sumário editorial Bahiana adab prática em serviço gratuito 06 vida acadêmica Prof. Ênio Ribeiro Maynard Barreto Vice-diretor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública cedete: aprendizado 24 horas 08 a vez da medicina 10 processo seletivo 24 graduação bahiana social projeto candeal vida acadêmica Caminho aberto aos Ligas de conhecimento 34 biomédicos bahiana faz e acontece Eventos que marcaram 2009.1 37 Out/2009 16 graduação Supervisão pedagógica 15 Todas as Psicologias 4 Teoria e prática na clínica-escola Profª. Maria Luisa Carvalho Soliani Diretora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Prof. Gaspare Saraceno Coordenador de Graduação Emanuel Olimpio Alves de Souza Coordenador de Administração e Finanças Profª. Kátia Nunes Sá Coordenadora de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão Profª. Luiza de Oliveira Kruschewsky Ribeiro Coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas expediente Maria Luisa Carvalho Soliani Coordenação Editorial Regina Carvalho Gestora de Comunicação e Marketing Juliana Maia Assessora de Imprensa 38 Fotos Ricardo Brasileiro Acervo da Bahiana 22 20 Pesquisa com papel social Textos Metta Comunicação - Márcia Guimarães - Diego Carvalho vida acadêmica Maia Comunicação Live@Edu Projeto Gráfico Metta Comunicação - Vládesk Falcão 28 graduação Terapia Ocupacional transpondo os obstáculos Realização AG Editora Av. Tancredo Neves, 805. Ed. Espaço Empresarial, 402. 41.820-021 Salvador/BA - Tel. (71) 3311 4999 42 Este é o segundo número da nossa revista BAHIANA. Deixar a nova edição pronta, bonita e informativa deu um trabalho enorme e envolveu muitas pessoas. Mas foi também muito gostoso de fazer e nos deu muitas alegrias, pois permitiu uma maior aproximação com o que acontece na BAHIANA e com as pessoas que fazem a BAHIANA acontecer. Neste número vamos mostrar um pouco do trabalho realizado no ADAB (Ambulatório Docente Assistencial da Bahiana), que alia atendimento à saúde da população com ensino/aprendizagem das profissões de saúde. Você também entrará em contato com o que acontece no curso de Fisioterapia, curso de Biomedicina, curso de Terapia Ocupacional e curso de Psicologia e verá como é feita a integração entre a teoria e a prática e quais são os diferenciais que estes cursos oferecem. Vamos contar ainda sobre o CEDETE (Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Educacionais), 24 horas no ar que, com equipamentos e tecnologia de ponta, ajuda no dia-a-dia do estudante e do professor, oferecendo instrumentos para melhorar o processo de ensinar e aprender, auxiliando, inclusive, no desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade do aluno. E falando em responsabilidade, é preciso estar sempre atento às várias facetas de nossa responsabilidade social, como cidadãos, como estudantes, como professores, como profissionais e como instituição. O Projeto Candeal, multiprofissional, mostrado nesta edição, traz esta marca, que está no DNA da Instituição desde a sua fundação, fazendo parte da sua missão. Tem também uma matéria sobre o Serviço de Supervisão Pedagógica, outro grande diferencial que só tem na Bahiana e sobre o Live@Edu, programa inédito no Norte/Nordeste que potencializa a relação entre alunos, professores e instituição. Além disso, será possível saber um pouco mais sobre Pesquisa e Pós-graduação, apesar de não ser necessário esperar até se formar para participar dos projetos de pesquisa. A Escola oferece um amplo programa de Iniciação Científica, inclusive com bolsas para os alunos de todos os cursos. A curiosidade e a vontade de saber são os ingredientes básicos para o sucesso profissional e isso existe de sobra em nossos alunos. Leia sobre as Ligas Acadêmicas e você entenderá melhor sobre as possibilidades de ensino/aprendizagem existentes na BAHIANA, criadas, inclusive, pelos próprios estudantes. E fique por dentro do novo Processo Seletivo Formativo da Bahiana que, neste semestre, incluiu a Medicina. Veja os depoimentos e compartilhe conosco da aprovação de quem viveu esta modalidade de seleção, até o momento uma experiência única no país. Esperamos que você goste e aproveite! Profª Maria Luisa Carvalho Soliani Diretora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Out/2009 5 ADAB Bahiana Serviço gratuito e aprendizagem de qualidade Com supervisão de professores, o Ambulatório Docente-Assistencial da Bahiana ADAB permite aos alunos aprenderem com a prática ao mesmo tempo em que prestam um serviço à comunidade Bahiana A novidade mais recente é a participação dos estudantes de enfermagem. Essa atua­ ção se dá em momentos diferentes e em serviços diversificados. Na disciplina Prática Comunitária II, por exemplo, estudantes do 3º semestre utilizam o ADAB como espaço de prática para desenvolver atividades de promoção de saúde em grupos comunitários - atuação que começou em 2008, quando foram contemplados grupos de idosos e de pacientes com hipertensão arterial. Mas a participação do curso de Enfermagem no ADAB não se limita às atividades práticas de disciplinas curriculares. Há também as atividades de extensão e pesquisa. Um exemplo é o trabalho desenvolvido no Centro de Doenças Miccionais da Infância (CEDIMI), que conta com alunos de enfermagem em sua equipe interdisciplinar. Para 2009, a participação dos estudantes de Enfermagem no ADAB será ampliada. Dentre as novas atuações estão as dos alunos que cursarem as disciplinas Saúde Coletiva I e II. Ainda nesta publicação você vai conhecer outras clínicas e serviços dos diversos cursos da Bahiana, que integram o ADAB. Aprendendo a trabalhar em equipe - Um aspecto importante do ambulatório é o trabalho em parceria que ele proporciona a estudantes de diferentes cursos, criando um ambiente de trabalho multiprofissional. Na Clínica Avançada em Fisioterapia da Bahiana (CAFIS), por exemplo, o trabalho dos estudantes de fisioterapia costuma ter o apoio de estudantes de Psicologia, que trabalham o aspecto emocional dos pacientes em tratamento - o mesmo acontece em outras unidades. Odontologia é responsável por grande parte do atendimento em Salvador - A assistência prestada pelos estudantes de Odontologia em Saúde Bucal é um dos destaques do ADAB de Odontologia, que funciona na Unidade Acadêmica Cabula. Em 2008, por exemplo, foram mais de 44 mil procedimentos realizados e 16.515 pessoas beneficiadas na comunidade do distrito Cabula-Beiru. Os quatro ambulatórios de atendimento odontológico da Bahiana somam 140 conjuntos odontológicos voltados para o atendimento e 42 conjuntos com foco na educação e saúde bucal. Para se ter uma idéia da representatividade desse serviço, dados de 2007 apontam que naquele ano a Prefeitura de Salvador disponibilizava um total de 157 consultórios odontológicos em toda a cidade, sendo que apenas 17 deles estavam no megadistrito Cabula-Beiru, habitado por mais de 385 mil pessoas. Isso quer dizer que os leitos da Bahiana significam cerca de 50% do total de acomodações públicas para atendimento odontológico de Salvador. Uma marca importante e um motivo de muito orgulho para a Escola. Atendimentos do ADAB/Brotas em 2008 Clínica Avançada em Fisioterapia - CAFIS SUS (Angiologia, Neurologia, Ortopedia, Pediatria, Pneumo-Funcional, Reumatologia, Traumatologia) Atendimentos 13.360 Gratuito (Fisioterapia aplicada à Dermato-funcional e Uroginecologia) Atendimentos 3.847 Saltar da teoria para a prática é o desejo de todo universitário. Na área de saúde, esse é um momento ainda mais esperado, que envolve muitas questões e, sobretudo, é algo impreterível à formação profissional. Por isso, na Bahiana o estudante conta com uma estrutura inteiramente dedicada ao exercício prático de atividades profissionais em todas as áreas ensinadas na Escola. Quer saber como? Conheça o Ambulatório Docente-Assistencial da Bahiana, o ADAB. Formado por uma série de clínicas e serviços, que atendem em todas as unidades acadêmicas da Bahiana, o ADAB possui ampla atuação em diversos locais de Salvador. 6 Out/2009 O ambulatório é dividido entre ADAB Brotas - que contempla a Clínica Avançada em Fisioterapia (CAFIS), o Serviço de Psicologia (SEPSI) e o Serviço de Terapia Ocupacional (SerTO) – e o ADAB Cabula – que contempla o atendimento de Odontologia. Por ano são cerca de 20 mil atendimentos gratuitos, feitos através do Sistema Único de Saúde (SUS) e do sistema de beneficiamento, que ocorre quando a instituição, no caso a Bahiana, assume todos os custos. Entretanto, conforme explica a diretora da Bahiana, Dra. Maria Luisa Soliani, quando a demanda ultrapassa o limite das cotas do SUS, o atendimento é realizado da mesma forma, sem cobrar nada. “O objetivo do ambulatório é prestar assistência à população e ter um lugar onde os alunos possam aprender mais de suas atividades na prática”, explica Dra. Maria Luisa. Em cada curso o serviço funciona de uma maneira. Para uns, o ambulatório serve como estágio curricular nos semestres finais; para outros, serve também para realização de aulas práticas no decorrer do curso. As atividades são totalmente supervisionadas por professores e responsáveis técnicos. “Para começar a trabalhar com os pacientes, primeiro os alunos observam os professores e depois partem para a prática com a orientação de um docente, que chamamos de docente-assistencial”, explica o professor Alexandre Dumas. Serviço de Psicologia – SEPSI Gratuito (Psicoterapia Individual e em Grupo, Psicodiagnóstico, Grupo de Orientação Profissional e Grupo de Apoio a Pacientes com Ler/Dort - Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho) Atendimentos 1.633 Serviço de Terapia Ocupacional – SerTO Gratuito (Atendimentos individuais e em grupo nas áreas de Atenção à Saúde da Criança e Adolescente, Atenção a Saúde do Trabalhador e Atenção à Saúde adab O lado de lá... Terezinha Almeida, 39, é paciente no ADAB há oito anos e frequenta as especialidades de ginecologia e clínica médica. “Se não fosse o ambulatório, seria mais difícil fazer as consultas e os exames que necessito”, conta. Segundo a paciente, além dela, seus filhos e parentes também frequentam o ADAB. “Eles vêm de Nova Soure pra se tratar aqui”, conta. Já Arnete de Jesus, 36, que utiliza serviços de ginecologia e endocrinologia, destaca o tratamento que é dado aos pacientes por médicos e universitários no ambulatório. “Eles são uns amores e isso me faz sentir mais à vontade, diferentemente de quando vou a outras instituições de saúde, onde nem me olham”, confessa. Arnete fala ainda da importância do ADAB para ela neste momento. “ Graças ao atendimento prestado aqui, descobri problemas sérios dos quais agora estou tratando”. ...e o lado de cá O orgulho do trabalho bem feito e o reconhecimento dos pacientes podem ser vistos no rosto dos estagiários. Michelle Paes e Matheus Pamponet, ambos do oitavo semestre de Medicina, se dizem muito satisfeitos em propiciar um atendimento de qualidade e mais humano às pessoas de baixa renda. “A saúde no Brasil é muito precária e ficamos felizes de poder ajudar pessoas que tanto necessitam. Além disso, podemos aprimorar os nossos conhecimentos, ou seja, ganhamos todos”, comemora Michelle. Já Matheus destaca o objetivo do ambulatório de promover e manter a saúde das pessoas, sem esquecer que o paciente tem que ser visto como um todo. “Não tratamos só problemas ginecológicos, por exemplo; abordamos também as características biopsicossociais do paciente, tentando interferir na visão dele em relação à doença e tentando manter uma relação de confiança para que o tratamento seja realmente eficaz”, complementa. do Adulto) Atendimentos 2.698 Out/2009 7 VIDA acadêmica Bahiana Aprendizado 24 horas O CEDETE é responsável por fazer educação e tecnologia caminharem juntas na Bahiana Bahiana VIDA acadêmica estão sendo postas em prática na Bahiana, expandindo não só as fronteiras do conhecimento, mas também as fronteiras das formas de lidar com esse conhecimento. Foram realizadas videoconferências com a professora Milena Pondé, do módulo de Psicofarmacologia do curso de Medicina, que está atualmente fazendo o pós-doutorado no Canadá. Outra atividade realizada foi a defesa de dissertação de Mestrado da professora Mônica Daltro, contando com a participação de sua orientadora no Canadá e a banca examinadora aqui na Bahiana. Histórico - Em 2008 foi implantado o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), utilizando a plataforma Moodle (ver box). Entre outras coisas, o AVA permite a disponibilização de materiais didáticos dos diversos módulos dos cursos da Bahiana. O recurso fica disponível no site da Escola (www.bahiana.edu.br). Ao clicar no link Ambiente Virtual de Aprendizagem, o usuário pode acessar livremente, sem necessidade de cadastro, eventos educativos e com cadastro, as atividades específicas dos diversos módulos da Bahiana, necessitando apenas que o aluno esteja matriculado em um dos cursos da instituição. Lá, o estudante encontra materiais também nos formatos de áudio e vídeo, como palestras, seminários, oficinas e fotografias de eventos realizados pela Instituição. “Através desses vídeos, além dos alunos, a comunidade também é beneficiada com informações de grande valor contidas nas palestras”, destaca o professor. “Além de facilitar a comunicação entre professores e alunos, ferramentas como o Moodle servem para disponibilizar atividades em tempo real na internet, economizam recursos e ainda têm várias finalidades, como renovar o conhecimento sem limite de tempo e espaço. Como o processo de informação está muito intenso, o acesso facilitado ao conhecimento é importantíssimo para deixar o aluno sempre atualizado, desde que ele saiba escolher, de forma crítica, o que vai acessar”, é o que diz a coordenadora do curso de Medicina da Bahiana, Drª. Marta Menezes. De acordo com ela, o Moodle é uma ferramenta de apoio e não deve substituir a prática ou a presença na sala de aula, “é um adicional”. A aluna Cíntia Veselich, do 8º semestre de Medicina, concorda com a importância dessa ferramenta no aprendizado: “ela nos motiva a buscar e compartilhar conhecimento, sugestões, a promover discussões, além de nos aproximar dos nossos mestres”. Para Cíntia, esses benefícios só acontecem quando o aluno domina esse recurso e se interessa em aprender continuamente. “Assim também os professores conseguem nos acompanhar mais de perto, tirar nossas dúvidas através de e-mail, promover fóruns e ver quem realmente participa”, depõe a futura médica. Próximo passo – Para complementar o aprendizado, a Bahiana fez também, em 2008, uma parceria com a Universidade de São Paulo (USP) para utilização dos vídeos do Projeto Homem Virtual. Segundo Antonio Carlos Costa, o próximo passo é criar mídias offline (CD-ROMS interativos) e vídeos de exames clínicos para serem disponibilizados aos alunos, além de construir o “Ambiente Virtual Tridimensional – Second Life” da Bahiana. “Graças ao apoio da Diretoria da Bahiana, a equipe do CEDETE tem feito muitas conquistas, com destaque para a instalação da Sala de Videoconferência. Ela transmitirá importantes seminários, palestras, conferências, sem falar no avanço que é possibilitar treinamentos e cursos online, em tempo real, aos alunos e funcionários da Bahiana”, comemora o coordenador. Principais objetivos do CEDETE A era digital é muito falada pela incrível capacidade que tem de fazer informação e conhecimento circularem na velocidade da instantaneidade. Além da rapidez, as tecnologias digitais fizeram com que toda informação ficasse mais acessível e, portanto, mais democrática. Como resultado disso, temos mais, muito mais conteúdos disponíveis para acesso em todo lugar, sobre todas as coisas. Se a digitalização do mundo tem tanto a fazer pela circulação de informação, porque não fazer dela uma importante aliada no processo educacional de ensino-aprendizagem? A Bahiana quando criou, há dois anos, o seu Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Educacionais (CEDETE) estava priorizando o aperfeiçoamento das suas atividades didáticas e pedagógicas. 