Universitári - unisalesiano

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GESTÃO FINANCEIRA EM TEMPOS DE CRISE
FINANCIAL MANAGEMENT IN TIMES OF CRISIS
Joice Kelly Ortega Conrado– [email protected]
Talita de Fatima Silva Cavalcante – [email protected]
Graduandas em Administração – UniSALESIANO de Lins.
Prof. Me. Irso Tofoli – UniSALESIANO – [email protected]
RESUMO
O presente estudo aborda as vertentes da crise, suas formas de impacto e
como o gestor toma decisões assertivas. Para evidenciar esses questionamentos, foi
realizado um estudo de caso na empresa Agrotécnica de Lins, durante o ano de
2016. Para o desenvolvimento dessa abordagem foram adotadas como
metodologias: pesquisa bibliográfica, observação sistemática e estudo de caso. O
principal objetivo desta pesquisa foi analisar como o processo de tomada de decisão
- alicerçado a gestão financeira – reage perante os impactos diretos ou indiretos da
crise. Após verificar o ambiente externo, foi possível perceber diversas modificações,
tanto à nível nacional especificamente no meio político, como à nível regional
envolvendo mudanças empresariais, que impactam fortemente a economia local.
Em seguida, percebeu-se que ao aderir às ferramentas administrativas, estabelecer
uma análise de mercado, faz com que os líderes estejam preparados para qualquer
tipo de adversidade e, ao decorrer deste trabalho constatou-se que a Agrotécnica de
Lins aplica os referidos conceitos em seu cotidiano.
Palavras-chave: Gestão financeira. Crise. Agrotécnica. Decisão.
ABSTRACT
This study addresses the aspects of the crisis, its forms of impact and how the
manager take assertive decisions. To highlight these questions, we conducted a
case study in Agrotécnica company Lins during the year 2016. For the development
of this approach were adopted as methods: bibliographical research, systematic
observation and case study. The main objective of this research was to analyze how
the decision-making process - grounded financial management - react before the
direct or indirect impacts of the crisis. After checking the external environment, it was
possible to notice several changes, both at the national level particularly in the
political environment, as the regional level involving business changes that strongly
impact the local economy. Then it was realized that by joining the administrative
tools, establish a market analysis, makes leaders are prepared for any kind of
adversity, and the course of this work it was found that the Agrotécnica Lins apply
these concepts in their daily lives.
Keywords: Financial management. Crisis. Agrotécnica. Decision.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
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INTRODUÇÃO
Segundo Vasconcellos; Garcia (2014), a sociedade está organizada através
do sistema econômico que possui três vertentes: a forma política, social e
econômica. Esse sistema é movido pelas atividades de fabricação, distribuição e o
consumo, sendo estas essenciais para a sobrevivência humana, que por sua vez é
movida pelo desejo de alcançar um melhor padrão de vida.
O cenário econômico atual apresenta grandes riscos e incertezas para as
empresas, exigindo uma gestão cada vez mais eficiente para a manutenção da
liquidez, o alcance de resultados positivos e solidez no mercado.
Algumas empresas não são afetadas da mesma maneira que outras pela
crise financeira devido ao ramo em que atuam, mas podem ser afetadas por outros
fatores, como a respectiva empresa de estudo que pode ser impactada
negativamente em suas finanças devido as variações climáticas.
Diante disso, o estudo busca conhecer as estratégias usadas na gestão
empresarial em tempos de dificuldades, especificamente como a empresa
Agrotécnica de Lins se sobressai às situações de crise, tendo em vista os impactos
em sua gestão financeira no período de 2014 a 2015. Para obter as informações,
foram realizadas entrevistas, pesquisa bibliográfica e estudo de caso, baseando-se
na gestão financeira na empresa.
1
OBJETIVOS
O principal objetivo deste trabalho foi o de analisar os tipos de crises
que afetam direta ou indiretamente a tomada de decisão referente a gestão
financeira de empresas.
Para que isto ocorresse, foi preciso realizar estudos acerca dos principais
tipos de crises, suas características e formas de impacto nas empresas; apresentar
os conceitos da administração financeira em relação aos impactos da crise, bem
como o processo de tomada de decisão do gestor para administrar tal adversidade;
desenvolver um estudo de caso na empresa Agrotécnica de Lins; conhecendo o
histórico da empresa, suas rotinas, suas demonstrações contábeis e seus objetivos;
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identificar os tipos de crises que afetam direta e indiretamente a empresa e verificar
a tomada de decisão perante os impactos da crise em suas finanças.
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METODOLOGIAS
Perante a essas perspectivas, buscou-se elaborar na prática o levantamento
de informações através de entrevistas, pesquisa bibliográfica e estudo de caso,
durante o período de fevereiro a agosto de 2016.
