1 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 O ENSINO DE QUÍMICA NA FORMAÇÃO CIDADÃ 1Marizângela Ribeiro dos Santos; 1Roberta Marla Costa de Oliveira; 1Sandra Mara Silva Oliveira; 2Jane Geralda Ferreira Santana; 2Cinara Soares PereiraCafieiro. 1. Discentes do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus Guanambi. [email protected]; [email protected]; [email protected] 2. Professoras Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus Guanambi Mestre em Educação Agrícola; Doutora em Ciências da Educação. [email protected]; [email protected] Resumo Este estudo fala sobre um dos maiores desafios do ensino de Química, nas escolas de nível médio, que é construir uma ponte entre o conhecimento escolar e o mundo cotidiano dos alunos. Nesta perspectiva a educação em Química deve voltar-se para a cidadania que é também uma educação da consciência humana para os seus valores éticos e morais na construção de uma visão crítica de mundo. Valores que precisam ser fundamentados nos princípios do respeito e da igualdade garantindo os direitos fundamentais do Homem, diante do compromisso e do dever com a nova sociedade. A partir dessas necessidades e dificuldades enfrentadas pelos educadores realizamos um estudo bibliográfico para analisar a contribuição do Ensino da Química na formação cidadã dos alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Guanambi – BA. Para o desenvolvimento deste projeto a pesquisa optou-se pela abordagem quali-quantitativa. Ao final das etapas de discussões e reflexões e análise de materiais, esta pesquisa mostra uma Ineficiência no ensino de Química no IF Baiano – Campus Guanambi quanto à concepção do mesmo voltado para a formação crítica e cidadã de seus alunos, que caracterizam, inicialmente, o ensino de Química contextualizado como simples exemplificação e descrição de fatos ou situações do cotidiano sem o intuito de ensinar e compreender idéias de contextualização como a abordagem de questões sociais, com vistas a desenvolver atitudes e valores e à transformação da realidade social. Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 2 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 Palavras-chave: cidadania; educação; contextualização; sociedade e realidade. INTRODUÇÃO O ensino é uma forma sistemática de transmissão de conhecimentos utilizada pelos humanos para instruir e educar seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como escolas. O ensino de química e a formação para a cidadania estão ligados no âmbito da lei como finalidade da educação básica, bem como a influência tecnológica da química sobre a sociedade moderna. As mudanças que vêm ocorrendo no mundo principalmente em relação à tecnologia e ao progresso da ciência têm mudado o cotidiano das pessoas. Os avanços das comunicações, das indústrias, dos transportes e da cibernética, têm encurtado as distâncias entre as pessoas, mudando conceitos de espaço, tempo e também de aprendizagem. Modificando assim a perspectiva escolar em relação à construção do saber nesse novo contexto. O novo paradigma educacional é preparar indivíduos que possam aprender pensar e agir de forma a interagir com o mundo (cidadãos), e não apenas a memorização de conteúdos. Considerando estes termos o Ministério da Educação tomou uma série de medidas para atribuir à educação brasileira as qualidades necessárias a esta mudança, a maior dessas ações é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei nº. 9.394/1996. O ensino da química para a cidadania deve ser de forma contextualizada, em que o conhecimento químico não será o foco, mas o preparo para o aprendizado de um cidadão consciente do seu papel no meio ambiente. Isso se contrapõe com o pensamento de alguns educadores de ciências que através da transferência de conhecimentos buscam de forma simplista resolver questões teóricas e técnicas de derivadas, integrais e até mesmo questões de espectroscopia de ressonância magnéticas nucleares, sem levar em consideração sua finalidade, complexidade, variabilidade, subjetividade como também sua relevância social. Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 3 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 Entende-se a contribuição do educador de química não como a “transferência de conhecimentos”, como um “ensino bancário”, contextualização dos conhecimentos químicos com aspectos sociais, relacionando conceitos químicos com o cotidiano dos alunos e uma reconstrução de idéias com a finalidade de permitir ao aluno desvendar as realidades existentes. Por outro lado, o educador vivencia realidades dos seus alunos, aprendendo com eles, ou seja, o educador já não é o que apenas educador, mas o que, enquanto educa, é educado. Não podemos esquecer, no entanto, que temos uma função especial no complexo da produção do conhecimento químico. Somos professores de Química, ou melhor, educadores