8 Out/2009 Basicamente, o objetivo do centro é trabalhar no desenvolvimento de novas ferramentas educativas como apoio ao processo pedagógico. Isso significa que o CEDETE possibilita uma maior interação interna e externa entre instituição, professores e estudantes. Nesse sentido, as instalações físicas e técnicas do centro têm sido ampliadas com a criação do estúdio de gravação e filmagem, bem como a sala de videoconferência - a mais recente novidade do CEDETE. “Além disso, adquirimos equipamentos de última geração, como microcomputadores de elevada capacidade de processamento para atender softwares profissionais de edição de áudio, vídeo e animação em 2D (bidimensional) e 3D (tridimensional)”, informa Antônio Carlos Costa, professor do curso de Medicina do módulo Psicologia Médica e coordenador do CEDETE. Com essa infraestrutura de tecnologia digital é possível inserir, no dia-a-dia dos estudantes da Bahiana, ferramentas que ampliam o conhecimento por eles trabalhado, possibilitando a realização de atividades que, tempos atrás, não eram possíveis. Outro ganho importante para o aprendizado está no aspecto facilitador que as tecnologias propiciam, afinal, toda atividade torna-se muito mais prazerosa se feita de forma multimídia. Segundo o Prof. Antônio Carlos Costa, a Bahiana adquiriu equipamentos técnicos específicos, além do hardware de videoconferência com melhor conceito no mercado. Com este aparato, novas formas de aprendizado Entre outras coisas, o CEDETE tem como meta a criação de material didático-pedagógico baseado na Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC, telecomunicação, telemedicina e telessaúde; ser um fórum de discussão, pesquisa e avaliação de ações relacionadas com a temática das tecnologias educacionais; participar de projetos multi-institucionais de forma colaborativa, visando ampliar o desenvolvimento do processo pedagógico, além de registrar a memória institucional, utilizando recursos de edição, áudio, vídeo, filmagem e fotografia. Atualmente a equipe do CEDETE é composta por Gerson do Rosário (Técnico em fotografia e filmagem); Miguel Barreto (Assistente de tecnologias educacionais) e Sara Cristina (Produtora editorial). O Moodle É um ambiente virtual de aprendizagem, desenvolvido sob a filosofia de software livre, bastante utilizado no Brasil e no mundo. Ele é uma ferramenta criada para facilitar o trabalho dos educadores no processo ensino-aprendizagem, podendo ser aplicada como opção totalmente virtual ou como suporte a turmas presenciais, tendo uma interface dinâmica e de fácil utilização, compatível com os principais navegadores (Internet Explorer, Mozilla Firefox etc.). O Moodle possibilita o acesso à programação e aos conteúdos dos módulos dos cursos e permite a colocação de arquivos, textos, vídeos, links, postagem de trabalhos, participação em fórum de discussão, chats, elaboração de questionários, tarefas e construção colaborativa de textos (wiki), de forma online, promovendo uma maior interação professor-aluno. Em suma, a ferramenta permite que a aprendizagem ocorra também em outros momentos e espaços. Out/2009 9 processo seletivo Bahiana Bahiana processo seletivo A Bahiana está procurando talentos para cuidar de pessoas. E por causa disso, ao invés de só aplicar provas, agora a Escola testa as habilidades e a vocação do candidato através da vivência de atividades relacionadas à profissão que pretende seguir. Mas não é preciso temer coisa alguma. Afinal de contas, o “avaliador” dessa prova prática é o próprio candidato. Vamos pensar juntos. Ao ter contato com instrumentos, experimentar atividades e vivenciar um pouco da profissão “pré-escolhida”, não fica mais fácil ter certeza se é mesmo (ou não) aquilo que se pretende fazer profissionalmente? Pois então, essa é a proposta do Processo Seletivo Formativo da Bahiana. Como diz a coordenadora do curso de Medicina, Dra. Marta Menezes, “além de selecionar pessoas com um perfil mais adequado, ele permite que o candidato se autoavalie dentro do que realmente pretende ser”. “Quando vi os equipamentos e os protótipos, me identifiquei de cara. Aí não tive mais dúvidas de que o curso seria bom pra mim e fui fazer a prova confiante”. É o que responde Lucas Lopo, calouro do curso de Fisioterapia que participou do primeiro Processo Seletivo Formativo aplicado pela Bahiana no início de 2009. Assim como Lucas, todos os alunos que ingressaram na Bahiana no início do ano, com exceção dos calouros de Medicina, tiveram a oportunidade de experimentar o curso escolhido – e mudar de ideia na hora “H”, se assim quisessem. Foi o que aconteceu com Anderson Suzart, que resolveu trocar a Medicina pela Biomedicina. “Eu coloquei Biomedicina como segunda opção pensando em descobrir essa profissão. E o processo me convenceu a fazer o curso, pois me mostrou que Biomedicina não é só lidar com laboratório; tem muitas outras áreas de atuação”. A vez da Medicina Adotado no início do ano pela Bahiana, novo Processo Seletivo Formativo passa a ser aplicado na seleção dos calouros de Medicina 10 Out/2009 Segundo a diretora da Bahiana, Dra. Maria Luisa Soliani, a intenção da mudança é fazer com que a seleção dos alunos da Bahiana não seja algo meramente seletivo, mas que acrescente algo ao indivíduo. “O primeiro Processo Seletivo Formativo foi uma experiência muito enriquecedora para alunos e professores. No final do momento vivencial, todos torciam para que ficassem, pois criou-se um vínculo afetivo entre os candidatos”, conta. A novidade para 2009.2 foi que o Processo Seletivo Formativo passou a ser também aplicado para selecionar os candidatos para o curso de Medicina. Por conta disso, no último dia 30 de abril, dirigentes de instituições de ensino médio e cursinhos de pré-vestibular da Região Metropolitana de Salvador e de Feira de Santana estiveram na Bahiana para um descontraído encontro pedagógico, organizado pela Escola. No encontro foram apresentados os resultados obtidos na primeira experiência com o novo processo seletivo, além de anunciar a novidade já prevista: a inclusão do curso de Medicina no novo modelo de seleção. O evento, que começou com um café da manhã na Coordenadoria da Escola, teve sequência com uma apresentação realizada pela diretora da Bahiana, Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani. Na apresentação foram divulgados dados da pesquisa realizada pela Bahiana durante o processo seletivo de 2009.1 com os candidatos. Alguns números importantes certificaram a aprovação do novo modelo de seleção. Por exemplo, 96,8% dos candidatos afirmaram ter refletido sobre a profissão escolhida, após o processo seletivo. Outros 77,7% mudaram para melhor a percepção que tinham da profissão; 86,2% creditaram a melhor percepção à vivência profissional simulada durante a segunda fase do processo seletivo. Outro dado interessante diz respeito ao conteúdo da prova discursiva. Mais de 63% dos candidatos consideraram o conteúdo da avaliação importante para a vida profissional. Por fim, o índice de avaliação positiva da experiência com o novo processo ficou em 96,1%, dividido em 62,7% que a consideraram ótima e 33,4% que a consideraram boa. Out/2009 11 Bahiana processo seletivo Processo Seletivo Formativo O novo modelo de seleção dos estudantes da Bahiana, denominado Processo Seletivo Formativo (PROSEF), se diferencia dos vestibulares pela concepção pedagógica que leva em conta a adequação do perfil do candidato à natureza e à concepção do curso. Nele os candidatos são submetidos a uma etapa vivencial, na qual desenvolvem atividades em ambientes de aprendizagem próprios ao desenvolvimento da prática médica. “Nossa ideia era adotar um processo seletivo compatível com o processo de ensino-aprendizagem que utilizamos”, explica Dra. Maria Luisa Soliani. Bahiana processo seletivo O que eles acham... Medicina Em virtude do grande número de concorrentes, o curso de Medicina teve um formato diferenciado no processo seletivo, sendo realizado em duas fases. Na primeira foi aplicada uma prova objetiva que, excepcionalmente, não contou com questões de língua estrangeira. Tomada em decorrência da decisão de, a partir de agora, aplicar apenas a prova de inglês, com base na diretriz pedagógica da Escola, que incentiva os alunos não só a ler, mas a escreverem artigos científicos – em sua grande maioria feitos na língua inglesa. “Para não prejudicar os estudantes que vinham se preparando para o vestibular com o espanhol como língua estrangeira, optamos por, apenas desta vez, não realizar a prova de idiomas”, justifica Dra. Maria Luisa Soliani. Esta primeira fase tem caráter eliminatório e classificatório. A segunda fase foi dividida em dois momentos. No primeiro foi realizada a etapa vivencial, na qual os candidatos foram submetidos a atividades de ambientação com o objetivo de fazer com que discutissem e refletissem sobre o que vão fazer e identificassem habilidades que serão necessárias na profissão que escolheram. O caráter de contemporaneidade se fez presente logo nesta etapa com a aplicação de uma questão cujo contexto foi a morte de Michael Jackson. Foi apresentado um vídeo com imagens captadas da imprensa, e pedido aos alunos que avaliassem as circunstâncias, do ponto de vista médico, levando em consideração tanto circunstâncias técnicas como éticas. “Minha expectativa quanto ao vestibular era imensa, pois eu havia sofrido um trauma muito grande e precisei ir de cadeira de rodas. Confesso que estava com medo por não saber o que esperar da etapa vivencial, mas quando cheguei e vi uma multidão no palco, todo mundo reunido, achei superinteressante. E fui muito bem acolhida, recebi um suporte incrível. Foi a primeira vez que consegui dormir uma noite de véspera de prova de vestibular. Quando cheguei para o segundo dia de prova estava super-relaxada. E a prova foi inteligente - a Bahiana aderiu a uma nova metodologia até nessa questão da prova. Fiquei supersatisfeita e, quando recebi o resultado, não pensei duas vezes. Vim pra Bahiana” Andréia Abreu, caloura de Fisioterapia “Eu vim fazer a prova de surpresa. Uma tia me inscreveu e, na véspera, me falou: ‘vai lá fazer essa prova’. Quando cheguei aqui fiquei surpreso, pois nunca tinha visto ou experimentado um processo seletivo formativo. Inicialmente temi essa forma de avaliação, por causa de toda pressão que vem do 3º ano, mas foi tudo tão tranquilo durante a tarde que passei com o pessoal...aquilo me tirou todo o peso da competição. No dia da prova, estava firme no que eu queria e seguro quanto à prova, pois sabia que, se o processo estava sendo diferente, a prova também seria diferenciada. Acabei comprovando o que amigos que estudam aqui me disseram quando estava em dúvida de quais vestibulares prestar: ‘rapaz, vá pra Bahiana, pois lá eles te dão apoio em relação à estrutura, a professores, a pesquisa’. Inicialmente foi o que me chamou a atenção. Hoje, estou adorando” Paulo Henrique Araújo, calouro de Fisioterapia “Você pega uma questão da atualidade e a utiliza para além do mito, para além de quem foi o artista, colocando-o como sujeito, na sua singularidade. Esta é a proposta do Processo Seletivo Formativo da Bahiana e da nossa formação: preparar os estudantes para, quando profissionais, observarem as situações, os sujeitos sob uma perspectiva mais sensível e integrada, dos aspectos físicos e mentais da figura humana”, explica Luiza Ribeiro, coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas, da Bahiana. “Eu vim direto do 3º ano e por isso tinha uma indecisão constante a respeito do que queria fazer. Me inscrevi nos vestibulares sem nenhuma certeza de que realmente queria Fisioterapia. Quando fui prestar o vestibular da Bahiana esperava dois dias de prova, como em todos os outros. Mas aí me surpreendi com a novidade do processo formativo e com a ajuda que ele me deu, fazendo com que eu percebesse o que realmente queria. Quando vi os equipamentos, os protótipos, me identifiquei de cara. Aí não tive mais dúvidas de que iria ser bom pra mim fazer o curso e fui fazer a prova confiante. Esse processo seletivo devia ser adotado por todas as faculdades” “Esse momento tem caráter formativo – não seleciona e não confere nota ou conceito”, explica Dra. Maria Luisa. O segundo momento foi composto por uma prova discursiva e uma redação. Lucas Lopo, calouro de Fisioterapia Maria Luisa Soliani, diretora da Bahiana 12 Out/2009 1ª FASE: 2ª FASE: - Prova objetiva - 30 questões de múltipla escolha - Conhecimentos gerais contemporâneos - Conteúdos abordados: Linguagem (Língua Portuguesa e Inglesa) Ciências Humanas e Atualidades (História e Geografia) Ciências Naturais (Física, Química e Biologia) Primeiro momento: - Atividades vivenciais e de socialização Segundo momento: - Redação (eliminatória) - Prova discursiva (classificatória) - 15 questões - Conteúdo abordado: Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) “Inovação. Este é o primeiro Processo Seletivo neste formato no Brasil. Antes de um aluno fazer um curso, ele pode ver mesmo o que é esse curso já na seleção. O que eu admiro