CORRIDAS DE RUA: ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE EMPRESAS ORGANIZADORAS DE EVENTOS Mário Antônio Dawid Pedro UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE INTRODUÇÃO O fenômeno das corridas de rua, que surgiu na Inglaterra no século XVIII (RUNNERS WORLD, 1999), tem demonstrado um expressivo crescimento desde o início deste século (SALGADO, 2006). Dados da Federação Paulista de Atletismo (FPA) mostram que em 2001 ocorreram 11 provas com alvará Secretaria Municipal de Esporte e Lazer na cidade de São Paulo, e em 2005 esse número aumentou para 174. Dados mais recentes da FPA em seu balanço do ano de 2008 mostram que o fenômeno das corridas de rua não parou de crescer no Estado de São Paulo, com 253 provas realizadas em 2007 e 282 provas realizadas em 2008 (217 provas com alvará) (FPA, 2009). Tal expansão do número de provas e do número de participantes (de 8430 em 1997 a 103280 em 2005) nas corridas promovidas pela CORPORE tem atraído cada vez mais o interesse de diversas empresas, com objetivos específicos na organização e patrocínio desses eventos (CORPORE, 2005). No entanto, o universo da Corrida de Rua é pouco explorado cientificamente quanto a aspectos de gestão e de marketing, conforme demonstraram BASTOS, PEDRO e PALHARES (2009), que identificaram dissertações e teses voltadas as áreas do conhecimento como medicina, psicologia, pedagogia e biomecânica. A perspectiva mais ampla de crescimento das corridas de rua na cidade de São Paulo, atraindo cada vez mais adeptos ao esporte e tornando-o mais interessante a empresas que venha interessar-se em patrociná-los, auxilia também no desenvolvimento do atletismo no Brasil, pois segundo MIRANDA (2007), muitos atletas profissionais tem nestes eventos uma forma de obter recursos financeiros, seja por premiações ou patrocínios, afim de “viver de atletismo”. Outro estudo (TRUCCOLO, MADURO e FEIJÓ, 2008), aponta os fatores motivacionais para a adesão de participantes em corridas de rua, em termos de benefícios à saúde pela prática de atividade física. Para SOMOGGI (2006), grandes marcas já disponibilizam parte de suas verbas de marketing e comunicação no esporte. Empresas como FIAT, Coca-Cola, Nike e Banco do Brasil atrelam um de seus principais ativos no esporte a investimentos em eventos, atletas, propriedades esportivas e novos canais de distribuição de seus produtos, para associar o interesse dos consumidores pelo esporte à divulgação de promoções e campanhas publicitárias e para reposicionar e rejuvenescer suas marcas, além de fidelizar seu consumidor. A maneira mais imediata de percepção da utilização do marketing esportivo no mercado está em sua função como merchandising, ou seja, exposição direta de produtos nos eventos esportivos (ALBUQUERQUE, 2007). Isso ocorre porque cada modalidade esportiva permite segundo MELO NETO (1995, p. 154), “uma pesquisa de espaço, considerando o local da competição, os uniformes dos atletas, o posicionamento do equipamento, o local destinado ao público e os demais personagens coadjuvantes que participam do evento esportivo”. Estudos referentes ao patrocínio e aos fatores que tem levado empresas a patrocinar eventos são recentes no País. O estudo referente à Corrida de São Silvestre como um produto de marketing (PEREIRA NETTO, 2004) revela que as empresas estão cada vez mais dispostas a patrocinar eventos de corrida de rua, mas para isso elas devem estar bem organizadas e estruturadas pela organização do evento. Já segundo OTA (2008), a empresa CORPORE, que se apresenta em grande expansão no ramo da organização e divulgação de corridas de rua, trabalha, em seu departamento de marketing, desenvolvendo e criando seu produto (corrida de rua) a fim de atrair cada vez mais associados e participantes (provas com quilometragens diferentes, em ambientes diferentes, provas para gêneros e idades distintas), concordando, na prática, com PEREIRA NETTO (2004) que afirma que sobreviverá no ramo do marketing esportivo as empresas que melhor apresentarem os seus produtos aos seus clientes. Este posicionamento é reforçado por ARAKAKI (2007) que afirma que as empresas organizadoras de eventos esportivos devem apresentar um evento bem estruturado e rentável aos possíveis patrocinadores. Em pesquisa junto a corredores consumidores de produtos esportivos ALBUQUERQUE (2007) levantou a percepção dos entrevistados sobre as motivações que levam uma empresa a patrocinar um evento esportivo. Os resultados indicam que a variável responsabilidade ficou em segundo lugar, com 27%, o que denota que a percepção do praticante sobre a empresa que patrocina o esporte não está somente vinculada a produtos e marca. TABELA 1 - Motivações que levam uma marca a patrocinar eventos esportivos Responsabilidade Oportunidade de negócio Exibição da marca Vender o produto Total Múltiplo Freqüência 25 69 1 1 97 Percentual 27% 71% 1% 1% Fonte: Banco de dados da pesquisa (ALBUQUERQUE, 2007, p. 75) Frente a estas colocações, verifica-se que há a necessidade de se conhecer mais especificamente a visão das empresas organizadoras de eventos de corrida de rua tendo em vista a proposta e organização de eventos que atendam as necessidades de praticantes e investidores. Assim, o estudo busca identificar os principais objetivos que levam as empresas (agências de marketing esportivo) a organizar ou patrocinar eventos de pedestrianismo (corridas de rua) e compreender os fatores que levaram as empresas a escolher a corrida de rua como uma das estratégias de investimentos em marketing, principalmente na Universidade de São Paulo (USP). METODOLOGIA A presente pesquisa se caracteriza como estudo exploratório e de campo, tendo em vista existir pouco conhecimento produzido sobre o tema na realidade brasileira, conforme os critérios determinados por VERGARA (2006). As informações foram obtidas através de fontes primárias, obtidas em entrevistas semi-estruturadas, construída com base em MATTAR (2007) e ARAKAKI (2007). Os sujeitos foram entrevistados os responsáveis pela área de marketing de quatro empresas (A, B, C e D), sendo todas as organizadoras de provas de corrida de rua (pedestrianismo) na Universidade de São Paulo – Cidade Universitária; Campus da Capital – no ano de 2010. Os contatos para agendamento de visita as empresas, onde foram realizadas as entrevistas, foram intermediados pela Coordenadoria do Campus da Capital, responsável pela elaboração do calendário e pela realização de corridas na Cidade Universitária. Na ocasião da entrevista (antes da realização dos eventos) apresentou-se a Carta de Informação ao Sujeito da Pesquisa e o Termo de Consentimento, conforme normas do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de São Paulo. As entrevistas foram realizadas pelo pesquisador. Imediatamente antes de iniciar a entrevista o solicitou-se autorização para realizar gravação por meio do equipamento Gravador de Voz Digital Sony Ericsson W580i. Após a realização das entrevistas, os arquivos das mesmas foram transferidos para um PC e as entrevistas transcritas pelo pesquisador. A primeira transcrição literal foi enviada aos entrevistados para possíveis correções e complementações, conforme procedimento preconizado por MEIHY (2005). Realizada a análise descritiva dos dados obtidos através das respostas obtidas nas entrevistas foram analisadas em termos de seu conteúdo, identificando-se as variáveis: objetivos e motivos de