3
DESENVOLVIMENTO
Conforme a Blasting News (2016), a crise, crise do capitalismo ou crise
econômica, são termos que se referem à mesma situação: quando um país se torna
incapaz de controlar a alta da inflação, por exemplo, sem que as ações interfiram
negativamente na produção de bens e serviços, e na sua comercialização e
consumo. Apesar de serem consideradas cíclicas, as crises, em geral, ocasionam
grandes impactos em todos os setores da economia de um país, entretanto os
impactos não ocorrem na mesma proporção em todos os setores. Isto porque
existem áreas mais propícias a determinados tipos de crise
A Blasting News (2016) descreve o funcionamento da economia de forma
cíclica, a qual alterna etapas nas quais se expande e etapas nas quais se contrai,
onde essas oscilações são reconhecidas por ciclo econômico, que apresenta quatro
fases:
Figura 1: Oscilações do ciclo econômico.
O BOOM
A ESTAGNAÇÃO
Quando inicia
novamente o
ciclo, com índices
começando a
evoluir.
A RECESSÃO
Quando a
depressão passa
de dois trimestres
consecutivos.
Quando a
atividade
econômica
atinge o
ápice.
A
DEPRESSÃO
Quando há
queda dos
indicadores.
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Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016.
Neste cenário, Motta, apud Padoveze; Bertolucci (2008), afirma que diante de
tanta inconstância, é preciso maximizar a utilização das oportunidades, sem elevar o
nível de exposição da empresa aos fatores de riscos. Nesse momento é necessário
que os gestores coloquem em prática o gerenciamento de riscos.
Na economia atual, Cortez (2016), afirma que todas as atividades que
compõem o PIB estão recuando, até mesmo o setor da agropecuária, que em
trimestres anteriores contribuíra positivamente nos indicadores econômicos,
diferente dos outros setores que já se encontravam em recessão. Segundo os dados
levantados, a atividade rural se contraiu 3,7% no trimestre de 2016, comparado ao
mesmo período do ano passado, justificado pelo baixo desempenho na safra de
alguns produtos, como o milho.
Pode-se notar que diversas são as modalidades de crises, sendo que em
cada setor o seu impacto é em proporções diferentes e não ocorre da mesma forma
em todos os casos, o que gera desequilíbrios econômicos, seja no ramo
agropecuário, na indústria, nos serviços ou na sociedade em geral.
Com isso, Cortez (2016) discorre que a indústria sofreu com recuo de 7,3%,
puxada pela menor produção de máquinas e equipamentos, do setor automotivo e
de metalurgia. O que afeta, a taxa de investimentos, que despencaram 17,5%, a
oitava queda trimestral consecutiva. A construção civil também teve queda nos
investimentos, e se retraiu 6,2% no período. O setor de serviços teve queda de 3,7%
no primeiro trimestre, influenciado pela queda de 10,7% no comércio. Pelo quinto
trimestre seguido, o consumo das famílias apresentou resultado negativo, com uma
queda de 6,3%.
Diante das incertezas que as empresas vêm enfrentando cresce a
preocupação com os impactos deixados pela crise, tais como: a queda nas vendas,
queda no consumo, dificuldade em obter crédito no mercado, acirramento da
concorrência, aumento da inadimplência, entre outras formas que influenciam as
finanças das empresas.
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O gestor tem a responsabilidade de visualizar a organização como um todo e
para isso necessita de informações diárias sobre a produtividade das operações,
desta forma ele estabelece um acompanhamento continuo dos resultados,
garantindo o alcance dos objetivos no âmbito da competitividade, continuidade e
crescimento futuro.
O papel do Gestor Financeiro é de suma importância para as organizações,
além do papel pagador e recebedor, ele se ocupa da gestão dos processos
econômicos financeiros, interpretando dados contábeis, utilizando
ferramentas financeiras cabíveis, auxiliando na tomada de decisões, assim
aumentando geração de caixa e proporcionando lucro. (CALDAS, 2007)
Dentre as ferramentas que auxiliam a tomada de decisão, a Análise de SWOT
- Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e
Ameaças (Threats) - que é a avaliação do ambiente interno da empresa através das
forças e fraquezas e do ambiente externo através das oportunidades e ameaças.
Serve para identificar as tendências e mudanças do mercado e assim definir o
posicionamento ideal para empresa visando a obtenção dos lucros.
Outra ferramenta muito aplicada é o Planejamento Financeiro, que segundo
Assaf Neto; Lima (2011), evidencia as necessidades de crescimento e eventuais
adversidades momentâneas e futuras. Através dele, o gestor financeiro consegue
estipular com exatidão os ativos mais rentáveis para os negócios.
A análise de balanços é feita com os dados constantes no balanço
patrimonial e na demonstração de resultados do exercício e os resultados
produzidos através da análise permitem conhecer a empresa em seus
detalhes: sua capacidade de liquidez, seu nível de endividamento,
rentabilidade, etc. (TÓFOLI, 2012, p.33)
Para desenvolver um bom planejamento financeiro é necessária uma correta
análise das demonstrações contábeis com a aplicação de índices financeiros, que
possibilitam ao gestor uma visão real da organização.