na Bahiana é que ela vê o lado humano e isso já no próprio concurso. A prova é bem contemporânea, bem atual. Quem prefere o conhecimento técnico ‘decoreba vai acabar tendo que reaprender, pois hoje tudo é visto de forma completa. É preciso investigar, ver o sujeito além da doença. Entender ele como um todo” João Paulo de Morais Ferreira, candidato Prosef 2009.2 para Medicina Out/2009 13 processo seletivo ...porque eles aprovam Bahiana “Os cursos de saúde exigem um tipo especial de características do aluno. A prova técnica e objetiva somente, da forma como era feita, fica impessoal e não avalia questões subjetivas, ao tempo em que o aluno também não tem a ideia exata do que é o curso e acaba fazendo uma opção baseada em uma visão romântica sobre o que é ser médico, sem estar atento para a existência de uma situação real, com a qual ele só se depara quando começa o curso. Muitas vezes as pessoas pensam na área de saúde e só imaginam Medicina. Ao permitir que o aluno possa se inscrever também para outras alternativas, o processo dá oportunidades ao candidato que não conseguiu passar em Medicina de despertar para outras opções que têm características muito semelhantes.” Dra. Marta Menezes, coordenadora do curso de Medicina. VIDA acadêmica Bahiana Supervisão pedagógica O atendimento que faz a diferença Bahiana propõe atendimento pedagógico diferenciado, com equipe especializada Um canal de comunicação entre os estudantes, professores e demais espaços da Bahiana. Com este objetivo, foi criado o Serviço de Supervisão Acadêmico Pedagógico. A iniciativa é desenvolvida de forma pioneira pela Bahiana, com o diferencial de ser executada por profissionais pedagogos com larga experiência tanto no campo do ensino superior como no ensino médio. “Esse processo seletivo busca contemplar alunos com uma leitura de mundo mais ampla, com um pensamento em rede, possibilitando uma busca por profissionais não só competentes tecnicamente, mas profissionais com mais formação humana, responsáveis por aquilo que dividirão com a sociedade. Além do mais, essa mudança ajuda o próprio ensino médio e fundamental a repensar seus currículos de maneira a possibilitar o desenvolvimento de habilidades ao longo da jornada de aprendizagem, de um tempo de trabalho que dê subsídios a esses jovens para pensar o mundo, na contemporaneidade, de maneira mais ampla” Daisy Borali Passos, orientadora pedagógica do Colégio Antônio Vieira 14 Out/2009 “O novo Processo Seletivo Formativo vem reforçar a mudança de paradigma de uma educação que sempre foi pautada na linha da exclusão, no acúmulo de conteúdo, que contempla muito mais o estudante que tem melhores condições para memorizar e que tem mais acesso aos conteúdos específicos. Nesse novo processo, valorizam-se mais a formação, a crítica, a capacidade de leitura ampliada do mundo e das relações; valoriza-se um perfil de adolescente muito mais plugado no mundo, ligado em rede, com conhecimento mais amplo e menos profundo, além de exigir dele competências e habilidades práticas. Assim é possível sair do modelo de exclusão, que precisava sempre de próteses para preparar o estudante para dar uma resposta específica para um tipo de avaliação específica. Antes, preparavam-se mais competidores do que se formava. Agora, é valorizada a formação” Selma de Oliveira Brito, vice-diretora pedagógica do Colégio Cândido Portinari “A iniciativa da Bahiana está sintonizada com a tendência dos novos processos seletivos que buscam um novo perfil de profissional, de forma segura, mas com outro olhar” Adelaide Rezende, diretora técnica da Consultec A Supervisão Pedagógica da Bahiana trabalha de forma constante junto ao corpo docente e aos coordenadores dos cursos, com o principal objetivo de desenvolver uma melhoria contínua da prática pedagógica. “E também cuida do funcionamento dos cursos, através do acompanhamento de conteúdos, observando os instrumentos de avaliação utilizados pelos professores, bem como as suas metodologias de abordagem para com os estudantes”, explica a coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas da Bahiana, Luiza Ribeiro. A ideia é atender às demandas de docentes e discentes para a promoção de uma formação mais humanística, continuada e significativa para o desenvolvimento de uma relação de co-responsabilidade entre estudantes e professores, de acordo com as diretrizes do Ministério da Educação. Profissionais opinam sobre o novo Processo Seletivo Formativo da Bahiana O serviço teve início em 2000, na Unidade Acadêmica Nazaré, atendendo ao curso de Medicina. O resultado foi tão positivo que hoje todas as Unidades Acadêmicas da Bahiana dispõem de um Serviço de Supervisão Acadêmico Pedagógico. dificuldade no desenvolvimento de tarefas, ou mesmo no aprendizado. Atendendo os professores - O Serviço de Supervisão Pedagógica também desenvolve ações importantes como os Conselhos de Série do Curso de Medicina, no qual professores e estudantes, em conjunto, analisam como está o processo de ensino e aprendizagem e propõem mudanças. “Nosso diferencial é que estamos atuando também dentro dos campos de estágios, auxiliando na coordenação e execução das atividades”, explica Jucinara Menezes, supervisora pedagógica da Unidade Acadêmica Nazaré. Também integram a equipe os supervisores José Narciso Paiva e Maria Luisa Cardoso (Nazaré) e Luzenita Marques Landeiro (Cabula). Por sua vez, os professores contam com o suporte constante do serviço para desenvolver e realizar suas atividades pedagógicas e solucionar problemas com relação às metodologias de ensino escolhidas. “Como ocorre no ensino médio, a Supervisão Pedagógica presta um assessoramento direto ao professor para melhorar cada vez mais a sua docência”, diz Luiza Ribeiro. E o estudante? - A Bahiana entende que não existe sucesso no processo de aprendizagem sem ouvir o aluno, sem entender suas dúvidas e dificuldades para então ajudá-lo. O serviço é “como um canal de comunicação entre os estudantes e toda a Bahiana. O objetivo é a melhoria contínua do processo de aprendizagem”, diz Lígia Marques Vilas Bôas, supervisora acadêmica da Unidade Acadêmica Brotas. Assim, a Supervisão Pedagógica da Bahiana atende os estudantes de forma individualizada, auxilidando-os caso apresentem alguma Parceria com o NAPP - No caso do estudante apresentar uma dificuldade maior em alguma disciplina, o serviço pode indicá-lo para ser atendido pelo Núcleo de Atenção Psicopedagógica - NAPP. “A Supervisão Pedagógica é uma das fontes de indicação para o atendimento no NAPP. Se ela compreende que há algum problema de fundo emocional ou psicológico que prejudique a aprendizagem do aluno, ela nos encaminha”, explica a Profa. Angélica Mendes, coordenadora do NAPP. O núcleo atende ao estudante através de atendimento em grupo ou individualizado, com assistência clínica breve nas áreas de Psicoterapia, Psicopedagogia e Psiquiatria. A parceria com o NAPP vai mais além. Juntos, os dois serviços também acompanham estudantes que ingressam na Bahiana vindos de outras escolas e faculdades, por meio de transferência e que precisam de ajuda para se adaptar ao curso da Bahiana. Out/2009 15 graduação Bahiana Bahiana graduação São aparelhos, colchonetes, bolas, piscina e muita, mas muita mão de obra disponível. Para quem não sacou, estamos falando da Clínica Avançada em Fisioterapia (CAFIS), a clínica-escola dos jovens fisioterapeutas da Bahiana, lugar onde a teoria da sala de aula se transforma em alegria e satisfação de atender pacientes de verdade. “Relacionar a teoria com a prática é validar tudo que aprendemos e é isso que acontece na clínica”. A fala é de Mateus Pitangueira, estagiário no 9º semestre do curso. Veja adiante o que mais a CAFIS faz – e como ela o faz. Objetivos - Seguindo a linha de pensamento da Escola de formar profissionais com a prática e prestar serviços à comunidade, a CAFIS existe desde 1998, vinculada ao Ambulatório Docente Assistencial da Bahiana (ADAB). Na clínica, os estudantes de Fisioterapia desenvolvem desde atividades de ensino (realizando tarefas de disciplinas práticas) até pesquisas, passando pela extensão, que consiste nos famosos estágios curriculares. Segundo a responsável técnica da CAFIS, a fisioterapeuta Selena Dubois, o estágio realizado na clínica representa uma etapa muito importante na formação dos estudantes de Fisioterapia da Bahiana, marcada pela consolidação e pela sistematização de conhecimentos. “Na CAFIS o estudante vai “amarrar” dentro de si tudo o que aprendeu durante o curso e oferecer esse conhecimento em forma de um serviço”. Além de Selena, a clínica conta com mais duas fisioterapeutas e um corpo docente formado por onze professores que atuam supervisionando as atividades dos estudantes, sobretudo os que cumprem estágio curricular. Segundo a responsável técnica, a essa altura o estudante já está preparado tecnicamente e também já possui maturidade como pessoa para prestar atendimento. Fisioterapia em teoria e prática Em clínica-escola e na comunidade, estudantes aprendem com a mão na massa 16 Out/2009 “Quando chega o momento do estágio, às vezes o estudante não tem tanta consciência de que está pronto para lidar com pacientes reais, mas, na verdade, ele já adquiriu essa capacidade aos poucos durante o curso”, explica. Por isso, ainda que no primeiro momento dê aquele frio na barriga, a idéia é se concentrar para se surpreender com o próprio conhecimento. Preparação gradual - Todos os estudantes iniciam o estágio na clínica no sétimo semestre do curso – é parte curricular. Na verdade, desde que ingressa na Bahiana o acadêmico realiza constantes visitas à CAFIS e aos laboratórios do curso, o que faz parte de um processo natural de amadurecimento profissional. É o que comenta a coordenadora do curso de Fisioterapia da Bahiana, Roseny Ferreira. “Desde o primeiro semestre o estudante visita reais áreas de estágio avançado para que haja uma aproximação gradual com a prática profissional”. O objetivo desse flerte entre estudantes e clínica/laboratórios é facilitar a adaptação do futuro estagiário na hora que ele precisar atuar. A idéia é que, quando o estudante tiver que partir para a prática, ele já tenha tido experiências, tenha passado por aproximações com a clínica. Segundo Roseny, outra preocupação do curso, que tem a ver com essa preparação para o atendimento de pacientes, é que o estudante pratique todos os tipos de técnicas e recursos em si mesmo. “Eles são incentivados a experimentar o efeito de cada aparelho para que aprendam a decidir qual o tratamento ideal em cada caso”. Afinal, é importante que o futuro profissional sinta a técnica que vai oferecer ao paciente. Dessa forma ele vai ter cuidado para, numa simples manobra, não machucá-lo. Out/2009 17 Bahiana graduação Bahiana graduação “O estudante sabe que a técnica está à disposição em tudo o que ele estudou. Mas ele não pode esquecer que ali tem uma pessoa e que ele precisa oferecer para ela o melhor dentro do contexto. O mais importante mesmo é isso, o amadurecimento na relação com o outro para aplicar a técnica precisa da forma mais econômica, porque em saúde não se pode perder tempo – a gente tem que fazer a melhor coisa naquela hora” “O momento do estágio é uma parte muito importante do curso, na qual o estudante vai juntar seu conhecimento teórico com a aplicação prática. A partir da visão interdisciplinar e do conhecimento da realidade atual na saúde, o estudante sai preparado para montar o próprio negócio e/ou ocupar cargos em equipes de saúde no mercado de trabalho” Selena Dubois, fisioterapeuta e coordenadora da CAFIS Atuação no Complexo Comunitário Vida Pl ena Teoria e prática a favor do conhecimento na Clínica Avançada em Fisioterapia (CAFIS) 18 Estágio Integrado Para fazer um diagnóstico é preciso conhecer todas as necessidades do paciente, inclusive as soci ais. Por isso, o atendimento estimulado pela clínica-escola da Bah iana não é apenas técnico. No último semestre os estudantes têm uma parte do estágio realizado junto à comunidade, no com plexo Pau da Lima, onde além de fazer avaliação do paciente eles realizam visita domiciliar para observar o ambiente. “O paciente que tem uma lombalgia, mas sobe uma escada grande todo dia, deve mudar sua frequência de consultas e acrescentar program as de manutenção domiciliar para conseguir ter sucesso no tratame nto”, exemplifica Selena. Por isso que, além de conhecer o pac iente, o estagiário é orientado a conhecer a realidade social de quem atende. Essa é uma forma que a Bahiana encontrou de fomentar nos estudantes a responsabilidade enquanto cidadão s, valorizando mais uma característica com a qual todo profi ssional de saúde deve sair da Escola. A Bahiana está preocupada desde o início do curso com a consciência cidadã dos profissionais que forma, dando ênfase à importância do trabalho em equipe. “O profissional deve se engajar no sistema de saúde como um profi ssional colaborador, sabendo que ele não vai resolver o problema sozinho, mas apenas se ele estiver muito bem relacionado com as outras áreas para oferecer o melhor a cada pessoa que atender” , detalha a responsável técnica da CAFIS. Out/2009 Por conta disso hoje já não se fala mais em “áreas de estágio” na clínica-escola de Fisioterapia, mas sim num “estágio integrado”. Funciona da seguinte maneira: quando o paciente entra para atendimento, uma equipe se ocupa em observar as necessidades dele e, em seguida, o paciente é tratado em todas essas necessidades (antes, o paciente era recebido de maneira segmentada, nas áreas de ortopedia, neurologia, angiologia ou dermatofuncional). “Outra coisa importante que temos aqui na clínica é a relação com os outros cursos. Um paciente de neuropediatria que é atendido aqui, por exemplo, tem seus pais acompanhados por um grupo de estudantes de psicologia”, explica Selena. A mesma integração ocorre com os acompanhamentos psicológicos e de terapia ocupacional. “Também temos ações voltadas para educação alimentar, vinculadas à disciplina de nutrição. Assim, acadêmicos dos diversos cursos podem interagir em suas ações e trocar experiências”, acrescenta. Além de tudo, a CAFIS ainda faz encontros com pacientes para despedidas de semestres e realiza atividades na sala de espera, onde todos se reúnem para falar de temas como hipertensão e bons hábitos. E é bom frisar como o clima da CAFIS é gostoso, em virtude da grande abertura que há entre administração, supervisores e estagiários. “É uma clínica bem acolhedora, leve e funcional”, comemora Selena. “A CAFIS é a ‘porta de