escolha da modalidade. A abordagem, portanto, é qualitativa, por sua característica descritiva, com ênfase no processo, de análise indutiva, de busca de significados, possibilitando uma interpretação de dados provenientes do ambiente natural em que ocorrem (BOGDAN; BIKLEN, 1994). Caracterização dos sujeitos A empresa A caracteriza-se como uma entidade com fins lucrativos, voltada ao marketing e a eventos esportivos e atua em provas de triatlhon e duathlon, modalidade esportiva que envolve também corrida de rua, há 20 anos, sendo referência nacional na modalidade. Seus mercados-alvos são praticantes profissionais e amadores de triathlon, portadores ou não de deficiência física, além de outras entidades interessadas. A empresa B é uma entidade sem fins lucrativos, voltada ao treinamento esportivo, além do desenvolvimento de corredores e competições de pedestrianismo com provas de 5 km, 10 km, 15 km, 20 km, meias-maratonas, ultra-maratonas, revezamentos, provas de aventura e infanto-juvenis, há 28 anos. Seus mercados-alvos são praticantes profissionais e amadores de corrida de rua, além de outras entidades interessadas. A empresa C trata-se de uma entidade com fins lucrativos voltada ao marketing e eventos esportivos, principalmente corridas de rua, com provas de 5 km, 6 km, 10 km, meias-maratonas, infanto-juvenis, noturnas e triatlhon, há 17 anos. Seus mercados-alvos são empresas que buscam ações em marketing esportivo e praticantes profissionais e amadores de corrida de rua. A empresa D é uma entidade com fins lucrativos voltada ao entretenimento, ao esporte e a comunicação, que tem a organização de eventos de pedestrianismo como o seu principal produto, com provas de 5 km, 6 km, 8 km, 10 km, 15 km, 18 km, meiasmaratonas, maratonas, caminhadas, revezamentos e provas em pista de atletismo, há 20 anos. Seus mercados-alvos são pessoas interessadas em uma prática de atividade física como forma de entretenimento ou que buscam uma melhor qualidade de vida, além de empresas interessadas, excetuando-se concorrentes. TABELA 2 – Caracterização das empresas entrevistadas EMPRESA A SETOR DE ATIVIDADE Marketing e Eventos Esportivos PRODUTOS MERCADO Competições de Triathlon e Duathlon Profissionais e amadores de Triatlhon; Empresas Profissionais e amadores de Pedestrianismo; Empresas B Clube Esportivo (corredores) sem fins lucrativos C Marketing e Eventos Esportivos Competições de Pedestrianismo e Treinamento para corredores Competições de Pedestrianismo D Entretenimento, Esporte e Comunicação Competições de Pedestrianismo Profissionais e amadores de Pedestrianismo; Empresas Profissionais e amadores da prática de atividade física; Empresas AÇÕES DE MARKETING Desenvolver o produto; Promover o Triathlon Desenvolver o produto; TEMPO DE MERCADO 20 anos Desenvolver o produto 17 anos Desenvolver o produto 20 anos 28 anos RESULTADOS E DISCUSSÃO Devido ao crescimento da modalidade triatlhon no mundo e a carência de eventos dessa modalidade no Brasil, a empresa A decidiu atuar nesse mercado e tem como objetivos em organizar provas de triathlon fomentar a modalidade no Brasil, buscando o crescimento de adeptos a modalidade no país, com formação e a inclusão social. Para auxiliar nesses objetivos, A, como estratégia de marketing, foca no seu produto, buscando realizar uma boa competição, com organização e infra-estrutura, além de inovações e divulgação de sua marca e de patrocinadores durante os eventos, para atrair cada vez mais participantes e parceiros. Concordando com a empresa A, a empresa B decidiu atuar em corridas de rua devido ao crescimento do pedestrianismo no mundo, a carência de competições para os praticantes no Brasil, além da falta de apoio técnico e financeiro a atletas amadores da modalidade para que pudessem atuar em grandes eventos esportivos entre eles os Jogos Olímpicos. Os objetivos de B em organizar corridas de rua são de fomentar a modalidade no Brasil, buscar o crescimento do número de associados praticantes da modalidade ou não, com formação, promoção da saúde e inclusão social. Para alcançar tais objetivos, a entidade tem com ações de marketing a oferta de bons e inovadores serviços, focando no produto e no cliente, com treinamentos específicos, eventos diversificados, que agreguem diferentes grupos sociais. A empresa C decidiu atuar em corridas de rua devido ao gosto de seu fundador pela prática de atividade física e pelo crescimento do Esporte e da modalidade no país. As ações de marketing de C estão focadas no produto da empresa, que busca realizar boas e inovadoras competições de pedestrianismo, para atender e surpreender a expectativas dos participantes e parceiros a cada etapa do evento, além da divulgação de patrocinadores durante todo o processo. Por fim, a empresa D decidiu atuar em corridas de rua devido à descoberta desse segmento e o seu potencial, que necessitava de uma maior profissionalização dos eventos, visando oferecer uma forma de entretenimento à sociedade, agindo de forma sinérgica com o poder público. Suas ações de marketing também estão centradas no produto, onde a empresa busca manter sua marca, imagem, e forma de atuação com a sociedade, com uma forma diferenciada de agir a cada evento, buscando sempre inovar e melhorar a cada competição, para atrair cada vez mais clientes, consumidores e retorno financeiro. O crescimento do pedestrianismo no Estado de São Paulo, tanto no número de provas, como apontado por dados da Federação Paulista de Atletismo (2009), quanto no número de participantes, como dados apontados pela Corpore (2005), foi o principal motivo que levou as empresas a escolher e atuar em corridas de rua, a fim de atingir seus respectivos objetivos. Todas as empresas (A, B, C e D), buscando alcançar seus objetivos, buscam desenvolver cada vez mais o seu produto (corridas de rua) que, segundo MULLIN, HARDY e SUTTON (2004), são a “alma” da empresa e que acabam por atingir direta e indiretamente os outros aspectos do mix de estratégia marketing (preço, ponto e produto) deste mesmo produto, para atender a expectativas de seus exigentes consumidores e clientes, a fim de atrair cada vez mais adeptos e participantes (provas com quilometragens diferentes, em ambientes diferentes, provas para gêneros e idades distintas, etc.), concordando, na prática, com PEREIRA NETTO (2004) que afirma que sobreviverá no ramo do marketing esportivo as empresas que melhor apresentarem os seus produtos aos seus clientes e com ARAKAKI (2007) que afirma que as empresas organizadoras de eventos esportivos devem apresentar um evento bem estruturado e rentável aos possíveis patrocinadores. Outro aspecto comum apontado pelas empresas é a preocupação da manutenção e o desenvolvimento de uma boa imagem perante a sociedade e os seus clientes e consumidores, que, segundo PITTS e STOTLAR (2002), essa é uma das razões para investimentos em promoção, que no caso das provas de pedestrianismo, essa imagem está relacionada a aspectos como a saúde, o prestígio, a sustentabilidade, qualidade de vida, etc., potencializando, também, as ações de marketing dessas empresas. CONCLUSÃO Analisadas as respostas obtidas pode-se concluir que as empresas decidiram atuar em corridas de rua devido, principalmente ao potencial de crescimento e desenvolvimento da modalidade no país, o que concomitantemente, fez com que surgissem mais praticantes e adeptos ao pedestrianismo. Para alcançar seus objetivos