químicos e, nesse sentido, o nosso conhecimento é de natureza especial. Mais que fazer ‘avançar’ o conhecimento químico especifico, temos o compromisso de recriá-lo em ambiente escolar e na mente das gerações jovens da humanidade. Portanto, o ensino da química precisa ser contextualizado, onde o foco do conhecimento é a formação consciente do cidadão. “A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no seu documento “Os Quatro Pilares da Educação”, destaca a importância do ensino voltado ao cotidiano”. De acordo com órgão “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele”. Assim o homem terá a necessidade do conhecimento amplo das ciências, sem os quais se tornará impossível enfrentarem as dificuldades que o mundo impõe. Ainda os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, retrata a importância de se conhecer "o conhecimento", ensinar o que é conhecimento para depois transmiti-lo. Este conhecimento deve ganhar sentido amplo e não fragmentado como ocorre no sistema educacional atual, onde as ciências estão isoladas, cada uma em suas particularidades. Assim a interrelação com as outras ciências se tornará indispensável para o ensino de Química. A reintegração de todas as partes do conhecimento possibilitará o ensino da condição humana, que deve ser o objetivo essencial de todo o ensino. Procurando delimitar o foco de trabalho da pesquisa, consideramos a conjuntura educacional que está posta hoje no país e no mundo. Esta conjuntura aponta que os professores devem considerar em sua prática a formação de Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 4 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 cidadãos críticos, atuantes, detentores de conhecimentos sistêmicos, e para tal, sugerem que os professores estabeleçam relação entre conhecimento científico e realidade do aluno. Freqüentemente, a ausência deste vínculo é responsável por apatia e distanciamento entre alunos e professores (Valadares, 2001). Ao se restringir o ensino a uma abordagem estritamente formal, acabase por não contemplar as várias possibilidades para tornar a Química mais “palpável” e perde-se a oportunidade de associá-la a avanços tecnológicos que afetam diretamente a sociedade (Chassot, 1993). A questão básica desta investigação diz respeito às concepções que os alunos têm a respeito da contextualização no ensino de Química e a prática docente voltada à mesma. No entanto, observa-se que o ensino de Química tem sido desenvolvido de forma a valorizar a memorização de nomes e fórmulas sem alguma relação com o cotidiano do educando. Nesta perspectiva, o Ensino da Química deverá contribuir para a concepção de ciência como atividade humana em construção, visando à compreensão da realidade socioeconômica do aluno. Para alcançar tal objetivo, é necessária a reorganização dos conteúdos curriculares na construção ampla do conceito de química e de seu papel social. Assim, este projeto pretende investigar, na concepção do aluno do ensino médiointegrado do IF Baiano Campus Guanambi, se as aulas de química contribuem para a formação cidadã do educando. 1.0 Fundamentação Teórica 1.1Contexto histórico do IF Baiano O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Guanambi, foi criado com o nome de Escola Agrotécnica Federal Antônio José Teixeira (EAFAJT), em 1993. No entanto, iniciou suas atividades em 1995 com o curso de técnico em Agropecuária de nível médio. Posteriormente foram criados os cursos subseqüentes de Agricultura e Zootecnia. Em 2007 foi criado o curso técnico em informática na modalidade de educação de jovens e adultos e, em 2008 foi criado o curso Técnico em Agroindústria. Em dezembro de 2008, com a reformulação do sistema de educação profissional, proposta pelo governo federal, a EAFAJT passou a ser denominada Instituto Federal de Educação Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 5 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 Ciência e Tecnologia Baiano, Campus Guanambi. Com isso passou a oferecer cursos superiores nas áreas de Agronomia, Licenciatura em Química e Tecnólogo em Agroindústria. Atualmente o instituto possui um quantitativo de 850 alunos distribuídos nos diversos cursos oferecidos. 