entrada’ do acadêmico no ambiente profissional, facilitando a visualização dos aspectos abordados em sala de aula, além de contribuir para o desenvolvimento das características necessárias para a transição acadêmico-fisioterapeuta. Este momento proporciona a tomada de consciência da indissociação existente entre a teoria e a prática. Além disso, me permite, enquanto acadêmica, aplicar o que já foi construído, bem como adquirir novos conhecimentos e despertar a responsabilidade e a consciência do que é ‘Reabilitar’. Concomitante a esse processo, colabora também na minha formação profissional ao trabalhar diariamente as relações com profissionais de outras áreas, com pessoas da mesma área e com os próprios pacientes” Thainá Machado de Melo Vieira , 9º semestre “A aplicação prática é uma das etapas mais importantes do processo educacional, onde executamos nossos conhecimentos adquiridos em sala de aula e nos livros, exercemos nossas habilidades e competências a fim de propiciar um amplo conhecimento da prática clínica. A Clínica Avançada em Fisioterapia (CAFIS) contribui de forma efetiva no exercício da prática ambulatorial. Essa colaboração se torna significante no que diz respeito à relação entre teoria versus prática, na qual a partir da vivência no ambiente clínico conseguimos sedimentar esses dois aspectos, favorecendo a formação de um profissional experiente, ético e social” Naiane Araújo Patrício, 9º Semestre “Destaco que a CAFIS exerce um papel fundamental na formação do profissional, pois além de ensinar desde já como se comportar em um ambiente profissional, o estágio na clínica-escola permite uma maior proximidade entre o fisioterapeuta, o estagiário e o paciente. A aplicabilidade prática é como um feedback necessário para comprovar tudo ensinado na teoria em sala de aula” Mateus Pitangueira, 9º semestre Out/2009 19 PÓS-GRADUAÇÃO Bahiana Bahiana Quem sonha em seguir profissão na área de saúde costuma se identificar bastante com disciplinas das ciências naturais. Mais que isso, adorava aulas práticas e vibrava quando, nos tempos do Ensino Fundamental, tinha que ir para o laboratório fazer experiências de Química, Física e Biologia. Naturalmente, muitos desses “projetos de cientistas” nutrem uma ponta de curiosidade sobre a área de pesquisa e sonham em, quem sabe um dia, descobrir a cura para doenças – e, porque não, batizar o novo tratamento com o próprio nome. Pesquisa e Pós-graduação com papel social Investimento da Bahiana em pesquisa se concentra nas necessidades da comunidade Mas se engana quem acha que esse mundo está muito distante. Na Bahiana, as portas da pesquisa estão abertas para o estudante já na graduação. Na prática, somente as Instituições de Ensino Superior (IES) com título de universidade são obrigadas, por lei, a desenvolver atividades de pesquisa. Entretanto, seguindo sua proposta de não ser apenas mais uma IES que transmite conhecimento, a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública se dedica e investe também no desenvolvimento de pesquisas em seus cursos de graduação e pós-graduação. O objetivo maior desse investimento é produzir informação nova, pois quando há produção de conhecimento, professores e alunos desenvolvem potencialidades técnicas e científicas e a comunidade tem suas necessidades atendidas mais amplamente. São mais de 200 pesquisas sendo desenvolvidas pela Bahiana na área das ciências básicas. Dentre elas estão os estudos em Bioquímica, Biomecânica, Microbiologia, Toxicologia, Virologia, Patologia, Histologia, Fator de Risco, Etioimunopatogenia, Morfologia, Imunologia, Parasitologia e Fisiologia. Doenças como o HTLV e cardiopatias são alguns dos principais focos de estudo da Escola. “Como as nossas pesquisas são mais voltadas para clínica, além de proporcionarmos uma melhor qualidade de ensino e aprendizagem, damos atenção aos problemas que realmente afligem a comunidade”, explica a coordenadora de Pós-graduação da Bahiana, Kátia Nunes Sá. Os estudos integram alunos da graduação e da pós-graduação da Bahiana e fazem o diagnóstico de doenças e não o tratamento delas. A maior parte das pesquisas é realizada nos laboratórios de Nazaré, Cabula e Brotas e em laboratórios parceiros, como da UFBA, UFRJ, FioCruz. Segundo Kátia, a pós-graduação da Bahiana publica cerca de 100 trabalhos por ano em revistas científicas indexadas (publicações que estão registradas em bases de dados internacionais). PÓS-GRADUAÇÃO ção de professores e alunos da Bahiana, como o Roberto Santos, o Santa Izabel, o Hospital Geral do Estado e o Hospital do Câncer; e dos animais de experimentação do Laboratório de Cirurgia Experimental da Bahiana, localizado no bairro de Nazaré”, menciona a Coordenadora. Alunos da Bahiana têm a oportunidade de desenvolver projetos de pesquisa ainda na graduação História - Segundo Kátia Sá, nos dias de hoje o profissional da saúde precisa de uma formação continuada, pois somente a graduação não garante a inserção dele no mercado de trabalho. Foi justamente para atender essa demanda que, em 1998, foi criada a coordenação de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Bahiana. No entanto, a dedicação da Bahiana à área de especialização vem de 30 anos atrás. “Antes, a especialização acontecia com o curso de Medicina do Trabalho, que era vinculado ao curso de graduação em Medicina”, informa Kátia Sá. No ano de 2000, a Escola iniciou cursos de Mestrado e Doutorado Acadêmicos em Medicina. Já em 2006, passaram a ser aceitos outros profissionais da área da saúde com a finalidade de desenvolver a pesquisa e formar pesquisadores na Escola. Antes ainda, em 2005, a Bahiana havia instituído o Mestrado Profissionalizante em Odontologia. De lá pra cá, os cursos stricto sensu (mestrado e doutorado) têm sido cada vez mais valorizados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), tendo obtido notas 4 no Mestrado e Doutorado Acadêmico em Medicina e nota 3 no Mestrado Profissionalizante em Odontologia - um reconhecimento legítimo da qualidade dos programas. Futuro - “A Bahiana atende a praticamente todas as exigências do Ministério da Educação para ser reconhecida como uma Universidade, necessitando apenas incluir mais um programa de mestrado. É, portanto, meta institucional oferecer um programa de mestrado em área básica, preenchendo a lacuna da pesquisa que fundamenta as ações práticas nas clínicas”, complementa. Pós-graduação, coordenada pela professora Kátia Sá, busca proporcionar uma melhor qualidade de ensino e aprendizagem As fontes dos dados das pesquisas são bastante diversificadas. “Muitas vezes os materiais biológicos provêm dos próprios alunos e parentes voluntários, de pacientes dos diversos ambulatórios, como dos Adabs de Brotas e do Cabula; dos Programas de Saúde da Família (PSFs) do Candeal, Pau da Lima e de Monte Gordo; das clínicas e hospitais onde há inser- 20 Out/2009 Out/2009 21 graduação Bahiana graduação Bahiana O laboratório, que funciona na Unidade Acadêmica Brotas, faz parte do grande complexo de saúde da Escola, o Ambulatório DocenteAssistencial da Bahiana (ADAB). É utilizado por todos os alunos de Biomedicina já a partir do terceiro semestre. Porém, essa participação aumenta no último ano do curso, quando o estágio é intensificado e o estudante desempenha atividades mais complexas. Momento do aprendizado - No laboratório, o estudante vive a oportunidade de experimentar especialidades como Bacteriologia, Bioquímica, Hematologia, Microbiologia Clínica, Imunologia e Parasitologia. A Profa. Hygia Guerreiro conta que, ainda na fase introdutória do estágio (que dura cerca de dois meses), os alunos participam da coleta de sangue, acompanham amostras e o processamento delas. “Essa é uma forma deles compararem, confrontarem o que aprenderam e tirarem dúvidas, o que é fundamental para ampliar o aprendizado”, diz. O estágio - que é curricular, supervisionado e obrigatório - além de ajudar a comunidade com a realização de exames gratuitos, tem reforçado também o elo entre orientadores (professores e funcionários do laboratório) e estudantes, que vivenciam diariamente uma relação de aprendizagem e troca de conhecimentos. Para fortalecer esse ganho de aprendizado prático, a Bahiana também possui convênios com laboratórios das redes pública e privada. “Isso permite aos estagiários terem uma visão plural das atividades no âmbito das Análises Clínicas e de outras especialidades”, explica professor Ferraro. Entre outras coisas, esse contato variado ajuda o futuro biomédico a escolher o seu campo de atuação. Conheça o Laboratório Caminho aberto aos biomédicos Laboratório da Bahiana consolida na prática os conhecimentos adquiridos sobre Análises Clínicas Embora ainda pouco desvendada pelos jovens, a Biomedicina é uma das profissões de saúde com mais opções de atuação. Desde a graduação até a cirurgia, passando pela área laboratorial e de bioimagem, são muitos os espaços e funções para este multiprofissional. Pensando nisso, a Bahiana tem investido no aprendizado prático de seus futuros biomédicos. Afinal, não tem jeito melhor de aprender que estudar praticando. Além da expressiva grade curricular e dos professores de renome, os estudantes da Bahia- 22 Out/2009 na contam com um Laboratório de Análises Clínicas inteiramente dedicado à realização de exames para a população. Através dele os alunos ganham mais conhecimento, experiência e vantagem no mercado de trabalho. “No Laboratório os estudantes trabalham, entre outras coisas, com bioamostragem e citologia esfoliativa, vivenciando e experimentando práticas laboratoriais em ambiente profissional. Eles são amplamente capacitados nas áreas das análises clinicas”, explica o coordenador do curso de Biomedicina da Bahiana, Prof. Geraldo Ferraro. O Laboratório de Análises Clínicas da Bahiana proporciona a realização exames, atividade essencial aos trabalhos de pesquisa dos mestrandos e doutorandos da Bahiana e ao estágio em Análises Clínicas dos estudantes de Biomedicina. Os serviços disponibilizados são os de auxílio diagnóstico (exames de análises clínicas) para os clientes internos (Medicina Ocupacional), do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos convênios, como Planserv, Petrobras, Saúde Bradesco, Golden Life, Saúde Caixa, Asfeb, entre outros. a sexta-feira. “Há fichas diferenciadas para idosos, gestantes, pessoas com criança de colo e portadores de necessidades especiais”, informa. Para atendimento aos demais convênios são distribuídas senhas de atendimento de segunda a sexta-feira, a partir de 6h30 da manhã. Os clientes são atendidos por ordem de chegada e recebem fichas. Também há prioridade de atendimento para idosos, gestantes, pessoas com criança de colo e portadores de necessidades especiais. “Realizamos exames nas áreas de Bacteriologia, Bioquímica, Espermocitologia, Hematologia, Hormônios, Imunologia, Citopatologia Cérvico-vaginal, Parasitologia e Uroanálise”, explica a Coordenadora do Laboratório de Análises Clínicas, Mirian Athayde. Ela explicou que para atendimento aos pacientes do SUS as senhas de atendimento são distribuídas a partir de 6h da manhã, de segunda Os pré-requisitos para realização dos exames variam a depender do procedimento que o paciente necessite realizar. “Como regra geral, a maioria dos exames de sangue exige jejum de 8 a 12 horas, mas isso não é aplicável a todos os procedimentos e pacientes. O cliente pode se informar sobre o preparo para o seu exame ligando para o nosso atendimento, no (71) 3276 - 8200”, informa Mirian. depoimento io de Imunohematologia do Receptor e Para o biomédico e responsável pelo Laboratór Sangue (STS), Jorge Gonçalves Júnior, as da Especializada do Serviço de Transfusão de para a formação do profissional bioméAnálises Clínicas são as ciências fundamentais o caminho para entender por que uma dico e para qualquer um da área da saúde. “São quais são as alterações consequentes da determinada patologia acontece e/ou verificar mesma”, declara. ratório de Análises Clínicas da Bahiana Segundo Jorge, que foi aluno da Escola, o Labo constituiu a primeira oportunidade para foi fundamental para sua vida profissional, pois truírem uma visão geral e fortalecerem ele e seus colegas, na época acadêmicos, cons de cada ciência pertencente às Análises a base de conhecimentos para o entendimento atório me remetem à qualidade e à Clinicas. “Em relação à Bahiana, o curso e o labor cido conhecimento. E isso permanece lembrança de encanto pelo até então desconhe ou. em mim, enquanto profissional formado”, afirm Profª. Hygia Guerreiro analisa material que servirá para a descoberta de patologias e, posteriormente, como fonte de dados para as pesquisas desenvolvidas pela Escola Out/2009 23 BAHIANA SOCIAL Projeto Candeal Bahiana Bahiana BAHIANA SOCIAL O que você pensa quando ouve falar em “comunidade de aprendizagem”? Um grupo de pessoas reunidas para aprender, certo? Até aí, tudo bem. Mas você faz ideia de como isso funciona na área de saúde? Pois bem... junte pelo menos um profissional de saúde, estudantes da área de saúde e um grupo de pessoas que tenham em comum um mesmo problema (diabetes, por exemplo). Agora, marque reuniões semanais para que todos discutam sobre maneiras de lidar com a questão, troquem experiências, informações e se apóiem mutuamente. Pronto, o conhecimento aflora para todos os lados. Estudantes aprendem mais, profissionais ganham experiência e pacientes recebem suporte e informação para se relacionarem melhor com a situação. Ação de responsabilidade social da Bahiana forma “comunidades de aprendizagem”, com ganhos de conhecimento para alunos, professores e pacientes 24 Out/2009 Em outras palavras, este é o Projeto Candeal, uma ação de responsabilidade social que é desenvolvida pela Bahiana no Distrito Sanitário de Brotas. Em suma, se trata de um trabalho de educação em saúde que busca ajudar as pessoas a lidarem com doenças como a hipertensão, a se livrar de vícios como o cigarro e a terem melhor qualidade de vida durante a gravidez. O nome Candeal, por sua vez, é uma espécie de homenagem ao fato do projeto ter começado no local. Segundo afirma a coordenadora do projeto, Maria Antonieta, “O Candeal foi um lugar que nos acolheu muito bem e tem um respeito muito grande por esse projeto. Por isso mantivemos o nome”, explica. Hoje o projeto envolve professores e alunos de todos os cursos da Bahiana: Medicina, Odontologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Biomedicina, Enfermagem e Psicologia. Embora seja uma prática de Extensão, alguns cursos consideram