com as corridas de ruas, a principal estratégia de marketing apontada por essas empresas é a criação e o desenvolvimento de provas de corrida de rua (produto), de forma organizada, bem estruturada, responsável e rentável, tanto para a empresa, quanto para os clientes, consumidores e a própria comunidade, o que leva a empresa também a manter ou obter uma boa imagem, tanto da própria empresa quanto da modalidade, frente ao seu público, atraindo mais investidores e consumidores, formando e dando estrutura para cada vez mais atletas profissionais e amadores. Com provas cada vez mais estruturadas e com o crescimento da idéia de uma pratica esportiva geradora de qualidade de vida, que combate as doenças da vida moderna como a depressão e a obesidade, tanto essas empresas quanto o atletismo tem a se desenvolver cada vez mais com as corridas de rua, gerando uma espécie de ciclo vicioso crescente que só tem a beneficiar o Esporte no Brasil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, R. C. Comportamento do consumidor de materiais esportivos para a prática da corrida de rua na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 2007, 101 p. Dissertação (Mestrado) Mestrado em Administração, Pedro Leopoldo– MG, Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo, 2007. ARAKAKI, B. B. Formas de obtenção de informação no processo decisório de investimento em Marketing Esportivo: um estudo exploratório em empresas de telecomunicação no Brasil. USP (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – CNPq) 2006/2007. Submetido à Revista Portuguesa de Ciências do Desporto em junho de 2008. BASTOS, F. C.; PEDRO, M. A.; PALHARES, J. Corrida de Rua: estudo exploratório da produção científica em universidades estaduais paulistas. Revista Mineira de Educação Física, v. 17 , n. 17, p; 76-87, 2009. BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994. 336 p. CORPORE. Corredores Paulista Reunido Disponível em: <http://www.corpore.org.br/cor_estatisticas.asp>. Acesso em: 27 Abr. 2005. FEDERAÇÃO PAULISTA DE ATLETISMO (FPA). Departamento de Corrida de Rua. Banco de dados. Disponível em: http://www.nosamamosatletismo.net. Acesso em: 3 abr. 2009. MATTAR, M. F. A Estrutura do Processo Decisório das Empresas para Investimentos em Ações de Patrocínio Esportivo – um estudo exploratório. Comunicação pessoal do Ensaio apresentado como requisito junto a disciplina “Tópicos de Marketing”, do Curso de Pós-Graduação em Administração da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, 2005. MELO NETO, F. P. Marketing esportivo. São Paulo: Record, 1995. 252 p. MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. 5ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005. 291p. MIRANDA, C. F. Como se vive de Atletismo: um estudo sobre profissionalismo e amadorismo no esporte, com olhar para as configurações esportivas. Dissertação (Mestrado), Ciência do Movimento Humano da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007. MULLIN, B. J.; HARDY, S.; SUTTON, W. A. Marketing Esportivo. 2ª ed. Rio Grande do Sul: Editora Artmed, 2004. OTA, M. V. Análise das estratégias de Marketing utilizadas pela Corpore em eventos de corrida de rua. Monografia (Conclusão de Curso). Bacharelado em Educação Física. Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, 2008. PEREIRA NETTO, H. E. A Corrida Internacional de São Silvestre vista como um produto esportivo. Monografia (Conclusão de Curso). Bacharelado em Educação Física. Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, 2004. PITTS, B. G.; STOTLAR, D. K. Fundamentos de Marketing Esportivo. 1º edição. São Paulo: Phorte Editora, 2002. RUNNER'S WORLD, Corredor de Rua. Disponível em: <http://www.corredores.com.br >. Acesso em: 29 jun. 2005. SALGADO, J. V. V.; CHACON-MIKAHIL, M. P. T. 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FLÁVIA DA CUNHA BASTOS SUMÁRIO Páginas Resumo ............................................................................................................................ iii Abstract ............................................................................................................................ iv 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................01 2. REVISÃO DA LITERATURA ...........................................................................04 2.1 Marketing .............................................................................................................04 2.2 Marketing Esportivo ............................................................................................04 2.3 Estratégias de Marketing Esportivo .....................................................................05 2.4 Agências de Marketing Esportivo .......................................................................08 3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................10 3.1 Caracterização das empresas ...............................................................................10 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................13 4.1 Objetivos e escolha da modalidade pelas empresas.............................................13 4.2 Objetivos e estratégias de marketing ...................................................................14 4.3 O Ponto Cidade Universitária ..............................................................................15 5. CONCLUSÃO .....................................................................................................18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................19 RESUMO CORRIDAS DE RUA: ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE EMPRESAS ORGANIZADORAS DE EVENTOS Autor: Mário Antônio Dawid Pedro Orientadora: PROFª. DRA. FLÁVIA DA CUNHA BASTOS As corridas de rua vêm se tornando um verdadeiro fenômeno no Brasil, crescendo tanto no número de participantes quanto no número de eventos. Tal crescimento tem despertado em empresas e agências de marketing esportivo o interesse em investir e organizar eventos de pedestrianismo. Essas agências vêm adotando diferentes estratégias de mix de marketing com o objetivo de atrair cada vez mais patrocinadores, colaboradores e participantes para os seus eventos. Neste cenário, o presente estudo teve por objetivo identificar os motivos que levaram a agências de marketing esportivo, que atuam dentro da Cidade Universitária – USP, a investir em corridas de rua, tendo esse tipo de evento como seu produto, e identificar as estratégias de marketing utilizadas pelas mesmas para atrair cada vez mais clientes e consumidores, aprofundando no caso da Cidade Universitária como ponto para execução das provas de pedestrianismo destas empresas. Através do estudo, pode-se concluir que as agências decidiram atuar em corridas de rua devido ao crescimento e ao potencial da modalidade e que suas ações de marketing estão voltadas a entregar um produto de qualidade e rentável aos seus clientes e consumidores, sendo a Universidade de São Paulo um ponto adequado para que essa qualidade possa ser atingida. ABSTRACT STREET RACING: MARKETING STRATEGIES FOR BUSINESS ORGANAZING EVENTS Author: Mário Antônio Dawid Pedro Adviser: PROFª. DRA. FLÁVIA DA CUNHA BASTOS The road races are becoming a real phenomenon in Brazil, growing both in number of participants or the number of events. This growth has attracted business and in sports marketing agency's interest in investing in and organize events for trekkers. These agencies have adopted different strategies marketing mix in order to attract more sponsors, contributors and participants for their events. In this scenario, this study aimed to identify the reasons why the sports marketing agency, operating within the City University - USP, to invest in road races, having this kind of event like your product, and identify strategies the same marketing techniques to attract more customers and consumers, deepening in the case of University City as a point for the implementation of evidence hiking these companies. Through the study, one can conclude that the agency decided to act in street races due to growth and potential of the sport and that their marketing efforts are focused on delivering a quality product and cost to its customers and consumers, and the University of Sao Paulo for a adequate point where that quality can be attained. 