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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOLOGIA
Ítala Gabriela Dias de Araujo
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS
SEQUÊNCIAS CARBONÁTICAS DA SUB-BACIA DE
UNA-UTINGA E CORRELAÇÕES COM A SUB-BACIA DE
IRECÊ.
Salvador
2012
Ítala Gabriela Dias de Araujo
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS
SEQUÊNCIAS CARBONÁTICAS DA SUB-BACIA DE
UNA-UTINGA E CORRELAÇÕES COM A SUB-BACIA DE
IRECÊ.
Monografia apresentada ao Curso de Geologia,
Instituto de Geociências, Universidade Federal da
Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Geologia.
Orientador: Prof. Dr. Cícero da Paixão Pereira
Salvador
2012
TERMO DE APROVAÇÃO
Ítala Gabriela Dias de Araujo
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS SEQUÊNCIAS
CARBONÁTICAS DA SUB-BACIA DE UNA-UTINGA E
CORRELAÇÕES COM A SUB-BACIA DE IRECÊ.
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel
em Geologia, Universidade Federal da Bahia.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
1° Examinador - Prof.Cícero da Paixão Pereira- Orientador
Pesquisador Visitante do PRH-08 - Convênio ANP/UFBA
________________________________________________________________
2° Examinador – Prof. Dr. Aroldo Misi
Professor do Instituto de Geociências - UFBA
________________________________________________________________
3° Examinador – José Torres Guimarães - CPRM
Salvador, 11 de Julho de 2012
Agradecimentos
Agradeço primeiramente aos meus pais, Silvio e Valdira, por toda força e
incentivo no decorrer de todos esses anos, nunca deixando que eu desistisse dos meus
sonhos, ao meu irmão Cesar que sempre esteve ao meu lado nos momentos difíceis, e ao
meu namorado Alexandre Moitinho que esteve presente na minha vida acadêmica
passando ao meu lado por momentos bons e ruins, aguentando o meu bom e mal humor
sempre com uma palavra de conforto.
A meu orientador Prof. Dr. Cícero Paixão que, mesmo com muitos orientandos e
com suas ocupações, aceitou me auxiliar neste trabalho; ao Prof. Dr. Misi por toda
atenção e ajuda na confecção deste trabalho e não podia deixar de agradecer a força e
ajuda de todos no Grupo Metalogênese e aproveitar a oportunidade de agradecer por me
deixarem fazer parte deste grupo a Haroldo Sá, Denis, Pedro Garcia e Pedro Lelis.
Este trabalho, foi realizado com apoio financeiro da Companhia Baiana de
Pesquisa Mineral (CBPM), por meio do Projeto Mapa Metalogenético do Estado da
Bahia, Fase II. E com amostras dos furos de sondagem NR-03 e NR-04 cedidas pela
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).
Agradeço a todos os professores que me acompanharam e passaram pela minha
trajetória no curso de Geologia na Universidade Federal da Bahia.
Às amizades que construi na UFBA, que me ajudou a superar as adversidades ao
longo do curso, e que sei que posso contar para o resto minha vida.
Resumo
A sub-bacia de Una-Utinga é constituída por uma sequência sedimentar carbonática
depositada em um ambiente marinho epicontinental, tendo na base diamictitos
glaciogênicos da Formação Bebedouro. Esta sequência faz parte do Grupo Una,
classicamente subdividido em Formação Salitre (carbonatos, margas e pelitos) e
Formação Bebedouro (diamictitos glaciomarinhos), de idade neoproterozóica. As
sequências carbonáticas são portadoras de importantes registros de mineralizações de
sulfetos de Pb-Zn, além de rochas carbonáticas fosfátizadas (fosforito). Neste trabalho
foram identificadas três unidades litofaciológicas informais na sequência carbonática,
correlacionáveis às que foram previamente mapeadas na sub-bacia de Irecê, sendo da
base para o topo: Unidade C, Unidade B e Unidade B1. Na Unidade B1 são descritos
calcarenitos dolomitizados neomorfizados e bioconstruções estromatolíticas, formados
em ambientes de submaré/plataforma rasa. A Unidade B é constituída por
interestratificações de calcilutitos e margas, tendo sido interpretada como uma
associação litofaciológica de águas relativamente mais profundas, em ambiente de
talude/bacia. A Unidade C é constituída por calcários dolomíticos vermelhos e argilosos
depositados em ambiente inter/submaré raso, pós-glacial. Na sub-bacia de Una-Utinga,
rocha carbonática enriquecida em fosfato (fosforito) foi observada pela primeira vez nos
furos NR 03 e NR 04 (CPRM), redescritos detalhadamente neste trabalho. A rocha
fosfática encontra-se na forma de finas laminações (estromatolíticas?) na zona basal da
Unidade B1, na mesma posição estratigráfica dos estromatolítos colunares fosfatizados
de Irecê-Lapão, sub-bacia de Irecê. As mineralizações de Pb-Zn de Nova Redenção,
originalmente descritas em trabalhos da CPRM, mostram também um nítido controle
estratigráfico, além de estrutural (falhas com direção NW-SE). São constituídas
predominantemente por galena, esfalerita e pirita, ocorrendo principalmente de forma
disseminada, em bolsões e em veios. Nos furos estudados e nas áreas de ocorrência
(afloramentos) os sulfetos estão oxidados (cerussita e óxidos de Fe). As mineralizações
estão associadas aos calcarenitos/calcilutitos intraclásticos oncolitos dolomitizados da
porção superior da Unidade B1, na mesma posição estratigráfica das mineralizaçõs de
Pb-Zn da sub-bacia de Irecê.
Palavras-chave: sub-bacia de Una-Utinga, sub-bacia de Irecê, Formação Salitre, sulfetos
de Pb-Zn, fosfato.
Abstract
The Una-Utinga sub-basin consists of a carbonate sedimentary sequence deposited in an
epicontinental marine environment, and at the base of the glaciogenic diamictites of
Bebedouro Formation. This sequence is part of the Una Group, classically divided into
Salitre Formation (carbonates, marls and pelites) and Bebedouro Formation (diamictites
glaciomarine) of Neoproterozoic age. The carbonate sequences carries important
records of sulphide mineralization Pb-Zn, and phosphate rock (phosphorite). In this
study we identified three informal lithofaciologic units in carbonate sequences, which
were correlated to previously mapped in the Irecê sub-basin from base to top: Unit C,
Unit B and Unit B1. In Unit B1 are described dolomitised neomorfised calcarenites, and
stromatolites bioconstructions formed in subtidal environments / shallow platform. Unit
B is composed of lime mudstone and marl interestratifications, has been interpreted as a
relatively deeper water lithofaciologic sequence. Unit C is composed of dolomitic
limestone and red clay deposited in the shallow post-glacial environment. In the UnaUtinga Basin, carbonate rock of the unit B1 (partially) is a rock enriched in phosphate
rock (phosphorite) that was first observed in the holes NR 03 and NR 04 (CPRM),
redescribed in detail in this work. The phosphate rock is in the form of thin laminate
(stromatolitic?). The economic phosphate deposits of the Irecê sub-basin are in the same
stratigraphic position. The Pb-Zn mineralization of Nova Redenção, originally
described in studies of CPRM, also show a clear stratigraphic and structural control
(faults with NW-SE). They consist predominantly of galena, sphalerite and pyrite,
occurring mainly disseminated in veins and pockets. On the studied holes and
occurrence areas (outcrops) the sulfides are oxidized (cerussite and iron oxides). The
mineralizations are associated with calcarenites / calcilutites intraclastic oncolites
dolomitised of the upper portion of Unit B1, in the same stratigraphic position of
mineralizaçõs Pb-Zn sub-basin of Irecê.
Keywords: Una-Utinga sub-basin, Irecê sub-basin, Salitre Formation, sulphide
mineralization Pb-Zn, phosphate.
Sumario
INTRODUÇÃO
1.1
Localização e acessos _______________________________________________ 14
1.2
Objetivos __________________________________________________________ 15
1.2.1 Objetivo Geral:................................................................................................................... 15
1.2.2 Objetivos Específicos: ......................................................................................................... 15
1.3 Justificativa ___________________________________________________________ 15
1.4 Sistemática de Trabalho _________________________________________________ 16
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Rochas Carbonáticas ____________________________________________________ 17
2.1.1 Grãos Aloquímicos ............................................................................................................. 17
2.1.2 Micrita ............................................................................................................................... 20
2.1.3 Espatito .............................................................................................................................. 21
2.2 Classificação das Rochas Carbonáticas. _____________________________________ 21
2.3 Feições Diagenéticas das Rochas Carbonáticas ________________________________ 27
2.5 Aspectos Econômicos ___________________________________________________ 31
CAPÍTULO 3
GEOLOGIA REGIONAL
3.1 Supergrupo Espinhaço _________________________________________________ 34
3.2 Supergrupo São Francisco ________________________________________________ 34
3.2.1 Grupo Una ......................................................................................................................... 34
3.3 Evolução Tectônica da Sub-Bacia de Una-Utinga e Irecê ________________________ 42
CAPÍTULO 4
ANÁLISE PETROGRÁFICA
4.1 Sub-Bacia de Una-Utinga – Descrição do Furo de Sondagem NR-03 ______________ 49
4.1.1 Unidade B1......................................................................................................................... 49
4.1.2 Unidade B .......................................................................................................................... 57
4.2 Sub-bacia de Irecê ______________________________________________________ 61
4.2.1 Unidade C .......................................................................................................................... 61
4.2.2 Unidade B .......................................................................................................................... 62
4.2.3 Unidade B1......................................................................................................................... 64
CAPÍTULO 5
CORRELAÇÃO DAS UNIDADES DA FORMAÇÃO SALITRE DA SUB-BACIA DE
UNA-UTINGA COM A SUB-BACIA DE IRECÊ.
5.1 Unidade C ____________________________________________________________ 77
5.2 Unidade B1 ___________________________________________________________ 78
5.2.1 Fosforito na sub-bacia de Una-Utinga ................................................................................ 82
5.2.2 Fosforito na sub-bacia de Irecê ........................................................................................... 83
5.2.3 Depósito de Nova Redenção ................................................................................................ 85
5.3 Unidade B ____________________________________________________________ 90
CAPÍTULO 6
CONCLUSÃO.................................................................................................................92
CAPÍTULO 7
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................93
ANEXO 01......................................................................................................................96
ANEXO 02......................................................................................................................98
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. 1: Mapa de localização da sub-bacia de Una-Utinga, adaptado: Morais Filho (2001).
14
Figura 2. 1: Oólitos constituintes aloquímico das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. 2010.
18
Figura 2. 2: Oncolitos constituintes aloquímicos das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. 2010. 18
Figura 2. 1: Pelóides e Pelóides Fecais constituintes aloquímico das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et
al. 2010.
19
Figura 2. 2: Esferulitos constituintes aloquímicos das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. 2010. 19
Figura 2. 3: Intraclastos constituinte aloquímico das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. 2010.
20
Figura 2. 4: Bioclastos constituinte aloguimico das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. 2010.
20
Figura 2. 7: Esquema descritivo e qualitativo da classificação de calcários, segundo Folk (19962).
adaptado de Suguio, 2003.
22
Figura 2. 8: Classifacação das rochas carbonáticas (adaptado de Dunham, 1962).
22
Figura 2. 5: Classificação de rochas carbonáticas de Embry e Klovan (1971).
23
Figura 2. 6: Classificação de rochas carbonáticas, segundo Terra et al. (2010).
25
Figura 2. 7: Classificação de rochas carbonáticas, segundo Terra et al. (2010).
26
Figura 2. 8: Empacotamento Cúbico e romboédrico, e deformação de oóides. Adaptada de Giannini
(2000).
27
Figura 2. 9: Classificação dos tipos de porosidade de acordo com Choquette & Pray (1970).
31
Figura 2. 10: Coluna Estratigrafica proposta para a formação Salitre.
32
Figura 2. 11: Coluna estratigráfica da Formação Salitre proposta por Bomfim et al. (1985).
33
Figura 3. 1: Mapa geolégico simplificado do Cráton São Francisco. Fonte: Mapa Geológico do Brasil
1:2.500.000 CPRM (Bizzi et al. 2001) com modificações.
36
Figura 3. 2: Esquema do modelo deposicional para a deposição da formação Bebedoudo. Guimarães &
Pedreira (1990).
39
Figura 3. 3: Coluna estratigráfica do Grupo Una. Fonte: Misi & Silva, 1996
43
Figura 3. 4: Estágios de evolução do Cráton do São Francisco (Dominguez, 1993)
45
Figura 3. 5: Estágios de evolução do Cráton do São Francisco (Dominguez, 1993)
46
Figura 4. 1: Seção geológica do furo de sondagem NR-03. Fonte: Moraes Filho (2001).
48
Figura 4. 2: Coluna estratigráfica do Grupo Una. Fonte: Misi & Souto, 1974
49
Figura 4. 3: coluna estratigrafica para a Sub-bacia de Una-Utinga
63
Figura 4. 4: Mapa com os afloramentos visitados na sub-bacia de Una-Utinga.
64
Figura 5. 1: Mapa geológico simplificado da área mineralizada em sulfetos em Nova Redenção, Bacia de
Una-Utinga. Adaptado de Moraes Filho & Leal (1990).
89
LISTA DE TABELAS
Tabela 2. 1: Classificação textural de rochas carbonáticas. Adaptada de Bramkm & powers 1985 e Folk
1959.
23
Tabela 2. 2: Correlação entre as unidades lito-estratigráficas, adaptado de Misi & Silva (1996). 33
LISTA DE FOTOS
Foto 3. 1: clastos, em uma matriz argilosa, bastante alterada. Formação Bebedouro. Cordenadas:
241450/8730295 mN.
38
Foto 3. 2: Amostra de quartzito arcosiano. Coordenadas: 0240880/8730990 mN.
39
Foto 3. 3: A- vista do afloramento; B- detalhe da rocha com feições diagenética de dissolução com
estilolitos.
40
Foto 3. 4: : A- visão geral do afloramento ; B- detalhe da unidade B. Coordenadas: 240384/ 8733798 mN.
41
Foto 3. 5: A- Estrutura estromatolitica colunar - espécie Jurussânia; B: Estrutura sedimentar tepee.
Coordenadas: 194230/ 8784685 mN.
42
Foto 4. 1: Diamictitos da Fm. Bebedouro. A: afloramento em corte de estrada, mostrando um seixo do
embasamaneto bastante alterado. Visada em perfil do Ponto IG-11. (286781mE e 8583380mN). B:
amostra retirada de afloramento em corte de estrada, mostrando seixos menores que 1cm de composição
variada de rochas pretéritas ao diamictito. Ponto IG-02 (247241mE e 8588442mN).
50
Foto 4. 2: Dolomito vermelho da Unidade C. A: afloramento em corte de estrada, mostrando greta de
ressecamento. Visada em planta do Ponto IG-11. (286781mE e 8583380mN). B: vista geral do
afloramento.
51
Foto 4. 3: A primeira litologia a aparecer no furo NR-3: Calcarenito/ Calcilutito intraclástico oncolítico
dolomitizado.
52
Foto 4. 4: A- estrutura de brecha formada por estilolitização e pontuações de metálicos pretos
disseminados a uma profundidade de 7,35; B- presença de estilolitização a uma profundidade de 6,15.
53
Foto 4. 5: A- Canga/Brecha sílico-ferruginosa encontrada a uma profundidade de 7,85m. B- pigmentação
milimétrica de sulfeto no calcilutito neomorfizado a uma profundidade de 16,80.
54
Foto 4. 6: : A: Afloramento de depósito do tipo “stratabound” epigenético de sulfeto de Pb e Zn. B:
detalhe mostrando a alteração da galena para óxido de Pb. Vista em perfil. Ponto IG-05 (269798 mE e
8584096 mN).