1.2 Problema da Pesquisa Diferentemente de outras épocas, as mudanças contemporâneas liberam um ruidoso turbilhão ao nosso redor e atingem, ao mesmo tempo, a totalidade da população mundial. Qualquer acontecimento significativo no mundo contemporâneo deixou de ser distante. O que era um problema do outro, transformou-se em problema de cada um, pois poucos acontecimentos de grande porte deixam de nos afetar de alguma forma. Esses processos produzem impactos que afetam os projetos de futuro, de formadores e formandos, pelas novas expectativas e exigências sociais em relação à educação. É cada vez maior a pressão por uma educação de mais e melhores resultados, pois é crescente a confiança no valor da educação de qualidade como instrumento de desenvolvimento social. A vida em sociedade deixou de ser prerrogativa das aulas de Geografia e História. Cada disciplina do currículo, individual e coletivamente devem estar sintonizadas com o mesmo intuito: favorecer o processo de desenvolvimento do indivíduo, enquanto ser humano. Nesse ponto abre-se um parêntesis para refletir sobre o papel da Química, enquanto disciplina componente do currículo da educação básica. É comum atribuir a esta disciplina a responsabilidade pelo desenvolvimento de materiais e pelo avanço tecnológico que tanto contribuem para a melhoria da qualidade de vida. Entretanto, essa mesma qualidade de vida é afetada pela forma dos sistemas econômicos vigentes, pelas mudanças estruturais de organização social e pela produção de bens de consumo de forma desarticulada e desequilibrada. E, então, novamente voltam-se os olhares para a Química, mas, desta vez, de censura, como se a ciência fosse responsável pelos efeitos danosos causados ao meio ambiente. Essa questão não pode ficar alheia à escola. Urge que a Química traga esta problemática para a sala de aula permitindo uma abordagem ampla e significativa da temática. Com isso espera- Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 6 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 se que o aluno, ao concluir a educação básica seja um cidadão crítico e capaz de refletir sobre o seu papel na sociedade. No entanto, observa-se que o ensino de Química tem sido desenvolvido de forma a valorizar a memorização de nomes e fórmulas sem alguma relação com o cotidiano do educando. Nesse contexto a questão central é: a falta de ligação entre o conteúdo curricular e cotidiano dos alunos tem contribuído para a sua formação cidadã? 1.3 Justificativa A educação para a cidadania é também uma educação da consciência humana para os seus valores éticos, morais e para a construção de uma visão crítica de mundo. Valores que precisam ser fundamentados no princípio do respeito à vida e no princípio da igualdade, para que assim sejam garantidos os direitos fundamentais do Homem, ao mesmo tempo em que haja o dever do seu compromisso com a nova sociedade. Nesta perspectiva, o Ensino da Química deverá contribuir para a concepção de ciência como atividade humana em construção, visando à compreensão da realidade socioeconômica do aluno. Para alcançar tal objetivo, é necessária a reorganização dos conteúdos curriculares na construção ampla do conceito de química e de seu papel social. Assim, este projeto pretende investigar, na concepção do aluno do ensino médio-integrado do IF Baiano Campus Guanambi, se as aulas de química contribuem para a formação cidadã do educando. 1.4 Objetivo: 1.4.1 Objetivo Geral: Analisar a contribuição do Ensino da Química na formação cidadã dos alunos do 1º, 2º e 3º ano, do Ensino Médio Integrado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Guanambi - BA. 1.4.2 Objetivos Específicos: Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 7 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 Diagnosticar se o ensino de química no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Guanambi – BA, vem favorecendo a inter-relação da disciplina com a vida do aluno; Verificar se o ensino de Química no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Guanambi – BA, possibilita o desenvolvimento no aluno de uma visão crítica de mundo; Averiguar, na visão dos alunos, se o professor utiliza aulas práticas para melhor compreensão da teoria. 2.0 Metodologia Essa pesquisa tem característica quali-quantitativa que segundo Triviños (1987), tanto as dimensões quantitativas, referente ao tratamento dos dados estatísticos, como as dimensões qualitativas, responsáveis pela qualidade interpretativa das informações, são partes integrantes dos fundamentos responsáveis pela interpretação do fenômeno pesquisado. . Na primeira etapa foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o tema em questão, através de livros, artigos, revistas e documentos. Na segunda etapa foram aplicados questionários contendo 10 perguntas objetivas a 5 (cinco) alunos, escolhidos aleatoriamente, de cada uma das turmas (1º, 2º e 3º ano) dos cursos integrados em Agropecuária e Agroindústria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Guanambi – BA, investigando como é realizado o ensino química pelos docentes. A necessidade de análises qualitativas nesta pesquisa se justifica devido à atividade bastante complexa do trabalho de ensino (educador), suas relações com o aluno, com o conhecimento a ser ensinado, assim como a forma que ele adota para ensinar. Bogdan e Biklen (1994) descrevem cinco características de uma pesquisa de cunho qualitativo que orientam a seqüência das ações de trabalho desta pesquisa, Omo: o ambiente natural como fonte de obtenção dos dados; o cuidado com a descrição na forma de palavras ou imagens dos dados; o estudo sistemático do processo e não somente dos resultados; análise e abstrações à medida que os dados vão sendo agrupados. Assim, segundo os autores LÜDKE Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 8 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 (1982) e ANDRÉ (1986), portanto, envolve a obtenção dos dados descritivos para análise por meio da interação do pesquisador com o contexto de estudo, enfatizando mais o processo que propriamente os resultados e se preocupa em retratar as perspectivas dos pesquisadores. 