DECURCIO, D.A; BORGES, A.H; GUEDES, O. A; ESTRELA, C.R.A. Influência de estratégias de sanificação no sucesso do tratamento da periodontite apical. Rev Odontol Bras Central, v. 21, n. 56, p. 367-75, 2012a. FORMOSA, L. M.; MALLIA, B, BULL, T, CAMILLERI, J. The microstructure and surface morphology of radiopaque tricalcium silicate cement exposed to different curing conditions. Dent Mater., v. 2, n. 5, p. 584-95, May 2012. FORMOSA, L. M.; MALLIA, B.; CAMILLERI, J. The effect of curing conditions on the physicl properties of tricalcium silicate cement for use as a dental biomaterial. Int Endod J., v. 45, n. 4, p. 326-336, Apr. 2012. FRIDLAND, M.; ROSADO, R. Mineral trioxide aggregate (MTA) solubility and porosity with different water-to-powder ratios. J Endod., v. 29, n. 12, p. 814-7, Dec. 2003. FRIDLAND, M.; ROSADO, R. MTA solubility: a long term study. J Endod., v. 31, n. 5, p. 376-9, May 2005. FUNTEAS, U. R.; WALLACE, J. A.; FOCHTMAN, E. W. Comparative analysis of mineral trioxide aggregate and portland cement. Aust Endod J., v. 29, n. 1, p. 43-4, Apr. 2003. GANCEDO-CARAVIA, L.; GARCIA-BARBERO, E. Influence of humidity and setting time on the push-out strength of mineral trioxide aggregate obturations. J Endod., v. 32, n. 9, p. 894-6, Sep. 2006. GANDOLFI, M. G.; TADDEI P, SIBONI F, MODENA E, CIAPETTI G, PRATI C. Development of the foremost light-curable calcium- silicate MTA cement as root-end in oral surgery. chemical-physical properties, bioactivity and biological behavior. Dent Mater., v. 27, n. 7, p. 134-57, Jul. 2011. GANDOLFI, M. G; SIBONI, F.; PRATI, C. Chemical: physical properties of TheraCal, a novel light – curable MTA – like material for pulp capping. Int Endod J., v. 45, n. 6, p. 571-9, Jun. 2012. GARCIA, A; MACHADO, M.E.L; BRITTO, M.L.B; NABESHIMA, C.K; MASSARO, H. Comparação qualitative da constituição do cimento de Portland e MTA: Angelus ® através de difração de raio X. J Health Sci Inst., v. 29, n. 2, p. 89-91, 2011. GARTNER, A. H., DORN, S. O. Advances in endodontic surgery. Dent Clin North Am., v. 36, n. 2, p. 357-78, Apr. 1992. GONÇALVES, J. L.; VIAPIANA R, MIRANDA CE, BORGES AH, CRUZ FILHO AM. Evaluation of physico-chemical properties of portland cements and MTA. Braz Oral 137 Res., v. 24, n. 3, p. 277-83, Jul./Sep. 2010. GROSSMAN, L.I. An improved root canal cement. J Am Dent Assoc., v. 56, n. 3, p. 381-5, Mar. 1958. GU, S.; RASIMICK, B.J.; DEUTSCH, A.S.; MUSIKANT, B.L. Radiopacity of dental materials using a digital X-ray system. Dent Mater., v. 22, n. 8, p. 765-70, Aug. 2006. GUARIENTI, D.; ETIKAN, I.; FIGUEIREDO, J. A. P. Avaliação química e estrutural comparativa entre o cimento portland e o MTA. Braz Oral Res., v. 16, n. 1, p. 190, 2002. HAZARDOUS SUBSTANCE DATA BANK (HSDB). Iron. In: TOMES CPSTM SYSTEM. Toxicology, occupational medicine and environmental series. Englewood: Micromedex, 2000. Cd-Rom. HOLLAND, R; DE SOUZA, V; NERY, M.J; OTOBONI FILHO, JA; BERNABÉ, P.F; DEZAN JÚNIOR, E Reaction of dogs teeth to root canal filling with mineral trioxide aggregate or a glass ionomer sealer. J Endod., v. 25, n. 11, p. 728-30, Nov. 1999. HOLLAND, R. SOUZA VD, NERY MJ, FARACO JÚNIOR IM, BERNABÉ PF, OTOBONI FILHO JA, DEZAN JÚNIOR E. Reaction of rat connective tissue to implanted dentin tubes filled with mineral aggregate or calcium hydroxide. Braz Dent J., v. 13, n. 1, p. 23-6, 2002. HWANG, Y. C; LEE, S.H; HWANG, I.N; KANG, I.C; KIM, M.S; KIM, S.H; SON, H.H; OH, W.M. Chemical composition, radiopacity, and biocompatibility of Portland cement with bismuth oxide. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., v. 107, n. 3, p. 96-102, Mar. 2009. HWANG, Y. C; KIM, D.H; HWANG, I.N; SONG, S.J; PARK, Y.J; KOH, J.T; SON, H.H; OH, W.M. Chemical constitution, physical properties, and biocompatibility of experimentally manufactured Portland cement. J ndod., v. 37, n. 1, p.58-62, Jan. 2011. INTERNATIONAL STANDARTIZATION ORGANIZATION DENTISTRY. Whaterbased cement- parte 1: powder/liquid acid-base cements: ISO 9917-1. Switzerland, 2003. p. 1-22. ISLAM, I.; CHNG, H. K.; YAP, A. U. J. Comparison of the physical and mechanical properties of MTA and Portland cement. J Endod., v. 32, n. 3, p. 193-7, Mar. 2006a. ISLAM, I.; CHNG, H. K.; YAP, A. U. J. X-ray diffraction analysis of mineral trioxide aggregate and Portland cement. Int Endod J., v. 39, n.3, p. 220-5, Mar. 2006b. KOMABAYASHI, T.; SPANGBERG, L. S. W. Comparative analysis of the particle size and shape of commercially available mineral trioxide aggregates and Portland cement: a study with a flow particle image analyzer. J Endod., v.34, n. 1, p. 94-8, Jan. 2008. LAGHIOS, C.D.; BENSON, B.W.; GUTMANN, J.L.; CUTLER, C.W. Comparative radiopacity of tetracalcium phosphate and other root-end filling materials. Int Endod 138 J., v. 33, n. 4, p. 311-5, Jul. 2000. LEE, B. N; HWANG YC, JANG JH, CHANG HS, HWANG IN, YANG SY, PARK YJ, SON HH, OH WM Improvement of the properties of mineral trioxide aggregate by mixing with hydration accelerators. J Endod., v. 37, n. 10, p. 1433-6, Oct. 2011. LEE, S. J.; MONSEF, M.; TORABINEJAD, M. Sealing ability of a mineral trioxide aggregate for repair of root perforations. J Endod., v. 19, n. 11, p. 541-4, Nov. 1993. LEITE, F. Validação em análise química. 4. ed. Campinas: Átomo, 2002. MANSON-HING, L. R. An investigation of the roentgenographic contrast of enamel, dentine, and aluminum. Oral Surg Oral Med Oral Pathol., v. 14, p. 1456-72, Dec. 1961. MASSI, S; TANOMARU-FILHO M, SILVA GF, DUARTE MA, GRIZZO LT, BUZALAF MA, GUERREIRO-TANOMARU JM. pH, calcium ion release, and setting time ofan experimental mineral trióxide aggregate- based root canal sealer. J Endod., v. 37, n. 6, p. 844-6, Jun. 2011. MASTERTON, W. L.; HURLEY, C. N. Chemistry: principles & reactions. Saunders College Publishing, 1989. 991p. MATSUNAGA, T; TSUJIMOTO M, KAWASHIMA T, TSUJIMOTO Y, FUJIWARA M, OOKUBO A, HAYASHI Y. Analysis of arsenic in Gray and White mineral Trióxide Aggregates by Using Atomic Absorption Spectrometry. J Endod., v. 36, n. 12, p. 1988-90, Dec. 2010. MINOTTI, P. G. Avaliação microscópica da reação tecidual em subcutâneo de rato frente a cimentos Portland contendo diferentes concentrações de arsênio. 