54
Foto 4. 7: foto da caixa do furo de sondagem NR-03 com os Calcalcilutitos/calcarenitos finos
neomorfizados dolomitizados.
55
Foto 4. 8: Calcilutito/calcarenito neomorfizado dolomitizado com intensa porosidade móldica e vugular.
55
Foto 4. 9: Calcilutitos/calcarenitos finos neomorfizados dolomitizados com estratificação cruzada. Furo
NR-03 em uma profundidade de 98,00 m.
56
Foto 4. 10: Teste de molibidato de amônio indicando a presença de fosfato.
56
Foto 4. 11: Unidade B na caixa onde fica armazenado, no furo NR-03: A - caicilutito silicificado; B nível de calcarenito.
60
Foto 4. 12: A: Afloramento na gruta Lapa do Bode de calcilutito intercalado com marga. B:vista em
detalhe do afloramento em perfil. Ponto IG-08. Coordenada UTM 275892/ 8569038.
61
Foto 4. 13: Afloramento da Unidade C. Estruturas como gretas de ressecação e estilolitos podem ser
observadas em planta (A) e perfil (B). Coordenadas UTM: 237045/8733720.
65
Foto 4. 14: Calcilutito intercalado com marga. B - visão em perfil do afloramento; A - visão em detalhe.
Coordenadas 240384/ 8733798 mN.
66
Foto 4. 15: A- visão geral do afloramento, no Povoado de Achado; B- estratificação cruzada, a seta da
escala indica o topo da sequência. A paleocorrente está para oeste. Coordenadas UTM: 196630/8746185.
69
Foto 4. 16: Afloramento com nível de estromatólitos do gênero Jurussania Krylov, entre os calcarenitos.
Localizado no Povoado de Achado. Coordenadas UTM: 196630/8746185.
70
Foto 4.17: Bloco rolado de calcarenito peloidal da Unidade B1, com uma dobra devido ao tectonismo que
atuou na bacia. Localizado na Fazenda Canaã. Coordenadas UTM: 194230/8784685.
70
Foto 4. 18: bioconstrução estromatólitica do gênero Jurusania Krylov. Localizado à margem esquerda da
Ba-052 no sentido Morro do Chapéu-Irecê. Coordenadas UTM: 194230/8784685.
71
Foto 4. 19: bioconstrução estromatólitica do gênero Jurusania Krylov tendo como substrato camadas de
Calcarenito Intraclástico Pleoidal. Localizado na Fazenda Canaã. Ponto 12, vista em perfil. Coordenadas
UTM: 194230/8784685.
72
Foto 4. 20: Vista em planta, mostrando as colônias separadas por canais preenchidos por calcarenito
intraclástico. Localizado na Fazenda Recife. Coordenadas UTM: 278416/8772449.
72
Foto 4. 21: Indício de fosfato na Faz. Recife, no nível estromatolítico. Vista em perfil. Coordenadas
UTM:278432/8772010.
73
Foto 4. 22: Indício de fosfato na Faz. Recife, no nível estromatolítico de Jurussnnia Krylov, visto em
planta. Coordenadas UTM:278432/8772010.
74
Foto 4. 23: Afloramento do tipo lajedo mostrando de níveis coloração variando de cinza-claro a cinza
escuro, com dimensões milimétricas a centimétricas. Localizado no povoado de Ipanema. Coordenadas
UTM: 216838/8741795.
75
Foto 4.24: Afloramento do tipo lajedo mostrando nível brechado com retrabalhamento e remobilização de
intraclastos centimétricos. Localizado no Povoado de Ipanema. Coordenadas UTM: 216838/8741795.
75
Foto 4.25: Afloramento visto em planta, de Laminitos Microbiais mostrando níveis de “tepees”
intercalados por camadas de lama (setas vermelhas) com textura maciça, evidenciando uma ciclicidade na
exposição subaérea dos sedimentos. Localizado na Fazenda Catavento. Coordenadas UTM:
197583/8745650.
76
Foto 4. 26: vista em planta do afloramento localizado na Fazenda Catavento, com nódulos de sílica (seta
verde) e calcita (seta vermelha). Feição diagenética do tipo substituição. Coordenadas UTM:
197583/8745650.
76
Foto 5. 1: Afloramentos da unidade C. A: afloramento dos Dolomito vermelho em corte de estrada,
mostrando greta de ressecamento. Visada em planta do Ponto IG-11. (286781mE e 8583380mN) subbacia de Una-Utinga. B:Estruturas como gretas de ressecamento e estilolitos podem ser observadas em
planta e perfil. Coordenadas UTM: 237045/8733720 na sub-bacia de Irecê
82
Foto 5. 2: Afloramento mostrando nível de exposição e quebramento com retrabalhamento e
remobilização de intraclastos centimétricos. A: vista em perfil na sub-bacia de Una-Utinga, Fazenda
Lagoa Preta UTM: 280101/8654320 B. vista em perfil na sub-bacia de Irecê. Povoado de Ipanema,
coordenadas UTM: 216838/8741795
83
Foto 5. 3: Calcarenitos finos neomorfizados dolomitizados da Unidade B1 com estratificação cruzada. A:
Furo NR-03 em uma profundidade de 98,00 m. B: vista em perfil do afloramento no Povoado de Achado
Coordenadas UTM: 196630/8746185.
83
Foto 5.4: Teste de molibidato de amônio indicando a presença de fosfato. A: furo de sondagem NR-03
93,00 B: furo de sondadem NR 04
85
Foto 5. 5: Pedreira de fosfato. Coordenadas: 236727/8733402
86
Foto 5.6: calcilutitos/calcarenitos neomorfizados dolomitizados rocha hospedeira dos sulfetos de Zn e Pb.
A seta mostra uma fratura preenchida por galena e cerussita. As fraturas teriam servido como dutos para a
passagem do fluido mineralizado. 269798mE e 8584096Mn
87
Foto 5.7: Visão Panorâmica da zona mineralizada em Pb-Zn de Nova Redenção, Bacia de Una-Utinga,
setor Sete Lagoas. Fonte: Misi, 1996
88
Foto 5.8: Galena vista no afloramento em perfil.A: galena pouco alterada; B: detalhe mostrando a
alteração da galena para óxido de Pb. Ponto IG-05 (269798 mE e 8584096 mN).
88
Foto 5.9: Brecha sílico- ferruginosa. A: amostra do furo de sondagem NR-03 7,35; B: vista em perfil no
campo. Ponto 6 (271134 mE e 8584720 mN).
89
Foto 5.10: A: Afloramento de depósito do tipo “stratabound” epigenético de sulfeto de Pb e Zn. B:
detalhe mostrando a alteração da galena para óxido de Pb. Vista em perfil. Ponto IG-05 (269798 mE e
8584096 mN).
90
Foto 5.11:bolsões de sulfetos maciços; A: vista geral do afloramento; B: vista em detalhe. (269673 mE e
8586247 mN).
91
Foto 5.12: Calcilutito intercalado com marga. A -visão em perfil do afloramento na sub-bacia de
Irecê.Coordenadas 240384/ 8733798 mN. B – visão em perfil do afloramento na sub-bacia de UnaUtinga. Coordenadas UTM: 282594 mE/ 8621561mN
92
LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS
Fotomicrografia 4. 1: Lâmina do Grainstone, com calcita espática (Cal) preenchendo fraturas, calcita
neomórfica(Cal) e dolomitização (Dol), além de intraclastos e oncolitos. Os minerais opacos estão
disseminados na lâmina. Luz plana (A) e nicóis cruzados (B). Lâmina NR-03- 7,35 aumento de 2,5x. ... 54
Fotomicrografia 4. 2: Lâmina totalmente recristalizada com Calcita neomórfica (Cal) associada a
dolimitização (Dol) e minerais opacos (Opc). Nicóis cruzados. Lâmina NR-03-16,80. ........................... 55
Fotomicrografia 4. 3: Microespatito Dolomitizado, com calcita neomórfica (Cal) associada à dolomita
(Dol), além de quartzo (Qtz), e visível porosidade vugular (Vug). Luz plana (A) e nicóis cruzados (B).
Lâmina NR-03-42,70 aumento de 2,5x. ................................................................................................. 56
Fotomicrografia 4. 4: Doloespatito; dolomita (Dol) e estilolitização (Esti). Nicóis cruzados. Lâmina NR03-101,30 com aumento de 10x. ........................................................................................................... 56
Fotomicrografia 4. 5: Mudstone levemente neomorfizado, lâmina NR03-123,45, com Calcita neomórfica
(Cal) associada a dolomita (Dol), além de quartzo (Qtz), e minerais opacos (Opc). Nicóis cruzados (A) e
Luz plana (B) aumento de 2,5x. ............................................................................................................ 59
Fotomicrografia 4. 6: Lâmina NR-03 137,55 com falha preenchida por calcita maclada e borda
silicificada. Nicóis cruzados (A) e Luz plana (B) aumento de 2,5x. ........................................................ 60
Fotomicrografia 4.7: Lâmina ICM-16 mostrando um nível rico de oncolitos (Onc) com calcita neomórfica
e dolomita (Dol) associada e quartzo (Qtz). Nicóis cruzados e um aumento de 10x. ............................... 63
Fotomicrografia 4.8: Lâmina ICM-14, mostrando estratificação plano-paralela com níveis de maior
concentração de terrígenos e matéria orgânica interestratificados com níveis ricos em oncolitos com
calcita neomórfica e dolomita associada. Nicóis cruzados (A) e Luz plana (B), aumento de 2,5x. ........... 64
Fotomicrografia 4. 9: lâmina ICM- 10, mostrando um Grainstone constituído por intraclastos (Intra),
juntamente com peloides (Pel) e calcita neomórfica. Luz plana e um aumento de 2,5x. .......................... 73
Fotomicrografia 4.10: lâmina ICM-4 bastante dolomitizada e neomorfizada com calcita e dolomita
associadas (Cal + Dol), concreções preenchidas por calcita espática (Cal Esp) e estilolitos sublinhados por
matéria orgânica (Est). Nicóis cruzados e um aumento de 2,5x. ............................................................. 74
Fotomicrografia 4. 11: lâmina ICM-23, mostrando Bioconstruções estromatolíticas do gênero Jurussania
Krylov, com fosfato (níveis mais escuros). Nicóis cruzados (A) e Luz plana (B) e um aumento de 2,5x. 74
Fotomicrografia 4.12: lâmina ICM-11, mostrando o Grainstone Peloidal Neomorfizado Dolomitizado
com micro-falhas preenchidas por calcita espática (Fra Cal), estilolitos preenchidos por matéria orgânica
(Est) e calcita e dolomita associadas (Cal + Dol). Nicóis cruzados e um aumento de 10x. ...................... 75
Fotomicrografia 4. 13: lâmina ICM -12, mostrando estratificação plano-paralela com níveis mais escuros
ricos em matéria orgânica e níveis mais claros com pelóides (Pel) e calcita e dolomita associadas (Cal +
Dol). Nicóis cruzados e um aumento de 10x. ......................................................................................... 76
Fotomicrografia 5. 1: A: Grainstone, com calcita espática (Cal) preenchendo fraturas, calcita
neomórfica(Cal) e dolomitização (Dol), além de intraclastos e oncolitos. Os minerais opacos estão
disseminados na lâmina. Luz plana. Lâmina NR-03- 7,35 com aumento de 2,5x.; B: Grainstone
constituído por intraclastos (Intra), juntamente com pelóides (Pel) e calcita neomórfica. Lâmina ICM-10:
luz plana e um aumento de 2,5x...................................................................................................................82
Fotomicrografia 5. 2:A: Mudstone levemente neomorfizado, com Calcita neomórfica (Cal) associada à
dolomita (Dol), além de quartzo (Qtz), e minerais opacos disseminados (Opc). Luz plana. Lâmina NR03123,45, com o aumento de 2,5x; B: wackestone levemente neomorfizado dolomitizado estratificação
plano-paralela com níveis de maior concentração de terrigenos e matéria orgânica interestratificados com
zonas ricas em oncolitos com calcita neomórfica e dolomita associada. Lâmina ICM-14 em luz plana
com aumento de 2,5x. .......................................................................................................................... 91
13
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
As sequências carbonáticas da sub-bacia de Una-Utinga descritas neste
trabalhopertencem à formação Salitre do Grupo Una de idade Neoproterozóica, que
integram as coberturas sedimentares do Cratón do São Francisco pertencente ao
supergrupo São Francisco.
Este supergrupo resulta da sedimentação de uma ampla plataforma carbonática,
muito rasa, que se processou durante o Neoproterozóico, abrangendo uma boa parte do
território brasileiro e cujos registros mais importantes estão preservador na Bahia, em
Minas Gerais e em Goiás (Misi & Silva, 1996).
O
Supergrupo
São
Francisco
compreende
um
conjunto
de
rochas
predominantemente carbonáticas, depositadas em ambiente marinho com registro de
sedimenhtação glaciogênica.
A Formação Salitre é dividida em cinco unidades informais segundo Misi (1979)
da base para o topo: Unidade C, Unidade B, Unidade B1, Unidade A e Unidade A1.
Estas unidades são correlacionáveis com as descritas no trabalho de Bomfim et al.
(1985): Nova América, Gabriel, Jussara e Irecê.
O estudo petrográfico das litofacies carbonáticas da sub-bacia de Una-Utinga
permitiu a correlação com as litofacies carbonáticas da sub-baia de Irecê, bem como um
melhor entendimento do seu potencial econômico para sulfetos (Pb e Zn) e
principalmente para fosfato. Mostrando assim, que o Grupo Una se desenvolveu em
uma bacia intracratônica ampla e rasa, e as duas sub-bacias foram separadas
tectonicamente.
14
1.1 Localização e acessos
A área de estudo está localizada na porção central do Estado da Bahia, a cerca de
420km de salvador na região da Chapada Diamantina (Figura 1.1), com uma área de
aproximadamente 5.026 km2.
Figura 1. 2: Mapa de localização da sub-bacia de Una-Utinga, adaptado: Moraes Filho et al. (2001).
As duas principais rodovias de acesso à região são a BA-142 e a BR-242, que
cruzam toda a região. Uma opção para chegar à área de estudo é partindo de Salvador
pela BR-324 e seguir até o Paraguaçu, pegar a BR- 242 seguir até depois de Itaberaba
99km até a entrada da BA- 142.
O acesso aos pontos visitados neste trabalho pode ser realizado através de estradas
pavimentadas, carroçáveis, caminhos e trilhas. O mapa com os pontos visitados na subbacia de Una-Utinga encontra-se em anexo, bem como os mapas com os pontos
visitados na sub-bacia de Irecê (anexo 1).
15
1.2
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral:
O objetivo do trabalho é a caracterização petrográfica das associações carbonáticas
da Formação Salitre da sub-bacia de Una-Utinga, a partir das amostras coletadas do furo
de sondagem NR-03, realizado pela CPRM, e comparar com as unidades carbonáticas
existentes na sub-bacia de Irecê. A presença de depósitos de fosfato e de Pb-Zn
associados a rochas carbonáticas dolomitizadas e o controle estratigráfico desses
depósitos justificam a execução de trabalhos dessa natureza.
1.2.2 Objetivos Específicos:
1. Visita de campo às sub-bacias de Uma-Utinga e de Irecê para
entendimento do empilhamento estratigráfico e coletas de amostras das
diversas unidades para confecção de lâminas delgadas.
2. Interpretar as lâminas delgadas e o ambiente de deposição das unidades
descritas.
3. Interpretação do potencial econômico das rochas carbonáticas presentes
na área para mineralizações de fosfato (principalmente) e de sulfetos de
Zn-Pb.
