UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Enfermagem PRÉ - PROJETO I Diagnósticos de Enfermagem em Hemodiálise “Uma percepção para o cuidar” Autora: Ana Cláudia Mendes Fernandes Sarah de Morais Cardoso Orientadora: Prof. Msc. Juliana Fonseca da Silva BRASÍLIA 2007 Ana Cláudia Mendes Fernandes Sarah de Morais Cardoso DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM HEMODIÁLISE “ UMA PERCEPÇÃO PARA O CUIDAR” Projeto de pesquisa apresentado como requisito para aprovação na disciplina TCC I do curso de Enfermagem da Universidade Católica de Brasília. Orientador: Prof. Msc. Juliana Fonseca da Silva Brasília 2007 2 RESUMO Este é um estudo qualitativo descritivo que propõe identificar os principais diagnósticos de enfermagem em hemodiálise, demonstrando uma abordagem que visa identificar problemas, determinar prioridades, estabelecer metas e resultados a serem atingidos visando à organização e a melhoria na qualidade da assistência de enfermagem. A pesquisa será desenvolvida na Universidade Católica de Brasília e na clínica de hemodiálise Nephron, no período de junho de 2007 a junho de 2008. A coleta de dados foi realizada com um instrumento próprio, composto de anamnese, exame físico e alguns diagnósticos de enfermagem em forma de check list com a função de avaliar padrões funcionais de saúde, serão utilizados também a revisão ao prontuário. O diagnóstico de enfermagem demonstra uma problemática, visto que os profissionais de enfermagem encontram muitas dificuldades em utilizá-lo apesar de perceberem como é grande a sua importância e a sua utilização na assistência para a tomada de decisão. Sendo assim, o diagnóstico, talvez seja uma das etapas mais complexas, causando muitas divergências na sua realização. PALAVRAS-CHAVE: Diagnósticos de Enfermagem, Insuficiência Renal, Hemodiálise 3 SUMÁRIO Capítulo I – Apresentação 1. Introdução ..............................................................................................05 1.1. Objetivos ................................................................................................07 Capítulo II – Aproximação do Tema 2. Diagnóstico de enfermagem em Insuficiência renal crônica como um foco para a prática da assistência de enfermagem.................................................................08 Insuficiência Renal Crônica ................................................................. 08 Hemodiálise ........................................................................................... 09 Diagnóstico de Enfermagem .................................................................. 10 Capítulo III – Trabalho de campo e contexto de observação. 3. Hipótese ....................................................................................................14 4. Metodologia .............................................................................................. 15 4.1 Tipo de Pesquisa ....................................................................................... 15 4.2 Campo de Estudo .......................................................................................15 4.3 Seleção de Amostra ....................................................................................15 4.4 Técnicas e Instrumentos de Coleta de Dados .............................................16 4.5 Procedimento de Análise ............................................................................16 4.6 Aspectos Éticos ...........................................................................................16 Cronograma de Atividades.............................................................................................17 Referências Bibliográficas...............................................................................................18 Anexos Anexo I – Termo de Consentimento ................................................................. 21 Anexo II – Histórico de Enfermagem ................................................................. 