Caracterização Tecnológica de Minérios

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Tratamento de Minérios
1 – Introdução
2 – Amostragem
3 – Análise granulométrica
4 - Caracterização Tecnológica de Minérios
5 – Fragmentação
6 - Classificação e Peneiramento Industrial
Caracterização Tecnológica de Minérios
7 – Concentração gravítica
8 – Separação em meio denso
9 – Flotação
10 - Separação Magnética e Eletrostática
11 - Circuitos de tratamentos e balanço de massa
12 – Testes experimentais.
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
Introdução
A separação entre minerais de interesse e os da ganga se faz por meio de
operações de concentração, cujo sucesso de pende de 3 condições básicas:
1. LIBERALIDADE: é a individualização das espécies a separar em partículas livres
2. DIFERENCIABILIDADE: que é a existência de uma propriedade diferenciadora
(natural ou induzida) entre as espécies a separar – tabela seguinte:
3. SEPARABILIDADE DINÂMICA: que é a composição de um jogo de forças,
atuando na zona de separação do equipamento, capaz de promover trajetórias
diferentes às partículas, com resposta à diferenciabilidade.
Fonte: apostila do Curso de Beneficiamento de Minérios – ABM/Fundação Cristiano Ottoni -7/89
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
Métodos utilizados no TM em função da diferenciabilidade dos minerais.
Propriedades
Métodos
1. Óptica (brilho, fluorescência)
Escolha óptica (manual, automática)
2. Densidade
Líquido denso, meio denso, jigues, mesas,
espirais, cones, ciclones, classificadores, etc.
3. Forma
Idem item 2
4. Sesceptibilidade magnética
Separação magnética
5. Condutividade elétrica
Separação eletrostática
6. Radioatividade
Separação com contador
7. Textura e friabilidade
Cominuição, classificação, hidrosseparação ou
peneiramento
8. Reatividade química
Hidrometalurgia
8. Reatividade de superfície
Flotação, agregação ou dispersão seletiva
Fonte: apostila do Curso de Beneficiamento de Minérios – ABM/Fundação Cristiano Ottoni -7/89
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
Caracterização
É muito importante para a determinação das propriedades físicas, químicas e
mineralógicas dos minérios
1ª Fase:
Amostragem
O que fazer com a amostra para caracterizar o minério?
• Umidade
• Perda ao fogo
• Composição química e impurezas
Análises:
• Forma de partículas – fator de forma
• Análise granulométrica
• Composição mineralógica DRX, AT (TG, DTA, DSC), MO e MEV
• Massa específica
• Superfície específica
• Porosidade
• Plasticidade
6/4/17
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
1 - Umidade
• Determinada em estufa a 110C
• A determinação da umidade é importante porque os cálculos utilizados em
tratamento de minério e metalurgia extrativa levam em conta o material seco
(base seca)
2 - Perda ao fogo
Mu  Ms
U % 
100
Mu
• determinada em em mufla a 1000-1100C
• ocorre devido às águas intercaladas, de coordenação, de hidroxilas dos
argilominerais e hidróxidos, como Al(OH)3 e Fe(OH)3, e componentes
voláteis, de matéria orgânica (linhito, ceras e derivados do ácido úmico),
de sulfetos, sulfatos e carbonatos
Análise térmicas - TG
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Tratamento de minérios
3 - Composição química e Impurezas
• Geralmente determinada por análise química
• A composição química normalmente é dada pelos percentuais em massa de seus
óxidos constituintes, como SiO2, Al2O3, TiO2, Fe2O3, FeO, MgO, CaO, Na2O, K2O
• Tipos de análises químicas
• Volumetria
• Gravimetria
• Colorimetria
• Fluorescência de raios X
• Espectrometria de absorção atômica
• Espectrometria de plasma
PROCESSAMENTO DE CERÂMICAS
Matérias primas naturais
Composição química do rejeito argiloso (% em peso) – Mineração São João
Análise química realizada por Fluorescência de raios X
ÓXIDOS
SiO2
%
43,71
Al2O3
Fe2O3
K2O
TiO2
ZrO2
SO3
SrO
P.F.
31,77
11,05
1,97
1,50
0,18
0,06
0,02
9,74
Análise química – determina os elementos e suas respectiva quantidades
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Tratamento de minérios
4 - Forma de partículas
• As partículas dos minérios apresentam as mais variadas formas, podendo
ser esferas, placas, fibras, tubos, etc
• A visualização da forma das partículas contribui com a identificação dos
minerais que compõem os minérios
Para identificar a forma de partículas, são usadas técnicas de:
• lupa estereoscópica
• microscopia óptica
• microscopia eletrônica de varredura
• microscopia eletrônica de transmissão
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Tratamento de minérios
Exemplos
Caulinita bem cristalizada apresenta cristais lamelares de perfil hexagonal
Caulim secundário
cristais lamelares e hexagonais (20000x)
• (caulim do rio Capim- PA)
• Cristais de haloisita são tubulares (caulim de Mar de Espanha-MG)
Haloisita
tubos extraordinariamente longos (35000x)
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Exemplos
Brita - 9,5 + 4,8
Quartzo moído (140 mesh)
0,105 mm
Brita - 9,5 + 4,8
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
O que é diâmetro esférico equivalente?
D
D
Vc  r h
2
4 3
Ve  r
3
Princípio da esfera equivalente: esfera de mesmo volume – Fonte: João Alves
Caracterização Tecnológica de Minérios
FORMA DAS PARTÍCULAS – FATOR DE FORMA
Tratamento de minérios
 Dp = dimensão principal da partícula (diâmetro da partícula)
3
Desf
 Volume da partícula esférica  proporcional a
 Superfície da partícula esférica  proporcional a
Exemplo: esfera
V