1.3 JUSTIFICATIVA
Do ponto de vista geotectônico, a principal característica da área é a presença
de sub-bacias Irecê e Una-Utinga intracratônicas (epicontinentais), formadas durante a
fragmentação do supercontinente Rodinia, entre 900 e 600 Ma.
A evolução comum dessas sub-bacias no âmbito regional, formando grandes
áreas distribuídas em todo o Cráton do São Francisco, reflete-se nas sucessões
estratigráficas, que podem ser correlacionadas por longas distâncias. Uma vez que os
controles das mineralizações de fosfato (principalmente) e de sulfetos de Zn-Pb estão
controladas estratigráficamente (alem de outros controles), as correlações entre essas
bacias, onde já se conhecem mineralizações econômicas, torna-se imperativa.
A caracterização petrográfica detalhada será utilizada neste trabalho para
identificar as fácies carbonáticas juntamente com seu ambiente de deposição e
principalmente identificar as litologias mineralizadas.
16
Tendo isto em vista, pode-se questionar: as bacias em questão foram separadas
tectonicamente? Possuem as mesmas fácies carbonáticas, e será que apresentam o
mesmo potencial econômico?
1.4 SISTEMÁTICA DE TRABALHO
O trabalho seguiu algumas etapas visando atingir os objetivos:
1. Coleta de dados bibliográficos sobre as sub-bacias de Irecê e Una-Utinga,
que abordem a evolução tectônica das bacias, seu ambiente de deposição,
as fácies da formação Salitre e a mineralização de fosfato e sulfetos de
Zn-Pb presente na área.
2. Um Trabalho de campo para a sub-bacia de Irecê e dois para a sub-bacia
de Una-Utinga para a coleta de amostras e confecção de lâminas delgada
para os estudos petrográficos.
3. Visita a litoteca da CPRM em Feira de Santana para a coleta de amostras
do Furo de sondagem NR-03, para descrição macroscópica e microscópica
da seqüência carbonática da sub-bacia Una-Utinga.
4. Análise, classificação e organização das informações obtidas e o
estabelecimento das relações existentes entre os dados das bacias
mencionadas;
5. Redação do trabalho de conclusão de curso e apresentação para a banca
examinadora.
17
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Rochas Carbonáticas
O calcário deriva do termo latino "calcarius" e significa "o que contém cal".
Segundo Suguio (2003), as rochas carbonáticas perfazem de 25% a 35% das
seções estratigráficas. Entre os principais tipos de carbonatos, tem-se: calcita – CaCO3 ;
dolomita – CaMg(CO3); siderita – FeCO3 ; magnesita – MgCO3 e ankerita –
Ca(Mg,Fe)(CO3). Os dois primeiros são os mais estudados e os mais comuns.
As rochas carbonáticas mecanicamente transportadas são constituídas por três
partes: arcabouço, matriz e cimento. Segundo Rangel (2002), o tipo de grão presente e a
sua abundância relativa associada com a matriz e cimento possuem um significado
importante para o estudo e a interpretação paleoambiental.
2.1.1 Grãos Aloquímicos
Folk (1959), denominou como aloquímicos os grãos formadores do arcabouço
que perfazem em geral seis principais tipos texturais. Os grãos aloquímicos são gerados
no interior da bacia sedimentar, podendo ou não sofrer transporte. Os pincipais grãos
aloquímicos descritos por Terra et al.(2010) são: oólitos, oncolitos, pelóides, esferulitos,
intraclastos e bioclastos.
a. Oólitos
Os oólitios são partículas envelopadas, esféricas a subesféricas, originadas por
acresção físico-química em torno de um núcleo. Os oólitos possuem em geral
granulometria tamanho areia, variando normalmente entre 2,0 e 0,5 mm, mas em alguns
casos podem ultrapassar os 2,0mm (Terra et al. 2010).
Segundo o autor citado acima a estrutura interna dos oólitos é formada por
envelopes concêntricos contínuos, em torno do núcleo, constituídos por cristais
aciculares
de
aragonita
com
os
seus
eixos
maiores
dispostos
tangencialmente(concêntrico tangencial) ou radialmente (concêntrico radial) à
superfície do grão ( Figura 2.1).
Os oólitos antigos, entretanto, apresentam frequentemente estrutura fibro-radiada,
essencialmente diferente da estrutura tangencial dos oólitos aragoníticos recentes, o que
foi interpretado como resultado da recristalização da aragonita para a calcita. Outros
18
artigos mencionados no trabalho deste autor mostram que a mineralogia dos oólitos no
tempo geológico se alterou entre aragonítica e calcítica.
Figura 2. 1: Oólitos, constituintes aloquímicos das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. 2010.
Os oólitos marinhos são bons indicadores paleobatimétricos e da energia
deposicional, pois são formados predominantemente em águas rasas e agitadas, onde
são depositados como barras de calcarenitos
b. Oncolitos
Segundo Terra et al. (2010), os oncolitos são grãos formados pela acreção organosedimentar de cianobactérias. Eles caracterizam-se por possuírem envelopes
descontínuos, geralmente pouco nítidos, frequentemente com sedimento interno preso
entre os envelopes e forma subesférica a subelíptica. A forma externa dos oncolitos,
assim como nos oólitos, é dependente da forma dos núcleos no início. Com o
desenvolvimento da acreção, os oólitos tendem a ser mais esféricos que os oncolitos, já
que o processo de acreção inorgânica exige uma energia ambiental muito mais elevada
que a acreção orgânica (Figura 2.2).
Figura 2. 2: Oncolitos constituintes aloquímicos das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. 2010.
19
c. Pelóides e Pelóides Fecais
Os pelóides são definidos por Terra et al. (2010), como grãos micríticos de forma
subesférica sem estrutura interna. Eles podem ser originados por grãos aloquímicos
micritizados de origem desconhecida, clastos de lama ou então fragmentos de bioclastos
micritizados arredondados e não reconhecíveis como bioclastos.
Os pelóides fecais são os grãos circulares ou elipsóidal de seção circular, com
diâmetro em geral entre 0,1mm e 0,5mm de origem fecal (Figura 2.3).
Figura 2. 3: Pelóides e Pelóides Fecais, constituintes aloquímico das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al.
(2010).
d. Esferulitos
Os esferulitos de acordo com Terra et al, (2010), são partículas de forma esférica ou
subesférica de contornos lisos ou lobados e tamanho geralmente menor que 2mm. Não
apresentam núcleo e sua estrutura interna é variada, desde estrutura radiada a vacuolada
(Figura 2.4).
Os esferulitos são considerados partículas in situ e podem ocorrer de forma isolada
ou amalgamada. Os mesmos podem ser retrabalhados e por este motivo incluindos pelo
autor como grãos aloquímicos.
Figura 2.4: Esferulitos, constituintes aloquímicos das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. (2010).
20
e. Intraclastos
Os intraclastos são fragmentos penecontemporâneos de sedimentos carbonáticos
parcialmente litificados, que são erodidos da superfície de deposição e redepositados
como um novo sedimento (Terra et al., 2010). Podem ser constituídos de lama
parcialmente consolidada ou de areia carbonática parcialmente litificada (Figura 2.5).
O reconhecimento da composição dos intraclastos nas rochas carbonáticas é
importante para a reconstituição do paleoambiente.
Figura 2. 5: Intraclastos, constituinte aloquímico das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. (2010).
f. Bioclastos
Os bioclastos são os principais constituintes das rochas carbonáticas e englobam
todos os fosseis de estruturas calcárias de organismos ou fragmentos dessas estruturas
(Figura 2.6). O método mais utilizado para a identificação dos bioclastos é a petrografia
(Terra et al,., 2010).
Figura 2.6: Bioclastos, constituinte aloguimico das rochas carbonáticas. Fonte: Terra et al. (2010).
2.1.2 Micrita
De acordo com Terra et al. (2010) matriz microcristalina, também denominada
lama carbonática é um dos constituintes mais comuns e abundantes em rochas
carbonáticas. O autor define lama carbonática como todo material carbonático
constituído de cristais menores que 4 µm. Atualmente, todo material menor que 0,0625
mm, que corresponde a granulometria silte, é normalmente tratado como matriz.
21
A micrita resulta da desintegração de esqueletos de organismos, depositando-se
por decantação em ambientes de baixa energia, como as bacias oceânicas profundas ou
lagunas.
2.1.3 Espatito
A calcita espática ou espatito segundo Suguio (2003) ocorre como cimento de
preenchimento dos espaços porosos. A calcita espática é precipitada quimicamente. As
rochas carbonáticas com cimento espático formam-se em ambiente de alta energia, onde
a micrita não pode decantar. Os ambientes com níveis intermediários de energia podem
produzir rochas com micrita e espato misturado.
Os minerais carbonáticos mais importantes que cimentam são a aragonita, a
calcita magnesiana, a calcita de baixo ter de magnésio e a dolomita.
2.2 Classificação das Rochas Carbonáticas.
As rochas carbonáticas possuem diversas classificações baseadas em
características, tais como, tamanho da partícula, relação micrita/ alóquímicos/espato,
natureza dos bioclastos e feições texturais.
Pettijohn (1957 apud Suguio, 2003) apresentou um esquema fundamentalmente
genético, baseado no critério petrográfico que, conforme a granulometria recebe um
nome específico:
NOME
CALCIRRUDITO
CALCARENITO
CALCISSILTITO
CALCILUTITO
TAMANHO
> 2mm
2 - 0,062 mm
0,062 - 0,0039 mm
< 0,0039 mm
A classificação de Folk (1968 apud Suguio, 2003) é fundamentalmente
composicional baseando-se nas quantidades relativas de micrita e calcita espática, bem
como, no tipo de componente aloquímico, presente na rocha (figura 2.7).
22
Figura 2. 7: Esquema descritivo e qualitativo da classificação de calcários, segundo Folk (1968). adaptado de
Suguio, 2003.
A classificação de Dunham (1962 apud Suguio, 2003) é baseada na textura
deposicional logo, sugere que exista uma distinção fundamental entre os carbonatos,
conforme as características hidrodinâmicas dos ambientes de sedimentação. E enfatiza
as feições texturais das rochas (figura 2.8).
Figura2. 8: Classifacação das rochas carbonáticas (adaptado de Dunham, 1962). Fonte: Terra et al.
(2010)
A denominação das rochas carbonáticas é adaptada dos nomes granulométricos
das rochas terrígenas, porem não possuem o mesmo significado paleoambiental. A
Petrobrás usa uma classificação que combina o nome granulométrico de Pettijohn (1957
23
apud Suguio, 2003) com a razão espato/micrita, o componente aloquímico e as feições
diagenéticas (variações) (Tabela 2.1).
Tabela 2.1: Classificação textural de rochas carbonáticas. Adaptada de Bramkm & Powers 1985 e Folk
1959.
Classificação de Embry e Klovan (1971), segundo Terra at al. (2010), é uma
ampliação de Dunham para as rochas recifais. Os autores responsáveis por esta
classificação utilizaram a classificação de Dunham, eliminando a categoria Boundstone
e incluindo mais cinco categorias: Floatstone, Rudstone, Bafflestone, Bindstone e
Framestone (figura 2.9).
Figura 2. 9: Classificação de rochas carbonáticas de Embry e Klovan (1971). Fonte: Terra et al. (2010) .
24
Neste trabalho a classificação microscópica que será utilizada é a de Terra et al.
(2010) pois é a classificação mas recente feita para rochas carbonáticas, esta
classificação (figuras 2.10 e 2.11) une as diversas classificações anteriores, adaptando
e/ou modificando alguns termos, além de introduzir novas denominações.
As rochas carbonáticas nesta classificação foram divididas em quatro grupos de
acordo com a textura deposicional: (i) elementos não ligados durante a formação
(mudstone, wackestone, packestone, grainstone, floatstone, rudstone, bioacumulado,
brecha); (ii) elementos ligados durante a formação in situ (boundstone, estromatolito,
estromatolito arborescente, estromatolito, arbustiforme, estromatolito dendriforme,
trombolito, dendrolito, leiolito, esferulito, travertino e tufa); (iii) elementos ligados ou
não durante a formação (laminito, laminito liso, laminito crenulado); e (iv) textura
deposicional irreconhecível (calcário cristalino, dolomito).
25
Figura 2. 12: Classificação de rochas carbonáticas, segundo Terra et al. (2010).
26
Figura 2. 13: Classificação de rochas carbonáticas, segundo Terra et al. (2010).
27
2.3 Feições Diagenéticas das Rochas Carbonáticas
Foi Von Gümbel (1868 apud Suguio,2003 ), que pela primeira vez, propôs o termo
diagênese, mas a sua aceitação geral ocorreria somente após Walther (1894 apud
Suguio,2003). A diagênese é definida pelas transformações das rochas carbonáticas e abrange
todos os processos físicos e químicos que atuam sobre os sedimentos carbonáticos mesmos
depois de sua litificação. Para Martínez (2007) essas transformações ocorrem até temperaturas
de 200°C, com pressões que variam entre 1 bar e 1 Kbar e profundidades de 10 a 15 Km.
Entre os principais processos diagenéticos tem-se: a compactação, cimentação, substituição,
dissolução e neomorfismo.
a. Compactação
A compactação refere-se aos fenômenos físicos ou mecânicos e químicos, que atuam
sobre os sedimentos carbonáticos (Bathurst, 1986). A compactação física inicia-se no instante
da deposição e prossegue por muito tempo, em termos geológicos, enquanto progridem os
processos diagenéticos. A compactação mecânica conduz à diminuição de volume e
porosidade dos carbonatos em função do esforço compressional exercido pelos sedimentos
superpostos em uma bacia. Em geral este fenômeno é acompanhado pelo rearranjo espacial
das partículas carbonáticas, pela perda de fluidos intersticiais e pelo fraturamento e rotação
dos grãos aloquímicos (Suguio, 2003) (Figura 2.12).
Figura 2. 12: Empacotamento cúbico e romboédrico, e deformação de oóides. Adaptada de Giannini
(2000).
28
A compactação química e a dissolução por pressão acontecem sob soterramento
profundo (deep burial). E as feições mais comuns são dissolution seams (Bathurst, 1986),
estilólitos e os contatos interpenetrativos de grãos.
Em comparação às areias quartzosas, as areias carbonáticas sofrem pouca ou nenhuma
compactação química, logo apresentam um fator de compactação praticamente nulo. As lamas
carbonáticas sofrem pouca compactação, diferentemente das lamas terrígenas que têm um alto
fator. Este fato pode ser atribuído a sua cimentação precoce.
b. Cimentação
A cimentação é um processo diagenético associado à precipitação química de diversas
substâncias, que preenchem os poros (espaços vazios) de sedimentos ou rochas (Suguio,
2003).
Os minerais cimentantes precipitam-se desde que os fluidos intersticiais que ocupam estes
poros estejam supersaturados na espécie mineral correspondente e que existam condições
cinéticas adequadas para que seja viável o processo (Tucker, 1991). Os principais minerais
que ocorrem como cimento são: aragonita, calcita ou calcita magnesiana, gipsita-anidrita e
dolomita, cada qual ocorrendo em ambiente diagenético determinado e com forma
cristalográfica específica.
c. Substituição
A substituição ocorre quando o mineral original da rocha carbonática é substituído por
outro de composição química diferente. Geralmente o processo é denominado pelo nome do
mineral que substitui. Os fenômenos de substituição mais freqüente são a dolomitização,
silicificação, fosfatização (Tucker, 1991).