1. Introdução O fenômeno das corridas de rua, que surgiu na Inglaterra no século XVIII (RUNNERS WORLD, 1999), tem demonstrado um expressivo crescimento desde o início deste século (SALGADO, 2006). Dados da Federação Paulista de Atletismo (FPA) mostram que em 2001 ocorreram 11 provas com alvará Secretaria Municipal de Esporte e Lazer na cidade de São Paulo, e em 2005 esse número aumentou para 174. Dados mais recentes da FPA em seu balanço do ano de 2008 mostram que o fenômeno das corridas de rua não parou de crescer no Estado de São Paulo, com 253 provas realizadas em 2007 e 282 provas realizadas em 2008 (217 provas com alvará) (FPA, 2009). Tal expansão do número de provas e do número de participantes (de 9400 em 1997 a 117000 em 2009) nas corridas promovidas pela CORPORE tem atraído cada vez mais o interesse de diversas empresas, com objetivos específicos na organização e patrocínio desses eventos (CORPORE, 2010). No entanto, o universo da Corrida de Rua é pouco explorado cientificamente quanto a aspectos de gestão e de marketing, conforme demonstraram Bastos, Pedro e Palhares (2009), que identificaram predomínio de dissertações e teses voltadas as áreas do conhecimento como medicina, psicologia, pedagogia e biomecânica. A perspectiva mais ampla de crescimento das corridas de rua na cidade de São Paulo, atraindo cada vez mais adeptos ao esporte e tornando-o mais interessante a empresas que venha interessar-se em patrociná-los, auxilia também no desenvolvimento do atletismo no Brasil, pois segundo Miranda (2007), muitos atletas profissionais tem nestes eventos uma forma de obter recursos financeiros, seja por premiações ou patrocínios, afim de “viver de atletismo”. Outro estudo (TRUCCOLO, MADURO e FEIJÓ, 2008), aponta os fatores motivacionais para a adesão de participantes em corridas de rua, em termos de benefícios à saúde pela prática de atividade física. Para Somoggi (2006), grandes marcas já disponibilizam parte de suas verbas de marketing e comunicação no esporte. Empresas como FIAT, Coca-Cola, Nike e Banco do Brasil atrelam um de seus principais ativos no esporte a investimentos em eventos, atletas, propriedades esportivas e novos canais de distribuição de seus produtos, para associar o interesse dos consumidores pelo esporte à divulgação de promoções e campanhas publicitárias e para reposicionar e rejuvenescer suas marcas, além de fidelizar seu consumidor. A maneira mais imediata de percepção da utilização do marketing esportivo no mercado está em sua função como merchandising, ou seja, exposição direta de produtos nos eventos esportivos (ALBUQUERQUE, 2007). Isso ocorre porque cada modalidade esportiva permite segundo Melo Neto (1995, p. 154), “uma pesquisa de espaço, considerando o local da competição, os uniformes dos atletas, o posicionamento do equipamento, o local destinado ao público e os demais personagens coadjuvantes que participam do evento esportivo”. Estudos referentes ao patrocínio e aos fatores que tem levado empresas a patrocinar eventos são recentes no País. O estudo referente à Corrida de São Silvestre como um produto de marketing (PEREIRA NETTO, 2004) revela que as empresas estão cada vez mais dispostas a patrocinar eventos de corrida de rua, mas para isso elas devem estar bem organizadas e estruturadas pela organização do evento. Já segundo Ota (2008), a empresa CORPORE, que se apresenta em grande expansão no ramo da organização e divulgação de corridas de rua, trabalha, em seu departamento de marketing, desenvolvendo e criando seu produto (corrida de rua) a fim de atrair cada vez mais associados e participantes (provas com quilometragens diferentes, em ambientes diferentes, provas para gêneros e idades distintas), concordando, na prática, com Pereira Netto (2004) que afirma que sobreviverá no ramo do marketing esportivo as empresas que melhor apresentarem os seus produtos aos seus clientes. Este posicionamento é reforçado por Arakaki (2007) que afirma que as empresas organizadoras de eventos esportivos devem apresentar um evento bem estruturado e rentável aos possíveis patrocinadores. Em pesquisa junto a corredores consumidores de produtos esportivos Albuquerque (2007) levantou a percepção dos entrevistados sobre as motivações que levam uma empresa a patrocinar um evento esportivo (TABELA 1). Os resultados indicam que a variável responsabilidade ficou em segundo lugar, com 27%, o que denota que a percepção do praticante sobre a empresa que patrocina o esporte não está somente vinculada a produtos e marca. TABELA 1 - Percepção dos consumidores sobre as motivações de empresas a patrocinar eventos esportivos Freqüência Percentual Responsabilidade 25 27% Oportunidade de negócio 69 71% Exibição da marca 1 1% Vender o produto 1 1% Total Múltiplo 97 Fonte: Banco de dados da pesquisa (ALBUQUERQUE, 2007, p. 75) Frente a estas colocações, verifica-se que há a necessidade de se conhecer mais especificamente a visão das empresas organizadoras de eventos de corrida de rua tendo em vista a proposta e organização de eventos que atendam as necessidades de praticantes e investidores. Assim, o estudo busca identificar os principais objetivos que levam as empresas (agências de marketing esportivo) a organizar eventos de pedestrianismo (corridas de rua) e compreender os fatores que levaram as empresas que atuam na Cidade Universitária a escolher a corrida de rua como uma das estratégias de investimentos em marketing e sua suas formas de atuação, principalmente na Universidade de São Paulo (USP), onde algumas das principais provas do calendário das corridas de rua paulistas ocorrem. 