a atividade como complementar ou curricular. Atualmente, são 12 grupos que funcionam em diferentes locais do Distrito Sanitário de Brotas, sendo que alguns deles contam com apoio das Unidades de Saúde da Família do Candeal e do Engenho Velho. Os grupos têm trabalhos direcionados para diferentes focos: qualidade de vida, saúde da mulher, idosos, adolescentes, crianças, fumantes, diabéticos e hipertensos, gestantes, meio-ambiente e trabalho. Cada um, em função de seu tema, vai por um caminho e tem características próprias de atividades. “Assim, cada professor tem liberdade para tocar seu trabalho desde que não fuja dos objetivos do projeto”, explica Profª. Maria Antonieta. Profª. Maria Antonieta passa as diretrizes aos alunos que trabalharão em prol da saúde mental e física da sociedade Equipes multiprofissionais e interdisciplinares - Cada grupo tem uma multiequipe responsável por coordenar o trabalho, formada por alunos, professores e, em alguns deles, representantes das unidades. Juntos, eles desenvolvem métodos e realizam atividades de educação em saúde para a comunidade. Semanalmente, em cada equipe, uma dupla de alunos assume respectivamente a coordenação dos trabalhos com a comunidade e a elaboração do relatório do dia, sob a supervisão do professor, que pode ser docente de qualquer curso da Bahiana. Um dos objetivos do projeto é justamente que todos os alunos do grupo cumpram o papel de coordenação em algum momento. Esse caráter é essencial, pois clama os futuros profissionais a compreenderem as outras áreas afins. Alunos relatam que em certos momentos de atuação conjunta, inseridos na comunidade, nem se dão conta de que são de cursos diferentes. “Essa sensação é que é a verdadeira interdisciplinaridade”, afirma Maria Antonieta. Para a coordenadora, esta já é uma tendência em todos os cursos da Bahiana. “Não só no projeto como em toda a Escola, a gente procura fazer com que as disciplinas realizem essa convergência para o único objeto de estudo, que é o homem, a sua saúde e qualidade de vida”. Out/2009 25 Bahiana BAHIANA SOCIAL Bahiana BAHIANA SOCIAL “O grupo me ajudou conversando, aconselhando. Cada uma das pessoas que passam ajuda um pouquinho. E, graças a Deus, eu estou bem, estou fumando bem menos, não canso e não estou mais tossindo” Metodologia construtiva faz com que a informação passada ao indivíduo seja reiterada a cada etapa do processo, aumentando as chances de sucesso Maria Lindinalva Conceição, 68 anos “O principal é o apoio psicológico, não os adesivos. O grupo ajuda a gente a entender que o remédio não vai fazer efeito nenhum se nossa vontade não for forte.” Rita Maria Dantas da Silva, 49 anos Papel social - Do ponto de vista social, o projeto serve de exemplo sobre a importância do trabalho de prevenção, pois reafirma as diretrizes propostas para a atenção básica no sentido da educação em saúde. Há casos de pessoas que deixaram de fumar, se afastaram das drogas; pessoas que tinham quadro de obesidade e emagreceram; pessoas hipertensas e diabéticas que aprenderam a controlar seus problemas. “São vidas que têm tomado novas decisões, criado novos hábitos com relação ao autocuidado”, comenta a coordenadora. Metodologia - Entre diversas atividades são realizadas dinâmicas, palestras, exposições orais, discussões, lanches saudáveis, feiras de saúde... Até um “forró sem tabaco” tem. O diferencial do projeto, entretanto, é que por ele ser realizado em encontros sistemáticos, com um mesmo grupo, as pessoas são submetidas a um processo educativo. Consequentemente, o efeito é diferente de uma simples palestra isolada, sem um trabalho de continuação. “Se o indivíduo recebe aquela informação, mas no dia seguinte não tem um suporte, um lugar onde ele leve a angústia de não ter conseguido realizar o que se propôs após o trabalho de grupo, onde escute como o colega passou a semana, pegando outras infor- “Eu cheguei com uma vontade imensa de parar de fumar, mas sem esses encontros que temos uma vez por semana, o medicamento é inútil. Aqui, independentemente de conseguir ou não deixar o cigarro, eu ganhei a consciência de que sou capaz de parar na hora que eu resolver, coisa que eu não imaginava. No fim do tratamento, pretendo continuar vindo pra tentar retribuir um pouco da ajuda e da companhia das pessoas” mações e experiências, as chances de ele prosseguir tentando e ter sucesso diminuem bastante”, explica Maria Antonieta. Por isso, o sucesso do projeto é creditado à sua metodologia, que não é meramente informativa, mas também processual, construtiva. O projeto compreende que é necessário que o indivíduo se assenhore das suas possibilidades, se aproprie de um conhecimento sabendo que isso fará com que ele se transforme. Isso gera nele um protagonismo com relação à própria saúde. A grande importância desse trabalho, enquanto educação para saúde - em nível social -, é possibilitar essa construção. Lucas Gally, 27 anos “A experiência formativa do Projeto Candeal possibilita ao estudante da área da saúde repensar suas possibilidades e limites, qualificando sua percepção sobre si mesmo. Nessa proposta pedagógica o estudante é sujeito ativo na construção do conhecimento e, na comunidade, ele é levado a defrontar-se com a realidade social em toda a sua amplitude e, com ela, pode aprender sobre as diferenças, sobre a importância de criar, cuidar, escutar e de atentar para si. O contexto onde a aprendizagem se realiza tem efeito de humanização importante em todos os envolvidos no processo. Mônica Daltro, psicóloga, mestra em Medicina e Saúde Humana, professora-assistente do curso de Medicina “Participar do Projeto Candeal foi uma experiência muito enriquecedora, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional. Ao final do projeto, observamos como a nossa atitude modificou a vida daquelas pessoas que nutriam grandes dúvidas e tabus sobre inúmeros temas relativos à gestação. Além disso, tivemos depoimentos de grande impacto, que nos colocaram frente a questões sociais complexas, nos fazendo refletir sobre as condições atuais da saúde pública, da violência familiar, dentre outras. Outro ganho foi o contato mantido com alunos de outros cursos da área de saúde, e assim vivenciar a experiência da abordagem multidisciplinar. Não esperava que fosse ficar tão satisfeita com o resultado do nosso trabalho” Andreza Bartiloti, 6º semestre de Medicina “Para mim foi um privilégio participar deste grupo pela constante troca de informações e experiências. Nunca tinha participado antes de atividades voltadas para políticas públicas, sendo assim, este projeto me deu a oportunidade de entender o SUS, e o mais legal de tudo foi a companhia de alunos de outros cursos. Na teoria, a gente sempre aprende a importância de uma abordagem integral e multiprofissional, entretanto, na graduação são poucas as oportunidades que surgem. Por isso este projeto teve grande relevância para o meu crescimento profissional, na medida em que eu pude elaborar propostas de todas as formas, compartilhar e somar conhecimentos de todas as áreas, pois nossa única finalidade era atender bem, abordar de forma mais global as gestantes que nos procuravam. Passei a ter um olhar diferenciado sobre as coisas, entendi que o conhecimento teórico faz-se necessário, mas sobretudo a vontade de ajudar, estar sempre disponível, respeitar e entender os problemas do outro são de extrema importância durante o processo que se instala a partir do atendimento ao próximo” Manuella Castro Silva, 7º semestre de Fisioterapia 26 Out/2009 Out/2009 27 VIDA acadêmica Bahiana Live@ edu Inédito no Norte/Nordeste, novo programa potencializa a relação entre alunos, professores e a Bahiana Tecnicamente, ele é um “super e-mail”. Mas, na prática, será um carinhoso e prolongado mimo da Bahiana aos seus estudantes. Esse é o propósito da Escola ao adotar o Live@ edu, uma ferramenta da Microsoft que oferta correio eletrônico (o famoso “e-mail”) para instituições educacionais. Aliás, a Bahiana é a primeira instituição do Norte/Nordeste a implantar a ferramenta. Para quem ficou curioso, basta saber que o Live@edu é um e-mail completo, com 5GB de espaço e diversos recursos importantes, como a conexão através de uma área restrita para bate papo com os componentes da sua lista de contatos. Nesta conexão, o usuário é avisado sobre amigos que estão online. Também há possibilidade de formação de grupos, criação de pastas e até mesmo compartilhamento dessas pastas entre usuários. E não é só isso. Há ainda um calendário individual, onde cada usuário define quem pode visualizar o seu e, dessa forma, pode ser utilizado para agendamento de reuniões com colegas ou mesmo com professores. Além disso, o Live@edu utiliza a mesma interface do hotmail (Windows Live Mail), o que facilita a navegação, e conta com filtros anti spam e anti phishing*. 28 Out/2009 Segundo o assessor de Planejamento da Bahiana, Dr. Ramalho, o Live@edu pode funcionar integrado ao softwere Microsoft Outlook. “Nos Estados Unidos, o usuário deste mesmo programa dispõe gratuitamente de outras ferramentas da Microsoft, como Word e Excel, o que deve acontecer, em breve, também no Brasil”. Link eterno - A motivação da Bahiana ao adquirir o programa, no entanto, é o fato de que o aluno não perde esse e-mail quando conclui a graduação, podendo levá-lo consigo para sua vida profissional. “Assim, fica um elo entre o estudante e a Bahiana, que não perderá contato com seus ex-alunos”, explica Dr. Ramalho. Segundo a gestora do Núcleo de Comunicação e Marketing (NUCOM) da Bahiana, Regina Carvalho, a implantação do Live@edu irá ajudar a manter não só alunos e ex-alunos, mas também corpo docente e até mesmo funcionários conectados. “Esta é a funcionalidade primordial deste programa da Microsoft que permite à instituição alcançar este objetivo de forma eficiente, robusta, com mais segurança”. Regina acrescenta que a hospedagem de email gratuita tira da instituição a necessidade de uma infraestrutura de servidores, como acontecia anteriormente. “Ou seja, a Microsoft administra a infraestrutura e nós controlamos todos os e-mails, que são, da mesma forma, institucionais”. Por conta disso, uma das atrações é a personalização do endereço. Para professores e funcionários o e-mail será composto pelo nome da pessoa mais o domínio definido da Bahiana (se o nome da professora for Aline, por exemplo, o email poderá ficar [email protected]). Já os alunos e ex-alunos ganharam um diferencial no domínio. Se Aline for o nome de uma estudante, seu e-mail poderá ser (aline@ sou.bahiana.edu.br). “Esta foi uma estratégia proposital de uso do domínio mais intimista, uma vez que percebemos que nossos alunos e ex-alunos sentem orgulho de serem ou terem sido ‘Bahiana’ e, por isso, merecem um endereço eletrônico personalizado, que podem levar consigo para a vida toda, se desejarem”, explica Regina. Renomadas instituições de ensino americanas já aderiram ao Live@edu, e todas elas estão muito satisfeitas com os resultados. No Brasil, menos de dez instituições já absorveram a ferramenta. A Fundação Getúlio Vargas, uma das mais respeitadas escolas brasileiras de formação nas áreas de administração Bahiana de empresas, economia, direito e ciências sociais, é uma das que aderiram e/também apresenta resultados positivos com o programa. “Temos certeza que o Live@edu é uma solução confiável, segura e muito fácil de usar, além de ser compatível com todos os navegadores populares no Windows ou Mac, incluindo Firefox e Safári”, finaliza Regina. O serviço estará disponível à comunidade Bahiana a partir de julho. *phishing é uma forma de fraude eletrônica, caracterizada por tentativas de adquirir informações sensíveis, tais como senhas e números de cartão de crédito, ao se fazer passar por uma pessoa confiável ou uma empresa enviando uma comunicação eletrônica oficial, como um correio ou uma mensagem instantânea. Anti phishing é um aplicativo que o Live@edu possui que evita o acontecimento destas fraudes. VIDA acadêmica A gestora do NUCOM, Regina Carvalho, pretende, com o Live@edu, criar um laço contínuo com os alunos e exalunos da Bahiana Chegando a alunos e professores Para divulgar e disseminar o Live@edu entre alunos e professores, o NUCCOM da Bahiana irá produzir 3.500 cartilhas com instruções de uso do Live@edu, que serão distribuídas para este público. Além disso, serão instalados durante dois meses, nas três unidades acadêmicas da Escola, terminais com notebooks onde, com o apoio de pessoal técnico, os estudantes poderão manusear, se orientar e se informar quanto ao uso do e-mail. Um passo a mais na caminhada Desde o início de 2008, a Bahiana vem implantando inúmeras inovações dentro da Escola no sentido de acompanhar a natural exigência do mercado em modernizar e intensificar seus diferenciais como instituição de ensino de reconhecimento, tradição e qualidade. Já foi implantada rede wireless nas três unidades acadêmicas e foi criado o Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Educacionais (CEDETE). Também foi desenvolvido um número considerável de sistemas para potencializar a relação entre alunos, professores e as unidades acadêmicas. Out/2009 29 institucional Bahiana Bahiana institucional Bahiana busca excelência em tudo que se propõe a fazer Mais conforto para todos Com 57 anos de tradição, a BAHIANA é referência nacional na formação de profissionais da área de saúde. Mesmo assim, não para no tempo e continua inovando a cada dia 30 Out/2009 Realizar sonhos e encantar jovens com vocação na área médica é algo que requer esforço institucional para oferecer ambientes qualificados e excelentes condições para o exercício das atividades de aprendizagem. A busca por essa excelência sempre foi mais que uma preocupação da Bahiana: tem sido uma diretriz da Escola. Nos últimos anos, muitas ações foram postas em prática tendo como foco, sempre, a melhoria do conforto ambiental e o suporte à qualidade do atendimento prestado a alunos, professores e colaboradores. Atualmente, as instalações da Bahiana atendem com perfeição as atividades educacionais e de assistência na área da saúde. Além de salas de aula e auditórios, estão disponíveis para as atividades acadêmicas centros de pesquisa, laboratórios especializados e multifuncionais de naturezas diversas. Out/2009 31 Bahiana institucional Laboratórios de Informática De 2007 para cá, foram concluídos diversos programas de reformas, ampliações e aquisições de equipamentos que têm mantido os laboratórios da Bahiana sempre atualizados. Um exemplo é o pavimento térreo