Os dolomitos são rochas carbonáticas totalmente dolomitizadas, não sendo possível
identificar sua textura deposional original (Terra et al., 2010). As condições de formação da
dolomita, em laboratório, são difíceis de ser obtidas, porém, teoricamente, a precipitação
direta seria como mostra a reação abaixo:
Ca+2 (aq) + Mg+2 (aq) + 2CO3-2 (aq) = CaMg (CO3)2 (sólido)
Entretanto, a maior parte dos dolomitos são formados pela substituição parcial do ío n
+2
Ca pelo íon Mg+2 e a equação da dolomitização seria:
2CaCO3 (sólido) + Mg+2 (aq) = CaMg (CO3)2 (sólido) + Ca+2(aq)
29
A dolomitização causada pela diagênese hidrotermal é ocasionada por fluxos de
fluidos hidrotermais controlados por eventos tectônicos. Os fluidos são introduzidos através
de falhas ou fraturas, nas rochas hospedeiras, em temperaturas que excedem a temperatura
ambiente da formação, de pelo menos 5ºC. Não existe uma faixa de temperatura definida para
que ocorram as alterações hidrotermais, porém, os fluidos devem ser mais quentes do que a
temperatura da formação no seu ambiente de soterramento.
Na maioria dos casos, os fluidos hidrotermais possuem pressão mais elevada do que os
fluidos existentes no sistema poroso da formação. De maneira geral, a dolomitização ocorre
sob condições de soterramento pouco profundo, por fluidos caracteristicamente de alta
salinidade. Este processo foi encontrado nas lâminas do furo de sodagem NR-03.
A silicificação, pode ocorrer durante a diagênese precoce ou tardia, na forma de
substituição seletiva de fósseis ou através do desenvolvimento de nódulos de chert e camadas
silicosas. A sílica pode também ocorrer como cimento em alguns calcários, nas formas de
cristais de quartzo euédricos, microquartzo e calcedônia (Tucker, 1992 apud. Martínez, 2007).
d. Neomorfismo
Ao tratar de carbonatos antigos Folk (1965 apud Suguio, 2003) introduziu o termo
neomorfismo e o define como sendo o fenômeno no qual dois minerais de mesma composição
química, mas diferentes na orientação dos cristais, na forma e no tamanho, substituem um ao
outro. É o termo usado para designar todos os espatos formados “in situ”, originados pela
substituição de um mosaico de cristalinidade mais fina.
e. Dissolução
Os carbonatos estão entre os minerais mais solúveis e mais comuns na natureza. O volume
de material dissolvido depende da quantidade e qualidade da água envolvida e da solubilidade
do mineral, água contendo dióxido de carbono pode dissolver muito mais calcita que a água
pura, logo, soluções ácidas, comumente encontradas nas águas subterrâneas e pluviais, tais
como ácidos húmicos e/ou flúvicos, produzidos por processos biológicos de degradação de
materiais vegetais dos solos superficiais.
Os vazios ocasionados pela dissolução podem ser posteriormente preenchidos por
cimentação.
30
Segundo Tucker (1991), as mega-feições de dissolução dos calcários e dolomitos mais
conhecidas são cavernas e dolinas, porém, a dissolução ocorre também na escala
microscópica, onde são observados dissolução parcial ou total de grãos, gerando poros
móldicos e alargamento dos poros intergranulares previamente existentes.
Outra feição de dissolução por pressão muito comum em sedimentos carbonáticos é a
formação de estilólitos que podem reduzir a espessura original em até 40% (Suguio, 2003).
f. Porosidade
A diagênese e a porosidade das rochas carbonáticas devem ser consideradas como
propriedades intimamente relacionadas. A porosidade em sedimentos e rochas carbonáticas
tem origem complexa já que pode ter sido produzida antes, durante ou depois do processo de
sedimentação (Martínez ,2007).
A porosidade de uma rocha é a relação do espaço poroso total ao volume total da
rocha, e esta é geralmente dada como uma porcentagem. Dois tipos básicos carecterizam a
porosidade, senda ela primária ou secundária. A primária (ou deposicional), é formada
durante a deposição dos sedimentos, podendo ser inter ou intragranular. Esta porosidade tende
a diminuir com o soterramento, pelo efeito da compactação mecânica e da diagênese. Já a
porosidade secundária, que ocorre com mais frequência nas rochas carbonáticas, forma-se
após a deposição, geralmente como processo da dissolução ( Suguio,2003).
Existem vários tipos de classificações da porosidade para as rochas carbonáticas.
Entretanto, uma das mais utilizadas é a de Choquette & Pray (1970) que classificam a
porosidade em três grupos de textura: Textura seletiva, textura não seletiva e textura seletiva
ou não (Figura 2.13).
31
Figura 2. 13: Classificação dos tipos de porosidade de acordo com Choquette & Pray
(1970).
2.4 Aspectos Econômicos
As coberturas sedimentares do Craton do São Francisco de idade Neoproterozóica
apresentam uma diversificada gama de depósitos minerais alguns deles economicamente
explotáveis. Para as sub-bacias de Una-Utinga e Irecê destacam as seguintes (Misi et al.
1993):

Sulfeto de chumbo e zinco amplamente distribuído em todas as áreas de
ocorrência do grupo Bambuí e Una;

Fosfato, constituindo importantes depósitos, presentes nas sequências
carbonático- pelíticas do Grupo Una.
As mineralizações de fosfato e sulfetos de Pb-Zn estão presentes na área de estudos
e associadas a unidade B1 da Fm. Salitre. A gênese destas substâncias econômicas são bem
marcadas e observadas nos diversos trabalhos realizados na área por Guimarães & Pedreira
(1990), Misi (1996), Misi (1979), Souza et al. (1993) e Sanches et al., 2007.
32
As mineralizações de fosfato na área de estudo estão associadas a estruturas
estromatoliticas colunares do tipo Jurusania Krylov e a carbonato fluorapatita, e a dolomitos
da Formação Salitre. Segundo Sanches et al. (2007) as principais concentrações primarias de
fosfato, encontram-se imediatamente abaixo de uma zona dos sulfetos, onde ocorrem indícios
de estruturas de exposição subaérea (tepees, nódulos de quartzo e de sulfetos pseudomorfos
de sulfatos, agregados radiais de piritas, pseudomorfos de gipsita).
Os dolomitos encaixantes mostram de marcas de onda e estratos cruzados por
correntes, indicando à presença de um ambiente subaquático muito raso, equivalente a zona
de submaré.
Souza et al. (1993) classifica as mineralizações de fosfato em primária e secundária.
A mineralização primária esta contida em estromatólitos colunares, nos dolarenitos aos quais
eles estão associados e, mais raramente em estromatólitos laminares. A mineralização
secundária resulta de processos de concentrações residual intempérica, e pode também esta
relacionada ao retrabalhamento local e tardio das estruturas estromatolíticas residualmente
concentradas em P2O5.
As mineralizações de sulfetos Zn e Pb na bacia em estudo mais importante estão no
município de Nova Redenção na Bacia de Una-Utinga, na Formação Salitre na unidade B1
segundo Misi & Silva (1996). A principal zona mineralizada na área de Nova Redenção está
localizada no setor Sete Lagoas que é caracterizada por uma elevação de calcarenitos
dolomitizados e calcarenitos ooidais silificados e dolomitizados (Misi & Silva, 1996), este é o
setor do furo de sondagem utilizado para a descrição e caracterização das sequências
carbonáticas deste trabalho.
A principal paragênese mineral dessa mineralização é cerussita, galena, esfalerita,
pirita e limonita. Aanálises efetuadas revelaram alto Steores de Pb (8.000 ppm) e Zn (2.900
ppm) presentes na crosta ferruginosa “gossans” (Bomfim, 1990).
33
CAPÍTULO 3
GEOLOGIA REGIONAL
O embasamento do Cráton do São Francisco é constituído por gnaisses arqueanos e
granitóides paleoproterozóicos, e por associações vulcanossedimentares de idade ArqueanoPaleoproterozóica (Silva & Cunha, 1999), e coberto por metassedimentos do Supergrupo Espinhaço de
idade
Paleo-Mesoproterozoico,
sobreposto
pelo
Supergrupo
São
Franscisco,
de
idade
Neoproterozóico. Formações superficiais cenozóicas complementam a coluna estratigráfica na região
(Guimarães et. al., 2008) (figura 3.1).
Figura 3. 1: Mapa geolégico simplificado do Cráton São Francisco. Fonte: Mapa Geológico do Brasil 1:2.500.000
CPRM (Bizzi et al. 2001) com modificações.
34
3.1 Supergrupo Espinhaço
Os depósitos que compõem as unidades do Supergrupo Espinhaçono estado da
Bahia foram depositados em bacias dos tipos rifte-sag e sinéclise, intracratônica paleomesoproterozoicos (Guimarães, et al., 2005). A bacia tipo riftes é constituída dos ramos
Oriental região fisiográfica da Chapada Diamantina, e Ocidental na serra do Espinhaço
Setentrional.
O Supergrupo Espinhaço possui rochas metavulcanossedimentares organizadas
segundo Guimarães, et al. (2008) e Loureiro et. al. (2009),da base para o topo contendo
Formação Algodão e pelos grupos Oliveira dos Brejinhos, São Marcos e Santo Onofre e na
região da Chapada Diamantina, na Formação Serra da Gameleira, grupos Rio dos Remédios,
Paraguaçu, e Chapada Diamantina e na Formação Morro do Chapéu.
3.2 Supergrupo São Francisco
O
supergrupo
São
Francisco
compreende
um
conjunto
de
rochas
predominantemente carbonáticas, depositadas em ambiente marinho. Na região oeste da
Bahia o supergrupo é constituído pelo o grupo Bambuí, e na Chapada Diamantina pelo Grupo
Una (Guimarães, et al., 2008) e Loureiro et. al. (2009).
3.2.1 Grupo Una
Historicamente o Gurpo Una tem sido dividido em duas formações: Bebedouro,
composta por diamictitos glacio-marinhos na porção basal e Formação Salitre, constituída
por sequências carbonáticas.
Bebedouro
A Formação Bebedouro na sub-bacia de Irecê está disposta em quase toda sua borda e
possui uma espessura bastante variável (Misi & Silva, 1996), tendo sido verificada desde uns
metros a cerca de setenta metros. Na bacia de Una-Utinga (Bomfim & Pedreira, 1990) ocorre
em uma grande faixa ao norte, e tende a estreitar-se para sul.
Os diamictitos são compostos por matriz e seixos ou blocos de rochas anteriores a sua
formação. A matriz fina é formada por clorita, sericita, quartzo e calcita, podendo ser roxa,
argilosa ou ainda arenosa e os fragmentos de rochas são principalmente de gnaisse, granitos,
pegmatitos, rochas básicas, quartzitos e calcários (Misi & Silva, 1996).
35
O ambiente glacial é inferido devido à presença de seixos pingados, formas facetadas e
devido à composição e o tamanho variados (Misi & Silva, 1996) evidente nas fotos (Foto 3.1)
Foto 3.1: clastos, em uma matriz argilosa, bastante alterada. Formação Bebedouro. Cordenadas:
241450/8730295 mN.
Na visão de Guimarães & Pedreira (1990), a deposição de sedimento glaciogênico
nesta região pode ser explicado da seguinte maneira: o soerguimento da área fonte,
representada
pela
“cordilheira
Jacobina-Contendas-Mirante”
geraria
sedimentos
glaciclásticos associados a geleiras que desceram até o nível do mar, depositando os
fragmentos de rocha sobre os sedimentos marinhos finos, inconsolidados (figura 3.2).
36
Figura 3.2: Esquema do modelo deposicional para a deposição do Bebedoudo. Guimarães & Pedreira
(1990).
No topo desta Formação encontra-se lentes de quartzito arcosiano médio, com pirita
disseminada (Misi & Silva, 1996) (Foto3.2)
Foto 3.2: Amostra de quartzito arcosiano. Coordenadas: 0240880/8730990 mN.
37
Formação Salitre
Representa um pacote de rochas essencialmente carbonático mapeado entre outros por
Misi & Souto, 1975; Bonfim et al., 1985, neste trabalho a denominação para as unidades
mapeadas é a adotada por Misi (1979).
Segundo Dominguez (1993), a Formação Salitre, objeto de estudo neste Trabalho,
é constituída por várias litofácies carbonáticas, tendo sido depositada em uma bacia
formada no contexto de um mar epicontinental (Figura 3.3). Segundo Martínez (2007), as
sub-bacias estudadas são áreas cratônicas muito extensas (>100 Km de comprimento) e
relativamente planas que foram cobertas por um mar raso. Na margem da plataforma a
inclinação pode ser muito suave (tipo rampa) ou abrupta. Dentro da plataforma e, devido à sua
grande extensão, podem-se ocorrer áreas mais ou menos profundas contornadas por rampas
homoclinais ou por complexos de ilha barreira-laguna. Nelas domina a baixa energia e os
sedimentos depositados em contexto de supramaré/intermaré a submaré rasa.
Figura 3.3: Esquema de um mar epicontinental, onde, neste contexto, foi depositada a Formação Salitre.
Retirado de Heckel (1972).
38
Mapeamento de semidetalhe realizado na Bacia de Irecê (Misi & Souto, 1975),
demonstrou a existência de seis diferentes unidades estratigráficas mapeáveis. Uma
subdivisão informal, posteriormente complementada por Misi (1979), foi proposta para a
Formação Salitre com o intuito de evitar a proliferação de nomes que viessem aumentar a
confusão já existente (figura 3.4).
Figura 3.4: Coluna Estratigrafica proposta para a formação Salitre. Modificado de Misi & Silva (1996).
Foram denominadas como unidades, da base para o topo: Unidade C constituída por
calcários dolomíticos vermelhos e argilosos e dolomitos; Unidade B por calcários cinza-claro
laminados e estratificados; Unidade B1 por dolarenitos com fendas de ressecamento
(“teepees”); Unidade A,constituída por siltitos, argilitos calcíferos e margas; e por fim, no
topo da seqüência, a Unidade A1, formada por cacilutitos pretos e calcários oolíticos. Essas
unidades constituem duas mega-seqüências do tipo “shallowing-upward” formadas durante
dois ciclos de sedimentação, cujo limite entre as seqüências é marcado pela superfície de
exposição aérea da Unidade B1 (Misi, 2001).
Bomfim et al. (1985) propuseram uma outra subdivisão, um pouco mais completa,
nomearam as unidades e dividiram as mesmas em quatro, representadas da base para o topo:
Unidades Nova América, Gabriel, Jussara e Irecê (Figura 3.5). Souza et al. (1993) manteve
em seu trabalho a descrição feita por Bomfim et al. (1985)
39
Figura 3.5: Coluna estratigráfica da Formação Salitre proposta por Bomfim et al. (1985).
Misi & Silva (1996) criaram uma tabela de correlação estratigráfica entre as
subdivisões realizadas por Misi (1979) e Bomfim et. al (1985), para a Formação salitre
(tabela3.1).
Tabela 3.1: Correlação entre as unidades lito-estratigráficas, adaptado de Misi & Silva (1996).
40
Unidade C
A Unidade C compreende a porção basal da Formação Salitre, de acordo com Misi &
Silva (1996) é constituída por dolomitos e calcários dolomíticos vermelhos e argilosos (foto
3.3). Esta unidade encontra-se sobre o quartzito arcosiano no topo da Formação Bebedouro. A
sua sedimentação é marinha, ocorrendo logo após a deglaciação.
A espessura é bastante variável, desde inexistente até sessenta metros. Na borda leste
da bacia ocorre de maneira continua, na oeste distribui-se descontinuamente e na parte sul a
unidade não foi observada.
Nos trabalhos de Bonfim et al.(1985) e Souza et al. (1993) a Unidade C não é
registrada,
Misi
&
Silva
(1996)
acreditam
que
esteja
englobada
na
unidade
estratigraficamente superior.
A
B
Foto 3.3: A- vista do afloramento; B- detalhe da rocha com feições diagenética de dissolução com
estilolitos.