6
D
3
esf .
S
6

V Desf
S  D
2
esf
 Volume de uma partícula qualquer é proporcional 
Vp  a
 Superfície de uma partícula qualquer é proporcional 
Sp
Vp

6bD p2
aD 3p
fazendo
b

a
, tem-se
Sp
D

6
D 3p
S p  bD p2
6

Vp
Dp
 é chamado de fator de forma
2
esf
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Fator de forma de alguns materiais
Tratamento de minérios

Material

Esferas, cubos, cilindros curtos 1,0
Areia com cantos lisos
Pó de carbono
Areia com cantos vivos
Vidro triturado
Escamas de mica
1,2
1,4
1,5
1,5
3,6
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5 - Análise granulométrica
Já estudada
Tratamento de minérios
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Tratamento de minérios
6 - Composição mineralógica - fases cristalinas
Técnicas utilizadas:
6-1 – Difratometria de raios X
6.2 – Análises Térmicas
6-2.1 - Análise Termogravimétrica (TGA ou TG)
6-2.2 - Análise Térmica Diferencial (ATD ou DTA)
6-3 – Microscopia
• Óptica
• MEV
• lupa estereoscópica
Tratamento de Minérios
Esquema operacional de um difratômetro de raios X
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Tratamento de minérios
6 - Composição mineralógica
6-1 – Difratometria de raios X
Lei de Bragg
Difratômetro de raios X
n  2d sen
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Tratamento de minérios
6 - Composição mineralógica
6-1 – Difratometria de raios X
 técnica
bastante usada, que consiste na determinação de
picos cristalográficos em função do ângulo de difração (2)
dos raios X e a intensidade dessas reflexões
 lei de “Bragg”, determina-se as distâncias interplanares (d),
e as distâncias correspondentes aos três picos mais intensos
caracterizam a fase cristalina
n  2d sen
 Existe
um catálogo onde constam inúmeras substâncias
cristalinas com suas distâncias interplanares características 
fichas “JCPDS”
6 - Composição mineralógica
6-1 – Difratometria de raios X
Difratograma de raios X do quartzo
Adão Benvindo
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Tratamento de minérios
6 - Composição mineralógica - fases cristalinas
6-1 – Difratometria de raios X
Composição
química típica (FRX)
ÓXIDOS
%
SiO2
43,71
Al2O3
31,77
Fe2O3
11,05
K2O
1,97
TiO2
1,50
ZrO2
0,18
SO3
0,06
SrO
0,02
P.F.
9,74
Difratogrma de raios X de uma argila residual
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Composição mineralógica
6.1 – Difratometria de raios X
Tratamento de minérios
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Tratamento de minérios
6 - Composição mineralógica - fases cristalinas
6-1 – Difratometria de raios X
Difratômetro de raios X - DEMAR
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Tratamento de minérios
6 - Composição mineralógica
6.2 – Análises Térmicas
É um conjunto de técnicas que permite medir as mudanças
de uma propriedade física de uma substância e/ou de seus
produtos de reação em função da temperatura e do tempo,
enquanto a substância é submetida a uma programação