da antiga Biblioteca da Unidade Acadêmica Nazaré, que foi totalmente reformado, dando lugar a três laboratórios de informática equipados com 61 computadores, sala de apoio e sanitários adaptados para portadores de deficiência física. A nova estrutura amplia os recursos dispo- nibilizados aos alunos para realização de atividades, além de oferecer melhores condições de pesquisa durante a rotina estudantil. Outro aspecto positivo trazido pelo novo laboratório é o fato de facilitar o dia-a-dia do estudante que, tendo à disposição máquinas modernas, pode otimizar seu tempo livre, entre uma aula e outra, de diversas formas produtivas. Bahiana institucional Estrutura para curso de Enfermagem Ainda na área de informática, a Bahiana está investindo na aquisição de vinte novos computadores para substituição dos equipamentos do Laboratório III de Informática da Unidade Acadêmica Brotas. Laboratório Perio-Imuno e Laboratório de Habilidades de Enfermagem Antecipando suas metas de inserção no ensino de Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, a Bahiana criou o Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Educacionais (CEDETE), localizado na Coordenadoria, em Brotas, que conta com Sala de Videoconferência dotada de equipamentos de vanguarda tecnológica, rede estruturada para fluxo de dados e imagem integrado a pontos de apoio nas três unidades acadêmicas. (ver matéria na página 8) Também localizado na Unidade Acadêmica Cabula, o Laboratório de Habilidades do curso de Enfermagem foi inaugurado em março de 2009, com a função de ser o local onde serão desenvolvidas atividades práticas dos componentes curriculares – o que significa que o contato dos estudantes com o laboratório vai se dar em diversos momentos do curso. “O laboratório é onde o estudante vai fazer a relação teoria-prática, assistindo aulas demonstrativas e simulações”, explica a coordenadora do curso de Enfermagem da Bahiana, Maria de Lourdes Gomes. Entre as práticas desenvolvidas no laboratório estão a simulação em Primeiros Socorros, em Semiologia e Semiotécnica, em Saúde do Adulto e Bases Práticas I e II. O laboratório é dividido em estações e as atividades serão desenvolvidas, separadamente, em cada uma delas. “Tem a estação de administração de medicamentos, uma de curativos, uma de sondagem vesical, uma de punção venosa. O aluno vai ter oportunidade de passar por todas essas estações de forma contínua, elevando progressivamente o nível de complexidade de acordo com o conhecimento que ele vai adquirindo”, detalha a coordenadora. 32 Out/2009 O novo laboratório vem somar as aulas teóricas, práticas e as atividades de campo (hospitais, unidades básicas de saúde e demais instituições). “Ele proporciona novos momentos de prática dentro da Escola, que vão relacionar teoria e prática de uma forma simulada”, conta Maria de Lourdes. Além de simulações, o espaço vai permitir também a aplicação de outras atividades, como apresentação e discussão de casos. A Bahiana oferece toda a estrutura para a prática de esportes, incluindo uniformes e aluguel de espaços para a prática de atividades como natação, basquete, volei, futsal, capoeira e surf. Para isto, mantém uma parceria com uma equipe de instrutores que é coordenada por Gildásio Campos. Para 2010, a Bahiana já planeja a construção de um Centro Poliesportivo na Unidade Acadêmica Cabula. CEDETE Outros destaques são os novos laboratórios da Bahiana: o Laboratório Perio-Imuno e o Laboratório de Habilidades de Enfermagem. O primeiro foi implantado no Bloco 1 da Unidade Acadêmica Cabula - equipado com bancadas, armários e Cabine Biológica - e vai atender aos estudantes dos cursos de Odontologia. Laboratórios Perio-Imuno e de Habilidades de Enfermagem são destaques da Bahiana Estrutura esportiva Para receber o novo curso de Enfermagem foi feita uma reestruturação das salas de coordenação de curso, bem como dos gabinetes dos Núcleos Curriculares, na unidade Acadêmica Cabula, com sala de espera, secretaria e arquivos. Antes disso, em 2006, foi construído, na mesma unidade, um Pavilhão de Aulas com 14 salas de aula, dois laboratórios de informática, reprografia, diretórios acadêmicos, esplanada, área de convivência e um centro de convenções com foyer, que ocupa todo o segundo andar. Ambulatório Docente-Assistencial (ADAB) Reformas físicas tomaram conta das unidades do ADAB Brotas (Multiprofissional) e do ADAB Cabula (Odontologia) para que fossem realizadas instalações específicas. O Centro de Imagem e o Centro de Cardiologia foram ampliados para atender mais pacientes e comportar mais alunos aprendendo. Também houve implantação do Setor de Esterilização, com área de expurgo, lavagem e armazenamento; implementação do Plano de Acessibilidade, com a construção de rampas e a adaptação de unidades sanitárias, além da construção de passeios integrando a entrada do ambulatório SUS com os acessos à Entrega de Resultados e à Clínica de Terapia Ocupacional, ampliação do passeio e a criação de rampa de acesso em frente à área dos convênios. Com isso, o acesso de pacientes com dificuldade de locomoção foi facilitado. Estrutura de natureza As unidades acadêmicas da Bahiana se destacam pela preservação das árvores, rede de drenagem e amplos espaços gramados, em sintonia com o meio ambiente e a sua preservação. Esse cuidado e contato com a natureza criam climas bem mais agradáveis e aconchegantes. Ambientes destinados à convivência, ação social e cultural, conforto e lazer complementam as instalações da Bahiana. Out/2009 33 VIDA acadêmica Bahiana Bahiana VIDA acadêmica “A nossa liga é como se fosse uma família. Todos os membros, novos e antigos, estão sempre interligados, sempre contribuindo uns com os outros” – Larissa Durães estudante é quem geri a liga e, por isso, ele tem que ser proativo”, complementa. Isso significa que você não deve temer participar de uma Liga Acadêmica, mas que, para integrar uma, você deve querer de verdade aquele conhecimento. Afinal, se trata de uma atividade não-curricular e que só vai existir se estudantes quiserem se dedicar a aprender algo mais sobre um tema, assunto ou questão da área de saúde. Foi o que fez Larissa Durães: “Assumi a liga como uma parte de mim, da minha faculdade, da minha formação, como uma oportunidade de aprender um pouco mais”. Larissa é ex-presidente da Liga Acadêmica de Medicina Intensiva da Bahia (LAMIB). Segundo ela, os três objetivos básicos de toda liga são ensino, pesquisa e extensão. “A nossa liga, por exemplo, traz um tema que não faz parte da grade curricular, que não se vê com frequência, proporcionando aprendizado tanto do ponto de vista teórico quanto do prático”. Ligas de conhecimento Atividades – As reuniões semanais costumam acontecer em salas e auditórios das próprias Escolas. Na liga de Medicina Intensiva, por exemplo, as reuniões possuem dois momentos diferentes, um dedicado à parte administrativa da Liga e outro de cunho científico, no qual são realizadas aulas, apresentação de artigos, estudo de casos clínicos, entre outras atividades. “Geralmente as apresentações são feitas pelos próprios alunos, mas sempre que conseguimos levamos professores convidados, que não precisam ser, necessariamente, um dos orientadores”, explica Durães. Entretanto, mesmo quando não se fazem presentes, os orientadores mantêm contato com integrantes e estão sempre cientes das atividades da liga. Além disso, as ligas participam e organizam congressos, simpósios e outros eventos de troca de conhecimentos. Em maio de 2008, a LAMIB organizou o primeiro Encontro Nacional de Ligas de Medicina Intensiva, durante o Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, que aconteceu em Salvador. “A gente conseguiu reunir Ligas Acadêmicas de São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá e Pernambuco”, conta Larissa. Em algumas áreas já há comitês nacionais que aproximam e centralizam o trabalho desenvolvido pelas ligas que estudam o tema em todo o país. A Liga de Medicina Intensiva já soma quatro artigos publicados na Revista Brasileira de Terapia Intensiva e três simpósios realizados sobre o tema. “Nosso aprendizado aqui é mais amplo – tem o foco na Medicina, mas tem a organização de eventos, tem a parte social, que fazemos com creches. E todas essas coisas são importantes para a nossa formação médica”, depõe Larissa. Seleção, prática e extensão - Quanto ao processo seletivo, na LAMIB há três etapas: uma prova objetiva, análise de currículo e entrevista. “O aluno que quer entrar na liga é analisado em todos os aspectos até ser selecionado”, explica Durães. Mas atenção: para receber o certificado de participação o estudante precisa completar pelo menos um ano de participação. Esse processo, no entanto, pode variar de uma liga para outra. A ex-presidente da LAMIB destaca ainda o apoio da Bahiana ao trabalho desenvolvido pelas ligas. “A Bahiana sempre está disposta a ajudar as ligas em geral, seja com espaço, seja com divulgação. Temos um incentivo muito generoso da Escola para que estejamos o tempo todo promovendo ações e eventos”. Na parte prática, a Liga de Medicina Intensiva também conta com o apoio do Hospital Agenor Paiva, através dos orientadores da Liga e Coordenadores da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital, Dr. Paulo André Jesuino e Dr. Sydney Agareno, que cedem a UTI para o desenvolvimento de atividades práticas. “Funciona como um estágio mesmo, com plantão de 12 horas por semana e acompanhamento de médicos da unidade”, explica Larissa. Com essa parte a liga completa seu ciclo de aprendizagem, que envolve ensino, pesquisa e extensão. Estudantes das ligas em atuação durante a 8ª Mostra Científica e Cultural da Bahiana (2008) Criadas por iniciativa dos estudantes, ligas acadêmicas são importantes ferramentas de aprendizagem para quem está disposto a correr atrás do conhecimento Estudantes reunidos uma vez por semana para aprofundar o conhecimento em determinado assunto. Isso parece um grupo de estudo? Pois bem, esse grupo tem presidente, vice-presidente, diretoria, professores-orientadores e um Estatuto a ser seguido; seus encontros são “reuniões”, que 34 Out/2009 precisam ser registradas em “Atas”. A coisa parece mais “séria”? Agora sim, você está começando a entender o que é uma Liga Acadêmica. Para compreender o que são as ligas é necessário, antes de tudo, saber de algo que é comum a todas: elas partem do estudante. “A liga tem que ser formada por alunos realmente interessados, pois é preciso correr atrás e buscar resultados para si mesmo e para a sociedade”, opina Cíntia Vaselich, expresidente da Liga de Infectologia Aplicada. “Embora tenha um professor orientador, o Out/2009 35 Bahiana VIDA acadêmica Uma liga contra a dor Fundada por estudantes de Fisioterapia, hoje a Liga Acadêmica Bahiana para o Estudo da Dor (LABED) – também conhecida como “Liga da Dor” - se destaca por seu caráter interdisciplinar. Logo na primeira gestão, os estudantes perceberam que o trabalho poderia ser enriquecido com a participação de estudantes de outras especialidades e resolveram abrir o processo seletivo para todo e qualquer estudante da área de saúde. E deu certo. “A dor tem muitas dimensões, e a sua melhor abordagem terapêutica requer a compreensão de mecanismos celulares, moleculares e fisiológicos básicos até a sua manifestação clínica, que envolve, além de tudo, questões emocionais e comportamentais. Daí a importância do tratamento ser feito por uma equipe capaz de entender as diversas dimensões da dor, tomando decisões integradas”, explica João Zugaib, estudante de Fisioterapia e Diretor Científico da LABED. Com essa contribuição vinda de diversas áreas, a liga começou ganhar em produtividade e passou a utilizar parte de seus encontros para promover “sessões de atualização”, feitas pelos próprios estudantes e por profissionais convidados. A coisa foi tomando corpo até se transformar, em outubro de 2008, na I Jornada Baiana para o Estudo da Dor, que reuniu psicólogos, acupunturistas, fisioterapeutas, médicos e demais especialistas para palestrar e discutir, em mesa redonda, o tema “Dor: uma visão interdisciplinar”. A “Liga da Dor” tem uma estrutura diferenciada em relação às demais ligas da Bahiana. Além de ter um professor-coordenador, os cargos de professores-orientadores são ocupados por um profissional de cada especialidade da área de saúde. Na diretoria também há diferenças em relação às outras ligas: há os membros-diretores e os membros efetivos. Quando estudantes passam no processo seletivo, eles ingressam como aspirantes a alguma diretoria, e assim permanecem durante seis meses, até que haja nova eleição. Após essa eleição, os aspirantes eleitos tornam-se membros diretores; os que não se elegem passam a ser membrosefetivos e terão funções atribuídas pela demanda do momento. “Essa é uma forma de garantir que os novos diretores estejam familiarizados com o trabalho e que, portanto, a liga não vai recomeçar do zero”, explica Zugaib. Sobre o trabalho acadêmico desenvolvido na liga, João Zugaib destaca a importância de se compreender que a dor é caracterizada como uma manifestação secundária de manifestações multidimensionais. Isso quer dizer que é preciso levar em consideração questões afetivo-motivacionais, sensitivodiscriminativos e cognitivo-comportamentais. Em outras palavras, a dor pode sofrer influencia de questões emocionais (sobretudo quando se trata de uma dor crônica) e questões comportamentais, exemplificadas pelo ato de se isolar e por sintomas como depressão e ansiedade. Bahiana Em maio teve a 8ª JOBA Organizada pelos próprios alunos, a Jornada Odontológica da Bahiana (JOBA), que aconteceu nos dias 21 e 22 de maio, na Unidade Acadêmica Cabula, comemorou a sua 8ª edição. A iniciativa dos estudantes tem o objetivo de promover conhecimento e enriquecimento científico, além de integrar as diversas escolas de graduação da Bahia. Na linha de frente dessa jornada estavam o coordenador do curso, Prof. Urbino Tunes, a coordenadora docente Maria Cecília Azoubel e a coordenadora acadêmica Camila Farias. “Desde a primeira edição é notável a participação efetiva dos alunos de Odontologia e o apoio irrestrito do nosso coordenador, Prof. Urbino Tunes. Hoje, temos orgulho de saber que a JOBA é representativa para a nossa instituição e que é capaz de aliar conhecimento científico e promoção da cidadania”, comemora Maria Cecília Azoubel. A jornada ofereceu, entre outras atividades científicas, oficinas, apresentações de fóruns clínicos, científicos e de temas livres, conferências de