Unidade B
A unidade B na sub-bacia de Irecê, possui fácies constituídas por calcários cinza-claro,
por vezes dolomíticos, finamente laminado e interestratificado com leitos argilosos (Misi &
Silva, 1996) (foto 3.4), próximo ao topo da sequência podem ser observados calcários pretos
oolíticos. A espessura da unidade varia de cem a duzentos metros.
Na sub-bacia de Una-Utinga Guimarães & Pedreira (1990) definem esta unidade
como calcilutito fino, com intercalações dolomiticas e peliticas e níveis silicificados, e
Bomfim & Pedreira (1990) classificam como calcilutito com laminação plano-paralela.
A deposição ocorreu em um ambiente relativamente profundo, indicativa de uma
transgressão marinha com tendência regressiva, segundo Misi & Silva, 1996 trata-se de uma
Unidade marinha tipo “shallowing upward”.
41
A
B
Foto 3. 6: : A- visão geral do afloramento ; B- detalhe da unidade B. Coordenadas: 240384/ 8733798 mN.
Unidade B1
A unidade é representada por dolomitos silicosos, dolomitos oolíticos (dolarenito) e
dololutitos, com nódulos e lentes individualizadas de sílica. Esta unidade é mineralizada em
fosfafo, sulfetos de Zn e Pb e por vezes em barita despertando o interesse econômico (Misi &
Silva, 1996),
Estruturas sedimentares como gretas de ressecamento (“tepee”), típicas de exposição
subaéreas dos carbonatos, são encontrado nesta unidade, assim como estruturas
estromatolíticas laminares e colunares (Misi & Silva, 1996). Baseado nestas estruturas
conclui-se que ambiente de sedimentação é raso, representada por uma zona de planície de
maré, e a presença de estratificação cruzada indica a alta energia do ambiente (foto 3.5).
Na Bacia de Una-Utinga Bomfim & Pedreira (1990) e Guimarães & Pedreira (1990)
descreveram estas litofácies como laminitos algais, calcarenitos oolíticos, calcarenito
intraclásticos e silexitos com estruturas oolíticas preservadas.
A
B
Foto 3. 7: A- Estrutura estromatolitica colunar - espécie Jurussânia; B: Estrutura sedimentar tepee. Coordenadas:
194230/ 8784685 mN.
42
Unidade A
A unidade A é caracterizada pela predominância de siltitos, argilitos calcíferos e
margas de coloração cinza escuro, porem quando alterados, variam de cinza-claro a
avermelhados de acordo com a descrição de Misi & Silva, 1996 para a sub-bacia de Irecê.
Na sub-bacia de Una-Utinga Bomfim & Pedreira (1990) descrevem a unidade
constituida de pelitos laminados e margas com laminação plano-paralela.
Interpreta-se a unidade como resultante de um aprofundamento da lamina d’água,
devido possivelmente, a uma nova transgressão marinha que se instalou, iniciando um novo
ciclo transgressivo-regressivo (Misi & Silva, 1996).
Unidade A1
A unidade A1 na sub-bacia de Irecê é formada por calcilutitos pretos e calcários
oolíticos oncolíticos, ricos em matéria orgânica. São comuns horizontes com estratificação
cruzada ou abundantes intraclastos.
Na Bacia de Una-Utinga Guimarães & Pedreira (1990) não citam esta litofacies.
As variações do nível do mar, bem como a geometria do substrato, originaram as
variações faciologicas mapeadas na área das sub-bacia de Una-Utinga e Irecê (Souza et al.
1993).
3.3 Evolução Tectônica da Sub-Bacia de Una-Utinga e Irecê
Barbosa & Dominguez,1996 acreditam que os supergrupos Espinhaço e São Francisco
nas suas áreas de ocorrência, no Estado da Bahia, se acumularam em uma bacia de caráter
extensional, cuja origem provavelmente está relacionada com a evolução poli-histórica de um
rift abortado.
Dominguez (1993) propôs um modelo evolutivo para glaciação Bebedouro-Macaúbas
que afetou extensivamente o paleocontinente São Franciscano, e resultou na deposição de
diamictitos glaciais da Formação Bebedou do Supergrupo São Francisco. Com o fim da
glaciação, ocorreu uma subida do nivel do mar, que resultou na inundação do Cráton do São
Francisco, aliado a expansão das margens passivas, terminou com a implantação de
plataformas carbonáticas que deram origem a Formação Salitre. Neste período ocorreram
importantes episódios fosfatogenicos na bacia, que resultaram na mineralizacao em fosfato.
Por fim, no final do neoproterozoico, eventos compressivos nas bordas do Craton do Sao
43
Francisco, resultaram no desenvolvimento de faixas de dobramentos que bordejam o Craton e
eventos compressivos nas bacias (Figura 3.5)
Figura 3.5: Estágios de evolução do Cráton do São Francisco propostos por Dominguez (1993).: A) A glaciação
Beedeouro-Macaúbas envolveu grande parte do cráton; B) Ao final da glaciação ocorreu subida do nível
eustático do mar que inundou o cráton, juntamente com uma expansão da subsidência das bordas para o interior
do cráton, relacionada à evolução das margens passivas, resultou na implantação de importantes plataformas
carbonáticas; C) Colisões nas margens do cráton com geração de cinturões de dobras e empurrões ao final do
Proterozóico Superior, resultando na colocação de cargas sobre a litosfera do cráton;
44
CAPÍTULO 4
ANÁLISE PETROGRÁFICA
Neste trabalho, para descrever macroscopicamente as unidades carbonáticas adotou-se
a classificação textural de rochas carbonáticas adaptada de Bramkump & Powers (1958) e
Folk (1959). Já para as descrições das lâminas delgadas, a classificação utilizada foi a
adotada por Terra et. al (2010).
O estudo petrografico da sub-bacia de Una-Utinga foi realizado a partir do testemunho
NR-03
com
o
objettivo
de
redescrever,
onde
foram analisadas
23
amostras,
macroscopicamente, em diferentes níveis de profundidade, 10 lâminas delgadas e duas
campanha de campo. Em relação à sub-bacia de Irecê foi realizada uma campanha de campo e
confecção de 12 lâminas delgadas dos afloramentos visitados da Fm. Salitre.
O furo NR-03 feito pela CPRM possui uma inclinação de 60º e uma profundidade
150,90 metros. O mesmo foi realizado na faz. Sete Lagoas a uma altitude de 480,00 metros,
no município de Nova Redenção (figura 4.1).
Descrito inicialmete por Moraes Filho et. al (2001) como Dolarenitos aparentemente
maciços (subordinadamente laminados) e dolarenitos oolíticos, silicificados; estromatólitos
laminares, ondulados, localmente colunares, silicificados; nódulos de anidrita (?) silicificados;
calcilutitos/calcissiltitos/calcarenitos silicificados, subordinados; arenitos com intercalações
de argilito/siltito e de calcilutito, também subordinados (seqüência do topo). Dolarenitos
estratificados
e
laminados
oolíticos
(seqüência
intermediária).
Calcarenitos/calcissiltitos/calcilutitos, laminados; e estromatólitos laminares (seqüência da
base).
45
Figura 4.1: Seção geológica do furo de sondagem NR-03. Fonte: Moraes Filho et. al (2001).
46
A sub-bacia de Una-Utinga é preenchida por sequências predominantemente
carbonáticas com a mesma organização estratigráfica (figura 4.2) e estruturas sedimentares
similares as da sub-bacia do Irecê, porém, com um grau maior de alteração das rochas
causado pelo intemperismo e erosão.
Na porção norte da sub-bacia de Una-Utinga, local de uma das campanhas de campo e
do furo de sondagem NR-03, não existe toda a sequência carbonática da Fm. Salitre. As
Unidade A e A1 foram erodidas ao longo de milhares de anos nesta área, porém, na porção
sul, estudos de quimioestratigrafia que seram realizados pelo projeto Mapa Metalogenético II,
indicará sua presença ou não na área.
Figura 4.2: Coluna estratigráfica do Grupo Una nas sub-bacias de Irecê e Una-Utinga Fonte: Misi & Souto,
1975.
47
Os diamictitos da Formação Bebedouro (foto 4.1) foram encontrados em dois pontos
visitados na sub-bacia de Una-Utinga (ponto 2 e ponto 11, mapa de caminhamento em
anexo). Nestes afloramentos o grau de alteração é alto, porém, ainda pode-se observar clastos
do embasamento envolto por uma matriz argilosa, roxa. Os diamictitos são sucedidos por
calcários e calcários dolomitizados, com a mesma sucessão estratigráfica da Formação Salitre,
na sub-bacia de Irecê.
A
B
Foto 4. 27: Diamictitos da Fm. Bebedouro. A: afloramento em corte de estrada, mostrando um seixo do
embasamaneto bastante alterado. Visada em perfil do Ponto IG-11. (286781mE e 8583380mN). B: amostra
retirada de afloramento em corte de estrada, mostrando seixos menores que 1cm de composição variada. Ponto
IG-02 (247241mE e 8588442mN).
48
A Unidade C localizada na porção basal da Fm. Salitre é constituída por dolomitos e
calcários dolomíticos vermelhos e argilosos. No ponto visitado desta unidade, o afloramento
encontra-se bastante alterado (ponto 11, mapa de caminhamento), porém, ainda preserva
estruturas de gretas como ressecamento (foto 4.2) e feições de dissolução formando drusas de
calcita que também podem ser observadas. Esta unidade está posicionada logo acima dos
diamictitos na coluna estratigráfica.
Foto 4. 3:Dolomito vermelho da Unidade C. A: afloramento em corte de estrada, mostrando greta de ressecamento.
Visada em planta do Ponto IG-11. (286781mE e 8583380mN). B: vista geral do afloramento.
Esta sequência carbonática representa, possivelmente, um episódio de sedimentação
marinha, ocorrido após a deglaciação . Os valores obtidos por Torquarto & Misi (1977)
49
(δ13 = - 5,06‰ PDB, n = 12) são semelhantes aos obtidos em outras unidades dolomíticas
imediatamente pós-glaciação conhecidos como “cap dolomites” (dolomitos de capa)
No furo de sondagem NR-03 que será descrito neste trabalho, não aparece a Unidade
C e nem os diamictitos, devido a profundidade. As Unidades A e A1 também não estão
compreendidas pelo furo.
4.1 Sub-Bacia de Una-Utinga – Descrição do Furo de Sondagem NR-03
4.1.1 Unidade B1
A Unidade B1, assim denominada por Misi & Silva (1996), foi observada no
testemunho logo abaixo do colúvio, com início a uma profundidade de 3,75m até uma
profundidade de aproximadamente 110,30 m, com uma espessura no total de 106,55m
aproximadamente.
 Descrição macroscópica
I- Calcarenito /Calcilutito Intraclástico Oncolítico Dolomitizado
Esta é a primeira litologia que aparece a uma profundidade de 3,75m até uma
profundidade de aproximadamente 24,15 metros, com uma espessura no total de 21m
aproximadamente (Foto 4.3).
Foto 4. 3: A primeira litologia a aparecer no furo NR-3: Calcarenito/ Calcilutito intraclástico oncolítico
dolomitizado.
50
Os Calcarenitos/Calcilutitos intraclásticos oncolíticos dolomitizados possuem
coloração variando do cinza-claro ao cinza-médio aparentemente maciço. Apresentam
granulometria fina a media, porém, com níveis de granulometria grossa. Em algumas
amostras a textura varia de fina a muito fina. Pontuações de metálicos pretos e marromescuros, oxidados, disseminados aparecem preenchendo micro-fraturas e fraturas. Feições
dendríticas são observadas em algumas amostras.
No âmbito das estruturas sedimentares, as amostras apresentam estratificação paralela
incipiente, subparalela e levemente brechada por estilolitização e até mesmo maciça (foto
4.4). Em toda a unidade as feições diagenéticas observadas são: dissolução com estilolitos e
dolomitização.
A
B
Foto 4. 4: A- estrutura de brecha formada por estilolitização e pontuações de metálicos pretos disseminados a uma
profundidade de 7,35 m; B- presença de estilolitização a uma profundidade de 6,15 m.
A amostra NR-03-7,85m, possui uma coloração marrom amarelada, sendo classificado
como uma canga/ brecha sílico-ferruginosa (foto 4.5A). A canga/ brecha sílico-ferruginosa é
uma feição superficial resultante da alteração intempérica de mineralizações sulfetadas. A
ocorrência deste nível neste testemunho comprova a existência de níveis sulfetados ricos em
Pb e Zn, associados nas formações carbonáticas, na área do furo.
A amostra NR-03-16,80m, possui cor bege-claro, com uma granulometria fina a muito
fina aparentemente maciça. É constituída possivelmente por micrita neomorfizada, com
pigmentação milimétrica de sulfeto (foto 4.5B).
51
Na visita de campo foi observada a ocorrência de depósitos minerais epigenéticos de
chumbo e zinco nesta unidade, do tipo “strata-bound”. A mineralização apresenta um controle
estratigráfico, só aparecendo correlacionada com a Unidade B1 (foto 4.6).
A
B
Foto 4. 28: A- Canga/Brecha sílico-ferruginosa encontrada a uma profundidade de 7,85m. B- pigmentação
milimétrica de sulfeto no calcilutito neomorfizado coletado a uma profundidade de 16,80.
A
B
Foto 4. 29: : A: Afloramento de depósito do tipo “stratabound” epigenético de sulfeto de Pb e Zn. B: detalhe
mostrando a alteração da galena para óxido de Pb. Vista em perfil. Ponto IG-05 (269798 mE e 8584096 mN).
52
II- Calcilutito/Calcarenito Fino Neomorfizado Dolomitizado
Esta litofacies aparece a uma profundidade de 24,15m até uma profundidade de 110,30m,
totalizando uma espessura de 86,15m (foto 4.7).
Foto 4. 30: foto da caixa do furo de sondagem NR-03 com os Calcalcilutitos/calcarenitos finos neomorfizados
dolomitizados.
Os calcilutitos/calcarenitos neomorfizados dolomitizados com coloração bege-claro
levemente amarelado desta unidade, apresentam intensa porosidade vugular, móldica e, por
vezes, intercristalina (foto 4.8).
Foto 4.8: Calcilutito/calcarenito neomorfizado dolomitizado com intensa porosidade móldica e vugular.
53
As estruturas sedimentares, como estratificação cruzada (foto 4.9) e plano-paralela
podem ser observadas no furo de sondagem NR-03 nos calcarenitos neomorfizados
dolomitizados, o que evidencia sua formação em ambientes de submaré/ plataforma rasa. As
feições diagenéticas de dissolução (estilolitos) e dolomitização são comuns nesta facies.
Foto 4. 9: Calrenitos finos neomorfizados dolomitizados com estratificação cruzada. Furo NR-03 em uma profundidade
de 98,00 m.
Ao longo desta litologia, ao se aplicar o teste de molibidato de amônio para
diagnosticar a presença de fosfato nos níveis mais escuros dos calcilutitos/calcarenitos finos
neomorfizados dolomitizados, sempre se obteve uma resposta positiva (foto 4.10) ate cerca de
100,00m. No furo de sondagem NR-03 não foi encontrada a presença de bioconstruções
estromatolíticas colunares porém, podemos inferir a presença de carbonatos com fluorapatita
como teor de fosfato em torno de > 15 % de P2O5.
Foto 4.10: Teste de molibidato de amônio indicando a presença de fosfato.
54
 Descrição Microscópica
I- Grainstones Intraclásticos Oncolíticos Neomorfizados Dolomitizados
O grainstone é constituído por intraclastos e oncolitos além de calcita neomórfica e
dolomita associadas, raros minerais de pirita disseminados completam esta litologia
(Fotomicrografia 4.1). Os oncolitos ocorrem de forma disseminada na lâmina e a rocha é
caracterizada por uma textura média a fina.
As feições diagenéticas presentes na lâmina são: o neomorfismo e a dolomitização.