controlada de temperatura.
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Tratamento de minérios
6-2.1 - Análise Termogravimétrica (TGA ou TG)
Esquema de funcionamento do equipamento para análise termogravimétrica
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
Composição mineralógica
6-2.1 - Análise Termogravimétrica (TGA ou TG)
0,02
102
100
0,00
98
DTG- AB
-0,02
96
TG (%)
92
-0,06
90
-0,08
88
-0,10
86
-0,12
84
TG- AB
82
DTG (mg/min)
-0,04
94
 consiste em aquecer a
amostra em velocidade
constante sobre uma
balança, registrando-se
as variações de massa
em
função
da
temperatura.
 maiores perdas de
massa ocorrem nas
temperaturas
de
117,5-135,7C
e
572,8-581,1C,
-0,14
0
200
400
600
800
1000
1200
o
Temperatura ( C)
Análise termogravimétrica de uma argila branca
Qual a importância em saber
esse comportamento?
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Composição mineralógica
6-2.2 - Análise Térmica Diferencial (ATD ou DTA)
Diferença de temperatura
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Composição mineralógica
6-2.2 - Análise Térmica Diferencial (ATD ou DTA)
 técnica importante,
processamento
muito
usada
no
estudo
de
minérios
e
em
 consiste no aquecimento de uma amostra em velocidade constante, junto a
uma substância inerte termicamente, por exemplo o coríndon (-Al2O3),
registrando diferenças de temperatura entre o padrão e a argila.
 As transformações endo e exotérmicas aparecem como deflexões na
curva termodiferencial ou termograma.
 Pela posição, forma e intensidade dos picos do termograma é possível
identificar com bastante precisão os minerais puros que compõem o minério
É
importante ressaltar que por ATD pode-se acompanhar as
transformações que os minerais sofrem durante uma calcinação, por
exemplo.
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
Composição mineralógica
6-2.2 - Análise Térmica Diferencial (TG e DTA simultâneos)
Curvas de TG/DTA de uma argila usada na produção de tijolos
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
Composição mineralógica
6-2.2 - Análise Térmica Diferencial (TG e DTA simultâneos)
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Composição mineralógica
6-3 – Microscopia óptica com luz polarizada
Tratamento de Minérios
6-3 – Microscopia eletrônica de varredura
CETEM
Tratamento de Minérios
6-3 – Microscopia eletrônica de varredura
1 - cassiterita
2 - zircão
3 - gibbsita
4 - barita
5 - pirocloro
6 - pirita
Imagem de concentrado obtida com detector de elétrons retroespalhados em
MEV
CETEM
Tratamento de Minérios
6-3 – Microscopia eletrônica de varredura – EDS (Energia
Dispersiva de Raios X)
CETEM
6-3 – Microscopia eletrônica de varredura
Imagem da caulinita
Adão Benvindo
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7 – Massa específica
7.1 – Massa específica real – picnometria líquida
• determinada medindo-se a massa e o volume de uma amostra de partículas