23 4 1 Introdução Tendo como propósito entender as necessidades do paciente em hemodiálise, buscamos através do processo de enfermagem identificar os principais diagnósticos de enfermagem, visto que são instrumentos importantes para a prática do cuidar proporcionando um maior bem-estar na saúde do paciente e melhorando a qualidade da assistência. O processo de enfermagem tem como objetivo primordial guiar as ações de enfermagem com o propósito de auxiliar o paciente a satisfazer suas necessidades individuais, visando uma melhoria na qualidade de vida e na assistência de enfermagem, a sua implementação é um desafio para a qualidade na assistência direta ao cliente. O processo de enfermagem foi introduzido no Brasil por Wanda Aguiar Horta, nos anos 70. Desde então foi implementado em diversas instituições brasileiras, onde o enfoque principal é o cuidado de enfermagem. Tal processo é composto de cinco etapas dinâmicas: levantamento de dados, diagnóstico, prescrição, implementação e evolução. (CIANCIARULLO, 2000. pg. 1-3 ), É um método sistematizado para avaliar o estado de saúde do cliente, diagnosticar suas necessidades de cuidados, formular um plano de cuidados, implementá-lo e avaliá-lo quanto à sua afetividade. (NANDA, 2005. pg. 291). Este trabalho de investigação dará enfoque ao diagnóstico de enfermagem, que exige e permite ao enfermeiro a capacidade de fazer julgamentos sobre os dados coletados que guiarão os cuidados de enfermagem e a resolução dos problemas levantados. Visto que a enfermagem tem o cuidado como seu foco principal, ela necessita de meios para colocá-lo em prática, utilizando assim o processo de enfermagem. Enquanto um instrumento de trabalho, o diagnóstico de enfermagem proporciona ao enfermeiro um plano de ação que o aproxima de seu objeto de trabalho através de ações anteriormente refletidas, embasado nos problemas detectados no paciente e, portanto, a produtividade espelha a sensível melhora no processo de trabalho através da qualidade das ações (CROSSETTI, 1995. pg. 150159), ( FOSCHIERA, 2004). A Associação Norte Americana dos Diagnósticos de Enfermagem desenvolveu um sistema de classificação dos diagnósticos que propõe a 5 universalização dos problemas encontrados nos pacientes pelos enfermeiros conceituando assim o diagnóstico de enfermagem como “um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas de saúde/processos vitais, reais ou potenciais. (NANDA, 2005, p.291) diagnóstico de enfermagem proporciona a seleção das intervenções de enfermagem visando o alcance dos resultados pelos quais o enfermeiro é responsável”. (CARPENITO, 2002, p. 33). Dentre os problemas atuais de saúde que emergem na sociedade moderna encontra-se a insuficiência renal crônica (IRC) um sério problema de saúde pública em todo o mundo, sendo considerada uma “epidemia” de crescimento alarmante. Trata-se de uma deterioração progressiva e irreversível da função renal, na qual a capacidade do organismo, de manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico, é falha, o que resulta em uremia. A síndrome urêmica é a manifestação da disfunção crônica que leva ao acúmulo no sangue de substâncias normalmente excretadas na urina, causado pela redução da taxa de filtração glomerular. (NÉBIA; DIRCE, 2006, p.150-159) Estima-se que o número de pacientes novos em 2005 foi de 32.329, com taxa de incidência em torno de 175 pacientes/milhão da população. A taxa de aumento anual entre 2005-2006 foi de 8,8%. O número de pacientes em primeiro de janeiro de 2006 foi de 70.872, com taxa de prevalência de 383 pacientes/milhão da população. O número de óbitos em decorrência da IRC em 2005 foi de 12.528, uma taxa de mortalidade de 13,0%.(Censo da SBN¹ de 2005). Visto ser essa uma das principais afecções que atualmente afligem a sociedade, enfocaremos o trabalho em pacientes com IRC. Tomaremos como base os pacientes que necessitam de cuidados específicos e complexos e que os diagnósticos de enfermagem são caminhos para direcionar o cuidado e melhorar a qualidade na assistência. Assim, estabelecemos como questão norteadora “Quais os diagnósticos de enfermagem mais freqüentem em pacientes renais crônicos?”. Acreditamos que o diagnóstico de enfermagem é o caminho para fundamentar a assistência de enfermagem, bem como favorecer e aperfeiçoar o cuidado. __________________________ ¹ Sociedade Brasileira de Nefrologia. 6 1.1 Objetivos O objetivo desse trabalho é identificar os principais diagnósticos de enfermagem em pacientes submetidos à hemodiálise; Identificar em pacientes com insuficiência renal crônica os diagnósticos de enfermagem utilizando a sistematização da assistência de enfermagem e a taxonomia da NANDA²; Aplicar o processo de enfermagem de modo a atender as necessidades do cuidado em pacientes renais crônicos e humanizar o atendimento através da identificação dos diagnósticos de enfermagem, priorizando as necessidades individuais de cada paciente. _________________________ ²North American Nursing Diagnosis Association, manual padronizador de diagnósticos de enfermagem no qual os diagnósticos reais e de risco são listados com suas características definidoras e seus fatores relacionados. 