Essas feições mascararam os grãos aloquímicos, e fazem com que os grãos, em algumas
lâminas,
sejam
totalmente
substituídos
por
cristais
de
dolomita
microcristalina
(Fotomicrografia 4.2). Estão presentes também fraturas preenchidas por calcita espática
(Fotomicrografia 4.1) e estilólitos preenchido por matéria orgânica.
A
B
Fotomicrografia 4. 1: Lâmina do Grainstone, com calcita espática (Cal) preenchendo fraturas, calcita neomórfica(Cal) e
dolomitização (Dol), além de intraclastos e oncolitos. Os minerais opacos estão disseminados na lâmina. Luz plana (A) e
nicóis cruzados (B). Lâmina NR-03- 7,35.
55
Fotomicrografia 4. 2: Lâmina totalmente recristalizada com Calcita neomórfica (Cal) associada a
dolimitização (Dol) e minerais opacos (Opc). Nicóis cruzados. Lâmina NR-03-16,80.
II- Microespatito Dolomitizado/ Doloespatito
O microespatito é constituído por calcita neomórfica com dolomita microcristalina
associada, e por raros cristais de pirita e de quartzo disseminados. Presença porosidade do tipo
Vugular e Móldica, além de quartzo (Fotomicrografia 4.3).
As feições diagenéticas presentes nas lâminas são: o neomorfismo e a dolomitização.
Estas feições transformaram os grãos aloquímicos, fazendo com que não se possam identificar
a sua textura original. Os estilólitos sublinhado por matéria orgânica ocorrem nesta litologia
(Fotomicrografia 4.4).
56
A
B
Fotomicrografia 4. 3: Microespatito dolomitizado, com calcita neomórfica (Cal) associada à dolomita (Dol),
além de quartzo (Qtz), e visível porosidade vugular (Vug). Luz plana (A) e nicóis cruzados (B). Lâmina NR-0342,70.
Fotomicrografia 4. 4: Doloespatito; dolomita (Dol) e estilolitização (Esti). Nicóis cruzados.
Lâmina NR-03-101,30 com aumento de 10x.
57
4.1.2 Unidade B
A Unidade B, assim denominada por Misi & Silva (1996), foi observada no furo de
sondagem logo abaixo da Unidade B1, com uma passagem gradual. Esta litologia é
encontrada a uma profundidade inicial de 110,30m e é contínua até a profundidade de 150,90
m, com espessura total de 40,60m (foto 4.11).
A
B
4.12)
C
Foto 4.11: Unidade B na caixa onde fica armazenado, no furo NR-03: A - caicilutito silicificado; B - nível de
calcarenito.
Esta unidade é caracterizada macroscopicamente por calcilutitos intercalados por
calcarenitos finos com níveis silicificados (foto 4.11 B) e de calcilutitos interestratificado com
marga (foto 4.11 C). A intercalação de calcilutito com marga pode ser centimétrica a
milimétrica (foto 4.12) e a coloração da rocha varia de cinza-escuro a cinza-claro.
No campo, a unidade B aparece em alto processo de dissolução, criando as dolinas e
formando grutas, sendo responsável por belas paisagens. A intercalação de calcilutito com
marga pode ser centimétrica a milimétrica (foto 4.12).
58
A
B
Foto 4.12: A: Afloramento na gruta Lapa do Bode de calcilutito intercalado com marga. B:vista em detalhe
do afloramento em perfil. Ponto IG-08. Coordenada UTM 275892/ 8569038.
59
 Descrição microscópica
Mudstone levemente neomorfizado e por vezes, silicificado e dolomitizado
O mudstone levemente neomorfizado é constituído por calcita neomórfica com dolomita
microcristalina, raros minerais opacos disseminados, e quartzo (Fotomicrografia 4.5).
Ocorrem feições diagenéticas como: neomorfismo, dolomitização e silicificação. Nos
níveis dolomitizados, por vezes, estão presentes os minerais opacos disseminados. Feições de
dissolução como estilolitos sublinhados por matéria orgânica também são constantes nesta
litologia. Falha preenchida por calcita maclada, foi encontrada na profundidade de 137,55m
(Fotomicrografias 4.5 e 4.6).
A
B
Qtz
Qtz
Opc
Opc
Cal+Dol
Cal+Dol
Fotomicrografia 4. 5: Mudstone levemente neomorfizado, lâmina NR03-123,45, com Calcita neomórfica (Cal)
associada a dolomita (Dol), além de quartzo (Qtz), e minerais opacos (Opc). Nicóis cruzados (A) e Luz plana (B) .
60
A
B
Fotomicrografia 4. 6: Lâmina NR-03 137,55 com falha preenchida por calcita maclada e borda silicificada. Nicóis cruzados
(A) e Luz plana (B).
A coluna estratigrafica abaixo (figura 4.3) mostra o empilhamento estratigrafico
encontrado na sub-bacia de Una-Utinga e os pontos visitados durante as campanhas de campo
realizadas para a sub-bacia de Una-Utinga estão representados no anexo 1.
Figura 4. 3: coluna estratigrafica para a Sub-bacia de Una-Utinga
61
4.2 SUB-BACIA DE IRECÊ
A descrição feita para a sub-bacia de Irecê foi fundamentada através de dados de
campo e de análise de lâminas delgadas.
4.2.1 Unidade C
A Unidade C é constituida por dolomitos e calcários dolomíticos vermelhos argilosos
(ponto 5, mapa de caminhamento no anexo 1). Nos afloramentos visitados pode-se observar
estruturas de gretas de ressecamento, feições de dissolução, estilolitos e drusas de calcita (foto
4.13). Esta unidade está posicionada logo acima dos diamictitos na coluna estratigráfica.
A
B
Foto 4. 13: Afloramento da Unidade C. Estruturas como gretas de ressecação e estilolitos podem ser
observadas em planta (A) e perfil (B). Coordenadas UTM: 237045/8733720.
62
4.2.2 Unidade B
 Descrição Macroscópica
A Unidade B é constituída por calcilutitos, por vezes, dolomitizado, variando de cinzaescuro a cinza-claro, intercalados por margas e ate argilitos, com coloração variando em torno
do bege (foto 4.14).
A
B
Foto 4. 14: Calcilutito intercalado com marga. B - visão em perfil do afloramento; A - visão em detalhe.
Coordenadas 240384/ 8733798 mN.
63
Os calcilutitos apresentam uma laminação plano-paralela, e aparece mais resistente a
ação do intemperismo quando comparado às margas que possuem maior suscetibilidade a
ação intempérica.
 Descrição Microscópica
I- Wackestone levemente neomorfizado dolomitizado
O wackestone levemente neomorfizado dolomitizado é constituído por oncolitos, calcita
neomórfica e dolomita associada e quartzo (Fotomicrografia 4.7 e 4.8).
Ocorrem feições diagenéticas como: neomorfismo e dolomitização. Os estilólitos
sublinhados por matéria orgânica também são abundantes nesta litologia. Feições
sedimentares estão preservadas e representadas por estratificação plano-paralela com níveis
de maior concentração de terrígenos e de matéria orgânica interestratificados e níveis ricos em
oncolitos com calcita neomórfica e dolomita associada (Fotomicrografia 4.7 e 4.8).
Dol
Fotomicrografia 4.7: Lâmina ICM-16 mostra um nível com de oncolitos (Onc) com calcita neomórfica e
dolomita (Dol) associada e quartzo (Qtz). Nicóis cruzados e um aumento de 10x.
64
A
Onc
B
Onc
Fotomicrografia 4.8: Lâmina ICM-14, mostrando estratificação plano-paralela com níveis de maior concentração de
terrígenos e matéria orgânica interestratificados com níveis ricos em oncolitos com calcita neomórfica e dolomita
associada. Nicóis cruzados (A) e Luz plana (B).
4.2.3 Unidade B1
A unidade B1 é a unidade mais importante do ponto de vista econômico, pois nela
encontram-se os depósitos de fosfato economicamente viáveis na área de trabalho, o que
desperta o interesse de empresas de mineração. Depósitos de sulfetos também aparecem na
unidade porém, não foram vistos nos afloramentos visitados.
 Descrição macroscópica
I-Calcarenito Intraclástico Peloidal
Os calcarenitos intraclásticos peloidais de coloração bege apresentam uma
granulometria fina. Foram encontrados nos pontos 10 e 11 (anexo 1). As estruturas
sedimentares que se destacam nesta litologia são: estratificação cruzada e ondulada,
identificadas nos afloramentos localizados no Povoado de Achado e na Faz. Canaã (foto 4.15
A e B).
65
A
B
Foto 4.15: A- visão geral do afloramento, no Povoado de Achado; B- estratificação cruzada, a seta da
escala indica o topo da sequência. A paleocorrente está para oeste. Coordenadas UTM: 196630/8746185.
66
No Povoado de Achado, em alguns locais, entre os calcarenitos, é possível encontrar
bioconstrução de estromatólitos do gênero Jurussania Krylov e níveis de fosfato associados
(Foto 4.16).
Foto 4. 31: Afloramento com nível de estromatólitos do gênero Jurussania Krylov, associado aos
calcarenitos. Localizado no Povoado de Achado. Coordenadas UTM: 196630/8746185.
Na fazenda Canaã, os calcarenitos intraclásticos peloidais aparecem dobrados e
deformados (Foto 4.17), possivelmente pelo tectonismo que atuou na bacia após sua
deposição.
Foto 4.17: Bloco rolado de calcarenito peloidal da Unidade B1, com uma dobra devido ao
tectonismo que atuou na bacia. Localizado na Fazenda Canaã. Coordenadas UTM:
194230/8784685.
67
II- Estromatólitos
Os estromatólitos gênero Jurusania Krylov são bioconstruções colunares com
ramificações e ligações laterais (foto 4.18), o afloramento mais expressivo foi às margens da
BA-052 no sentido Morro do Chapéu- Irecê no ponto 12 (mapa em anexo). Os estromatólitos
do gênero Jurusania Krylov apresentam coloração cinza-clara e suas colunas têm até 15 cm de
altura e um diâmetro em média de 2,0 cm (Misi & Silva, 1996). Neste afloramento, a altura
máxima das bioconstruções encontradas, é de 2,0 metros, enquanto que em outros locais, o
empilhamento pode atingir uma espessura máxima de 10 m.
Foto 4.18: bioconstrução estromatólitica do gênero Jurusania Krylov. Localizado à margem esquerda da Ba052 no sentido Morro do Chapéu-Irecê. Coordenadas UTM: 194230/8784685.
As colônias de estromatólitos cresceram sobre o substrato formado pelos calcarenitos
intraclásticos peloidais (Foto 4.19).
68
Foto 4.19: bioconstrução estromatólitica do gênero Jurusania Krylov tendo como substrato camadas de
Calcarenito Intraclástico Pleoidal. Localizado na Fazenda Canaã. Ponto 12, vista em perfil. Coordenadas
UTM: 194230/8784685.
Na Fazenda Recife, os estromatólitos colunares correspondem ao ponto 18 do mapa
de caminhamento. Possuem uma coloração cinza-clara a creme, e ótima exposição em planta
das cabeças estromatolíticas com espaços entre elas preenchidos por calcarenitos
intraclásticos (Foto 4.20).
Foto 4.20: Vista em planta, mostrando as colônias separadas por canais preenchidos por calcarenito intraclástico.
Localizado na Fazenda Recife. Coordenadas UTM: 278416/8772449.
69
O fosfato esta presentes nos espaços entre as colunas dos estromatólitos em uma
litologia com coloração cinza-escuro, apresentando um alto teor de P2O5, em geral maior que
15% de P2O5.
Na Fazenda Recife, as bioconstruções estromatolíticas com níveis de Jurusania Krylov
apresentam níveis com fosfato (fotos 4.21 e 4.22).
Foto 4. 32: Indício de fosfato na Faz. Recife, no nível estromatolítico. Vista em perfil. Coordenadas
UTM:278432/8772010.
70
Foto 4.22: Indício de fosfato na Faz. Recife, no nível estromatolítico de Jurussannia Krylov, visto em planta.
Coordenadas UTM:278432/8772010.
III-Laminitos Microbias
Os Laminitos Microbias apresentam intercalações milimétricas a centimétricas de
níveis de coloração variando de cinza-claro a cinza escuro, nos afloramentos visitados nos
povoados de Ipanema e Achado (pontos 9 e 10 no anexo 1) . Estes carbonatos sofreram
71
exposição aérea e nos afloramentos estão preservadas estruturas de ressecamento que
evidenciam tal fato, como os “tepees” embrionários com vértices apontados para o topo
(Fotos 4.23 e 4.25), trata-se de estruturas geopetais. Este ressecamento gera, por vezes, níveis
brechados, formados por intraclastos centimétricos destacados dos laminitos (Foto 4.24).
Foto 4.23: Afloramento do tipo lajedo mostrando de níveis coloração variando de cinza-claro a cinza escuro,
com dimensões milimétricas a centimétricas. Localizado no povoado de Ipanema. Coordenadas UTM:
216838/8741795.
Foto 4.24: Afloramento do tipo lajedo, com nível brechado com retrabalhamento e remobilização de intraclastos
centimétricos. Localizado no Povoado de Ipanema. Coordenadas UTM: 216838/8741795.
72
É comum encontrar nódulos de calcita e sílica que intercrescem dentro dos “tepees”,
substituindo possivelmente antigos nódulos de sulfatos formados por evaporação (foto 4.26).
Foto 4.25: Afloramento visto em planta, de Laminitos Microbiais mostrando níveis de “tepees”
intercalados por camadas de lama (setas vermelhas) com textura maciça, evidenciando uma ciclicidade na
exposição subaérea dos sedimentos. Localizado na Fazenda Catavento. Coordenadas UTM:
197583/8745650.
Foto 4.26: vista em planta do afloramento localizado na Fazenda Catavento, com nódulos de sílica
(seta verde) e calcita (seta vermelha). Feição diagenética do tipo substituição. Coordenadas UTM:
197583/8745650.
73
 Descrição Microscópica
I- Grainstone Intraclástico Peloidal Bastante Neomorfizado Dolomitizado
O grainstone é constituído por intraclastos, pelóides, calcita e dolomita associadas e
raros minerais opacos disseminados (Fotomicrografia 4.9). Os pelóides ocorrem disseminados
na lâmina e a rocha é caracterizada por uma textura média.
O neomorfismo mascarou os aloquímicos e estes grãos tornaram-se quase
imperceptíveis. Fraturas e concreções preenchidas por calcita espática também são observadas
em lâmina (Fotomicrografia 4.9 e 4.10), além de dolomitização com cristais de dolomita
microcristalina..
Fotomicrografia 4. 9: lâmina ICM- 10, mostrando um grainstone constituído por intraclastos (Intra), peloides
(Pel) e calcita neomórfica. Luz plana e um aumento de 2,5x.
74
Fotomicrografia 4.10: lâmina ICM-4 bastante dolomitizada e neomorfizada com calcita e dolomita
associadas (Cal + Dol), concreções preenchidas por calcita espática (Cal Esp) e estilolitos sublinhados
por matéria orgânica (Est). Nicóis cruzados e um aumento de 2,5x.
II- Estromatolitos
Bioconstruções estromatolíticas, totalmente fosfatizadas apresentam estruturas
côncavo-convexas e associada à bioconstrução tem-se uma porosidade do tipo edificações
orgânicas segundo a classificação de Choquette & Pray (1970) (Fotomicrografia 4.11).
A
B
Fotomicrografia 4. 11: lâmina ICM-23, mostra bioconstruções estromatolíticas do gênero Jurussania Krylov,
com fosfato (níveis mais escuros). Nicóis cruzados (A) e Luz plana (B).
