Moçambique

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FICHA DE MERCADO
MOÇAMBIQUE
I
BREVE CARACTERIZAÇÃO
Moçambique é um país pouco densamente povoado (embora tenha uma dimensão oito vezes superior à
de Portugal tem apenas 27 habitantes por Km2) e com níveis de rendimento da população muito pouco
significativos (o PIB por habitante ronda apenas os 420 euros, cerca de 3% do PIB/Capita de Portugal) o
que o coloca na 210ª posição do ranking mundial dos países.
Moçambique tem, todavia, registado evoluções muito positivas na sua economia com taxas de
crescimento médias anuais superiores a 7% e melhoria da distribuição do rendimento per capita. Esta
evolução deve-se, em grande medida, aos fortes investimentos realizados sobretudo na construção,
agricultura e exploração mineira. O crescimento da economia moçambicana tem sido dos maiores
registados na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC - South African Development
Community, na designação inglesa) que integra os países da região.
Moçambique tem uma balança comercial deficitária, importando fundamentalmente maquinaria e
equipamentos, produtos químicos e siderúrgicos e exportando, como maior significado, alumínio,
camarão, algodão e açúcar.
Balança comercial Moçambique-Mundo
O principal parceiro comercial de Moçambique é a África do Sul, país de destino de 30 % das exportações
e de origem de 35 % das importações.
As relações privilegiadas entre Moçambique e Portugal no quadro da comunidade de países de expressão
oficial portuguesa e os progressivos e consistentes ganhos da economia moçambicana fazem com que,
pese embora o ainda fraco poder de compra da população e as insuficiências estruturais não debeladas, o
mercado deste país possa vir a ser encarado com mais cuidado na área dos bens alimentares,
designadamente, os bens com incorporação de valor acrescentado. Também a elevada importância que
as autoridades moçambicanas dão ao crescimento da agricultura poderá criar margens de oportunidade
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para o investimento português neste setor, gerando assim novos negócios de inter-relação entre as duas
economias e os respetivos setores agroalimentares.
II COMÉRCIO EXTERNO
Portugal tem um saldo favorável no seu relacionamento comercial com Moçambique, registando um
crescimento nos últimos anos.
Evolução da balança comercial PT-Moçambique para o total da economia (2007-2011)
(valores em milhares de euros)
Todavia, no que respeita ao setor agroflorestal, o saldo entre os dois países é desfavorável a Portugal.
Este registo deve-se, sobretudo, ao impacto das importações de bens alimentares, já que o nosso País
exporta produtos florestais com significado, sendo a balança no setor florestal positiva.
Evolução da balança comercial PT-Moçambique para o setor agroalimentar (2007-2011)
(valores em milhares de euros)
* valores provisórios
Moçambique representa apenas 0,40 % das exportações agroalimentares de Portugal para todos os
países do Mundo e contribui apenas com 0,41 % das importações agroalimentares portuguesas.
Portugal exportou anualmente em média para Moçambique, nos anos 2007-2011, cerca de 22 milhões de
euros de produtos, sobretudo, bebidas, preparações de carnes, peixes e crustáceos, papel e cartão e
produtos preparados à base de cereais.
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Saldo da balança comercial PT-Moçambique para os principais produtos
dos setores agroalimentar e florestas (2007-2011)
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Inversamente, Portugal importou de Moçambique, no mesmo período, cerca de 34 milhões de euros, com
peso predominante do açúcar, tabaco, peixes e crustáceos e algodão.
III PERSPECTIVAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO
Embora os valores das trocas comerciais entre Moçambique e Portugal não sejam muito expressivos,
existem oportunidades de os fazer evoluir com taxas de crescimento relativo sensíveis e, como tal,
assumindo posição interessante na evolução dos negócios das empresas portuguesas com aquele País.
Também, como já referimos, não é despiciendo, muito pelo contrário, o facto de Moçambique constituir
uma oportunidade para a internacionalização de empresas agrícolas portuguesas, tendo em conta a
importância que este país atribui ao investimento na agricultura, a capacidade de conhecimento detido
pelos empresários nacionais, bem como a rigidez do mercado interno de terras e as fortes necessidades
de alargamento dos negócios para prover a procura crescente em termos nacionais e internacionais.
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