2. Revisão da Literatura 2.1. Marketing Marketing é um processo empresarial que se desenvolveu com o crescimento das empresas, seus elementos, funções, princípios e teorias de marketing desenvolveram-se por meio de estudo de muitos fatores como a produção industrial, a inovação de produtos, a psicologia e a sociologia do consumidor, com as empresas cada vez mais atentas aos consumidores (PITTS e STOTLAR, 2002). Kotler (1996) define marketing como um processo social e gerencial através do quais indivíduos e grupos obtém o que necessitam e desejam por meio da criação e troca de produtos e valores com outras pessoas. Outros autores na área de marketing ainda o dividem em dois segmentos, micromarketing (performance de atividades que uma organização busca executar para antecipar as necessidades de seu público, através do fluxo de bens e serviços) e macromarketing(processo social de direcionamento do fluxo econômico de bens e serviços dos produtores para os consumidores, buscando suprir as necessidades e realizar os objetivos da sociedade) (McCARTHY e PERREAULT, 1990 apud CARDIA, 2004, p. 19). Em síntese, o marketing trata-se de um processo dinâmico em constante desenvolvimento no qual as empresas buscam atender, antes dos seus concorrentes, as necessidades, os anseios e os objetivos de seus clientes e consumidores, aos quais devem sempre estar atentos os profissionais da área. 2.2. Marketing Esportivo Segundo Mullin, Hardy e Sutton (2004), o termo “marketing esportivo” foi criado em 1978 pela Advertising Age em 1978 a fim de descrever as atividades realizadas por profissionais de marketing de produtos, de consumo e de serviços, que se utilizavam cada vez mais do Esporte como ferramenta profissional. Os autores, então, definem o marketing esportivo como todas as atividades destinadas a satisfazer as necessidades e anseios dos consumidores esportivos através de processos de troca, essa categoria de marketing desenvolveu dois eixos principais: o marketing de produto e serviços esportivos diretamente para os consumidores esportivos e o marketing de outros produtos e serviços através da utilização das promoções esportivas. Outra definição complementar de marketing esportivo é a de Pitts e Stotlar (2002) que o consideram como processo de elaboração e execução de atividade de produção, formação de preço, promoção e distribuição de um produto ligado ao Esporte, para atingir as expectativas dos consumidores e clientes e os objetivos da empresa. 2.3. Estratégias de Marketing Esportivo O marketing se caracteriza por aquilo que muitos autores definem como os quatro “P”s do marketing, sendo cada um deles: produto, preço, ponto e promoção (PITTS e STOTLAR, 2002). O produto trata-se da “alma” da empresa, sendo um termo abrangente que inclui serviços, pessoas, lugares e atributos tangíveis (concreto) e intangíveis (indefinido; não é objeto), do qual o consumidor ou cliente espera obter uma satisfação desejada (MULLIN, HARDY e SUTTON, 2004). Como exemplos de bens tangíveis no esporte têm: um taco de softball, uma raquete, uma bola de futebol, etc. Já como bens intangíveis bons exemplos são os eventos esportivos como uma liga de basquetebol, uma partida amistosa, um evento de corrida de rua, etc. (PITTS e STOTLAR, 2002). Os bens intangíveis dentro do Esporte são diferentes a cada vez consumido e do ponto de vista de cada consumidor, pois cada partida é uma partida diferente, cada evento é um evento diferente, mesmo que tenham os mesmos nomes e os mesmos participantes, o que faz com que o profissional de marketing tenha pouco controle sobre o produto essencial, a disputa, concentrando seus esforços em subprodutos gerados pelo Esporte (MULLIN, HARDY e SUTTON, 2004), tomando decisões concernentes quanto aos produtos da empresa esportiva que envolve: quantidade e tipos, ajuste, criação e eliminação de produtos a oferecer (PITTS e STOTLAR, 2002). Todo produto esportivo passa por mudanças de estágio, sendo seu primeiro estágio apenas uma idéia, que em seguida, torna-se uma realidade, é introduzido no mercado, desenvolve-se, passa por uma fase de maturidade até chegar a seu declínio e ser retirado do mercado, não tendo esses períodos claramente divididos, mas podendo ser medidos através de diversos fatores como as vendas e o lucro (PITTS e STOTLAR, 2002) (FIGURA 1). Segundo Morgan e Summers (2008), em seu estágio de evolução do ciclo de vida os produtos esportivos experimentam rápido crescimento e aceitação no mercado como o rúgbi no Brasil. Os produtos em fase de maturidade apresentam uma queda no crescimento das vendas e uma estabilização na demanda, como a maioria dos esportes profissionais e programas de esporte, por exemplo, o futebol no Brasil. Já no estágio de declínio, onde as vendas e os lucros começam a cair. Em geral, nesse estágio, os produtos desaparecem ou são reinventados, iniciando um novo ciclo, como por exemplo, as lutas de vale-tudo substituídas pelas competições de MMA. Ainda, segundo Morgan e Summers (2008), cabem aos profissionais de marketing esportivo adotar estratégias diferenciadas nesses distintos estágios do produto. Lucros Vendas Estágio de introdução Estágio de crescimento Estágio de maturidade Estágio de declínio FIGURA 1 - Os estágios do ciclo de vida do produto Fonte: Adaptado de Pitts e Stotlar (2008), p. 169 O preço é quanto se paga por determinado produto esportivo, seu valor é influenciado por diversos fatores como o conhecimento do consumidor, o quanto ele está disposto a pagar pelo produto, a demanda e a oferta, os custos para a empresa e suas estratégias para obtenção de lucro. Cabe ao profissional analisar bem cada fator que influi sobre o preço de um produto e tomar a melhor decisão para que esse seja estabelecido, pois, o preço, afeta muito no sucesso do produto (PITTS e STOTLAR, 2002). Segundo Mullin, Hardy e Sutton (2004), a promoção é uma categoria receptiva para qualquer atividade desenvolvida para estimular o interesse do consumidor, a consciência sobre o produto e sua compra, informando-o sobre o que é o produto, o local e o seu preço, incluindo atividades destinadas a informar, chamar atenção, incentivar ações como participação ou compra e disseminar informações. A promoção possui como principais ferramentas: propaganda, vendas pessoais, publicidade e promoção de vendas. Kotler (1996) ainda inclui as relações públicas como ferramenta da promoção. Para Pitts e Stotlar (2002), a promoção deve passar por três etapas a serem coordenadas pelos profissionais de marketing na seguinte ordem: chamar a atenção do consumidor, transmitir uma mensagem e informar os ouvintes e levar a pessoa a consumir o produto e cabe as empresas esportivas selecionar um tipo específico de promoção ou forma de comunicação com base nos objetivos, que passam por: estabilizar a imagem da empresa, reposicionar a imagem de um produto deficiente, criar consciência para novos produtos, alertar para vendas especiais, informar sobre onde se localiza sua empresa. O ponto é o local onde a empresa leva e distribui o seu produto onde o consumidor possa ter acesso (PITTS e STOTLAR, 2002), no caso dos eventos esportivos, o que inclui as corridas de rua, o produto é consumido no local onde ele é produzido, comparando com o presente estudo, as corridas de rua são produzidas e consumidas simultaneamente na Universidade de São Paulo. O ponto deve ser adaptado ao produto, pois a localização da instalação é decisiva para o sucesso da maioria dos negócios esportivos (MULLIN, HARDY e SUTTON, 2004). Para a seleção do local de realização ou distribuição de um produto esportivo deve-se levar em conta fatores como o consumidor (características, número, localização geográfica, seus anseios e necessidades e características psicográficas), a empresa esportiva (pontos fortes e fracos), o produto esportivo (tipo de produto e suas exigências particulares), a concorrência, o clima (ambiental, legal, político, econômico e ético) (adaptado de EVANS e BERMAN (1987); BOONE e KURTZ (1992); CRAVENS e WOODRUFF (1986); PETER e DONNELLY apud PITTS e STOTLAR, 2002, p. 221). A combinação de produto, preço, promoção e ponto formam o chamado mix de marketing, a partir da qual são desenvolvidas as estratégias de marketing, que tem como objetivo afetar a posição da empresa no mercado visando influenciar o pensamento