W1  W0






W

W

W

W
0
2
1 
 3
20/4/17
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7 – Massa específica
7.1 – Massa específica real – picnometria gasosa)
O picnómetro de hélio é constituído por duas câmaras de volumes conhecidos (por
calibração prévia): a câmara onde se coloca a amostra e a câmara de expansão,
ligadas por uma válvula (válvula de expansão).
Antes de iniciar a análise propriamente dita, a amostra, colocada na respectiva
câmara, é sujeita a um processo de degaseificação que consiste em repetidas
purgas com hélio, para remoção de impurezas e humidade que eventualmente
possa conter. (No presente trabalho, e sempre que se pretendeu analisar amostras
saturadas ou com um dado teor de humidade, estas não foram sujeitas a purga.)
Depois de levado todo o sistema à pressão atmosférica, isola-se a câmara de
expansão, fechando a válvula de expansão e pressuriza-se a câmara que contém a
amostra até uma pressão P1 (cerca de 17 psig). Seguidamente, a válvula de
expansão é aberta e, em consequência, ocorre um abaixamento de pressão para
P2. Admitindo comportamento ideal do hélio, o volume do sólido pode ser calculado
a partir da seguinte equação (SMITH, 1996):
Va - volume da câmara da amostra;
Ve - volume da câmara de expansão;
P1 (Va - Vs) = P2 (Va - Vs + Ve)
Vs - volume do sólido.
Moura, M. J., e Figueiredo, M. M.
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7 – Massa específica
7.2 – Massa específica aparente
É a relação entre a massa do sólido (minério) e o volume
total ocupado pelas partículas do sólido
Volume total = volume das partículas + volume de vazios
Qual a importância de conhecer a massa específica aparente?
O que é densidade aparente?
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8– Porosidade – Porosimetria de Mercúrio
Fig 8.6 do Reed
Prof. Douglas Gouvêa – POLI-USP
Esse método pode ser aplicado
para quaisquer minérios?
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Tratamento de minérios
8– Porosidade - microscopia
Fonte: Alessandra Prata de Almeida Mangabeira – Dissertação Mestrado – UFMG - 2009
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8– Porosidade – Porosimetria de Mercúrio
Classificação dos Poros pelo tamanho do poro (IUPAC):
Microporos
 2 nm
Mesoporos
2 ~ 50 nm
Macroporos
50 ~ 7500 nm (0,05 µm ~ 7,5 µm )
Megaporos
> 7500 nm ( > 7,5 µm )
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9 – Superfície Específica
• adsorção de vapor
Adsorção de gás
• medida  quantidade de gás
adsorvida na superfície
Técnicas de Medida
• método mais usado
Permeabilidade de gás
Ambas requerem estrutura de poros abertos
Importante
Limpeza da superfície de pó (vácuo/gás)
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Tratamento de minérios
Medida da superfície específica pela adsorção de gás
 NSA (Nitrogen Surface Area):
 mede a superfície específica total (interna e externa), por adsorção
de nitrogênio.

Este método é também conhecido por BET (método introduzido em
1938 por Stephen Brunauer, Paul Hugh Emmett e Edward Teller.
 A superfície específica pode ser determinada por meio do isoterma
de adsorção dum gás puro a baixas temperaturas.
 Geralmente é utilizado nitrogênio a –196ºC, trabalhando em
condições em que se consegue a formação de uma camada
macromolecular de gás sobre a superfície e conhecendo o número
total de moléculas adsorvidas, pode calcular-se a superfície
específica.
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9 – Superfície Específica – esquema do sistema de medida
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
Testes experimentais em laboratórios ou plantas pilotos para
avaliação dos métodos de concentração
• Separação por queda livre ou retardada
• Separação magnética
Como escolher uma
ou outra técnica?
• Separação eletrostática
• Flotação
Depende das
propriedades dos
minerais
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Tratamento de minérios
Caracterização Tecnológica de Minérios
Tratamento de minérios
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Resumo
• Análise química
• Umidade
• Perda ao fogo
• Composição mineralógica e Fases cristalinas (DRX, DTA, TG,
Microscopia)
• Massa específica
• Superfície específica
• Tamanho, tamanho médio e distribuição de tamanho de
partículas – Análise granulométrica
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AQQ – Análise química quantitativa
AG – Análise granulométrica
MOLR – Microscopia óptica de luz refletida
PIM – Porosimetria de mercúrio
MEV – Microscopia eletrônica de varredura
Blaine – permeabilidade
PACG – Porosimetria de adsorção-condensação gasosa
Fonte: Alessandra Prata de Almeida Mangabeira – Dissertação Mestrado – UFMG - 2009
F
I
M
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