7 2. Diagnóstico de enfermagem em Insuficiência renal crônica como um foco para a prática da assistência de enfermagem. 2.1 Insuficiência Renal Crônica A doença renal crônica terminal é considerada como um acontecimento traumático e de conseqüências psíquicas significativas que impactam a vivência de cada cliente. A Insuficiência Renal Crônica é o resultado final e gradativo da perda progressiva da função renal (LUCMANN; SORENSEN, 1993), o resultado final são vários sinais e sintomas decorrentes da incapacidade do rim em manter a hemostasia interna, à medida que a função renal diminui, os produtos finais do metabolismo protéico, que normalmente são excretados na urina, acumulam-se no sangue, promovendo desequilíbrio da bioquímica sanguínea e dos sistemas cardiovascular, hematológico, neurológico e esquelético (PASCAL, Curitiba, 2004). A IRC pode ser causada por doenças sistêmicas, como o diabetes mellito (causa principal); hipertensão; glomerulonefrite crônica; pielonefrite; obstrução do trato urinário; lesões hereditárias, como a doença do rim policístico; distúrbios vasculares; infecções; medicamentos ou agentes tóxicos. É necessário proceder à diálise ou ao transplante renal, eventualmente, para a sobrevida do paciente (BRUNNER; SUDDARTH, 2002, p. 1100-1108). Segundo Riella (2003) a diminuição da função renal pode passar por quatro fases: 1ª fase: Ocorre uma redução de 25% da função renal, não havendo habitualmente azotemia, graças ao processo adaptativo dos nefros remanescentes. 2ª fase: Ocorre moderada elevação da uréia plasmática (azotemia), o rim já não é capaz de manter a hemostasia interna, pois a redução da sua função pode ser de até 75%. 8 3ª fase: A função renal fica abaixo de 20%, geralmente as anormalidades do meio interno são mais graves, com azotemia severa, anemia, acidose metabólica, hiperfosfatemia e hipercalemia. 4ª fase: É a fase terminal, na qual os sinais e sintomas de uremia são intensos, havendo necessidade de um tratamento substitutivo da função renal, na forma de diálise ou transplante. A perda da função renal acarreta um acúmulo de escórias no organismo, portanto, se faz necessário realizar um tratamento substitutivo desta função, que tem como finalidade remover o excesso de volume de líquido e/ou acúmulo de toxinas ou exógenas. Existem três formas de tratamento para manter o paciente próximo da homeostase normal, que são: conservador ou manutenção (através de dietas e medicamentos); tratamento dialítico (hemodiálise, diálise peritoneal) e transplante renal. 2.2 Hemodiálise A hemodiálise trata-se de um processo extracorpóreo no qual o sangue obtido por meio de cateter ou fístula artério-venosa passa por um filtro de membrana semipermeável que está em contato com o líquido da diálise e possibilitam as trocas, por difusão e convecção, das toxinas urêmicas e a remoção do excesso de líquido do organismo. Ao final de pelo menos três horas e meia de tratamento, restaura-se o equilíbrio hidroeletrolítico, sendo removidas as escórias nitrogenadas e o excesso de líquido circulante. (PASCAL, Curitiba, 2004). No período dialítico há uma modificação na vida cotidiana do indivíduo. O cliente deve submeter-se a tratamento que, apesar de prolongar a vida, acarreta limitações concretas, uma vez que suas potencialidades corporais estão diminuídas. A doença e o tratamento impõem um novo ritmo as atividades cotidianas do paciente e também impede a realização de determinadas tarefas. As limitações e alterações corporais estão sempre associadas ao risco de morte a cada diálise e a intercorrências variadas. Todas as alterações vivenciadas o levam a experimentar inúmeras perdas. Suas atividades cotidianas (escolares, sociais, profissionais, domésticas) são alteradas e/ou interrompidas. Há uma perda da independência em função do tratamento dialítico (ALMEIDA, 1994). 