do consumidor sobre a qualidade do produto, o valor do produto, as particularidades do produto, status, conveniência, dentre outros fatores (PITTS e STOTLAR, 2002). Assim, profissionais do marketing esportivo acabam por tomar decisões científicas, através de pesquisas, que visam conhecer seus clientes, consumidores e concorrentes e oferecer ao seu público-alvo satisfação e alcance de seus objetivos (TABELA 2). TABELA 2 – Estratégias típicas de marketing durante o ciclo de vida do produto. Estratégia de mix de marketing Estratégia de produto Estratégia de distribuição Estratégia de promoção Estratégia de precificação Introdução Número limitado de modelos; modificações freqüentes no produto Distribuição geralmente limitada, dependendo do produto; esforços intensos e margens altas são geralmente necessários para atrair atacadistas e varejistas Tornar o produto conhecido; estimular a demanda primária; valer-se de um esforço de vendas pessoal intenso aos distribuidores; utilizar amostras e cupons para os consumidores Os preços geralmente são altos para que haja uma recuperação dos custos de desenvolvimento Crescimento Maturidade Declínio Número ampliado de modelos; modificações freqüentes no produto Número ampliado de revendedores; esforços intensos para estabelecer relações de longo prazo com atacadistas e varejistas Grande número de modelos Eliminação de modelos e marcas não-lucrativos Número ampliado de revendedores; esforços intensos para reter distribuidores e espaço na prateleira Eliminação de pontos-de-venda não lucrativos Estimular a demanda seletiva; promover a publicidade da marca de forma dinâmica Estimular a demanda seletiva; promover a publicidade da marca de forma dinâmica; investir pesado na retenção de revendedores e clientes Promoção encerrada Preços começam a cair rumo ao fim do estágio de crescimento como resultado de pressão competitiva Preços continuam caindo Preços se estabilizam em um nível relativamente baixo; pequenos aumentos nos preços são possíveis se a concorrência for mínima Fonte: Summers et al. (2003, p. 216) apud Morgan e Summers (2008, p. 205) 2.4. Agências de Marketing Esportivo Segundo Cardia (2004), uma agência de marketing esportivo é uma empresa cujas atribuições englobam a construção, o gerenciamento, o aprimoramento e a comercialização do objeto esportivo, bem como a sua imagem, de suas relações com a mídia, com as agências de publicidade e comunicação, com parceiros de negócios e patrocinadores. Sua meta, por meio de sua expertise em esporte e marketing, é potencializar os resultados das diversas partes envolvidas. Essas agências surgiram devido à necessidade do mercado, pois os serviços envolvendo marketing esportivo eram desenvolvidos, inicialmente, por empresas de eventos, agência de publicidade ou freelancers. Assim, as empresas de marketing esportivo, que tem crescido nos últimos anos, têm como área de atuação a comercialização de direitos de televisão, a criação e gerenciamento de eventos esportivos, a comercialização de patrocínios, a gestão comercial e de marketing de entidades, a gestão de arenas esportivas, o gerenciamento e a comercialização publicitária de estágios, arenas e complexos esportivos e o gerenciamento de carreiras de atletas. 3. Materiais e Métodos A presente pesquisa se caracteriza como estudo exploratório e de campo, tendo em vista existir pouco conhecimento produzido sobre o tema na realidade brasileira, conforme os critérios determinados por Vergara (2006). As informações foram obtidas através de fontes primárias, obtidas em entrevistas semi-estruturadas, construída com base em Mattar (2007) e Arakaki (2007). Os sujeitos foram entrevistados os responsáveis pela área de marketing de quatro empresas (A, B, C e D) (agências de marketing esportivo), sendo todas as organizadoras de provas de corrida de rua (pedestrianismo) na Universidade de São Paulo – Cidade Universitária; Campus da Capital – no ano de 2010. Os contatos para agendamento de visita as empresas, onde foram realizadas as entrevistas, foram intermediados pela Coordenadoria do Campus da Capital, responsável pela elaboração do calendário e pela realização de corridas na Cidade Universitária. Na ocasião da entrevista (antes da realização dos eventos) apresentou-se a Carta de Informação ao Sujeito da Pesquisa e o Termo de Consentimento, conforme normas do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de São Paulo. As entrevistas foram realizadas pelo pesquisador. Imediatamente antes de iniciar a entrevista o solicitou-se autorização para realizar gravação por meio do equipamento Gravador de Voz Digital Sony Ericsson W580i. Após a realização das entrevistas, os arquivos das mesmas foram transferidos para um PC e as entrevistas transcritas pelo pesquisador. A primeira transcrição literal foi enviada aos entrevistados para possíveis correções e complementações, conforme procedimento preconizado por Meihy (2005). Realizada a análise descritiva dos dados obtidos através das respostas obtidas nas entrevistas foram analisadas em termos de seu conteúdo, identificando-se as variáveis: objetivos e motivos de escolha da modalidade. A abordagem, portanto, é qualitativa, por sua característica descritiva, com ênfase no processo, de análise indutiva, de busca de significados, possibilitando uma interpretação de dados provenientes do ambiente natural em que ocorrem (BOGDAN; BIKLEN, 1994). 3.1. Caracterização das empresas Uma vez identificadas as entidades e obtendo-se a concordância em participar da pesquisa, foi elaborado, a partir de fontes secundárias, um panorama das características das empresas (TABELA 3). A empresa A caracteriza-se como uma entidade com fins lucrativos, voltada ao marketing e a eventos esportivos e atua em provas de triatlhon e duathlon, modalidade esportiva que envolve também corrida de rua, há 20 anos, sendo referência nacional na modalidade. Seus mercados-alvos são praticantes profissionais e amadores de triathlon, portadores ou não de deficiência física, além de outras entidades interessadas. A empresa B é uma entidade sem fins lucrativos, voltada ao treinamento esportivo, além do desenvolvimento de corredores e competições de pedestrianismo com provas de 5 km, 10 km, 15 km, 20 km, meias-maratonas, ultra maratonas, revezamentos, provas de aventura e infanto-juvenis, há 28 anos. Seus mercados-alvos são praticantes profissionais e amadores de corrida de rua, além de outras entidades interessadas. A empresa C trata-se de uma entidade com fins lucrativos voltada ao marketing e eventos esportivos, principalmente corridas de rua, com provas de 5 km, 6 km, 10 km, meias-maratonas, infanto-juvenis, noturnas e triatlhon, há 17 anos. Seus mercados-alvos são empresas que buscam ações em marketing esportivo e praticantes profissionais e amadores de corrida de rua. A empresa D é uma entidade com fins lucrativos voltada ao entretenimento, ao esporte e a comunicação, que tem a organização de eventos de pedestrianismo como o seu principal produto, com provas de 5 km, 6 km, 8 km, 10 km, 15 km, 18 km, meiasmaratonas, maratonas, caminhadas, revezamentos e provas em pista de atletismo, há 20 anos. Seus mercados-alvos são pessoas interessadas em uma prática de atividade física como forma de entretenimento ou que buscam uma melhor qualidade de vida, além de empresas interessadas, excetuando-se concorrentes. TABELA 3 – Caracterização das empresas entrevistadas EMPRESA A SETOR DE ATIVIDADE Marketing e Eventos Esportivos B Clube Esportivo (corredores) sem fins lucrativos C Marketing e Eventos Esportivos D Entretenimento, Esporte e Comunicação PRODUTOS MERCADO Competições de Triathlon e Duathlon Profissionais e amadores de Triatlhon; Empresas Profissionais e amadores de Pedestrianismo; Empresas Profissionais e amadores de Pedestrianismo; Empresas Profissionais e amadores da prática de atividade física; Empresas Competições de Pedestrianismo e Treinamento para corredores Competições de Pedestrianismo Competições de Pedestrianismo AÇÕES DE MARKETING Desenvolver o produto; Promover o Triathlon Desenvolver o produto; Desenvolver o cliente Desenvolver o produto TEMPO DE MERCADO 20 anos Desenvolver o produto 20 anos 28 anos 17 anos 4. Resultados e Discussão Os resultados obtidos em relação aos objetivos das empresas, aos motivos de escolha da modalidade e os principais objetivos e estratégias de marketing desenvolvidas pelas empresas ao organizar eventos de pedestrianismo são apresentados e comparados entre as entidades. 