75
III- Laminitos Dolomitizados
O laminito dolomitizado é constituído por grãos peloidais, calcita e dolomita
associadas e raros minerais de quartzo (Fotomicrografia 4.12). Os pelóides ocorrem de forma
disseminada na lâmina nos níveis mais claros.
A rocha apresenta micro-falhas e fraturas preenchidas por calcita espática
(Fotomicrografias 4.12 e 4.13). Estratificação plano-paralelas evidenciada pela presença de
níveis mais escuros ricos em matéria orgânica e níveis mais claros com pelóides.
Fotomicrografia 4.12: lâmina ICM-11, mostra o grainstone peloidal neomorfizado dolomitizado com microfalhas preenchidas por calcita espática (Fra Cal), estilolitos preenchidos por matéria orgânica (Est) e calcita e
dolomita associadas (Cal + Dol). Nicóis cruzados e um aumento de 10x.
76
Fotomicrografia 4. 13: lâmina ICM -12, mostra estratificação plano-paralela com níveis mais escuros ricos em
matéria orgânica e níveis mais claros com pelóides (Pel) e calcita e dolomita associadas (Cal + Dol). Nicóis
cruzados e um aumento de 10x.
77
CAPÍTULO 5
CORRELAÇÃO DAS UNIDADES DA FORMAÇÃO SALITRE DA SUB-BACIA DE
UNA-UTINGA COM A SUB-BACIA DE IRECÊ.
A Formação Salitre, que está presente em ambas as sub-bacias estudas neste trabalho,
apresenta litologias semelhantes, porém, com diferentes níveis de alteraçôes provenientes de
evoluções diagenéticas distintas.
Neste trabalho a correlação será feita com as unidades basais e intermediárias,
denominadas informalmente na sub-bacia de Irecê de Unidade C, Unidade B e Unidade B1.
As Unidades A e A1 aí observadas, não foram observadas na maior parte da sub-bacia de
Una-Utinga.
5.1 UNIDADE C
A Unidade C é constituída por dolomitos e calcários dolomíticos vermelhos e
argilosos com coloração avermelhada e estratificação plano-paralela. A interestratificação dos
níveis argilosos e dolomiticos varia de milimétrica a centimetrica, sua sedimentação é
marinha, ocorrida logo após a deglaciação. A Unidade C esta depositada logo a acima dos
diamictitos da Fm. Bebedouro.
Na duas sub-bacias nesta unidade é comum encontrar estruturas sedimentares como
estilolitos e gretas de ressecação.
78
A
B
Foto 5 4: Afloramentos da unidade C. A: afloramento dos Dolomito vermelho em corte de estrada,
mostrando greta de ressecamento. Visada em planta do Ponto IG-11. (286781mE e 8583380mN) sub-bacia
de Una-Utinga. B:Estruturas como gretas de ressecamento e estilolitos podem ser observadas em planta e
perfil. Coordenadas UTM: 237045/8733720 na sub-bacia de Irecê
5.2 UNIDADE B
A unidade B existente em ambas as sub-bacias, apresenta as mesmas características
litológicas, sendo caracterizada por calcarenito fino a calcilutito finamente laminado e
interestratificado com margas, por vezes argilito, e apresenta característica de deposição em
ambientes de baixa energia, possivelmente em um talude ou bacia. A interpretação do
ambiente é fortemente baseada nos estudo macroscópico, observadas em campo, análises do
furo de sondagem e com o auxílio de lâminas delgadas (foto 5.12).
79
A
B
Foto 5.12: Calcilutito intercalado com marga. A -visão em perfil do afloramento na sub-bacia de
Irecê.Coordenadas 240384/ 8733798 mN. B – visão em perfil do afloramento na sub-bacia de Una-Utinga.
Coordenadas UTM: 282594 mE/ 8621561mN
No campo, em alguns locais, as camadas de marga aparecem mais espessas e os
calcilutitos mais finos, o que caracteriza um clima mais úmido no paleocontinente, com maior
aporte de material em suspensão responsável pela formação das camadas de marga. Também
ocorre o inverso, ou seja, presença de camadas de calcilutitos mais espessas e as de marga
mais finas, o que caracteriza um clima mais árido no continente, sem chegada de material em
suspensão. Petrograficamente, a Unidade B pode ser caracterizada como mudstone levemente
neomorfizado na sub-bacia de Una-Utinga e de wackestone levemente neomorfizado
dolomitizado, na sub-bacia de Irecê. (fotomicrografia 5.2)
80
A
B
Fotomicrografia 5. 1:A: Mudstone levemente neomorfizado, com Calcita neomórfica (Cal) associada à
dolomita (Dol), além de quartzo (Qtz), e minerais opacos disseminados (Opc). Luz plana. Lâmina NR03123,45, com o aumento de 2,5x; B: wackestone levemente neomorfizado dolomitizado estratificação planoparalela com níveis de maior concentração de terrigenos e matéria orgânica interestratificados com zonas
ricas em oncolitos com calcita neomórfica e dolomita associada. Lâmina ICM-14 em luz plana com
aumento de 2,5x.
Na sub-bacia de Una-Utinga, esta unidade aparece bastante silicificada, devido a
percolação de fluidos silicosos tardios e, normalmente, a sílica presente é preta, possivelmente
pelo fato da grande quantidade de matéria orgânica presente nos calcilutitos.
O contato com a unidade B1 é gradual nas sub-bacias estudadas.
5.2 UNIDADE B1
A unidade B1 é constituída por calcarenitos/calcilutitos intraclásticos dolomitizados na
sub-bacia de Irecê e na sub-bacia de Una-Utinga e foi correlacionada com observações de
campo realizada e estudo petrográfico.
As litologias e estruturas sedimentares encontradas indicam a dominância de um
ambiente que varia de supra/intermaré a submaré raso. Esta unidade chamada de Nova
America por Bomfim et al.. (1985) é considerada como representativa do final de um ciclo
regressivo.
O ambiente de supra/intermaré é interpretado a partir da presença de gretas de
ressecamento (“tepees”), evidente na sub-bacia de Irecê, que indicam áreas de exposição que
81
podem ser interpretadas como devido a rebaixamento do nível do mar e /ou como paleo-altos
de bacia epicontinetal.
Nesta Unidade a presença de níveis brechados com intraclastos centimétricos pode
estar associada à tempestitos, feições observadas nas duas bacias (foto 5.2). Os nódulos de
calcita que estão relativamente associados aos “tepees”, são interpretados segundo Souza et
al. (1993) como pseudomorfos de gipsita, o que indicaria um clima hiperárido durante a
deposição.
A
B
Foto 5 5: Afloramento mostrando nível de exposição e quebramento com retrabalhamento e remobilização de intraclastos
centimétricos. A: vista em perfil na sub-bacia de Una-Utinga, Fazenda Lagoa Preta UTM: 280101/8654320 B. vista em
perfil na sub-bacia de Irecê. Povoado de Ipanema, coordenadas UTM: 216838/8741795
As estruturas lenticulares e estratificações cruzadas dos calcarenitos peloidais finos,
evidenciam processo subaquoso de tração, estando estas feições preservadas nas sub-bacias
correlacionadas (Foto 5.3).
B
A
Foto 5 6: Calcarenitos finos neomorfizados dolomitizados da Unidade B1 com estratificação cruzada. A: Furo NR-03
em uma profundidade de 98,00 m. B: vista em perfil do afloramento no Povoado de Achado Coordenadas UTM:
196630/8746185.
82
Os calcarenitos desta unidade foram depositados em ambiente alta energia, e
microscopicamente foram denominados de grainstone peloidal bastante neomorfizado
dolomitizado para a sub-bacia de Irecê e de grainstone intraclástico oncolítico neomorfizado
dolomitizado (fotomicrografia 5.1).
A
B
Fotomicrografia 5. 2: A: Grainstone, com calcita espática (Cal) preenchendo fraturas, calcita neomórfica(Cal) e
dolomitização (Dol), além de intraclastos e oncolitos. Os minerais opacos estão disseminados na lâmina. Luz plana.
Lâmina NR-03- 7,35 com aumento de 2,5x.; B: Grainstone constituído por intraclastos (Intra), juntamente com
pelóides (Pel) e calcita neomórfica. Lâmina ICM-10: luz plana e um aumento de 2,5x.
A Unidade B1 é economicamente importante, pois nela encontram-se as
mineralizações de fosfato associadas aos níveis estromatolíticos ou intraclásticos. Estes
depósitos são economicamente viáveis para explotação na sub-bacia de Irecê. Ocorrem
também mineralizações de sulfetos e óxidos de Pb e Zn em ambas sub-bacias, que continuam
sendo objeto de estudos para definição de sua viabilidade econômica.
A seguir uma breve descrição das características dessas mineralizações, conforme
observado nas sub-bacias de Una-Utinga e de Irecê.
5.2.1 Fosforito na sub-bacia de Una-Utinga
O fosforito encontrado na sub-bacia de Una-Utinga está presente na porção basal da
Unidade B1 associado aos calcilutitos/calcarenitos neomorfizados dolomitizados encontrados
83
no furo de sondagem NR-03 e NR-04. Esta litofácies aparece a uma profundidade de 24,15m
atingindo uma profundidade de 110,30m, totalizando uma espessura de 86,15m.
A rocha fosfática encontra-se na forma de finas laminações (estromatolíticas?) na zona basal
da Unidade B1(foto 5.4), na mesma posição estratigráfica dos estromatolítos colunares fosfatizados de
Irecê-Lapão, que ocorrem na sub-bacia de Irecê.
A
B
Foto 5.4: Teste de molibidato de amônio indicando a presença de fosfato. A: furo de sondagem NR-03 93,00 B:
furo de sondadem NR 04
5.2.2 Fosforito na sub-bacia de Irecê
O fosforito de Irecê-Lapão está associada a fácies calcarenito intraclástico e
estromatólitos colunares da unidade B1, gerada em ambiente de alta energia na planície de
maré. As concentrações são formadas por agregados de cristais muito finos de carbonato
fluorapatita, associado à calcita e, por vezes, dolomita, onde se observa também a presença de
veios milimétricos de fluorita e finos filmes de material escuro, provavelmente carbonoso. As
concentrações mais impostantes de fosfato encontram-se associadas a estrtuturas
estromatolíticas colunares (foto 5.5).
84
A
B
Foto 5. 5: Pedreira de fosfato. Coordenadas: 236727/8733402
85
As mineralizações de chumbo e zinco identificadas na área de estudo, estão presentes
nos carbonatos do Grupo Una nas Sub-bacias de Una-Utinga (depósito de Nova Redenção) e
Irecê (Fazenda Rufino, Melancias e Morro do Gomes).
5.2.3 Depósito de Nova Redenção
Na sub-bacia de Una-Utinga, as ocorrências sulfetadas de Nova Redenção estão
localizadas no município do mesmo nome, e constituem um pequeno depósito (cerca de 2,5
milhões de toneladas a 6% de Pb e 2% Zn) hospedado em carbonatos da Formação Salitre
(Bomfim & Pedreira, 1990; Pedreira & Margalho, 1990; Guimarães & Pedreira, 1990).
A litofácies hospedeira da mineralização é a Unidade B1 constituda por
calcilutitos/calcarenitos neomorfizados dolomitizados (Foto 5.6), correlacionáveis com
aqueles observados na sub-bacia de Irecê (Fazenda Rufino e Melancias), que também abriga
mineralizações de Pb-Zn (Ag) na mesma posição estratigráfica.
Foto 5.6: calcilutitos/calcarenitos neomorfizados dolomitizados rocha hospedeira dos sulfetos de Zn e Pb.
A seta mostra uma fratura preenchida por galena e cerussita. As fraturas teriam servido como dutos para a
passagem do fluido mineralizado. 269798mE e 8584096mN
De acordo com Moraes Filho & Leal, 1990, a zona mineralizada em Nova Redenção
está condicionada ao topo e meia-encostas de morrotes, com uma extensão aproximada de 40
m na direção N40°-70°W, e com elevação com cerca de 20 a 25 m de altura (foto 5.7).
86
Foto 5.7: Visão Panorâmica da zona mineralizada em Pb-Zn de Nova Redenção, Bacia de Una-Utinga,
setor Sete Lagoas. Fonte: Misi, 1996
A mineralização possui uma paragênese mineral caracterizada pela associação de
galena, esfalerita, pirita, e pirrotita (pouco), como minérios primários, além de cerussita
(predominantemente), limonita e anglesita, que constituem a porção oxidada da mineralização
(Foto 5.8). Os minerais de ganga, mais freqüentemente associados, são: dolomita, quartzo,
barita e hematita (Gomes, 1998).
A
B
Foto 5.8: Galena vista no afloramento em perfil.A: galena pouco alterada; B: detalhe mostrando a alteração
da galena para óxido de Pb. Vista em perfil. Ponto IG-05 (269798 mE e 8584096 mN).
No depósito encontrado em Nova Redenção, fica evidente o controle litoestratigráfico,
bem como controle estrutural das mineralizações, expresso principalmente através de diversos
fraturamentos e falhamentos com direção N50°W e mergulhos fortes (90° a 50° SW ou 90° a
70° NE), de caráter extensivo, comumente associado a brechas mineralizadas e zonas de
cisalhamento (Fig. 5.1) (foto 5.9), e subordinadamente, um sistema de fraturamento NE-SW,
com mergulhos, predominantemente, 90° a 65° SE ou 75° NW (Moraes Filho & Leal, 1990).
87
Figura 5. 2: Esboço da área mineralizada em sulfetos em Nova Redenção, Bacia de Una-Utinga. Adaptado de
Moraes Filho & Leal (1990).
A
B
Foto 5.9: Brecha sílico- ferruginosa. A: amostra do furo de sondagem NR-03 7,35; B: vista em perfil no campo.
Ponto 6 (271134 mE e 8584720 mN).
88
A mineralização em Nova Redenção (epigenética) está associada à fácies
calcilutitos/calcarenitos neomorfizados dolomitizados, apresentando-se das seguintes formas
(Gomes et al.., 1997):
- Tipo “stratabound” nos calcarenitos neomorfizados dolomitizados (foto 5.10);
A
B
Foto 5.10: A: Afloramento de depósito do tipo “stratabound” epigenético de sulfeto de Pb e Zn. B: detalhe
mostrando a alteração da galena para óxido de Pb. Vista em perfil. Ponto IG-05 (269798 mE e 8584096 mN).
• Cimentando brechas, predominantemente sob a forma de galena oxidada. As brechas sílicoferruginosas constituem a forma principal do minério;
• Formando bolsões de sulfetos maciços, parcialmente oxidados, que, aliados às brechas,
constituem a principal forma de ocorrência do minério (foto 5.11);
• Cimentando oólitos e pelóides, principalmente através da substituição da matriz carbonática,
ou disseminada nos espaços porosos dos dolarenitos desta fácies;
• Formando níveis descontínuos, concordantes a subconcordantes, com a estratificação
primária dos dolomitos silicificados (cerussita e limonita - sulfetos oxidados) – filões de baixo
ângulo em relação à estratificação da rocha dolomítica;
• Preenchendo estilólitos e fraturas, formando microvenulações e veios.
89
A
B
Foto 5.11:bolsões de sulfetos maciços; A: vista geral do afloramento; B: vista em detalhe. (269673 mE e
8586247 mN).
90
Os sulfetos de Zn e Pb presentes nas sub-bacias em estudo, estão associados aos
calcarenitos/calcilutitos intraclásticos dolomitizados, em uma posição estratigráfica acima dos
fosfatos. Estudos exploratórios para os sulfetos estão sendo feito pela CPRM na sub-bacia de
Una-Utinga no município de Nova Redenção
As mineralizações de fosfato e sulfetos de Pb e Zn encontram-se no mesmo nível
estratigráfico com as mesmas características em ambas as sub-bacias. Porém, a sub-bacia de
Una-Utinga sofreu mais com os processos diagenéticos (a dolomitização e o neomorfismo) e
com a erosão, quando comparada à sub-bacia de Irecê.