9 O cliente com IRC em programa de hemodiálise requer cuidados específicos de enfermagem para evitar complicações no tratamento; grande parte dos cuidados se baseia nos aspectos psicossociais. “Os três problemas psicossociais mais comuns são: a mudança na imagem corporal, o conflito dependência/independência e a perspectiva diária de uma morte potencial”. (LUCKMANN; SORENSEN, 1993). A hemodiálise tem o poder de prolongar a vida, mas não pode controlar as complicações naturais da doença que em longo prazo produz resultados imprevisíveis e inconstantes. Na maioria das vezes representa uma esperança de vida, já que a doença é um processo irreversível; contudo, observa-se que geralmente as dificuldades de adesão ao tratamento estão relacionadas a não aceitação da doença, a percepção de si próprio, e ao relacionamento interpessoal com familiares e ao convívio social. 2.3 Diagnóstico de Enfermagem A prática da enfermagem brasileira assim como no mundo se iniciou como uma prática empírica, sem embasamento científico, praticada por freiras que faziam caridade aos doentes e aos miseráveis. A assistência era realizada sem o uso de uma metodologia de trabalho para orientar suas ações, conforme as necessidades surgiam às decisões eram tomadas. (FOSCHIERA, 2004) Com o passar dos anos a assistência de enfermagem foi sendo moldada e se aprimorou; essa virada se deu por volta do século XIX com Florence Nightingale que contribuiu para a melhoria das condições sanitárias dos hospitais militares de campo. Assim a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica. No Brasil o nome que marca uma evolução para a enfermagem e que propõe uma assistência sistematizada foi o de Wanda de Aguiar Horta. O processo de enfermagem por ter origem nas práticas da enfermagem, possui fases interdependentes e complementares e quando realizadas conjuntamente resultam em intervenções satisfatórias para o paciente. Estas fases compreendem o histórico, o diagnóstico, o plano assistencial, prescrição, evolução e prognóstico (HORTA,1979, p. 1100-1108). No processo de enfermagem a assistência é 10 planejada para alcançar as necessidades específicas do paciente, sendo então redigida de forma a que todas as pessoas envolvidas no tratamento possam ter acesso ao plano de assistência (CAMPEDELLI et al; 1989). O processo de enfermagem é um instrumento de grande relevância para o exercício profissional do enfermeiro, pois possibilita uma assistência individualizada ao paciente (WALDOW, 1988, p. 14-22), confere a enfermagem legalidade e também impulsiona o conhecimento levando a melhoria na qualidade da assistência prestada, sendo de grande importância para o cotidiano profissional, bem como se configura o alicerce da enfermagem. Após a promulgação da lei 7498 de 25 de junho de 1986 referente ao exercício de enfermagem, dispõe o artigo 11, como atividades exclusivas do enfermeiro a consulta de enfermagem, a prescrição de enfermagem, cuidados diretos a pacientes graves com risco de vida, cuidados de maior complexidade e que exijam conhecimentos de base científica de tomar decisões imediatas, portanto a sistematização da assistência de enfermagem ou processo de enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro. (COREN, 1999, 2000). Enquanto etapa do processo de enfermagem, o diagnóstico de enfermagem proporciona ao enfermeiro um plano de ação, que o aproxima de seu objeto de trabalho através de ações anteriormente cogitadas, embasado nos problemas detectados no paciente e, portanto, a produtividade reflete a sensível melhora no processo de trabalho através da qualidade das ações (CROSSETTI, 1995, p. 150159). O enfermeiro após ter analisado os dados colhidos no histórico e exame físico identificará os problemas de enfermagem, as necessidades básicas afetadas, o grau de dependência e fará um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família e comunidade aos problemas/processos de vida vigentes ou potenciais. Compete ressaltar que o diagnóstico de enfermagem também fornece critérios mensuráveis para a avaliação da assistência prestada, dá apoio e direção ao cuidado, facilita a pesquisa e o ensino, demarca as funções independentes de enfermeiro, estimula o paciente a participar de seu tratamento e do plano assistencial e contribui para a expansão de um corpo de conhecimentos próprios para a enfermagem (FOSCHIERA, 2004). Para o diagnóstico de enfermagem, o profissional busca o desenvolvimento do raciocínio crítico aliado ao julgamento clínico, pois é a partir dos dados coletados, durante a investigação, levando em 11 consideração os dados do prontuário e os relacionados à comunidade, que se identifica o problema, o risco, ou o