2011. Dissertação (Mestrado em Ciências Odontológicas Aplicadas) - Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 2011. MOREIRA, F. R.; MOREIRA, J. C. A importância da análise de especiação do chumbo em plasma para a avaliação dos riscos à saúde. Quim Nova, v. 27, n. 2, p. 251-260, 2004. NANDINI, S.; BALLAL, S.; KANDASWAMY, D. Influence of glass-ionomer cement on the interface and setting reaction of mineral trioxide aggregate when used as a furcal repair material using laser raman spectroscopic analysis. J Endod., v. 33, n. 2, p. 167-72, Feb. 2007. NDONG, F.; SADHASIVAM S, LIN FH, SAVITHA S, WEN-HSI W, LIN CP The development of iron-free partially stabilized cement for use as dental root-end filling material. Int Endod J., v. 45, n. 6, p.557-64, Jun. 2012. OLIVEIRA, I. R.; PANDOLFELLI, V. C. Propriedades e bioatividade de um cimento endodôntico à base de aluminato de cálcio. Ceramica, v. 57, p. 364-370, 2011. OLIVEIRA, M. G. et al. Comparative chemical study of MTA and Portland cements. Braz Dent J., v. 18, n. 1, p. 3-7, 2007. 139 ORSO, V. A.; FILHO, M. S. A. Cirurgia parendodôntica: quando e como fazer. R Fac Odontol Porto Alegre, v. 47, n. 1, p. 20-23, 2006. PARIROKH, M.; TORABINEJAD, M. Mineral trióxide aggregate; a comprehensive literature review- part iii: clinical applications, drawbacks, and machanism of action. J Endod., v. 36, n. 3, p. 400-13, Mar. 2010. REGALADO, D. F.; CANOVA, G. C.; MENEZES, R.; OLIVEIRA, R. C.; BRUNINI S. H. S.; SILVA, T. L.; BRAMANTE, C. M.; GRANJEIRO, J. M.. Análise da variação de pH entre cimentos MTA e Portland em diferentes períodos de tempo. Bras Oral Res., v. 16, p. 229, 2002. ROBERTS, H. W.; TOTH, J.M.; BERZINS, D.W; CHARLTON, D.G. Mineral trioxide Aggregate material use in endodontic treatment: A review of the literature. Dent Mater., v. 24, n. 2, p. 149-64, Feb. 2008. SANTOS, A. D.; MORAES, J. C. S.; ARAÚJO, E. B.; YUKIMITU, K.; VALÉRIO FILHO, W.V. Physico-chemical properties of MTA and a novel experimental cement. Int Endod J., v. 38, n. 7, p. 443-7, Jul. 2005. SARKAR, N. K.; CAICEDO, R.; RITWIK, P.; MOISEYEVA, R.; KAWASHIMA, I. Physicochemical basis of the biologic properties of mineral trioxide aggregate. J Endod., v. 31, n. 2, p. 97-100, Feb. 2005. SCHEMBRY, M.; PEPLOW, G.; CAMILLERI, J. Analyses of Heavy metals in Mineral Trióxide Aggregate and Portland Cement. J Endod., v. 36, n. 7, p. 1210-5, Jul. 2010. SHEN-TU, C.; FAN, Y; HOU, Y, WANG, K; ZHU, Y. Arsenic species analysis by ion chromatography-bianod electrochemical hydride generator-atomic fluorescence spectrometry. J Chomatrogr A., v. 1213, n. 1, p. 56-61, Dec. 2008. SILVA, E. J. N. L.; ROSA, T.P; HERRERA, D.R; JACINTO, R.C; GOMES, B.P; ZAIA, A.A. Evaluation of cytotoxicity and physicochemical properties of calcium silicate – based endodontic sealer MTA Fillapex. JOE, v. 39, n. 2, p. 274-7, Feb. 2013. SILVA, R. F; SOUZA, R. E; GALHARDO, R.; CRUZ-FILHO, A. M.; SOUSA-NETO, M. D. Estudo das propriedades de estabilidade dimensional e solubilidade e desintegração dos cimentos MTA e tipo Portland. Braz Oral Res., v. 16, p. 145, 2002. SILVA, W. J; SOUZA, P.H.C; ROSA, E.A.R; CURY, A.A.D.B; RACHED, R.N. Mineral trioxide aggregate as root canal filing material: comparative study of physical properties. Rev Odonto Ciênc., v. 25, n. 4, p. 386-90, Dec. 2010. SILVEIRA, G. P. Estudo comparativo de resinas compostas fotopolimerizáveis de alta e baixa fluidez, utilizando imagem digital. 2002. 148 f. Tese (Doutorado) Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. SKOOG, D. A. et al. Fundamentos da química analítica. 