3.0 - Resultados e Discussão Após a aplicação dos instrumentos de dados, verificou-se uma deficiência do ensino de química contextualizado como “preocupante”, uma vez que a maioria dos alunos do 1º, 2º e 3º ano responderam que estudam apenas para passar no vestibular, mas entendem a necessidade de ter que estudar mais para melhorar o conhecimento. Neste contexto o ensino deixa de correlacionar à teoria e a prática, uma vez que a cabeça “cheia de conhecimentos” desejada por alunos e até mesmo pela própria escola não é garantia da aplicação desses conhecimentos no cotidiano do aluno, fazendo com que a Química enquanto disciplina não passem de conceitos, cálculos matemáticos e fórmulas químicas sem aplicabilidade para tanto temos que considerar que o instituto é uma escola de ensino profissionalizante e não um uma instituição preparatória para vestibulandos. É perceptível também a pouca utilização dos PCN’s que incentivam a prática voltada para a formação cidadã, comprovando o que os estudiosos do ensino da disciplina mais têm advertido: o professor ainda é o centro do saber, se coloca como simples repassador do conhecimento e não dá ao aluno a oportunidade de participação, tornando-se protagonista do seu próprio conhecimento. A educação bancária, tão combatida por Paulo Freire, é ainda o que prevalece, na concepção dos alunos, no cotidiano do IF Baiano Campus Guanambi. Ao mesmo tempo em que todos estes problemas são uma constante em sala de aula os alunos ressaltaram que há necessidade de adquirir conhecimentos de química, pois são importantes em seu cotidiano. Esse fato é interessante, pois diminui a visão da ciência como algo inalcançável, passando ao aluno como cidadão a responsabilidade em aceitar ou não os conhecimentos, não transferindo a outros a sua capacidade de decisão. Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 9 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 A interdisciplinaridade que vem sendo discutida constantemente na educação propõe que não é mais possível conceber uma educação onde cada matéria se isola das demais. A Química, por exemplo, é à base de tudo. Nós somos formados por átomos. Os aglomerados dessas entidades constituem as substâncias, os tecidos estudados na Biologia, ou os agroquímicos utilizados na agricultura, entre outros. As implicações sociais do uso de substâncias são excelentes abordagens para o ensino de qualquer disciplina. Mas, o que ainda prevalece no ensino brasileiro e que também se pode observar no IF Baiano Campus Guanambi, são conteúdos desvinculados uns dos outros. 4.0 Conclusão A contextualização no ensino de Química privilegia o estudo de contextos sociais com aspectos políticos, econômicos e ambientais, fundamentado em conhecimentos das ciências e tecnologia. O ensino deve contemplar a formação de um aluno crítico, atuante e sempre que possível transformador de sua realidade desfavorável. Este deve ater-se a exemplificações de fatos, fenômenos, processos etc., como uma descrição científica desses aspectos para garantir uma aprendizagem mais significativa. Por outro lado, a segunda visão, dificilmente promove o desenvolvimento de atitudes e valores ou transformação social. Porém, ainda sim, essa visão pode ser considerada como um avanço em relação à primeira. Entretanto, o ensino de Química contextualizado deve buscar um contexto amplo que possa ser estudado a partir dos conhecimentos elaborados, fazendo com que o aluno entenda seu meio físico e social podendo intervir no mesmo. Mas é necessário que se cobre do educando um posicionamento quanto às ações de mudanças frente ao que foi estudado; e ao professor, uma formação continuada, visando à formação não só de meros alunos e sim de cidadãos conscientes de sua função enquanto individuo, com direitos e deveres. 5.0 Referências bibliográficas Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 10 Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319 ANDRÉ. M. E. A.; LÜDKE, M. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Ed. EPU, 1986. Coleção Temas Básicos de Educação e Ensino. BOGDAN R. BIKLEN S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto Editora. 1994. (Coleção Ciências da Educação). BRASIL. 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