ponto forte. Buscando cada vez mais se aperfeiçoar e falar uma linguagem oficial e universal a enfermagem vem constantemente se atualizando através de entidades como o Conselho Internacional de Enfermeiras (ICN), designada por Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). Esta classificação guia os enfermeiros na formulação de diagnósticos de enfermagem, planejamento das intervenções e avaliação dos resultados sensíveis aos cuidados de enfermagem. Existe também a NANDA, um manual padronizador de diagnósticos de enfermagem, da North American Nursing Diagnosis Association, no qual os diagnósticos reais e de risco são listados com suas características definidoras e seus fatores relacionados. Conforme BRUNNER e SUDDARTH (2002) os diagnósticos de enfermagem são problemas atuais ou potenciais do paciente passíveis de resolução pelas ações independentes da enfermagem. Um importante passo para os diagnósticos de enfermagem se deu no ano de 1973 com a criação do sistema de classificação de diagnósticos de enfermagem da North American Nursing Diagnosis Association - NANDA; os diagnósticos de enfermagem classificados têm suma importância na fase do processo de enfermagem além de contribuir para a formação da linguagem própria da profissão. (REPETTO, São Paulo, 2003). A NANDA, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento e refinamento dos diagnósticos de enfermagem, tem desenvolvido um sistema conceitual para classificar os diagnósticos em uma taxonomia. Em 1989, publicou a Taxonomia I e, com base em diversas avaliações publicou em 2001 a Taxonomia II cuja estrutura foi aceita em sua conferência bienal em 2000, que possui 13 domínios, 106 classes e 155 diagnósticos (NANDA, 2005). Na organização do diagnóstico de enfermagem (DE) o primeiro passo é a anamnese e o histórico de enfermagem seguidos da realização do exame físico, onde se coletam os dados do paciente. O passo seguinte conta com o raciocínio lógico, julgamento clínico e experiência do profissional para se chegar ao possível diagnóstico de enfermagem, a partir das alterações identificadas para cada padrão. Então, obtém-se o título do diagnóstico de enfermagem (DE), localizado na literatura utilizada. Se houver veracidade, buscam-se as características definidoras (CD), ou seja, os sinais e sintomas do paciente. Quando há pelo menos uma 12 característica definidora, tem-se o fator relacionado, que é a causa desencadeante. Na seqüência positiva define-se o diagnóstico real, que são os processos vitais existentes em um indivíduo sustentado pela característica definidora. O diagnóstico de enfermagem proporciona seleção das intervenções de enfermagem visando ao alcança dos resultados pelo qual o enfermeiro é responsável (CARPENITO, 2005, p.35-37). Nota-se que o diagnóstico de enfermagem quando usado corretamente torna-se um facilitador das ações de enfermagem, pois indicam quais as intervenções que vem ao encontro das necessidades dos pacientes, utilizando-se da avaliação crítica e tomada de decisão, sempre questionando esta veracidade da visão que se tem do diagnóstico de enfermagem. 13 3 Hipótese O Diagnóstico de Enfermagem esbarra em vários problemas decorrentes de: falta de conhecimento teórico-prático sobre o tema, número reduzido de profissionais enfermeiros na equipe, falta de apoio do administrador; dentre outros. Neste estudo trabalha-se com a hipótese de que nem sempre se realiza o processo de enfermagem e a sistematização da assistência de enfermagem, o que leva a enfermagem a uma ação mais mecanicista e menos científica, interferindo na assistência de enfermagem ao paciente. 14 4 Metodologia 4.1 Tipo de pesquisa Este é um estudo do tipo qualitativo descritivo que busca identificar quais situações, eventos, atitudes ou opiniões estão manifestos em uma população; descreve a distribuição de algum fenômeno na população ou entre os subgrupos da população ou ainda faz uma comparação entre essas distribuições. Esse conjunto de fenômenos só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes (Pesquisa Social, 2007, p. 21). Neste tipo de survey a hipótese não é causal, mas tem o propósito de verificar se a percepção dos fatos está ou não de acordo com a realidade. 