ex-alunos, além de cursos com profissionais de projeção nacional, como o Prof. Dr. José Mondelli, que falou sobre Estética, e o Prof. Dr. Eduardo Saba-Chujfi, que emprestou seus conhecimentos sobre Cirurgia Plástica Periodontal. Paralelamente às atividades científicas aconteceu também a “JOBA Comunidade” - promovendo atividades de higiene bucal para os moradores do Cabula - e o Encontro de ex-alunos da Bahiana, que este ano teve sua 2ª edição. Entre seus diversos trabalhos, a Liga da Dor mantém uma parceria com o Centro de Referência para o HTLV da Bahia, onde os alunos coletam dados de pesquisa, além de um projeto de programas educativos com foco no paciente, cujo objetivo é fazer com que ele entenda o que está sentindo. “Se o paciente souber explicar a dor, detalhando-a melhor, o trabalho da equipe será facilitado e o tratamento aplicado mais eficaz”, finaliza. se adequar a elas. Os É bom prestar atenção nas normas pré-estabelecidas pela instituição e s acadêmicas. Uma unidade das rias secreta às junto alunos podem conseguir essas normas ser professores e até podem (que ores orientad os r vez formada a estrutura, é hora de convida e o Estatuto, monta-s daí, partir A ). estudar vai se que mesmo médicos especialistas no tema a liga: como sobre ções informa as todas r registra e que deve conter toda parte de normatização é preciso fim, Por ões. disposiç demais e seletivo o ela foi criada, como serão as regras, o process ndo informa ão, instituiç própria a para e Escola da ico fazer um ofício para o Diretório Acadêm delas. parecer o r aguarda e , àquelas desta estatuto o sobre a criação da nova liga e vinculando o Conselho de Ligas CONLIG - Com o objetivo de integrar as ligas da Escola, foi criado, em 2007, Infectologia e Neuro, Trauma a, Intensiv a Medicin de da Bahiana (CONLIG). Fundado pelas Ligas criar novas ligas na queiram que tes estudan a ão logia, hoje o CONLIG atua oferecendo orientaç , já tem mais sozinha que, , Bahiana na e bastant cresceu Escola. “De lá pra cá o número de ligas fazer o como sobre s cartaze i distribu CONLIG o ações, de 20 Ligas Acadêmicas”. Entre outras stands. em ligas as ndo divulga Escola, da a Científic estatuto de uma liga e participa da Mostra 36 Out/2009 2ª Jornada de Enfermagem “Não é possível comparar dores. A manifestação da dor é diferente em cada indivíduo e por isso ela deve ser encarada como é descrita pelo paciente” – João Zugaib os Novos da Bahiana Conhecidos como “os Novos da Bahiana”, os 400 calouros aprovados no Processo Sletivo Formativo 2009.1 foram recebidos pela Escola com uma grande festa ecológica. Os novos estudantes de Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Psicologia, Odontologia e Terapia Ocupacional participaram de um momento grandioso para a Bahiana: o plantio de novas flores nas áreas verdes da Unidade Acadêmica Cabula. A atividade foi chamada de “Cultivando flores e sonhos”. Pela primeira vez, estudantes dos diversos cursos da Bahiana plantaram, juntos, sementes de orquídeas, tulipas, begônias, flamboyants, miosótis e estrelícias. O objetivo da atividade foi despertar nos estudantes a consciência sobre a necessidade de cuidar da saúde do planeta, fazendo uma referência metafórica ao semear um futuro de sucesso de cada um deles na Bahiana. Para que os alunos iniciassem o ano letivo entrosados com a instituição e com a realidade da profissão, a Bahiana promoveu também atividades individualizadas para cada curso, em suas respectivas Unidades Acadêmicas. Para criar uma Liga Acadêmica... Eles vão se reunir, criar ...basta um grupo de alunos com vontade de estudar sobre algum tema. dos estudantes. critério a ficam cargos cujos , diretoria uma ata de fundação e estabelecer uma sidente, vice-pre nte, preside cargos: seis por ta compos Na LAMIB, por exemplo, essa diretoria é ador de coorden e o extensã de ador coorden a, pesquis coordenador de ensino, coordenador de comunicação. Bahiana faz e acontece Em maio de 2009, a 2ª Jornada de Enfermagem da Bahiana integrou as comemorações da 70ª Semana de Enfermagem, promovida pela associação brasileira da profissão. O tema central, “Enfermagem Vale a Vida”, foi abordado em discussões, minicursos, palestras e mesas redondas na Unidade Acadêmica do Cabula. Movimentaram a jornada workshops, como os de “Curativo” e “Sistematização da Assistência de Enfermagem”, e cursos, como os de “Práticas alternativas - Acupuntura” e “Violência contra a mulher - Um olhar para a saúde”, além da conferência “A morte no desenvolvimento do ciclo de vida” e da peça teatral “Endemias e Epidemias ‘Tragédias na história da humanidade’”, que teve como elenco os próprios estudantes de Enfermagem da Bahiana. O evento foi coordenado pela professora Simone Cardoso e pela coordenadora do curso de Enfermagem, Maria de Lourdes Gomes, e contou com o apoio do Núcleo de Atenção Psicopedagógica (NAPP) e da Coordenação de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão. Fórum Pedagógico: momentos para comemorar Para valorizar o bem-estar e o bom convívio entre seus colaboradores, professores e funcionários, a Bahiana promove constantes momentos de confraternização. O objetivo da Escola é reconhecer a contribuição desses colaboradores que foram e têm sido essenciais na consolidação do trabalho de sucesso da Bahiana. Uma das oportunidades de colocar em prática essa idéia foi o V Fórum Pedagógico, evento que teve o lançamento do “Memorial da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública” e foi encerrado com um almoço de confraternização na área verde da Unidade Acadêmica Cabula. Out/2009 37 graduação Bahiana Bahiana graduação Todas as Maria Rosália: não definir uma ou duas correntes teóricas significa não privatizar o olhar do estudante Psicologias Curso da Bahiana é único na Bahia que apresenta várias correntes da Psicologia. Por isso, é o único que oportuniza ao estudante ser o profissional que ele escolher Desvendar mistérios e conflitos do mundo da mente e das emoções humanas é algo que fascina muita gente. Interpretar atitudes, achar as verdadeiras motivações para comportamentos e ajudar o outro a superar um sofrimento são algumas faces desse trabalho tão amplo, rico e instigante. Porém, muitos dos que se deixam instigar por tanta curiosidade não fazem ideia de que há formas diferentes (e muitas) de lidar com os problemas da mente humana – e cada uma deve seguir sua trilha específica. A Psicologia tem uma peculiaridade muito interessante: é uma ciência que teve origem tanto na filosofia quanto nas ciências da natureza. Por causa disso, ela tem muitas matrizes teóricas, que orientam o pensamento e a atuação do psicólogo. “Essas matrizes se originam em correntes filosóficas diferentes, em fundamentos epistemológicos diferentes e que vão proporcionar ao psicólogo múltiplas possibilidades de intervenção no seu trabalho a depender do quadro teórico ao qual ele se reporta”, explica Maria Rosália de Azevedo Correia, que implantou e coordenou o curso de Psicologia da Bahiana de 1999 a 2009. O que caracteriza a Psicologia, na verdade, é uma diversidade, uma multiplicidade de possibilidades teóricas e práticas. Comumente ouvimos falar que existe psicólogo que trabalha com a orientação da Psicanálise, da Gestalt, do Behaviorismo, do Humanismo, do Psicodrama, da abordagem centrada na pessoa, de Jung, etc. Mas o que muitas vezes não compreendemos é que essas correntes teóricas têm objetos de estudo diferenciados; 38 Out/2009 elas têm metodologias de intervenção diferenciadas; formas diferenciadas de compreender o mundo, o ser humano, a psicologia e a sociedade. Então, o psicólogo conduz não como uma pessoa do senso comum - tem uma teoria que orienta o pensamento dele e diz quais tipos de intervenção ele pode fazer. Por conta disso, o curso da Bahiana opta por trabalhar com esta diversidade. “Nós não definimos uma ou duas orientações teóricas para o curso, privatizando o olhar do aluno”, depõe Rosália. Na verdade, a Bahiana quer que o aluno entenda, compreenda e se aproxime da psicologia da forma como na verdade ela é - com essa diversidade, com esse mosaico teórico, conceitual e metodológico. Por isso existem técnicas adequadas que precisam ser aplicadas a uma pessoa em determinados momentos. Logo, é preciso apenas ser coerente e seguir os ensinamentos. “Eu costumo dizer que o psicólogo se apresenta como um profissional que, de um lado, tem um corpo teórico e, de um outro, tem um arsenal de técnicas – e, a depender das circunstâncias, ele vai saber o que fazer com elas”, complementa Rosália. Correntes de liberdade - Essas correntes, em alguns momentos, dialogam entre si. Em outros, elas são absolutamente inconciliáveis. E elas não vão precisar se conciliar. Afinal, não se pretende que haja uma psicologia única. Segundo Rosália, o importante é entender que existe esse mosaico teórico e que cada estudante/profissional precisa descobrir a linha que é melhor pra si. “Elas serão sempre legítimas, desde que você tenha uma postura ética e um compromisso com o conteúdo que você decidiu seguir”, complementa. Mas nesse território tão vasto só não dá para misturar as correntes – afinal, nunca você ouviu falar em psicólogo “eclético”, não é mesmo? Seguindo a corrente escolhida - Também não é correto definir uma corrente como “a melhor”, pois não existe uma hierarquia; existem formas diferentes. Traduzindo o funcionamento disso, basta saber que o psicólogo conta com dois instrumentos básicos: o olhar e a escuta, que são utilizados na condução da entrevista. O valor da escuta - Hoje o psicólogo é o profissional que trabalha com a escuta e, por causa disso, ele nunca entra para trabalhar com uma ideia pré-concebida. O psicólogo pratica uma escuta fundamentada, bem diferente da escuta de uma conversa trivial com amigos. E quem vai dizer a forma como ele escuta e as coisas que está percebendo é justamente a teoria que ele estudou. Por conta disso que a história de dizer que uma corrente teórica é melhor do que outra não existe, pois elas têm objetos de estudo e formas de ação diferentes, o que as torna incomparáveis. Dessa forma, para ser um psicólogo é importante que o estudante abra esse leque de possibilidades enquanto está construindo sua profissão para que possa definir, mais na frente, qual delas seguir para construir sua carreira. É essa a proposta da Bahiana. Out/2009 39 Bahiana graduação Serviço de Psicologia (SEPSI) permite a estudantes experimentarem a prática profissional o grupo de LER/DORT tem como objetivo dar suporte emocional ao paciente que tem esse diagnóstico, para o tratamento mesmo da doença e para adaptação às questões do cotidiano. “Além disso, ainda discutimos casos clínicos e promovemos, a cada semestre, encontros de Psicologia organizacional e Psicologia da saúde”, conta Myla. Quando chega ao nono e décimo semestres, o estudante consolida sua formação de Psicólogo, que pressupõe estágio específico supervisionado. Hoje o estudante escolhe entre fazer esse estágio na clínica ou realizá-lo em outras instituições parceiras da Bahiana, com as quais temos convênios (escolas, empresas, hospitais, ONGs e outras instituições públicas e privadas). Além de se preocupar com o conteúdo teórico que é disponibilizado ao estudante de Psicologia, a Bahiana também se ocupa da criação de espaços para o aprendizado prático de seus futuros psicólogos. Para atender essas necessidades da formação em Psicologia, quanto à prática profissional, o Serviço de Psicologia da Bahiana (SEPSI) oferece um atendimento especializado à comunidade. O serviço faz parte do Ambulatório Docente Assistencial da Bahiana, que tem diversos outros módulos de atendimento das áreas ensinadas na escola. “Temos como objetivo estimular a construção do perfil, da postura profissional desse aluno (do psicólogo em formação), desenvolvendo atitudes éticas responsáveis – integrando realmente o aluno com o seu fazer, além da própria integração entre teoria e prática”, detalha a responsável técnica do SEPSI, Psic. Myla Arouca. 40 Out/2009 O aluno pode desenvolver atividades no serviço a partir do oitavo semestre. Nesta fase do curso, a disciplina Psicodiagnóstico proporciona seu primeiro contato com o paciente. Alunos à frente - “Aqui no serviço todas as atividades são realizadas por estudantes de psicologia. Qualquer atendimento que a gente oferece o estudante é quem realiza, com a orientação/supervisão de um professor-psicólogo especializado contratado pela Bahiana”, explica Myla Arouca. No SEPSI são prestados serviços de psicodiagnóstico, psicoterapia individual e em grupo, grupos de orientação profissional e grupo de apoio a pacientes com LER/ DORT. O grupo de orientação profissional, por exemplo, atende estudantes de segundo e terceiro anos de escolas públicas. Já Bahiana graduação Sobre o curso “A gente tem aqui a oportunidade de ver muitas correntes e abordagens. Eu mesma iniciei no serviço fazendo Psicanálise e agora estou atuando na Gestalt. Estou meio em dúvida ainda de pra que lado seguir, mas acho ótima a oportunidade de ver um pouco de cada uma. Isso é legal porque tem outras faculdades que só apresentam duas abordagens. Então, não dão ao aluno oportunidade de conhecer outras. Isso é importante pra gente ter uma noção do que quer e ir buscar mais lá na frente” Sobre a SEPSI “Acredito que a experiência clínica é fundamental na formação do psicólogo. Iniciei atendendo crianças - uma experiência muito gratificante. Foi quando eu vi que queria atender clinica mesmo. Agora já faz um ano que eu atendo adulto e tenho crescido muito com isso. Eu acho que o grande barato da clínica é que você cria uma habilidade a mais para escuta. Aqui você começa a lidar com pessoas de outro nível social, outra história de vida e com isso vai aprendendo a lidar com realidades diferentes. A gente tem a oportunidade de estar aprendendo mesmo, de atuar como profissional” Aline Silva Batista, 10º semestre Além do estágio - Durante o curso, há outras práticas que aproximam o aluno do SEPSI. No 5º semestre, por exemplo, os estudantes aprendem entrevista na clínica, utilizando as salas de espelho. “O estudante pode também utilizar o espaço para conhecer e estudar os testes psicológicos que dispomos, assim como pode ter contato com todos os outros materiais utilizados na clínica”, aponta Maria Rosália. Infraestrutura - Atualmente, o Serviço de Psicologia possui cinco consultórios, duas salas com espelho para observação e um consultório infantil. Há também três salas multiuso, onde acontecem supervisão de estágio e grupos de