4.1. Objetivos e escolha da modalidade pelas empresas Quanto aos objetivos das empresas identificamos que, devido ao crescimento da modalidade triatlhon no mundo e a carência de eventos dessa modalidade no Brasil, a empresa A decidiu atuar nesse mercado e tem como objetivo, ao organizar provas de triathlon, fomentar a modalidade no Brasil, buscando o crescimento de adeptos a modalidade no país, com formação e a inclusão social. No mesmo sentido do que foi obtido em relação à empresa A, a empresa B decidiu atuar em corridas de rua devido ao crescimento do pedestrianismo no mundo, a carência de competições para os praticantes no Brasil, além da falta de apoio técnico e financeiro a atletas amadores da modalidade para que pudessem atuar em grandes eventos esportivos entre eles os Jogos Olímpicos. Além dos objetivos relacionados a competição esportiva, os objetivos de B em organizar corridas de rua são ainda fomentar a modalidade no Brasil, buscar o crescimento do número de associados praticantes da modalidade ou não, com formação, promoção da saúde e inclusão social. A empresa C decidiu atuar em corridas de rua devido ao gosto de seu fundador pela prática de atividade física e pelo crescimento do Esporte e da modalidade no país. Por fim, a empresa D decidiu atuar em corridas de rua devido à descoberta desse segmento e o seu potencial, que necessitava de uma maior profissionalização dos eventos, visando oferecer uma forma de entretenimento à sociedade, agindo de forma sinérgica com o poder público. Fomentar a modalidade e o crescimento do pedestrianismo, tanto no número de provas como quanto no número de participantes, foram os principais motivos que levaram as empresas a escolher e atuar em corridas de rua, o que reafirma a tendência de crescimento apontada pelos dados da Federação Paulista de Atletismo (2009) e da Corpore (2010). Destacam-se ainda outros motivos, voltados a promoção da saúde, bastante referenciada em estudos da área; ao entretenimento e a inclusão social, que ainda não foram estudados em nosso meio. Dessa forma, é interessante notar que três das empresas direcionam suas ações pelo envolvimento com a modalidade esportiva e apenas uma passou a atuar no segmento de corrida de rua, visando a promoção, ou seja, consumindo o esporte como atividade de macromarketing. 4.2. Objetivos e estratégias de marketing Para alcançar seus objetivos, A, como estratégia de marketing, foca no seu produto, buscando realizar uma boa competição, com organização e infra-estrutura, além de inovações e divulgação de sua marca e de patrocinadores durante os eventos, para atrair cada vez mais participantes e parceiros. A entidade B tem com ações de marketing a oferta de bons e inovadores serviços, focando no produto e no cliente, com treinamentos específicos, eventos diversificados, que agreguem diferentes grupos sociais. As ações de marketing de C estão focadas no produto da empresa, que busca realizar boas e inovadoras competições de pedestrianismo, para atender e surpreender a expectativas dos participantes e parceiros a cada etapa do evento, além da divulgação de patrocinadores durante todo o processo. A empresa D centraliza suas ações de marketing no produto, através do qual a empresa busca manter sua marca, imagem, e forma de atuação com a sociedade, com uma forma diferenciada de agir a cada evento, buscando sempre inovar e melhorar a cada competição. Todas as empresas (A, B, C e D), buscando alcançar seus objetivos, desenvolvem cada vez mais o seu produto (corridas de rua) que, segundo Mullin, Hardy e Sutton (2004), são a “alma” da empresa e que acabam por atingir direta e indiretamente os outros aspectos do mix de estratégia marketing (preço, ponto e produto) deste mesmo produto. Para atender a expectativas de seus exigentes consumidores e clientes, a fim de atrair cada vez mais adeptos e participantes, as empresas demonstram preocupação constante em aprimorar e inovar seus produtos, realizando provas com quilometragens diferentes, em ambientes diferentes, provas para gêneros e idades distintas, etc., conforme preconiza a teoria, quanto à sobrevivência de empresas no ramo do marketing esportivo (PEREIRA NETTO, 2004) especialmente quanto à apresentação dos produtos aos clientes. A atenção quanto aos aspectos relativos à organização e a infra-estrutura dos eventos, citados pelos entrevistados, demonstra sua preocupação com o que diversos autores, entre eles Araraki (2007) que afirmam que as empresas organizadoras de eventos esportivos devem apresentar um evento bem estruturado e rentável aos possíveis patrocinadores. Outro aspecto comum apontado pelas empresas é a preocupação da manutenção e o desenvolvimento de uma boa imagem perante a sociedade e os seus clientes e consumidores, que, segundo Pitts e Stotlar (2002), essa é uma das razões para investimentos em promoção. No caso das provas de pedestrianismo, essa imagem está relacionada a aspectos como a saúde, o prestígio, a sustentabilidade, qualidade de vida, etc., potencializando, também, as ações de marketing dessas empresas. 4.3. O Ponto Cidade Universitária No tocante a Universidade de São Paulo (TABELA 4), a empresa A escolheu a Cidade Universitária para realização de seus eventos, devido principalmente a presença da Raia Olímpica do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP), pois como a natação, assim como a corrida, faz parte do triatlhon, assim, raia olímpica torna-se fundamental para a execução das provas, além do campus apresentar um bom percurso para as provas de corrida e ciclismo. No entender da empresa os fatores que dificultam a execução das provas de corrida de Rua na Cidade Universitária são a demora na divulgação de datas disponíveis para a realização das provas no campus além da grande restrição do número de provas que ocorreu do ano de 2009 para o ano de 2010. Quanto a ações de marketing, para a empresa A, a realização de eventos na Cidade Universitária, ao contrário da cidade de São Paulo com a Lei “Cidade Limpa” em vigor, permite, além da realização de um bom evento, a divulgação de sua marca e de parceiros e alguns de seus produtos através de banners, cartazes, etc. para o público. A empresa B, tem preferência por realizar eventos na Cidade Universitária devido às boas condições de estrutura, de trajeto para as provas e de acesso aos corredores, além