4.2 Campo de estudo A coleta de dados será realizada na Clínica Nephron Brasília Serviços Médicos Ltda., localizada no SGAS 910 Bloco F Sala de 1 a 10 – Edifício Mix Park Brasília – DF. Onde são atendidos pacientes de convênios e planos de saúde. Possui um total de 11 máquinas hemodialíticas com capacidade para dialisar quarenta e quatro pacientes operando em três turnos: manhã, tarde e noite, com um grupo segunda, quarta e sexta e outro terça, quinta e sábado. 4.3 Seleção de Amostra A amostra terá em sua composição uma população de 44 pacientes renais crônicos que estejam em tratamento hemodialítico. Serão usados como critérios de inclusão pacientes que sejam renais crônicos e que estejam em hemodiálise; a exclusão se dará em caso de óbito durante a pesquisa e/ou alta do tratamento hemodialítico. 15 4.4 Técnicas e Instrumentos de Coleta de Dados A Coleta de dados será feita com quarenta e quatro pacientes para a realização do estudo, este trabalho científico terá três etapas: fase exploratória, que consiste na elaboração do projeto; a segunda fase será do trabalho de campo, que consiste na prática dos questionamentos levantados utilizando os instrumentos de observação e a terceira e última etapa é a análise e tratamento do material empírico e documental que compreende a articulação dos dados obtidos com a teoria do projeto (PESQUISA SOCIAL, 2007, p. 26-27). Será utilizado como roteiro de coleta e registro de dados instrumentos como fonte primária, tais como: Entrevista com anamnese, exame físico, instrumento de coleta próprio (ANEXO) e o prontuário. A fonte secundária serão os familiares e a equipe multidisciplinar. 4.5 Procedimento de análise Através dos dados coletados, por meio da entrevista com os pacientes e por meio do prontuário e do exame físico será realizado um levantamento dos principais problemas identificados e quais os diagnósticos de enfermagem mais adequados para cada problemática, utilizando a taxonomia da NANDA. 4.6 Aspectos Éticos Todos participantes deste estudo assinarão um termo de consentimento tomando conhecimento do estudo e aceitando participar do mesmo. (ANEXO). 16 Cronograma de Atividades Ago 2007 Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun 2007 2007 2007 2007 2008 2008 2008 2008 2008 2008 Escolha do tema Delimitação do problema Construção do projeto: objetivos, questão norteadora, hipótese, justificativa. Metodologia e instrumentos Introdução e referencial teórico Elaboração dos instrumentos de coleta de dados Redação do termo de consentimento Apresentação ao Comitê de Ética da UCB Apresentação do projeto, submissão ao comitê de ética e pesquisa e solicitação de autorização para a realização do trabalho junto à instituição realizadora (clínica nephron) Coleta de dados Análise, interpretações e conclusão da coleta de dados Revisão do Projeto Agendamento da defesa Preparar a defesa e apresentação 17 Referências Bibliográficas ALMEIDA, A.C.O. Considerações Psicológicas acerca do transplante renal. Rev. de psicologia hospitalar do HC. São Paulo, p. 3-6. CAMPEDELLI MC et al. Processo de enfermagem na prática. São Paulo: Ática, 1989. CARPENITTO, L. J. Diagnósticos de enfermagem: aplicação à prática clínica. Porto Alegre: Artmed, 2005. CENSO DA SBN de 2005. Disponível em < www.sbn.com.br> Acesso em: 26/11/2007. CIANCIARULLO, TÂMARA IWANOW. Instrumentos básicos para o cuidar - um desafio na qualidade da assistência. São Paulo: Editora Atheneu, 2000. p. 1-3. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (BR). Lei n° 7498/86. Brasília (DF). Disponível em: <http://www.portalcofen.gov.br >. Acesso em 20 out. 2007. CROSSETTI, M. G. O. Algumas reflexões sobre o diagnóstico de enfermagem e os elementos do processo de trabalho. Texto & Contexto Enfermagem, v. 4, n. 1, Florianópolis, 1995, p. 150-159. DESLANDES; S.F, MINAYO, M C DE S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 25ª ed. Revista e atualizada. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida; VIANA, Dirce Laplaca. Tratado prático de enfermagem. São Caetano do Sul, SP:Yends Editora, 2006. FOSCHIERA, F.; VIERA, C. S. O diagnóstico de enfermagem no contexto das ações de enfermagem: percepção dos enfermeiros docentes e assistenciais. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 02, 2004. Disponível em <http://www.fen.ufg.br> Acesso em: 20/11/2007. 18 HORTA, W de A. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 1979. LUKMANN; SORENSEN. Enfermagem médico cirúrgico: uma abordagem psicofisiologica. 4ª edição; vol.2. Rio de Janeiro: Guanabara e Koogan, 993. NAKATANI, A. Y. K.; CARVALHO, E. C.; BACHION, M. M. O ensino de diagnóstico de enfermagem através da pedagogia da problematização. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, v.2, n.1, jan/jun. 2000. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen. Acesso em: NANDA Diagnósticos de enfermagem: definições e classificações. Organizado por North American Nursing Association; trad. Cristina Correia. Porto Alegre: Artmed, 2005. PASCAL, Daisy Doris. O Cuidado nas unidades de hemodiálise segundo a percepção dos enfermeiros. Curitiba, 2004. Tese de Mestrado (4322). Curitiba, 2004. REPETTO, Maria Ângela. Avaliação da Sistematização de Enfermagem (SAE) em um Hospital Universitário. São Paulo, 2003. Tese de Mestrado (3730). São Paulo, 2003. REVISTA LATINO-AMERICANA DE ENFERMAGEM. Experiência de implantação do processo de enfermagem utilizando os diagnósticos de enfermagem: (taxionomia da nanda), resultados esperados, intervenções e problemas colaborativos. Ribeirão Preto, 2000. vol. 8. RIELLA, M. C. Princípios da nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. RODRIGUES, Urbanir Santana. O sentido do cuidar nas experiências de formação de graduandas de enfermagem. Salvador, 2003. Tese de Mestrado (4132). Salvador, 2003. SAES, Selama Cardoso. O cuidar da enfermagem no imaginário do cliente com necessidades especiais de saúde na área renal: Um desafio através dos sentidos corporais e da sociopoética. Rio de Janeiro, 2003. Tese de Doutorado (3561) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003. 19 SOUZA, Emilia Ferreira. Diagnósticos de enfermagem da taxonomia da NANDA em unidade de terapia dialítica utilizando o modelo teórico de Imogene King. Campinas (SP), 2003. Tese de Mestrado (3030). Campinas (SP), 2003. SMELTZER, SC; BARE, BG; BRUNNER, Suddarth. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. WALDOW, VR. Processo de enfermagem: teoria e prática. Revista Gaúcha de Enfermagem,1988, p. 14-22. 20 ANEXOS Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE O (a) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar do projeto: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM HEMODIÁLISE - UMA PERCEPÇÃO PARA O CUIDAR. O nosso objetivo é identificar os principais diagnósticos de enfermagem em pacientes submetidos à hemodiálise e melhorar a qualidade na assistência de enfermagem. O (a) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que o seu nome não aparecerá nos resultados da pesquisa, sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo (a). A sua participação será através de uma entrevista e da realização de exame físico durante a sessão de hemodiálise na data combinada. Não existe um tempo pré-determinado para responder a entrevista, sendo respeitado o tempo de cada um para respondê-lo, o mesmo se aplicando a realização do exame físico. Informamos que a senhor (a) pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para o senhor (a). Os resultados da pesquisa serão divulgados na clínica NEPHRON e durante a apresentação da monografia na Universidade Católica de Brasília (UCB), podendo inclusive ser publicados posteriormente, ressalvando que os dados dos pacientes não apareçam. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda das discentes: Ana Cláudia Mendes Fernandes e Sarah de Morais Cardoso; além da banca examinadora do trabalho de conclusão de curso. Se o Senhor (a) tiver qualquer pergunta em relação à pesquisa, por favor, entre em contato com as discentes: Ana Cláudia Mendes Fernandes e Sarah de Morais Cardoso, nos números (61) 9181-0486 e (61) 9100-9426, respectivamente. A mestre em Saúde Pública e também orientadora da pesquisa, Juliana Fonseca da Silva e o co-orientador Dr.Raimundo Nonato Ferro do Lago Filho também estão à disposição para quaisquer esclarecimentos pelos telefones (61) 8426-2588 e (61) 9153-6948, respectivamente. 21 Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Brasília (UCB) e pela Clínica de Hemodiálise Nephron de Brasília. A confirmação da credibilidade entre essas instituições pode ser realizada pelos telefones (61) 3356- 9784 e (61) 3244-8780, respectivamente. Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável/discentes e a outra com o paciente da pesquisa. Nome / assinatura: Esposo, nome e assinatura: Pesquisadores responsáveis, nome e assinatura: Brasília, ___ de __________de 2008. 