Lunelli (2016), ainda descreve a análise de balanços como uma das principais
ferramentas para auxiliar a tomadas de decisões nas empresas e pode ser dividida
em:
a) Análise Contábil – tem por objetivo a análise de relatórios e
demonstrações com a finalidade de fornecer informações de
dois ou mais períodos de modo a auxiliar os administradores e
acionistas, entre outros, que estejam interessados em conhecer
a situação da empresa para que possam tomar decisões.
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Algumas das ferramentas utilizadas na análise contábil são: a
análise vertical e a análise horizontal.
Segundo Hoji (2004), a análise vertical permite a avaliação da estrutura
do ativo e do passivo dentro do balanço patrimonial, além da influência de cada item
da demonstração de resultado no resultado final, seja ele lucro ou prejuízo. E
apresenta a análise horizontal como responsável por demonstrar a evolução dos
itens das demonstrações contábeis por períodos, onde se pode usar um ano
específico ou então o ano anterior como base.
b) Análise Financeira – é a tradicionalmente efetuada através de
indicadores para análise global e a curto, médio e longo prazo
da velocidade do giro dos recursos.
A partir deste conjunto será possível tomar uma decisão coerente e segura.
Para Assaf Neto (2008), essa tomada de decisão volta-se à escolha ideal dos
investimentos e financiamentos das atividades operacionais. E para que isso ocorra,
o gestor deve alicerçar sua decisão perante as funções específicas como o
planejamento e controle financeiro e a administração de ativos e passivos.
Diante das ideias apresentadas anteriormente levantou-se a seguinte
pergunta-problema: “Como alicerçar o processo de decisão no âmbito da gestão
financeira considerando os diversos tipos de crises e seus impactos diretos e/ou
indiretos?”; A partir deste questionamento, surgiu a seguinte hipótese: o processo de
decisão deve ser alicerçado a: análise do mercado, revisão do orçamento,
preparação da equipe, elaboração de planos de ação direcionados a cada setor,
visando o objetivo principal da organização. Em uma situação como essa é
importante a empresa conhecer seu potencial e limitações para reduzir o que é
desnecessário e criar alternativas para superar as dificuldades.
CONCLUSÃO
Após a realização do estudo de caso, foi possível observar que a Agrotécnica
de Lins é uma empresa estruturada, com uma cultura bem definida e com muito
potencial dentro de sua área de atuação. Vale ressaltar, que ela traz para sua
realidade os conceitos da Administração e procura sempre estar em busca de
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inovação em suas atividades. Sendo assim, pode-se afirmar com propriedade que
esta é uma empresa modelo para o meio empresarial, principalmente no cenário
atual do país.
Para o conhecimento do ambiente ao qual a empresa está inserida, realizouse uma análise de SWOT que possibilitou a identificação das principais forças e
fraquezas internas da Agrotécnica, além das oportunidades e ameaças externas.
Destaca-se como principal oportunidade a falência de uma usina suco-alcooleira da
microrregião, que poderá favorecer o plantio de outras culturas pelos pequenos
agricultores. Como ameaça, evidenciam-se as mudanças atuais no governo do país
que traz aos empresários uma incerteza nas decisões estratégicas, e caso a usina
suco-alcooleira permaneça com suas atividades recuperando seus resultados
positivos, o que empobrecerá a agricultura local.
Com o intuito de analisar tecnicamente os resultados financeiros da empresa,
aliado aos conceitos da administração financeira e suas ferramentas, realizou-se
uma análise financeira tradicional, com base em suas demonstrações financeiras, do
período de 2014 a 2015, identificando um aumento da lucratividade, redução dos
endividamentos a curto e a longo prazo, aumento da capacidade de pagamento e do
capital de giro líquido.
A empresa apresentou uma alta necessidade de capital de giro no período
analisado e recorreu a empréstimos bancários de curto prazo, porém com o
aumento do prazo de pagamentos aos seus fornecedores, ocasionou uma redução
em seu ciclo financeiro, no tempo em que necessita de capital de giro. A análise
identificou a empresa como lucrativa e rentável, já que apresenta liquidez positiva.
Após o levantamento dessas informações, identificou-se que a Agrotécnica de
Lins alicerça a tomada de decisão nos seguintes quesitos: análise de mercado,
revisão de orçamento, preparação da equipe e planos de ação, considerando as
mudanças de mercado e resultados obtidos em decisões anteriores.
Após a realização do estudo de caso, foi possível observar que a Agrotécnica
de Lins é uma empresa estruturada, com uma cultura bem definida e com muito
potencial dentro de sua área de atuação. Vale ressaltar, que ela traz para sua
realidade os conceitos da Administração e procura sempre estar em busca de
inovação em suas atividades. Sendo assim, pode-se afirmar com propriedade que
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esta é uma empresa modelo para o meio empresarial, principalmente no cenário
atual do país.
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