estudo. As responsáveis técnicas do SEPSI são as psicólogas Myla Arouca e Sylvia Barreto, que atuam vinculadas à Coordenação do curso. O SEPSI funciona de segunda a sábado (seg-sex. das 7h às 18h30 e sáb. de 8h às 11h). Juliana Menezes, Lilian Bastos e Aiala Corrêa alunas do 7º semestre Out/2009 41 graduação Bahiana Terapia Ocupacional transpondo os obstáculos Terapeutas ocupacionais ajudam a promover qualidade de vida para pessoas com dificuldades e limitações de todo tipo A Universidade de São Paulo (USP) define Terapia Ocupacional (T.O.) como “o campo de conhecimento e intervenção em saúde, em educação e na ação social, que reúne tecnologias orientadas para emancipação e autonomia de pessoas que, por razões ligadas a problemáticas específicas (físicas, sensoriais, psicológicas, mentais e/ou sociais), apresentam temporária ou definitivamente, dificuldades de inserção e de participação na vida social”. Ficou complicado de entender? Pois então, traduzindo esta explicação técnica, podemos dizer que a Terapia Ocupacional é uma especialidade dentro da área de saúde ocupada em cuidar de pessoas com problemas que interferem ou limitam a execução das suas atividades diárias, considerando seus desejos e afetos, bem como a sua cultura. O objetivo desse trabalho é conseguir uma melhora no “desempenho ocupacional” do paciente, ampliando sua autonomia. Em outras palavras, seria como trabalhar pela reconstrução do cotidiano e da participação social das pessoas que, por algum motivo, sofrem com limitações na realização das suas atividades. Por isso, a Terapia Ocupacional é uma profissão que possibilita diversas inserções no mercado de trabalho, conforme explica a ex-aluna da Escola e atual responsável técnica 42 Out/2009 pelo Serviço de Terapia Ocupacional (SerTO) da Bahiana, Tiza Trípodi: “O profissional pode atuar em clínicas, consultórios, centros de reabilitação, centros de atenção psicossocial, centros de convivência, centros comunitários, centros de saúde, hospitais, empresas, escolas e creches, instituições penais, abrigos, casas de repouso, no setor público e privado, além de em domicílios”. Carência – Infelizmente, o número de terapeutas ocupacionais ainda é insuficiente para atender à demanda existente, principalmente no interior. Outro assunto que interessa aos que estão na fase de escolha profissional é a remuneração desses profissionais. “O terapeuta ocupacional em início de carreira ganha cerca de R$ 1.500,00”, informa Tiza. Porém, a terapeuta ocupacional explica que este valor pode aumentar bastante, a depender do investimento na profissão. “A carga horária de trabalho pode variar entre 20 e 40 horas semanais e os profissionais podem ainda acumular mais de um vínculo de trabalho”, afirma. Serviço de Terapia Ocupacional (SerTO) - Estudante do 9º semestre de T.O. da Bahiana, Deise Garrido define seu trabalho como algo muito gratificante. “Você percebe mudanças positivas na vida das pessoas e dá novos horizontes a elas, possibilitando independência nas atividades cotidianas e contribuindo para a inclusão social”. Deise, que está em seu segundo estágio na atenção a crianças, dedica dez horas semanais à atividade realizada no SerTO, onde tem a oportunidade de vivenciar, na prática, a atuação do terapeuta ocupacional. O estágio no SerTO permite ao estudante aplicar procedimentos técnicos, além de realizar estudo de casos e até mesmo desenvolver projetos de extensão. Assim como cada curso da Bahiana possui sua clínica, ambulatório ou serviço – sempre vinculados ao Ambulatório Docente Assistencial da Bahiana (ADAB) – o Serviço de Terapia Ocupacional é o espaço que os estudantes têm para realizar atividades práticas e cursar o estágio curricular, momento da formação em que toda a teoria estudada se transforma em vivência a aprendizado profissional, só que pelo lado prático. Deise Garrido, que está vivenciando esta etapa de sua formação profissional, relata diversos momentos de sua aprendizagem no estágio. Entre eles, ela destaca a importância de se criar um vínculo saudável entre o paciente e o terapeuta, já que ambos vão vivenciar juntos as dificuldades e superações. Elenilson da Paixão é prova do profissionalismo e dedicação com que os estagiários do SerTO tratam de sua filha Juliana, uma menina Bahiana de nove anos que teve paralisia cerebral e apresenta deficiência intelectual. “Há quatro anos trago minha filha ao SerTO, aqui em Brotas, e sou testemunha do progresso que Juliana teve com o tratamento. Hoje ela está mais concentrada, realizando as atividades do dia-a-dia sem precisar tanto da ajuda da gente” , depõe. Segundo o pai de Juliana, a visita das terapeutas à sua casa e à escola foi fundamental para orientar ele e sua esposa na conduta com a criança, bem como para ajudálos a perceber o desempenho da sua filha na escola e na sociedade. graduação Ao longo do curso, os estudantes de Terapia Ocupacional da Bahiana passam por diversos contatos com o SerTO. Entretanto, o estágio curricular, que envolve o atendimento a pacientes, só é iniciado nos últimos semestres. “Para se tornarem profissionais competentes e comprometidos, os estudantes precisam conhecer os mais variados problemas e níveis de atenção em situações/realidades diversas”, explica a coordenadora do curso de Terapia Ocupacional da Bahiana, Ana Joaquina Passos. Por isso, a Bahiana possui estágios tanto no SerTO como em instituições conveniadas, áreas de atenção à criança e ao adolescente, ao adulto e ao idoso, fazendo com que os estagiários ponham em prática seus conhecimentos, mas sempre acompanhados pelos professores. Confira os projetos a seguir: Atenção ao adulto Fruto de uma pesquisa iniciada em 2005, o estágio em atenção ao adulto atende, em ação territorial e individual, pacientes de qualquer faixa etária da comunidade de Cosme de Farias. Todas as terças, quartas e quintas-feiras os moradores que portam deficiência motora, sensorial ou mental são atendidos por estudantes e professores de TerapiaOcupacional da Bahiana. O estágio tem como norte a Reabilitação Baseada na Comunidade (RBC), difundida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que pretende melhorar a condição de vida das pessoas com deficiência através da simplificação de ações terapêuticas e otimização dos recursos locais. “Primeiramente, fizemos o mapeamento do bairro, identificando pessoas com deficiência e conhecendo a situação de vida e saúde dessas pessoas, bem como dos equipamentos (escolas, sindicatos, instituições culturais, religiosas e de saúde) disponíveis para a efetivação desta proposta”, explica Tereza Baraúna. Tereza é professora de Terapia Ocupacional na Atenção ao Adulto e vice-chefe do Núcleo de Pesquisa em T.O. da Bahiana. Segundo ela, nesse projeto, o encaminhamento de pessoas para tratamento é realizado pelos agentes comunitá- rios de saúde ou até pelos próprios moradores e familiares. Esse trabalho integrado, por sua vez, tem feito com que a comunidade enxergue essas pessoas com limitações, dando a elas maior visibilidade dentro de seus ambientes sociais. Missão - Os estudantes de Terapia Ocupacional têm buscado a reabilitação dos portadores de deficiência através de ações que viabilizem a participação social na comunidade, criando e ampliando redes de apoio (família, vizinhos) e tornando os equipamentos acessíveis a esses pacientes. “No caso de pessoas com mobilidade reduzida por deficiência mental, sensorial e/ ou motora, as intervenções acontecem no domicílio, estimulando as atividades ocupacionais, facilitando a acessibilidade local, orientando os familiares e vizinhos a depender das necessidades individuais”, esclarece Tereza. O estágio também abre um espaço de discussão, onde as pessoas com deficiência, seus familiares, lideranças locais, agentes comunitários, entre outros, debatem os problemas relacionados à condição de vida dos pacientes. Nestes fóruns, são propostos encaminhamentos que visam à solução de problemas diversos. Out/2009 43 graduação Bahiana Bahiana graduação Atenção ao idoso Atenção à criança e ao adolescente autonomia de crianças Contabilizando muitos avanços na promoção da ão à Criança e ao e adolescentes com deficiência, o Estágio de Atenç a de Brotas, busca ainda Adolescente, que funciona na Unidade Acadêmic as professoras Ana Marta mais conquistas. As supervisoras do projeto são am os estudantes no Ponte e Sofia Santos, que orientam e acompanh atendimento aos pacientes e suas famílias. Os idosos da comunidade de Pau da Lima matriculados no Complexo Comunitário Vida Plena (CCVP) têm oportunidade de experimentar uma melhora na qualidade de vida com a ajuda dos alunos e professores da Bahiana. O projeto de atenção ao idoso, além de terapeutas ocupacionais, conta também com profissionais de diversas categorias, que atuam no ambulatório, bem como nas casas desses idosos. “Essa ‘invasão territorial’ tem o objetivo de melhorar o desempenho funcional do idoso, na sua vida cotidiana, que se apresenta comprometida em atividades como tomar banho, escovar os dentes, pentear o cabelo, ou nas instrumentais, como por exemplo, fazer pagamentos no banco, compras no mercado”, explica a terapeuta ocupacional e professora do curso da Bahiana, Helena Patáro. Segundo ela, a atenção básica é a porta de entrada dos pacientes no Sistema de Saúde e, por conta disso, as equipes de Saúde da Família ocupam um papel importante na 44 Out/2009 estratégia de reestruturação do modelo de atenção à saúde, na medida em que levam este serviço para mais perto do contexto de vida e do cotidiano das famílias. reorganização da atenção à saúde, levandoa para mais próximo da família - entendida e percebida a partir do seu ambiente físico e social”, analisa a terapeuta. “Na atenção básica espera-se oferecer uma ação humanizada ao idoso e à sua rede de suporte social - incluindo familiares e ‘cuidadores’ - com orientação, acompanhamento e apoio domiciliar; com respeito à cultura local, à diversidade do envelhecer. E nós estamos atuando com essa visão, propondo medidas para melhorar a vida desses idosos e construindo um envelhecimento ativo e participativo”, detalha Helena. Por isso, algumas das principais contribuições da terapia ocupacional são a estruturação e a reorganização da vida cotidiana, bem como a assimilação e/ou construção de redes sociais de apoio. “Isso ocorre através da identificação de demandas e da construção do perfil desta população específica. A intervenção é delineada a partir da realidade em que este idoso está inserido, de modo contextualizado, remetendo à melhoria do desempenho ocupacional desses indivíduos”, finaliza. Estratégias - Para conseguir esse objetivo os envolvidos no projeto fazem grupos terapêuticos, promovem cursos para formar “cuidadores de idosos”, realizam atendimentos domiciliares e buscam possibilidades de revitalização de espaços de participação social para os idosos, sobretudo com foco nas atividades de distração. “Desta forma, as intervenções vão além das práticas curativas e demonstram uma efetiva preocupação na Por esse lado, a utilização do complexo como um campo de estágio faz com que os estudantes de T.O. da Bahiana trabalhem com o que está sendo preconizado nas políticas públicas de saúde, preparando-os para serem profissionais generalistas, que atuam em consonância com o Sistema Único de Saúde (SUS). deficiência considerando “Cuidamos dessas crianças e adolescentes com de atendimentos no Sermúltiplos aspectos e contextos cotidianos. Além estudam, pois precisaTO, fazemos visitas às casas e escolas onde eles já que acreditamos que os mos saber o que acontece com elas fora daqui, lsionam o crescimento, a estímulos da família e de pessoas próximas impu Ana Marta. inclusão e a independência”, explica a professora SerTO possuem caráDe acordo com ela, as atividades realizadas no com a participação de ter multiprofissional, pois muitas vezes contam e Psicologia. Além disso, estudantes de outros cursos, como Fisioterapia es técnicas que tratam o trabalho inclui a realização de fóruns e sessõ com deficiência e sua de temas relacionados a crianças e adolescentes inclusão social, bem como a orientação familiar. ço à comunidade é um Para a professora Sofia, a prestação de um servi teria sentido um ponto alto do Serviço de Terapia Ocupacional. “Não fossem criadas redes trabalho de reabilitação clínica como esse se não rar as dificuldades que de suporte social. Buscamos estratégias para supe ntram justamente para que as crianças, adolescentes e suas famílias enco iência.” tenham maior participação social, apesar da defic o pacientes do projeto de Acesso – Cada estagiário atende de três a quatr pelo Serviço de Terapia atenção à criança e ao adolescente. A procura participar do serviço o priOcupacional é muito grande e constante. Para ou familiares que quiserem meiro pré-requisito é morar em Brotas. Os pais para 71 3276-8267 e inscrever crianças e/ou adolescentes devem ligar ras que apresentam o agendar um horário. Eles irão assistir a minipalest por uma triagem, na serviço e a proposta de trabalho. Depois, passarão encaminhados a serviços. qual uns serão matriculados no SerTO e outros Out/2009 45 os cursos Bahiana TERAPIA OCUPACIONAL PSICOLOGIA Criação: 1968 Reconhecimento: 02/09/1975 Vagas: 30 Duração: 4 anos Período: Matutino Local: Unidades Acadêmicas Nazaré e Brotas Coordenadora: Profª. Ana Joaquina Mariani Passos Criação: 1999 Reconhecimento: 28/07/2005 Vagas: 50 Duração: 5 anos Período: Matutino, Vespertino Local: Unidade Acadêmica Brotas Coordenadora: Profª. Mônica Ramos Daltro FISIOTERAPIA Criação: 1968 Reconhecimento: 02/09/1975 Vagas: 50 Duração: 4 anos Periodo: Matutino, Vespertino Local: Unidadades Acadêmicas Nazaré e Brotas Coordenadora: Profª. Roseny Santos Ferreira BIOMEDICINA Criação: 2003 Reconhecimento: 24/01/2007 Vagas: 60 Duração: 4 anos Periodo: Vespertino Local: Unidade Acadêmica Cabula Coordenador: Prof. Geraldo José Argôlo Ferraro ENFERMAGEM Criação: 2007 Autorização: 01/04/2008 Vagas: 60 Duração: 4 anos Periodo: Matutino, Vespertino Local: Unidade Acadêmica Cabula Coordenadora: Profª. Maria de Lourdes de Freitas Gomes Medicina Criação: 1953 Vagas: 100 Duração: 6 anos Período: Matutino, Vespertino Local: Unidades Acadêmicas Nazaré e Brotas Coordenadora: Profª. Marta Silva Menezes 46 Out/2009 bahiana em click ODONTOLOGIA Criação: 1998 Reconhecimento: 07/07/2005 Vagas: 60 Duração: 5 anos Período: Matutino, Vespertino Local: Unidade Acadêmica Cabula Coordenador: Prof. Urbino da Rocha Tunes Terapia Ocupacional: prática profissional e trabalho social