22 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HISTÓRICO DE ENFERMAGEM Nome: ____________________________________________________________ Idade: __________ Sexo: _______________________ Data: ____ /____ /_____ Portador de IRC há quanto tempo? ______________________________________________________ Quanto tempo em hemodiálise? _________________________________________________________ ALERGIAS: ( ) Medicamento ( ) Alimento ANTECEDENTES / FATORES DE RISCO: ( ) HAS ( ) DM ( ) Tabagismo ( ) Asma ( ) Coagulopatias ( ) Etilismo ( ) Cardiopatias ( ) Câncer ( ) Distúrbios Neurológicos Psiquiátricos ( ) Cirurgias ( ) Medicamentos em uso ____________________________________________________________ FUNÇÃO MÚSCULAO-ESQUELÉTICA: ( ) Ativo ( ) Deambula ( ) Deambula com auxílio ( ) Paresia ( ) Parestesia ( ) Plegia ( ) Acamado Observações: ______________________________________________________________________ FUNÇÃO CEREBRAL: ( ) Deficiência neurológica ( ) Orientado ( ) Torporoso ( ) Confuso PUPILAS: ( ) Isocóricas ( ) Anisocóricas ( ) D > E ( ) E > D ( ) Fotorreagentes Observações: ____________________________________________________________________ INTEGRIDADE TEGUMENTAR: ( ) Icterícia ( ) Cianose ( ) Palidez ( ) Edema ( ) Hematoma ( ) Incisão Cirúrgica ( ) Cateter/ Hemodiálise ____________________ ( ) Úlcera Vascular ( ) Normocorado ( ) Hipocorado ( ) Sudorese ( ) Outros FUNÇÃO VASCULAR: Perfusão: _____________________ Edema: ____________________ Temp.: ___________________ Pulsos Periféricos ( ) Presentes ( ) Ausentes Local: Amputação: FUNÇÃO PULMONAR: Padrão Respiratório ( ) Eupnéico ( ) Dispnéico ( ) Bradipnéico ( ) Taquipnéico ( ) Ar Ambiente Suporte 02 I/min. ( ) Cateter Nasal ( ) Máscara de Venturi Ausculta: ( ) Pulmões Livres ( ) Roncos ( ) Sibilos ( ) Estertores ( ) Tosse ( ) Expectoração / Cor Aspectos FUNÇÃO CARDÍACA: Pulso: ________ PA:________________________ RC:_________________________________ Ausculta: _______________________________________________________________________ Observações: ____________________________________________________________________ 23 FUNÇÃO GASTROINTESTINAL: Abdome: ( ) Plano ( ) Distendido ( ) Globoso ( ) Timpânico ( )Doloroso ( ) Tenso RHA: ( ) Presentes ( ) Ausentes ( ) Diminuídos ( ) Aumentados ( ) Náuseas e Vômitos: ___________________________ /Dia. _______________ ( ) Sondas Eliminações/Caract: ( ) Sem Alterações ( ) Acolia ( ) Hematêmese ( )Melena ( ) Flatulência ( ) Obstipação ( ) Diarréia ____________________ /Dia. ___________________ ( ) Gastrostomia ( ) Colostomia Uso de Medicamentos: _______________________________________________________________ FUNÇÃO RENAL: Eliminações/Características: ( ) Sem Alterações ( ) Hematúria ( ) Colúria ( ) Anúria ( ) Oligúria ( ) Polaciúria ( ) Disúria ( ) Incontinência ( ) SVD ( ) Cistostomia FUNÇÃO GENITAL E SEXUAL: FEMININO: ( ) Sem Alterações ( ) Leucorréia ( ) Amenorréia ( ) Menopausa ( ) Edema ( ) DST: ( ) Lesão ( ) Outros MASCULINO: ( ) Sem Alterações ( ) Presença de Secreção ( ) Edema ( ) DST: ( ) Lesão ( ) Outros SENSAÇÕES: Acuidade Visual: _____________________________ Audição: ______________________________ DOR: Localização: ________________________________________________________________________ Tipo: _______________________________________________ Intensidade: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 SONO E REPOUSO: Horas de Sono: _____________________ Qualidade: _____________________________________ Uso de Fármacos: __________________________________________________________________ Observações: ______________________________________________________________________ SINAIS VITAIS: T= ºC P= bpm R= rpm PA = mmHg. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM: ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Baixa auto-estima ) Comunicação verbal prejudicada ) Constipação ) Débito cardíaco diminuído ) Déficit no volume de líquidos ) Deglutinação alterada ) Diarréia ) Distúrbio no padrão de sono ) Dor ) Eliminação urinária alterada ) Excesso de volume de líquidos ) Fadiga ) Hipertermia ) Hipotermia ) Integridade cutânea prejudicada ( ) Intolerância à atividade ( ) Mobilidade física prejudicada ( ) Nutrição alterada ingestão ___________ que as Necessidades corporais ( ) Padrão respiratório ineficaz ( ) Risco de alteração na temperatura ( ) Risco para aspiração ( ) Risco para déficit no volume de líquidos ( ) Risco de comprometimento da integridade da pele ( ) Risco para infecção ( ) Risco para síndrome do desuso ( ) Risco para traumatismos ( ) Troca gasosa prejudicada ( ) Outros 24