8. ed. São Paulo: Thompson, 2005. SONG, J. S.; MANTE, F. K.; ROMANOW, W. J.; KIM, S. Chemical analysis of 140 powder and set forms of Portland cement, gray ProRoot MTA, white ProRoot MTA, and gray MTA Angelus. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., v. 102, n. 6, p. 806-15, Dec. 2006. TANOMARU, J.M.G; DUARTE, M.A; GONÇALVES ,M; TANOMARU-FILHO, M. Radiopacity evaluation of root canal sealers containg calcium hidroxide and MTA. Braz Oral Res., v. 23, n. 2, p. 119-23, Apr./Jun. 2009. TANOMARU-FILHO, M; DA SILVA, G.F; DUARTE, M.A; GONÇALVES, M; TANOMARU, J.M. Radipacity evaluation of root-end filling materials by digitization of images. J Appl Oral Sci., v. 16, n. 6, p. 376-9, Nov. 2008. TINGEY, M. C.; BUSH, P.; LEVINE, M. S. Analysis of mineral trioxide aggregate surface when set in the presence of fetal bovine serum. J Endod., v. 34, n. 1, p. 459, Jan. 2008. TORABINEJAD, M.; HIGA, R. K.; MCKENDRY, D. J.; PITT FORD, T. R. Dye leakeage of four root end filling materials: effects of blood contamination. J Endod., v. 20, n. 4, p. 159-63, Apr. 1994. TORABINEJAD, M.; HONG, U. J.; MCDONALD, F.; PITT FORD, T. R.. Physical and chemical properties of a new root end filling material. J Endod., v. 21, n. 7, p. 34953, Jul. 1995. TORABINEJAD, M.; CHIVIAN, N. Clinical applications of mineral trioxide aggregate. J Endod., v. 25, n. 3, p. 197-205, Mar. 1999. TORABINEJAD, M.; WATSON, T. F.; PITT FORD, T. R. Sealing ability of a mineral trioxide aggregate when used as a root end filling material. J Endod., v. 19, n. 12, p. 591-5, Dec. 1993. TORABINEJAD, M.; WHITE, D. J. Tooth filling material and method of use. US n. PI 5415547, 16 May 1995. TREAS, J. N.; TYAGI, T.; SINGH, K. P. Effects of chronic exposure to arsenic and estrogen on epigenetic regulatory genes expression and epigenetic code in human prostate epithelial cells. PLOS ONE, v. 7, n. 8, p. e43880, 2012. VIVAN, R. R; ZAPATA, R.O; ZEFERINO, M.A; BRAMANTE, C.M; BERNARDINELI, N; GARCIA, RB; HUNGARO DUARTE, M.A; TANOMARU FILHO, M; GOMES DE MORAES, I. Evaluation of physical and chemical of two commercial and three experimental root-end filling materials. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., v. 110, n. 2, p. 250-6, Aug. 2010. WANG, W. H; WANG, C.Y; SHYU, Y.C; LIU, C.M; LIN, F.H; LIN, C.P. Compositional characteristics and hydration behavior of mineral trioxide aggregates. J Dent SCI, v. 5, n. 2, p. 53-59, 2010. WATTS, J. D.; HOLT, D. M.; BEESON, T. J.; KIRKPATRICK, T. C.; RUTLEDGE, R. E. Effects of pH and mixing agents on the temporal setting of tooth-colored and gray mineral trioxide aggregate. J Endod., v. 33, n. 8, p. 970-3, Aug. 2007. 141 WILTBANK, K. B.; SCHWARTZ, S. A.; WILLIAM, G.; SCHINDLER, W. G. Effect of selected accelerants on the physical properties of mineral trioxide aggregate and Portland cement. J Endod., v. 33, n. 10, p. 1235-8, Oct. 2007. WORD HEALTH ORGANIZATION. Copper. Geneva: WHO, 1998. (Evironmental Health Criteria, 200). WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for Drinking Water Quality. Eng Sanit Ambient., v. 16, n. 4, p. 4-5, 2011. WUCHERPFENNIG, A. L.; GREEN, D. B. Mineral trioxide vs. Portland cement: two compatible filling materials. J Endod., v. 25, n. 4, p. 308, 1999.