de ser um ponto de treinamento de diversos corredores e a Cidade de São Paulo é carente de espaços que possam abrigar grandes eventos. Entretanto, assim como a empresa A, a empresa B vê como dificuldade à execução das provas de pedestrianismo na Cidade Universitária, a demora na divulgação de datas disponíveis para a realização das provas no campus além da grande restrição do número de provas que ocorreu do ano de 2009 para o ano de 2010. Já suas ações de marketing dentro do Campus estão voltadas também para o seu produto, buscando entregar uma boa competição a seus clientes e consumidores, além de divulgar sua marca e de seus parceiros. A empresa C realiza eventos na Cidade Universitária devido às boas condições de percurso, acesso e paisagismo que o local apresenta para a realização do evento, além de ser um local onde diversos praticantes treinam costumeiramente. Dentre fatores negativos, a empresa aponta que as regulamentações que estão ocorrendo na Cidade Universitária quanto aos eventos de corrida de Rua devem ser feitas, entretanto essas regulamentações não devem prejudicar de forma drástica os organizadores das corridas, buscando um consenso entre a Coordenação do Campus, sua comunidade e os organizadores. Quanto às ações de marketing, assim como faz em eventos fora da Cidade Universitária, a empresa C busca realizar um evento de destaque, bem organizado e rentável para todas as partes envolvidas, em todas as etapas do evento. Já a empresa D, escolheu a Cidade Universitária por acaso, pois um dos eventos do qual o entrevistado fazia parte possuía parte de seu percurso dentro da Cidade Universitária e como o evento possuía 42 km de extensão não era fácil encontrar espaço disponível na cidade de São Paulo. Assim, para que esse evento ocorresse, a Cidade Universitária foi selecionada. Outro fator determinante para a escolha da empresa é a forma como a Cidade Universitária se apresenta às pessoas (ambiente saudável, arborizado, organizado, circuito plano e segurança). No entender da empresa não há dificuldades em se organizar eventos dentro da Cidade Universitária, que possui independência e suas regras, que devem ser obedecidas, mantendo-se uma boa relação. Buscando se adequar ao formato exigido pela Cidade Universitária para a realização dos eventos, e a empresa nunca passou do limite em demonstrar que os produtos oferecidos durante as provas são essenciais ao consumidor (corredor) para a realização das provas, sendo para o consumo e não para promoção de algum patrocinador, assim como a aferição da glicemia e a pressão arterial, serviço médico, etc., sendo ações de troca com o participante, importantes para a realização dos eventos, não buscando ações de marketing puro, além da organização de uma excelente competição, dentro da Cidade Universitária. TABELA 4 - Organização de provas de pedestrianismo na Cidade Universitária EMPRESA FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS A Raia Olímpica; Estrutura B Estrutura C Estrutura Redução do número de provas; Atraso na divulgação de datas disponíveis Redução do número de provas; Atraso na divulgação de datas disponíveis. Alteração na regulamentação interna D Estrutura AÇÕES DE MARKETING Desenvolver o produto; Promover o triathlon; Promover a própria marca e marcas parceiras Desenvolver o produto; Promover a própria marca e marcas parceiras Desenvolver o produto; Promover a própria marca e marcas parceiras Desenvolver o produto; Promover a própria marca Como destacado na fundamentação teórica em relação ao mix de marketing, verifica-se que o Ponto é um aspecto relevante no processo decisório quanto ao produto evento esportivo. As empresas estudadas vêm na Universidade de São Paulo um local ideal para desenvolver as suas competições de pedestrianismo, devido ao modo com o qual o campus da Cidade Universitária se apresenta com bons trajetos para as provas, arborização, segurança, acessibilidade, etc., além de permitir a divulgação de marcas e patrocínios de forma mais ampla em relação à cidade de São Paulo, especialmente com as limitações impostas pela Lei “Cidade Limpa”. Por outro lado, para desagrado de algumas empresas, houve uma redução de datas disponíveis para organização de eventos do ano de 2009 para 2010, além do atraso comum da Coordenadoria do Campus em apresentar as empresas essas datas disponíveis, dificultando no planejamento das provas pelas empresas. 5. Conclusão A partir das análises realizadas pode-se concluir que as empresas decidiram atuar em corridas de rua devido, principalmente ao potencial de crescimento e desenvolvimento da modalidade no país, o que concomitantemente, fez com que surgissem mais praticantes e adeptos ao pedestrianismo, demonstrando que o produto corrida de rua apresenta-se no estágio de crescimento e maturidade do seu ciclo de vida. Para alcançar seus objetivos com as corridas de ruas, a principal estratégia de marketing apontada por essas empresas é a criação e o desenvolvimento de provas de corrida de rua (produto), de forma organizada, bem estruturada, responsável e rentável, tanto para a empresa, quanto para os clientes, consumidores e a própria comunidade, o que leva a empresa também a manter ou obter uma boa imagem, tanto da própria empresa quanto da modalidade, frente ao seu público, atraindo mais investidores e consumidores, formando e dando estrutura para cada vez mais atletas profissionais e amadores. Na Cidade Universitária, essas empresas têm a oportunidade de fazer esse plano de marketing ocorrer devido à estrutura apresentada pelo campus. Assim, cabe a Coordenadoria do Campus organizar-se para que a Cidade Universitária esteja cada vez mais preparada para receber tais eventos e buscar com esses mesmos eventos, numa ação mútua entre as empresas e a Universidade de São Paulo, desenvolver sua principal missão que é o ensino e a pesquisa, a pesquisa e a extensão universitária. Na realização dessas provas seria possível envolver estudantes e pesquisadores da área da saúde como a Educação Física, o Esporte, a Medicina e a Fisioterapia, da área de ciências exatas como a Engenharia e da área de ciências humanas como a Administração e a Propaganda e Marketing, pois as corridas de ruas são um evento multidisciplinar e buscar ações que ajudem no desenvolvimento de outras modalidades esportivas, trazendo benefícios para as empresas e para a comunidade. Por fim, com provas cada vez mais estruturadas e com o crescimento da idéia de uma pratica esportiva geradora de qualidade de vida, que combate as doenças da vida moderna como a depressão e a obesidade, tanto essas empresas quanto o atletismo tem a se desenvolver cada vez mais com as corridas de rua, gerando uma espécie de ciclo virtuoso crescente que só tem a beneficiar o Esporte no Brasil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, R. C. Comportamento do consumidor de materiais esportivos para a prática da corrida de Rua na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 2007, 101 p. Dissertação (Mestrado) Mestrado em Administração, Pedro Leopoldo– MG, Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo, 2007. ARAKAKI, B. B. Formas de obtenção de informação no processo decisório de investimento em Marketing Esportivo: um estudo exploratório em empresas de telecomunicação no Brasil. USP (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – CNPq) 2006/2007. 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