5.3 UNIDADE B
A unidade B existente em ambas as sub-bacias, estando logo abaixo da Unidade B1,
apresenta a mesma característica litológica, sendo caracterizada por calcarenito fino a
calcilutito finamente laminado e interestratificado com margas, por vezes argila ou arenito
fino, e apresenta característica de ambientes de baixa energia, possivelmente em um talude ou
bacia. A interpretação do ambiente é fortemente baseada nos estudo macroscópico,
observadas em campo, análises do furo de sondagem e com o auxílio de lâminas delgadas
(foto 5.12).
A
B
Foto 5.12: Calcilutito intercalado com marga. A -visão em perfil do afloramento na sub-bacia de
Irecê.Coordenadas 240384/ 8733798 mN. B – visão em perfil do afloramento na sub-bacia de Una-Utinga.
Coordenadas UTM: 282594 mE/ 8621561mN
91
No campo, em alguns locais, as camadas de marga aparecem mais espessas e os
calcilutitos mais finos, o que caracteriza um clima mais úmido no paleocontinente, com maior
aporte de material em suspensão responsável pela formação das camadas de marga. Também
ocorre o inverso, ou seja, presença de camadas de calcilutitos mais espessas e as de marga
mais finas, o que caracteriza um clima mais árido no continente, sem chegada de material em
suspensão. Petrograficamente, a Unidade B pode ser caracterizada como mudstone levemente
neomorfizado na sub-bacia de Una-Utinga e de wackestone levemente neomorfizado
dolomitizado, na sub-bacia de Irecê. (fotomicrografia 5.2)
A
B
Fotomicrografia 5. 3:A: Mudstone levemente neomorfizado, com Calcita neomórfica (Cal) associada à
dolomita (Dol), além de quartzo (Qtz), e minerais opacos disseminados (Opc). Luz plana. Lâmina NR03123,45, com o aumento de 2,5x; B: wackestone levemente neomorfizado dolomitizado estratificação planoparalela com níveis de maior concentração de terrigenos e matéria orgânica interestratificados com zonas
ricas em oncolitos com calcita neomórfica e dolomita associada. Lâmina ICM-14 em luz plana com
aumento de 2,5x.
Na sub-bacia de Una-Utinga, esta unidade aparece bastante silicificada, devido a
percolação de fluidos silicosos tardios e, normalmente, a sílica presente é preta, pelo fato da
grande quantidade de matéria orgânica presente nos calcilutitos.
92
CAPÍTULO 6
CONCLUSÃO
A Formação Salitre nas sub-bacias de Una-Utinga e de Irecê é constituídas por uma
sequência sedimentar carbonática depositada em um ambiente marinho epicontinental,
portadora de importantes registros de mineralizações de sulfetos de Pb-Zn, além de rocha
fosfática (fosforito).
A caracterização petrográfica detalhada utilizada neste trabalho serviu para identificar
as fácies carbonáticas juntamente com seu ambiente de deposição e principalmente
caracterizar a litologia da rocha encaixante da mineralização.
Cinco unidades litofaciológicas informais, integram a Formação Salitre:
a) Unidade C constituída por dolomitos e calcários dolomíticos vermelhos e
argilosos (cap carbonates). A sua sedimentação é marinha, ocorrida logo após
a deglaciação;
b) Unidade B é constituída predominantemente por intercalações de calcilutitos e
margas. A sua sedimentação é marinha em ambiente calmo e mais profundo
quando comparada com as outras unidades; e
c) Unidade B1 é constituda por calcarenitos dolomitizados neomorfizados e
bioconstruções
estromatolíticas,
formados
em
ambientes
de
submaré/plataforma rasa. Nesta unidade se concentram as mineralizações de
Fosfato e Sulfetos de Pb e Zn das sub-bacias estudadas. Os fosforitos
encontrados nas bioconstruções apresentam um controle estatigráfico em
ambas as bacias na base desta unidade, e as mineralizações de sulfetos de PbZn apresentam nítido controle estratigráfico e estrutural (falhas com direção
NW-SE) depositados acima dos fosforitos.
As unidades A e A1, foram identificadas apenas na sub-bacia de Irecê. Já na sub-bacia
de Una-Utinga estas unidades encontram-se erodidas em quase toda a extensão da sub-bacia,
porém amostras foram coletadas com o intuito de se identificar estas Unidade, mas os
resultados ainda estão em analise, por tal motivo estas Unidades não foram correlacionadas
neste trabalho.
93
CAPÍTULO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1
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TUCKER, M.E. 1991. Sedimentary Petrology. London, Blackwell Science Ltd, 252 p.
96
ANEXO 01
97
98
ANEXO 02
99
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
LÂMINA: NR-03 7,35
PROF.:
BACIA: Una-Utinga
Fm: Salitre- Unidade B1
1. CONSTITUINTES
Aloquímicos
Intraclastos
Oncolitos
Opacos (5%)
40%
Calcita
Dolomita
55%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
Flutuante e reto
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Neomorfismo, Dolomitização
5. TAMANHO DOS GRÃOS
Intraclastos: 2,5 mm a 3,5 mm ; Oncolitos: 0,6 mm a 1,8 mm
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Não reconhecíveis
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Grainstone Intraclástico Oncolítico Neomorfisado Dolomitizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Varia de supra/intermaré a submaré raso
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
O neomorfismo mascarou os aloquímicos, fazendo com que estes grãos estejam
praticamente imperceptíveis. Porém com a análise da amostra de mão, podemos
caracterizá-la como um Grainstone.
A lamina possui minerais opacos, possivelmente pirita.
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
100
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: NR-03 7,85
PROF.:
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
BACIA: Una-Utinga
FM: Salitre- Unidade B1
1. CONSTITUINTES
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Residual, não reconhecível
4. DIAGÊNESE
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Não reconhecíveis
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
AUTOR:ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
101
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA:NR-03 16,80
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
PROF.:
BACIA: Una-Utinga
FM: Salitre-Unidade B1
1. CONSTITUINTES
Opacos
5%
Calcita
Dolomita
95%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Não reconhecíveis
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Microespatito/ Doloespatito
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
102
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
LÂMINA: NR-03 42,70
PROF.:
BACIA: Una-Utinga
FM: Salitre-Unidade B1
1. CONSTITUINTES
Qtz
Porosidade
3%
40%
Calcita
Dolomita
57%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Não reconhecíveis
8. POROSIDADE
Vugular e moldica
9. NOME DA ROCHA
Microespatito/ doloespatito
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
103
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
LÂMINA: NR-03 56,10
PROF.:
B1Jussara
1. CONSTITUINTES
Oncolitos
Intraclastos
BACIA: Una-Utinga
45%
Calcita
Dolomita
Porosidade (20%)
FM: Salitre-Unidade B1
35%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
Contatos flutuantes, pontuais e retos
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
Oncolitos: 0,3 mm a 1,8 mm
Intraclastos: 1,0 mm a 2,0mm
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Não reconhecíveis
8. POROSIDADE
Vugular e moldica
9. NOME DA ROCHA
Grainstone Oncolítico Intraclástico Neomorfizado Dolomitizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Com
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
104
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA:NR-03 93,00
PROF.:
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
BACIA: Una-Utinga
FM: Salitre-Unidade B1
90%
Porosidade (10%)
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
Retos
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Estratificação plano-paralela e fraturas preenchidas por calcita espática
8. POROSIDADE
vugular
9. NOME DA ROCHA
Microespatito/ Doloespatito
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
105
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA:NR-03 95,45
PROF.:
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
BACIA: Una-Utinga
FM: Salitre-Unidade B1
90%
Porosidade (10%)
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
Retos
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução
skssksks
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Estratificação sub-paralela ondulada com níveis de matéria orgânica
8. POROSIDADE
vugular
9. NOME DA ROCHA
Microespatito Dolomitizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
106
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
LÂMINA:NR-03 101.30
PROF.:
BACIA: Una-Utinga
FM: Salitre-Unidade B1
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
85%
Qtz (5%)
Porosidade (10%)
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Estratificação sub-paralela com estratos claros e escuros devido a presença de
matéria orgânica
8. POROSIDADE
Intercristalina e vugular
9. NOME DA ROCHA
Doloespatito / Microespatito
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Existem níveis bastante dolomitizado com porosidade intercristalina.
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
107
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA:NR-03 137,55
PROF.:
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
BACIA: Una-Utinga
FM: Salitre-Unidade B
100%
Porosidade (0%)
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Neomorfismo e dissolução
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Silicificação ao longo das fraturas.
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Micro falhas e fraturas
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Mudstone
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Baixa energia
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
As fraturas são preenchidas por calcita maclada, típoco de tectonismo seguido de
dissolução.
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
108
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: ICM-04
LOCAL: Irecê
PROF.:
1. CONSTITUINTES
BACIA: Irecê
Calcita
Dolomita
FM: Salitre-Unidade B1
100%
Porosidade (0%)
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Feições de dissolução
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Estratificação plano-paralela e estilolitização
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Microespatito Dolomitizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Baixa energia
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Os níveis mais dolomitizados apresentam maior dissolução.
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
109
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA:ICM-O5
LOCAL: Irecê
PROF.:
1. CONSTITUINTES
BACIA: Irecê
Calcita
Dolomita
FM: Salitre-Unidade B1
100%
Porosidade (0%)
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Concreção de calcita espática
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
8. POROSIDADE
Aparentemente fechada
9. NOME DA ROCHA
Microespatito Dolomitizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Baixa energia
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Os opacos aparencem nos níveis dolomitizados e são representados por pirita (?).
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
110
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: ICM-10
LOCAL/POÇO: Pedreira ecosol
PROF.:
1. CONSTITUINTES
Intraclastos
65%
Pelóides
BACIA: Irecê
Calcita
Dolomita
Porosidade(0%)
FM: Salitre- Unidade B1
35%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
Contatos flutuantes
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Neomorfismo
Dolomitização
5. TAMANHO DOS GRÃOS
Intraclastos: 2,0 mm a 4,5 mm
Pelóides: 0,05 mm
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução
7.
ESTRUTURAS SEDIMENTARES
skssksks
Estilolitização
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Grainstone Intraclástico Peloidal bastante Neomorfisado e Dolomitizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Intermaré a Submaré rasa
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
AUTOR: Ítala G. D. de Araujo
DATA:
111
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA:ICM-11
LOCAL: Irecê
Furo
de sondagem NR-03 – Nova
Redenção
PROF.:
BACIA:
Irecê
FM: Salitre-Unidade B1
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
85%
Peloide 15 %
Porosidade (0%)
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
Pelóides: 0,05 mm
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução ()
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
skssksks
Estratificação plano-paralela com níveis rico em matéria orgânica e níveis ricos em
peloides e bastante estilolitização
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Laminitos microbiais dolomitizados
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Baixa energia
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Com a análise da amostra de mão e estudo em afloramento, podemos caracterizá-la
como um Laminito Microbial.
As micro-falhas e fraturas são preenchidas por calcita espática
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
112
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: ICM-12
PROF.:
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
LOCAL: Irecê
BACIA: Irecê
FM: Salitre-Unidade B1
100%
Porosidade (0%)
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
skssksks
Estratificação plano-paralela e abundante estilolitização
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Laminitos microbial dolomitizados
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Baixa energia
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Com a análise da amostra de mão e estudo em afloramento, podemos caracterizá-la
como um Laminito Microbial.
As micro-falhas e fraturas são preenchidas por calcita espática
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
113
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: ICM-23
PROF.:
LOCAL/POÇO: Faz. Canaã
BACIA: Irecê
FM: Salitre-Unidade B1
1. CONSTITUINTES
Bioconstrução arborescente – 65%
Porosidade – 35%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Ausente
4. DIAGÊNESE
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Não reconhecíveis
8. POROSIDADE
Edificações Orgânicas
9. NOME DA ROCHA
Estromatólito Colunar
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Intermaré
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
AUTOR: Ítala G. D. de Araujo
DATA:
114
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: ICM-30
PROF.:
LOCAL/POÇO: Irecê
BACIA: Irecê
FM: Salitre-Unidade B1
1. CONSTITUINTES
Bioconstrução – 90%
Porosidade – 0%
Calcita- 10%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Ausente
4. DIAGÊNESE
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Não reconhecíveis
8. POROSIDADE
Não perceptível
9. NOME DA ROCHA
Trombolito
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
AUTOR: Ítala G. D. de Araujo
DATA:
115
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: ICM-13
PROF.:
LOCAL/POÇO: Povoado de achado
BACIA: Irecê
FM: Salitre-Unidade B1
1. CONSTITUINTES
Peloideis – 35%
Porosidade – 0%
Calcita + dolomita 75%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Ausente
4. DIAGÊNESE
Neomorfismo e dolomitização
5. TAMANHO DOS GRÃOS
Pelóides: 0,05 mm
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Nódulos de calcita
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Dissolução (abundante estilolitização)
8. POROSIDADE
Não perceptível
9. NOME DA ROCHA
Laminitos microbial dolomitizados
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Com a análise da amostra de mão, podemos caracterizá-la como um laminito
microbial
AUTOR: Ítala G. D. de Araujo
DATA:
116
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: ICM-15
LOCAL: Irecê
PROF.:
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
BACIA: Irecê
Oólitos
Oncolito
70%
FM: Salitre-Unidade B
25%
Qtz 5%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
Oncolitos: 0,5 mm a 1,5 mm
Oólitos: 0,2 mm
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução (abundante estilolitização)
7.
ESTRUTURAS SEDIMENTARES
skssksks
Estratificação plano-paralela
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Wackestone Oncolítico Oolítico Neomorfisado Dolomitizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Baixa energia
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Os sedimentos terrigenos aparecem na marga.
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
117
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: ICM-14
PROF.:
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
LOCAL: Irecê
BACIA: Irecê
FM: Salitre-Unidade B
100%
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
7. ESTRUTURAS SEDIMENTARES
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Mudstone neomorfizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Baixa energia
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Os sedimentos terrigenos aparecem na marga.
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
118
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA:NR-03 123,45
LOCAL: Furo de sondagem NR-03 – Nova Redenção
PROF.:
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
BACIA: Una-Utinga
FM: Salitre-Unidade B
100%
Porosidade (0%)
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução
7.
ESTRUTURAS SEDIMENTARES
skssksks
Estilolitização
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Mudstone levemente neomorfizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Baixa energia
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Os opacos aparencem nos níveis dolomitizados.
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
119
FOLHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE CARBONATOS
LÂMINA: ICM-16
PROF.:
1. CONSTITUINTES
Calcita
Dolomita
LOCAL: Irecê
BACIA: Irecê
75%
Oncolito
Oólitos
FM: Salitre-Unidade B
25 %
2. RELAÇÕES TEXTURAIS/CONTATO ENTRE OS GRÃOS
3. MATRIZ
Não reconhecível
4. DIAGÊNESE
Dolomitização e neomorfismo
5. TAMANHO DOS GRÃOS
Oncolitos: 0,5 mm a 1,5 mm
Oólitos: 0,2 mm
6. OUTROS FENÔMENOS DIAGENÉTICOS
Dissolução (abundante estilolitização)
7.
ESTRUTURAS SEDIMENTARES
skssksks
Estratificação plano-paralela
8. POROSIDADE
9. NOME DA ROCHA
Wackestone Oncolítico Oolítico Neomorfisado Dolomitizado
10. INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Baixa energia
11. IDADE APROXIMADA
Neoproterozóico
12. OBSERVAÇÕES
Os sedimentos terrigenos aparecem na marga.
AUTOR: ÍTALA G. D. de ARAUJO
DATA:
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